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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA LAIANE DEVESA ARAÚJO AULA PRÁTICA DEMONSTRATIVA Mitocôndria em Três Atos PETROLINA 2022 LAIANE DEVESA ARAÚJO AULA PRÁTICA DEMONSTRATIVA Mitocôndria em Três Atos PETROLINA 2022 Introdução A produção brasileira ‘Mitocôndria em três atos’ mostra o funcionamento dessa organela celular. O vídeo foi idealizado por Leopoldo de Meis. Leopoldo de Meis ( Suez, Egito, 1 de março de 1938 – Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 2014) foi um médico e pesquisador acadêmico italiano radicado no Brasil. Foi professor titular do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Filho de Ezio, um violoncelista italiano, e de Maria Imparato, nasceu em uma colônia italiana em Suez, no Egito, mas passou a infância em Nápoles, na Itália, para onde a família se mudou após o início da Segunda Guerra Mundial. Em 1947, eles se mudariam novamente, dessa vez para o Brasil. Formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1961. Ainda no primeiro ano do curso, começou a trabalhar no laboratório do Dr. Walter Oswaldo Cruz, no Instituto Oswaldo Cruz, onde despertou seu gosto pela Ciência. Após uma temporada nos Estados Unidos, no National Institutes of Health retorna ao Brasil para o Instituto Oswaldo Cruz em 1964, transferindo-se dois anos depois para o Instituto de Biofísica da UFRJ, associando-se ao laboratório do Prof. Antônio Paes de Carvalho. Por conta da perseguição política empreendida pelo regime militar no Brasil, decidiu se mudar com a família para Heidelberg (Alemanha), onde foi professor visitante do Instituto Max Planck, a convite do Prof. Wilhelm Hasselbach. Em 1978, foi aprovado professor titular do então Departamento de Bioquímica Médica da UFRJ, que posteriormente daria origem ao Instituto de Bioquímica Médica. Trabalhou em colaboração com diversos cientistas renomados, como Paul Boyer, André Goffeau, Armando e Marieta Gómez-Puyou. Dedicou-se ao estudo da transdução de energia e bomba de cálcio e à educação para a ciência. Era membro titular da Academia Brasileira de Ciências. Em 1994, recebeu o título Doctor Honoris Causa pela Universidade de Louvain (Bélgica) e, em 1995, a Ordem Nacional do Mérito Científico, Classe Grã Cruz. Foi agraciado, em 2006, com o Prêmio Anísio Teixeira. É conhecido nacional e internacionalmente apenas por suas pesquisas na área de Bioquímica, mas também pelo seu esforço persistente em tornar a ciência algo compreensível para o público leigo. De Meis foi um dos mais importantes divulgadores da ciência no Brasil. Ele iniciou essa trajetória na década de 50, quando escrevia um suplemento dominical chamado Ciência para o Jornal do Commércio. Na década de 80 criou o projeto Ciência e Arte, que une artistas e cientistas até hoje com o objetivo de estimular o aprendizado de ciência entre jovens estudantes. O primeiro trabalho desenvolvido no âmbito desse projeto foi o livro em quadrinhos O Método Científico, em formato de gibi, que conta a história da ciência e o surgimento do método científico. Depois lançou A Respiração e a 1ª Lei da Termodinâmica ou... A Alma da Matéria, no qual percorre a trajetória de filósofos e cientistas em busca de leis capazes de explicar a natureza. O Projeto também lançou os vídeos A Mitocôndria em Três Atos, que detalha o funcionamento da organela, A Explosão do Saber, sobre a expansão do conhecimento, e A Contração Muscular, que trata deste mecanismo orgânico. Sempre teve um esforço persistente para tornar a ciência mais compreensível. E aqui se entenda a ciência tanto como um corpus global de conhecimentos quanto em sua condição de poderosa prática social. Trata-se de torná-la mais compreensível, primeiro, para si mesmo. Porque é de seu desejo pessoal de compreensão que sem dúvida De Meis fala, ainda que assim termine por abarcar seus pares, quando diz “como seria bom se fosse permitido a cada especialista trabalhar também na claridade dos demais”. Em segundo – e talvez mais fundamental – lugar, seu esforço dirige-se para reduzir a opacidade da ciência para os não especialistas, para a sociedade em geral. E