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<p>ACESSE AQUI ESTE</p><p>MATERIAL DIGITAL!</p><p>FLAVIA DEFFERT</p><p>DEONTOLOGIA</p><p>E LEGISLAÇÃO</p><p>FARMACÊUTICA</p><p>Coordenador(a) de Conteúdo</p><p>Liliani Carolini Thiesen</p><p>Projeto Gráfico e Capa</p><p>Arthur Cantareli Silva</p><p>Editoração</p><p>Ellen Jeane Versari</p><p>Design Educacional</p><p>Lucio Ferrarese</p><p>Revisão Textual</p><p>Carla C. Farinha</p><p>Ilustração</p><p>André Azevedo e Geison Odlevati</p><p>Ferreira</p><p>Fotos</p><p>Shutterstock e Envato</p><p>Impresso por:</p><p>Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.</p><p>Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).</p><p>Núcleo de Educação a Distância. DEFFERT, Flavia</p><p>Deontologia e Legislação Farmacêutica / Flavia Deffert. -</p><p>Florianópolis, SC: Arqué, 2024.</p><p>224 p.</p><p>ISBN papel 978-65-6137-528-3</p><p>ISBN digital 978-65-6137-527-6</p><p>1. Deontologia 2. Legislação 3. Farmacêutica 4. EaD. I. Título.</p><p>CDD -615.026</p><p>EXPEDIENTE</p><p>FICHA CATALOGRÁFICA</p><p>N964</p><p>03506820</p><p>RECURSOS DE IMERSÃO</p><p>Utilizado para temas, assuntos ou con-</p><p>ceitos avançados, levando ao aprofun-</p><p>damento do que está sendo trabalhado</p><p>naquele momento do texto.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Uma dose extra de</p><p>conhecimento é sempre</p><p>bem-vinda. Aqui você</p><p>terá indicações de filmes</p><p>que se conectam com o</p><p>tema do conteúdo.</p><p>INDICAÇÃO DE FILME</p><p>Uma dose extra de</p><p>conhecimento é sempre</p><p>bem-vinda. Aqui você</p><p>terá indicações de livros</p><p>que agregarão muito na</p><p>sua vida profissional.</p><p>INDICAÇÃO DE LIVRO</p><p>Utilizado para desmistificar pontos</p><p>que possam gerar confusão sobre o</p><p>tema. Após o texto trazer a explicação,</p><p>essa interlocução pode trazer pontos</p><p>adicionais que contribuam para que</p><p>o estudante não fique com dúvidas</p><p>sobre o tema.</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>Este item corresponde a uma proposta</p><p>de reflexão que pode ser apresentada por</p><p>meio de uma frase, um trecho breve ou</p><p>uma pergunta.</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>Utilizado para aprofundar o</p><p>conhecimento em conteúdos</p><p>relevantes utilizando uma lingua-</p><p>gem audiovisual.</p><p>EM FOCO</p><p>Utilizado para agregar um con-</p><p>teúdo externo.</p><p>EU INDICO</p><p>Professores especialistas e con-</p><p>vidados, ampliando as discus-</p><p>sões sobre os temas por meio de</p><p>fantásticos podcasts.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>PRODUTOS AUDIOVISUAIS</p><p>Os elementos abaixo possuem recursos</p><p>audiovisuais. Recursos de mídia dispo-</p><p>níveis no conteúdo digital do ambiente</p><p>virtual de aprendizagem.</p><p>4</p><p>149U N I D A D E 3</p><p>SERVIÇOS FARMACÊUTICOS E FARMÁCIA CLÍNICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .150</p><p>GESTÃO DE RESÍDUOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .174</p><p>LEGISLAÇÃO APLICADA A ÁREAS NÃO PRIVATIVAS DO PROFISSIONAL</p><p>FARMACÊUTICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .198</p><p>7U N I D A D E 1</p><p>PROFISSÃO FARMACÊUTICA E OS PRINCÍPIOS DEONTOLÓGICOS DA PROFISSÃO . . . 8</p><p>RESPONSABILIDADE CIVIL DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA . . . . . . . . . . . . . . . . .34</p><p>CÓDIGO DE ÉTICA DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA E SUAS INFRAÇÕES . . . . . . . . .54</p><p>77U N I D A D E 2</p><p>ATIVIDADES FARMACÊUTICAS NO SUS E POLÍTICAS EM SAÚDE . . . . . . . . . . . . . .78</p><p>PRINCIPAIS NORMAS PARA A COMERCIALIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS . . . . . . . . .98</p><p>O FARMACÊUTICO NA FARMÁCIA COMUNITÁRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .122</p><p>5</p><p>SUMÁRIO</p><p>UNIDADE 1</p><p>MINHAS METAS</p><p>PROFISSÃO FARMACÊUTICA E OS</p><p>PRINCÍPIOS DEONTOLÓGICOS DA</p><p>PROFISSÃO</p><p>Apresentar ramos de atuação do farmacêutico.</p><p>Definir deontologia.</p><p>Descrever a importância da deontologia.</p><p>Definir conceitos de ética e moral.</p><p>Apresentar o Código de Ética.</p><p>Identificar e definir termos jurídicos relevantes para a prática profissional do farmacêutico.</p><p>Descrever a estrutura das leis utilizadas na prática farmacêutica.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1</p><p>8</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Olá, estudante! Você já percebeu que muitas ações policiais têm relação com</p><p>drogas, medicamentos falsificados, medicamentos vendidos ilegalmente? No fim</p><p>da década de 1990, ocorreu o famoso caso das pílulas de farinha em que placebos</p><p>foram embalados e comercializados como anticoncepcionais. Já imaginou quais</p><p>as consequências para a indústria e para o farmacêutico responsável técnico pela</p><p>produção?</p><p>A profissão farmacêutica tem papel social e é regulamentada e fiscalizada por</p><p>diferentes órgãos reguladores para garantir que o produto e o serviço entregues</p><p>a população apresentem qualidade. Quando um desvio de qualidade é percebi-</p><p>do pelos fiscais, o profissional pode perder o direito a exercer a profissão, pagar</p><p>multas e até ser preso. O Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP,</p><p>2022) alerta que, independentemente do ramo de atuação do farmacêutico, ele</p><p>tem a obrigação de conhecer as normas que regulamentam as suas atividades a</p><p>fim de garantir produtos e serviços seguros e eficazes.</p><p>Converse com seus familiares se eles se lembram do caso da pílula da farinha,</p><p>pesquise na internet o que ocorreu com seus responsáveis. Procure saber também</p><p>sobre a operação da Polícia Federal chamada Indebitus do ano de 2023, que teve</p><p>abrangência nacional e consequências à saúde e ao orçamento público.</p><p>Depois reflita: se essas situações ocorrem mesmo tendo normas regulamen-</p><p>tando a existência da profissão farmacêutica e suas atribuições, imagine se não</p><p>houvesse? Será que o ser humano seria capaz de atender ao interesse do próximo</p><p>sem colocar o seu em primeiro lugar? Qual o prejuízo à saúde pública e às pes-</p><p>soas? A moral dessa estória é que, no exercício da nossa profissão, não devemos</p><p>e não podemos pensar que o nosso interesse é mais importante do que daqueles</p><p>que dependem de nós. Isso pode custar vidas, tempo, dinheiro, nossa liberdade.</p><p>Por isso, precisamos conhecer o que podemos e o que devemos fazer, qual a nossa</p><p>obrigação perante a sociedade e quais as consequências se não as cumprirmos.</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Quer saber mais sobre alguns casos sombrios da profissão farmacêutica? Escute</p><p>o nosso podcast! Alguns desses casos deixaram marcas na história mundial e</p><p>serviram para fundamentar novas disciplinas dos cursos da área de saúde. Venha</p><p>ouvir! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de</p><p>aprendizagem .</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Você já imaginou que as normas que regulamentam a nossa profissão se</p><p>entrelaçam com a história do SUS? Pois é! Que tal dar uma relembrada?</p><p>Acesse: https://youtu.be/EU_-fK9AfeM?si=xNpGPkCQYV7gmdp0.</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>A PROFISSÃO FARMACÊUTICA</p><p>A profissão farmacêutica apresenta diferentes facetas, podemos trabalhar em</p><p>indústrias, hospitais, análises clínicas e toxicológicas, em perícia criminal, estética</p><p>etc. Em material a respeito da profissão farmacêutica confeccionado pelo CRF-SP,</p><p>o órgão destaca alguns ramos de atividade da profissão farmacêutica. Dentre elas,</p><p>estão as atividades relacionadas a análises clínicas e toxicológicas, há mais de 20,5</p><p>mil laboratórios de análises clínicas no país. Para essas, o farmacêutico necessita</p><p>de conhecimentos técnicos, farmacológicos e bioquímicos, ainda, sobre controles</p><p>de qualidade e conhecimentos nas áreas administrativa e mercadológica.</p><p>1</p><p>1</p><p>O Conselho, também, destaca a assistência farmacêutica, que é um conjunto</p><p>de atividades exercidas pelo farmacêutico para o melhor cuidado do paciente,</p><p>com promoção do uso racional de medicamentos. Ela requer atuação do farma-</p><p>cêutico integrado aos outros profissionais da saúde. Todos os locais que haja a</p><p>dispensação de medicamentos deve ter um farmacêutico responsável.</p><p>Outro ramo de atuação é como responsável técnico em empresas de logística</p><p>— armazenam, distribuem e transportam medicamentos e insumos farmacêuti-</p><p>cos. O farmacêutico é considerado uma peça-chave — extremamente importante</p><p>— para a manutenção da segurança e integridade desses produtos.</p><p>Além desses, o CRF-PR, também, destaca a importância do farmacêutico</p><p>em áreas, como na indústria em que esse profissional</p><p>esse</p><p>documento apresenta os direitos, os deveres e as proibições para os profissionais</p><p>atuantes na área farmacêutica. O Código de Ética foi publicado na Resolução nº</p><p>724, de 29 de abril de 2022, do Conselho Federal de Farmácia, junto ao qual se</p><p>publicou o Código de Processo Ético, que estabelece infrações e regras de sanções</p><p>disciplinares.</p><p>Os itens que abrangem as proibições farmacêuticas localizam-se no capítulo</p><p>IV, das Proibições, nos Arts. 17 e 18. As proibições do farmacêutico são descritas</p><p>em 27 incisos e têm abrangência para os inscritos e não inscritos no Conselho</p><p>Profissional. Para aqueles inscritos no conselho, outros 48 incisos contêm proi-</p><p>bições de conduta.</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>As generalidades sobre as punições estão descritas no Título IV, das Infrações e</p><p>Sanções Disciplinares, Art. 24, que podem ser advertências, multas, suspensões</p><p>e eliminação. Na Seção II, da mesma resolução, constam as minúcias sobre os</p><p>processos éticos disciplinares, desde o recebimento das denúncias, o desenvolvi-</p><p>mento e o julgamento do processo até os meios para o pedido de revisão.</p><p>Os conhecimentos sobre responsabilidade civil não são só importantes para a</p><p>atividade profissional, mas também são para o uso cotidiano, para a compreensão</p><p>de nossos direitos e deveres das nossas relações sociais.</p><p>Acesse o material e fique por dentro deste tema importante que contribuirá para</p><p>o seu desenvolvimento.</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>EM FOCO</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Para que você veja a aplicabilidade do que aprendemos, apresentarei um exemplo,</p><p>a seguir, de um caso comum que resulta em processo aos profissionais farmacêu-</p><p>ticos, adaptado de Moraes et al. (2021), de forma a abordar o assunto de forma</p><p>multidisciplinar.</p><p>O caso da manipulação incorreta de medicamentos: caso de farmácia de</p><p>manipulação julgada por erro na manipulação de medicamentos controlados.</p><p>Consumidora leva prescrição médica à farmácia de manipulação solicitando</p><p>60 comprimidos de cloridrato de sertralina 50 mg. O medicamento entregue a</p><p>paciente são 60 comprimidos de sibutramina na concentração de 50 mg.</p><p>Inadvertidamente, a paciente consome o medicamento conforme prescrição</p><p>médica. A paciente apresentou quadro dispéptico em razão da ingestão do medica-</p><p>mento, hipótese que não foi descartada pela Perícia Criminal. Os dois medicamen-</p><p>tos são controlados cujos manipulação e comércio seguem normativas próprias,</p><p>a sertralina tem dose máxima diária de 200 mg, enquanto a sibutramina tem dose</p><p>máxima diária de 15 mg. Nesse caso, podem ser verificados diversos erros:</p><p>4</p><p>8</p><p>■ O farmacêutico responsável não cumpriu com as normas de boas práticas</p><p>de manipulação, que incluem o controle da qualidade do produto acabado.</p><p>■ O medicamento, por ser psicoativo, deveria ter sido dispensado sob a</p><p>tutela do farmacêutico, o qual deveria comparar a etiqueta do manipulado</p><p>com a prescrição médica e prestar atenção farmacêutica.</p><p>■ São proibidos a dispensação e o aviamento de medicamentos contendo</p><p>sibutramina em doses acima da dose diária recomendada (15 mg/dia).</p><p>Essa dose não poderia ter sido produzida. Segundo a Resolução RDC nº 52, de</p><p>6 de outubro de 2011, que:</p><p>“ Dispõe sobre a proibição do uso das substâncias anfepramona,</p><p>femproporex e mazindol, seus sais e isômeros, bem como inter-</p><p>mediários e medidas de controle da prescrição e dispensação de</p><p>medicamentos que contenham a substância sibutramina, seus sais</p><p>e isômeros, bem como intermediários e dá outras providências</p><p>[...]</p><p>Art. 2º Fica vedada a prescrição, a dispensação e o aviamento de</p><p>medicamentos ou fórmulas medicamentosas que contenham a</p><p>substância sibutramina, seus sais e isômeros, bem como interme-</p><p>diários acima da Dose Diária Recomendada de 15 mg/dia (quinze</p><p>miligramas por dia) (BRASIL, 2011).</p><p>Em decorrência dos fatos, a paciente sofreu lesão por não</p><p>possuir tratamento à doença e por sofrer adoecimento em</p><p>decorrência do produto comercializado.</p><p>No caso julgado, a farmácia foi condenada a pagar ao cliente quantia monetária</p><p>como indenização de danos morais, pelo agravo à saúde, e danos materiais —</p><p>equivalente ao valor que foi pago pelo cliente para solicitar a manipulação.</p><p>Esse exemplo demonstra como a atividade profissional farmacêutica é pauta-</p><p>da em diversas normas, e a responsabilidade civil da profissão surge ao passo que</p><p>compromissos são firmados no juramento da profissão, no momento do registro</p><p>do conselho profissional e no momento em que há a relação do profissional com o</p><p>seu cliente/paciente. Por isso, cuide bem da sua atividade profissional. Espero que</p><p>a nossa jornada tenha sido proveitosa, esclarecedora e motivadora. Bons estudos!</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>9</p><p>1. O Código de Ética da Profissão Farmacêutica prevê, nos seus princípios fundamentais,</p><p>que o exercício da profissão deve ser guiado por valores éticos e morais formados por</p><p>atos regulatórios e diplomas legais vigentes (CCF, 2014). A transgressão pode resultar em</p><p>sanções disciplinares por parte do CRF, após a apuração realizada pela comissão de ética,</p><p>tendo em vista o direito ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, inde-</p><p>pendentemente das demais penalidades estabelecidas pela legislação em vigor no país</p><p>(MEZZOMO; MONTEIRO, 2019).</p><p>Leia os dois artigos pertencentes ao Código de Hamurabi.</p><p>Art. 218. Se um médico trata alguém de uma grave ferida com a lanceta de bronze e o mata,</p><p>ou lhe abre uma incisão com a lanceta de bronze e o olho fica perdido, dever -se-lhe-á</p><p>cortar as mãos.</p><p>Art. 219. Se o médico tratar o escravo de um liberto de uma ferida grave com a lanceta de</p><p>bronze e o mata, deverá dar escravo por escravo.</p><p>A ação e a reação, nesse caso, a punição, em uma sociedade é uma forma de estabelecer</p><p>uma ordem na sociedade. Assim, qual dos conceitos a seguir melhor descreve responsa-</p><p>bilidade civil?</p><p>a) Responsabilidade civil pode ser entendida como a obrigação de um indivíduo de reparar</p><p>os prejuízos causados a outras pessoas, em razão de atos praticados por elas.</p><p>b) A responsabilidade civil tem como único elemento o dano.</p><p>c) A responsabilidade civil tem como único elemento o fato gerador.</p><p>d) A responsabilidade civil tem como único elemento o nexo causal.</p><p>e) A responsabilidade civil não é descrita em legislação.</p><p>2. O agente causador do dano, no caso de culpa, não precisa ter a intenção de causar o dano, ele</p><p>pode ser causado pelo descuido. A culpa é uma conduta que provém de negligência, impru-</p><p>dência ou até imperícia, sem propósito de lesar, mas da qual resulta um dano. “Negligência</p><p>‘do latim negligentia, de negligere (desprezar, desatender, não cuidar), exprime a desatenção,</p><p>a falta de cuidado ou de precaução com que se executam certos atos, em virtude dos quais</p><p>se manifestam resultados maus ou prejudiciais, que não adviriam se mais atenciosamente</p><p>ou com a devida precaução, aliás, ordenada pela prudência, fossem executados. [...]</p><p>Por seu turno, imprudência ‘derivado do latim imprudentia (falta de atenção, imprevidência,</p><p>descuido), tem sua significação integrada na imprevisão. Mas, na terminologia jurídica, possui</p><p>sua acepção própria, que o distingue de outros vocábulos, compreendidos na classe das</p><p>imprevisões, tal como negligência. Assim, resultada imprevisão do agente ou da pessoa, em</p><p>relação às consequências de seu ato ou ação, quando devia e podia prevê-las. [...]</p><p>E, por fim, o termo imperícia ‘derivado do latim imperitia, de imperitus (ignorante, inábil, inex-</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>5</p><p>1</p><p>periente), entende-se, no sentido jurídico, a falta de prática ou ausência de conhecimentos,</p><p>que se mostram necessários para o exercício de uma profissão ou de uma arte qualquer.</p><p>A imperícia, assim, se revela na ignorância, como na inexperiência, ou inabilidade acerca da</p><p>matéria, que deveria ser conhecida, para que se leve a bom termo ou se execute com eficiência</p><p>o encargo ou serviço, que foi confiado a alguém” (MORAES et al., 2021, p. 44-45).</p><p>A culpa é caracterizada pela falta do cumprimento do dever jurídico,</p><p>ou ainda, omissão do</p><p>fazer, que resulta na violação do direito de outra pessoa. Isso pode ser resultante da negli-</p><p>gência, imprudência ou imperícia. Analise as afirmativas a seguir.</p><p>I - A negligência é caracterizada pela ausência de precauções que seriam necessárias para</p><p>evitar resultados prejudiciais e evitáveis.</p><p>II - A imprudência é a imprevisão de um agente sobre uma ação própria que gera, como</p><p>consequência, um ato que poderia ter sido previsto e evitável.</p><p>III - A imperícia é resultado da inexperiência ou inabilidade de um profissional na arte de</p><p>seu trabalho.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>3. “Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida</p><p>por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou im-</p><p>perícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para</p><p>o trabalho” (BRASIL, 2002). Em março de 2023, noticiou-se a morte de um bebê pela venda</p><p>incorreta de um medicamento: ao invés da dispensação de bromoprida em gotas (náusea,</p><p>dor, diminui contrações gástricas), houve a dispensação de tartarato de brimonidina, que é</p><p>um colírio para o controle do glaucoma.</p><p>O farmacêutico não comparou o nome do medicamento com a prescrição. Isso caracteriza</p><p>culpa por:</p><p>a) Negligência.</p><p>b) Imprudência.</p><p>c) Imperícia.</p><p>d) Não caracteriza culpa do farmacêutico.</p><p>e) Nexo causal.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>5</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Lei nº 3 .820, de 11 de novembro de 1960. Cria o Conselho Federal e os Conselhos</p><p>Regionais de Farmácia, e dá outras providências. Acesso em: 2 abr. 2024. Disponível em: https://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3820.htm. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasí-</p><p>lia, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/</p><p>constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá</p><p>outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compila-</p><p>do.htm. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de setembro de 1940. Código Penal. Disponível em: https://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm. Acesso: 2 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 10 .406 de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em: https://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução RDC nº 52, de 6 de outubro de 2011. Dispõe sobre a proibição do uso das</p><p>substâncias anfepramona, femproporex e mazindol, seus sais e isômeros, bem como interme-</p><p>diários e medidas de controle da prescrição e dispensação de medicamentos que contenham a</p><p>substância sibutramina, seus sais e isômeros, bem como intermediários e dá outras providências.</p><p>Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2011/res0052_06_10_2011.</p><p>html. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>CALAVIERI FILHO, S. Programa de Direito do Consumidor. São Paulo: Grupo GEN, 2022. E-book.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 596, de 21 de fevereiro de 2014.</p><p>Dispõe sobre o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e estabelece as</p><p>infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares. Brasília: CFF, 2014. Disponível em:</p><p>https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/596.pdf. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 724, de 29 de abril de 2022. Dispõe</p><p>sobre o Código de Ética, o Código de Processo Ético e estabelece as infrações e as regras</p><p>de aplicação das sanções ético-disciplinares. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/</p><p>dou/-/resolucao-n-724-de-29-de-abril-de-2022-402116878. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>DINIZ, M. H. Curso de direito civil brasileiro: responsabilidade civil. São Paulo: Editora Saraiva,</p><p>2022. v. 7. E-book.</p><p>MEZZOMO, L. C.; MONTEIRO, D. U. Deontologia e legislação. Porto Alegre: SAGAH, 2019. E-book.</p><p>MORAES, C. A. et al. Responsabilidade civil do farmacêutico e dos fornecedores da atividade</p><p>farmacêutica: de acordo com o código de ética, o código de defesa do consumidor e o código</p><p>civil. Curitiba: CRV, 2021. E-book.</p><p>5</p><p>1</p><p>1. Alternativa A. A responsabilidade civil é descrita no Código Civil brasileiro quando descreve:</p><p>“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a</p><p>repará-lo” (BRASIL, 2002). Os elementos que caracterizam a responsabilidade civil são o fato</p><p>gerador, o dano, o nexo causal e a culpa.</p><p>2. Alternativa E. As afirmativas apresentam as definições para os três tipos de culpa.</p><p>3. Alternativa A. São tipos de culpa:</p><p>• Negligência: caracterizada pela ausência de precauções que seriam necessárias para</p><p>evitar resultados prejudiciais e evitáveis.</p><p>• Imprudência: é a imprevisão de um agente sobre uma ação própria que gera, como</p><p>consequência, um ato que poderia ter sido previsto e evitável.</p><p>• Imperícia: é o resultado da inexperiência ou inabilidade de um profissional na arte</p><p>de seu trabalho.</p><p>• Nexo de causalidade: a relação entre causa e efeito — ligação entre a ação e o dano —,</p><p>ou seja, deve haver provas de que o dano foi causado pela conduta do agente.</p><p>GABARITO</p><p>5</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>CÓDIGO DE ÉTICA DA PROFISSÃO</p><p>FARMACÊUTICA E SUAS INFRAÇÕES</p><p>Apresentar as atividades privativas do farmacêutico.</p><p>Apresentar os órgãos representativos da profissão.</p><p>Apresentar os princípios do Código de Ética.</p><p>Detalhar os direitos dos profissionais farmacêuticos.</p><p>Detalhar os deveres e as proibições dos profissionais farmacêuticos.</p><p>Apresentar o Código de Processo Ético.</p><p>Explicar os procedimentos do processo ético e das sanções.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3</p><p>5</p><p>4</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Você já imaginou como seria um mundo em que os profissionais da saúde pu-</p><p>dessem fazer tudo o que quisessem, sem haver limites para as suas profissões?</p><p>As profissões da saúde, inclusive para a qual você está estudando, apresentam</p><p>normas reguladoras que descrevem comportamentos que devem ser seguidos</p><p>para o bom encaminhamento das atividades profissionais.</p><p>Nesse momento, como estudante, você precisa seguir as instruções do manual</p><p>do aluno da universidade e as cláusulas do contrato que assinou para receber os</p><p>serviços de educação. Podemos comparar o comportamento exigido do aluno</p><p>por esses documentos com a do profissional, que é exigida pelo Código de Ética</p><p>e demais normativas. Caso as normas não sejam seguidas, pela sua profissão</p><p>de estudante, infrações são previstas, como a reprovação em uma disciplina, o</p><p>pagamento de multas e até a sua expulsão.</p><p>Você pode imaginar que as infrações sejam exagero, mas é a forma como a</p><p>nossa sociedade encontrou para que as nossas atitudes beneficiem os demais e</p><p>que respeitemos os valores morais intrínsecos à nossa profissão e às atividades</p><p>que a ela são exclusivas.</p><p>Recentemente, uma farmácia foi fechada, e o farmacêutico indiciado por</p><p>venda ilegal de medicamentos controlados, além da óbvia infração contra a lei,</p><p>vendeu medicamentos que poderiam causar vício em seus usuários. Pense: quais</p><p>os prejuízos que as pessoas que consumiram esses medicamentos poderiam ter?</p><p>Poderia levar até a morte, não é?</p><p>Mais casos práticos de como é importante seguir o código de ética. Venha conosco</p><p>escutar o podcast! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente</p><p>virtual de aprendizagem .</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>5</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>ATIVIDADES PRIVATIVAS DO FARMACÊUTICO</p><p>As atividades farmacêuti-</p><p>cas são tão antigas quanto a</p><p>história do homem. Atual-</p><p>mente, o profissional divide</p><p>suas atividades com outros</p><p>profissionais, mas algumas,</p><p>considerando sua formação</p><p>técnica durante a graduação,</p><p>são privativas do farmacêu-</p><p>tico. O documento que des-</p><p>creve essas atividades é o Decreto do Governo Federal nº 85.878, de 7 de abril</p><p>de</p><p>1981, que estabelece normas para execução da Lei nº 3.820, de 11 de novembro</p><p>de 1960, sobre o exercício da profissão de farmacêutico e dá outras providências.</p><p>A lei, a qual o decreto se refere, é a que cria os Conselhos Federal e Estadual de</p><p>farmácia. As atividades privativas do farmacêutico são descritas no Art. 1º, do</p><p>Decreto, e incluem:</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Que tal relembrar um pouco sobre a responsabilidade civil do farmacêutico?</p><p>Aqui, vai uma opção de um artigo bem curtinho que relembra vários conceitos</p><p>importantes para sua profissão. Acesse: https://revista.uniabeu.edu.br/index.php/</p><p>RU/article/viewFile/3748/pdf</p><p>5</p><p>1</p><p>ATIVIDADE 1</p><p>Dispensação e manipulação de fórmulas magistrais e farmacopeicas.</p><p>ATIVIDADE 2</p><p>Assessoramento e responsabilidade técnica em: locais em que haja a fabricação ou o</p><p>controle de qualidade de produtos com indicação farmacêutica ou ação terapêutica,</p><p>anestésica, que causem dependência e aqueles auxiliares de diagnóstico; estabeleci-</p><p>mentos que pratiquem a extração, a purificação, o controle de qualidade, a inspeção</p><p>de qualidade, a análise prévia, a análise de controle e a análise fiscal de insumos</p><p>farmacêuticos de origem vegetal, animal e mineral; e em depósitos de produtos far-</p><p>macêuticos de qualquer natureza.</p><p>ATIVIDADE 3</p><p>A fiscalização profissional sanitária e técnica de empresas, estabelecimentos, setores,</p><p>fórmulas, produtos, processos e métodos farmacêuticos ou de natureza farmacêutica.</p><p>ATIVIDADE 5</p><p>A elaboração de laudos técnicos e a realização de perícias técnico-legais relacionados</p><p>às atividades descritas.</p><p>ATIVIDADE 6</p><p>O ensino de disciplinas privativas ao curso de farmácia, conforme legislação de ensino.</p><p>ATIVIDADE 7</p><p>Outras atividades não descritas, mas que se situam no domínio da capacitação técni-</p><p>co-científica profissional.</p><p>UNIASSELVI</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>De forma geral, pode-se dizer que as atividades exclusivas do farmacêutico estão</p><p>voltadas para a cadeia de valor dos medicamentos, o que abrange a produção, a</p><p>dispensação, a participação em políticas públicas, a fiscalização e o ensino sobre</p><p>a matéria (BRAGHIROLLI; STEFFENS; ROCKENBACH, 2017). Zubioli (2022)</p><p>explica que a atuação como único possível profissional responsável por todas as</p><p>etapas de sua fabricação e nas fases do ciclo do medicamento até à dispensação final,</p><p>também, dá-se por razões históricas, éticas, científicas, tecnológicas e de ordem</p><p>sanitária. Mais atualmente, a atividade clínica do farmacêutico tem sido cada vez</p><p>mais valorizada para a obtenção de tratamentos individualizados e de precisão.</p><p>Outras atividades são regulamentadas pelos Conselhos que coordenam a</p><p>amplitude das atividades. Além disso, outros órgãos, também, são responsáveis</p><p>pela organização das especialidades desses profissionais.</p><p>Órgãos representativos da profissão</p><p>No Brasil, segundo Zubioli (2022), o conceito de regulamentação profissional</p><p>pressupõe a criação, por lei, de um órgão fiscalizador e, sem a existência dele,</p><p>não se pode dizer que a profissão está regulamentada. No caso da farmácia, o</p><p>Conselho Federal de Farmácia (CFF), criado em 1960, regulamenta e estabelece</p><p>as normas da prática farmacêutica a nível federal. Segundo o Art. 10º, da Lei nº</p><p>3.820, de 11 de novembro de 1960, a função do conselho é “Fiscalizar o exercício</p><p>da profissão, impedindo e punindo as infrações à lei, bem como enviando às</p><p>autoridades competentes relatórios documentados sobre os fatos que apurarem</p><p>e cuja solução não seja de sua alçada” (BRASIL,1960).</p><p>Estruturalmente, em níveis estaduais, Conselhos Regionais de Farmácia são</p><p>formados, e eles apresentam subdivisões em micro-regiões, segundo o Art. 1º:</p><p>“ Ficam criados os Conselhos Federal e Regionais de Farmácia, do-</p><p>tados de personalidade jurídica de direito público, autonomia ad-</p><p>ministrativa e financeira, destinados a zelar pela fiel observância</p><p>dos princípios da ética e da disciplina da classe dos que exercem</p><p>atividades profissionais farmacêuticas no País (BRASIL, 1960).</p><p>Zubioli explica que, em 1995, a Lei nº 9.120 alterou a organização dos Conselhos de</p><p>Farmácia, implementando o princípio federativo, eleições diretas para as funções</p><p>5</p><p>8</p><p>administrativas, incluindo presidente e corpo diretor. Seus funcionários são con-</p><p>tratados por concurso público cujo cargo é equiparado ao de servidores públicos. A</p><p>prestação de contas é obrigatória e feita ao Tribunal de Contas da União. Ao Con-</p><p>selho, anualmente, o farmacêutico deve pagar anuidade referente à manutenção de</p><p>seu registro profissional ativo, conforme dispositivo previsto em lei.</p><p>Dentre as atribuições do CFF, estão: expedir resoluções, definindo ou mo-</p><p>dificando atribuições ou competência dos profissionais de Farmácia; propor as</p><p>modificações que se tornarem necessárias à regulamentação; organizar o Código</p><p>de Deontologia Farmacêutica; deliberar sobre questões oriundas do exercício de</p><p>atividades afins às do farmacêutico; e zelar pela saúde pública, promovendo a</p><p>assistência farmacêutica. Já aos Conselhos Regionais cabe fiscalizar o exercício</p><p>da profissão, registrar os farmacêuticos e habilitá-los ao exercício profissional</p><p>(CFF, [202?]).</p><p>Zubioli (2022) explica que os conselhos se classificam como autarquias cor-</p><p>porativas de fiscalização profissional cujos membros são inscritos compulsoria-</p><p>mente. Embora sejam entidades da classe, não são entidades representantes de</p><p>classe. Não devem, pois, ser confundidas com sindicatos e associações.</p><p>Outras instituições, também, auxiliam na representação profissional, como</p><p>sindicatos, associações e sociedades. Essas são definidas de acordo com a especia-</p><p>lidade e o local de trabalho. Suas contribuições são optativas, sendo obrigatórias</p><p>apenas àqueles que querem continuar associados. As sociedades, geralmente,</p><p>têm caráter científico cujos membros são responsáveis pela atuação e pesquisa</p><p>em determinada área de conhecimento. Para as demais, de modo sucinto, Mat-</p><p>sumoto (2021) resume atribuições em um quadro comparativo:</p><p>ATRIBUIÇÕES</p><p>CONSELHO</p><p>PROFISSIONAL</p><p>ASSOCIAÇÕES SINDICATOS</p><p>Inscrição Profissional Sim</p><p>Fiscalização Sim</p><p>Regulamentação pro-</p><p>fissional</p><p>Sim</p><p>UNIASSELVI</p><p>5</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Questões trabalhistas Sim</p><p>Piso salarial Sim</p><p>Convenção coletiva de</p><p>trabalho</p><p>Sim</p><p>Assessoria jurídica Sim</p><p>Capacitação Sim Sim</p><p>Pagamento de taxa</p><p>anual obrigatória</p><p>Sim Para associados Para associados</p><p>Quadro 1 - Comparação das atribuições dos conselhos profissionais, das associações e dos sindicatos</p><p>Fonte: adaptado de Matsumoto (2021).</p><p>CÓDIGO DE ÉTICA FARMACÊUTICA</p><p>O código de ética farmacêutica, estabelecido pela Resolução nº 724, de 29 de abril</p><p>de 2022, contém em seu preâmbulo:</p><p>“ O Código de Ética contém as normas que devem ser observadas</p><p>pelos farmacêuticos e os demais inscritos nos conselhos regionais</p><p>de farmácia no exercício do âmbito profissional respectivo, inclusive</p><p>nas atividades relativas ao ensino, à pesquisa e à administração/ges-</p><p>tão de serviços de saúde, bem como em quaisquer outras atividades</p><p>em que se utilize o conhecimento advindo do estudo da Farmácia,</p><p>em prol do zelo pela saúde (CFF, 2022, on-line, grifo nosso).</p><p>Assim, de forma clara e sucinta, explica a função do Código de Ética, que, de</p><p>forma mais ampla, tem, em seu conteúdo, princípios e orientações para que os</p><p>farmacêuticos se inspirem e regras para o exercício de sua profissão que devem</p><p>ser seguidas (ZUBIOLI, 2022). O autor, ainda, explica que ele se caracteriza por</p><p>representar uma mistura de código moral, que, de alguma forma, amplia e define</p><p>1</p><p>1</p><p>a doutrina hipocrática, com código administrativo, que regula, com precisão,</p><p>muitos aspectos práticos da profissão.</p><p>O primeiro título do código de ética refere-se ao exercício profissional, que,</p><p>como princípios fundamentais, têm</p><p>“ Art. 2º Todos os inscritos atuarão com respeito à vida humana, ao</p><p>meio ambiente e à liberdade de consciência nas situações de conflito</p><p>entre a ciência e os direitos e garantias fundamentais previstos na</p><p>Constituição Federal.</p><p>Art. 3º A dimensão ética profissional</p><p>é determinada em todos os</p><p>seus atos, sem qualquer discriminação, pelo benefício ao ser huma-</p><p>no, aos demais seres vivos, ao meio ambiente, e pela responsabili-</p><p>dade social e consciência de cidadania.</p><p>Art. 4º Todos os inscritos respondem individualmente ou, de forma</p><p>(responsabilidade) solidária, na forma da lei, ainda que por omissão,</p><p>pelos atos que praticarem, autorizarem ou delegarem no exercício</p><p>da profissão.</p><p>Art. 5º Todos os inscritos devem exercer a profissão com honra e</p><p>dignidade, devendo dispor de condições de trabalho e receber justa</p><p>remuneração por seu desempenho.</p><p>Art. 6º Todos os inscritos devem zelar pelo desempenho ético, man-</p><p>tendo o prestígio e o elevado conceito de sua profissão.</p><p>Art. 7° Todos os inscritos devem manter atualizados os seus conhe-</p><p>cimentos técnicos e científicos para aprimorar, de forma contínua,</p><p>o desempenho da atividade profissional.</p><p>Art. 8º A profissão farmacêutica deve ser exercida com vistas à pro-</p><p>moção, prevenção e recuperação da saúde, e sem fins meramente</p><p>mercantilistas.</p><p>Art. 9º O trabalho do farmacêutico deve ser exercido com autono-</p><p>mia técnica e sem a inadequada interferência de terceiros, tampou-</p><p>co com objetivo meramente de lucro, finalidade política, religiosa</p><p>ou outra forma de exploração em desfavor da sociedade.</p><p>Art. 10. Todos os inscritos devem cumprir as disposições legais e</p><p>regulamentares que regem a prática profissional no país, inclusive</p><p>aquelas previstas em normas sanitárias, sob pena de aplicação de</p><p>sanções disciplinares e éticas regidas por este regulamento.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Art. 11. Todos os inscritos devem exercer a profissão com justiça,</p><p>compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência,</p><p>responsabilidade, honestidade, legalidade e moralidade (CFF, 2022,</p><p>on-line, grifo nosso).</p><p>Os princípios fundamentais são diretrizes básicas e essenciais que norteiam as</p><p>ações, a fim de assegurar a justiça, a igualdade e a proteção dos direitos humanos.</p><p>Assim, pode-se dizer que esses princípios apresentados estão em acordância aos</p><p>da Constituição Federal do Brasil, em seu Art. 1º, além daqueles estabelecidos</p><p>pelos Princípios da Bioética, pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e</p><p>pelos Princípios para o Desenvolvimento Sustentável.</p><p>Mezzomo e Monteiro (2019) explicam que esses princípios funcionam como</p><p>alicerces que guiam o exercício da profissão por valores éticos e morais forma-</p><p>dos por atos regulatórios e diplomas legais vigentes. Assim, o farmacêutico deve</p><p>atuar com respeito à vida humana sem qualquer discriminação, pelo benefício</p><p>da população, ao meio ambiente e pela responsabilidade social, respondendo</p><p>individualmente pelos seus atos ou pelos atos que autorizar ou delegar no exer-</p><p>cício da profissão.</p><p>O descumprimento desses princípios caracteriza-se por transgressões que</p><p>podem ser punidas.</p><p>Direitos</p><p>Como direitos, de forma sucinta, todos os profissionais tem direito de manter</p><p>uma relação digna de trabalho com outros profissionais, em condições de tra-</p><p>balho e salário satisfatórias, ter acesso a informações técnicas atuais e obrigar o</p><p>cumprimento de legislações sanitárias vigentes.</p><p>É, também, de direito prescrever medicamentos isentos de prescrição médica</p><p>de acordo com as políticas de saúde pública vigente, executar a intercambialidade</p><p>e decidir sobre a não dispensação dos medicamentos visando à utilização racional</p><p>de medicamentos. A prescrição descrita conforme as diretrizes de tratamento</p><p>aprovadas em instituições de saúde, também, é de direito, desde que acordos</p><p>prévios sejam feitos com os demais prescritores.</p><p>Outros direitos dizem respeito à divulgação científica de acordo com as me-</p><p>lhores evidências disponíveis. Aos inscritos no CRF, outros direitos são descritos,</p><p>1</p><p>1</p><p>que, de modo geral, tem a finalidade de valorizar o profissional e a profissão</p><p>farmacêutica. A leitura integral do Código de Ética é de responsabilidade de</p><p>todo o profissional.</p><p>Deveres</p><p>Os farmacêuticos inscritos no CRF, durante o exercício, ou não, da profissão,</p><p>apresentam como dever: comunicar às autoridades infringências ao código de</p><p>ética e demais normas regulatórios, incluindo desvios de qualidade; supervi-</p><p>sionar colaboradores para que também os cumpram; promover e participar da</p><p>educação continuada; atuar de forma digna, conforme princípios da assistência</p><p>farmacêutica; e promover o Plano de Resíduos de Serviços de Saúde. Ainda,</p><p>devem dispor de seus serviços às autoridades mesmo que sem remuneração em</p><p>situações de emergência pública, respeitar o direito do paciente sobre seu tra-</p><p>tamento, saúde e bem-estar; comunicar em cinco dias úteis o seu desligamento</p><p>profissional; e formalizar procedimentos para a correta execução das atividades.</p><p>Proibições</p><p>As proibições descritas no Código de Ética são concordantes com princípios es-</p><p>tabelecidos no Código Penal e Código Civil brasileiro, então, é proibido: exercer</p><p>simultaneamente a medicina; armazenar, manipular e dispensar substâncias de</p><p>forma contrária à legislação vigente ou sem identificações claras de rotulagem e</p><p>aquelas que proibidas por força de lei; não informar ao CRF a responsabilidade</p><p>técnica sobre algum estabelecimento; dispensar prescrições contrárias à legis-</p><p>lação ou de outras profissões; e produzir, fabricar ou fornecer substâncias com</p><p>finalidade terapêutica ou diagnóstica em contrariedade a lei.