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ELISA ALMEIDA- T6 1 TORCHSZ TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Zoonose causada pelo Toxoplasma gondii Normalmente ocorre após uma infecção materna primária durante a gestação (obs: por um processo de reinfecção é mais comum em mulheres imunodeprimidas) Seu risco de transmissão é na média de 40%, sendo que quanto < a IG < a probabilidade de transmissão, porém > grave é a infecção MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A toxoplasmose congênita pode se apresentar de 2 maneiras: forma neurológica e forma generalizada FORMA NEUROLÓGICA: geralmente é resultado de uma infecção nas fases iniciais da gestação É caracterizada por alterações liquóricas, calcificações intracranianas, hidrocefalia, em alguns casos pode apresentar crises convulsivas, retardo do crescimento, dificuldade de deglutição e paralisia de membros FORMA GENERALIZADA: geralmente é resultado de uma infecção +tardia da gestação Os bebês podem apresentar: retinocoroidite, alterações liquóricas, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, icterícia, anemia, pneumonite, miocardite, síndrome nefrótica e alterações ósseas As manifestações + comuns são denominadas de Tétrade de Sabin, a qual é composta por coriorretinite, calcificações intracranianas difusas, hidrocefalias ou microcefalia e retardo mental Além dessas formas que aparecem de modo precoce, mts bebês apresentam sequelas tardias, as quais principalmente são oftalmológicas, localizadas na retina e na coroide, que podem evoluir para catarata, glaucoma, estrabismo e descolamento de retina CITOMEGALOVIROSE CONGÊNITA A infecção congênita está na maioria dos casos correlacionado se a gestante se infectou pela 1ª vez durante a gestação (obs: raramente é um resultado de reinfecção de um processo latente) A citomegalovirose congênita possui uma chance de transmissão na média de 30%, dentre os infectados, apenas 10% são sintomáticos, destes 90% apresentam sequela e 10% evoluem para um óbito fetal A maior gravidade da infecção é em fases iniciais da gestação, ao passo que a > probabilidade de contaminação se dá no último trimestre (↑ fluxo placentário) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Prematuridade e CIUR Hepatoesplenomegalia, hepatite e icterícia SNC: microcefalia, surdez Pneumonia Anemia Trombocitopenia Doença da inclusa citomegálica: é a forma + grave da infecção, caract por icterícia, hepatoesplenomegalia, microcefalia, anemia hemolítica, surdez, cegueira, retardo • RÚBEOLA CONGÊNITA O maior risco de defeito congênito é quando a gravida adquire a infecção primaria durante o 1º trimestre de gestação, sendo que quanto mais precoce maior a chance do feto desenvolver algum defeito congênito. Dessa forma, a infecção adquirida após o 4º mês de gestação, em geral, nn se encontra associada a malformações fetais e nem a persistência do vírus Na presença de uma infecção fetal, o vírus pode ser excretado pela urina até +- 1 ano de idade, mesmo dentre os assintomáticos, que no caso são na média de 50% MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Deficiência auditiva: manifestação + comum da síndrome da rubéola congênita, provocada por alterações degenerativas da cóclea e do órgão de Corti, ocorre em graus variáveis e geralmente bilateral Retardo do crescimento intrauterino: a rubéola congênita é a infecção congênita + associada ao CIUR e baixo peso ao nascer Manifestações cardíacas: as princ são PCA e estenose pulmonar Manifestações oculares: as lesões + freq. são as q/ afetam a acuidade e área macular, dentre elas tem-se catarata (geralmente bilateral), glaucoma (precoce ou tardio), retinopatia tbm pode estar presente SNC: microcefalia, meningoencefalite, tetraplegia espástica, retardo do desenv psicomotor Outras (viscerais): hepatoesplenomegalia, icterícia • HERPES SIMPLES CONGÊNITO Mesmo sendo considerada uma doença congênita, na maioria da parte dos casos, ocorre