é por força desse objetivo admirável que de Meis inclui “Educação, gestão e difusão para Ciência” entre suas linhas de pesquisa e procura, incansavelmente, formas de traduzir a ciência, com emoção, para os leigos. Essas buscas o conduziram, por um tempo, à política científica, depois, a experiências educacionais e, mais recentemente, a um diálogo com a arte e com outras linguagens de comunicação fácil. O resultado disso são livros em quadrinhos sobre ciência, uma peça de teatro, um filme de divulgação científica com belíssimas e vertiginosas imagens produzidas por computação gráfica e novas ideias que jorram de sua imaginação. ATIVIDADE 01) Explique e justifique a falta de equilíbrio nas reações metabólicas. O fato de que de maneira geral, as reações químicas do metabolismo se mantém afastadas do equilíbrio químico tem sua raiz no fato de que sistemas vivos necessitam de processos que lhes forneçam a energia necessária para a manutenção de sua estrutura complexa em um estado funcionante. Desse modo, as reações metabólicas não podem alcançar um estado de equilíbrio, pois quando isso acontece torna-se impossível a realização de trabalho ou geração de energia utilizável pelas mesmas, condição que não é compatível com o estado dinâmico característico dos seres vivos. 02) Explique a razão pela qual a produção biológica de energia se faz por etapas. A metabolização de fontes de energia como a glicose resultando em formação de água e dióxido de carbono é um processo espontâneo que possui um ΔG extremamente negativo. O problema com reações desse tipo é que quando elas ocorrem em uma única etapa, como uma combustão convencional, promovem grande liberação de energia na forma de calor. A maneira que os sistemas vivos usam para aumentar a eficiência da degradação de ‘combustíveis’ como a glicose é a realização desse processo em várias etapas controladas, o que permite uma perda significativamente menor de energia como calor e a conservação da energia útil por meio de moléculas ditas de ‘troca energética’ como o ATP, possibilitando um maior aproveitamento da energia armazenada no alimento e uma maior flexibilidade no uso dela 03) O que é glicólise e quais suas fases? É uma rota catabólica de uma molécula de glicose que ocorre numa série de reações catalisadas por enzimas , gerando duas moléculas de um composto com três átomos de carbono, o piruvato. É dividida em duas fases, sendo elas : fase preparatória e fase de pagamento. Ao final das duas etapas, o saldo é de duas moléculas de ATP e duas moléculas de NADH. 04) Quais são os principais destinos da glicose tanto nos processos oxidativos como nos não oxidativos? A glicose pode ser armazenada (como um polissacarídio ou como sacarose), pode ser oxidada a petoses, através da via das pentose fosfato (ou via do fosfogliconato), ou pode ser oxidada a compostos de três átomos de carbono (piruvato). Em condições aeróbicas o piruvato é oxidado a acetato, o qual entra no ciclo do ácido cítrico e é oxidado até CO2 e H2O. Em condições aeróbicas o piruvato é oxidado a acetato, o qual entra no ciclo do ácido cítrico e é oxidado até CO2 e H2O. Entretanto, sob condições anaeróbicas o NADH gerado pela glicólise não pode ser reoxidado pelo O2. A incapacidade de regenerar o NADH em NAD+ deixaria a célula sem receptor de elétrons para a oxidação do gliceraldeído-3-fosfato e as reações liberadoras de energia da glicose cessariam. O NAD+ precisa, portanto, ser regenerado através deoutras reações.As primeiras células a surgirem durante a evolução viviam em uma atmosfera quase desprovida de oxigênio e tiveram que desenvolver estratégias para desenvolver a glicólise sob condição anaeróbicas. A glicose é utilizada na produção de energia através da Respiração Celular (produz ATP) , para produção também de energia através da Fermentação Lática (produz tambem Ácido lático neste caso) , a glicose também pode ser armazenada na forma de glicogênio atuando como reserva energética, além de poder ser transformada em gordura (através de seu acumulo, através do tecido adiposo). 