</p><p>A todos os inscritos no CRF é proibido:</p><p>“ Art. 18. É proibido a todos os inscritos no CRF:</p><p>I - participar de qualquer tipo de experiência com fins bélicos,</p><p>raciais ou eugênicos, bem como de pesquisa não aprovada por</p><p>Comitê de Ética em Pesquisa/Comissão Nacional de Ética em Pes-</p><p>quisa (CEP/CONEP) ou Comissão de Ética no Uso de Animais</p><p>(CFF, 2022, on-line).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Além disso, é proibido divulgar dados sigilosos; exercer atividades não regulamen-</p><p>tadas ou sem conhecimento técnico mínimo; praticar atos danosos ou fraudulentos;</p><p>fornecer substâncias ou executar atividades que possam causar procedimento degra-</p><p>dante ou cruel em relação ao ser humano e aos animais; fazer declarações ou divul-</p><p>gações de informações falsas; utilizar mecanismos de coação, omissão ou suborno,</p><p>com pessoas físicas ou jurídicas, para conseguir qualquer tipo de vantagem indevida;</p><p>e quaisquer outros atos ou atividades que desrespeitem leis ou normas vigentes.</p><p>Títulos II e III, do Código de Ética</p><p>Os títulos II e III, do Código de Ética Farmacêutico, dizem respeito às Relações</p><p>Profissionais e Relação com Conselhos Profissionais. Ambos os títulos detalham</p><p>tais relações, as quais, anteriormente, já foram mencionadas nos Direitos, nos</p><p>Deveres e nas Proibições.</p><p>Infrações e Sanções Disciplinares</p><p>As infrações e as sanções disciplinares são descritas</p><p>no Título IV. O Art. 24 determina os tipos de sanções</p><p>disciplinares:</p><p>“ Art. 24. As sanções disciplinares, defini-</p><p>das nos termos da seção III desta resolu-</p><p>ção, e conforme previstas na Lei Federal</p><p>nº 3.820/60, consistem em:</p><p>I - advertência, com ou sem o uso da</p><p>palavra ‘censura’, sem publicidade, mas</p><p>com registro no prontuário;</p><p>II - multa no valor de 1 (um) salário mí-</p><p>nimo a 3 (três) salários mínimos regio-</p><p>nais, que será elevada ao dobro em caso</p><p>de reincidência;</p><p>III - suspensão de 3 (três) meses a 1</p><p>(um) ano;</p><p>IV - eliminação (CFF, 2022, on-line).</p><p>1</p><p>4</p><p>O processo ético disciplinar é descrito na seção II da resolução e</p><p>será abordado posteriormente.</p><p>CÓDIGO DE PROCESSO ÉTICO</p><p>O código de processo ético descreve por quem e como o processo será elaborado.</p><p>Além disso, informa que, nos casos em que for omisso, deverá seguir as normas</p><p>do devido processo legal, conforme legislação vigente. Todo processo deverá</p><p>seguir em caráter sigiloso.</p><p>Os profissionais, enquanto houver a apuração do processo ético, poderão</p><p>pedir transferência a outra regional sem interrupção do processo no CRF ori-</p><p>ginal. As comissões de ética serão elaboradas em Conselhos Regionais e terão</p><p>em sua composição: no mínimo, três farmacêuticos nomeados pela Diretoria</p><p>do CRF, homologados</p><p>pelo Plenário, com mandato igual ao da Diretoria. Esses</p><p>não poderão ser membros das diretorias, dos conselheiros ou dos empregados</p><p>do CRF. Poderá haver a formação de mais de uma comissão, conforme demanda</p><p>do conselho regional.</p><p>A apuração ética deverá seguir cronologicamente os seguintes passos:</p><p>I - Recebimento da denúncia.</p><p>II - Instauração ou arquivamento.</p><p>III - Montagem do processo ético-disciplinar.</p><p>IV - Instalação dos trabalhos.</p><p>V - Conclusão da Comissão de Ética.</p><p>VI - Julgamento.</p><p>VII - Recurso.</p><p>VIII - Execução.</p><p>IX - Revisão.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Em caso de recurso, o processo seguirá para a avaliação do comitê de ética do</p><p>Conselho Federal de Farmácia. Essas etapas serão brevemente abordadas no</p><p>próximo subtítulo.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Do Recebimento das Denúncias ao Julgamento</p><p>A apuração do processo ético-disciplinar inicia-se por ato do presidente do CRF,</p><p>quando tomar ciência inequívoca do ato ou da matéria que caracterize infração</p><p>ética profissional, ou da infração ética profissional, por meio do Relatório de</p><p>Fiscalização do CRF. Na impossibilidade de o presidente e os diretores instau-</p><p>rarem o processo, o ato, a matéria ou a infração ética deverá ser encaminhado</p><p>diretamente ao comitê de ética.</p><p>Após o recebimento da denúncia, a comissão terá 30 dias úteis para divulgar</p><p>o parecer que deve constar a seguinte expressão: “pela instauração de processo</p><p>ético-disciplinar” ou “pelo arquivamento”. O processo deverá conter os autos, os</p><p>despachos, os pareceres e as decisões juntados, preferencialmente, em ordem</p><p>cronológica e numerados, podendo o processo ser no formato digital.</p><p>Introdução à profissão: farmácia</p><p>Este livro traz um mergulho, de modo resumido, na profissão</p><p>farmacêutica.</p><p>INDICAÇÃO DE LIVRO</p><p>Após a instalação dos trabalhos, o presidente da comissão nomeará um relator</p><p>e um secretário, sendo o último empregado do CRF. O relator, então, intimidará</p><p>pessoas por meio do uso de meios de comunicação formais ou outra forma que</p><p>seja para a ciência inequívoca do indivíduo. Determinado o momento em que</p><p>ocorrerá a sessão, até três testemunhas poderão ser ouvidas em favor do indi-</p><p>ciado, que, também, tem direito a um advogado. Após diligências necessárias,</p><p>um relatório é emitido.</p><p>No momento da sessão, somente serão permitidos estar presentes no recinto</p><p>os membros da Comissão de Ética, o depoente e seu procurador, as testemunhas</p><p>individualmente, o advogado do CRF e o empregado do CRF, responsável por</p><p>1</p><p>1</p><p>secretariar a Comissão de Ética. A sessão poderá ser gravada para exclusivo uso</p><p>da Comissão de Ética.</p><p>O relatório:</p><p>“ [...] inclui um sucinto relato dos fatos, a explícita referência ao local,</p><p>data e hora da infração, e a apreciação das provas acolhidas, além de</p><p>uma parte conclusiva, com a apreciação do valor probatório das pro-</p><p>vas, indicando expressamente a infração e os dispositivos do Código</p><p>de Ética infringidos, e se houve ou não culpa (CFF, 2022, on-line).</p><p>Concluído o processo, o presidente da Comissão de Ética remeterá os autos ao</p><p>presidente do CRF para adoção das providências cabíveis de encaminhamento,</p><p>visando ao julgamento do processo em sessão plenária (Art. 22). Na sessão do</p><p>plenário, o relator lerá seu parecer, e o indiciado terá dez minutos para a defesa.</p><p>O Art. 29 descreve que, ao final, um acórdão será emitido, conforme:</p><p>“ A decisão do Plenário terá a forma de acórdão, a ser lavrado de</p><p>acordo com o parecer do conselheiro cujo voto tenha sido adota-</p><p>do, com expressa numeração própria, número do processo, nome</p><p>do indiciado e seu número de inscrição no CRF, procuradores, se</p><p>existentes, e um documento de identificação e, no caso de advogado,</p><p>o número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),</p><p>relator e revisor, se houver, além de ementa com palavras-chave de</p><p>pesquisa, dispositivos infringidos, pena aplicada, forma de votação</p><p>e data, sob pena de nulidade (CFF, 2022, on-line).</p><p>Após a finalização do processo, cabe recurso ao CFF no período de 30 dias úteis.</p><p>Além disso, o CRF será responsável pela execução da decisão proferida em pro-</p><p>cesso ético-disciplinar, que, após um ano do trânsito em julgado, poderá ser</p><p>solicitada a revisão.</p><p>Infrações e regras de aplicação de sanções disciplinares</p><p>A seção III estabelece as infrações e as regras de aplicação das sanções disciplina-</p><p>res. Para determiná-las, serão observadas a tipificação da conduta, a reincidência,</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>a análise do fato e as consequências ao exercício profissional e à saúde coletiva,</p><p>sem prejuízo das sanções de natureza civil ou penal cabíveis (Art. 2), atendendo</p><p>aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Ainda, existem situações</p><p>excludentes de ilicitude e circunstâncias atenuantes e outras agravantes. As san-</p><p>ções podem ser:</p><p>“ Art. 7º Observada a individualização da pena, as sanções possíveis são:</p><p>I - advertência, sem publicidade, mas com registro no prontuário;</p><p>II - advertência com o uso da palavra “censura”, sem publicidade,</p><p>mas com registro no prontuário;</p><p>III - multa de 01 (um) a 03 (três) salários mínimos regionais, que</p><p>serão elevados ao dobro no caso de reincidência;</p><p>IV - suspensão do exercício profissional de 3 (três) a 12 (doze) me-</p><p>ses, nos casos de falta grave, de pronúncia criminal ou de prisão em</p><p>virtude de sentença;</p><p>V - de eliminação, que será imposta aos que porventura houverem</p><p>perdido algum dos requisitos dos artigos 15 e 16 da Lei nº 3.820/60,</p><p>para fazer parte do CRF, inclusive aos que forem convencidos pe-</p><p>rante o CFF ou em juízo, de incontinência pública e escandalosa ou</p><p>de embriaguez habitual, e aos que, por faltas graves, já tenham sido</p><p>três vezes condenados definitivamente a penas de suspensão, ainda</p><p>que em conselhos regionais diversos (CFF, 2022, on-line).</p><p>São situações excludentes de ilicitude: a legítima defesa, o estado de necessidade,</p><p>o estrito cumprimento do dever legal e o exercício regular de direito, a coação</p><p>moral irresistível (por exemplo, sob ameaça de morte) e a obediência hierárquica.</p><p>São circunstâncias atenuantes:</p><p>■ a caracterização de caso fortuito ou força maior;</p><p>■ o profissional nunca ter sofrido qualquer penalidade ao longo de seu</p><p>histórico profissional;</p><p>■ o infrator ter, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após</p><p>a infração, minorar as consequências, ou ter, antes do processo ético-</p><p>disciplinar, reparado o dano;</p><p>■ a ação ou omissão do indiciado não ter sido o fundamento para a</p><p>consecução do evento (CFF, 2022).</p><p>1</p><p>8</p><p>O Art. 10 aborda as situações agravantes:</p><p>“ I - a existência de dolo na conduta do infrator;</p><p>II - a comprovação de dano material, psicológico, físico ou moral</p><p>a terceiros;</p><p>III - a obtenção de vantagem pecuniária ou outra vantagem inde-</p><p>vida pelo infrator;</p><p>IV - conluio para a prática da infração;</p><p>V - a infração ter sido realizada no exercício de cargo eletivo de</p><p>órgão representativo da categoria farmacêutica;</p><p>VI - a infração cometida contra criança, gestante, incapaz ou pessoa</p><p>com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;</p><p>VII - profissional reincidente;</p><p>VIII - quando o profissional é também sócio ou proprietário;</p><p>IX - suborno ou coação a terceiro para execução da infração (CFF,</p><p>2022, on-line).</p><p>Acesse o material e fique por dentro deste tema importante que contribuirá para</p><p>o seu desenvolvimento.</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>EM FOCO</p><p>As sanções são decididas individualmente, conforme o caso relatado.</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>O Código de Ética traz à tona comportamentos morais inerentes à profissão farma-</p><p>cêutica. O estudo de caso a seguir, relatado pelo Conselho Regional de Farmácia de</p><p>São Paulo, apresenta diversas infrações ao Código de Ética. Leia o caso com calma</p><p>e verifique tudo o que pode ser alterado para a correta atividade farmacêutica.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Dr. Farmacêutico atuou como sócio proprietário e Farmacêutico Responsável</p><p>pelo estabelecimento Distribuidora de Medicamentos XYZ. A coordenadora de</p><p>Vigilância em Saúde denunciou o estabelecimento informando que:</p><p>A empresa Distribuidora de Medicamentos XYZ foi inspecionada por equipe</p><p>técnica da COVISA para verificação de Boas Práticas de Armazenamento e</p><p>Distribuição de medicamentos. Na ocasião, a equipe inspetora evidenciou a</p><p>presença de 92 frascos do medicamento IMUNOGLOBULIN® solução injetável</p><p>IV 0,5g, da embalagem original de 100 frascos, armazenados em desacordo com</p><p>as recomendações do fabricante, pois requer armazenamento em temperaturas</p><p>entre 2 e 8 °C. No momento da inspeção, eles estavam armazenados em</p><p>temperatura ambiente, sendo que a empresa não possui um refrigerador para o</p><p>armazenamento adequado dos medicamentos termolábeis. O armazenamento</p><p>fora das condições recomendadas pelo fabricante representa risco sanitário,</p><p>pois a eficácia e a segurança dos medicamentos não podem ser asseguradas.</p><p>Foi evidenciado ainda que houve a comercialização fracionada do medicamento</p><p>termolábil IMUNOGLOBULIN® solução injetável IV 0,5g para hospital público,</p><p>conforme nota fiscal. Frente à gravidade da situação e considerando que o</p><p>profissional farmacêutico é um profissional da saúde, vimos, por meio deste,</p><p>informar a esse órgão competente, para conhecimento e providências cabíveis</p><p>com o responsável técnico pelo estabelecimento</p><p>Por meio desse caso, verificamos uma série de irregularidades que ameaçam a vida</p><p>e a saúde. Os medicamentos são armazenados com portas abertas, permitindo a</p><p>entrada de insetos, e sem controle de temperatura e umidade, em contato direto</p><p>com paredes, teto e piso. Há fracionamento irregular, com rompimento de lacre</p><p>de embalagem, e a aquisição de medicamentos de diversas distribuidoras levanta</p><p>preocupações sobre sua procedência e qualidade. Além disso, os medicamentos</p><p>termolábeis são armazenados sem monitoramento de temperatura e umidade,</p><p>e sua distribuição é feita sem refrigeração adequada ou transporte validado. A</p><p>venda de medicamentos sem nota fiscal representa uma violação séria das regu-</p><p>lamentações, comprometendo a integridade e segurança dos produtos fornecidos.</p><p>1</p><p>1</p><p>1. O Código de Ética contém as normas que devem ser observadas pelos farmacêuticos e os</p><p>demais inscritos nos conselhos regionais de farmácia no exercício do âmbito profissional</p><p>respectivo, inclusive nas atividades relativas ao ensino, à pesquisa e à administração/gestão</p><p>de serviços de saúde e em quaisquer outras atividades em que se utilize o conhecimento</p><p>advindo do estudo da Farmácia, em prol do zelo pela saúde (CFF, 2022).</p><p>São princípios fundamentais:</p><p>a) Justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabili-</p><p>dade, honestidade, legalidade e moralidade.</p><p>b) Justiça, descompromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsa-</p><p>bilidade, honestidade, legalidade e moralidade.</p><p>c) Justiça, compromisso, inequidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabi-</p><p>lidade, honestidade, legalidade e moralidade.</p><p>d) Justiça, compromisso, equidade, irresolutividade, dignidade, competência, responsabi-</p><p>lidade, honestidade, legalidade e moralidade.</p><p>e) Justiça, compromisso, equidade, resolutividade, indignidade, competência, responsabi-</p><p>lidade, honestidade, legalidade e moralidade.</p><p>2. Analise as afirmativas a seguir. São atividades privativas do profissional farmacêutico:</p><p>I - Ensino de disciplinas do curso de graduação exclusivas do curso de farmácia.</p><p>II - A fiscalização profissional sanitária e técnica de empresas, estabelecimentos, setores,</p><p>fórmulas, produtos, processos e métodos farmacêuticos ou de natureza farmacêutica.</p><p>III - A elaboração de laudos técnicos e a realização de perícias técnico-legais relacionados</p><p>com atividades, produtos, fórmulas, processos e métodos farmacêuticos.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>3. O Código de Ética Farmacêutica (Resolução nº 724, de 29 de abril de 2022) dispõe sobre</p><p>o Código de Ética, o Código de Processo Ético e estabelece as infrações e as regras de</p><p>aplicação das sanções ético-disciplinares).</p><p>Analise as afirmativas de acordo com os direitos dos profissionais farmacêuticos.</p><p>I - A execução da intercambialidade e a decisão sobre a não dispensação de medicamentos</p><p>visam à utilização irracional de medicamentos.</p><p>II - Profissionais farmacêuticos têm o direito de manter uma relação digna de trabalho, em</p><p>condições de trabalho e remuneração satisfatórios.</p><p>III - É assegurado o direito à prescrição de medicamentos isentos de prescrição médica, sem</p><p>a necessidade de considerar as políticas de saúde pública vigentes.</p><p>IV - A leitura integral do Código de Ética é uma responsabilidade exclusiva dos profissionais</p><p>inscritos no CRF, de acordo com os direitos conferidos pelo texto.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) II e IV, apenas.</p><p>c) III e IV, apenas.</p><p>d) I, II e III, apenas.</p><p>e) I, II, III e IV.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRAGHIROLLI, D. I.; STEFFENS, D.; ROCKENBACH, L. Introdução à profissão: farmácia. Porto</p><p>Alegre: Grupo A, 2017. E-book.</p><p>BRASIL. Lei nº 3 .820, de 11 de novembro de 1960. Cria o Conselho Federal e os Conselhos</p><p>Regionais de Farmácia, e dá outras providências. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/</p><p>legin/fed/lei/1960-1969/lei-3820-11-novembro-1960-354345-publicacaooriginal-1-pl.html.</p><p>Acesso em: 4 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Decreto nº 85.878, de 7 de abril de 1981. Estabelece normas para execução da Lei nº</p><p>3.820, de 11 de novembro de 1960, sobre o exercício da profissão de farmacêutico, e dá outras</p><p>providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d85878.</p><p>htm. Acesso em: 4 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 724, de 29 de abril de 2022. Dispõe</p><p>sobre o Código de Ética, o Código de Processo Ético e estabelece as infrações e as regras</p><p>de aplicação das sanções ético-disciplinares. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/</p><p>dou/-/resolucao-n-724-de-29-de-abril-de-2022-402116878. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Sobre o CFF. [202?]. Disponível em: https://site.cff.</p><p>org.br/sobre. Acesso em: 4 abr. 2024.</p><p>MATSUMOTO, A. K. Ética e deontologia. São Paulo: Saraiva, 2021. E-book.</p><p>ZUBIOLI, A. Deontologia Farmacêutica. Ética e Farmácia. Curitiba: CRV, 2022. E-book.</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Alternativa A. Os valores fundamentais preservam os princípios éticos e morais da nossa</p><p>sociedade e profissão, a fim de cumprir com a Constituição Federal Brasileira, Código Civil e</p><p>Penal, e determinações internacionais, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos</p><p>e o Código de Nuremberg. Nesse caso, para o exercício da profissão estão descritos no Art.</p><p>11, do Código de Ética Farmacêutico de 2022 (RESOLUÇÃO Nº 724, DE 29 DE ABRIL DE 2022),</p><p>Capítulo I - Dos Princípios Fundamentais.</p><p>2. Alternativa E. As atividades privativas do farmacêutico estão descritas conforme o Decreto nº</p><p>85.878, de 07 de abril de 1981, que estabelece normas para execução da Lei nº 3.820, de 11</p><p>de novembro de 1960, sobre o exercício da profissão de farmacêutico, e dá outras providên-</p><p>cias. No Art. 1º, define-se quais são as atribuições privativas dos profissionais farmacêuticos.</p><p>3. Alternativa B. A afirmativa I Está incorreta, a execução da intercambialidade e a decisão sobre</p><p>a não dispensação de medicamentos visam à utilização racional de medicamentos, e não à</p><p>utilização irracional. A afirmativa II está correta, os profissionais farmacêuticos têm o direito</p><p>de manter uma relação digna de trabalho com outros profissionais, em condições de tra-</p><p>balho e remuneração satisfatórios. A afirmativa III está incorreta, é de direito a prescrição de</p><p>medicamentos isentos de prescrição médica de acordo com as políticas de saúde pública</p><p>vigentes. A afirmativa IV está correta, aos inscritos no CRF são conferidos direitos que, de</p><p>maneira geral, visam à valorização do profissional e da profissão farmacêutica e é destacada</p><p>a leitura integral do Código de Ética como responsabilidade do profissional.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>4</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>5</p><p>UNIDADE 2</p><p>MINHAS METAS</p><p>ATIVIDADES FARMACÊUTICAS</p><p>NO SUS E POLÍTICAS EM SAÚDE</p><p>Expor as diversas áreas de atuação do farmacêutico no Sistema Único de Saúde (SUS).</p><p>Apresentar, de forma abrangente, a Política Nacional de Medicamentos.</p><p>Explorar, detalhadamente, a Política Nacional de Assistência Farmacêutica.</p><p>Elaborar explicações claras sobre o conceito e aplicações da Relação Nacional de Medi-</p><p>camentos Essenciais (Rename).</p><p>Oferecer uma análise abrangente sobre o Formulário Terapêutico Nacional.</p><p>Explorar os Protocolos Clínicos e as Diretrizes Terapêuticas, fornecendo uma compreen-</p><p>são aprofundada.</p><p>Apresentar os conceitos essenciais para a leitura e interpretação de normas relacionadas</p><p>à área farmacêutica.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 4</p><p>1</p><p>8</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Neste tema de aprendizagem, exploraremos a atuação do farmacêutico no Sis-</p><p>tema Único de Saúde (SUS). É uma área de extrema importância em que o far-</p><p>macêutico desempenha papel crucial na garantia de acesso a medicamentos</p><p>seguros e eficazes, além de contribuir para o uso racional desses produtos. Essa</p><p>contribuição é significativa para o funcionamento efetivo do SUS, indo desde a</p><p>pesquisa e a produção de medicamentos até a distribuição, assegurando a quali-</p><p>dade e eficácia dos produtos e, consequentemente, impactando diretamente na</p><p>qualidade de vida da população.</p><p>O farmacêutico está presente em diversas áreas, como assistência farmacêu-</p><p>tica, vigilância sanitária, farmácia hospitalar, entre outras, desempenhando papel</p><p>fundamental na orientação aos pacientes sobre o uso correto dos medicamentos.</p><p>Essa atuação gera grande impacto no sistema de saúde. No entanto também é</p><p>importante refletirmos sobre os desafios e as oportunidades dessa atuação. Você</p><p>conhece alguém que já tenha sido atendido por um farmacêutico em uma Uni-</p><p>dade Básica de Saúde? Na sua cidade, os farmacêuticos têm postura ativa nas</p><p>equipes multidisciplinares de saúde? Converse com amigos e familiares. Vários</p><p>estudos têm demonstrado o potencial do farmacêutico em melhorar os resulta-</p><p>dos terapêuticos e reduzir custos, mas, ainda, há muito a ser explorado nessa área.</p><p>O sucesso da atuação do farmacêutico no SUS é um tema que pode ser conside-</p><p>rado utópico por algumas pessoas, mas existem muitos casos de sucesso. Venha</p><p>conhecer alguns no nosso podcast! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo</p><p>digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Que tal relembrar algumas normas aplicadas à atuação farmacêutica</p><p>por meio de um passatempo? Aproveite o material do Conselho Federal</p><p>de Farmácia (CFF): https://admin.cff.org.br/src/uploads/publicacao/</p><p>arquivo/60564799f0ad7ec837bc8c75941bce3d5b37fd27.pdf.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>O Decreto nº 85.878, de 7 de abril de 1981, estabelece as atribuições privativas</p><p>dos profissionais farmacêuticos, que incluem a dispensação e a manipulação de</p><p>fórmulas magistrais, o assessoramento em indústrias farmacêuticas, a fiscalização</p><p>técnica, a elaboração de laudos técnicos, o ensino superior e outras atividades téc-</p><p>nico-científicas na área, desde que estejam dentro de sua capacitação. Braghirolli,</p><p>Steffens e Rockenbach (2017) explicam que os farmacêuticos têm atividades pri-</p><p>vativas em toda a cadeia de pesquisa, desenvolvimento, produção, distribuição,</p><p>dispensação e fiscalização de medicamentos. Na produção, eles garantem boas</p><p>práticas, otimizam processos e asseguram a qualidade. Na pesquisa, dedicam-se</p><p>ao aprimoramento de produtos, enquanto, na esfera regulatória, cuidam da docu-</p><p>mentação e do design da embalagem. Na área comercial, representam produtos,</p><p>definem planos de distribuição e gerenciam processos de devolução, exigindo</p><p>habilidades específicas para garantir qualidade e segurança.</p><p>Os farmacêuticos desempenham papel crucial em diversas áreas, abrangendo</p><p>desde a produção até a comercialização de medicamentos. Suas responsabilidades</p><p>incluem garantir boas práticas na fabricação, assegurar a qualidade na análise de</p><p>insumos e produtos e aprimorar a formulação e embalagem de novos produtos.</p><p>Além disso, atuam na esfera regulatória, mantendo documentação atualizada e</p><p>atendendo às leis vigentes. Na área comercial, representam produtos e gerenciam</p><p>a distribuição, seguindo as Boas Práticas de Distribuição e Transporte. Cada</p><p>uma dessas áreas demanda habilidades específicas, destacando a importância do</p><p>conhecimento técnico dos farmacêuticos para garantir a qualidade e segurança</p><p>dos produtos e serviços oferecidos, tanto na esfera pública quanto na privada.</p><p>As atividades junto à população podem ser dadas no escopo da saúde</p><p>pública ou privada. Dentro da esfera pública, parte de sua participação será</p><p>abordada neste material.</p><p>8</p><p>1</p><p>A ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO NAS POLÍTICAS</p><p>NACIONAIS EM SAÚDE</p><p>Atuação do farmacêutico no Sistema Único de Saúde</p><p>A presença do farmacêutico no Sistema</p><p>Único de Saúde (SUS) desempenha papel</p><p>crucial na proteção da população, promo-</p><p>ção da saúde e redução de custos. Atuando</p><p>em equipes multidisciplinares em diversas</p><p>instalações de saúde, tanto públicas quanto</p><p>privadas, o farmacêutico demonstra impac-</p><p>to econômico positivo e melhora resultados</p><p>terapêuticos em condições, como diabetes,</p><p>hipertensão e doenças cardiovasculares.</p><p>Contribuindo para a adesão à farmacoterapia, a redução da polifarmácia e a</p><p>melhoria da qualidade de vida, o farmacêutico, na atenção primária, evita inter-</p><p>nações prolongadas, cuida de pacientes com doenças crônicas, educa sobre saúde</p><p>e proporciona intervenções terapêuticas eficientes. As atividades do farmacêutico</p><p>no SUS envolvem gestão logística da assistência farmacêutica para garantir acesso</p><p>a medicamentos e insumos, além de serviços assistenciais integrados às equipes</p><p>de saúde, focados na promoção e no cuidado à saúde, especialmente para reduzir</p><p>desigualdades em áreas remotas ou entre grupos vulneráveis (BRAGHIROLLI;</p><p>STEFFENS; ROCKENBACH, 2017; CFF, 2020).</p><p>Como foi construída a atuação do farmacêutico no SUS?</p><p>A trajetória da promoção da saúde teve início com a Política Nacional da Pro-</p><p>moção à Saúde, sendo impulsionada por debates sobre a influência econômica e</p><p>social na saúde nos anos 1960. O Movimento de Promoção à Saúde no Canadá,</p><p>exemplificado pelo Informe Lalonde de 1974, enfatizou a abordagem preventiva</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>em contraposição ao controle de doenças. No Brasil, a promoção da saúde foi</p><p>integrada, gradualmente, nas políticas a partir dos anos 1980, influenciada pela</p><p>8ª Conferência Nacional de Saúde e pela Reforma Sanitária. A Constituição de</p><p>1988 e a criação do SUS foram marcos significativos ao garantir acesso univer-</p><p>sal e integral aos serviços de saúde. A Política Nacional de Promoção da Saúde,</p><p>implementada em 2006, representou uma resposta aos desafios complexos da</p><p>produção de saúde, buscando o diálogo entre setores e formação de redes de</p><p>compromisso pela qualidade de vida. Após uma revisão em 2014, a política foi</p><p>revogada, em 2017, pela Portaria de Consolidação nº 2, que consolida as normas</p><p>das políticas nacionais do SUS.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Mas o que é uma política nacional?</p><p>De forma simples, uma política nacional é explicada no prefácio da Portaria nº</p><p>3.916, de 30 de outubro de 1998, que descreve qual a política nacional de medi-</p><p>camentos a ser adotada.</p><p>Políticas configuram decisões de caráter geral que apontam os rumos e as linhas</p><p>estratégicas de atuação de determinada gestão. Assim, devem ser explicitadas</p><p>de forma a:</p><p>• Tornar públicas e expressas as intenções do Governo.</p><p>• Permitir o acesso da população em geral e dos formadores de opinião, em</p><p>particular, à discussão das propostas de Governo.</p><p>• Orientar o planejamento governamental no detalhamento de programas, pro-</p><p>jetos e atividades.</p><p>• Funcionar como orientadoras da ação do Governo, reduzindo os efeitos da</p><p>descontinuidade administrativa e potencializando os recursos disponíveis</p><p>(BRASIL, 1998).</p><p>APROFUNDANDO</p><p>8</p><p>1</p><p>O processo de formulação de políticas no Ministério da Saúde é descrito como</p><p>um esforço participativo que abrange a coleta de informações internas e externas</p><p>para criar um documento inicial. Esse documento serve como base para discus-</p><p>sões em diversas instâncias, envolvendo órgãos do Ministério, gestores do SUS,</p><p>grupos relacionados ao tema da política e a população em geral, por meio do</p><p>Conselho Nacional de Saúde. As opiniões coletadas contribuem para moldar</p><p>a versão final da política, que é avaliada e aprovada pelo Ministro da Saúde. A</p><p>Secretaria de Políticas de Saúde conduz esse processo em nível nacional, identi-</p><p>ficando demandas, gerenciando políticas estratégicas e avaliando continuamente</p><p>para melhorias. Simultaneamente, é crucial elaborar ou reorientar planos, pro-</p><p>jetos e atividades para implementar as políticas formuladas. A participação do</p><p>farmacêutico nas políticas públicas é garantida pela Lei Orgânica da Saúde (Lei</p><p>nº 8.080, de 19 de setembro de 1990), que estabelece:</p><p>“ Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único</p><p>de Saúde (SUS):</p><p>I - a execução de ações:</p><p>[...]</p><p>d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica (BRA-</p><p>SIL, 1990)</p><p>Para sua implementação algumas políticas públicas foram estabelecidas no de-</p><p>correr dos anos: a Política Nacional de Medicamentos (Portaria MS nº 3.916,</p><p>de 30 de outubro de 1998) e a Política Nacional de Assistência Farmacêutica</p><p>(Resolução MS nº 338, de 6 de maio de 2004).</p><p>Política Nacional de Medicamentos</p><p>A Política Nacional de Medicamentos (PNM), do Ministério da Saúde do Brasil,</p><p>visa assegurar acesso equitativo, seguro e efetivo a medicamentos essenciais para</p><p>toda a população. Seus objetivos incluem garantir disponibilidade, acessibilidade,</p><p>qualidade e uso apropriado de medicamentos, promovendo saúde e prevenção</p><p>de doenças. A PNM, também, busca impulsionar a produção nacional de medi-</p><p>camentos, fortalecer a indústria farmacêutica e estimular pesquisa e desenvol-</p><p>vimento de novos fármacos. Por meio de regulação, assistência farmacêutica,</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>vigilância sanitária e educação em saúde, a política desempenha papel crucial no</p><p>SUS para aprimorar os cuidados com a saúde da população brasileira (BRASIL,</p><p>1998). Suas diretrizes incluem:</p><p>DIRETRIZ 1</p><p>Adoção de relação de medicamentos essenciais.</p><p>DIRETRIZ 2</p><p>Regulamentação sanitária de medicamentos.</p><p>DIRETRIZ 3</p><p>Reorientação da assistência farmacêutica.</p><p>DIRETRIZ 4</p><p>Promoção do uso racional de medicamento.</p><p>DIRETRIZ 5</p><p>Desenvolvimento científico e tecnológico.</p><p>DIRETRIZ 6</p><p>Promoção da produção de medicamentos.</p><p>DIRETRIZ 7</p><p>Garantia da segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos.</p><p>DIRETRIZ 8</p><p>Desenvolvimento e capacitação de recursos humanos.</p><p>8</p><p>4</p><p>O SUS disponibiliza medicamentos, de forma ambulatorial, por meio de três Com-</p><p>ponentes da Assistência Farmacêutica: básico, estratégico e especializado. Cada</p><p>componente possui características, organização, financiamento e lista de medica-</p><p>mentos diferentes. O componente básico trata dos principais problemas de saú-</p><p>de na Atenção Primária e é financiado pelos três níveis de governo. O repasse de</p><p>recursos varia de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal.</p><p>O Ministério da Saúde, também, é responsável pela aquisição e distribuição de al-</p><p>guns medicamentos específicos. O componente estratégico atende a doenças com</p><p>impacto endêmico e negligenciadas, financiando e distribuindo medicamentos, de</p><p>forma centralizada. O componente especializado garante acesso a medicamentos</p><p>para doenças crônicas, inclusive raras, definidos em Protocolos Clínicos e Diretri-</p><p>zes Terapêuticas. Os medicamentos são divididos em três grupos de financiamento,</p><p>com responsabilidades distintas entre o Ministério da Saúde e as Secretarias de</p><p>Saúde dos estados e municípios. Medicamentos hospitalares têm procedimentos es-</p><p>pecíficos e são financiados pelo bloco de Média e Alta Complexidade Ambulatorial</p><p>e Hospitalar, não sendo listados na Rename (Relação Nacional de Medicamentos</p><p>Essenciais), exceto algumas exceções.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Parte da importância da PNM se deve à implementação dos medicamentos genéricos</p><p>no mercado brasileiro. Você sabe quais são as diferenças e semelhanças entre os</p><p>medicamentos genéricos, similares e de referência?</p><p>Política Nacional de Assistência Farmacêutica</p><p>A Política Nacional de Assistência Farmacêutica visa garantir o acesso contínuo</p><p>e seguro da população a medicamentos essenciais. Isso é alcançado por meio da</p><p>adoção de uma lista nacional de referência, descentralização da vigilância sanitá-</p><p>ria, promoção do uso racional de medicamentos e estímulo ao desenvolvimento</p><p>científico e tecnológico na área farmacêutica. A política, também, busca promo-</p><p>ver a produção de medicamentos essenciais, garantindo a qualidade, por meio de</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>regulamentação sanitária (BRASIL, 2004). A capacitação dos recursos humanos</p><p>é uma prioridade. Recentemente, o cuidado farmacêutico recebeu diretrizes</p><p>próprias, enfocando a prática profissional coordenada com as equipes de saúde</p><p>para promover o uso seguro e adequado de medicamentos, contribuindo para a</p><p>melhoria da qualidade de vida da população (BRASIL, 2023). São 12 as diretrizes</p><p>para a implementação do cuidado farmacêutico no SUS, conforme:</p><p>“ I – Definição e estabelecimento da modelagem dos serviços a</p><p>serem ofertados, de acordo com as demandas e necessidades da</p><p>população assistida;</p><p>II – Disponibilização de força de trabalho com perfil e formação pro-</p><p>fissional adequados, observada a necessidade de avaliar o dimensiona-</p><p>mento da equipe para o desenvolvimento do Cuidado Farmacêutico;</p><p>III – Fomento a estratégias para educação permanente dos profissio-</p><p>nais envolvidos nos serviços relacionados ao Cuidado Farmacêutico;</p><p>IV - Estrutura física mínima compatível para a realização dos ser-</p><p>viços relacionados ao Cuidado Farmacêutico de forma segura, hu-</p><p>manizada e com acessibilidade;</p><p>V - Integração do Cuidado Farmacêutico em programas, protocolos</p><p>e linhas de cuidado que fundamentam as ações e os serviços na rede</p><p>de atenção à saúde;</p><p>VI – Existência de fluxos articulados com a equipe de saúde quanto</p><p>a ações e serviços relacionados ao Cuidado Farmacêutico;</p><p>VII - Elaboração de documentos técnico-científicos e demais mate-</p><p>riais educativos, voltados à capacitação de profissionais, à educação</p><p>em saúde de usuários e à orientação e sistematização dos serviços</p><p>relacionados ao Cuidado Farmacêutico;</p><p>VIII – Promoção de estratégias para o registro das ações e serviços</p><p>prestados em sistemas de informação vigentes no SUS;</p><p>IX - Incorporação de metas relacionadas ao Cuidado Farmacêutico</p><p>nos instrumentos de planejamento e gestão no âmbito do SUS;</p><p>X - Institucionalização do Cuidado Farmacêutico em normativas</p><p>e diretrizes que estimulem a sustentabilidade das ações e serviços</p><p>ofertados à população;</p><p>XI – Desenvolvimento de mecanismos de monitoramento e avalia-</p><p>ção dos serviços relacionados ao Cuidado Farmacêutico; e</p><p>8</p><p>1</p><p>XII – Desenvolvimento de ações voltadas para o cuidado integral,</p><p>de forma integrada com a equipe de saúde interdisciplinar com foco</p><p>na promoção e recuperação da saúde e prevenção de agravos (CFF,</p><p>2023, on-line).</p><p>Para cumprir seus objetivos, alguns outros documentos são bastante importan-</p><p>tes, dentre eles, a Relação Nacional de Medicamentos, o Formulário Terapêutico</p><p>Nacional (FTN) e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas.</p><p>Rename</p><p>A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) abrange medi-</p><p>camentos fundamentais para atender às necessidades de saúde da população,</p><p>servindo como referência para produção e avanço científico na área farmacêu-</p><p>tica. Essa lista, também, influencia a definição de listas estaduais e municipais,</p><p>como a Relação Municipal de Medicamentos (Remume). A Rename é crucial</p><p>para padronizar a prescrição e distribuição de medicamentos, reduzindo custos,</p><p>especialmente no SUS. Sua atualização contínua prioriza medicamentos</p><p>para</p><p>assistência ambulatorial, adaptados às doenças prevalentes localmente, conforme</p><p>critérios epidemiológicos estabelecidos.</p><p>Segundo o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, o Ministério da Saúde,</p><p>de acordo com o Art. 26, é responsável por regular a Relação Nacional de Medica-</p><p>mentos Essenciais e os Protocolos Clínicos e as Diretrizes Terapêuticas em nível</p><p>nacional, seguindo as diretrizes da Co-</p><p>missão Intergestores Tripartite (CIT).</p><p>O Ministério da Saúde deve consoli-</p><p>dar e publicar as atualizações da Re-</p><p>name a cada dois anos, incluindo as</p><p>tecnologias incorporadas, excluídas</p><p>e alteradas pela Comissão Nacional</p><p>de Incorporação de Tecnologias no</p><p>Sistema Único de Saúde (Conitec),</p><p>com financiamento pactuado tri-</p><p>partite. Além disso, o Ministério</p><p>da Saúde deve atualizar o FTN à</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>medida que novas evidências sobre tecnologias na Rename surgirem, e os Pro-</p><p>tocolos Clínicos ou as Diretrizes Terapêuticas quando houver incorporação,</p><p>alteração ou exclusão de tecnologias, baseado em novos estudos e evidências</p><p>científicas identificadas por revisões periódicas da literatura.</p><p>A versão mais recente da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais, de</p><p>2022, introduziu a classificação “AWaRe” para medicamentos antimicrobianos,</p><p>alinhada ao Plano de Ação Global da Organização Mundial da Saúde (OMS) so-</p><p>bre resistência antimicrobiana. Dividido em cinco capítulos, o documento abran-</p><p>ge os componentes básico, estratégico e especializado da Assistência Farmacêuti-</p><p>ca, além de insumos e medicamentos de uso hospitalar, visando contribuir para</p><p>a redução do desenvolvimento de bactérias resistentes a esses medicamentos.</p><p>Formulário Terapêutico Nacional</p><p>O Formulário Terapêutico Nacional é uma ferramenta fundamental para</p><p>profissionais de saúde no SUS, promovendo o uso racional de medicamentos.</p><p>Complementando os Protocolos Clínicos do Ministério da Saúde, o FTN ofe-</p><p>rece informações imparciais e baseadas em evidências sobre medicamentos da</p><p>Rename, incluindo indicações, contraindicações e efeitos adversos. Criado para</p><p>auxiliar na escolha e administração de medicamentos, o FTN é uma fonte de con-</p><p>sulta rápida, facilitando o uso consciente de medicamentos. Uma versão cidadão</p><p>foi desenvolvida para usuários do SUS. Em 2018, o Ministério da Saúde lançou</p><p>o aplicativo MedSUS, que disponibiliza as informações do FTN, facilitando o</p><p>acesso e embasando a prescrição e dispensação de medicamentos. O MedSUS</p><p>fornece dados, como princípio ativo, nome comercial, apresentação e indicação</p><p>do medicamento, além de orientações técnicas sobre seu uso e sua conservação.