durante a passagem do RN pelo canal de parto, então sendo uma infecção perinatal. A infecção congênita, por sua vez, ocorre na maioria das vezes após a infecção primaria pelo HSV, sendo no primeiros meses de gestação, uma causa de aborto MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Infecção congênita: é mais rara, porém, tem uma fetopatia extremamente grave, c/ uma tríade formada por vesículas cutâneas ou escaras de cicatrização, c/ alterações oculares e micro/hidrocefalia Infecção perinatal: o RN torna-se sintomático no final da 1ª semana de vida ou início da 2ª (vírus precisa se replicar). Dentre as manifestações clínicas tem-se: Forma localizada: olhos, boca e pele, por meio de uma ceratoconjuntivite, retinocoroidite, catarata e atrofia optica Forma neurológica: letargia, crises de apneia, febre alta, convulsões Forma disseminada: + grave e + comum, acomete o SNC c/ disseminação visceral vômitos, anorexia, irritabilidade, desconforto respiratório, convulsões, icterícia, hepatoesplenomegalia e petéquias ELISA ALMEIDA- T6 2 ZIKA VÍRUS As manifestações da infecção intrauterina pelo VZIK são mais graves quando ocorrem no 1º e 2º trimestres de gestação, principalmente no primeiro trimestre, e variam desde morte fetal até várias anormalidades congênitas MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Pele redundante no escalpo e nuca (cutis gyrata), Baixo peso ao nascimento, Polidrâmnio (liq amniótico excessivo), anasarca (edema generalizado), Artrogripose, Perda auditiva Malformações oculares e no snc, com desproporção craniofacial MICROCEFALIA: é um distúrbio do crescimento cerebral no qual o PC é < quando comparado c/ o tamanho normal esperado p/ a mesma idade, sexo e raça. Clinicamente os pacientes apresentam importante comprometimento neurológico, sendo frequentes hipertonias, espasticidade e convulsões FISIOPATOLOGIA A patogênese da microcefalia pelo VZIK não é totalmente conhecida, porém, acredita-se que se inicia com a infecção da placenta, induzindo uma placentite crônica. Posteriormente, ocorre disseminação para o cérebro fetal, local em que preferencialmente infecta células progenitoras neuronais, diminuindo sua viabilidade e crescimento, resultando numa inibição da proliferação e diferenciação celular e apoptose neuronal, com consequente afilamento do córtex e aspectos macroscópicos de microcefalia • SÍFILIS CONGÊNITA A sífilis congênita por sua vez, é resultado da disseminação hematogênica do Treponema pallidum a partir da infecção materna em qqlr estágio clínico da doença ou em qqlr idade gestacional TRANSMISSÃO Ocorre através da via transplacentária ou durante a saída pelo canal de parto, sendo que a maioria dos casos acontece pq a mãe nn foi testada para sífilis durante o pré-natal ou pq recebeu/ realizou tratamento inadequado antes ou durante a gestação. Ademais, mesmo tendo altos índices de transmissão, cerca de 50% dos neonatos não apresentam nenhuma manifestação clinica logo após o nascimento, podendo aparecer na média dos 3 meses, assim é de suma importância a triagem sorológica das gestantes MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Por meio da transmissão vertical, pode resultar em aborto, natimorto, prematuridade e/ ou amplo espectro de manifestações clínicas A sífilis congênita é dividida em precoce e tardia SÍFILIS PRECOCE: hepatoesplenomegalia, podendo ser acompanhada de anemia, purpura e icterícia Lesões cutaneomucosas: pênfigo palmoplantar (lesões bolhosas cercadas por halo eritematoso- constitui a lesão + preocoe, porém não muito frequente) ; sifilides (lesões cutâneas, maculas, pápulas localizadas no dorso, nádegas e coxas), rinite (coriza sifilítica, secreção mucossanguinolenta ou purulenta q/ traz desconforto p/ mamada e respiração- todas as secreções são ricas em treponemas) Lesões ósseas: são as manifestações clínicas +comuns, sendo um acometimento simétrico, localizado em ossos longos Lesões viscerais: hepatites (icterícia por