05) Qual o papel regulador da piruvato quinase na Glicólise. Sempre que a célula tem uma alta concentração de ATP, ou sempre que haja amplas quantidades de combustíveis disponíveis para a liberação de energia através da respiração celular, a glicolise é inibida pelo rebaixamento da atividade da piruvato quinase. Quando a concentração de ATP cai, a afinidade da piruvato quinase por fosfoenolpiruvato aumenta, possibilitando a enzima catalisar a síntese do ATP, mesmo que a concentração de fosfoenolpiruvato seja relativamente baixa. O resultado é uma alta concentração de ATP no estado de equilibro estacionário 06) Qual a provável importância dos grupos fosfatos em todos os intermediários da glicólise? Os grupos fosfatos são ionizados no pH < 7, dando uma carga negativa aos intermediários que então não conseguem atravessar a membrana (lembrando que a glicólise ocorre no citosol); 2)grupos fosfatos são essenciais na conservação da energia metabólica; 3)a ligação dos grupos fosfato ao sítio ativo da enzima fornece a energia de ligação. 07) Descreva duas maneiras de inibir a enzima gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase e explique o acúmulo das fosfato da via glicolítica. A enzima gliceraldeido -3 P -desidrogenase é inibida pela adição de iodoacetato ou pela falta de NAD+ livre para o processo. O iodoacetato se liga ao grupo SH de um resíduo essencial de cisteina no sítio ativo da enzima . Desta forma , impede a transformação catalítica do gliceraldeido 3 -fostato em 1,3 –bifosfoglicerato. O NAD+ , presente no sítio ativo da enzima, é o responsável pela oxidação (captação de hidrogênio ) do intermediário enzima-substrato , sendo convertido a NADH . Para que a enzima possa ser reutilizada, o NADH ligado a enzima é reoxidado pelo NAD+ livre. Então , na ausência de NAD+ livre o processo não ocorre.A inativação da enzima gliceraldeido-3 P-desidrogenase permitiria o acúmulo de gliceraldeido –3-fosfato por interromper a sua conversão em 1,3 bifosfoglicerato. 08) Comente sobre a canalização de um substrato entre duas enzimas na via glicolítica. Os complexos multienzimáticos garantem uma passagem eficiente do produto de uma enzima para a próxima enzima na via, para a qual este produto funciona como substrato. A conversão do gliceraldeído-3-fosfato na via glicolítica envolve duas enzimas combinadas, a gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase com a 3- fosfogliceroquinase, que catalisam a conversão em dois passos. A combinação das enzimas permite que o intermediário (1,3-difosfoglicerato) seja transmitido da superfície da desidrogenase para a da quinase de maneira mais rápida do que o ambiente aquoso (o que ocorre na ausência da quinase). 09) Quais são as três rotas catabólicas alternativas que o piruvato formado pela glicólise pode seguir? Nos organismos aeróbicos ou tecidos sob condições aeróbicas, a glicólise constitui apenas um primeiro estágio da degradação completa da glicose. O piruvato é oxidado com perda de seu grupo carboxila como CO2 para liberar o grupo acetila da Acetil- coenzima A (Acetil-CoA), a qual é então totalmente oxidada a CO2 p elo ciclo do ácido cítrico (ciclo de Krebs). Os elétrons originados dessas oxidações são passados para o O2 através de uma cadeia de transportadores na mitocôndria, formando H2O. A energia liberada nas reações de transferência de elétrons permite a síntese de ATP nas mitocôndrias.A segunda rota para o metabolismo do piruvato é a sua redução a lactato através da chamada via da fermentação do ácido lático. Quando um tecido precisa funcionar anaerobicamente, como o tecido muscular esquelético em contração vigorosa, o piruvato não pode ser oxidado por falta de O2. Nestas condições, o piruvato é reduzido a lactato. Certos tecidos e tipos celulares (retina, cérebro, eritrócitos) convertem a glicose a lactato mesmo em condições aeróbicas. O lactado é também o produto da glicólise sob condições anaeróbicas nos microrganismos que realizam a fermentação láctica.A terceira rota principal do metabolismo do piruvato leva ao etanol. Em alguns tecidos vegetais e em certos invertebrados e microrganismos como a levedura da fabricação de cerveja, o piruvato é convertido anaerobicamente em etanol e CO2, no processo chamado fermentação alcoólica, ou do etanol ou do álcool. 