</p><p>Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas</p><p>A Lei n° 12.401, de 28 de abril de 2011, modifica a Lei nº 8.080, de 19 de setem-</p><p>bro de 1990, e aborda a assistência terapêutica e a incorporação de tecnologias</p><p>em saúde no SUS. Ela confere ao Ministério da Saúde, com apoio da Conitec, a</p><p>8</p><p>8</p><p>A elaboração dos PCDT é demandada pelo Plenário da Conitec ou áreas técni-</p><p>cas do Ministério da Saúde, exigindo exposição de motivos para justificar sua</p><p>necessidade. Além disso, a legislação permite que farmacêuticos prescrevam</p><p>medicamentos, além dos isentos de prescrição, em conformidade com normas</p><p>técnicas e protocolos aprovados.</p><p>Conceitos e terminologia</p><p>Alguns conceitos são bastante importantes para a correta compreensão dos docu-</p><p>mentos citados neste material, por isso, é essencial que leia e compreenda o con-</p><p>teúdo da seção de terminologia dessas legislações. Quando você estiver atuando</p><p>no mercado de trabalho, perceberá que o motivo de muitas intrigas entre pro-</p><p>fissionais nada mais são que interpretações diferentes de uma mesma expressão.</p><p>Esses documentos buscam garantir o melhor cuidado de saúde no SUS com base</p><p>em evidências científicas, considerando critérios, como eficácia, segurança e custo-</p><p>efetividade. As recomendações dos PCDT são de cumprimento obrigatório para</p><p>gestores, profissionais e serviços de saúde no SUS, podendo, também, servir como</p><p>recursos administrativos e informativos.</p><p>Acesse o material e fique por dentro deste tema importante que contribuirá para</p><p>o seu desenvolvimento.</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>EM FOCO</p><p>responsabilidade de incorporar, excluir ou modificar medicamentos, produtos e</p><p>procedimentos, além de estabelecer ou alterar Protocolos Clínicos e Diretrizes</p><p>Terapêuticas (PCDT).</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Você sabia que, como farmacêutico atuando no SUS, você pode atuar na pre-</p><p>venção de infecções sexualmente transmissíveis? Claro que sabia! O que, talvez,</p><p>você não saiba é que, como farmacêutico no SUS, com treinamento adequado,</p><p>você pode ser um prescritor da Profilaxia Pré-exposição (PrEP) E o que é isso?</p><p>A PrEP é o uso de antirretrovirais antes da relação sexual para preparar o</p><p>organismo contra o possível contato com o vírus. Essa terapia é aberta a todos,</p><p>apesar de ter como foco as populações mais suscetíveis a contaminação. Desde</p><p>março, os farmacêuticos podem prescrever a PrEP no SUS, pois a Secretaria de</p><p>Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) suspendeu as restrições (CFF, 2023).</p><p>O Ministério da Saúde pretende aumentar a prescrição em até 300% até 2027,</p><p>como forma de prevenção contra o vírus da imunodeficiência humana (HIV)</p><p>No primeiro semestre de 2023, houve avanços na disponibilização da PrEP em</p><p>ambulatórios que atendem pessoas trans, totalizando 770 postos em todos os</p><p>estados. Essa ampliação da oferta da PrEP é vista como uma medida importante</p><p>para combater o HIV e a síndrome da imunodeficiência humana (Aids) no país</p><p>(CFF, 2023).</p><p>Você pode pensar: existe tratamento para o HIV, então, por que essa medida é</p><p>importante? Além de um crescente número de jovens e idosos HIV positivo, você</p><p>sempre deve lembrar que vírus facilmente sofrem mutações, e algumas pessoas</p><p>apresentam estirpes que não são suscetíveis aos antivirais existentes nem suas</p><p>combinações. Além disso, como o tratamento é crônico, ele depende da adesão</p><p>do paciente, sendo que, da mesma forma que para os antibióticos, o uso irregular</p><p>das medicações pode levar à seleção de tipos de vírus resistentes.</p><p>9</p><p>1</p><p>Você pode fazer a diferença na vida das pessoas! Pense nisso e bons estudos!</p><p>1. Sobre as políticas nacionais de promoção a saúde, de medicamentos e de assistência</p><p>farmacêutica, assinale a alternativa correta.</p><p>a) O Programa Nacional Promoção à Saúde (PNPS) traz em sua base o conceito ampliado</p><p>de saúde e o referencial teórico da promoção da saúde como um conjunto de estra-</p><p>tégias e formas de produzir saúde, no âmbito individual e coletivo, caracterizando-se</p><p>pela articulação e cooperação intra e intersetorial, pela formação da Rede de Atenção</p><p>à Saude (RAS), buscando articular suas ações com as demais redes de proteção social,</p><p>com ampla participação e controle social</p><p>b) A PNPS tem por objetivo geral promover a equidade e a melhoria das condições e dos</p><p>modos de viver, ampliando a potencialidade da saúde individual e da saúde coletiva,</p><p>reduzindo vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos determinantes sociais,</p><p>econômicos, políticos, culturais e ambientais.</p><p>c) A Política Nacional de Assistência Farmacêutica é parte integrante da Política Nacional de</p><p>Saúde, envolvendo um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação</p><p>da saúde, garantindo os princípios da universalidade, integralidade e equidade.</p><p>d) O SUS é constituído por ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saú-</p><p>de, os quais são executados apenas pelo governo federal, mediante a participação com-</p><p>plementar da iniciativa privada, sendo organizado de forma regionalizada e hierarquizada.</p><p>e) Não há acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saúde no Brasil, uma vez</p><p>que será ordenado pela atenção primária, mas não é fundado na avaliação da gravidade</p><p>do risco individual e coletivo e no critério cronológico, observadas as especificidades</p><p>previstas para pessoas com proteção especial.</p><p>2. A</p><p>implementação da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), pelo Ministério da</p><p>Saúde, em 2006, representou uma resposta aos desafios da produção de saúde no Brasil. A</p><p>PNPS buscava promover o diálogo entre diferentes setores e formar redes de compromisso</p><p>pela qualidade de vida. Em 2014, houve uma revisão da PNPS para garantir a participação</p><p>diversificada e representativa, envolvendo colaboração de entidades, como a Associação</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>9</p><p>1</p><p>Brasileira de Saúde Coletiva, e mediação da Organização Pan-Americana da Saúde. No</p><p>entanto, essa revisão foi revogada em 2017, pela Portaria de Consolidação nº 2, que con-</p><p>solidou as normas das políticas nacionais do SUS.</p><p>O que é uma Política Nacional?</p><p>a) Políticas são decisões amplas que indicam os objetivos e direcionamentos estratégicos</p><p>de uma gestão. Devem ser divulgadas para tornar públicas as intenções do Governo,</p><p>facilitar o acesso da população à discussão das propostas, orientar o planejamento go-</p><p>vernamental e guiar a ação do Governo, reduzindo os efeitos da descontinuidade admi-</p><p>nistrativa e otimizando recursos.</p><p>b) Políticas são decisões amplas que indicam os objetivos e direcionamentos estratégicos</p><p>de uma gestão. São secretas para que a população não possa participar da discussão das</p><p>propostas, orientar o planejamento governamental e guiar a ação do Governo, reduzindo</p><p>os efeitos da descontinuidade administrativa e otimizando recursos.</p><p>c) Políticas são decisões amplas que indicam os objetivos e direcionamentos estratégicos</p><p>de uma gestão. Devem ser divulgadas para tornar públicas as intenções do Governo,</p><p>porém a população não pode opinar e não orienta o planejamento governamental nem</p><p>guia a ação do Governo, reduzindo os efeitos da descontinuidade administrativa e oti-</p><p>mizando recursos.</p><p>d) Políticas são decisões de caráter teórico e são amplas, elas indicam os objetivos e di-</p><p>recionamentos estratégicos de uma gestão. Devem ser divulgadas para tornar públicas</p><p>as intenções do Governo, facilitar o acesso da população à discussão das propostas,</p><p>orientar o planejamento governamental e guiar a ação do Governo, reduzindo os efeitos</p><p>da descontinuidade administrativa e otimizando recursos.</p><p>e) Políticas são dúvidas sobre os objetivos e direcionamentos estratégicos de uma gestão.</p><p>Devem ser divulgadas para tornar públicas as intenções do Governo, facilitar o acesso da</p><p>população à discussão das propostas, orientar o planejamento governamental e guiar a ação</p><p>do Governo, reduzindo os efeitos da descontinuidade administrativa e otimizando recursos.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>9</p><p>1</p><p>3. A Política Nacional de Medicamentos (PNM), do Ministério da Saúde do Brasil, tem como</p><p>objetivo garantir acesso equitativo, seguro e efetivo a medicamentos essenciais para toda a</p><p>população. Além disso, busca promover a saúde, prevenir doenças e incentivar a produção</p><p>nacional de medicamentos, fortalecendo a indústria farmacêutica e estimulando a pesquisa</p><p>de novos fármacos. A PNM desempenha papel crucial no Sistema Único de Saúde (SUS) e</p><p>contribui para melhorar os cuidados de saúde no país (BRASIL, 1998).</p><p>A respeito de suas diretrizes, leia e interprete as afirmativas a seguir.</p><p>I - O Ministério da Saúde estabelecerá mecanismos que permitam a contínua atualização</p><p>da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), imprescindível instrumento</p><p>de ação do SUS, à medida que contempla um elenco de produtos necessários ao trata-</p><p>mento e controle da maioria das patologias prevalentes no país</p><p>II - A assistência farmacêutica no SUS, por outro lado, englobará as atividades de seleção,</p><p>programação, aquisição, armazenamento e distribuição, controle da qualidade e utiliza-</p><p>ção — nesta, compreendidas a prescrição e a dispensação —, o que deverá favorecer</p><p>a permanente disponibilidade dos produtos, segundo as necessidades da população,</p><p>identificadas com base em critérios epidemiológicos.</p><p>III - A propaganda de produtos farmacêuticos, tanto aquela direcionada aos médicos quanto</p><p>especialmente a que se destina ao comércio farmacêutico e à população leiga, deverá</p><p>se enquadrar em todos os preceitos legais vigentes, nas diretrizes éticas emanadas do</p><p>Conselho Nacional de Saúde, bem como nos padrões éticos aceitos internacionalmente.</p><p>IV - O processo para garantir a qualidade, a segurança e a eficácia dos medicamentos se</p><p>fundamenta no cumprimento da regulamentação sanitária, destacando-se as atividades</p><p>de inspeção e fiscalização, com as quais é feita a verificação regular e sistemática. Es-</p><p>sas atividades, coordenadas em âmbito nacional pela Secretaria de Vigilância Sanitária,</p><p>serão efetivadas mediante ações próprias do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária,</p><p>no cumprimento dos regulamentos concernentes às boas práticas de fabricação. Essa</p><p>sistemática permitirá a concretização dos preceitos estabelecidos na Lei nº 8.080/1990</p><p>e em legislações complementares.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) II e IV, apenas.</p><p>c) III e IV, apenas.</p><p>d) I, II e III, apenas.</p><p>e) I, II, III e IV.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>9</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRAGHIROLLI, D. I.; STEFFENS, D.; ROCKENBACH, L. Introdução à profissão: farmácia. Porto</p><p>Alegre: Grupo A, 2017. E-book. I</p><p>BRASIL. Decreto nº 85.878, de 7 de abril de 1981. Estabelece normas para execução da Lei nº</p><p>3.820, de 11 de novembro de 1960, sobre o exercício da profissão de farmacêutico, e dá outras</p><p>providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d85878.</p><p>htm. Acesso em: 3 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 8 .080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promo-</p><p>ção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços corres-</p><p>pondentes e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/</p><p>l8080.htm. Acesso em: 3 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Portaria nº 3 .916, de 30 de outubro de 1998. Aprova a Política Nacional de Medicamen-</p><p>tos. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt3916_30_10_1998.</p><p>html. Acesso: 3 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 338, de 06 de maio de 2004. Aprova a Política Nacional de Assistên-</p><p>cia Farmacêutica. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2004/</p><p>res0338_06_05_2004.html. Acesso em: 3 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011. Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de se-</p><p>tembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planeja-</p><p>mento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências.</p><p>Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7508.htm.</p><p>Acesso em: 3 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Portaria nº 2 .446, de 11 de novembro de 2014. Redefine a Política Nacional de Promo-</p><p>ção da Saúde (PNPS). Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/</p><p>prt2446_11_11_2014.html. Acesso: 3 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Apresentação das Diretrizes do Cuidado Farmacêutico no Sistema Único de Saúde.</p><p>Brasília: Ministério da Saúde, 2023. 11 slides. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/</p><p>acesso-a-informacao/gestao-do-sus/articulacao-interfederativa/cit/pautas-de-reunioes-</p><p>-e-resumos/2023/outubro/apresentacao-2013-diretrizes-nacionais-do-cuidado-farmaceu-</p><p>tico-no-ambito-do-sistema-unico-de-saude-sus/@@download/file.Acesso em: 3 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Atividades e serviços farmacêuticos no SUS: proposta</p><p>para a gestão municipal. Brasília: CFF, 2020. Disponível em: https://admin.cff.org.br/src/uploads/</p><p>publicacao/arquivo/1165764c3fbd184dfb2731030d141e8bfdfa0cd2.pdf. Acesso em: 3 abr. 2024.</p><p>9</p><p>4</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Farmacêuticos podem prescrever Profilaxias Pré</p><p>e Pós-Exposição ao HIV (PrEP ou PEP). 27 de mar. 2023. Disponível em: https://site.cff.org.br/</p><p>noticia/fato-ou-fake/27/03/2023/farmaceuticos-podem-prescrever-profilaxias-pre-e-pos-</p><p>-exposicao-ao-hiv-prep-ou-pep-. Acesso em: 3 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Ministério da Saúde lança Diretrizes Nacionais do</p><p>Cuidado Farmacêutico. 30 out. 2023.</p><p>assume atividades, como</p><p>o planejamento e a adequação de instalações físicas, equipamentos e utensílios e</p><p>o acompanhamento das etapas do processo produtivo (desde a seleção e a qua-</p><p>lificação da matéria-prima até as etapas do produto final — embalagem). Além</p><p>disso, desenvolve pesquisas sobre novos produtos farmacêuticos, implanta, su-</p><p>pervisiona e treina sistemas de garantia e controle da qualidade. Essas atividades</p><p>podem ser elaboradas em indústrias de farmacoquímicos, alimentos, domissa-</p><p>nitários, medicamentos para uso humano e veterinário, cosméticos e produtos</p><p>para saúde. Outras atividades listadas são relacionadas tratamentos alternativos,</p><p>como acupuntura, fitoterapia e uso de plantas medicinais, pesquisa, educação,</p><p>gestão ambiental e de resíduos, estética, radiofarmácia, entre outros.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Um resumo da nossa história</p><p>Essas habilidades foram conquistadas paulatinamente e refletem o esforço de</p><p>muitos povos presentes na Mesopotâmia, egípcios, chineses, gregos, romanos,</p><p>persas, entre outros. Tudo bem que, naquela época, os estudiosos não focavam</p><p>só em uma área, eram cientistas que estudavam aspectos anatômicos, fisioló-</p><p>gicos, faziam experimentações cirúrgicas e de cura. Entretanto, não pense que</p><p>essa atuação não era regulamentada. Foram encontrados registros no código de</p><p>Hamurabi punindo profissionais correspondentes a médicos e farmacêuticos</p><p>— profissões que se sobrepunham — no caso de má atuação profissional. Caso</p><p>não se recorde, Hamurabi foi um rei conhecido por suas rígidas leis, e seu código</p><p>é muito lembrado pela máxima “olho por olho, dente por dente”; então, sim, a</p><p>punição poderia ser a morte. Registros de punições, também, puderam ser en-</p><p>contrados em papiros do antigo Egito e em livros do antigo império Chinês que,</p><p>ainda hoje, são utilizados para a prática da medicina tradicional chinesa.</p><p>Ainda, no Oriente, foi registrada a primeira escola de farmácia, no século II, e,</p><p>no século IX, mais especificamente em Bagdá, já havia farmácias regulamentadas</p><p>pelo estado. No Ocidente, a adoção do termo “farmacêutico” só se deu no fim do</p><p>século XVIII por ordem do rei Luís XV.</p><p>E no Brasil?</p><p>O ensino da farmácia no Brasil começou em 1832, no Rio de Janeiro. Antes disso,</p><p>era o boticário que tinha funções profissionais próximas ao do farmacêutico.</p><p>Quase 100 anos depois, em 1931, o ensino da profissão foi regulamentado, ga-</p><p>rantindo que apenas profissionais diplomados em instituições de ensino oficial-</p><p>mente reconhecidas poderiam exercer a profissão. Se tiver curiosidade, consulte</p><p>o Decreto nº 19.852, de 11 de abril de 1931. Nele, você consegue ver até como era</p><p>o currículo do curso de farmácia na época (capítulo 5, do Ensino da Farmácia).</p><p>A profissão, também, foi regulamentada naquele ano pelo Decreto nº 20.377,</p><p>de 8 de setembro de 1931.</p><p>1</p><p>1</p><p>Atualmente, o ensino da Farmácia é regulamentado pelo MEC (Ministério</p><p>da Educação) e, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os</p><p>Cursos de Farmácia, publicada por meio da Resolução do Conselho Nacional de</p><p>Educação (CNE)/Conselho de Educação Superior (CES) nº 6, de 19 de outubro</p><p>de 2017, o farmacêutico é:</p><p>“ [...] profissional da área de Saúde, com formação centrada nos fár-</p><p>macos, nos medicamentos e na assistência farmacêutica, e, de forma</p><p>integrada, com formação em análises clínicas e toxicológicas, em</p><p>cosméticos e em alimentos, em prol do cuidado à saúde do indiví-</p><p>duo, da família e da comunidade (BRASIL, 2017).</p><p>O canal do YouTube do CRF-PR apresenta uma playlist com relatos de profissio-</p><p>nais farmacêuticos em seus campos de atuação. Assista: https://www.youtube.</p><p>com/watch?v=_0y312gFyhc&list=PL4iSfxnPlWdd9OXaF2G4s7JM_UhDoxdFm.</p><p>EU INDICO</p><p>PRINCÍPIOS DE DEONTOLOGIA</p><p>O que é deontologia?</p><p>Deontologia, segundo o dicionário Michaelis, é a “teoria criada pelo filósofo e</p><p>jurisconsulto inglês, Jeremy Bentham (1748-1832), que trata dos fundamentos</p><p>do dever e das normas morais; deontologismo” (DEONTOLOGIA, 2015, on-</p><p>-line). E, ainda, é o “conjunto de deveres de qualquer profissional, com regras</p><p>específicas” (DEONTOLOGIA, 2015, on-line). Deontologia, também, pode ser</p><p>entendida como “a ciência dos deveres”, uma vez que é proveniente das palavras</p><p>gregas Deon, que quer dizer obrigação, dever, e, logos, que significa estudo, ciên-</p><p>cia. A deontologia tem como base princípios éticos e morais inerentes à sociedade</p><p>e à profissão do indivíduo. Santos (2014) explica que a deontologia tem origem</p><p>como matéria da ética que é aplicada às profissões.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Cabe destacar que seguir as regras deontológicas não necessariamente é o</p><p>mesmo que seguir normas ou leis. Deontologia diz respeito aos deveres do pro-</p><p>fissional, jurídicos, não existem obrigações exigíveis coativamente. A consciência</p><p>pessoal atua como juiz de suas atitudes. Zubioli (2022) explica que as prescri-</p><p>ções deontológicas apresentam soluções práticas e precisas de modo imperativo</p><p>(o profissional deve, não deve, é obrigado: são essas as palavras usadas pela</p><p>deontologia).</p><p>No âmbito da atuação profissional do farmacêutico, quer dizer que deve</p><p>“nortear as atitudes dos farmacêuticos, para que atuem de acordo com as nor-</p><p>mas vigentes” (CRF-SP, 2019). O profissional deve apresentar o conhecimen-</p><p>to técnico inerente à profissão e o atrelar ao conhecimento disponível sobre</p><p>legislação e seu Código de Ética.</p><p>O que é ética?</p><p>A ética está diretamente relacionada ao comportamento humano. A etimologia</p><p>da palavra é grega (ethos) pode significar caráter, costume, hábito ou modo de</p><p>ser (SANTOS, 2014). Matsumoto (2021) explica que ética é um conjunto de</p><p>princípios ou valores morais de um grupo de indivíduos que os faz distinguir o</p><p>certo do errado, direitos e deveres. Pode ser entendida como a forma como um</p><p>grupo de pessoas enxerga valores, princípios e normas morais (SANTOS, 2014).</p><p>Dessa forma, a ética é considerada a base para a tomada de decisões sobre</p><p>a moral humana em interação com o meio ambiente. A ética que se desenrola</p><p>na prática do dia a dia, anda junto à moral, originária do latim mos, mores, cujo</p><p>significado é relativo aos costumes (ZUBIOLI, 2022).</p><p>Moral, por sua vez, tem relação com a maneira como um indivíduo vive os</p><p>seus valores morais. Zubioli (2022) explica que a utilização da expressão moral</p><p>(do latim, mos, mores — costume) é feita com referência à problemática dos</p><p>valores como ela é vivida individualmente. Esses valores podem ser adquiridos</p><p>da cultura, educação ou religião, e uma pessoa pode ser dita como moral se,</p><p>no contexto em que está inserida, cumpre com o que é descrito como correto</p><p>por aquela sociedade. Segundo Santos (2014), a moral tem caráter obrigatório,</p><p>uma vez que apresentamos uma consciência moral que nos leva a distinguir</p><p>o bem do mal.</p><p>1</p><p>4</p><p>Para saber mais, pessoas podem ter seu comportamento classificado como moral,</p><p>imoral e amoral. Contudo, o que significam?</p><p>Ser moral: aquele que segue os valores estabelecidos por uma sociedade</p><p>ou cultura.</p><p>Ser imoral: aquele que não segue os conceitos morais estabelecidos por uma</p><p>sociedade, qualquer seja o motivo.</p><p>Ser amoral: aquele que está aquém da moral, ou seja, não consegue distinguir o</p><p>certo ou o errado — não apresenta consciência moral. Não leva em consideração</p><p>para suas decisões os valores de uma sociedade. Pode ser considerado, inclusive,</p><p>um dos sintomas de um psicopata.</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>Ética profissional</p><p>A ética profissional fornece regras sobre como uma pessoa deve agir em relação</p><p>a outras pessoas e instituições em determinado ambiente (MATSUMOTO, 2021).</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>Da mesma forma que, para a bioética, são considerados princípios éticos: va-</p><p>lorização da vida, promoção da justiça, garantia da beneficência e evitar danos.</p><p>Você pode demonstrar a ética profissional quando apresenta consciência</p><p>sobre as regras e os valores que foram acordados, por meio da sua disposição e</p><p>de seus pares para dialogar com entidades organizacionais e por exercer uma fi-</p><p>gura educacional na sua</p><p>Disponível em: https://site.cff.org.br/noticia/Noticias-ge-</p><p>rais/30/10/2023/ministerio-da-saude-lanca-diretrizes-nacionais-do-cuidado-farmaceutico.</p><p>Acesso em: 3 abr. 2024.</p><p>9</p><p>5</p><p>1. Alternativa A. Os princípios apresentados estão baseados na Portaria nº 2.446, de 11 de no-</p><p>vembro de 2014, que redefine a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS); no Decreto</p><p>nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990,</p><p>para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde (SUS), o planejamento da saúde,</p><p>a assistência à saúde e a articulação interfederativa e dá outras providências; e na Resolução</p><p>nº 338, de 6 de maio de 2004,m que aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica.</p><p>2. Alternativa A. O conhecimento sobre o conceito de políticas nacionais não importa só para</p><p>a atuação do profissional farmacêutico, mas para a tomada de decisão de um cidadão. A</p><p>resposta correta está na interpretação do prefácio da Portaria nº 3.916, de 30 de outubro de</p><p>1998, que descreve:</p><p>Políticas configuram decisões de caráter geral que apontam os rumos e as linhas</p><p>estratégicas de atuação de uma determinada gestão. Assim, devem ser explicitadas</p><p>de forma a:</p><p>• tornar públicas e expressas as intenções do Governo;</p><p>• permitir o acesso da população em geral e dos formadores de opinião em particular</p><p>à discussão das propostas de Governo;</p><p>• orientar o planejamento governamental no detalhamento de programas, projetos</p><p>e atividades;</p><p>• funcionar como orientadoras da ação do Governo, reduzindo os efeitos da des-</p><p>continuidade administrativa e potencializando os recursos disponíveis (BRASIL,</p><p>1998, on-line).</p><p>3. Alternativa E. Todas as afirmativas estão corretas conforme as diretrizes e os princípios des-</p><p>critos na Política Nacional de Medicamentos.</p><p>GABARITO</p><p>9</p><p>1</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>9</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>PRINCIPAIS NORMAS PARA</p><p>A COMERCIALIZAÇÃO DE</p><p>MEDICAMENTOS</p><p>Introduzir a lei sanitária.</p><p>Apresentar conceitos importantes.</p><p>Apresentar leis sobre o controle sanitário e a regulação do comércio de medicamentos.</p><p>Apresentar leis sobre a vigilância sanitária de medicamentos.</p><p>Apresentar a Portaria nº 344/1998 sobre substâncias com controle especial.</p><p>Apresentar lei sobre medicamentos genéricos e similares.</p><p>Apresentar lei sobre a fiscalização das atividades farmacêuticas.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 5</p><p>9</p><p>8</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>No universo da farmácia, a legislação sanitária desempenha papel crucial na</p><p>garantia da qualidade e segurança dos medicamentos. Nesse contexto, a Portaria</p><p>nº 344, de 12 de maio de 1998, surge como um guia fundamental para farmacêu-</p><p>ticos, uma vez que ela define os parâmetros para o controle de substâncias sujeitas</p><p>a controle especial. Mas como podemos aplicar, de forma eficaz, essas diretrizes</p><p>em nosso cotidiano profissional? Como garantir que cada etapa do processo,</p><p>desde o armazenamento até a dispensação, esteja em total conformidade com as</p><p>normativas estabelecidas?</p><p>A compreensão da legislação sanitária vai muito além da mera obediência às regras.</p><p>Ela representa o compromisso com a saúde e o bem-estar da comunidade que</p><p>serve, uma vez que garante a segurança do paciente, a proteção da saúde pública</p><p>e a integridade do profissional farmacêutico.</p><p>O diálogo com prescritores e pacientes, também, é um aspecto crucial para as-</p><p>segurar o cumprimento das regulamentações. Essa experimentação no campo</p><p>prático permite ao farmacêutico consolidar o entendimento da legislação e apli-</p><p>ca-la junto aos pacientes, por meio da assistência farmacêutica. Pense que as leis</p><p>não são meros textos ou compromissos com as autoridades sanitárias, são uma</p><p>prática profissional ética e humanística. Quantas vezes você já viu notícias sobre</p><p>farmácias sendo fechadas por descumprimento a leis? Pense nos filmes e séries</p><p>sobre adição a medicamentos.</p><p>O farmacêutico será sempre aquele que equilibrará a balança entre o uso para</p><p>tratar e o uso tóxico de substâncias. Nunca se esqueça de Paracelso: a diferença</p><p>entre o remédio e o veneno está na dose.</p><p>Que tal ouvir o nosso podcast para saber mais sobre casos e penalidades da-</p><p>queles que não cumprem com a legislação? Recursos de mídia disponíveis no</p><p>conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Vamos recordar sobre a atuação do farmacêutico no SUS? Da mesma forma que em</p><p>farmácias comerciais, esse profissional, também, está sujeito a regras específicas.</p><p>Saiba mais acessando: https://www.youtube.com/watch?v=KQA3KED3WRQ.</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>A Constituição de 1988 estabeleceu a saúde como um direito social e criou</p><p>o Sistema Único de Saúde (SUS) (Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990),</p><p>com diretrizes, como descentralização, atendimento integral e participação da</p><p>comunidade. A construção do SUS enfrenta desafios, especialmente em relação às</p><p>desigualdades e iniquidades em saúde. A regulamentação e a vigilância sanitária</p><p>desempenham papel crucial na prevenção de agravos e doenças e na redução de</p><p>riscos à saúde da população.</p><p>O campo da saúde, ao longo das últimas décadas, sofreu diversas alterações,</p><p>com a afirmação da saúde como direito, e a comercialização de serviços de saúde</p><p>tornou a saúde, também, um bem econômico. Atualmente, a globalização e a</p><p>sociedade do risco trazem novos desafios para os sistemas regulatórios de saúde,</p><p>com a necessidade de implementar estratégias de controle sanitário para além</p><p>das fronteiras nacionais.</p><p>A regulamentação sanitária de medicamentos é essencial para garantir a</p><p>eficácia, a segurança, a qualidade e o uso correto desses produtos na área da saúde.</p><p>A indústria farmacêutica é um setor poderoso na economia, e os medicamentos</p><p>representam uma parte significativa dos gastos públicos e privados em saúde.</p><p>A regulação envolve ações técnicas, administrativas e políticas e requer diálogo</p><p>entre diferentes setores do governo, da indústria farmacêutica e da sociedade civil.</p><p>A Política Nacional de Medicamentos (PNM) — Portaria nº 3.916, de 30 de</p><p>outubro de 1998 — e a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF)</p><p>— Resolução MS nº 338, de 6 de maio de 2004 — são iniciativas importantes</p><p>para promover o acesso a medicamentos para toda a população. A legislação de</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>vigilância sanitária estabelece as regras para a produção e o comércio de medi-</p><p>camentos e outros produtos farmacêuticos, abrangendo desde a produção até</p><p>o consumo. É um campo que requer atualizações constantes para se adaptar às</p><p>mudanças na indústria farmacêutica e na sociedade.</p><p>É importante dizer que toda a cadeia de produtos para a saúde contém</p><p>legislações próprias que usualmente são destacadas em disciplinas específicas,</p><p>como a farmacotécnica e o controle de qualidade. A título de curiosidade e como</p><p>posterior material de consulta, destaco as resoluções do Ministério da Saúde/A-</p><p>gência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): RDC nº 658, de 30 de março</p><p>de 2022, que dispõe sobre as Diretrizes Gerais de Boas Práticas de Fabricação de</p><p>Medicamentos, e RDC nº 67, de 8 de outubro de 2007, que dispõe sobre Boas</p><p>Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano</p><p>em farmácias.</p><p>CONCEITOS IMPORTANTES</p><p>Os conceitos listados estão descritos na Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973,</p><p>que dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos,</p><p>insumos farmacêuticos e correlatos. São importantes para a compreensão das</p><p>normas que se referem a medicamentos. É importante saber que a seção de</p><p>conceitos, além de ser superimportante para você entender as leis, também, é</p><p>importante para que você discuta assuntos no seu dia a dia corretamente.</p><p>Alguns conceitos foram posteriormente atualizados pela Lei nº 13.021, de</p><p>8 de agosto de 2014, que dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades</p><p>farmacêuticas. E não esqueça de revisar esses conceitos posteriormente!</p><p>“ Art. 2º Entende-se por assistência farmacêutica o conjunto de ações</p><p>e de serviços</p><p>que visem a assegurar a assistência terapêutica integral</p><p>e a promoção, a proteção e a recuperação da saúde nos estabeleci-</p><p>mentos públicos e privados que desempenhem atividades farma-</p><p>cêuticas, tendo o medicamento como insumo essencial e visando</p><p>ao seu acesso e ao seu uso racional.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>Art. 3º Farmácia é uma unidade de prestação de serviços destinada</p><p>a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação</p><p>sanitária individual e coletiva, na qual se processe a manipulação</p><p>e/ou dispensação de medicamentos magistrais, oficinais, farma-</p><p>copeicos ou industrializados, cosméticos, insumos farmacêuticos,</p><p>produtos farmacêuticos e correlatos.</p><p>Parágrafo único. As farmácias serão classificadas segundo sua na-</p><p>tureza como:</p><p>I - farmácia sem manipulação ou drogaria: estabelecimento de dis-</p><p>pensação e comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêu-</p><p>ticos e correlatos em suas embalagens originais;</p><p>II - farmácia com manipulação: estabelecimento de manipulação</p><p>de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de drogas, medica-</p><p>mentos, insumos farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de</p><p>dispensação e o de atendimento privativo de unidade hospitalar ou</p><p>de qualquer outra equivalente de assistência médica.</p><p>Art. 4º É responsabilidade do poder público assegurar a assistência</p><p>farmacêutica, segundo os princípios e diretrizes do Sistema Único de</p><p>Saúde, de universalidade, equidade e integralidade (BRASIL, 2014).</p><p>Além das definições trazidas pelas leis anteriormente citadas, algumas outras são</p><p>complementares e apresentadas pela Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976,</p><p>(Art. 3º). Alguns conceitos importantes estão apresentados no Quadro 1.</p><p>DROGA</p><p>Substância ou matéria-prima que tenha a finalidade medi-</p><p>camentosa ou sanitária.</p><p>MEDICAMENTO</p><p>Produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado,</p><p>com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de</p><p>diagnóstico.</p><p>INSUMO</p><p>FARMACÊUTICO</p><p>Droga ou matéria-prima aditiva ou complementar de qual-</p><p>quer natureza, destinada a emprego em medicamentos,</p><p>quando for o caso, e seus recipientes.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>CORRELATO</p><p>Substância, produto, aparelho ou acessório não enqua-</p><p>drado nos conceitos anteriores, cujo uso ou aplicação</p><p>esteja ligado à defesa e à proteção da saúde individual ou</p><p>coletiva, à higiene pessoal ou de ambientes ou a fins diag-</p><p>nósticos e analíticos, cosméticos e perfumes, bem como</p><p>produtos dietéticos, óticos, de acústica médica, odontoló-</p><p>gicos e veterinários.</p><p>MEDICAMENTO</p><p>SIMILAR</p><p>Aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios</p><p>ativos, que apresenta a mesma concentração, forma</p><p>farmacêutica, via de administração, posologia e indicação</p><p>terapêutica e que é equivalente ao medicamento registra-</p><p>do no órgão federal responsável pela vigilância sanitária,</p><p>podendo diferir somente em características relativas ao</p><p>tamanho e à forma do produto, ao prazo de validade, à</p><p>embalagem, à rotulagem, aos excipientes e aos veículos,</p><p>comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, deven-</p><p>do sempre ser identificado por nome comercial ou marca.</p><p>MEDICAMENTO</p><p>GENÉRICO</p><p>Medicamento similar a um produto de referência ou</p><p>inovador, que se pretende ser com esse intercambiável,</p><p>geralmente produzido após a expiração ou renúncia da</p><p>proteção patentária ou de outros direitos de exclusivida-</p><p>de, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, e</p><p>designado pela DCB ou, na sua ausência, pela DCI.</p><p>MEDICAMENTO</p><p>DE REFERÊNCIA</p><p>Produto inovador registrado no órgão federal responsável</p><p>pela vigilância sanitária e comercializado no país, cujas</p><p>eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas</p><p>cientificamente junto ao órgão federal competente, por</p><p>ocasião do registro.</p><p>PRODUTO</p><p>FARMACÊUTICO</p><p>INTERCAMBIÁVEL</p><p>Equivalente terapêutico de um medicamento de referên-</p><p>cia, comprovados, essencialmente, os mesmos efeitos de</p><p>eficácia e segurança.</p><p>BIOEQUIVALÊNCIA</p><p>Consiste na demonstração de equivalência farmacêutica</p><p>entre produtos apresentados sob a mesma forma farma-</p><p>cêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quan-</p><p>titativa de princípio(s) ativo(s), e que tenham comparável</p><p>biodisponibilidade, quando estudados sob um mesmo</p><p>desenho experimental.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>BIODISPONIBILIDADE</p><p>Indica a velocidade e a extensão de absorção de um</p><p>princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de sua</p><p>curva concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua</p><p>excreção na urina.</p><p>Quadro 1 - Conceitos apresentados em legislações / Fonte: a autora.</p><p>Alguns dos conceitos apresentados foram incorporados à Lei, por meio da Lei</p><p>nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999, que dispõe sobre a vigilância sanitária, es-</p><p>tabelece o medicamento genérico, dispõe sobre a utilização de nomes genéricos</p><p>em produtos farmacêuticos (também chamada Lei dos Genéricos), e da Lei nº</p><p>13.235, de 29 de dezembro de 2015, que equipara o controle de qualidade de</p><p>medicamentos similares ao de medicamentos genéricos.</p><p>LEI Nº 5.991, DE 17 DE DEZEMBRO DE 1973, E DECRETO Nº</p><p>74.170, DE 10 DE JUNHO DE 1974</p><p>A Lei nº 5.991/1973 dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas,</p><p>medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos e dá outras providências, e</p><p>o Decreto nº 74.170/1974 regulamenta a lei citada.</p><p>Matsumoto e Ferreira (2021) explicam que a elaboração dessa lei se deu</p><p>porque, ao longo do tempo, os farmacêuticos se afastaram das farmácias, dedi-</p><p>cando-se mais às indústrias farmacêuticas e aos laboratórios. Isso levou à trans-</p><p>formação das farmácias, antes focadas em serviços de saúde personalizados, em</p><p>estabelecimentos voltados principalmente para a venda de medicamentos. Em</p><p>1973, a Lei nº 5.991 foi promulgada para regular a comercialização de medica-</p><p>mentos e controlar as atividades das farmácias. No entanto, ao longo do tempo,</p><p>a interpretação da lei contribuiu para a transição das farmácias de prestadores</p><p>de serviços de saúde para estabelecimentos mais comerciais.</p><p>O comércio de drogas, medicamentos e insumos farmacêuticos é reservado</p><p>para empresas e estabelecimentos definidos pela lei e pelo decreto. A comercia-</p><p>lização de drogas, medicamentos e insumos farmacêuticos é exclusiva dos esta-</p><p>belecimentos devidamente licenciados, como farmácias, drogarias, dispensários</p><p>de medicamentos, postos de medicamentos e unidades volantes. Esses estabe-</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>lecimentos, também, podem vender produtos dietéticos e outros produtos que</p><p>não contenham substâncias medicamentosas. Certos produtos correlatos podem</p><p>ser comercializados por farmácias e drogarias, desde que sejam especializados</p><p>e estejam em conformidade com a legislação federal e estadual. As farmácias e</p><p>as drogarias, também, têm permissão para oferecer serviços, como aplicação de</p><p>injeções, desde que sigam as regulamentações de segurança. Outros estabeleci-</p><p>mentos que não sejam farmácias ou drogarias podem vender produtos que não</p><p>se enquadrem na definição de droga, medicamento ou insumo farmacêutico,</p><p>desde que não exijam prescrição médica. A dispensação de plantas medicinais</p><p>é reservada para farmácias e ervanarias, com a devida classificação e acondicio-</p><p>namento adequado.</p><p>O comércio de medicamentos homeopáticos deve seguir as regras estabeleci-</p><p>das por essa lei, levando em consideração suas particularidades. A manipulação</p><p>de medicamentos homeopáticos que não estejam presentes nas farmacopeias ou</p><p>formulários homeopáticos requer a aprovação das autoridades de saúde federais.</p><p>As farmácias homeopáticas podem vender produtos correlatos e medicamentos</p><p>não homeopáticos desde que estejam em suas embalagens originais. A dispen-</p><p>sação de medicamentos homeopáticos que tenham concentração de substância</p><p>ativa correspondente às doses máximas estabelecidas farmacologicamente requer</p><p>receita médica. Em áreas sem farmácias homeopáticas, é possível autorizar a</p><p>operação de postos de medicamentos homeopáticos ou a dispensação desses</p><p>produtos em farmácias alopáticas.