deficiência de excreção da bilirrubina direta), esplenomegalias; síndrome nefroticaou uma nefrítica Sistema hematopoiético: anemia hemolítica c/ coombs negativo, sendo grave na forma + precoce da sífilis Lesões nervosas: meningite Lesões oculares: glaucoma, catarata, cancro nas pálpebras e atrofia ótica Outras lesões: miocardite, síndrome de má-absorção, desnutrição e falta de ganho ponderal no RN SÍFILIS TARDIA: acima dos 2 anos de idade Arqueamento da porção média da tíbia, molares em forma de amora, maxilar curto, nariz em sela Hidrocefalia, retardo mental, lesão do 8º par craniano (surdez e vertigem) ELISA ALMEIDA- T6 3 AVALIAÇÃO LABORATORIAL Pesquisa direta do treponema: material deve ser colhido de lesões úmidas como cutâneas e mucosas, do coto umbilical e das fossas nasais. Essa pesquisa negativa-se após o 1º dia de tratamento Reações sorológicas p/ a sífilis: tem como base a demonstração de anticorpos contra o treponema, podendo ter 2 tipos 1. Testes não treponêmicos: VDRL- analisa IgG e IgM, dessa maneira, se aponta IgG nn necessariamente o RN indica infecção congênita [ultrapassa barreira placentária- deve ser repetido aos 15 dias], como tbm, esses testes podem ser negativos caso a mãe tenha contraído sífilis ao fim da gestação 2. Testes treponêmicos: tem como base o emprego do treponema, sendo uteis p/ a confirmação de um teste nn treponêmico for positivo O Ministério da Saúde preconiza o VDRL no 1º trimestre de gravidez, no início do 3º trimestre (28ª semana) e repetido na admissão para trabalho de parto ou aborto. Na presença de VDRL reagente, recomenda-se a realização de teste treponêmico confirmatório, e na sua ausência, considera-se um caso de risco para sífilis congênita qualquer titulação de VDRL materno para gestantes não tratadas ou tratadas inadequadamente. Retinite, atrofia óptica c/ possível evolução p/ cegueira PREVENÇÃO DA SÍFILIS CONGÊNITA Realização do VDRL em mulheres q/ manifestem intenção de engravidar Enfoque à promoção em saúde, por meio de ações de informação, educação e comunicação p/ as questões relacionadas as ISDT’s, juntamente com a prática do sexo protegido A medida de controle de sífilis congênita mais efetiva consiste em oferecer a toda gestante uma assistência pré-natal adequada captação precoce da gestante para o início do pré-natal; realização de, no mínimo, seis consultas com atenção integral qualificada; realização do VDRL no primeiro trimestre da gestação, idealmente na primeira consulta, e de um segundo teste em torno da 28ª semana com ações direcionadas para busca ativa a partir dos testes reagentes (recém diagnosticadas ou em seguimento); instituição do tratamento e seguimento adequados da gestante e do(s) seu(s) parceiro(s), abordando os casos de forma clínico- epidemiológica; documentação dos resultados das sorologias e tratamento da sífilis na carteira da gestante; notificação dos casos de sífilis congênita após o RN ser detectado com sífilis congênita, após o período neonatal (após 28 dias) deve ser seguido os seguintes passos Avaliações mensais até o sexto mês e bimensais do sexto ao 12° mês. Realizar VDRL com 1, 3, 6, 12 e 18 meses, interrompendo quando se observar negativação em dois exames consecutivos. Diante das elevações de títulos sorológicos, ou da sua não negativação até os 18 meses, reinvestigar o paciente e tratar. Recomenda-se o acompanhamento oftalmológico, neurológico e audiológico semestral por dois anos. Nos casos onde o LCR esteve alterado, deve-se proceder à reavaliação liquórica a cada seis meses, até a normalização do LCR. Nos casos de crianças tratadas inadequadamente, na dose e/ou tempo preconizados, deve-se convocar a criança para reavaliação clínicolaboratorial. Havendo alterações, recomenda-se reiniciar o tratamento da criança conforme o caso, obedecendo aos planos já descritos. Se os resultados forem normais, o seguimento é ambulatorial. ELISA ALMEIDA- T6 4
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