10) Sabendo-se que todos os intermediários da glicólise compreendidos entre a glicose e o piruvato são fosforilados, cite a importância dos grupos fosfatos. Impedir que os intermediários se difundam pela membrana celular e deixem a célula, já que a membrana plasmática é impermeável à moléculas de carga negativa; São essenciais na conservação da energia metabólica pois os compostos fosfóricos de alta energia doam grupos fosfato ao ADP para formar ATP; A ligação dos grupos fosfato aos sítios ativos das enzimas atuantes no processo fornecem energia de ligação de modo a diminuir a energia de atuação necessária ao funcionamento da enzima, além de aumentar a especificidade das reações enzimáticas. 11) Justifique por que a glicólise, sendo uma via catabólica, é uma via exergônica. A Glicólise é a degradação da glicose, sendo assim uma via catabólica. As vias catabólicas liberam energia e quando uma reação ocorre com a liberação de energia, a variação da energia livre possui um valor negativo e a reação é chamada de exergônica. 12) Escreva a reação de oxidação de gliceraldeído-3-fosfato, destacando o oxidante e o redutor. 13) Na reação posterior, parte da energia é utilizada para produzir ATP. Mostre como isso é possível. Após ser formado o 1,3-Bifosfoglicerato, um grupo fosforil desse composto é transferido pela fosfoglicerato-cinase para um ADP. Com a transferência desse grupo, este ADP passa a ser ATP, sendo assim produzindo o ATP. 14) Escreva a reação de formação de acetil-CoA a partir de piruvato. 15) A respiração celular compreende três estágios principais. Explique resumidamente cada um deles. No primeiro estágio, as moléculas dos combustíveis orgânicos, glicose, ácidos graxos e alguns aminoácidos, são oxidados para liberar fragmentos de dois átomos de carbono na forma de um grupo acetila do acetilcoenzima A (acetil-CoA). No segundo estágio, esses grupos acetila são introduzidos no ciclo do ácido cítrico, o qual oxida enzimaticamente até CO2 . A energia liberada pela oxidação é conservada nos transportadores de elétrons reduzidos, NADH e FADH2 . No terceiro estágio da respiração, esses cofatores são oxidados desfazendo-se de prótons e elétrons. Os elétrons são conduzidos ao longo de uma cadeia de moléculas transportadoras de elétrons, conhecida como cadeia respiratória, até O2 , o qual eles reduzem para formar H2O . Durante este processo de transferência de elétrons uma grande quantidade de energia é liberada e consumida na forma de ATP, através do processo chamado de fosforilação oxidativa. 16) Qual a diferença fundamental ente a glicólise e o ciclo do ácido cítrico? A glicóllise ocorre através de uma sequência linear de passos catalisados enzimaticamente, enquato a sequência de reações do ciclo do ácido cítrico é cíclica. 17) Explique as etapas do ciclo do ácido cítrico. O ciclo de Krebs inicia-se com a condensação da acetil CoA e oxalato para formar o citrato, uma reação catalisada pela citrato sintase. O citratoé isomerizado a isocitrato pela enzima aconitase, através da formação intermediária do cis- aconitato. A isocitrato desidrogenase catalisa a descarboxilação oxidativa onde o a-cetoglutarato, com redução de NAD+ . Segue-se outra descarboxilação oxidativa onde o com redução a-cetoglutarato é convertido em succinil-CoA e CO2 pela ação do complexo da a-cetoglutarato desidrogenase, o NAD+ serve como receptor de elétrons. Este complexo assemelha-se muito, em estrutura e em função, ao complexo da piruvato desidrogenase. A succinil-CoA sintetase catalisa a transformação de succinil-CoA a succinato. O rompimento da ligação tioéster do succinil-CoA libera energia que é utlizada para a síntese de uma ligação anidrido fosfórico no ATP ou no GTP. Esta reação é um exemplo de fosforilação a nível do substrato. O succinato é oxidato a fumarato pela flavoproteína succinato desidrogenase, cujo o grupo prostético, FAD, é reduzido a FADH2 . A succinato desidrogenase é a única enzima do ciclo do ácido cítrico que é ligada à membrana. O fumarato é hidratado a malato pela enzima estereospecífica fumarase. A malato desidrogenase oxida o malato