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>As normativas citadas estabelecem a obrigatoriedade de um técnico</p><p>responsá-</p><p>vel inscrito no Conselho Regional de Farmácia, presente durante todo o horário</p><p>de funcionamento, podendo haver um substituto em casos de impedimento do</p><p>titular. Definem, também, as responsabilidades e a documentação necessária para</p><p>comprovar a assistência técnica bem como as condições para funcionamento sem</p><p>a presença do técnico por um período limitado. Ademais, estabelecem as permis-</p><p>sões para serviços, como aplicação de injeções, e manutenção de laboratórios de</p><p>análises clínicas, além de isentar certos estabelecimentos da necessidade de assis-</p><p>tência técnica. Por fim, determinam que cada farmacêutico pode exercer a direção</p><p>técnica de, no máximo, duas farmácias, sendo uma comercial e uma hospitalar.</p><p>Essas atividades só podem ser exercidas por estabelecimentos licenciados</p><p>pelos órgãos sanitários competentes. Para obter a licença, são necessárias diversas</p><p>provas e documentos, como constituição da empresa, relação contratual e habili-</p><p>tação legal do responsável técnico. Além disso, são estipuladas condições para o</p><p>licenciamento, como localização adequada, instalações e equipamentos técnicos</p><p>apropriados e presença de técnico responsável. O capítulo, também, estipula</p><p>prazos de validade das licenças, condições para revalidação e procedimentos</p><p>em caso de transferência ou mudança de estabelecimento. Além disso, prevê a</p><p>possibilidade de suspensão, cassação ou cancelamento de licenças no interesse</p><p>da saúde pública, com direito à ampla defesa para os responsáveis.</p><p>Para que uma receita seja aceita, ela deve ser escrita de forma clara, sem</p><p>abreviações, em português, contendo o nome e endereço do paciente, como</p><p>usar o medicamento e a assinatura do profissional de saúde com seu número de</p><p>inscrição no conselho. Receitas eletrônicas precisam ter uma assinatura digital.</p><p>Receitas de medicamentos feitos na própria farmácia devem ser registradas em</p><p>um livro específico.</p><p>As farmácias e drogarias devem ter um livro para receitas especiais. Rótulos</p><p>com informações sobre o estabelecimento, a licença sanitária e o responsável</p><p>técnico são necessários. Além disso, a receita deve ser copiada no rótulo do me-</p><p>dicamento. Em caso de dosagem fora do normal ou prescrição estranha, o res-</p><p>ponsável técnico deve pedir confirmação ao profissional que a fez. O registro do</p><p>receituário e dos medicamentos especiais não pode ter rasuras ou erros.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Os órgãos de fiscalização sanitária dos Estados, do Distrito Federal e dos ter-</p><p>ritórios são responsáveis por verificar as condições de licenciamento e funciona-</p><p>mento desses estabelecimentos. Em caso de infração, os responsáveis estão sujeitos</p><p>a sanções previstas na legislação penal e administrativa, além de ação disciplinar</p><p>conforme o regime jurídico aplicável.</p><p>Amostras dos produtos são periodicamente colhidas para análise fiscal, po-</p><p>dendo haver interdição preventiva em caso de suspeita de alteração ou fraude.</p><p>Encaminhadas a um laboratório oficial, há o prazo de 30 dias para realizar a aná-</p><p>lise e os exames das amostras. Caso haja comprovação de alteração, falsificação,</p><p>adulteração ou fraude, são lavrados autos de infração e inicia-se o processo. Em</p><p>caso de divergência entre os resultados das análises, cabe recurso à autoridade</p><p>competente.</p><p>Por fim, é proibido que servidores públicos que sejam sócios ou acionistas</p><p>de empresas que explorem o comércio de drogas, medicamentos e insumos far-</p><p>macêuticos exerçam cargos nos órgãos de fiscalização sanitária.</p><p>LEI Nº 6.360, DE 23 DE SETEMBRO DE 1976, E LEI Nº 6.437,</p><p>DE 20 DE AGOSTO DE 1977</p><p>A Lei nº 6.360/1976 estabelece normas de vigilância sanitária para diversos</p><p>produtos, incluindo medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos, produtos</p><p>de higiene, cosméticos, perfumes, entre outros. A produção e a comercialização</p><p>desses produtos só são permitidas para empresas autorizadas pelo Ministério</p><p>da Saúde e com estabelecimentos licenciados pelas autoridades sanitárias locais.</p><p>A Anvisa, autarquia criada pela Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, defini-</p><p>rá, por meio de regulamentação própria, o limite para a renovação do registro dos</p><p>produtos que trata a lei, que não deve exceder dez anos. Essas empresas, também,</p><p>são obrigadas a manter responsáveis técnicos legalmente habilitados suficientes,</p><p>qualitativa e quantitativamente, para a adequada cobertura das diversas espécies</p><p>de produção, em cada estabelecimento.</p><p>A legislação, também, proíbe nomes, rótulos ou embalagens que possam</p><p>induzir ao erro. É vedado usar nomes parecidos para produtos diferentes, garan-</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>tindo a prioridade do registro conforme a ordem de solicitação. Medicamentos</p><p>com uma única substância ativa e imunoterápicos devem ser identificados pela</p><p>denominação da Farmacopeia Brasileira, sem uso do nome fantasia.</p><p>Caso um produto se prove prejudicial à saúde ou não atenda aos requisitos, ele</p><p>deve ser retirado do mercado, e seus rótulos e composição devem ser modificados.</p><p>Como exemplo, temos que, para produtos infantis, não pode haver substâncias</p><p>prejudiciais (dependendo da fase etária, até mesmo alguns conservantes e solu-</p><p>bilizantes não podem ser utilizados) e se deve ter embalagens seguras.</p><p>O Ministério da Saúde é responsável pelo registro e pela permissão de uso</p><p>dos medicamentos e pela aprovação ou exigência de alterações em seus compo-</p><p>nentes. O registro de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos,</p><p>dadas as suas características sanitárias, medicamentosas ou profiláticas, curativas,</p><p>paliativas, ou mesmo para fins de diagnóstico, fica sujeito, além do atendimento</p><p>das exigências próprias, aos requisitos específicos do Srt. 16º da lei, que, também,</p><p>permite a suspensão da fabricação e venda de produtos se houver suspeita de</p><p>riscos à saúde.</p><p>É importante destacar o Art. 22, da referida lei, uma vez que serão abordadas</p><p>posteriormente na Portaria nº 344/1998, que apresenta o regulamento técnico</p><p>sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial.</p><p>“ Art. 22. As drogas, os medicamentos e insumos farmacêuticos que</p><p>contenham substâncias entorpecentes ou determinem dependência</p><p>física ou psíquica, estando sujeitos ao controle especial previsto no</p><p>Decreto-Lei nº 753, de 11 de agosto de 1969, bem como em outros</p><p>diplomas legais, regulamentos e demais normas pertinentes, e os</p><p>medicamentos em geral, só serão registrados ou terão seus registros</p><p>renovados, se, além do atendimento das condições, das exigências</p><p>e do procedimento estabelecidos nesta Lei e seu regulamento, suas</p><p>embalagens e sua rotulagem se enquadrarem nos padrões aprova-</p><p>dos pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 1976).</p><p>No final da década de 1970, também, foi sancionada a Lei nº 6.437, de 20 de</p><p>agosto de 1977, cuja última atualização ocorreu no ano de 2023. Essa lei descreve</p><p>as infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas e dá</p><p>outras providências.</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>No seu Art. 10, há a descrição de diversas infrações sanitárias e suas respec-</p><p>tivas penalidades no território nacional. Algumas das infrações incluem a cons-</p><p>trução ou a operação de estabelecimentos relacionados à saúde sem as devidas</p><p>licenças, o descumprimento de normas sanitárias, a manipulação inadequada</p><p>de produtos de interesse à saúde pública, a comercialização ou a publicidade de</p><p>produtos sem registro adequado, a comercialização de produtos vencidos, entre</p><p>outras. As penalidades podem incluir advertência, interdição, cancelamento de</p><p>autorizações, multas e outras medidas específicas para cada caso. Estabelecimen-</p><p>tos públicos estão isentos de licença de funcionamento, mas devem cumprir as</p><p>exigências relativas a instalações, equipamentos e assistência técnica.</p><p>PORTARIA Nº 344, DE 12 DE MAIO DE 1998</p><p>A Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998, foi criada para garantir que esses</p><p>medicamentos sejam usados de forma correta e segura, evitando problemas para</p><p>as pessoas. Essa portaria aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e me-</p><p>dicamentos sujeitos a controle especial. Ela apresenta normas para a</p><p>emissão de</p><p>receitas médicas e odontológicas para substâncias sujeitas a controle especial e</p><p>estabelece os tipos de receitas, os requisitos para sua emissão, as informações</p><p>obrigatórias e as regras para a sua retenção.</p><p>Além disso, apresenta as obrigações dos estabelecimentos que lidam com</p><p>substâncias controladas em manter registros detalhados das transações, dos re-</p><p>cebimentos e das dispensações dessas substâncias. Também, apresenta os crité-</p><p>rios para fiscalização e possíveis penalidades aos infratores. As substâncias são</p><p>classificadas em quatro classes, sendo elas:</p><p>SUBSTÂNCIAS DE USO PROIBIDO</p><p>Aquelas que não têm aplicação terapêutica reconhecida no Brasil e seu uso é proibido</p><p>em qualquer situação.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>SUBSTÂNCIAS DE USO RESTRITO</p><p>Possuem aplicações terapêuticas reconhecidas, mas seu uso é restrito a determinadas</p><p>situações e sob acompanhamento médico rigoroso.</p><p>SUBSTÂNCIAS DE USO CONTROLADO</p><p>Comprovadamente úteis em medicina, odontologia e outras áreas da saúde, mas re-</p><p>querem receita médica especial para seu uso.</p><p>SUBSTÂNCIAS ANABOLIZANTES</p><p>Possuem finalidade anabólica, ou seja, estimulam o crescimento celular, e seu uso é</p><p>controlado devido ao potencial de abuso em atividades esportivas.</p><p>Matsumoto et al. (2021) explicam que essas substâncias podem ser prescritas,</p><p>quando possível, de duas formas: receita de controle especial e receita de controle</p><p>especial + notificação de receita. As notificações de receita apresentam cores e</p><p>validades diferentes para cada lista de medicamentos, e sua necessidade, também,</p><p>pode depender do fármaco e de sua concentração. De modo geral, as notificações</p><p>amarelas são para as listas A1 e A2 e as azuis para as listas B1 e B2. As listas são:</p><p>A1 (ENTORPECENTES)</p><p>Substâncias com alto potencial de abuso, frequentemente utilizadas para tratamento</p><p>de dor intensa ou como anestésicos, exemplos: morfina, metadona, heroína.</p><p>A2 (ENTORPECENTES)</p><p>Potencial de abuso, mas em menor grau do que as da Lista A1, usadas para o tratamen-</p><p>to de dor moderada a intensa, exemplos: codeína, dextropropoxifeno, pentazocina.</p><p>B1 (PSICOTRÓPICOS ANOREXÍGENOS)</p><p>Tratamento da obesidade.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>B2 (PSICOTRÓPICOS ANSIOLÍTICOS)</p><p>Substâncias para o tratamento da ansiedade e distúrbios relacionados, exemplos:</p><p>diazepam, alprazolam, clonazepam.</p><p>B3 (PSICOTRÓPICOS ESTIMULANTES)</p><p>Estimulam o sistema nervoso central e são utilizadas no tratamento do Transtorno de</p><p>Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e narcolepsia, exemplos: metilfenidato,</p><p>anfetaminas.</p><p>B4 (PSICOTRÓPICOS ENTORPECENTES)</p><p>Substâncias com propriedades analgésicas e anestésicas, utilizadas em procedimen-</p><p>tos cirúrgicos e odontológicos, exemplos: fentanil, sufentanil, alfentanil.</p><p>B5 (PSICOTRÓPICOS OUTRAS SUBSTÂNCIAS)</p><p>Psicotrópicos não enquadrados nas listas anteriores, exemplos: clormetiazol,</p><p>meprobamato.</p><p>C1 (PRECURSORAS)</p><p>Utilizados na produção de entorpecentes ou psicotrópicos, sua produção e seu co-</p><p>mércio são controlados para evitar desvios ilegais, exemplos: ácido antranílico,</p><p>ácido lisérgico.</p><p>C2 (INSUMOS)</p><p>Insumos utilizados na produção de entorpecentes ou psicotrópicos. Sua venda é con-</p><p>trolada para prevenir desvios ilegais, exemplos: acetona, ácido clorídrico.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>LEI Nº 9.782, DE 26 DE JANEIRO DE 1999</p><p>Destaca-se também a criação da Anvisa, em 1999, por meio da Lei nº 9.782, de</p><p>26 de janeiro de 1999, que, também, define o Sistema Nacional de Vigilância</p><p>Sanitária.</p><p>O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária é um conjunto de ações reali-</p><p>zadas por instituições públicas (federais, estaduais e municipais) para regular e</p><p>fiscalizar atividades na área de saúde. A Anvisa tem como finalidade proteger a</p><p>saúde da população, controlando a produção e a comercialização de produtos e</p><p>serviços sujeitos à vigilância sanitária, bem como controlar portos, aeroportos</p><p>e fronteiras. A Agência tem diversas atribuições, incluindo a coordenação do</p><p>Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, o estabelecimento de normas, o con-</p><p>trole de contaminantes e resíduos tóxicos, a autorização de funcionamento de</p><p>empresas relacionadas à saúde, entre outras responsabilidades. Também, tem</p><p>a função de monitorar os preços de produtos e serviços de saúde, podendo re-</p><p>quisitar informações e realizar auditorias para garantir a conformidade com a</p><p>legislação sanitária.</p><p>LEI Nº 10.742, DE 6 DE OUTUBRO DE 2003</p><p>Diferentemente de países como os Estados Unidos, o mercado farmacêutico é</p><p>regulado pelo governo federal, a fim de garantir o acesso da população a medi-</p><p>camentos. Isso é feito por meio de mecanismos que incentivam a oferta desses</p><p>produtos e promovem a competição no setor. A Lei nº 10.742/2003 se aplica a</p><p>empresas que produzem medicamentos, farmácias, drogarias, distribuidoras e</p><p>outras entidades públicas ou privadas envolvidas no setor farmacêutico. Além de</p><p>definir normas de regulação para o setor farmacêutico, também, cria a Câmara</p><p>de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).</p><p>As empresas que produzem medicamentos devem seguir as regras definidas</p><p>na lei para determinar seus preços. O ajuste de preços é calculado com base em</p><p>índices e em fatores de produtividade e de ajuste de preços relativos. A CMED</p><p>é responsável por propor critérios para esses ajustes e garantir transparência</p><p>nos processos.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>A CMED, criada pelo Conselho de Governo, tem como objetivo coordenar ati-</p><p>vidades relacionadas à regulação econômica do mercado de medicamentos. Suas</p><p>responsabilidades incluem definir diretrizes, estabelecer critérios para fixação de</p><p>preços, coordenar ações e monitorar o mercado. O descumprimento das determi-</p><p>nações da CMED pode resultar em sanções administrativas e multas, e a recusa</p><p>ou omissão de informações pode acarretar penalidades financeiras.</p><p>A Regulação de Medicamentos no Brasil</p><p>Para saber mais sobre a regulação de medicamentos, indico</p><p>este livro, de Fernanda Pires Vieira, Camila Fracalossi Rediguieri</p><p>e Carolina Fracalossi Rediguieri.</p><p>INDICAÇÃO DE LIVRO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>LEI Nº 13.021, DE 8 DE AGOSTO DE 2014</p><p>Mais tarde, a Lei nº 13.021/2014 foi sancionada, que dispõe sobre o exercício e</p><p>a fiscalização das atividades farmacêuticas. Essa lei, além de alterar algumas defi-</p><p>nições, como vimos anteriormente, também, descreve as responsabilidades tanto</p><p>dos farmacêuticos quanto dos proprietários de estabelecimentos farmacêuticos.</p><p>Ambos devem colaborar para promover o uso adequado de medicamentos, sen-</p><p>do vedado ao proprietário desconsiderar as orientações técnicas do farmacêutico.</p><p>O estabelecimento deve proporcionar condições adequadas para o desempenho</p><p>das atividades profissionais. Em caso de saída do profissional farmacêutico, o</p><p>estabelecimento tem a obrigação de contratar um substituto em até 30 dias. O</p><p>farmacêutico, por sua vez, deve notificar sobre efeitos colaterais e reações adver-</p><p>sas, manter um cadastro atualizado de medicamentos, realizar acompanhamento</p><p>terapêutico, estabelecer protocolos de vigilância farmacológica e assegurar a efi-</p><p>cácia e a segurança na dispensação de medicamentos, observando os aspectos</p><p>técnicos e legais.</p><p>Acesse o material e fique por dentro deste tema importante que contribuirá para</p><p>o seu desenvolvimento. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do</p><p>ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>EM FOCO</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Na prática farmacêutica, a aplicação das leis de vigilância sanitária e a com-</p><p>preensão da Portaria nº 344/1998 são fundamentais. Ao seguir rigorosamente</p><p>as diretrizes estabelecidas, garantimos a segurança e a eficácia dos medicamentos</p><p>disponibilizados à população. Isso implica desde a correta classificação e</p><p>organização dos produtos nas prateleiras, de acordo com suas substâncias e</p><p>características, até a exigência e o arquivamento adequado das receitas de con-</p><p>trole especial. Essas medidas não apenas asseguram o cumprimento legal, mas</p><p>também promovem a confiança dos clientes na farmácia, transformando-a em</p><p>um ambiente de referência</p><p>para a saúde da comunidade.</p><p>Bons estudos e até a próxima!</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>1. Acerca das Leis nº 6.360, de 23, de setembro de 1976, e nº 6.437, de 20 de agosto de 1977,</p><p>que regulamentam o controle sanitário de produtos e serviços relacionados à saúde, analise</p><p>as afirmativas a seguir.</p><p>I - A Lei nº 6.360/1976 regula o controle de medicamentos, insumos farmacêuticos e corre-</p><p>latos, enquanto a Lei nº 6.437/1977 trata das ações e dos serviços de vigilância sanitária.</p><p>II - A Lei nº 6.360/1976 e a Lei nº 6.437/1977 são instrumentos legais importantes para a</p><p>proteção da saúde pública, abrangendo amplo espectro de produtos e serviços rela-</p><p>cionados à saúde.</p><p>III - Ambas as leis têm como objetivo principal garantir a segurança, eficácia e qualidade de</p><p>produtos e serviços relacionados à saúde.</p><p>É correta o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>2. Assinale a alternativa correta. De que forma a Lei nº 10.742, de 6 de outubro de 2003, que</p><p>define normas de regulação para o setor farmacêutico, cria a Câmara de Regulação do</p><p>Mercado de Medicamentos (CMED) e altera a Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, está</p><p>interligada com a Política Nacional de Assistência Farmacêutica?</p><p>a) A lei estabelece normas de regulação do setor farmacêutico, com a finalidade de pro-</p><p>mover a assistência farmacêutica à população, por meio de mecanismos que estimulem</p><p>a oferta de medicamentos e a competitividade do setor.</p><p>b) A lei estabelece normas de regulação do setor farmacêutico, com a finalidade de pro-</p><p>mover o interesse industrial.</p><p>c) A lei estabelece normas de regulação do setor farmacêutico para estimular a oferta de</p><p>medicamentos e o lucro da indústria farmacêutica.</p><p>d) Elas não estão interligadas.</p><p>e) A lei favorece o aumento do preço de medicamentos.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>3. O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária é um conjunto de ações realizadas por institui-</p><p>ções públicas (federais, estaduais e municipais) para regular e fiscalizar atividades na área</p><p>de saúde. No âmbito federal, a Agência de Vigilância Sanitária foi criada no ano de 1999,</p><p>por meio da Lei nº 9.782/1999. Incumbe à Agência, respeitada a legislação em vigor, regu-</p><p>lamentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública.</p><p>Considerando o texto, avalie, dentre as alternativas, aquela que representa bens e produtos</p><p>submetidos ao controle e à fiscalização sanitária pela Agência. Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Medicamentos, alimentos, saneantes, equipamentos e materiais médico-hospitalares.</p><p>b) Medicamentos, brinquedos, livros e saneantes livros, alimentos, saneantes, equipamen-</p><p>tos e materiais médico-hospitalares.</p><p>c) Brinquedos, alimentos, saneantes, equipamentos e materiais médico-hospitalares.</p><p>d) Inseticidas, alimentos, roupas, equipamentos e materiais médico-hospitalares.</p><p>e) Inseticidas, alimentos, roupas, equipamentos e materiais médico-hospitalares.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Decreto nº 74.170, de 10 de junho de 1974. Regulamenta a Lei número 5.991, de 17 de</p><p>dezembro de 1973, que dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamen-</p><p>tos, insumos farmacêuticos e correlatos. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/</p><p>decreto/antigos/d74170.htm. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Decreto-Lei nº 753, de 11 de agosto de 1969. Dispõe sôbre a fiscalização de laborató-</p><p>rios que produzam ou manipulem substâncias ou produtos entorpecentes e seus equiparados,</p><p>de firmas distribuidoras ou depositárias das referidas substâncias, distribuição de amostras dês-</p><p>ses produtos e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/</p><p>decreto-lei/1965-1988/del0753.htm. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o Controle Sanitário do Comér-</p><p>cio de Drogas, Medicamentos, Insumos Farmacêuticos e Correlatos, e dá outras Providências.</p><p>Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5991.htm. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 8 .080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção,</p><p>proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspon-</p><p>dentes e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/</p><p>l8080.htm. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999. Altera a Lei no 6.360, de 23 de setembro de</p><p>1976, que dispõe sobre a vigilância sanitária, estabelece o medicamento genérico, dispõe sobre</p><p>a utilização de nomes genéricos em produtos farmacêuticos e dá outras providências. Disponí-</p><p>vel em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9787.htm. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 13 .021, de 8 de agosto de 2014 . Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das</p><p>atividades farmacêuticas. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-</p><p>2014/2014/lei/l13021.htm. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 13 .021, de 8 de agosto de 2014. Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das</p><p>atividades farmacêuticas. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-</p><p>2014/2014/lei/l13021.htm. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 13 .235, de 29 de dezembro de 2015. Altera a Lei nº 6.360, de 23 de setembro de</p><p>1976, para equiparar o controle de qualidade de medicamentos similares ao de medicamen-</p><p>tos genéricos. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/</p><p>l13235.htm. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Portaria nº 3.916, de 30 de outubro de 1998. Aprova a Política Nacional de Medicamen-</p><p>tos. Acesso em: 5 abr. 2024. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 1998.</p><p>BRASIL. Resolução nº 338, de 6 de maio de 2004. Aprova a Política Nacional de Assistência Far-</p><p>macêutica. Diário Oficial da União, Brasília, 2004.</p><p>BRASIL. Resolução RDC nº 67, de 8 de outubro de 2007. Dispõe sobre Boas Práticas de Mani-</p><p>pulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias. Disponível em:</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2007/res0067_08_10_2007.html. Acesso</p><p>em: 5 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução RDC nº 658, de 30 de março de 2022. Dispõe sobre as Diretrizes Gerais</p><p>de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos. Disponível em: https://sindusfarma.org.br/</p><p>uploads/files/8e1f-diego-silva/2022/Anvisa/RDC%20BPF%20-%20Anvisa/file.pdf. Acesso em:</p><p>5 abr. 2024.</p><p>MATSUMOTO, A. K.; FERREIRA, C. L. Aspectos regulatórios no varejo farmacêutico. São Paulo:</p><p>Saraiva, 2021. E-book.</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>1. Alternativa E. O escopo das leis são:</p><p>A Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, dispõe sobre a Vigilância Sanitária a que ficam</p><p>sujeitos os Medicamentos, as Drogas, os Insumos Farmacêuticos e Correlatos, os Cosméticos,</p><p>os Saneantes e Outros Produtos e dá outras Providências. A Lei nº 6.437, de 20 de agosto de</p><p>1977, configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas</p><p>e dá outras providências.</p><p>2. Alternativa A. Segundo o Art. 1º, da referida lei: estabelece normas de regulação do setor</p><p>farmacêutico, com a finalidade de promover a assistência farmacêutica à população, por</p><p>meio de mecanismos que estimulem a oferta de medicamentos e a competitividade do setor;</p><p>dessa forma, preservando os princípios do SUS, o que torna invalido o conteúdo das demais</p><p>alternativas. Ou seja, a PNAF e a CMED têm como princípio garantir, de forma equitativa, o</p><p>acesso a medicamentos, e não o lucro de partes interessadas.</p><p>3. Alternativa A. As demais alternativas estão incorretas, porque contêm itens que não foram</p><p>submetidos ao controle sanitário da Anvisa. De acordo com a lei de criação da Anvisa (Lei nº</p><p>9.782/1999), brinquedos, livros e roupas não são regulamentados, controlados e fiscalizados</p><p>pela Agência.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>O FARMACÊUTICO NA FARMÁCIA</p><p>COMUNITÁRIA</p><p>Explicar a importância do farmacêutico na farmácia comunitária.</p><p>Apresentar a Resolução RDC nº 44/2009 — Boas práticas</p><p>em farmácia.</p><p>Explicar a definição de prescrição e prescrição farmacêutica.</p><p>Apresentar os requisitos necessários para a dispensação de antimicrobianos.</p><p>Apresentar a Portaria nº 344/1998 e suas atualizações.</p><p>Apresentar as diferentes notificações de receita da Portaria nº 344/1998.</p><p>Explicar os critérios para a intercambialidade de medicamentos.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 6</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Ao ingressar na Farmácia Comunitária, o estudante depara-se com um ambien-</p><p>te complexo que demanda não apenas conhecimentos técnicos, mas também</p><p>habilidades de interação humana e gestão ética do negócio. A necessidade de</p><p>orientar pacientes sobre o uso adequado de medicamentos enquanto adminis-</p><p>tram o estabelecimento é um dos principais desafios enfrentados nessa etapa</p><p>profissional. Além da dispensação, o farmacêutico é visto como um agente de</p><p>saúde em quem a comunidade confia para obter orientações sobre cuidados com</p><p>a saúde, levando em conta fatores sociais, histórico de saúde e expectativas do</p><p>paciente em relação ao tratamento.</p><p>Quantas vezes, na sua história ou na história dos seus familiares, a farmácia</p><p>pareceu um acesso à saúde muito mais simples que ir a uma unidade de pronto-</p><p>-atendimento? Muitas vezes, é na farmácia que os pacientes têm o seu primeiro</p><p>atendimento e encaminhamento a um hospital, por exemplo. Quando estagiar</p><p>ou trabalhar em uma Farmácia Comunitária, você aplicará, na prática, o conhe-</p><p>cimento teórico adquirido em sala de aula, o que, também, envolve a aplicação</p><p>de habilidades de comunicação, a tomada de decisões rápidas e precisas e o de-</p><p>senvolvimento de competências técnicas. A interação direta com os pacientes</p><p>proporciona aprendizados únicos, pois cada caso apresenta particularidades e</p><p>desafios distintos, contribuindo para a formação profissional. Logicamente, nada</p><p>disso é útil se você não conhecer a legislação adequadamente, porque o exemplo</p><p>deve vir de você.</p><p>Durante a nossa jornada, abordaremos a forma correta de se dispensar antimi-</p><p>crobianos. Que tal ouvir alguns causos do impacto causado pelo uso irracional de</p><p>medicamentos? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente</p><p>virtual de aprendizagem .</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Olá! Neste tema, abordaremos mais profundamente aspectos legais das</p><p>atividades farmacêuticas em uma farmácia comunitária. Que tal relembrar algumas</p><p>coisas que já aprendeu? Indico um vídeo do CRF-SP: https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=H4OaENhSUno.</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>RESOLUÇÃO RDC Nº 44, DE 17 DE AGOSTO DE 2009</p><p>A Resolução nº 44, de 17 de agosto de 2009, da Agência Nacional de Vigilância</p><p>Sanitária (Anvisa), define os critérios mínimos para a implementação das Boas</p><p>Práticas Farmacêuticas, visando garantir a qualidade e segurança dos produtos</p><p>e serviços oferecidos em farmácias e drogarias. As Boas Práticas Farmacêuticas</p><p>são um conjunto de técnicas e medidas para assegurar a qualidade dos produtos e</p><p>serviços, promovendo o uso adequado dos produtos e aprimorando a qualidade</p><p>de vida dos usuários. Essas diretrizes se aplicam a todas as farmácias e drogarias</p><p>em todo o país, incluindo farmácias públicas, postos de medicamentos e unidades</p><p>volantes. Estabelecimentos vinculados a unidades hospitalares ou similares estão</p><p>sujeitos a regulamentações específicas.</p><p>Para o funcionamento de farmácias e drogarias são necessários os</p><p>seguintes documentos:</p><p>DOCUMENTO (I)</p><p>Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) expedida pela Anvisa.</p><p>DOCUMENTO (II)</p><p>Autorização Especial de Funcionamento (AE) para farmácias, quando aplicável.</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>DOCUMENTO (III)</p><p>Licença ou Alvará Sanitário expedido pelo órgão Estadual ou Municipal de Vigilância</p><p>Sanitária, segundo legislação vigente (afixados em local visível ao público)</p><p>DOCUMENTO (IV)</p><p>Certidão de Regularidade Técnica, emitido pelo Conselho Regional de Farmácia da</p><p>respectiva jurisdição (afixado em local visível ao público).</p><p>DOCUMENTO (V)</p><p>Manual de Boas Práticas Farmacêuticas, conforme a legislação vigente e as especifici-</p><p>dades de cada estabelecimento.</p><p>A RDC nº 275, de 9 de abril de 2019, estabelece procedimentos para con-</p><p>cessão, alteração e cancelamento da Autorização de Funcionamento (AFE) e</p><p>Autorização Especial (AE) de farmácias e drogarias. A AFE permite o funciona-</p><p>mento desses estabelecimentos, enquanto a AE é para farmácias de manipula-</p><p>ção com substâncias controladas. Ambas exigem solicitação, pagamento de taxa</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>e atendimento a requisitos da Anvisa. A Resolução nº 44/2009, complementa</p><p>exigindo informações em cartaz visível ao público, como razão social, CNPJ,</p><p>autorizações da Anvisa, nome do Farmacêutico Responsável Técnico, horário de</p><p>trabalho e contatos. O farmacêutico deve estar presente durante todo o horário</p><p>de funcionamento. Quanto à infraestrutura, a RDC estabelece requisitos para</p><p>localização, construção, higiene, ventilação, iluminação, segurança, materiais</p><p>de limpeza e áreas específicas, como sanitários e áreas de descanso e refeitório.</p><p>A função do farmacêutico implica grande responsabilidade e conduta ética. Quan-</p><p>do esquecemos de nossas obrigações, somos sancionados pela sociedade por</p><p>essas falhas, tal qual o caso do farmacêutico indiciado por tráfico de drogas e</p><p>venda de medicamento controlado sem receita médica.</p><p>https://www.to.gov.br/ssp/noticias/farmaceutico-e-indiciado-por-trafico-de-dro-</p><p>gas-e-venda-de-medicamento-controlado-sem-receita-medica/4wxjd860b46t.</p><p>EU INDICO</p><p>Os serviços farmacêuticos devem ser oferecidos em um ambiente separado</p><p>para garantir privacidade e conforto, com condições higiênicas adequadas. É</p><p>essencial implementar procedimentos de limpeza diária e entre atendimentos</p><p>para assegurar a segurança dos usuários e funcionários.</p><p>Os funcionários devem ser capacitados em temas, como legislação sanitária,</p><p>Procedimentos Operacionais Padrão (POPs), autocuidado, higiene, saúde e</p><p>microbiologia. O treinamento abrange o uso e o descarte de Equipamentos de</p><p>Proteção Individual (EPIs) e procedimentos em caso de acidentes, com registros</p><p>detalhados mantidos.</p><p>Além dos medicamentos, a legislação permite a venda de correlatos, sujeitos</p><p>a requisitos específicos. A farmácia deve adquirir apenas produtos regularizados</p><p>pela Anvisa, estabelecendo critérios para garantir a origem e a qualidade. Na</p><p>dispensação de medicamentos, a Resolução assegura ao usuário o direito à</p><p>informação e orientação sobre o uso adequado, abordando posologia, interação</p><p>com outros medicamentos, reações adversas e condições de conservação. A</p><p>avaliação de receitas é responsabilidade do farmacêutico, incluindo verificação de</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>legibilidade e identificação do usuário eAcesse: hdo medicamento,</p><p>sendo proibida a dispensação de medicamentos com receitas</p><p>ilegíveis ou passíveis de confusão.</p><p>Dispensação de medicamentos</p><p>A dispensação de medicamentos é um momento crucial em</p><p>que o farmacêutico fornece orientações sobre o uso adequado,</p><p>a dosagem, as interações e as reações adversas, desempenhando</p><p>papel essencial na melhoria da qualidade de vida do paciente,</p><p>conforme a Resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF)</p><p>nº 357, de 20 de abril de 2001. Esse processo envolve a avaliação</p><p>da prescrição e o acompanhamento farmacoterapêutico para</p><p>prevenir e solucionar problemas relacionados ao uso de</p><p>medicamentos, além da farmacovigilância para notificar efeitos</p><p>adversos. O farmacêutico pode se especializar em uma patologia</p><p>específica para acompanhar pacientes com essa condição.</p><p>No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a dispensação</p><p>de medicamentos deve seguir as prescrições, considerando a</p><p>disponibilidade dos produtos nas unidades de saúde, conforme a</p><p>Lei nº 9.787/1999 e a RDC Anvisa nº 53, de 30 de agosto de 2007.</p><p>Além da dispensação, o farmacêutico pode realizar atividades,</p><p>como perfuração auricular e consultas de farmácia clínica, em</p><p>farmácias comunitárias.</p><p>Prescrição</p><p>A prescrição é um documento legal que estabelece responsabilidades</p><p>para os envolvidos no processo de prescrever, dispensar e</p><p>administrar medicamentos. De acordo com a Resolução CFF nº</p><p>357/2001, o farmacêutico é responsável por avaliar e interpretar</p><p>as prescrições, considerando aspectos técnicos e legais. Em</p><p>casos de dosagens ou posologias fora dos limites farmacológicos</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>ou se houver incompatibilidade com outros medicamentos do paciente, o</p><p>farmacêutico deve buscar confirmação do prescritor. Caso não seja possível obter</p><p>confirmação, o farmacêutico tem o direito de recusar a prescrição, registrando os</p><p>motivos por escrito.</p><p>A dispensação de medicamentos com receitas ilegíveis, rasuradas ou emendadas</p><p>não é permitida. Prescrições eletrônicas com assinatura digital são aceitáveis, des-</p><p>de que estejam em conformidade com a regulamentação. A legislação do consu-</p><p>midor obriga fornecedores, incluindo farmácias, a substituir produtos com defeitos</p><p>de qualidade ou quantidade. No entanto, para medicamentos controlados, exceto</p><p>em casos de desvio de qualidade, não são aceitas devoluções. As sobras de medi-</p><p>camentos controlados não utilizados pelo paciente devem ser entregues ao órgão</p><p>de Vigilância Sanitária.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Prescrição farmacêutica</p><p>A Resolução CFF nº 586, de 29 de agosto de 2013, estabelece diretrizes para</p><p>a prática da prescrição farmacêutica, abrangendo intervenções terapêuticas far-</p><p>macológicas e não farmacológicas. Seu objetivo é cuidar da saúde, promover,</p><p>proteger e restabelecer a saúde e prevenir doenças. O processo inclui etapas,</p><p>como identificação das necessidades do paciente, definição de objetivos tera-</p><p>pêuticos, seleção da terapia, elaboração da prescrição, orientação ao paciente,</p><p>avaliação dos resultados e documentação. A segurança do paciente é prioritária,</p><p>e as decisões devem ser baseadas em evidências científicas, considerando outras</p><p>condições clínicas e mantendo comunicação eficaz com o paciente. A prescrição</p><p>de medicamentos sem receita exige habilidades clínicas, enquanto a prescrição de</p><p>controlados requer especialização e acordo formal com instituições e profissio-</p><p>nais responsáveis. É fundamental que a prescrição seja ética, visando ao bem-es-</p><p>tar do paciente, e que o farmacêutico mantenha independência profissional em</p><p>relação a interesses comerciais. A prescrição deve ser clara, confidencial, baseada</p><p>em evidências científicas e sem propósitos publicitários ou de marketing, com</p><p>registros detalhados em conformidade com a legislação.</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>Medicamentos isentos de prescrição</p><p>Os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP) podem representar riscos à saúde,</p><p>apesar de estarem disponíveis sem necessidade de receita médica. Portanto, a</p><p>orientação do farmacêutico desempenha papel essencial na minimização desses</p><p>riscos. Isso pode ocorrer quando um paciente solicita um MIP para automedica-</p><p>ção ou quando relata um problema de saúde, resultando em uma prescrição far-</p><p>macêutica. Embora não seja possível eliminar completamente a automedicação,</p><p>é possível torná-la responsável. A disposição dos MIP nas farmácias e drogarias é</p><p>opcional de acordo com a RDC nº 41, de 26 de julho de 2012, da Anvisa, contanto</p><p>que sejam mantidos separados de outros produtos na área de autoatendimento.</p><p>A RDC nº 98, de 1 de agosto de 2016, estabelece as características necessárias</p><p>para que um medicamento seja considerado MIP:</p><p>CARACTERÍSTICA (I)</p><p>Deve ter um histórico mínimo de comercialização, com as mesmas indicações e</p><p>características terapêuticas, sendo classificado como medicamento com prescrição</p><p>no Brasil por, pelo menos, cinco anos ou como medicamento isento de prescrição em</p><p>outros países, desde que atenda a critérios compatíveis.</p><p>CARACTERÍSTICA (II)</p><p>Deve apresentar baixo potencial de causar danos à saúde quando utilizado sem</p><p>orientação médica, levando em conta a forma farmacêutica, o princípio ativo, a con-</p><p>centração, a via de administração e a posologia. Também, deve ter reações adversas</p><p>conhecidas e reversíveis após a interrupção do uso, baixo potencial de toxicidade, bai-</p><p>xa probabilidade de interação medicamentosa e alimentar clinicamente significativa.</p><p>CARACTERÍSTICA (III)</p><p>Deve ser indicado para o tratamento, a prevenção ou o alívio de sinais e sintomas de</p><p>doenças não graves, com evolução inexistente ou muito lenta, e com sinais e sintomas</p><p>facilmente identificáveis pelo paciente, cuidador ou farmacêutico, sem a necessidade</p><p>de monitoramento laboratorial ou consulta médica.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>CARACTERÍSTICA (IV)</p><p>Deve ser utilizado por curto período de tempo ou conforme indicado na bula, exceto</p><p>para uso preventivo e para medicamentos específicos e fitoterápicos destinados a</p><p>doenças de baixa gravidade.</p><p>CARACTERÍSTICA (V)</p><p>Deve ser de fácil manuseio pelo paciente, cuidador ou mediante orientação do farma-</p><p>cêutico.</p><p>CARACTERÍSTICA (VI)</p><p>Deve apresentar baixo potencial de risco ao paciente, mesmo em caso de mau uso,</p><p>abuso ou intoxicação.</p><p>CARACTERÍSTICA (VII)</p><p>Não deve ter potencial para causar dependência, mesmo quando usado conforme as</p><p>instruções da bula.</p><p>Dispensação de antimicrobianos</p><p>Em 2011, a Anvisa implementou medidas de controle para medicamentos anti-</p><p>microbianos, visando combater a resistência microbiana e o uso inadequado. A</p><p>Resolução nº 542, de 19 de janeiro de 2011, do CFF destaca a responsabilida-</p><p>de do farmacêutico na dispensação desses medicamentos, exigindo informações</p><p>detalhadas na prescrição. A dispensação deve seguir estritamente a prescrição,</p><p>preferindo-se fornecer uma quantidade ligeiramente superior à prescrita se a</p><p>exata não estiver disponível. A Resolução RDC nº 471, de 23 de fevereiro de</p><p>2021, atualizou critérios para prescrição, dispensação e controle de medicamen-</p><p>tos antimicrobianos, aplicando-se a farmácias e drogarias. A prescrição deve ser</p><p>legível, em duas vias, contendo dados específicos. A receita de antimicrobianos</p><p>é válida em todo o território nacional por dez dias a contar da data de emissão.