a oxaloacetato, reduzindo NAD+ e fechando o ciclo 18) Qual é a função do ciclo do ácido cítrico? O papel do ciclo do ácido cítrico não está confinado à oxidação do acetato, esta via é o centro do metabolismo intermediário. Produtos finais de quatro e de cinco átomos de carbono de muitos processos catabólicos são introduzidos no ciclo para servirem de combustível. O oxaloacetato e o a-cetoglutarato são, por exemplo, pruduzidos de aspartato e glutamato, respectivamente, quando são degradados os aminoácidos provenientes das proteínas da alimentação. Em outras circunstâncias os intermediários são retirados do ciclo para serem empregados como precursores em várias vias metabólicas 19) Identifique os tipos de reações que ocorrem no ciclo de Krebs. primeira reação do ciclo é a condensação do acetil-CoA com o oxaloacetato para formar citrato, catalisado pela citrato sintase. A hidrólise do tioéster intermediário de alta energia faz com que a reação seja altamente exergônica neste sentido. a enzima aconitase (uma hidratase) catalisa a transformação reversível do citrato em isocitrato. no passo seguinte a isocitrato desidrogenase catalisa a descarboxilação oxidativa do isocitrato para formar o a-cetoglutarato, CO2 um NADH. o passo seguinte é outra descarboxilação oxidativa, nela o a-cetoglutarato é convertido em succinil-CoA e CO2 pela ação do complexo da o a-cetoglutarato desidrogenase; o NAD+ serve como receptor de elétrons. A energia de oxidação do a-cetoglutarato é conservada na formação da ligação tioéster do succinil-CoA .segue-se a conversão reversível do succinil-CoA em succinato catalisada pela succinil-CoA sintetase, pruduzindo uma molécula de GTP o succinato formado apartir do succinil-CoA é oxidado a fumarato pela flavoproteína succinato desidrogenase. Os elétrons retirados do succinato reduzem um FAD a FADH2 .g- em seguida, ocorre a hidratação reversível do fumarato em malato catalizada pela fumarase (fumarato hidratase) .h- na última reação do ciclo do ácido cítrico, a malato desidrogenase, ligada ao NAD, catalisa a oxidação do malato em oxaloacetato, que pode reiniciar o ciclo, produzindo-se um NADH nesta fase 20) Sabe-se que nos organismos aeróbicos, o ciclo do ácido cítrico é uma via anfibólica, isto é ela serve tanto a processos catabólicos quanto anabólicos, funcionando não apenas no catabolismo oxidativo de carboidratos, ácidos graxos e aminoácidos, mas, como nos progenitores aeróbicos, também fornece precursores para muitas vias biossintéticas. Discuta esta afirmação. Através da ação de muitas anzimas auxiliares importantes, certos intermediários do ciclo do ácido cítrico, particularmente a-cetoglutarato e oxalacetato, podem ser removidos do mesmo para servirem como precursores de aminoácidos. O aspartato e o glutamato têm os mesmos esqueletos carbonicos que o oxaloacetato e o a-cetoglutarato, respectivamente e a partir deles são sintetizados por simples transaminação. Através do aspartato e do glutamato os carbonos do oxalato e do a-cetoglutarato são empregados para a síntese de outros aminoácidos, bem como dos nucleotídeos de purina e pirimidina. O succinil-CoA é um intermediário central na síntese do anel de porfirina dos grupos heme, que servem como transportadores de oxigênio. Dado o grande número de produtos biossintéticos derivados dos intermediários do ciclo do ácido do ácido cítrico, fica evidente que este ciclo desempenha um papel crítico claramente diferente da sua função no metabolismo de liberação de energia. 21) Explique em que se consiste uma reação anaplerótica. Dê um exemplo. São reações que ocorrem para repor os intermediários do ciclo do ácido cítrico ao serem removidos para servirem de percursores biossintéticos para outras reações. Uma reação anaplerótica importante nos tecidos animais é a carboxilação reversível do piruvato por CO2 , para formar oxalato. Quando o ciclo do ácido cítrico está deficiente em oxalacetato ou em qualquer outros intermediários, o piruvato é descarboxilado para produzir mais oxalato. 