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Identi�cação do</p><p>estabelecimento ou</p><p>consultório</p><p>Nome completo do paciente, idade e sexo</p><p>Contato</p><p>Nome completo do prescritor</p><p>Assinatura</p><p>N0 registro pro�ssional</p><p>local e data</p><p>Endereço completo do estabelecimento ou consultório e telefone</p><p>Marcação grá�ca</p><p>(carimbo do prescritor)</p><p>nome do medicamento prescrito sob a forma de DCB,</p><p>concentração, forma farmacêutica, dose, frequência e</p><p>duração do tratamento, quantidade a ser fornecida,</p><p>orientação sobre o uso correto do medicamento e</p><p>instruções adicionais</p><p>IDE</p><p>Figura 1 - Modelo de prescrição de antimicrobianos / Fonte: CRF-SP (2017, p. 17).</p><p>Descrição da Imagem: a prescrição ou receita branca para antimicrobiano é uma a receita comum. Deve conter</p><p>identificação do estabelecimento em saúde (seu nome e endereço completo), nome completo do paciente, idade,</p><p>sexo, informações de contato e endereço residencial. O medicamento deve ser listado utilizando sua denominação</p><p>comum brasileira, concentração, forma farmacêutica, dose e frequência, além de orientações sobre sua correta</p><p>administração. O prescritor deve ter seu nome completo designado, número de registro profissional e assinatura.</p><p>As receitas devem ser assinadas e carimbadas ou, se em versão digital, apresentar ferramentas de segurança</p><p>para verificação de autenticidade. Fim da descrição.</p><p>A Resolução determina que, ao dispensar medicamentos em farmácias e droga-</p><p>rias, é necessário reter a segunda via da receita, devolvendo a primeira ao pacien-</p><p>te. O farmacêutico deve registrar, na receita, a data, a quantidade, o número do</p><p>lote e a assinatura durante a dispensação, confirmando o atendimento no verso.</p><p>As transações devem ser documentadas no Sistema Nacional de Gerenciamento</p><p>de Produtos Controlados (SNGPC), conforme a RDC nº 22/2014.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>A Resolução nº 471/2021, também, exige que bulas e rótulos de medicamen-</p><p>tos antimicrobianos contenham a frase “venda sob prescrição médica – só pode</p><p>ser dispensado com retenção da receita”. A devolução de tais medicamentos,</p><p>por</p><p>pessoas físicas, em farmácias e drogarias é proibida, exceto por defeitos tornan-</p><p>do-os impróprios ou discrepâncias nas informações. O farmacêutico deve avaliar</p><p>e documentar o motivo da devolução e, se pertinente, o medicamento não pode</p><p>ser revendido. A autoridade sanitária deve ser imediatamente notificada com os</p><p>dados de identificação do produto para medidas sanitárias adequadas.</p><p>Dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial</p><p>A Portaria SVS/MS nº 344/1998 e a Portaria SVS/MS nº 6/1999 estabelecem</p><p>critérios para autorização, comércio e prescrição de medicamentos sujeitos a</p><p>controle especial. Esses medicamentos são categorizados em listas atualizadas</p><p>pela Anvisa. A dispensação é exclusiva para farmacêuticos, que devem manter</p><p>registro e controle. O Receituário de Controle Especial deve ser preenchido em</p><p>duas vias, sendo válida em todo o território nacional. As informações sobre o</p><p>medicamento dispensado devem ser registradas na primeira via, conforme le-</p><p>gislação vigente. As farmácias devem apresentar receitas de outras Unidades</p><p>Federativas para verificação local em até 72 horas. O prescritor pode substitui-las</p><p>por uma receita comum, desde que todos os requisitos sejam atendidos, também</p><p>exigindo duas vias.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Figura 2 - Modelo de receita de controle especial / Fonte: CRF-SP (2017, p. 26).</p><p>Descrição da Imagem: a prescrição ou receita branca de controle especial é emitida em duas vias. Deve conter</p><p>a identificação do estabelecimento em saúde (seu nome e endereço completo), nome completo do paciente,</p><p>idade, sexo, informações de contato e endereço residencial. O medicamento deve ser listado utilizando, prefe-</p><p>rencialmente, sua denominação comum brasileira, concentração, forma farmacêutica, dose e frequência, além de</p><p>orientações sobre sua correta administração. O prescritor deve ter seu nome completo designado, número de</p><p>registro profissional e assinatura. As receitas devem ser assinadas e carimbadas ou, se em versão digital, apre-</p><p>sentar ferramentas de segurança para verificação de autenticidade. No momento do aviamento da prescrição, uma</p><p>das vias deve ser preenchida com os dados do estabelecimento dispensador, endereço completo, CNPJ, contato</p><p>e assinatura do farmacêutico responsável pelo estabelecimento. Na mesma via, devem ser preenchidos dados</p><p>do comprador, endereço completo, documento de identificação, assinatura e dados do paciente, como nome e</p><p>idade. Fim da descrição.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>O Receituário de Controle Especial é destinado a medicamentos das listas C1,</p><p>C5, A1, A2 e B1, com especificidades para a lista C5, que requer inclusão de</p><p>CPF e CID do paciente. Em emergências, medicamentos da lista C1 podem ser</p><p>dispensados em papel não privativo, com informações detalhadas. A farmácia</p><p>deve registrar a identificação do comprador, apresentando-a à Autoridade Sani-</p><p>tária local em até 72 horas. Notificações de receita autorizam a dispensação de</p><p>medicamentos das listas A1, A2, A3, B1, B2, C2 e C3. O estabelecimento retém</p><p>a notificação, registrando informações no verso e devolvendo-a como compro-</p><p>vante ao paciente. As notificações têm uma sequência numérica de oito dígitos</p><p>fornecida pela autoridade sanitária. A notificação de receita A é usada para me-</p><p>dicamentos das listas A1, A2 e A3, sendo enviada até o dia 15 do mês seguinte às</p><p>Autoridades Sanitárias Estaduais ou Municipais e do Distrito Federal.</p><p>Figura 3 - Modelo de Notificação de Receita A / Fonte: CRF-SP (2017, p. 29).</p><p>Descrição da Imagem: a notificação de receita de cor amarela, identificada com a letra A, é emitida por órgão</p><p>sanitário em modelo padrão e com número de série. Deve conter a identificação do estabelecimento em saúde</p><p>(seu nome e endereço completo) e nome completo do paciente.</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>O medicamento deve ser listado utilizando, preferencialmente, sua denominação comum brasileira, concentração,</p><p>forma farmacêutica, dose e frequência, além de orientações sobre sua correta administração. O prescritor deve</p><p>ter seu nome completo designado, número de registro profissional, assinatura e carimbo. As notificações de</p><p>receitas devem ser assinadas e carimbadas. No momento do aviamento da prescrição, a via deve ser preenchida</p><p>com os dados do estabelecimento dispensador, endereço completo, CNPJ, contato e assinatura do farmacêutico</p><p>responsável pelo estabelecimento. Na mesma via, devem ser preenchidos dados do comprador, endereço completo,</p><p>documento de identificação, assinatura e dados do paciente, como nome e idade.</p><p>Para medicamentos da lista B1, utiliza-se a notificação de receita B. Para</p><p>substâncias da lista B2, a prescrição, aviamento ou dispensação estão sujeitos à</p><p>notificação de receita B2. Um exemplo é a Sibutramina, que requer a notificação</p><p>de receita B2 para sua dispensação. Nesse caso, a quantidade de medicamento</p><p>correspondente a, no máximo, 30 dias de tratamento pode ser incluída na receita,</p><p>com exceção da Sibutramina, que pode conter a quantidade correspondente a,</p><p>no máximo, 60 dias de tratamento. Eventos adversos relacionados ao uso dessas</p><p>substâncias devem ser compulsoriamente notificados ao Sistema Nacional de</p><p>Vigilância Sanitária.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Figura 4 - Modelo de Notificação de Receita B / Fonte: CRF-SP (2017, p. 30).</p><p>Descrição da Imagem: a notificação de receita de cor azul, identificada com a letra B, é emitida por órgão</p><p>sanitário em modelo padrão e com número de série. Deve conter a identificação do estabelecimento em saúde</p><p>(seu nome e endereço completo) e nome completo do paciente. O medicamento deve ser listado utilizando, pre-</p><p>ferencialmente, sua denominação comum brasileira, concentração, forma farmacêutica, dose e frequência, além</p><p>de orientações sobre sua correta administração. O prescritor deve ter seu nome completo designado, número de</p><p>registro profissional, assinatura e carimbo. As notificações de receitas devem ser assinadas e carimbadas. No</p><p>momento do aviamento da prescrição, a via deve ser preenchida com os dados do estabelecimento dispensador,</p><p>endereço completo, CNPJ, contato e assinatura do farmacêutico responsável pelo estabelecimento. Na mesma</p><p>via, devem ser preenchidos dados do comprador, endereço completo, documento de identificação, assinatura e</p><p>dados do paciente, como nome e idade. Fim da descrição.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Figura 5 - Modelo de Notificação de Receita B2 / Fonte: CRF-SP (2017, p. 32).</p><p>Descrição da Imagem: a notificação de receita de cor azul, identificada com a letra B2, é emitida por órgão</p><p>sanitário em modelo padrão e com número de série. Deve conter a identificação do estabelecimento em saúde</p><p>(seu nome e endereço completo) e nome completo do paciente. O medicamento deve ser listado utilizando, pre-</p><p>ferencialmente, sua denominação comum brasileira, concentração, forma farmacêutica, dose e frequência, além</p><p>de orientações sobre sua correta administração. O prescritor deve ter seu nome completo designado, número de</p><p>registro profissional, assinatura e carimbo. As notificações de receitas devem ser assinadas e carimbadas. No</p><p>momento do aviamento da prescrição, a via deve ser preenchida com os dados do estabelecimento dispensador,</p><p>endereço completo, CNPJ, contato e assinatura do farmacêutico responsável pelo estabelecimento. Na mesma</p><p>via, devem ser preenchidos dados do comprador, endereço completo, documento de identificação, assinatura e</p><p>dados do paciente como nome e idade.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Figura 6 - Modelo de Notificação de Receita Especial Retinoides Sistêmicos / Fonte: CRF-SP (2017, p. 37).</p><p>Descrição da Imagem: a notificação de receita para retinoides sistêmicos de cor branca, identificada com desenho</p><p>que representa ser proibido a venda a mulheres grávidas, é emitida por órgão sanitário em modelo padrão e com</p><p>número de série. Deve conter a identificação do estabelecimento em saúde (seu nome e endereço completo) e</p><p>nome completo do paciente. O medicamento deve ser listado utilizando, preferencialmente,</p><p>sua denominação</p><p>comum brasileira, concentração, forma farmacêutica, dose e frequência, além de orientações sobre sua correta</p><p>administração. O prescritor deve ter seu nome completo designado, número de registro profissional, assinatura e</p><p>carimbo. As notificações de receitas devem ser assinadas e carimbadas. No momento do aviamento da prescrição,</p><p>a via deve ser preenchida com os dados do estabelecimento dispensador, endereço completo, CNPJ, contato e</p><p>assinatura do farmacêutico responsável pelo estabelecimento. Na mesma via, devem ser preenchidos dados do</p><p>comprador, endereço completo, documento de identificação, assinatura e dados do paciente como nome e idade.</p><p>Fim da descrição.</p><p>A Notificação de Receita Especial de Retinoides Sistêmicos, de cor branca, é</p><p>usada para prescrever substâncias da lista C2. Farmácias devem estar cadastradas</p><p>nos órgãos de vigilância sanitária para dispensar esses medicamentos. A mani-</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>pulação de substâncias da lista C2 para uso sistêmico em farmácias é proibida.</p><p>A notificação deve ser acompanhada por dois termos, assinados pelo paciente e</p><p>médico em três vias.</p><p>Para a talidomida, da lista C3, é necessária a Notificação de Receita Espe-</p><p>cial da Talidomida, também de cor branca, regulamentada pela RDC Anvisa nº</p><p>11/2011. Sua dispensação é permitida apenas em unidades públicas, exigindo a</p><p>notificação em duas vias e o Termo de Responsabilidade/Esclarecimento em três</p><p>vias. A devolução, em caso de desvio de qualidade, deve ser registrada conforme</p><p>anexos da RDC, enviada à Autoridade Sanitária a cada 15 dias e, em caso de</p><p>desvio, o farmacêutico deve preencher um registro e enviar o medicamento ao la-</p><p>boratório oficial fabricante, retendo uma cópia na unidade pública dispensadora.</p><p>Um quadro resumo muito bom sobre as receitas e notificações de receita e as</p><p>limitações legais no documento do CRF: https://www.crfsp.org.br/documentos/</p><p>materiaistecnicos/Aspectos_Legais_da_Dispensacao.pdf.</p><p>EU INDICO</p><p>Intercambialidade de Medicamentos</p><p>No Brasil, os medicamentos são categorizados com base em características, como</p><p>origem dos princípios ativos e processo de elaboração. As principais categorias</p><p>incluem medicamento de referência (inovador), genérico (similar e intercam-</p><p>biável ao de referência) e similar (com os mesmos princípios ativos e caracte-</p><p>rísticas do medicamento de referência). A política de medicamentos genéricos,</p><p>regulamentada pela Lei dos Genéricos (Lei nº 9.787/1999), assegura a inter-</p><p>cambialidade, por meio de testes de equivalência terapêutica. A legislação atual</p><p>permite a intercambialidade entre medicamentos genéricos e suas referências</p><p>bem como entre medicamentos similares equivalentes. A lista de Medicamentos</p><p>Similar Equivalente ao Medicamento de Referência é atualizada mensalmente no</p><p>site da Anvisa. Resoluções, como RDC nº 134/2003, RDC nº 58/2014 e RDC nº</p><p>675/2022, estabeleceram critérios e medidas para a adequação de medicamentos</p><p>similares e intercambialidade. Em 2022, a Resolução RDC nº 753 detalha termi-</p><p>nologias e registro de medicamentos.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Acesse o material e fique por dentro deste tema importante que contribuirá para</p><p>o seu desenvolvimento. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do</p><p>ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>EM FOCO</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Como forma de ligar o nosso caso à atuação profissional, contarei uma história.</p><p>João, um farmacêutico responsável por uma farmácia comunitária, está enfren-</p><p>tando acusações de infração à Portaria SVS/MS nº 344/1998, que regula substân-</p><p>cias sujeitas a controle especial. A fiscalização revelou diversas irregularidades,</p><p>como a dispensação inadequada de medicamentos controlados, ausência de pres-</p><p>crições e registros obrigatórios e presença de medicamentos vencidos no estoque.</p><p>João pode enfrentar um processo administrativo pelo Conselho Regional de</p><p>Farmácia (CRF), o que pode resultar em medidas disciplinares que vão desde</p><p>uma advertência até a suspensão definitiva de sua licença profissional. Além</p><p>disso, a infração à Portaria nº 344/1998 pode ter implicações legais, sujeitando</p><p>João a penalidades judiciais, como multas e ações legais. Importante lembrar que</p><p>o comportamento de João fere o conceito de responsabilidade civil do farmacêu-</p><p>tico, pois pode inadvertidamente causar dano a outrem. Como consequência,</p><p>dependendo do tipo de medicamento vendido inadequadamente, João pode</p><p>ser indiciado por tráfico de drogas. A adesão estrita às regulamentações para</p><p>garantir a segurança e a saúde dos pacientes, bem como a integridade profissional</p><p>do farmacêutico.</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>1. Maria trabalha como farmacêutica em uma farmácia comunitária e sempre se preocupou</p><p>em oferecer os melhores cuidados aos seus clientes. Ela conhece a importância das regu-</p><p>lamentações para garantir a segurança e a eficácia dos serviços farmacêuticos. Um dia, ao</p><p>estudar sobre a Resolução da Anvisa nº 44/2009 e a Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014,</p><p>Maria percebeu como essas normativas trouxeram avanços significativos para a área. Agora,</p><p>ela quer compartilhar esse conhecimento com seus colegas de profissão.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a afirmativa correta.</p><p>a) O farmacêutico e o proprietário dos estabelecimentos farmacêuticos agirão sempre</p><p>solidariamente, realizando todos os esforços para promover o uso racional de medica-</p><p>mentos.</p><p>b) O proprietário da farmácia poderá desautorizar ou desconsiderar as orientações técnicas</p><p>emitidas pelo farmacêutico.</p><p>c) É facultativo às farmácias e às drogarias ter a assistência de farmacêutico responsável</p><p>técnico ou de seu substituto, durante todo o horário de funcionamento do estabeleci-</p><p>mento, nos termos da legislação vigente.</p><p>d) Podem ser dispensados medicamentos cujas receitas estiverem ilegíveis ou que possam</p><p>induzir a erro ou confusão.</p><p>e) O ambiente destinado aos serviços farmacêuticos pode ser o mesmo daquele destinado</p><p>à dispensação e à circulação de pessoas em geral, devendo o estabelecimento dispor</p><p>de espaço específico para esse fim.</p><p>2. A resolução RDC nº 44, de 17 de agosto de 2009, dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuti-</p><p>cas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de</p><p>produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras</p><p>providências.</p><p>Sobre os documentos obrigatórios para o funcionamento de uma farmácia, analise as afir-</p><p>mativas a seguir.</p><p>I - Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE), expedida pela Anvisa, e Autorização</p><p>Especial de Funcionamento (AE) para farmácias, quando aplicável.</p><p>II - Licença ou Alvará Sanitário, expedido pelo órgão Estadual ou Municipal de Vigilância</p><p>Sanitária, segundo legislação vigente.</p><p>III - Certidão de Regularidade Técnica, emitido pelo Conselho Regional de Farmácia da res-</p><p>pectiva jurisdição, e Manual de Boas Práticas Farmacêuticas, conforme a legislação vi-</p><p>gente e as especificidades de cada estabelecimento.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>3. Maria, farmacêutica e dona de uma farmácia comunitária, recebeu uma advertência da</p><p>vigilância sanitária para readequar o espaço físico da farmácia, uma vez que, para acessar</p><p>os banheiros acessíveis aos clientes, é necessário passar pela sala de vacinação.</p><p>Sobre o assunto, assinale a alternativa correta.</p><p>a) As farmácias e drogarias devem ser localizadas, projetadas, dimensionadas, construídas</p><p>ou adaptadas com infraestrutura compatível com as atividades a serem desenvolvidas,</p><p>possuindo, no mínimo, ambientes para atividades administrativas, recebimento e ar-</p><p>mazenamento dos produtos, dispensação de medicamentos, depósito de material de</p><p>limpeza e sanitário.</p><p>b) O ambiente destinado aos serviços farmacêuticos deve ser diverso daquele destinado</p><p>à dispensação e à circulação de pessoas em geral, devendo o estabelecimento dispor</p><p>de espaço específico para esse fim.</p><p>c) As instalações devem possuir superfícies internas (piso, paredes e teto)</p><p>lisas e impermeá-</p><p>veis, em perfeitas condições, resistentes aos agentes sanitizantes e facilmente laváveis.</p><p>d) O acesso ao sanitário, caso exista, não deve se dar por meio do ambiente destinado aos</p><p>serviços farmacêuticos.</p><p>e) Todas as alternativas estão corretas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ACHE. Nova Lei de Intercambialidade. Material desenvolvido de acordo com a RDC nº 58, de</p><p>10 de outubro de 2014. [S. l.]: Ache, 2015. Folheto. 2p. Disponível em: https://www.ache.com.br/</p><p>arquivos/FOLHETO_INTERCAMBIALIDADE_PDV.pdf. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>ANVISA. Resolução RDC nº 44, de 17 de agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farma-</p><p>cêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização</p><p>de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá ou-</p><p>tras providências. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2009/</p><p>rdc0044_17_08_2009.html. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>ANVISA. Resolução nº 11, de 22 de março de 2011. Dispõe sobre o controle da substância Ta-</p><p>lidomida e do medicamento que a contenha. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/</p><p>saudelegis/anvisa/2011/res0011_21_03_2011.html. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>ANVISA. Resolução RDC nº 22, de 29 de abril de 2014. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Ge-</p><p>renciamento de Produtos Controlados -SNGPC, revoga a Resolução de Diretoria Colegiada nº</p><p>27, de 30 de março de 2007, e dá outras providências. Disponível em: https://www.cmasistemas.</p><p>com.br/rdc-anvisa-22-2014.html. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>ANVISA. Resolução RDC nº 58, de 10 de outubro de 2014. Dispõe sobre as medidas a serem</p><p>adotadas junto à Anvisa pelos titulares de registro de medicamentos para a intercambialidade</p><p>de medicamentos similares com o medicamento de referência. Disponível em: https://bvsms.</p><p>saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2014/rdc0058_10_10_2014.pdf. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>ANVISA. Resolução RDC nº 98, de 1 de agosto de 2016. Dispõe sobre os critérios e procedi-</p><p>mentos para o enquadramento de medicamentos como isentos de prescrição e o reenquadra-</p><p>mento como medicamentos sob prescrição, e dá outras providências. Disponível em: https://</p><p>antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/2921766/%281%29RDC_98_2016_COMP.pdf/0b2f01fc-</p><p>-d66c-494d-a498-5c1861222bb0. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>ANVISA. Resolução RDC nº 471, de 24 de fevereiro de 2021. Dispõe sobre os critérios para</p><p>a prescrição, dispensação, embalagem e controle, rotulagem de medicamentos à base de</p><p>substâncias classificadas como antimicrobianos de uso sob prescrição, isoladas ou em as-</p><p>sociação, listadas Normativa específica. Disponível em: https://antigo.anvisa.gov.br/docu-</p><p>ments/10181/6232328/RDC_471_2021_.pdf/a678704e-afb3-48bf-a33e-9b69c6270668. Aces-</p><p>so em: 5 abr. 2024.</p><p>ANVISA. Resolução RDC nº 753, de 28 de setembro de 2022. Dispõe sobre o registro de medi-</p><p>camentos de uso humano com princípios ativos sintéticos e semissintéticos, classificados como</p><p>novos, inovadores, genéricos e similares. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/</p><p>resolucao-rdc-n-753-de-28-de-setembro-de-2022-433925794. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998. Aprova o Regulamento Técnico sobre substân-</p><p>cias e medicamentos sujeitos a controle especial. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/</p><p>bvs/saudelegis/svs/1998/prt0344_12_05_1998_rep.html. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999. Altera a Lei no  6.360, de 23 de setembro</p><p>de 1976, que dispõe sobre a vigilância sanitária, estabelece o medicamento genérico, dispõe</p><p>sobre a utilização de nomes genéricos em produtos farmacêuticos e dá outras providências.</p><p>Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9787.htm. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução RDC nº 53, de 30 de agosto de 2007. Altera os itens 1.2 e 2.1, ambos do item</p><p>VI, do Anexo da Resolução RDC nº 17, de 2 de março de 2007. Disponível em: https://bvsms.</p><p>saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2007/rdc0053_30_08_2007.html. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 542, de 19 de janeiro de 2011. Dispõe sobre as atribuições do farmacêu-</p><p>tico na dispensação e no controle de antimicrobianos. Disponível em: https://www.cff.org.br/</p><p>userfiles/file/resolucoes/542.pdf. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução RDC nº 41, de 26 de julho de 2012. Altera Resolução RDC nº 44, de 17</p><p>de agosto de 2009, que dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário</p><p>do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de ser-</p><p>viços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências, e revoga a Instrução</p><p>Normativa IN nº 10, de 17 de agosto de 2009. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/</p><p>saudelegis/anvisa/2012/rdc0041_26_07_2012.html. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 13 .021, de 8 de agosto de 2014. Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das</p><p>atividades farmacêuticas. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-</p><p>2014/2014/lei/l13021.htm. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução RDC nº 275, de 9 de abril de 2019. Dispõe sobre procedimentos para a</p><p>concessão, alteração e cancelamento da Autorização de Funcionamento (AFE) e de Autorização</p><p>Especial (AE) de farmácias e drogarias. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saude-</p><p>legis/anvisa/2019/rdc0275_9_04_2019.pdf. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Portaria nº 6, de 29 de janeiro de 1999. Aprova a</p><p>Instrução Normativa da Portaria SVS/MS nº 344 de 12 de maio de 1998 que instituiu o Regu-</p><p>lamento Técnico das substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. Disponível em:</p><p>https://www.cff.org.br/userfiles/file/portarias/6.pdf. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 586, de 29 de agosto de 2013. Regula</p><p>a prescrição farmacêutica e dá outras providências. Disponível em: https://www.cff.org.br/user-</p><p>files/file/noticias/Resolução%20586_13%20-%20texto%20final(1).pdf. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>1</p><p>4</p><p>4</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 357, de 20 de abril de 2001. Aprova</p><p>o regulamento técnico das Boas Práticas de Farmácia. Disponível em: https://www.cff.org.br/</p><p>userfiles/file/resolucoes/357.pdf. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>CRF-PR – CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ. Manual para a dis-</p><p>pensação de medicamentos sujeitos a controle especial. 7. ed. Curitiba: CRF/PR, 2021. Dis-</p><p>ponível em: https://drive.google.com/file/d/1ClfjysXwhc1I9EU-yzEJSeIOlZKIpZiL/view. Acesso</p><p>em: 5 abr. 2024.</p><p>CRF-SP – CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Manual a Orien-</p><p>tação ao Farmacêutico: aspectos legais da dispensação. São Paulo: CRF/SP, 2017. Disponível</p><p>https://www.crfsp.org.br/documentos/materiaistecnicos/Aspectos_Legais_da_Dispensacao.</p><p>pdf. Acesso em: 5 abr. 2024.</p><p>MATSUMOTO, A. K.; FERREIRA, C. L. Aspectos regulatórios no varejo farmacêutico. São Paulo:</p><p>Saraiva, 2021. E-book.</p><p>1</p><p>4</p><p>5</p><p>1. Alternativa A. A Lei nº 13.021/2014 estabelece responsabilidades no exercício das atividades</p><p>farmacêuticas. O farmacêutico e o proprietário do estabelecimento devem agir solidariamente</p><p>para promover o uso racional de medicamentos, com o proprietário não podendo desconsi-</p><p>derar as orientações técnicas do farmacêutico. O estabelecimento deve fornecer condições</p><p>adequadas para o desenvolvimento das atividades profissionais. O ambiente destinado aos</p><p>serviços farmacêuticos deve ser separado da dispensação e circulação geral. Medicamentos</p><p>cujas receitas estejam ilegíveis ou possam induzir a erro não podem ser dispensados. A lei,</p><p>também, estabelece a obrigatoriedade de assistência de farmacêutico responsável técnico</p><p>ou substituto durante todo o horário de funcionamento das farmácias e drogarias.</p><p>2. Alternativa E. Todas as alternativas estão corretas, conforme o Art. 2º, da Resolução RDC nº</p><p>44, de 17 de agosto de 2009, que dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle</p><p>sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização</p><p>organização, promovendo o conhecimento e a interação</p><p>entre todos os membros. Isso quer dizer que, quando nos formamos e fazemos</p><p>o nosso juramento:</p><p>“ Prometo que, ao exercer a profissão de Farmacêutico, mostrar-me-</p><p>ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência.</p><p>Nunca me servirei da profissão para corromper os costumes ou</p><p>favorecer o crime. Se eu cumprir este juramento com fidelidade,</p><p>gozem, para sempre, a minha vida e a minha arte, de boa reputação</p><p>entre os homens. Se dele me afastar ou infringi-lo, suceda-me o</p><p>contrário (CFF, 2008, on-line).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Estamos nos comprometendo a ser honestos e caridosos e honrar o co-</p><p>nhecimento científico. As regras para garantir a ética profissional podem ser</p><p>denominadas como códigos deontológicos e, geralmente, tem sua elaboração</p><p>por conselhos ou sociedades profissionais e, ainda, associações. De modo ge-</p><p>ral, baseiam-se em declarações internacionais adaptadas às particularida-</p><p>des de uma região (SANTOS, 2014). Esses documentos podem ser normati-</p><p>vos, vinculativos ou reguladores e, normalmente, descrevem punições para</p><p>descumprimento de suas regras.</p><p>Um exemplo desses documentos é o Código de Ética farmacêutico. O Código</p><p>de Ética é explicado por Matsumoto como um meio tradicional pelo qual uma</p><p>profissão garante o público e seus clientes de suas responsabilidades e, portanto,</p><p>a manutenção de sua integridade e reputação.</p><p>Para os farmacêuticos, o Código de Ética é elaborado pelo Conselho Federal</p><p>de Farmácia. Até o momento, a última versão foi publicada no Diário Oficial</p><p>da União, por meio da Resolução nº 724, de 29 de abril de 2022 (CCF, 2022).</p><p>Esse documento dispõe sobre o Código de Ética, o Código de Processo Ético, e</p><p>estabelece as infrações e as regras de aplicação das sanções ético-disciplinares.</p><p>Nele, o Conselho explica que:</p><p>“ [...] o Código de Ética contém as normas que devem ser observadas</p><p>pelos farmacêuticos e os demais inscritos nos conselhos regionais de</p><p>farmácia no exercício do âmbito profissional respectivo, inclusive</p><p>nas atividades relativas ao ensino, à pesquisa e à administração/ges-</p><p>tão de serviços de saúde, bem como em quaisquer outras atividades</p><p>em que se utilize o conhecimento advindo do estudo da Farmácia,</p><p>em prol do zelo pela saúde (CFF, 2014, on-line).</p><p>Repare como a descrição do Código de Ética está intrinsecamente interligada ao</p><p>juramento de farmacêutico. Além disso, é importante enfatizar que o Código de</p><p>Ética apresenta itens complementares de direitos e deveres para todos os farma-</p><p>cêuticos e para os profissionais inscritos no conselho profissional.</p><p>Os profissionais não devem ter objetivos divergentes da profissão escolhida,</p><p>que são demandados de acordo com as necessidades da sociedade, por isso, de-</p><p>vem responder, com eficiência e responsabilidade, à comunidade (CRF-SP, 2019).</p><p>1</p><p>1</p><p>A legislação (do latim, lex, legis — lei), por sua vez, são normas impostas pe-</p><p>las estruturas do Estado nas instâncias federal, estadual e municipal (ZUBIOLI,</p><p>2022). Seu descumprimento quase sempre resulta em alguma atitude punitiva</p><p>por instituições estatais. Essas normas e regulamentações devem ser constante-</p><p>mente estudadas uma vez que são dinâmicas e atualizadas constantemente.</p><p>Esse conjunto de normas jurídicas (regime jurídico) que regulamentam di-</p><p>reitos e deveres dos farmacêuticos dá aos profissionais privilégios, mas também</p><p>os submete a fiscalizações que os obriga a cumprir com seus deveres. Em casos</p><p>de má conduta profissional, a pessoa pode responder civil e penalmente por</p><p>processos profissionais-administrativos (ou disciplinares) (ZUBIOLI, 2022).</p><p>Assim, perceba que as responsabilidades da atuação farmacêutica estão di-</p><p>vididas em dois aspectos: a legal, a decisão, em livre arbítrio, de cumprir normas</p><p>jurídicas de acordo com o ordenamento jurídico, e a ética, que conscientemente</p><p>busca cumprir com exigências legais da profissão (ZUBIOLI, 2022). Dessa for-</p><p>ma, para que possamos entender a lógica por trás da regulamentação da nossa</p><p>profissão, precisamos saber qual é a ordem hierárquica das leis, chamada orde-</p><p>namento jurídico.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>ORDENAMENTO JURÍDICO</p><p>Inicialmente, devemos ter em mente que são diversos os órgãos que exercem</p><p>poder regulatório sobre o exercício da nossa profissão:</p><p>■ A União, que, como vimos, afirma que só poderemos exercer atividades</p><p>de farmacêutico se tivermos um diploma conforme descrito por lei.</p><p>■ Ministérios e Órgãos Regulatórios, como o Ministério da Saúde e a Agência</p><p>Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que normatizam atividades e</p><p>estabelecem critérios de qualidade para produtos farmacêuticos, entre</p><p>outros assuntos.</p><p>■ Conselhos Federal e Estadual de Farmácia que apresentam resoluções que</p><p>estabelecem direitos e deveres do farmacêutico bem como fiscalizam o</p><p>exercício profissional.</p><p>■ Estados e Municípios que apresentam legislações próprias sobre</p><p>assuntos pertinentes aos seus escopos, como a atuação e as funções</p><p>das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde, além de órgãos</p><p>regulamentadores próprios.</p><p>A organização das legislações segue uma hierarquia estabelecida pela pirâ-</p><p>mide de Kelsen, também chamada ordenamento jurídico. A Câmara Federal</p><p>dos Deputados explica ordenamento jurídico como:</p><p>“ Conjunto de normas jurídicas e regras que regem o Estado. Formam</p><p>uma unidade cujo conteúdo, tendo como núcleo a Constituição, é</p><p>integrado em grau descendente de hierarquia pelas leis, decretos,</p><p>portarias, regulamentos, decisões administrativas e negócios ju-</p><p>rídicos, adicionadas da doutrina jurídica, da jurisprudência e dos</p><p>costumes (BRASIL, [202?], on-line).</p><p>1</p><p>8</p><p>Analise a representação esquemática da pirâmide de Kelsen:</p><p>ORDENAMENTO</p><p>JURÍDICO</p><p>Constituição</p><p>Leis, decretos, jurisprudência</p><p>Atos normativos, portarias e resoluções, etc</p><p>Contratos, sentenças judiciais,</p><p>atos e negócios jurídicos</p><p>Relação de Superioridade</p><p>Figura 1 - Pirâmide representativa do ordenamento jurídico</p><p>Fonte: adaptada de https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ordenamento_juridico.svg#/media/Fichei-</p><p>ro:Ordenamento_juridico.svg. Acesso em: 1 abr. 2024.</p><p>Descrição da Imagem: a figura apresenta uma pirâmide que contém os níveis jurídicos. No topo da pirâmide,</p><p>está a Constituição Federal, que apresenta os fundamentos para os próximos níveis. No segundo nível, estão as</p><p>leis e os decretos federais, além da jurisprudência dos tribunais. No terceiro nível, estão os atos normativos, as</p><p>portarias e as resoluções. No quarto, estão os contratos, as sentenças judiciais, os atos e os negócios jurídicos.</p><p>Fim da descrição.</p><p>A pirâmide apresenta, em seu cume, a Constituição Federal, um conjunto de</p><p>normas superiores do Estado e que todas as demais normas jurídicas são subor-</p><p>dinadas. Na Constituição Federal Brasileira de 1988, temos, por exemplo, no</p><p>Título I (entre os Arts. 1º e 4º), os Princípios Fundamentais, dentre eles estão:</p><p>■ As características do Estado Federativo Brasileiro.</p><p>■ A apresentação dos Três Poderes da União, independentes e harmônicos</p><p>entre si: executivo, legislativo e judiciário.</p><p>■ Os objetivos do Estado Federativo Brasileiro.</p><p>■ Os princípios para as relações internacionais.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>O Título II diz respeito aos Direitos e às Garantias Fundamentais. Dentre eles, da-</p><p>remos destaque a dois, o primeiro relata sobre a nossa responsabilidade de cum-</p><p>prir as leis, e outro, mais tarde, fundamentará o surgimento do SUS. O primeiro</p><p>localiza-se no Capítulo 1 – Dos Direitos Fundamentais Individuais e Coletivos:</p><p>“ Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer</p><p>natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros resi-</p><p>dentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à</p><p>igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:</p><p>[...]</p><p>II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa</p><p>senão em virtude de lei (BRASIL, 1988).</p><p>O segundo, por sua vez, localiza-se no Capítulo II – Dos Direitos</p><p>de produtos e da prestação</p><p>de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências.</p><p>3. Alternativa E. Todas as alternativas estão corretas, segundo a Resolução RDC nº 44, de 17</p><p>de agosto de 2009, que dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário</p><p>do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de</p><p>serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>UNIDADE 3</p><p>MINHAS METAS</p><p>SERVIÇOS FARMACÊUTICOS E</p><p>FARMÁCIA CLÍNICA</p><p>Definir farmácia clínica.</p><p>Apresentar atribuições clínicas do farmacêutico.</p><p>Destacar a importância do profissional em diferentes locais de trabalho.</p><p>Apresentar legislação específica sobre farmácia hospitalar.</p><p>Apresentar legislação específica sobre farmácia comunitária.</p><p>Apresentar legislação específica sobre farmácia magistral.</p><p>Apresentar relato do Conselho Federal de Farmácia.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 7</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Você já imaginou que a falta de acesso aos serviços farmacêuticos tornou-se um</p><p>desafio alarmante? Sem a orientação e supervisão adequadas, a população pode</p><p>enfrentar problemas relacionados ao uso incorreto de medicamentos, interações</p><p>prejudiciais e desconhecimento das práticas de saúde preventiva. Além disso,</p><p>pessoas com pressão alta ou diabetes que contavam com a expertise do profis-</p><p>sional para manter a doença controlada podem não ter a quem recorrer.</p><p>É importante lembrar que, em diversos locais do nosso país, a porta de en-</p><p>trada para a assistência à saúde não é uma unidade básica nem um hospital, mas,</p><p>sim, uma farmácia. Dessa forma, é necessário enfatizar a presença do profissional</p><p>farmacêutico como um dos atores principais para o fortalecimento de um sistema</p><p>de saúde, uma vez que os serviços farmacêuticos consistem em um conjunto de</p><p>atividades estruturadas em um processo de trabalho, cujo propósito é contribuir</p><p>para a prevenção de doenças, promover a proteção e recuperação da saúde bem</p><p>como aprimorar a qualidade de vida das pessoas.</p><p>Durante a sua história e a de seus familiares, relembre momentos em que foi à</p><p>farmácia e pediu para medir a pressão ou um remedinho para gripe ou um outro</p><p>para dor. A intervenção nesse momento pode ser o que diferencia um paciente</p><p>com hipertensão de ter algum problema mais grave se a sua pressão atinge va-</p><p>lores, como 18x8 mmHg. Assim, nasce a importância de se saber o que se pode,</p><p>ou não, fazer em uma farmácia e como isso atinge os pacientes. Vamos estudar?</p><p>Para conhecer mais sobre o impacto da farmácia clínica para pacientes em servi-</p><p>ços públicos e privados, escute o nosso podcast! Recursos de mídia disponíveis</p><p>no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Vamos relembrar as atribuições do farmacêutico na farmácia comunitária? Assista</p><p>ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=L2FWC2YHDpQ.</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>Os farmacêuticos são membros cruciais da equipe de saúde, responsáveis por</p><p>garantir a qualidade e o uso seguro de medicamentos. Além disso, pode-se dizer</p><p>que os farmacêuticos são “gerentes de terapia medicamentosa”, contribuindo para</p><p>vários aspectos do cuidado ao paciente (THAMBY; SUBRAMANI, 2014).