22) Como se dá a regulação do ciclo da ácido cítrico? O fluxo de metabólitos através do ciclo do ácido cítrico está sob regulação estrita, porém não complexa. Três fatores governam a velocidade do fluxo através do ciclo: disponibilidade de substratos, inibição por acúmulos de produtos e inibição alostérica retroativas das primeiras enzimas da via pelos últimos intermediários.No ciclo, três passos são altamente exergônicos; aqueles catalisados pela citrato sintase, isocitrato desidrogenase e a-cetoglutarato desidrogenase. Sob determinadas circunstâncias, cada um deles pode se tornar o passo limitante da velocidade global . A disponibilidade de substratos para a citrato sintase varia com as condições metabólicas e algumas vezes limita a velocidade de formação do citrato. O NADH, um produto do oxidação do citrato e do a-cetoglutarato, acumula-se sob determinadas condições, e quando a relação [NADH]/[NAD+] torna-se grande, as duas reações de desidrogenaçào são severamente inibidas pela lei da ação das massas. De forma similar, a reação da malato desidrogenase está essencialmente em equilíbrio na célula , e quando [NADH] é grande, a concentração de oxaloacetato é pequena, desacelerando o primeiro passo do ciclo: a succinil-CoA inibe a a- cetoglutarato desidrogenase (e também a citrato sintase); o citrato bloqueia a citrato sintase; enquanto o produto final, ATP, inibe ambas: a citrato sintase e a isocitrato desidrogenase. A inibição da citrato sintase é aliviada pelo ADP, um ativador alostérico desta enzima. Os íons cálcio , que nos músculos dos vertebrados dão sinal para contração e o aumento da demanda por ATP, ativam ambas as enzimas, isocitrato desidrogenase e a-cetoglutarato desidrogenase, assim como o complexo da piruvato desidrogenase. Brevemente as concentrações de substratos e intermediários do ciclo do ácido cítrico regulam o fluxo através desta via em uma velocidade que fornece concentrações ótimas de ATP e NADH. 23) Defina fosforilação ao nível do substrato. Fosforilação ao nível de substrato é a formação direta de ATP pela transferência direta de um grupo fosfato para o ADP, vindo de uma outra molécula fosforilada. Durante a glicólise, ele produz quatro moléculas de ATP, já no ciclo de Krebs, duas. A fosforilação ao nível do substrato acontece no citoplasma, ocorre fora da cadeia de transporte de elétrons, em rotas como glicólise e ciclo do ácido tricarboxílico. 24) Como é feita a regulação do fluxo de metabólitos através do ciclo do ácido cítrico? A regulação se inicia com o piruvato atravessa o ciclo do ácido cítrico. O complexo do piruvato desidrogenase é inibido alostericamente por valores altos de relações[ ATP] / [ADP] , [ NADH] / [NAD+] e [ Acetil-CoA] / [CoA] , os valores de todas elas indicam um estado suficiente de liberação de energia metabólica. A diminuição destes valores resulta em ativação alostérica de oxidação do piruvato 25) Como se explica o deslocamento do ciclo em sentido da formação do isocitrato, já que a adição de água ao cis-aconitato pode ser feita tanto para a formação do citrato quanto do isocitrato? (OBS.: cis- aconitato é um intermediário entre o citrato e o isocitrato). Embora a mistura em equilíbrio nas condições celulares contenha menos de 10% de isocitrato, a reação é deslocada para a direita, porque o isocitrato é rapidamente consumido no passo subsequente do ciclo, diminuindo a concentração de equilíbrio estacionário 26) O que é o malonato e como ele influencia o ciclo da ácido cítrico? Ele é um análogo do succinato. É um potente inibidor competitivo da succinato desidrogenase e por este motivo é um bloqueador do ciclo do ácido cítrico. 27) É o ciclo do ácido cítrico que promove a oxidação completa dos carbonos da Acetil-CoA. No entanto, cada volta do ciclo produz apenas 1 molécula de ATP. Como se explica a alta eficiência no armazenamento de energia em moléculas de ATP provenientes desta oxidação? Embora o ciclo do ácido cítrico diretamente gere apenas uma molécula de ATP por volta (na conversão de succinil-CoA a succinato), os quatro passos de oxidação do ciclo fornecem um grande fluxo de elétrons para a cadeia respiratória e esta, eventualmente, leva à formação de um grande número de moléculas de ATP durante a fosforilação oxidativa.A energia liberada na glicólise, corresponde à síntese de duas moléculas de ATP para uma glicose metabolizada. Entretanto, quando duas moléculas de piruvato são completamente oxidadas com a formação de seis moléculas de CO2 nas reações catalisadas pelo complexo de piruvato desidrogenase e pelas enzimas do ciclo do ácido cítrico e, quando logo subsequentemente, os elétrons respectivos são transferidos ao oxigênio através da cadeia respiratória, são obtidos 38 ATP por molécula de glicose metabolizada. Em números redondos isto representa a conservação de 40% do máximo teórico disponível para a oxidação completa da glicose. 28) Como é a equação química, estequiometricamente equilibrada, que representa a oxidação de Acetil-CoA no ciclo de Krebs? Acetil-CoA + 3 NAD + + FAD + GDP + P i + 2 H 2 O→ 2 CO 2 + 3 NADH + FADH 2 + GTP + CoA + 2 H 29) Entre os transportadores de elétrons da cadeia respiratória estão NAD+ e os nucleotídeos de flavina (FAD), quais são as diferenças entre estes transportadores de elétrons quanto ao potencial redox? 30) Nos vegetais, em certos invertebrados e alguns microrganismos como a E. coli e a levedura possuem uma via, a via do glioxalato. Explique para que serve o acetato nestes organismos e quais as formas que podem operar algumas enzimas do ácido cítrico. O acetato pode servir tanto como combustível rico em energia quanto como uma fonte de fosfoenolpiruvato para a síntese de carboidratos. O ciclo do glioxalato permite a conversão líquida do acetato em oxaloacetato. Algumas enzimas do ciclo do ácido cítrico operam de duas formas: A) elas podem funcionar no ciclo do ácido cítrico para oxidação do acetil-CoA até CO2, como ocorre na maioria dos tecidos. B) elas podem operar como parte de uma modificação especializada, o ciclo do glioxalato. A formação do succinato, oxaloacetato e outros intermediários do ciclo a partir do acetil-CoA 31) Como os átomos de carbono provenientes de aminoácidos, carboidratos e ácidos graxos entram no ciclo de Krebs? Os esqueletos carbônicos dos açúcares e ácidos graxos precisam ser degradados até o grupo acetila do acetil-CoA, a forma química através da qual o ciclo de krebs aceita a maior parte de seu combustível. Muitos a minoácidos têm uma rota diferente sendo metabolicamente degradados em outros intermediários do ciclo . 32) Nos vegetais, as enzimas do ciclo do glioxalato são sequestradas em organelas presas às membranas chamadas glioxissomos. Os glioxissomos não estão presentes em todos os tecidos da planta e em todos os momentos. Explique como as plantas em germinação são capazes de passar para moléculas de glicose o carbono presente nos lipídios das sementes e porque os animais vertebrados não podem realizar a síntese líquida da glicose a partir de lipídios. Os glioxissomos se desenvolvem em sementes ricas em lipídios durante a germinação, antes que o vegetal em desenvolvimento adquira a capacidade de sintetizar a glicose por fotossíntese. O acetil-CoA formado a partir de lipídios é convertido em malato através do ciclo do glioxalato e o malato serve como fonte de oxaloacetato (através da reação da malato desidrogenase) para gliconeogênese. Os animais vertebrados não podem realizar a síntese l'iquida da glicose a partir de lipídios porque não possuem as enzimas específicas do ciclo do glioxalato, que são a isocitrato liase e a malato sintetase 33) Quais os transportadores de elétrons que agem na cadeia respiratória e como eles funcionam? Além do NADH e FADH2 /FMN - Atua junto com as desidrogenases, sem estar ligados a elas, retirando elétrons nas vias catabólicas e transportando para a cadeia respiratória Transporta íon hidreto (2e- e 1H+ ) FADH2- Transporta 1 ou 2 átomos de H Podem servir de intermediários nas reações que doam 2 e- para receptores que aceitam apenas 1 e- Coenzima Q (ubiquinona, plastoquinona, menaquinona) - Atua na junção entre transportadores de um doador de 2 e- e um receptor de 1 e- Citocromos (heme)- Transferem elétrons diretamente por redução do Fe3+ a Fe2+ do grupo heme Proteínas ferro-enxofre - Transferem 1 e- em cada átomo de Fe e o potencial de redução varia com sua estrutura. Os elétrons passam de um composto (transportador de elétrons) com menor afinidade por elétrons (menor potencial de redução) para um com maior afinidade (maior potencial de redução). 