</p><p>A Organização Mundial da Saúde (OMS, 1997) introduz o conceito de “cui-</p><p>dado farmacêutico”, enfatizando a prática farmacêutica centrada no paciente e</p><p>orientada para resultados. Sendo também definido como “farmacêutico sete</p><p>estrelas”, delineando papéis-chave, como cuidador, tomador de decisões, co-</p><p>municador, gerente, aprendiz vitalício, educador e líder, que se espera que os</p><p>farmacêuticos desempenhem na equipe de saúde.</p><p>Nesse contexto, a participação do farmacêutico em suas atribuições como</p><p>clínico exerce função primordial para a construção de um serviço de saúde de</p><p>qualidade. conheceremos um pouco mais sobre isso e seu arcabouço legal.</p><p>FARMÁCIA CLÍNICA</p><p>Definição de farmácia clínica</p><p>A farmácia clínica, segundo Bisson (2021), envolve as atividades do farmacêu-</p><p>tico voltadas diretamente ao paciente, incluindo interações diretas ou orientação</p><p>a outros profissionais de saúde. Hepler e Strand (1990) definem cuidado farma-</p><p>cêutico como a prestação responsável de cuidados relacionados a medicamentos</p><p>para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Esse cuidado abrange decisões</p><p>sobre medicamentos, como seleção, doses, administração e monitoramento, vi-</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>sando proporcionar bem-estar e otimizar resultados terapêuticos em colaboração</p><p>com outros profissionais de saúde (BISSON, 2021).</p><p>Os objetivos do cuidado farmacêutico, conforme Bisson (2021), incluem</p><p>cura, redução de sintomas, controle de doenças e prevenção. Para atingir essas</p><p>metas, o farmacêutico deve identificar, resolver e prevenir problemas relacio-</p><p>nados a medicamentos, como indicações sem tratamento, seleção inadequada,</p><p>dosagem subterapêutica, falha no recebimento da medicação, sobredosagem,</p><p>reações adversas e interações medicamentosas (BISSON, 2021).</p><p>Histórico da farmácia clínica e importância</p><p>A Farmácia Clínica, originada nos Estados Unidos, nos anos 1960, expandiu-se</p><p>globalmente para diferentes níveis de atenção à saúde, abrangendo hospitais, am-</p><p>bulatórios, unidades de atenção primária, farmácias comunitárias e domicílios.</p><p>Essa expansão foi impulsionada pela transição demográfica e epidemiológica,</p><p>com o aumento das doenças não transmissíveis e da farmacoterapia, deman-</p><p>dando um novo perfil do farmacêutico. Atualmente, o profissional farmacêutico</p><p>desempenha papel central no cuidado ao paciente, promovendo o uso racional de</p><p>medicamentos e ajustando sua prática às necessidades da sociedade. No contexto</p><p>brasileiro, o avanço da prática clínica é atribuído ao esforço visionário de pionei-</p><p>ros da Farmácia Clínica, com o respaldo de entidades profissionais, instituições</p><p>acadêmicas, organismos internacionais e iniciativas governamentais, cujo sucesso</p><p>é avaliado pela efetividade das ações propostas e pelo reconhecimento da socie-</p><p>dade em relação ao papel crucial do farmacêutico na área da saúde (CCF, 2013).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>Resolução nº 585, de 19 de agosto de 1111</p><p>A Resolução nº 585, de 29 de agosto de 2013, do Conselho Federal de Farmá-</p><p>cia (CFF), estabelece as responsabilidades clínicas do farmacêutico, delineando</p><p>seus direitos e deveres na área de atuação. Para uma compreensão adequada,</p><p>é crucial diferenciar o conceito de “atribuições” (direitos e responsabilidades)</p><p>dessa resolução de “atividades” e “serviços”. Atividades referem-se às ações do</p><p>processo de trabalho, enquanto serviços são identificados no plano institucional</p><p>e percebidos pelo paciente ou pela sociedade. Diversos serviços clínicos farma-</p><p>cêuticos, como acompanhamento farmacoterapêutico, conciliação terapêutica e</p><p>revisão da farmacoterapia, envolvem atividades específicas de natureza técnica</p><p>respaldadas legalmente pelas atribuições clínicas do farmacêutico (CCF, 2013).</p><p>Essas atribuições são detalhadas em três artigos na resolução.</p><p>ARTIGO 7º</p><p>Enumera as atribuições clínicas do farmacêutico no cuidado à saúde, tanto em nível in-</p><p>dividual quanto coletivo. Essas incluem estabelecer uma relação centrada no paciente,</p><p>colaborar na promoção da saúde, participar do planejamento da farmacoterapia, anali-</p><p>sar prescrições, realizar intervenções farmacêuticas, prover consultas, fazer anamnese,</p><p>solicitar exames, avaliar resultados, monitorar níveis terapêuticos, prevenir incidentes re-</p><p>lacionados a medicamentos, identificar interações medicamentosas, elaborar planos de</p><p>cuidado, administrar medicamentos, orientar pacientes, entre outras responsabilidades.</p><p>ARTIGO 8º</p><p>Destaca as atribuições relacionadas à comunicação e educação em saúde, incluindo o</p><p>estabelecimento de processos de comunicação, fornecimento de informações sobre</p><p>medicamentos, orientação e educação a pacientes e sociedade, participação em pro-</p><p>gramas educativos e contribuição para a formação</p><p>profissional.</p><p>ARTIGO 9º</p><p>Aborda as atribuições relacionadas à gestão da prática, produção e aplicação do</p><p>conhecimento, englobando coordenação, supervisão, auditoria, gestão de processos e</p><p>projetos, busca e divulgação de informações baseadas em evidências, participação na</p><p>elaboração de protocolos clínicos, envolvimento em comissões e comitês de pro-</p><p>moção do uso racional de medicamentos, participação em estudos epidemiológicos,</p><p>integração em comitês de ética em pesquisa e documentação do processo de trabalho</p><p>do farmacêutico.</p><p>1</p><p>5</p><p>4</p><p>Resolução nº 581, de 19 de agosto de 1111</p><p>A Resolução nº 586, de 29 de agosto de 2013, do Conselho Federal de Farmácia</p><p>(CFF), regulamenta a prática da prescrição farmacêutica, reservando essa prer-</p><p>rogativa aos farmacêuticos devidamente habilitados e registrados nos Conselhos</p><p>Regionais de Farmácia. Definindo a prescrição como a seleção e a documentação</p><p>de terapias farmacológicas e não farmacológicas para promover a saúde, prevenir</p><p>doenças e recuperar a saúde do paciente, a resolução destaca a necessidade de</p><p>fundamentação em conhecimentos clínicos, evidências científicas, princípios</p><p>éticos e políticas de saúde vigentes (CCF, 2013). A prática da prescrição farma-</p><p>cêutica pode ocorrer em diversos estabelecimentos de saúde, com o farmacêu-</p><p>tico sendo responsável por parte do ciclo da assistência farmacêutica, conforme</p><p>descrito na Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Santos et al. (2016)</p><p>explicam que esse ciclo envolve a seleção, a programação, a aquisição, o armaze-</p><p>namento, a distribuição e a utilização dos medicamentos, incluindo a prescrição</p><p>e dispensação, visando garantir o acesso da população a medicamentos de qua-</p><p>lidade com orientação adequada para o uso correto.</p><p>ATRIBUIÇÕES DA FARMÁCIA CLÍNICA NA FARMÁCIA</p><p>HOSPITALAR</p><p>A Farmácia Hospitalar, segundo o CFF, é definida como uma unidade clínica,</p><p>administrativa e econômica dirigida por um farmacêutico, integrada funcional-</p><p>mente com outras unidades do hospital e voltada para atividades clínicas e de</p><p>gestão. O farmacêutico hospitalar desempenha papel crucial na eficiência admi-</p><p>nistrativa, contribuindo para a redução de custos, dada a importância econômica</p><p>significativa da farmácia dentro do hospital. Além disso, a farmácia hospitalar</p><p>visa oferecer assistência ao paciente com qualidade, promovendo o uso seguro</p><p>e racional de medicamentos, alinhado à Política Nacional de Medicamentos re-</p><p>gulamentada pelo Ministério da Saúde.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>Sobre o assunto, destaca-se o Art. 2º, da Resolução nº 730, de 28 de julho de 2022,</p><p>que regulamenta o exercício profissional nas farmácias das unidades de saúde</p><p>em quaisquer níveis de atenção, seja primária, secundária e terciária, e em outros</p><p>serviços de saúde de natureza pública ou privada.</p><p>Na farmácia hospitalar e demais serviços de saúde, a provisão de produtos e</p><p>serviços deve ser compreendida como meio, sendo a finalidade máxima do</p><p>exercício de sua práxis o resultado da assistência prestada aos pacientes, tendo</p><p>como principal objetivo contribuir no processo de cuidado à saúde, visando à</p><p>melhoria da qualidade da assistência prestada ao paciente, promovendo o uso</p><p>seguro e racional de medicamentos — incluindo os radiofármacos e os gases me-</p><p>dicinais — e outras tecnologias em saúde, nos planos assistencial, administrativo,</p><p>tecnológico e científico.</p><p>O papel do farmacêutico na área hospitalar está evoluindo para incluir atividades</p><p>clínicas, indo além da gestão da farmácia hospitalar. Essa expansão visa aprimorar a</p><p>qualidade da assistência à saúde, gerenciar riscos e contribuir para a segurança do</p><p>paciente. O farmacêutico desempenha função crucial na promoção do uso racional</p><p>de medicamentos, atendendo pacientes em diversos contextos, como ambulató-</p><p>rios, internações hospitalares, hospital-dia e assistência domiciliar, incluindo áreas</p><p>especializadas, como oncologia e cuidados paliativos (CRF-SP, 2016; CCF, 2019).</p><p>APROFUNDANDO</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>Suas atividades na área hospitalar englobam gestão, preparo e manipulação de</p><p>medicamentos, otimização da terapia medicamentosa, farmacovigilância, mo-</p><p>nitoramento pós-uso de tecnologias em saúde e informações sobre medicamen-</p><p>tos, além de educação, ensino e pesquisa (CCF, 2022). O farmacêutico coordena</p><p>tecnicamente a seleção, a programação, a aquisição, a distribuição e o monitora-</p><p>mento do uso de medicamentos. Participa em avaliações e qualificações, integra</p><p>sistemas eficientes de distribuição, realiza procedimentos farmacotécnicos, ela-</p><p>bora normas e participa de comissões multiprofissionais. Além disso, promove</p><p>a educação sobre uso racional de medicamentos e exerce atividades de ensino,</p><p>pesquisa e desenvolvimento de tecnologias, contribuindo para a promoção da</p><p>saúde e segurança do paciente (CCF, 2022).</p><p>“ O farmacêutico que atua nos serviços públicos de saúde poderá de-</p><p>sempenhar todas as atribuições e executar todos os procedimentos e</p><p>serviços previstos em programas, protocolos, diretrizes ou normas</p><p>técnicas do Ministério da Saúde, secretarias estaduais e/ou muni-</p><p>cipais de saúde, desde que disponha de estrutura necessária e tenha</p><p>recebido capacitação adequada a respeito do respectivo programa</p><p>(CCF, 2022, on-line).</p><p>O papel do farmacêutico na gestão farmacêutica envolve a implementação de</p><p>políticas para as boas práticas no uso de medicamentos e tecnologias em saúde,</p><p>colaborando com a equipe multiprofissional e a gestão administrativa, para apri-</p><p>morar processos. Além de buscar otimizar custos por meio do uso racional de</p><p>medicamentos, avalia, periodicamente, os resultados com indicadores para garan-</p><p>tir qualidade e melhores resultados em saúde, procurando os recursos necessários</p><p>para suas atividades (CCF, 2022). Resoluções específicas para áreas hospitalares,</p><p>como a Resolução nº 675, de 31 de outubro de 2019, do CFF, regulamentam</p><p>as atribuições do farmacêutico clínico em unidades de terapia intensiva (UTIs).</p><p>Nesse contexto, o farmacêutico desempenha diversas funções, como:</p><p>■ Prevenção e avaliação de incidentes relacionados à farmacoterapia.</p><p>■ Integração com a equipe multiprofissional.</p><p>■ Anamnese farmacêutica.</p><p>■ Análise de prescrições.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>■ Avaliação de terapias antimicrobianas e nutricionais.</p><p>■ Identificação e notificação de reações adversas.</p><p>■ Colaboração na prevenção de incidentes e interações medicamentosas.</p><p>■ Solicitação e interpretação de exames.</p><p>■ Monitoramento de terapias medicamentosas.</p><p>■ Visitas diárias aos pacientes.</p><p>■ Elaboração de planos de cuidado.</p><p>■ Intervenções farmacêuticas.</p><p>■ Orientação de pacientes e contribuição na implementação de protocolos</p><p>assistenciais (CCF, 2019).</p><p>ATRIBUIÇÕES DA FARMÁCIA CLÍNICA NA FARMÁCIA</p><p>COMUNITÁRIA</p><p>A farmácia comunitária é um estabelecimento não hospitalar e não ambulato-</p><p>rial, de propriedade privada, que fornece atendimento primário à população,</p><p>dispensa medicamentos e oferece serviços de cuidado em saúde. Um farmacêu-</p><p>tico registrado é responsável tecnicamente por suas operações. Nos últimos 30</p><p>anos, houve um movimento no Brasil para ampliar o papel do farmacêutico na</p><p>farmácia comunitária, evidenciado por políticas nacionais de medicamentos. A</p><p>sociedade busca não apenas medicamentos adequados, mas também desenvol-</p><p>vimento de serviços farmacêuticos clínicos. Isso resultou em uma mudança no</p><p>perfil do farmacêutico, conforme definido pela OMS (WHO, 1997).</p><p>A legislação brasileira foi atualizada em 2014, reconhecendo a farmácia como</p><p>uma unidade de prestação de serviços de assistência farmacêutica e à saúde,</p><p>definindo-a como:</p><p>“ [...] unidade de prestação de serviços destinada a prestar assistência</p><p>farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual</p><p>e coletiva, na qual se processe a manipulação e/ou dispensação de</p><p>medicamentos magistrais, oficinais, farmacopeicos ou industriali-</p><p>zados, cosméticos, insumos farmacêuticos, produtos farmacêuticos</p><p>e correlatos (BRASIL, 2014, on-line).</p><p>1</p><p>5</p><p>8</p><p>As resoluções de 2013, do Conselho</p><p>Federal de Farmácia, regulamentam as atri-</p><p>buições clínicas e a prescrição farmacêutica, visando à promoção, proteção e</p><p>recuperação da saúde. Ainda, é importante enfatizar que as farmácias devem</p><p>cumprir com a Resolução RDC nº 63, de 25 de novembro de 2011, que dispõe</p><p>sobre as Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de Saúde, incluindo:</p><p>“ Art. 16. O serviço de saúde deve possuir profissional legalmente</p><p>habilitado que responda pelas questões operacionais durante o</p><p>seu período de funcionamento.</p><p>Parágrafo único. Este profissional pode ser o próprio RT ou técni-</p><p>co designado para tal fim.</p><p>Art. 17. O serviço de saúde deve prover infraestrutura física,</p><p>recursos humanos, equipamentos, insumos e materiais necessá-</p><p>rios à operacionalização do serviço de acordo com a demanda,</p><p>modalidade de assistência prestada e a legislação vigente.</p><p>[...]</p><p>Art. 25. A guarda do prontuário é de responsabilidade do serviço</p><p>de saúde devendo obedecer às normas vigentes.</p><p>§ 1º O serviço de saúde deve assegurar a guarda dos prontuários</p><p>no que se refere à confidencialidade e integridade.</p><p>§ 2º O serviço de saúde deve manter os prontuários em local</p><p>seguro, em boas condições de conservação e organização,</p><p>permitindo o seu acesso sempre que necessário.</p><p>Art. 26. O serviço de saúde deve garantir que o prontuário conte-</p><p>nha registros relativos à identificação e a todos os procedimentos</p><p>prestados ao paciente (ANVISA, 2011, on-line).</p><p>Os serviços farmacêuticos são descritos pela Resolução RDC nº 44, de 17 de agos-</p><p>to de 2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e abrangem: a</p><p>atenção farmacêutica e a perfuração de lóbulo auricular para colocação de brin-</p><p>cos. Entende-se como a prestação de serviço de atenção farmacêutica compreende</p><p>a atenção farmacêutica domiciliar, a aferição de parâmetros fisiológicos e bio-</p><p>químicos e a administração de medicamentos (ANVISA, 2009). Esses serviços</p><p>foram previamente descritos na Resolução nº 499, de 17 de dezembro de 2008,</p><p>do Conselho Federal de Farmácia, conforme:</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>“ Art. 1º Estabelecer que somente o farmacêutico inscrito no Conse-</p><p>lho Regional de Farmácia de sua jurisdição, poderá prestar serviços</p><p>farmacêuticos, em farmácias e drogarias.</p><p>§ 1° Os serviços farmacêuticos de que trata o caput deste artigo são</p><p>os seguintes:</p><p>I - Elaboração do perfil farmacoterapêutico, avaliação e acompa-</p><p>nhamento da terapêutica farmacológica de usuários de medica-</p><p>mentos;</p><p>II - Determinação quantitativa do teor sanguíneo de glicose, coles-</p><p>terol total e triglicérides, mediante coleta de amostras de sangue por</p><p>punção capilar, utilizando-se de medidor portátil;</p><p>III - Verificação de pressão arterial;</p><p>IV - Verificação de temperatura corporal;</p><p>V - Aplicação de medicamentos injetáveis;</p><p>VI - Execução de procedimentos de inalação e nebulização;</p><p>VII - Realização de curativos de pequeno porte;</p><p>VIII - Colocação de brincos;</p><p>IX- Participação em campanhas de saúde;</p><p>X- Prestação de assistência farmacêutica domiciliar.</p><p>§ 2° Outros serviços farmacêuticos, não especificados nesta</p><p>Resolução, também poderão ser executados, desde que se situem no</p><p>domínio da capacitação técnica, científica ou profissional, e sejam</p><p>reconhecidos pelo Conselho Federal de Farmácia.</p><p>Os serviços farmacêuticos escolhidos a serem prestados devem estar de acordo com</p><p>as necessidades da população local e a qualificação profissional do farmacêutico.</p><p>Consultório Farmacêutico</p><p>A Resolução nº 720, de 24 de fevereiro de 2022, estabelece requisitos para o</p><p>registro de clínicas e consultórios farmacêuticos nos Conselhos Regionais de</p><p>Farmácia. Define consultório farmacêutico como o local onde o farmacêutico</p><p>realiza atividades privativas da profissão e consulta farmacêutica, como aten-</p><p>dimento ao paciente, visando resultados adequados com a farmacoterapia e a</p><p>promoção do uso racional de medicamentos. Determina que estabelecimentos</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>com o farmacêutico como responsável técnico devem ser registrados no CRF,</p><p>tanto para pessoa jurídica quanto para autônomo.</p><p>Serviço de vacinação</p><p>O Conselho Federal de Farmácia, por meio da Resolução nº 654, de 22 de feve-</p><p>reiro de 2018, estabelece requisitos para a prestação do serviço de vacinação por</p><p>farmacêuticos. Durante o funcionamento, é obrigatória a presença de um farma-</p><p>cêutico apto, com autonomia técnica para elaborar procedimentos operacionais,</p><p>notificar eventos adversos, fornecer declarações de serviço e registrar as vacinas</p><p>aplicadas. Em caso de vacinação extramuros, o farmacêutico deve comunicar ao</p><p>Conselho Regional de Farmácia. A Lei nº 14.675, de 14 de setembro de 2023,</p><p>estabelece requisitos para estabelecimentos privados que oferecem serviços de</p><p>vacinação, exigindo licenciamento, responsável técnico qualificado e profissio-</p><p>nais capacitados. Os serviços devem manter instalações adequadas, preservar a</p><p>segurança do usuário, manter registros detalhados e notificar eventos adversos.</p><p>A vacinação extramuros é permitida, e as vacinações são válidas em todo o ter-</p><p>ritório nacional.</p><p>Os usuários têm direitos, incluindo acompanhamento do processo e infor-</p><p>mações sobre contraindicações e eventos adversos. O não cumprimento cons-</p><p>titui infração sanitária, sujeita a penalidades (BRASIL, 2023). Todos os serviços</p><p>farmacêuticos devem ser registrados, com orientações fornecidas pelo Conselho</p><p>Federal de Farmácia na cartilha Serviço de vacinação por farmacêuticos: docu-</p><p>mentação do processo de cuidado.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>ATRIBUIÇÕES DA FARMÁCIA CLÍNICA NA FARMÁCIA DE</p><p>MANIPULAÇÃO</p><p>A atuação do farmacêutico na farmácia de manipulação ganhou destaque no-</p><p>vamente no Brasil, no final da década de 1980, após um período de quase de-</p><p>saparecimento, devido ao surgimento da Indústria Farmacêutica, na década de</p><p>1950. Esses profissionais desempenham papel crucial na garantia do uso seguro</p><p>dos medicamentos, realizando uma seleção criteriosa dos princípios ativos e</p><p>das doses adequadas para alcançar efeitos terapêuticos. Em colaboração com</p><p>médicos, os farmacêuticos promovem o uso racional de medicamentos e con-</p><p>tribuem para a disponibilidade de medicamentos essenciais, alinhados à Política</p><p>Nacional de Medicamentos.</p><p>Dê uma olhada nesta reportagem do CRF/SP e, depois, confira o episódio 7 da</p><p>temporada 8 da série Investigação Criminal, que aborda o caso da farmácia de</p><p>manipulação Botica ao Veado D’Ouro, em 1998. Acesse: https://crfsp.org.br/noti-</p><p>cias/11093-conhecimento-farmac%C3%AAutico-na-netflix.html.</p><p>EU INDICO</p><p>A farmácia de manipulação, dedicad- à produção individualizada e personalizada</p><p>de medicamentos e cosméticos, segue padrões rigorosos para garantir a qualida-</p><p>de e segurança do produto, conforme previsto pela RDC nº 67, de 8 de outubro</p><p>de 2007, que dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magis-</p><p>trais e Oficinais para Uso Humano em farmácias. É importante enfatizar que as</p><p>disposições da RDC se aplicam a todas as farmácias que realizam qualquer das</p><p>atividades nela previstas, excluídas as farmácias que manipulam Soluções para</p><p>Nutrição Parenteral, Enteral e Concentrado Polieletrolítico para Hemodiálise</p><p>(CPHD) (ANVISA, 2007). Além disso, é importante ressaltar que, de acordo</p><p>com o material manipulado, instruções próprias são dispostas em anexos da</p><p>resolução. Um quadro resumo é fornecido a seguir:</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>GRUPOS</p><p>ATIVIDADES/NATUREZA DOS</p><p>INSUMOS MANIPULADOS</p><p>DISPOSIÇÕES A SEREM ATENDIDAS</p><p>GRUPO I</p><p>Manipulação de</p><p>medicamentos a partir de</p><p>insumos/matérias-primas,</p><p>inclusive de origem vegetal.</p><p>Regulamento Técnico e Anexo I</p><p>GRUPO II</p><p>Manipulação de substâncias</p><p>de baixo índice terapêutico</p><p>Regulamento Técnico e Anexos I</p><p>e II</p><p>GRUPO III</p><p>Manipulação de antibióticos,</p><p>hormônios, citostáticos e</p><p>substâncias sujeitas a controle</p><p>especial.</p><p>Regulamento Técnico e Anexos I</p><p>e III</p><p>GRUPO IV</p><p>Manipulação de produtos</p><p>estéreis</p><p>Regulamento Técnico e Anexos I</p><p>e IV</p><p>GRUPO V</p><p>Manipulação de</p><p>medicamentos homeopáticos</p><p>Regulamento Técnico e Anexos I</p><p>(quando aplicável) e V</p><p>GRUPO</p><p>VI</p><p>Manipulação de doses</p><p>unitárias e unitarização de</p><p>dose de medicamentos em</p><p>serviços de saúde</p><p>Regulamento Técnico e Anexos</p><p>I (no que couber), IV (quando</p><p>couber) e VI</p><p>Quadro 1 - Relação dos grupos de medicamentos a serem manipulados conforme RDC nº 67, de 8 de outubro</p><p>de 2007, e regulamentos técnicos a serem seguidos</p><p>Fonte: a autora.</p><p>Por sua vez, a Resolução nº 746, de 27 de abril de 2023, do CFF, define, regula-</p><p>menta e estabelece as atribuições e competências do farmacêutico na manipula-</p><p>ção de medicamentos e de produtos para a saúde. O profissional é responsável por</p><p>executar ou supervisionar as atividades relacionadas à manipulação, ao controle</p><p>de qualidade e à garantia da qualidade, avaliando a infraestrutura da farmácia</p><p>de acordo com a legislação vigente. Além disso, o farmacêutico pode manipular,</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>dispensar e comercializar determinados medicamentos e produtos, realizar cál-</p><p>culos de correções necessários para a prescrição e prestar serviços farmacêuticos</p><p>no contexto da farmácia clínica por telefarmácia, conforme resolução aplicável.</p><p>Acesse o material e fique por dentro deste tema importante que contribuirá para</p><p>o seu desenvolvimento. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do</p><p>ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>EM FOCO</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Em 2008, Silva, Naves e Vidal publicaram um texto exaltando a importância do</p><p>aconselhamento farmacêutico como estratégia para promover o uso racional</p><p>dos medicamentos, enfatizando o papel das farmácias como locais cruciais para</p><p>atendimento e entrada no sistema de saúde, com os farmacêuticos desempe-</p><p>nhando papel vital. O aconselhamento é definido como um processo centrado no</p><p>paciente, visando fortalecer suas habilidades no tratamento e melhorar sua saúde</p><p>e qualidade de vida. Cada paciente é único, considerando suas histórias, seus</p><p>problemas de saúde e seus contextos específicos no processo de aconselhamento.</p><p>Além disso, as autoras, também, discutem a necessidade de capacitação e quali-</p><p>ficação em habilidades de comunicação e aconselhamento nos cursos de farmácia,</p><p>propondo métodos de ensino inovadores. Recursos úteis, como materiais educa-</p><p>tivos e criação de ambientes propícios ao aconselhamento, são sugeridos. Como</p><p>exemplo, trazem o seguinte estudo de caso (SILVA; NAVES; VIDAL, 2008, p. 2-3):</p><p>“ C., 48 anos, hipertenso e portador de diabete melito tipo 2, há 15</p><p>anos, apresenta-se ao programa multidisciplinar de educação em</p><p>diabetes com pressão arterial alta e glicemia pós-prandial não con-</p><p>trolada, excedendo 300 mg/dl em verificações sucessivas. C. fazia</p><p>uso de glibenclamida 5 mg, uma vez ao dia, insulina NPH 10UI, ao</p><p>dia, e enalapril 20 mg, duas vezes ao dia, apesar de sua prescrição</p><p>conter posologia e formas de utilização diferentes.</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>Em atendimento individual, a farmacêutica pôde verificar que o</p><p>C. não aderia ao tratamento: utilizava enalapril e glibenclamida de</p><p>maneira irregular e usava quantidade de unidades de insulina in-</p><p>ferior à prescrita (20 UI pela manhã e 10 UI à noite). A justificativa</p><p>para a diminuição da dosagem de insulina era o medo de sofrer</p><p>hipoglicemia, que já fora experimentada algumas vezes, e a crença</p><p>negativa de que ‘pacientes com diabetes só utilizam insulina quando</p><p>estão em estágio muito grave’.</p><p>Durante a entrevista farmacêutica, foi perguntado como era a sua</p><p>rotina diária. Observou-se que C. era sedentário e tinha um tipo de</p><p>trabalho com horários irregulares, passando todo o dia fora de casa,</p><p>o que acarretava hábitos alimentares inadequados, como omissão</p><p>de refeições e consumo de alimentos inadequados, como refrigeran-</p><p>tes, sanduíches e frituras. A partir destas constatações, começou-se</p><p>um trabalho integrado entre a farmacêutica, uma nutricionista e</p><p>uma educadora física. Foi também recomendado que C. procurasse</p><p>o médico para uma avaliação, pois a última consulta havia aconte-</p><p>cido há quase um ano.</p><p>O enfoque do acompanhamento farmacêutico se concentrou em</p><p>explicações sobre a importância de C. compreender o que é hiper-</p><p>tensão e diabetes e a necessidade do tratamento contínuo; com-</p><p>preender a função de cada um de seus medicamentos e como uti-</p><p>lizá-los, e os mecanismos de hiperglicemia e de hipoglicemia. Foi</p><p>observado que C. atribuía a causa da hipoglicemia apenas ao uso</p><p>de insulina, mas não percebia que a omissão de refeições também</p><p>poderia acarretar esta manifestação.</p><p>Após a desmistificação do uso da insulina, ele passou a utilizá-la na</p><p>posologia recomendada, bem como passou a usar regularmente os</p><p>outros medicamentos em horários pela manhã e à noite. Com a prá-</p><p>tica regular de atividade física e o seguimento das recomendações</p><p>da nutricionista para uma alimentação regular, depois de três meses</p><p>de seguimento C. passou a manter os níveis de pressão arterial e de</p><p>glicemia pós-prandial normais.</p><p>A partir da leitura do material, espero que tenha aprendido que a nossa profissão</p><p>é muito importante para a população atingir suas metas em saúde. Essa popula-</p><p>ção pode estar dentro da sua casa.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>1. Segundo a Resolução nº 585, de 29 de agosto de 2013, que regulamenta as atribuições</p><p>clínicas do farmacêutico e dá outras providências:</p><p>“ Art. 2º As atribuições clínicas do farmacêutico visam à</p><p>promoção, proteção e recuperação da saúde, além da</p><p>prevenção de doenças e de outros problemas de saúde.</p><p>Parágrafo único - As atribuições clínicas do farmacêutico visam proporcionar</p><p>cuidado ao paciente, família e comunidade, de forma a promover o uso racional</p><p>de medicamentos e otimizar a farmacoterapia, com o propósito de alcançar</p><p>resultados definidos que melhorem a qualidade de vida do paciente (CFF, 2013,</p><p>on-line).</p><p>Com base na resolução, analise os conceitos e as definições.</p><p>I - Farmácia clínica: área da farmácia voltada à ciência e prática do uso racional de medi-</p><p>camentos em que os farmacêuticos prestam cuidado ao paciente, de forma a otimizar</p><p>a farmacoterapia, promover saúde e bem-estar e prevenir doenças.</p><p>II - Tecnologias em saúde: medicamentos, equipamentos e procedimentos técnicos, siste-</p><p>mas organizacionais, informacionais, educacionais e de suporte e programas e protocolos</p><p>assistenciais, por meio dos quais a atenção e os cuidados com a saúde são prestados</p><p>à população.</p><p>III - Uso racional de medicamentos: processo pelo qual os pacientes recebem medicamentos</p><p>apropriados para suas necessidades clínicas, em doses adequadas às suas caracterís-</p><p>ticas individuais, pelo período de tempo adequado, e ao menor custo possível, para si</p><p>e para a sociedade.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>2. A Resolução nº 730, de 28 de julho de 2022, que regulamenta o exercício profissional nas</p><p>farmácias das unidades de saúde em quaisquer níveis de atenção, seja primária, secundária</p><p>e terciária, e em outros serviços de saúde de natureza pública ou privada, define:</p><p>“ Na farmácia hospitalar e demais serviços de saúde, a provisão de produtos e</p><p>serviços deve ser compreendida como meio, sendo a finalidade máxima do</p><p>exercício de sua práxis o resultado da assistência prestada aos pacientes, tendo</p><p>como principal objetivo contribuir no processo de cuidado à saúde, visando</p><p>à melhoria da qualidade da assistência prestada ao paciente, promovendo</p><p>o uso seguro e racional de medicamentos - incluindo os radiofármacos e os</p><p>gases medicinais - , e outras tecnologias em saúde, nos planos assistencial,</p><p>administrativo, tecnológico e científico (CCF, 2022, on-line).</p><p>Segundo a resolução, é de competência do farmacêutico nas atividades de assistência e</p><p>do cuidado farmacêutico:</p><p>a) Assumir a coordenação técnica nas ações relacionadas à seleção, à programação, à aqui-</p><p>sição, à distribuição e ao monitoramento do uso de medicamentos e demais tecnologias</p><p>em saúde, buscando a qualidade e a otimização da terapia medicamentosa.</p><p>b) Estabelecer, isoladamente a outros profissionais, um sistema eficiente, eficaz e seguro</p><p>de</p><p>distribuição e dispensação de medicamentos e demais tecnologias em saúde, garantindo</p><p>a rastreabilidade desde a entrada na unidade até o uso no paciente.</p><p>c) Não supervisionar ou executar procedimentos farmacotécnicos, visando ao fraciona-</p><p>mento, à adaptação de fórmulas farmacêuticas e ao preparo de doses, manipulação de</p><p>misturas intravenosas, envase, rotulagem e conservação das preparações.</p><p>d) Não promover ações de educação para o uso racional e seguro de medicamentos e</p><p>outras tecnologias em saúde aos pacientes, cuidadores e demais membros da equipe</p><p>de saúde e administrativa.</p><p>e) Não participar da elaboração e execução do Plano de Gerenciamento de Resíduos do</p><p>Serviço de Saúde (PGRSS).</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>3. A Resolução nº 730, de 28 de julho de 2022, que regulamenta o exercício profissional nas</p><p>farmácias das unidades de saúde em quaisquer níveis de atenção, seja primária, secundária</p><p>e terciária, e em outros serviços de saúde de natureza pública ou privada, define:</p><p>“ Na farmácia hospitalar e demais serviços de saúde, a provisão de produtos e</p><p>serviços deve ser compreendida como meio, sendo a finalidade máxima do</p><p>exercício de sua práxis o resultado da assistência prestada aos pacientes, tendo</p><p>como principal objetivo contribuir no processo de cuidado à saúde, visando</p><p>à melhoria da qualidade da assistência prestada ao paciente, promovendo</p><p>o uso seguro e racional de medicamentos - incluindo os radiofármacos e os</p><p>gases medicinais - , e outras tecnologias em saúde, nos planos assistencial,</p><p>administrativo, tecnológico e científico (CCF, 2022, on-line).</p><p>Segundo a resolução, no desempenho de suas atribuições nos serviços de saúde, o far-</p><p>macêutico exerce funções clínicas, administrativas, consultivas, de pesquisa e educativas.</p><p>Assinale a alternativa correta que contém todas as atribuições destacadas na resolução.</p><p>a) I. gestão; II. preparo e manipulação de medicamentos; III. otimização da terapia medica-</p><p>mentosa; IV. farmacovigilância e demais ações de monitoramento pós-uso das tecno-</p><p>logias em saúde, para a promoção da saúde e a segurança do paciente; V. informações</p><p>sobre medicamentos e outros produtos para a saúde; VI. ensino, educação permanente</p><p>e pesquisa.</p><p>b) I. preparo e manipulação de medicamentos; II. falta de otimização da terapia medica-</p><p>mentosa; III. farmacovigilância optativa e demais ações de monitoramento pós-uso das</p><p>tecnologias em saúde, para a promoção da saúde e a segurança do paciente; IV. in-</p><p>formações sobre medicamentos e outros produtos para a saúde; V. ensino, educação</p><p>permanente e pesquisa.</p><p>c) I. gestão; II. não preparar ou manipular medicamentos; III. não otimizar da terapia medi-</p><p>camentosa; IV. farmacovigilância e demais ações de monitoramento pós-uso das tecno-</p><p>logias em saúde, para a promoção da saúde e a segurança do paciente; V. informações</p><p>sobre medicamentos e outros produtos para a saúde.</p><p>d) I. gestão; II. não preparar ou manipular medicamentos; III. não otimizar da terapia medi-</p><p>camentosa; IV. farmacovigilância optativa e demais ações de monitoramento pós-uso</p><p>das tecnologias em saúde; V. ensino, educação permanente e pesquisa.</p><p>e) I. gestão; II. preparo e manipulação de medicamentos; III. farmacovigilância e demais</p><p>ações de monitoramento pós-uso das tecnologias em saúde, para a promoção da saúde</p><p>e a segurança do paciente; IV. é proibida a prestação de informações sobre medicamen-</p><p>tos e outros produtos para a saúde; V. são proibidas as atividades de ensino, educação</p><p>permanente e pesquisa.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>BISSON, M. P. Farmácia clínica e atenção farmacêutica. São Paulo: Manole, 2021. E-book.</p><p>ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução EDC nº 63, de 25 de</p><p>novembro de 2011. Dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os</p><p>Serviços de Saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2011/</p><p>rdc0063_25_11_2011.html. Acesso em: 8 abr. 2024.</p><p>ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução EDC nº 67, de 8 de outu-</p><p>bro de 2007. Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais</p><p>para Uso Humano em farmácias. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/</p><p>anvisa/2007/rdc0067_08_10_2007.html. Acesso em: 8 abr. 2024.</p><p>ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC nº 44, de 17 de</p><p>agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do fun-</p><p>cionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços far-</p><p>macêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Disponível em: https://bvsms.</p><p>saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2009/rdc0044_17_08_2009.pdf. Acesso em: 8 abr. 2024.</p><p>BRASIL . Lei nº 13 .021, de 8 de agosto de 2014 .</p><p>Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas. Acesso em: 8 abr. 2024.</p><p>Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13021.htm.</p><p>Acesso em: 8 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 14.675, de 14 de setembro de 2023. Dispõe sobre o funcionamento dos ser-</p><p>viços privados de vacinação humana. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_</p><p>ato2023-2026/2023/lei/L14675.htm. Acesso em: 8 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 338, de 6 de maio de 2004 . Aprova Política Nacional de Assistên-</p><p>cia Farmacêutica. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2004/</p><p>res0338_06_05_2004.html. Acesso em: 8 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 492, de 26 de novembro de 2008.</p><p>Regulamenta o exercício profissional nos serviços de atendimento pré-hospitalar, na farmácia</p><p>hospitalar e em outros serviços de saúde, de natureza pública ou privada. Disponível em: ht-</p><p>tps://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/492.pdf. Acesso em: 8 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 499 de 17 de dezembro de 2008.</p><p>Dispõe sobre a prestação de serviços farmacêuticos, em farmácias e drogarias, e dá outras</p><p>providências. Disponível em: https://www.cff.org.br/userfiles/20%20-%20BRASIL_%20CONSE-</p><p>LHO%20FEDERAL%20DE%20FARMÁCIA_%202009%20Resolucao_499_2008_CFF.pdf. Acesso</p><p>em: 8 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 568, de 6 de dezembro de 2012. Dá</p><p>nova redação aos artigos 1º ao 6º da Resolução/CFF nº 492 de 26 de novembro de 2008, que</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>regulamenta o exercício profissional nos serviços de atendimento pré-hospitalar, na farmácia</p><p>hospitalar e em outros serviços de saúde, de natureza pública ou privada. Disponível em: https://</p><p>www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/568.pdf. Acesso em: 8 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 585, de 29 de agosto de 2013. Re-</p><p>gulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. Disponível em: ht-</p><p>tps://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf. Acesso em: 8 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 586, de 29 de agosto de 2013. Re-</p><p>gula a prescrição farmacêutica e dá outras providências. Disponível em: https://www.cff.org.br/</p><p>userfiles/file/resolucoes/586.pdf. Acesso em: 8 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Serviços farmacêuticos diretamente destina-</p><p>dos ao paciente, à família e à comunidade: contextualização e arcabouço conceitual. Brasília:</p><p>CFF, 2016. Disponível em: https://www.cff.org.br/userfiles/Profar_Arcabouco_TELA_FINAL.pdf.</p><p>Acesso em: 8 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 654, de 22 de fevereiro de 2018.</p><p>Dispõe sobre os requisitos necessários à prestação do serviço de vacinação pelo farmacêutico</p><p>e dá outras providências. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=357003.</p><p>Acesso em: 8 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 675, de 31 de outubro de 2019. Re-</p><p>gulamenta as atribuições do farmacêutico clínico em unidades de terapia intensiva, e dá outras</p><p>providências. 2019. Disponível em: https://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.js-</p><p>p?data=21/11/2019&jornal=515&pagina=128. Acesso em: 8 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Serviço de vacinação por farmacêuticos: docu-</p><p>mentação do processo de cuidado. Brasília: CFF, 2021. Disponível em: https://www.cff.org.br/</p><p>userfiles/Servico%20Vacinacao%20Documentacao.pdf. Acesso em: 8 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 720, de 24 de fevereiro de 2022.</p><p>Dispõe sobre o registro, nos Conselhos Regionais de Farmácia, de clínicas e de consultórios</p><p>farmacêuticos, e dá outras providências. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legisla-</p><p>cao/?id=427938. Acesso em: 8 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 730, de 28 de julho de 2022. Regu-</p><p>lamenta o exercício profissional nas farmácias das unidades de saúde em quaisquer níveis de</p><p>atenção, seja, primária, secundária e terciária, e em outros serviços de saúde de natureza pú-</p><p>blica ou privada. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=434787. Acesso</p><p>em: 8 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 746, de 27 de abril de 2023. Define,</p><p>regulamenta e estabelece as atribuições e competências do farmacêutico na manipulação de</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>medicamentos e de produtos para a saúde. Disponível em: https://cff-br.implanta.net.br/Por-</p><p>talTransparencia/Publico/ArquivosAnexos/Download?idArquivoAnexo=7e52a0ea-7e7a-4cd-</p><p>2-8eaf-a6cca5034b0d. Acesso em: 8 abr. 2024.</p><p>CRF/SP – CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Atribuições clíni-</p><p>cas do farmacêutico em serviços de saúde. 8 nov. 2016. Disponível em: https://portal.crfsp.org.</p><p>br/orienta%C3%A7%C3%A3o-farmac%C3%AAutica/640-fiscaliza%C3%A7%C3%A3o-orientativa/</p><p>hospitalar/8114-saiba-mais-sobre-as-atribuicoes-clinicas-do-farmaceutico-em-servicos-de-</p><p>-saude.html. Acesso em: 8 abr. 2024.</p><p>CRF/SP – CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Farmácia Hospi-</p><p>talar. 4. ed. São Paulo: CRF/SP, 2019.</p><p>HEPLER, C. D.; STRAND, L. M. Opportunities and responsibilities in pharmaceutical care. Ameri-</p><p>can journal of hospital pharmacy, v. 47, n. 3, p. 533-543, 1990.</p><p>SANTOS, R. I. dos. et al. Assistência Farmacêutica no Brasil: Política, Gestão e Clínica. Florianó-</p><p>polis: Editora da UFSC, 2016.</p><p>SILVA, E. V.; NAVES, J. O. S.; VIDAL, J. O papel do farmacêutico comunitário no aconselhamento</p><p>ao paciente. Farmacoterapêutica, n. 4-5, jul./out. 2008. Disponível em: https://revistas.cff.org.</p><p>br/?journal=farmacoterapeutica&page=article&op=viewFile&path[]=1447&path[]=1122. Acesso</p><p>em: 8 abr. 2024.</p><p>THAMBY, S. A.; SUBRAMANI, P. Seven-star pharmacist concept by World Health Organization.</p><p>Journal of Young Pharmacists, v. 6, n. 2, 2014.</p><p>WHO – WORLD HEALTH ORGANIZATION. The role of the pharmacist in the health care sys-</p><p>tem: preparing the future pharmacist: curricular development. Report of a third WHO Consulta-</p><p>tive Group on the Role of the Pharmacist, Vancouver, aug. 1997. Disponível em: https://iris.who.</p><p>int/handle/10665/63817. Acesso em: 8 abr. 2024.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Alternativa E. A Resolução nº 585, de 29 de agosto de 2013, apresenta, em seu anexo, um</p><p>glossário de palavras e expressões comuns do dia a dia de um farmacêutico clínico. A Far-</p><p>mácia Clínica, dedicada ao uso racional de medicamentos, destaca-se pela atenção prestada</p><p>pelos farmacêuticos aos pacientes, visando otimizar a farmacoterapia, promover a saúde e</p><p>prevenir doenças. Já as Tecnologias em Saúde compreendem ampla gama de elementos,</p><p>como medicamentos, equipamentos, procedimentos técnicos, sistemas organizacionais,</p><p>informacionais, educacionais e de suporte bem como programas e protocolos assisten-</p><p>ciais. Esses componentes desempenham papel crucial na oferta de cuidados à saúde da</p><p>população. O Uso Racional de Medicamentos, por sua vez, representa um processo no qual</p><p>os pacientes recebem tratamentos apropriados às suas necessidades clínicas, em doses</p><p>adequadas às suas características individuais, durante o período necessário e com o menor</p><p>custo possível, beneficiando tanto o paciente quanto a sociedade.</p><p>2. Alternativa A. A Resolução nº 730, de 28 de julho de 2022, estabelece as responsabilidades</p><p>do farmacêutico nas atividades de assistência e cuidado farmacêutico em farmácias de</p><p>unidades de saúde, tanto públicas quanto privadas. O profissional deve coordenar ações</p><p>relacionadas à seleção, à distribuição e ao monitoramento de medicamentos, garantir a efi-</p><p>ciência na dispensação, realizar procedimentos farmacotécnicos, promover educação sobre</p><p>o uso seguro de medicamentos e participar ativamente na gestão de resíduos de saúde.</p><p>3. Alternativa A. Conforme enunciado, a Resolução nº 730, de 28 de julho de 2022, define as</p><p>diretrizes para a atuação do farmacêutico em unidades de saúde, tanto públicas quanto</p><p>privadas. Destaca-se a ênfase na contribuição para a assistência ao paciente, priorizando a</p><p>melhoria da qualidade dos cuidados de saúde e a promoção do uso seguro e racional de</p><p>medicamentos e outras tecnologias. O farmacêutico é atribuído a funções clínicas, administra-</p><p>tivas, consultivas, de pesquisa e educativas, incluindo gestão, manipulação de medicamentos,</p><p>otimização da terapia medicamentosa, farmacovigilância, fornecimento de informações sobre</p><p>produtos para a saúde, além de atividades relacionadas ao ensino, à educação permanente</p><p>e à pesquisa. Essas responsabilidades abrangem diversos aspectos, destacando o papel</p><p>integral do farmacêutico na promoção da saúde e na segurança do paciente.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>GESTÃO DE RESÍDUOS EM</p><p>SERVIÇOS DE SAÚDE</p><p>Apresentar histórico de normas para gerenciamento de resíduos.</p><p>Abordar a política nacional de gerenciamento de resíduos sólidos.</p><p>Definir termos importantes.</p><p>Fornecer a classificação de resíduos sólidos.</p><p>Fornecer a classificação de resíduos do sistema de saúde.</p><p>Apresentar modos de descarte adequado de resíduos de saúde.</p><p>Apresentar as etapas do gerenciamento de serviços de saúde.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 8</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Você já imaginou que análises de esgoto poderiam revelar de que forma uma</p><p>população usa e descarta seus medicamentos? Vários estudos, inclusive alguns</p><p>relatados pelo Centro Europeu de Monitoramento de Medicamentos e de Adição</p><p>em Drogas (EMCDDA), têm sido elaborados para estudar a epidemiologia de</p><p>determinadas doenças e da adição em drogas — lícitas e ilícitas.</p><p>O problema é que a presença de medicamentos e de seus metabólitos nos</p><p>esgotos é de difícil tratamento e pode atingir lençóis freáticos e afluentes de rios.</p><p>Dentre os medicamentos com maior ocorrência, estão os antibióticos e os anti-</p><p>inflamatórios não esteroidais.</p><p>Além de causar toxicidade ao ecossistema aquático, algumas substâncias são</p><p>passíveis de bioacumulação e atingem os seres humanos e animais predadores em</p><p>níveis tóxicos. A presença de antibióticos é alarmante tendo em vista que causam</p><p>seleção artificial de fungos, bactérias e outros parasitas resistentes, aumentando</p><p>o número de casos de infecções resistentes e, quem sabe, até sem tratamento.</p><p>Na sua casa, quantos medicamentos você e seus familiares costumam</p><p>consumir? Quando vencem, o que fazem? É normal dizer que jogam no lixo</p><p>comum ou na privada. Porém você já pensou no impacto que isso pode causar?</p><p>Agora, pense comigo, os farmacêuticos têm uma área de atuação muito vasta</p><p>— laboratórios de análises clínicas, estéticas, pesquisa, farmácias —, quanto</p><p>lixo nós não geramos? Imagine o impacto ambiental! Conhecer a legislação é o</p><p>primeiro passo para a destinação correta dos resíduos. É isso que faremos daqui</p><p>para a frente, vamos lá?</p><p>Durante a pandemia da Covid-19, uma enorme quantidade de lixo hospitalar se</p><p>acumulou, o que levantou a discussão sobre gerenciamento de resíduos de servi-</p><p>ços de saúde. O podcast do nosso tema apresenta fatos levantados pela Organi-</p><p>zação Mundial da Saúde (OMS). Venha conhecer mais! Recursos de mídia dispo-</p><p>níveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Vamos relembrar a importância do serviço</p><p>farmacêutico?</p><p>Leia esta notícia da OPAS: https://www.paho.org/pt/noticias/4-10-2023-opas-</p><p>busca-fortalecer-os-servicos-farmaceuticos-nas-americas.</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>Estabelecimentos que ofertam serviços de saúde, como hospitais, farmácias e</p><p>clínicas, são reconhecidos por seu potencial impacto ambiental, consumindo</p><p>consideráveis recursos naturais e gerando resíduos e efluentes líquidos. A gestão</p><p>eficiente de resíduos emerge como um dos aspectos ambientais mais relevantes</p><p>para o setor de saúde, não apenas garantindo a saúde e segurança dos trabalha-</p><p>dores, mas também promovendo a saúde pública e a proteção do meio ambiente.</p><p>Para isso, equipes treinadas e conscientes, aliadas ao uso de ferramentas de gestão</p><p>baseadas em fundamentos científicos, técnicos, normativos e legais são conside-</p><p>radas fundamentais nesse processo.</p><p>Uma retrospectiva dos principais eventos e normas jurídicas desde a Conferência</p><p>das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, é fornecida</p><p>na linha do tempo elaborada por meio das informações obtidas do livro elaborado</p><p>pelo Instituto Butantan: Fundamentos para gestão de resíduos de serviços de saúde</p><p>(FERREIRA; RUIZ; MATTARAIA, 2022). Acesse: https://butantan.gov.br/assets/</p><p>arquivos/Index/fundamentos.pdf.</p><p>EU INDICO</p><p>Agora, destacaremos alguns fatos importantes que você deve saber!</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>POLÍTICA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS</p><p>SÓLIDOS</p><p>A Política Nacional de Resíduos Sólidos, estabelecida em 2010, no Brasil, define</p><p>princípios e objetivos para uma gestão responsável dos resíduos. Seus princípios</p><p>incluem a prevenção, a precaução, a responsabilidade do poluidor, a proteção</p><p>do receptor, a visão sistêmica, o desenvolvimento sustentável, a ecoeficiência, a</p><p>cooperação entre setores, a responsabilidade compartilhada, o reconhecimento</p><p>do valor dos resíduos, o respeito às diversidades locais e o acesso à informação</p><p>e ao controle social, além de razoabilidade e proporcionalidade. Já os objetivos</p><p>visam proteger a saúde pública e a qualidade ambiental, com foco na redução da</p><p>geração, reutilização, reciclagem e tratamento adequado dos resíduos. A política,</p><p>também, busca promover padrões sustentáveis de produção, tecnologias limpas,</p><p>diminuição do volume e periculosidade dos resíduos, apoio à indústria da reci-</p><p>clagem, gestão integrada, capacitação técnica e universalização dos serviços de</p><p>limpeza urbana (BRASIL, 2010).</p><p>Dentre os instrumentos da política, destacam-se planos de resíduos sólidos,</p><p>inventários, coleta seletiva, logística reversa, incentivo a cooperativas de catado-</p><p>res, monitoramento ambiental, educação ambiental, incentivos fiscais, fundos</p><p>ambientais, sistemas de informação, acordos setoriais, instrumentos da Política</p><p>Nacional de Meio Ambiente, termos de compromisso e cooperação entre entes</p><p>federados (BRASIL, 2010, 2022).</p><p>A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), estabelecida em 2010, tem</p><p>como metas a não geração, a redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento</p><p>e a disposição final adequada dos resíduos. Essas metas se alinham aos 5Rs</p><p>do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU. Os planos de</p><p>gerenciamento de resíduos são elaborados em diferentes escalas geográficas,</p><p>com os de menor abrangência compatíveis com os de maior abrangência.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>A Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, também, institui a responsabilidade</p><p>compartilhada na Logística Reversa, em que os geradores de resíduos têm um</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>papel na redução e minimização dos impactos ambientais. Além disso, há um</p><p>compartilhamento de responsabilidade pela segurança dos trabalhadores na ca-</p><p>deia de geração de resíduos. Normas de segurança, como NR-32, RDC n° 222,</p><p>de 28 de março de 2018, da Anvisa, e Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978,</p><p>do Ministério do Trabalho, são cruciais para proteger a saúde e a segurança dos</p><p>trabalhadores envolvidos no manejo de resíduos.</p><p>Definições</p><p>Algumas definições dispostas a seguir foram extraídas da Lei nº 12.305, de 2 de</p><p>agosto de 2010 (BRASIL, 2010) e são necessárias para compreender o conteúdo</p><p>do nosso assunto, então, preste atenção!</p><p>GERADORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS</p><p>Pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que geram resíduos sólidos</p><p>por meio de suas atividades, nelas incluído o consumo.</p><p>GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS</p><p>Conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transpor-</p><p>te, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos</p><p>sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano</p><p>municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de</p><p>resíduos sólidos, exigidos na forma dessa lei.</p><p>GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS</p><p>Conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de</p><p>forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com</p><p>controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável.</p><p>LOGÍSTICA REVERSA</p><p>Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de</p><p>ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resí-</p><p>duos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros</p><p>ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>REJEITOS</p><p>Resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e</p><p>recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não</p><p>apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada.</p><p>RESÍDUOS SÓLIDOS</p><p>Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em</p><p>sociedade, cuja destinação final se procede, propõe-se a proceder ou se está obrigado</p><p>a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipien-</p><p>tes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública</p><p>de esgotos ou em corpos d’água ou exijam, para isso, soluções técnica ou economica-</p><p>mente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.</p><p>RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA PELO CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS</p><p>Conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores,</p><p>distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos</p><p>de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resí-</p><p>duos sólidos e rejeitos gerados e para reduzir os impactos causados à saúde humana e</p><p>à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos dessa lei.</p><p>Classificação dos Resíduos Sólidos</p><p>A classificação dos resíduos pode ser pela origem ou pela periculosidade, con-</p><p>forme Art. 13, da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Em relação à origem, eles</p><p>surgem de diversas fontes, como atividades domésticas em residências urbanas,</p><p>limpeza de ruas e logradouros, estabelecimentos comerciais, serviços públicos</p><p>de saneamento básico, indústrias, serviços de saúde, construção civil, atividades</p><p>agropecuárias e silviculturais, serviços de transporte e atividades de mineração.</p><p>Quanto à periculosidade, os resíduos são divididos em perigosos e não perigosos.</p><p>Os resíduos perigosos representam risco significativo para a saúde pública ou ao</p><p>meio ambiente, devido a características, como inflamabilidade, corrosividade,</p><p>toxicidade, entre outras, enquanto os resíduos não perigosos não apresentam</p><p>tais características.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>Para cada tipo de resíduos, resoluções específicas são estabelecidas e devem</p><p>ser consultadas nos órgãos responsáveis nacionais, estaduais e municipais, dentre</p><p>os quais, encontram-se o Ibama, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Co-</p><p>nama) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de normas</p><p>estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).</p><p>A norma NBR 10004/2004 da ABNT apresenta uma classificação complementar</p><p>apresentada pela lei, sendo importante</p><p>destacar algumas características para os</p><p>resíduos perigosos. Classificação I (atenção: em alguns itens será indicado anexos</p><p>da referida norma):</p><p>■ Propriedades que conferem inflamabilidade: ter estado líquido e ponto</p><p>de fulgor abaixo de 60°C, com exceção de soluções aquosas com menos de</p><p>24% de álcool em volume; ser não líquida e ter a capacidade, sob condições</p><p>de temperatura e pressão de 25°C e 0,1 MPa, de iniciar fogo por fricção,</p><p>absorção de umidade ou alterações químicas espontâneas, queimando</p><p>de forma vigorosa e persistente quando inflamada; funcionar como</p><p>oxidante, liberando oxigênio e intensificando a combustão em outros</p><p>materiais; e ser um gás comprimido inflamável, conforme a legislação</p><p>federal de transporte de produtos perigosos.</p><p>■ Corrosividade refere-se a substâncias que, ao serem aquosas, apresentam</p><p>pH inferior a 2 ou superior a 12,5 ou, quando misturadas com água</p><p>na proporção de 1:1 em peso, geram uma solução com pH fora desse</p><p>intervalo. Além disso, são consideradas corrosivas as substâncias líquidas</p><p>que, quando misturadas em peso equivalente de água, resultam em um</p><p>líquido capaz de corroer o aço (COPANT 1020) a uma taxa superior a 6,35</p><p>mm por ano a uma temperatura de 55°C, conforme padrões estabelecidos</p><p>pelo USEPA SW 846, ou equivalente.</p><p>■ Reatividade é a característica de uma substância que: instabilidade</p><p>normal, reagindo de maneira violenta e imediata sem detonar; reação</p><p>violenta com a água; formação de misturas potencialmente explosivas</p><p>com a água; liberação de gases, vapores ou fumos tóxicos em quantidade</p><p>suficiente para causar danos à saúde pública ou ao meio ambiente</p><p>quando em contato com a água; presença em sua composição dos íons</p><p>cianeto ou sulfeto em concentrações que excedam os limites de 250 mg</p><p>de ácido cianídrico liberável por quilograma de resíduo ou 500 mg de</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>ácido sulfídrico liberável por quilograma de resíduo, conforme ensaio</p><p>estabelecido no USEPA - SW 846; capacidade de reação explosiva ou</p><p>detonante sob forte estímulo, ação catalítica ou temperatura em ambientes</p><p>confinados; potencial para produzir reação ou decomposição detonante</p><p>ou explosiva a 25°C e 0,1 MPa (1 atm); e característica explosiva,</p><p>definida como uma substância fabricada para produzir efeito explosivo</p><p>ou pirotécnico, independentemente de estar contida em dispositivo</p><p>preparado para esse propósito.</p><p>■ Toxicidade é a característica da substância que: extrato com</p><p>contaminantes acima dos limites do anexo F, caracterizando toxicidade</p><p>por ensaio de lixiviação; conter substâncias do anexo C, exibindo</p><p>toxicidade considerando vários fatores, como natureza, concentração,</p><p>migração, persistência, degradação, bioacumulação e efeitos nocivos; ser</p><p>restos de embalagens contaminadas com substâncias dos anexos D ou E;</p><p>resultar de derramamentos, produtos fora de especificação ou vencidos,</p><p>contendo substâncias dos anexos D ou E; ser comprovadamente letal ao</p><p>ser humano; e possuir substância letal ou estudos que demonstrem DL50</p><p>(dose letal) oral para ratos menor que 50 mg/kg, CL50 (concentração</p><p>letal) inalação para ratos menor que 2 mg/L ou DL50 dérmica para</p><p>coelhos menor que 200 mg/kg.</p><p>■ Substâncias patogênicas são aquelas que possuem ou que há a suspeita</p><p>de possuírem microrganismos patogênicos, proteínas virais, ADN ou</p><p>ARN recombinantes, organismos geneticamente modificados, plasmídios,</p><p>cloroplastos, mitocôndrias ou toxinas, capazes de causar doenças em seres</p><p>humanos, animais ou vegetais, ou quando há suspeita de sua presença. São</p><p>exemplos de resíduos perigosos: medicamentos, resíduos hospitalares,</p><p>produtos químicos, pilhas e baterias, tintas e solventes.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>Além das definições dispostas, a NBR 10004, também, apresenta uma subdivisão</p><p>dos resíduos não perigosos (classificados como II), sendo:</p><p>■ IIa – inertes: aqueles que não se enquadram como perigosos ou como</p><p>não inertes.</p><p>■ IIb – não inertes: resíduos que, ao serem adequadamente amostrados e</p><p>colocados em contato com água destilada ou deionizada à temperatura</p><p>ambiente, conforme normas técnicas específicas, não têm seus constituintes</p><p>solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade</p><p>de água, exceto por aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. Ferreira, Ruiz</p><p>e Mattaraia (2022) explicam que esses resíduos permanecem inalterados</p><p>ao longo de muito tempo e são exemplos: entulho, isopor, alumínio, aço,</p><p>ferro, plástico e vidro. Esses resíduos podem ser reciclados ou dispostos</p><p>em aterros sanitários.</p><p>GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SAÚDE</p><p>Resíduos em saúde são aqueles gerados por todos os serviços relacionados ao</p><p>cuidado da saúde humana ou animal. Isso inclui atividades, como assistência do-</p><p>miciliar, laboratórios analíticos de produtos para saúde, necrotérios, funerárias,</p><p>serviços de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação), medicina</p><p>legal, drogarias, farmácias (incluindo as de manipulação), instituições de ensino</p><p>e pesquisa na área de saúde, centros de controle de zoonoses, distribuidores de</p><p>produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores e produtores de materiais</p><p>e controles para diagnóstico in vitro, unidades móveis de atendimento à saúde,</p><p>serviços de acupuntura, serviços de tatuagem, salões de beleza e estabelecimentos</p><p>similares. Esses serviços, ao desempenharem suas funções, geram resíduos que</p><p>precisam ser adequadamente manuseados e descartados para garantir a segu-</p><p>rança e preservação do meio ambiente (BRASIL, 2005, 2018).</p><p>As principais normas que legislam sobre o tema — RDC nº 222/2018 (Anvi-</p><p>sa) e Resolução nº 358/2005 (Conama) — não dizem respeito “a fontes radioativas</p><p>seladas, que devem seguir as determinações da Comissão Nacional de Energia</p><p>Nuclear (CNEN), e às indústrias de produtos sob vigilância sanitária, que devem</p><p>observar as condições específicas do seu licenciamento ambiental” (ANVISA,</p><p>2018, on-line).</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>O gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) deve incluir todas</p><p>as etapas de planejamento dos recursos físicos, materiais e da capacitação dos re-</p><p>cursos humanos envolvidos. Todo serviço gerador deve possuir um Plano de Ge-</p><p>renciamento de RSS (PGRSS), seguindo as regulamentações federais, estaduais,</p><p>municipais ou do Distrito Federal. Esse documento deve conter a estimativa da</p><p>quantidade de resíduos por grupos, a descrição detalhada dos procedimentos</p><p>de gerenciamento em todas as fases, garantindo conformidade com ações de</p><p>proteção à saúde e normativas sanitárias e ambientais. Deve contemplar pro-</p><p>cedimentos locais de logística reversa, se aplicável, além de seguir rotinas de</p><p>higienização e limpeza, descrever ações em emergências e acidentes bem como</p><p>incluir medidas de controle de vetores.</p><p>O PGRSS deve ser monitorado e atualizado periodicamente, sendo único</p><p>para estabelecimentos com licenças sanitárias individualizadas, permitindo ar-</p><p>mazenamento compartilhado para edificações não hospitalares. Uma cópia deve</p><p>estar disponível para consulta, e o serviço gerador é responsável pela elaboração,</p><p>implantação, implementação e monitoramento do PGRSS, podendo terceirizar</p><p>essas atividades.</p><p>Etapas do gerenciamento de resíduos</p><p>O manejo de RSS abrange as etapas de segregação, acondicionamento, identifica-</p><p>ção, coleta, transporte interno, armazenamento temporário, coleta e transporte</p><p>externo e destinação dos resíduos.</p><p>■ Os RSS devem ser segregados no momento de geração, classificados por</p><p>grupos de risco.</p><p>■ O acondicionamento em sacos, recipientes e coletores é detalhado,</p><p>considerando características específicas de cada grupo.</p><p>■ A coleta e transporte interno deve seguir uma rota e horários prede-</p><p>finidos, utilizando coletores identificados, conforme grupos de risco,</p><p>e construídos com material liso, rígido, lavável, impermeável, além de</p><p>possuir tampa articulada ao corpo do equipamento, cantos e bordas ar-</p><p>redondadas.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>■ Para o armazenamento interno, temporário e externo, deve-se manter</p><p>os sacos de RSS nos coletores com tampa</p><p>fechada durante o armazena-</p><p>mento temporário e externo. O abrigo temporário deve possuir caracte-</p><p>rísticas específicas, como revestimento resistente, ponto de iluminação,</p><p>e identificação como “abrigo temporário de resíduos”. O armazenamento</p><p>pode ser compartilhado para armazenar RSS dos Grupos A, E e D. O</p><p>abrigo externo deve ser estruturado para facilitar o acesso às operações de</p><p>transporte interno e externo, além de atender a requisitos, como identifi-</p><p>cação por grupos de RSS, acesso restrito e sistema de combate a incêndio.</p><p>■ A coleta e o transporte externos deve ser feita por veículos sem sistemas</p><p>de compactação ou outros que danifiquem os sacos, exceto para os RSS</p><p>do Grupo D. Para o transporte externo de rejeitos radioativos, deve-se</p><p>seguir normas específicas, se existirem, além das normas estabelecidas</p><p>pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). (6)</p><p>■ A destinação final dos resíduos deve ser dada de acordo com as carac-</p><p>terísticas do grupo de risco. O custo da destinação final dos resíduos,</p><p>também, depende do grupo de risco. O grupo B, geralmente, tem o dobro</p><p>do custo de processamento (por quilo de resíduo) que os grupos A e E.</p><p>Segundo o Conama (Resolução nº 358/2005), os critérios mínimos para a dis-</p><p>posição final de RSS incluem a seleção adequada de áreas, garantindo a ausência</p><p>de restrições de zoneamento ambiental e o respeito a distâncias mínimas esta-</p><p>belecidas por órgãos ambientais. Aspectos de segurança e sinalização exigem a</p><p>implementação de um sistema de controle rigoroso de acesso e sinalização de</p><p>advertência educativa. Considerações técnicas abrangem sistemas de drenagem,</p><p>coleta e disposição de percolados, gestão de gases, impermeabilização e monito-</p><p>ramento ambiental. No processo de disposição final, destacam-se a necessidade</p><p>de disposição direta dos resíduos sobre o fundo do local, acomodação sem com-</p><p>pactação direta, cobertura diária com solo, disposição em camadas, cobertura</p><p>final e desenvolvimento de um plano de encerramento.</p><p>Definições importantes</p><p>São definições importantes da RDC nº 222/2018 (BRASIL, 2018):</p><p>1</p><p>8</p><p>4</p><p>CLASSE DE RISCO 1 (BAIXO RISCO INDIVIDUAL E PARA A COMUNIDADE)</p><p>Agentes biológicos conhecidos por não causarem doenças no homem ou nos animais</p><p>adultos sadios.</p><p>CLASSE DE RISCO 2 (MODERADO RISCO INDIVIDUAL E LIMITADO RISCO PARA A</p><p>COMUNIDADE)</p><p>Inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo</p><p>potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limi-</p><p>tado, e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas eficazes.</p><p>CLASSE DE RISCO 3 (ALTO RISCO INDIVIDUAL E MODERADO RISCO PARA A</p><p>COMUNIDADE)</p><p>Inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via respi-</p><p>ratória e que causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para as</p><p>quais existem usualmente medidas de tratamento ou de prevenção. Representam</p><p>risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de</p><p>pessoa a pessoa.</p><p>CLASSE DE RISCO 4 (ELEVADO RISCO INDIVIDUAL E ELEVADO RISCO PARA A</p><p>COMUNIDADE)</p><p>Classificação do Ministério da Saúde que inclui agentes biológicos que representam</p><p>grande ameaça para o ser humano e para os animais, implicando grande risco a quem</p><p>os manipula, com grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro, não</p><p>existindo medidas preventivas e de tratamento para esses agentes.</p><p>NÍVEL III DE INATIVAÇÃO MICROBIANA</p><p>Processo físico ou outros processos para a redução ou eliminação da carga microbia-</p><p>na, tendo como resultado a inativação de bactérias vegetativas, fungos, vírus lipofílicos</p><p>e hidrofílicos, parasitas e micobactérias com redução igual ou maior que 6Log10 e ina-</p><p>tivação de esporos do B. stearothermophilus ou de esporos do B. subtilis com redução</p><p>igual ou maior que 4Log10.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>8</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>Classificação dos Resíduos em Saúde – Grupo A</p><p>O Grupo A são “resíduos com a possível presença de agentes biológicos que,</p><p>por suas características, podem apresentar risco de infecção” (ANVISA, 2018,</p><p>on-line). Ainda, esse grupo “é identificado, no mínimo, pelo símbolo de risco</p><p>biológico, com rótulo de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido</p><p>da expressão resíduo infectante” (ANVISA, 2018, on-line). Importante:</p><p>“ Art. 14. Os sacos para acondicionamento de RSS do grupo A devem</p><p>ser substituídos ao atingirem o limite de 2/3 (dois terços) de sua</p><p>capacidade ou então a cada 48 (quarenta e oito) horas, independen-</p><p>temente do volume, visando o conforto ambiental e a segurança dos</p><p>usuários e profissionais.</p><p>Parágrafo único. Os sacos contendo RSS do grupo A de fácil putre-</p><p>fação devem ser substituídos no máximo a cada 24 (vinte e quatro)</p><p>horas, independentemente do volume (ANVISA, 2018, on-line).</p><p>Subgrupo A1</p><p>Resíduos que incluem culturas e estoques de microrganismos, descartes de</p><p>produtos biológicos, vacinas, meios de cultura e instrumentais de laboratórios</p><p>genéticos, além de resíduos de atividades de ensino, pesquisa e saúde com conta-</p><p>minação biológica. Também, abrangem bolsas transfusionais rejeitadas, vencidas</p><p>ou contaminadas e sobras de amostras contendo sangue ou líquidos corpóreos.</p><p>Modo de descarte do subgrupo A1</p><p>Culturas e estoques de microrganismos, resíduos de fabricação de produtos bio-</p><p>lógicos, meios de cultura e instrumentais de laboratórios genéticos devem ser</p><p>tratados. O tratamento deve ser realizado em equipamento compatível com nível</p><p>III de inativação microbiana, visando à redução ou eliminação da carga micro-</p><p>biana. Para microrganismos das classes de risco 1 e 2, o tratamento pode ocorrer</p><p>fora da unidade geradora, desde que seja nas dependências do serviço de saúde.</p><p>Já para microrganismos das classes de risco 3 e 4, o tratamento deve ser realizado</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>na unidade geradora. Após o tratamento, os rejeitos devem ser encaminhados</p><p>para disposição final ambientalmente adequada.</p><p>Os RSS originados de atividades de vacinação com microrganismos vivos,</p><p>atenuados ou inativados, incluindo frascos de vacinas expiradas, com conteúdo</p><p>inutilizado ou resíduos do produto e seringas desconectadas, devem ser trata-</p><p>dos antes da disposição final adequada ao meio ambiente. Agulhas e conjuntos</p><p>seringa-agulha utilizados na aplicação de vacinas, quando não desconectados,</p><p>devem seguir as normas de manejo de resíduos perfurocortantes.</p><p>Os RSS provenientes da assistência à saúde de indivíduos ou animais, com</p><p>suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, mi-</p><p>crorganismos com relevância epidemiológica, risco de disseminação ou causado-</p><p>res de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante devem</p><p>ser tratados antes da disposição final ambientalmente adequada.</p><p>As bolsas de sangue e hemocomponentes rejeitadas por várias razões, as so-</p><p>bras de amostras de laboratório com sangue ou líquidos corpóreos e os recipien-</p><p>tes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue</p><p>ou líquidos corpóreos, devem passar por tratamento antes da disposição final</p><p>adequada ao meio ambiente. As sobras de amostras de laboratório que contêm</p><p>sangue ou líquidos corpóreos podem ser descartadas diretamente no sistema</p><p>de coleta de esgotos, seguindo as regras dos órgãos ambientais e serviços de sa-</p><p>neamento. Se o tratamento ocorrer fora da unidade geradora, esses RSS devem</p><p>ser acondicionados em saco vermelho e transportados em recipiente rígido, im-</p><p>permeável, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa controlada</p><p>e identificado</p><p>Subgrupo A1</p><p>Resíduos provenientes de animais utilizados em experimentação com inoculação</p><p>de microrganismos, incluindo carcaças, peças anatômicas, vísceras, forrações e</p><p>cadáveres de animais suspeitos de portarem microrganismos de relevância epide-</p><p>miológica, com ou sem confirmação diagnóstica ou estudo anatomopatológico.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>Os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) do Subgrupo A2 devem ser subme-</p><p>tidos a tratamento antes da disposição final ambientalmente adequada,</p><p>podendo</p><p>o tratamento ocorrer fora da unidade geradora, com autorização prévia para</p><p>soluções específicas em função do porte do animal. Após o tratamento, os rejeitos</p><p>devem ser acondicionados em saco branco leitoso identificado como “PEÇAS</p><p>ANATÔMICAS DE ANIMAIS”. Para RSS do Subgrupo A2 com microrganismos</p><p>de alto risco, é exigido tratamento na unidade geradora atendendo ao Nível III</p><p>de Inativação Microbiana, com a mesma necessidade de autorização prévia para</p><p>soluções específicas conforme o porte do animal.</p><p>Subgrupo A1</p><p>São peças anatômicas do ser humano; feto sem sinais vitais, com peso menor que</p><p>500 g ou estatura menor que 25 cm ou idade gestacional menor que 20 semanas,</p><p>que não tenham valor científico ou legal e que não tenha havido requisição pelo</p><p>paciente ou seus familiares.</p><p>Os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) do Subgrupo A3 devem ser des-</p><p>tinados a sepultamento, cremação, incineração ou outra destinação licenciada</p><p>pelo órgão ambiental competente. No caso de encaminhamento para incine-</p><p>ração, é necessário acondicioná-los em sacos vermelhos e identificá-los como</p><p>“PEÇAS ANATÔMICAS”.</p><p>1</p><p>8</p><p>8</p><p>Subgrupo A4</p><p>Incluem kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores descartados, filtros</p><p>de ar e gases aspirados de áreas contaminadas, membranas filtrantes de equipa-</p><p>mentos médico-hospitalares, sobras de amostras laboratoriais com fezes, urina</p><p>e secreções de pacientes sem risco elevado, resíduos de tecido adiposo de pro-</p><p>cedimentos estéticos, recipientes resultantes de assistência à saúde sem sangue</p><p>ou líquidos corpóreos livres, peças anatômicas de procedimentos cirúrgicos ou</p><p>anatomopatológicos bem como cadáveres e resíduos de animais não submetidos</p><p>à experimentação com microrganismos. Isso, também, abrange bolsas transfu-</p><p>sionais vazias ou com volume residual pós-transfusão.</p><p>Os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) do Subgrupo A3 devem ser des-</p><p>tinados a opções, como sepultamento, cremação, incineração ou outra desti-</p><p>nação licenciada pelo órgão ambiental competente. No caso de incineração,</p><p>os RSS devem ser acondicionados em sacos vermelhos e identificados como</p><p>“peças anatômicas”.</p><p>Subgrupo A5</p><p>Resíduos de órgãos, tecidos e fluidos orgânicos com alta infectividade para prío-</p><p>ns, provenientes de casos suspeitos ou confirmados, e materiais associados à</p><p>atenção à saúde de indivíduos ou animais que tiveram contato com esses elemen-</p><p>tos. A definição de tecidos de alta infectividade para príons é estabelecida por</p><p>órgãos competentes, como a Organização Mundial da Saúde. Os resíduos desse</p><p>subgrupo devem ser encaminhados para tratamento por incineração, devendo</p><p>ser segregados e acondicionados em saco vermelho duplo, como barreira de</p><p>proteção, e contidos em recipiente exclusivo devidamente identificado.</p><p>Classificação dos Resíduos em Saúde – Grupo B</p><p>Resíduos do Grupo B compreendem produtos químicos perigosos para a saúde</p><p>pública ou ao meio ambiente, variando em inflamabilidade, corrosividade, reati-</p><p>vidade, toxicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade, mutagenicidade e quan-</p><p>tidade. Incluem produtos farmacêuticos, resíduos de saneantes, desinfetantes,</p><p>desinfestantes, metais pesados, reagentes de laboratório (incluindo recipientes</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>8</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>contaminados), efluentes de processadores de imagem e efluentes de equipamen-</p><p>tos automatizados em análises clínicas, além de outros produtos considerados</p><p>tóxicos, corrosivos, inflamáveis ou reativos.</p><p>Os RSS do Grupo B requerem gerenciamento atento à periculosidade das</p><p>substâncias, considerando inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxi-</p><p>cidade. No estado sólido, quando considerados rejeitos, devem ser dispostos</p><p>em aterro de resíduos perigosos — Classe I. Cuidados singulares devem ser</p><p>observados para resíduos de contaminações distintas, conforme legislação de</p><p>órgão competente.</p><p>Classificação dos Resíduos em Saúde – Grupo C</p><p>Os RSS do Grupo C são caracterizados por qualquer material contendo radionu-</p><p>clídeo em quantidade superior aos níveis de dispensa estabelecidos pela CNEN,</p><p>impróprios para reutilização ou não previstos para tal. Isso inclui rejeitos radioa-</p><p>tivos de laboratórios de pesquisa e ensino na área da saúde, laboratórios de análise</p><p>clínica e serviços de medicina nuclear e radioterapia, conforme as diretrizes da</p><p>CNEN e os Planos de Proteção Radiológica aprovados para instalações radiativas.</p><p>Esses resíduos devem ser segregados com base em critérios, como radionu-</p><p>clídeo, natureza da radiação, estado físico, concentração e taxa de exposição. Os</p><p>recipientes de acondicionamento devem ser adequados às características dos</p><p>rejeitos, com vedação e identificação adequada.</p><p>Os rejeitos radioativos são armazenados para decaimento, podendo ser rea-</p><p>lizado na sala de manipulação ou em sala específica. Para rejeitos líquidos, é</p><p>necessário armazenamento sobre material absorvente. Resíduos de fácil putre-</p><p>fação contaminados com radionuclídeos devem ser mantidos sob condições</p><p>que evitem a decomposição. Após o decaimento atingir o nível de dispensa, a</p><p>identificação de “rejeito radioativo” deve ser retirada, mantendo a identificação</p><p>de outros riscos, sendo precedida por medição de radiação.</p><p>Classificação dos Resíduos em Saúde – Grupo D</p><p>Os resíduos do grupo D são equiparados aos domiciliares que não representam</p><p>risco biológico, químico ou radiológico para a saúde ou ao meio ambiente.</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>Incluem itens, como papel higiênico, fraldas, vestimentas descartáveis, restos de</p><p>alimentos de pacientes, material de antissepsia, entre outros. O grupo D pode</p><p>ser subdividido em resíduos comuns, resíduos orgânicos e resíduos recicláveis</p><p>— papel, vidro, metal e plástico. Para cada qual uma cor foi designada a fim de</p><p>facilitar a identificação e o descarte correto: papel azul; plástico vermelho, vidro</p><p>verde, metal amarelo, descartes orgânicos marrom e não recicláveis cinza.</p><p>Os RSS do Grupo D, quando não destinados à reutilização, à recuperação, à</p><p>reciclagem, à compostagem, à logística reversa ou ao aproveitamento energético,</p><p>são classificados como rejeitos. Os rejeitos sólidos devem ser dispostos de acordo</p><p>com as normas ambientais vigentes, enquanto os efluentes líquidos podem ser</p><p>lançados na rede coletora de esgotos, desde que atendam às normas ambientais</p><p>e diretrizes do serviço de saneamento.</p><p>Podem ser considerados resíduos orgânicos: forrações de animais de biotérios</p><p>sem risco biológico, resíduos de flores, podas, jardinagem e restos alimentares que</p><p>podem ser destinados à compostagem ou, ainda, como ração animal, desde que</p><p>processados para garantir a segurança, com a aprovação dos órgãos competentes.