34) Por que F1 e F0 são ambos necessários para a síntese de ATP? A energia livre do gradiente eletroquímico de prótons por meio da membrana mitocondrial é utilizada para a síntese de ATP pela ATP-sintase transladora de prótons. Esta enzima possui duas unidades funcionais: F0 e F1. A proteína F0 é insolúvel em água e contém oito subunidades, que contém um canal de translado de prótons. Já a F1 é solúvel em água e composta de cinco subunidades. A subunidade F1 isoladamente não é capaz de gerar ATP, e logo, sempre deve estar associada à subunidade F0. A unidade Fo liga prótons e os transfere da região intramembranar para a matriz mitocondrial. A cada próton que entra e sai, corresponde uma rotação na subunidade Fo. O movimento muda a conformação da subunidade F1, favorecendo a síntese de ATP. 35) Qual é a diferença entre potencial químico e potencial elétrico de um soluto distribuído dos dois lados de uma membrana? O potencial químico é a nergia devido a diferença de concentração de uma espécie química (H+) nas duas regiões separadas pela membrana. E o potencial químico resulta da separação de cargas quando um próton se move através da membrana sem um contra-íon. A membrana mitocondrial interna separa dois compartimentos de diferentes [H+], resultando em diferenças na concentração química (variação de pH) e na distribuição de cargas através da membrana. 36) Explique a dependência da transferência de elétrons com a síntese de ATP na mitocôndria. É fundamental pois é a partir do transporte de elétrons que é obtida a energia livre, no qual ocorre a síntese de ATP. Ou seja, A síntese de ATP resultante do transporte de elétrons, ocorre em virtude da energia livre liberada durante o fluxo de prótons que ocorre entre os complexos transportadores de elétrons e prótons que comunicam a matriz mitocondrial e o espaço intermembrana. A transferência de elétrons ao longo da cadeiarespiratória é acompanhada pelo bombeamento de prótons para fora da membrana mitocondrial interna, levando a uma diferença de concentração dos prótons. A membrana mitocondrial interna é impermeável aos prótons, os quais podem reentrar na matriz apenas através de canais específicos dos prótons (F0 da ATP sintase). A força próton-motora aparentemente supre a energia necessária para forçar a dissociação do ATP fortemente ligado à enzima. 37) Explique como ocorre a liberação do ATP recém-sintetizado na ATP Sintase pela força próton-motora. A ATP sintase possui três sítios de ligação muito fortes pa ra o ATP na sua porção F1. Em qualquer momento, um dos três sítios está na conformação T (forte, ligado ao ATP) , um segundo está na conformação L (fraca, ligada ao ADP + Pi) e um terceiro está na conformação O (aberta). A força p róton-motora provoca, pelo fluxo de prótons pelo canal F0 , uma mudança conformacional, onde o sítio T é convertido em O, liberando o ATP. O sítio L é convertido em T, onde ADP + Pi formam o ATP e o sítio O torna-se um sítio L, onde o ADP + Pi ligam-se fracamente. Sabendo-se que a membrana interna da mitocôndria não é permeável ao NADH citosólico, explique como o NADH gerado pela glicólise, do lado de fora da mitocôndria, poderia ser utilizado(reoxidado) para a síntese de ATP com transferência de elétrons. O NADH transfere os seus equivalentes redutores ao oxaloacetato citosólico produzindo malato. O malato passa para a matriz através do transportador malato cetoglutarato. Na matriz o malato passa dois equivalentes redutores ao NAD+ produzindo oxaloacetato e NADH matricial para ser usado na cadeia respiratória ( transferindo elétrons para a síntese de ATP). O oxaloacetato é transaminado formando aspartato, que é transportado para o citosol pelo transportador glutamato aspartato. O oxaloacetato é regenerado no citosol. UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA AULA PRÁTICA DEMONSTRATIVA Mitocôndria em Três Atos PETROLINA 2022 AULA PRÁTICA DEMONSTRATIVA (1) Mitocôndria em Três Atos (1) PETROLINA 2022 (1)
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