</p><p>Classificação dos Resíduos em Saúde – Grupo E</p><p>O grupo E engloba materiais perfurocortantes ou escarificantes, como agulhas,</p><p>lâminas de barbear, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pon-</p><p>tas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, tubos capilares, ponteiras de micro-</p><p>pipetas, lâminas e lamínulas e espátulas, além de utensílios de vidro quebrados no</p><p>laboratório, como pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri e itens si-</p><p>milares. Esse grupo é reconhecido pelo símbolo de risco biológico, caracterizado</p><p>por um rótulo de fundo branco com desenho e contorno preto, complementado</p><p>pela inscrição “resíduo perfurocortante”. Seu descarte deve ser em recipientes rí-</p><p>gidos e identificados. Os recipientes devem ser substituídos conforme a demanda,</p><p>sem esvaziamento manual ou reaproveitamento, admitindo-se tecnologia para</p><p>esvaziamento automatizado e reutilização. Quando contaminados, os RSS do</p><p>grupo E devem ser manejados de acordo com a classe de risco associada, com o</p><p>recipiente identificando todos os riscos.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>Acesse o material e fique por dentro deste tema importante que contribuirá para</p><p>o seu desenvolvimento. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do</p><p>ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>EM FOCO</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Farmacêuticos, em sua ampla área de atuação, produzem diversos resíduos em</p><p>saúde,</p><p>Sociais:</p><p>“ Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o</p><p>trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdên-</p><p>cia social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos</p><p>desamparados, na forma desta Constituição (BRASIL, 1988, grifo</p><p>nosso).</p><p>No ordenamento jurídico brasileiro, outras duas classificações, também, estão na</p><p>mesma categoria da Constituição: tratados internacionais e emendas à Consti-</p><p>tuição Federal. Nenhum deles pode alterar as características originais do docu-</p><p>mento, especificamente, as emendas constitucionais não poderão abolir a forma</p><p>federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos</p><p>poderes e os direitos e as garantias individuais (GRILLO, 2019), que são descritos</p><p>no Título I – Princípios Fundamentais.</p><p>Abaixo da Constituição, leis são instituídas com a característica de apresen-</p><p>tarem um comando normativo geral, abstrato e impessoal. Isso significa que</p><p>cada uma é elaborada para poder ser aplicada a um grande número de situações</p><p>de modo abstrato (geral e abstrato). Além disso, são formuladas a atingir a toda</p><p>uma população, e não uma pessoa ou grupo específico (impessoal). Elas, ainda,</p><p>podem ser imperativas ou obrigatórias, em que ações são determinadas e, caso</p><p>não cumpridas, punições são previstas, ou podem ser leis de competência, que</p><p>1</p><p>1</p><p>atribuem uma função a determinados profissionais, como os farmacêuticos, mé-</p><p>dicos, juízes, ou que designam capitais, como “Brasília é a capital do Brasil” ou</p><p>símbolos oficiais.</p><p>As leis, ainda, podem ser classificadas como leis complementares à Consti-</p><p>tuição, às leis ordinárias e às leis delegadas. Ainda, outros tipos, impropriamente</p><p>leis, são denominados medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.</p><p>Descreveremos cada um desses itens:</p><p>LEIS COMPLEMENTARES À CONSTITUIÇÃO FEDERAL (CF)</p><p>São aquelas que partem de algum assunto iniciado pela CF e que nela há a descrição</p><p>de que será regulamentada por uma lei complementar. Se você buscar a CF na inter-</p><p>net, ir ao Título III – da Organização do Estado, você encontrará:</p><p>Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do</p><p>Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,</p><p>todos autônomos, nos termos desta Constituição.</p><p>[...]</p><p>§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação</p><p>em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei</p><p>complementar (BRASIL, 1988, grifo nosso).</p><p>LEI ORDINÁRIA</p><p>São as mais comuns e podem ser destinadas a relações privadas ou temas públicos.</p><p>São elas que compõem o Código Civil, o Código de Processo Civil, o Código Penal, o</p><p>Código Eleitoral, a Consolidação das Leis do Trabalho, entre outros. No caso da área</p><p>da Saúde, a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, é uma das mais importantes. Ela</p><p>“dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a or-</p><p>ganização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências”</p><p>(BRASIL, 1990).</p><p>LEIS DELEGADAS</p><p>Aquelas que transferem um assunto de um poder ao outro. A Agência de Notícias do</p><p>Senado Nacional explica que:</p><p>[...] não podem ser objetos de lei delegada atos de competência exclusiva</p><p>do Congresso, da Câmara e do Senado, nem temas relacionados com a</p><p>organização do Judiciário e do Ministério Público. Outros assuntos que</p><p>ficam fora da lei delegada: nacionalidade, cidadania, direitos individuais,</p><p>políticos, eleitorais, planos plurianuais e orçamentos (AGÊNCIA SENADO,</p><p>[202?], on-line).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>MEDIDAS PROVISÓRIAS</p><p>São normas cuja redação inicia-se “ao contrário”, é elaborada pelo Poder Executivo</p><p>— que é responsável por executar, fiscalizar e gerir leis — ou seja, pela Presidência</p><p>da República, pelos Ministérios, pelas Secretarias e pelos demais órgãos. Após, são</p><p>encaminhadas para o Poder Legislativo (Congresso Nacional — Senado e Câmara dos</p><p>Deputados) para apreciação. Não são consideradas leis, ao pé da letra, mas apresen-</p><p>tam força de lei. Como exemplo, temos a Medida Provisória nº 1.165, de 20 de março de</p><p>2023, que institui a Estratégia Nacional de Formação de Especialistas para a Saúde, no</p><p>âmbito do Programa Mais Médicos, e altera a Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013.</p><p>DECRETOS LEGISLATIVO</p><p>Normas administrativas de competência do Poder Legislativo e não dependem de</p><p>sanção do Poder Executivo (GRILLO, 2019).</p><p>RESOLUÇÕES</p><p>De elaboração mais simples que decretos, são atos normativos com caráter admi-</p><p>nistrativo, expedidos pelo Poder Legislativo no seu próprio interesse (GRILLO, 2019).</p><p>A Anvisa, por exemplo, apresenta inúmeras Resoluções da Diretoria Colegiada para</p><p>diferentes assuntos. Algumas outras distinções ainda podem ser encontradas dentro</p><p>de alguns órgãos governamentais, como instruções normativas e guias, que facilitam a</p><p>compreensão do redigido em leis, decretos e resoluções.</p><p>Saiba também: dois outros termos são bastante falados na área do direito, dou-</p><p>trina, que significa o agrupamento dos conhecimentos teóricos do direito, e ju-</p><p>risprudência, que se refere a decisões de juízes que podem ser utilizadas para</p><p>embasar argumentos para uma nova decisão. A jurisprudência tem muito valor</p><p>em situações em que o assunto discutido é controverso e pode ser utilizada até</p><p>para fundamentar novas leis.</p><p>Grillo (2019) resume o ordenamento jurídico da seguinte forma: a Consti-</p><p>tuição Federal e suas emendas; as leis complementares à Constituição Federal;</p><p>as leis federais ordinárias e as delegadas, as medidas provisórias e os decretos</p><p>legislativos; as Constituições estaduais e suas emendas; as leis estaduais ordiná-</p><p>rias e os decretos legislativos; as leis orgânicas municipais; e as leis municipais</p><p>ordinárias e os decretos legislativos.</p><p>1</p><p>1</p><p>Espacialmente, o autor explica que pode haver quatro divisões de acordo com</p><p>a abrangência do assunto da legislação: federal – são leis ou normas da União</p><p>que têm como escopo pessoas sob sua abrangência, como as leis que abordam o</p><p>regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fun-</p><p>dações públicas federais. Elas são válidas para todos eles, independentemente de</p><p>onde se encontrem; nacional – são leis ou normas para todos em âmbito nacional;</p><p>estadual – são leis ou normas para todos em âmbito estadual; e municipal – são</p><p>leis ou normas para todos em âmbito municipal.</p><p>Essas leis podem ser procuradas em buscadores gerais ou específicos, como</p><p>o sistema Saúde Legis do Governo Federal, sistemas similares podem ser encon-</p><p>trados para o âmbito estadual e municipal.</p><p>Como o texto das leis é estruturado?</p><p>As leis, os decretos, as resoluções, entre outros, são identificados por um número,</p><p>seguido da data de publicação. Em seguida, logo abaixo e com recuo à direita,</p><p>encontra-se a ementa da lei, que explica somente que é tratado na lei. Repare, no</p><p>exemplo da Figura 2, que ela é apresentada em vermelho. Nas versões disponíveis</p><p>na internet, verifica-se, em azul, outras legislações que são citadas ao longo da</p><p>redação daquela lei.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Figura 2 - Site da Casa Civil para a Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999 / Fonte: https://www.planalto.</p><p>gov.br/ccivil_03/leis/l9782.htm. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>Descrição da Imagem: a figura apresenta o site que contém a Lei nº 9.782/1999, que cria a Anvisa, exemplo</p><p>utilizado para explicar as partes de um documento jurídico.</p><p>Abaixo dessas informações, encontra-se o preâmbulo, uma introdução ao que</p><p>será tratado naquela lei. As demais partes são organizadas como um livro ou</p><p>um trabalho acadêmico. Vamos supor que os livros do Harry Potter (ou Senhor</p><p>dos Anéis, ou qualquer outro com mais de um volume) sejam uma lei. No caso</p><p>dos livros sobre o bruxo, são sete volumes; então, imagine que todos os volumes</p><p>compusessem um único documento. Então, comparando-se esse documento</p><p>com a estrutura das leis, teríamos:</p><p>■ Cada volume do documento seria um título.</p><p>■ Cada capítulo do livro seria um capítulo,</p><p>sejam aqueles de laboratórios de análises, de pesquisas ou de descarte de</p><p>medicamentos. As normas vigentes apresentam detalhes de como lidar com cada</p><p>um dos tipos de resíduos produzidos, mas é importante destacar que em nenhu-</p><p>ma parte dela consta o preço a ser pago para destinar corretamente esses resíduos.</p><p>Conhecer a legislação se torna, além de necessário para não infringir a lei,</p><p>uma forma de gestão de negócio. Inúmeros estudos, inclusive publicados em</p><p>revistas de pesquisa internacionais, demonstram como a gestão correta de re-</p><p>síduos pode auxiliar na redução de custos de um negócio, seja pela reutilização</p><p>de resíduos, seja pela venda de material reciclável, seja pela destinação correta</p><p>dos grupos de risco.</p><p>Já imaginou promover festas de fim de ano do seu setor apenas com valores</p><p>arrecadados por meio da venda dos produtos recicláveis gerados pelos funcio-</p><p>nários? Sim, isso é possível. Além disso, é importante lembrar que o descarte</p><p>consciente de medicamentos deve ser incentivado por todo profissional da saúde,</p><p>uma vez que, além de contaminar o meio ambiente, os medicamentos são objeto</p><p>obrigatório da logística reversa das empresas. Ou você nunca viu os coletores de</p><p>medicamentos em farmácias comerciais?</p><p>Bons estudos e até a próxima!</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>1. Com base no conceito de Responsabilidade Compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos,</p><p>instituído pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, analise as afirmativas a seguir.</p><p>I - A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos envolve apenas os</p><p>fabricantes e importadores, excluindo distribuidores, comerciantes, consumidores e ti-</p><p>tulares dos serviços públicos.</p><p>II - O objetivo da responsabilidade compartilhada é minimizar o volume de resíduos sólidos</p><p>e rejeitos gerados, além de reduzir os impactos causados à saúde humana, mas não</p><p>aborda a qualidade ambiental</p><p>III - A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos visa, dentre outros</p><p>objetivos, incentivar a utilização de insumos de menor agressividade ao meio ambiente</p><p>e de maior sustentabilidade.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>2. Sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, assinale a alternativa em que o conceito da</p><p>classificação, em relação à origem, está corretamente descrito:</p><p>a) Resíduos domiciliares: são os originários da varrição, da limpeza de logradouros e vias</p><p>públicas e de outros serviços de limpeza urbana.</p><p>b) Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido</p><p>em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS.</p><p>c) Resíduos de serviços de transportes: os originários de atividades domésticas em resi-</p><p>dências urbanas.</p><p>d) Resíduos de mineração: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regu-</p><p>lamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS.</p><p>e) Resíduos industriais: os originários de atividades domésticas em residências urbanas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>3. Os resíduos em saúde devem ser segregados para correto descarte. Sinalize a alternativa</p><p>correta:</p><p>a) Resíduos de serviços de saúde do Grupo A: resíduos contendo produtos químicos que</p><p>podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente.</p><p>b) Resíduos de serviços de saúde do Grupo B: resíduos com a possível presença de agentes</p><p>biológicos.</p><p>c) Resíduos de serviços de saúde do Grupo C: resíduos que não apresentam risco bioló-</p><p>gico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados</p><p>aos resíduos domiciliares.</p><p>d) Resíduos de serviços de saúde do Grupo D: rejeitos radioativos.</p><p>e) Resíduos de serviços de saúde do Grupo E: resíduos perfurocortantes ou escarificantes.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>9</p><p>4</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR nº 10004/2004: Resíduos só-</p><p>lidos – Classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. Disponível em: https://www.suape.pe.gov.br/</p><p>images/publicacoes/normas/ABNT_NBR_n_10004_2004.pdf. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC nº 222, de 29 de</p><p>março de 2018. Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de</p><p>Saúde e dá outras providências. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/</p><p>anvisa/2018/rdc0222_28_03_2018.pdf. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 12 .305, de 2 de agosto de 2010Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos;</p><p>altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Disponível em: http://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CONAMA – CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE. Resolução nº 358, de 29 de abril de</p><p>2005. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e</p><p>dá outras providências. Disponível em: https://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNor-</p><p>ma=5046. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>FERREIRA, M. S.; RUIZ, R. C.; MATTARAIA, V. G. M. (org.) Fundamentos para gestão de resíduos</p><p>de serviços de saúde. São Paulo: MKX Editorial, 2022.</p><p>1</p><p>9</p><p>5</p><p>1. Alternativa D. A responsabilidade compartilhada envolve fabricantes, importadores, distri-</p><p>buidores, comerciantes, consumidores e titulares de serviços públicos e tem por objetivo a</p><p>redução do volume de rejeitos e a utilização de insumos de menor agressividade ambiental.</p><p>A afirmativa I está incorreta, porque todas as partes tem responsabilidade compartilhada.</p><p>2. Alternativa B. Segundo o Art. 13, da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, as classificações</p><p>corretas quanto à origem são:</p><p>– Resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências urbanas.</p><p>– Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido</p><p>em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS.</p><p>– Resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais</p><p>alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira.</p><p>– Resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficia-</p><p>mento de minérios.</p><p>– Resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais.</p><p>Assim, percebe-se que as alternativas incorretas têm sua classificação invertida entre si.</p><p>3. Alternativa E. A classificação correta é:</p><p>– Resíduos de serviços de saúde do Grupo A: resíduos com a possível presença de agentes</p><p>biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção.</p><p>– Resíduos de serviços de saúde do Grupo B: resíduos contendo produtos químicos que</p><p>podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas</p><p>características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.</p><p>– Resíduos de serviços de saúde do Grupo C: rejeitos radioativos.</p><p>– Resíduos de serviços de saúde do Grupo D: resíduos que não apresentam risco bioló-</p><p>gico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados</p><p>aos resíduos domiciliares.</p><p>– Resíduos de serviços de saúde do Grupo E: resíduos perfurocortantes ou escarificantes.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>LEGISLAÇÃO APLICADA A ÁREAS</p><p>NÃO PRIVATIVAS DO PROFISSIONAL</p><p>FARMACÊUTICO</p><p>Apresentar atribuições não privativas do farmacêutico.</p><p>Demonstrar as resoluções para a atuação do farmacêutico na estética.</p><p>Demonstrar as resoluções para a atuação do farmacêutico nas análises clínicas e</p><p>toxicológicas.</p><p>Diferenciar atribuições privativas e não privativas do farmacêutico na vigilância sanitária.</p><p>Demonstrar as resoluções para a atuação do farmacêutico na vigilância sanitária.</p><p>Diferenciar atribuições privativas e não privativas do farmacêutico na indústria.</p><p>Demonstrar resoluções para a atuação do farmacêutico na indústria.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 9</p><p>1</p><p>9</p><p>8</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>A profissão farmacêutica, longe de se limitar à imagem tradicional de atendimen-</p><p>to em drogarias, revela-se como vasto campo de atuação, oferecendo inúmeras</p><p>oportunidades</p><p>para os graduados em Farmácia. Esse cenário diversificado refle-</p><p>te-se nas 138 especialidades apontadas pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF),</p><p>distribuídas em dez linhas de atuação. Nesse contexto, torna-se fundamental</p><p>explorar as múltiplas facetas da carreira farmacêutica, abordando suas diversas</p><p>áreas de atuação e destacando a amplitude de oportunidades que se apresentam</p><p>aos profissionais dessa área. Daí, vem aquela velha pergunta: você sabe o que vai</p><p>ser quando crescer?</p><p>Experiências em estágios ou mesmo em seu trabalho pode o estimular a esco-</p><p>lher uma área ou outra para atuar e, para isso, precisará estudar as especificidades</p><p>das suas atribuições. Algumas dessas especialidades trazem atribuições descritas</p><p>em resoluções próprias do Conselho Federal de Farmácia, que você deve seguir</p><p>quando terminar a faculdade. Converse com seus colegas, liste o que gosta e o</p><p>que não gosta. Neste tema de aprendizagem, listaremos algumas atividades que</p><p>poderá exercer, quando se formar, e algumas resoluções que deverá seguir.</p><p>As atribuições não privativas são muitas, sendo algumas mais famosas que outras.</p><p>A atuação do farmacêutico como perito criminal já é bastante reconhecida, mas</p><p>que tal saber mais sobre essa área e as normas que o farmacêutico deve seguir?</p><p>Venha ouvir o nosso podcast. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital</p><p>do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Todas as áreas de atuação do farmacêutico têm em comum os princípios éticos que</p><p>regem a profissão farmacêutica. Para relembrá-las, que tal assistir a uma palestra</p><p>do CRF-RS? Acesse: https://youtu.be/HUoC3xd-6YA?si=1TmR2AaD-jkYqIwx.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>ATIVIDADES NÃO PRIVATIVAS DO FARMACÊUTICO</p><p>As atribuições não privativas do farmacêutico estão descritas no Decreto nº</p><p>85.878, de 7 de abril de 1981, que estabelece normas para execução da Lei nº</p><p>3.820, de 11 de novembro de 1960, sobre o exercício da profissão de farmacêutico,</p><p>e dá outras providências. Destacamos o Art. 2º:</p><p>“ Art 2º São atribuições dos profissionais farmacêuticos,</p><p>as seguintes atividades afins, respeitadas as modalidades</p><p>profissionais, ainda que não privativas ou exclusivas:</p><p>I - a direção, o assessoramento, a responsabilidade técnica e o</p><p>desempenho de funções especializadas exercidas em:</p><p>a) órgãos, empresas, estabelecimentos, laboratórios ou setores em</p><p>que se preparem ou fabriquem produtos biológicos, imunoterá-</p><p>picos, soros, vacinas, alérgenos, opoterápicos para uso humano e</p><p>veterinário, bem como de derivados do sangue;</p><p>b) órgãos ou laboratórios de análises clínicas ou de saúde pública</p><p>ou seus departamentos especializados;</p><p>c) estabelecimentos industriais em que se fabriquem produtos</p><p>farmacêuticos para uso veterinário;</p><p>d) estabelecimentos industriais em que se fabriquem insumos</p><p>farmacêuticos para uso humano ou veterinário e insumos para</p><p>produtos dietéticos e cosméticos com indicação terapêutica;</p><p>e) estabelecimentos industriais em que se fabriquem produtos</p><p>saneantes, inseticidas, raticidas, antisséticos e desinfetantes;</p><p>f) estabelecimentos industriais ou instituições governamentais</p><p>onde sejam produzidos radioisótopos ou radiofármacos para uso</p><p>em diagnóstico e terapêutica;</p><p>g) estabelecimentos industriais, instituições governamentais ou</p><p>laboratórios especializados em que se fabriquem conjuntos de</p><p>reativos ou de reagentes destinados às diferentes análises auxilia-</p><p>res do diagnóstico médico;</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>h) estabelecimentos industriais em que se fabriquem produ-</p><p>tos cosméticos sem indicação terapêutica e produtos dietéticos</p><p>e alimentares;</p><p>i) órgãos, laboratórios ou estabelecimentos em que se pratiquem</p><p>exames de caráter químico-toxicológico, químico-bromatológico,</p><p>químico-farmacêutico, biológicos, microbiológicos, fitoquímicos</p><p>e sanitários;</p><p>j) controle, pesquisa e perícia da poluição atmosférica e tratamento</p><p>dos despejos industriais.</p><p>II - tratamento e controle de qualidade das águas de consumo hu-</p><p>mano, de indústria farmacêutica, de piscinas, praias e balneários,</p><p>salvo se necessário o emprego de reações químicas controladas ou</p><p>operações unitárias;</p><p>III - vistoria, perícia, avaliação, arbitramento e serviços técnicos,</p><p>elaboração de pareceres, laudos e atestados do âmbito das atribui-</p><p>ções respectivas (1981, on-line).</p><p>É importante, no entanto, que essas atividades sejam realizadas de acordo com</p><p>as regulamentações e diretrizes estabelecidas pelas autoridades de saúde, visando</p><p>garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes e consumidores.</p><p>O farmacêutico na estética</p><p>A busca pela beleza resultou em um significativo aquecimento do mercado es-</p><p>tético no país, com a proliferação de espaços dedicados a essas atividades e à</p><p>introdução de novas tecnologias. Profissionais da saúde, como médicos, fisiote-</p><p>rapeutas, farmacêuticos, biomédicos, enfermeiros e esteticistas, desempenham</p><p>papel importante nesse cenário.</p><p>O farmacêutico esteticista tem suas atribuições regulamentadas por algumas</p><p>normativas, iniciando por dois decretos. O Decreto Federal nº 77.052, de 19 de</p><p>janeiro de 1976, estabelece que a verificação das condições para o exercício de</p><p>profissões e ocupações técnicas relacionadas à saúde, em institutos de esteticis-</p><p>mo, deve ser realizada pelas autoridades sanitárias durante a ação fiscalizadora.</p><p>Para isso, o profissional deve apresentar diplomas ou certificados, registro de</p><p>expedição por instituições de ensino legais e a inscrição dos titulares nos órgãos</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>competentes a respeito do tema. O Art. 25, do Decreto Federal nº 20.931, de 11</p><p>de janeiro de 1932, destaca que procedimentos invasivos não cirúrgicos podem</p><p>ser competência de profissionais da área da saúde, incluindo farmacêuticos.</p><p>A Resolução do CFF nº 573, de 22 de maio de 2013, dispõe sobre as atri-</p><p>buições do farmacêutico no exercício da saúde estética e da responsabilidade</p><p>técnica por estabelecimentos que executam atividades afins. Apesar de apresentar</p><p>atribuições que estão suspensas, a resolução, ainda, define o que cabe ao farma-</p><p>cêutico quanto ao seu exercício como responsável técnico em estabelecimentos</p><p>de estética. Segundo a resolução:</p><p>“ Art. 3º Caberá ao farmacêutico, quando no exercício da responsa-</p><p>bilidade técnica em estabelecimentos de saúde estética:</p><p>I - atuar em consonância com o Código de Ética da Profissão</p><p>Farmacêutica;</p><p>II – apresentar aos órgãos competentes a documentação necessá-</p><p>ria à regularização da empresa, quanto à licença e autorização de</p><p>funcionamento;</p><p>III - ter conhecimento atualizado das normas sanitárias vigentes</p><p>que regem o funcionamento dos estabelecimentos de saúde estética;</p><p>IV – estar capacitado técnica, científica e profissionalmente para</p><p>utilizar-se das técnicas de natureza estética e dos recursos tera-</p><p>pêuticos especificadas no âmbito desta resolução;</p><p>V – elaborar Procedimentos Operacionais Padrão (POPs)</p><p>relativos às técnicas de natureza estética e recursos terapêuticos</p><p>desenvolvidos, visando garantir a qualidade dos serviços presta-</p><p>dos, bem como proteger e preservar a segurança dos profissionais</p><p>e dos usuários;</p><p>VI – responsabilizar-se pela elaboração do plano de gerencia-</p><p>mento de resíduos de serviços de saúde, de forma a atender aos</p><p>requisitos ambientais e de saúde coletiva;</p><p>VII – manter atualizados os registros de calibração dos equipa-</p><p>mentos utilizados nas técnicas de natureza estética e</p><p>recursos terapêuticos;</p><p>VIII – garantir que sejam usados equipamentos de proteção</p><p>individual durante a utilização das técnicas de natureza estética</p><p>e recursos terapêuticos, em conformidade com as normas de</p><p>biossegurança vigentes;</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>IX – cumprir com suas obrigações perante o estabelecimento em</p><p>que atua, informando ou notificando o Conselho Regional de</p><p>Farmácia e o SNVS (Sistema Nacional de Vigilância Sanitária) so-</p><p>bre os fatos relevantes e irregularidades que tomar conhecimento</p><p>(CCF, 2013, on-line).</p><p>A Resolução nº 616, de 25 de novembro de 2015, define os requisitos</p><p>técnicos</p><p>para o exercício do farmacêutico no âmbito da saúde estética, ampliando o rol das</p><p>técnicas de natureza estética e recursos terapêuticos utilizados pelo farmacêutico</p><p>em estabelecimentos de saúde estética. Mais tarde, a resolução foi alterada pela</p><p>Resolução nº 645, de 27 de julho de 2017, que redefiniu os critérios para que o</p><p>farmacêutico exerça essa atividade conforme:</p><p>“ Art. 2º O farmacêutico é capacitado para exercer a saúde estética,</p><p>desde que preencha um dos seguintes requisitos:</p><p>I. ser egresso de programa de pós-graduação lato sensu reconhe-</p><p>cido pelo Ministério da Educação, na área de saúde estética;</p><p>II. ser egresso de curso livre de formação profissional em saúde</p><p>estética reconhecido pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF),</p><p>de acordo com os referenciais mínimos definidos em nota técnica</p><p>específica, disponível no sítio eletrônico do CFF (www.cff.org.br)</p><p>(CFF, 2017, on-line).</p><p>Ainda, de acordo com a Resolução nº 645/2017, o farmacêutico está habilitado a:</p><p>“ Art. 3°- Em função da habilitação o profissional farmacêutico, é</p><p>o responsável técnico para compra e utilização das substâncias</p><p>e equipamentos necessários para os procedimentos estéticos em</p><p>consonância com a sua capacitação profissional.</p><p>I – O profissional farmacêutico, legalmente habilitado em estética</p><p>poderá fazer a escolha autônoma para uso de substâncias em</p><p>conformidade com a tabela abaixo:</p><p>[...]</p><p>Agentes eutróficos;</p><p>Agentes Venotônicos;</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>Biológicos (Ex. Toxina botulínica tipo A, fatores de crescimento);</p><p>Vitaminas;</p><p>Aminoácidos;</p><p>Minerais;</p><p>Fitoterápicos;</p><p>Peelings químicos, enzimáticos e biológicos, incluindo a tretinoína</p><p>(ácido retinóico de 0,01% a 0,5% de uso domiciliar e até 10% para</p><p>uso profissional);</p><p>Solução hipertônica de glicose 50% e 75% (uso exclusivo em pro-</p><p>cedimentos para telangiectasias);</p><p>Preenchedores dérmicos absorvíveis;</p><p>Agentes lipolíticos (Ex. Desoxicolato de sódio, lipossomas de gi-</p><p>rassol e outros);</p><p>Fios lifting absorvíveis (CFF, 2017, on-line).</p><p>Na área da tricologia, as atribuições do farmacêutico estão dispostas na Resolução</p><p>nº 745, de 16 de fevereiro de 2023.</p><p>“ A atuação do farmacêutico, no âmbito da tricologia, se dá a partir</p><p>de uma perspectiva de anatomia e fisiologia, realizando pesquisas,</p><p>exames e testes, tais como tricoscopia, tricogramas e fototricogra-</p><p>mas, sendo-lhe vedado diagnosticar, bem como adotar qualquer</p><p>procedimento ou prescrever tratamento caracterizado como ato</p><p>privativo previsto na Lei Federal nº 12.842/13 (CCF, 2023, on-line).</p><p>Para saber mais informações, recomendo consultar o Guia Orientativo sobre Saúde</p><p>Estética, publicado pelo CFF, em 2023. Contém características do profissional es-</p><p>teta, suas atribuições e normativas relevantes.</p><p>https://admin.cff.org.br/src/uploads/publicacao/arquivo/0596cc5c-</p><p>75c15025700051b38a14f3293289b90c.pdf.</p><p>EU INDICO</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>O farmacêutico nas análises clínicas e toxicológicas</p><p>Os farmacêuticos dividem suas atribuições em laboratórios de análises clínicas</p><p>com outros profissionais, como médicos, biomédicos e biólogos. As resoluções do</p><p>CFF para as atribuições farmacêuticas são segmentadas de acordo com a especia-</p><p>lização dentro do laboratório clínico (CRF-SP, 2020). Dentre as resoluções, estão:</p><p>■ Resolução CFF nº 296, de 25 de julho de 1996, que normatiza o exercício</p><p>das análises clínicas pelo farmacêutico bioquímico.</p><p>■ Resolução CFF nº 493, de 26 de novembro de 2008, que aprova as re-</p><p>ferências de exames e outros serviços em Laboratórios Clínicos sob a</p><p>responsabilidade técnica do Farmacêutico-bioquímico.</p><p>■ Resolução CFF nº 570, de 22 de fevereiro de 2013, que dispõe sobre atri-</p><p>buições do Farmacêutico na área da Genética Humana.</p><p>A Resolução nº 740, de 24 de novembro de 2022, dispõe sobre as atribuições do</p><p>farmacêutico na área da toxicologia. A toxicologia é:</p><p>“ [...] uma ciência transdisciplinar que possui diversas áreas de apli-</p><p>cação dentre as quais estão incluídas, sem prejuízo das demais áreas</p><p>afins: I - toxicologia ambiental; II - toxicologia analítica; III - toxi-</p><p>cologia clínica; IV - toxicologia de alimentos; V - toxicologia de</p><p>cosméticos; VI - toxicologia de medicamentos; VII - toxicologia</p><p>desportiva; VIII - toxicologia experimental; IX - toxicologia forense;</p><p>X - toxicologia ocupacional; XI - toxicologia regulatória; XII - to-</p><p>xicologia genética; XIII - toxinologia; XIV - toxicologia social e;</p><p>XV – nanotoxicologia (CFF, 2022, on-line).</p><p>Então, as atividades do farmacêutico na área não são privativas. As atribuições</p><p>incluem manter sigilo profissional, liderar pesquisas, atuar como docente, pro-</p><p>mover ensino e pesquisa, assumir responsabilidade técnica, elaborar relatórios e</p><p>normas, supervisionar estoques, participar de aquisições, desenvolver sistemas de</p><p>informação, orientar prevenção de intoxicações, planejar antídotos, validar me-</p><p>todologias analíticas, realizar coletas e análises, monitorar a cadeia de custódia,</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>aplicar boas práticas de laboratório, detectar substâncias psicoativas, priorizar</p><p>métodos alternativos, avaliar riscos de exposição e manter-se atualizado.</p><p>O farmacêutico na vigilância sanitária</p><p>A vigilância sanitária compreende um conjunto de ações destinadas a eliminar,</p><p>reduzir ou prevenir riscos à saúde, intervindo em questões relacionadas ao am-</p><p>biente, à produção de bens e serviços de interesse da saúde. Com a implementa-</p><p>ção do Sistema Único de Saúde (SUS), essas atividades foram descentralizadas</p><p>para estados e municípios, a partir da década de 1990, exigindo capacitação e</p><p>estruturação das vigilâncias sanitárias locais. A Agência Nacional de Vigilância</p><p>Sanitária (Anvisa) foi criada nesse contexto para regular e fiscalizar produtos e</p><p>serviços relacionados à saúde (CFF, 2022).</p><p>As ações de vigilância sanitária são de responsabilidade dos governos federal,</p><p>estadual, distrital e municipal, sendo a Anvisa responsável por coordená-las.</p><p>Essas ações impactam positivamente na qualidade de vida da população, otimi-</p><p>zando o uso de recursos públicos e contribuindo para a universalização do SUS.</p><p>A vigilância sanitária reduz os riscos de doenças, racionaliza o uso de recursos</p><p>financeiros e deve ser prioridade para os gestores (CFF, 2022).</p><p>Exemplos de benefícios incluem a diminuição de consultas, exames e in-</p><p>ternações hospitalares relacionadas ao consumo de produtos impróprios. Em</p><p>2015, o IBGE revelou que a maioria dos municípios tinha servidores para reali-</p><p>zar serviços de vigilância sanitária. O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária</p><p>(SNVS), coordenado pela Anvisa, oferece diretrizes e apoio técnico e financeiro</p><p>aos estados e municípios.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>O Conselho Federal de Farmácia, ainda, explica que a capacitação e com-</p><p>posição multiprofissional da equipe são cruciais na vigilância sanitária, mas a</p><p>presença do farmacêutico na fiscalização é essencial para proteger a saúde pública</p><p>e o direito à vida (CFF, 2022).</p><p>Destaca-se que o farmacêutico é um profissional versátil e estratégico na</p><p>vigilância sanitária, apto a fiscalizar ampla variedade de produtos e serviços,</p><p>conforme descrito pela Resolução nº 539, de 22 de outubro de 2010, que dispõe</p><p>sobre o exercício profissional e as atribuições privativas e afins do farmacêutico</p><p>nos Órgãos de Vigilância Sanitária e dá outras providências.</p><p>“ Art. 3º É privativa do farmacêutico a fiscalização profissional,</p><p>técnica e sanitária no tocante a:</p><p>a) Dispensação, fracionamento e manipulação de medicamentos</p><p>magistrais, fórmulas magistrais e farmacopeicas;</p><p>b) manipulação e o fabrico dos medicamentos galênicos e das</p><p>especialidades farmacêuticas;</p><p>c) estabelecimentos industriais farmacêuticos em que se fabri-</p><p>quem produtos que tenham indicações e/ou ações terapêuticas,</p><p>anestésicos ou auxiliares de diagnóstico, ou capazes de criar</p><p>dependência física ou psíquica;</p><p>d) órgãos, laboratórios, setores ou estabelecimentos farmacêu-</p><p>ticos em que se executem controle e/ou inspeção de qualidade,</p><p>análise prévia, análise</p><p>de controle e análise fiscal de produtos que</p><p>tenham destinação terapêutica, anestésica ou auxiliar de diagnós-</p><p>ticos ou capazes de determinar dependência física ou psíquica;</p><p>e) órgãos, laboratórios, setores ou estabelecimentos farmacêuticos</p><p>em que se pratiquem extração, purificação, controle de qualidade,</p><p>inspeção de qualidade, análise prévia, análise de controle e análise</p><p>fiscal de insumos farmacêuticos de origem vegetal,</p><p>animal e mineral;</p><p>f) depósitos de produtos farmacêuticos de qualquer natureza; de</p><p>empresas, estabelecimentos, setores, fórmulas, produtos, proces-</p><p>sos e métodos farmacêuticos ou de natureza farmacêutica;</p><p>g) a elaboração de laudos técnicos e a realização de perícias</p><p>técnico-legais relacionados com atividades, produtos, fórmulas,</p><p>processos e métodos farmacêuticos ou de natureza farmacêutica.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>Art. 4º É atividade afim ao farmacêutico a fiscalização profissional,</p><p>técnica e sanitária no tocante a:</p><p>a) órgãos, empresas, estabelecimentos, laboratórios ou setores em</p><p>que se preparem ou fabriquem produtos biológicos, imunoterá-</p><p>picos, soros, vacinas, alérgenos, opoterápicos para uso humano e</p><p>veterinário, bem como de derivados do sangue;</p><p>b) órgãos ou laboratórios de análises clínicas ou de saúde pública</p><p>ou seus departamentos especializados;</p><p>c) estabelecimentos industriais em que se fabriquem produtos far-</p><p>macêuticos para uso veterinário;</p><p>d) estabelecimentos industriais em que se fabriquem insumos far-</p><p>macêuticos para uso humano ou veterinário e insumos para produ-</p><p>tos dietéticos e cosméticos com indicação terapêutica;</p><p>e) estabelecimentos industriais em que se fabriquem produtos sa-</p><p>neantes, inseticidas, raticidas, antissépticos e desinfetantes;</p><p>f) estabelecimentos industriais ou instituições governamentais</p><p>onde sejam produzidos radioisótopos ou radiofármacos para uso</p><p>em diagnóstico e terapêutica;</p><p>g) estabelecimentos industriais, instituições governamentais ou</p><p>laboratórios especializados em que se fabriquem conjuntos de rea-</p><p>tivos ou de reagentes destinados às diferentes análises auxiliares do</p><p>diagnóstico médico;</p><p>h) estabelecimentos industriais em que se fabriquem produ-</p><p>tos cosméticos sem indicação terapêutica e produtos dietéticos</p><p>e alimentares;</p><p>i) órgãos, laboratórios ou estabelecimentos em que se pratiquem</p><p>exames de caráter químico-toxicológico, químico-bromatológico,</p><p>químico-farmacêutico, biológicos, microbiológicos, fitoquímicos</p><p>e sanitários;</p><p>j) controle, pesquisa e perícia da poluição atmosférica e tratamento</p><p>dos despejos industriais;</p><p>k) tratamento e controle de qualidade das águas de consumo hu-</p><p>mano, de indústria farmacêutica, de piscinas, praias e balneários,</p><p>salvo se necessário o emprego de reações químicas controladas ou</p><p>operações unitárias (CFF, 2010, on-line).</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>As atribuições privativas estão fundamentadas em leis federais, como a nº</p><p>13.021/14 e a nº 3.820/1960 e o Decreto Federal nº 85.878/1981, que atribuem</p><p>ao farmacêutico responsabilidades privativas na fiscalização técnica de empresas</p><p>e na elaboração de laudos técnicos que abrangem áreas farmacêuticas exclusivas.</p><p>Além disso, a Resolução da Anvisa (RDC nº 418, de 1 de setembro de 2020)</p><p>designou áreas fiscalizadas pelo farmacêutico como de alto risco, exigindo fis-</p><p>calização prévia para licenciamento. O Código de Ética Farmacêutico atualizado</p><p>em 2022 (Resolução do CFF nº 724, de 29 de abril de 2022), também, ratifica</p><p>que é direito do farmacêutico “ser fiscalizado no âmbito profissional e sanitário,</p><p>obrigatoriamente, por farmacêutico” (CFF, 2022, on-line).</p><p>O Farmacêutico na Indústria</p><p>Da mesma forma, para a Vigilância Sanitária, a</p><p>atuação do farmacêutico na indústria tem sua</p><p>atribuição privativa, dependendo da área de atuação.</p><p>Compete aos farmacêuticos a responsabilidade</p><p>técnica de indústrias farmacêuticas, sendo as</p><p>demais atividades afins. As atividades na indústria</p><p>farmacêutica estão dispostas na:</p><p>■ Resolução CFF nº 387, de 13 de dezembro de 2002, que regulamenta as</p><p>atividades do farmacêutico na indústria farmacêutica.</p><p>■ Resolução CFF nº 584, de 29 de agosto de 2013, que inclui o Capítulo</p><p>XV no Anexo I da Resolução nº 387, de 13 de dezembro de 2002, que</p><p>regulamenta as atividades do farmacêutico na indústria farmacêutica.</p><p>Segundo as resoluções, a responsabilidade técnica do farmacêutico</p><p>“ [...] é imprescindível durante todo o período do processo de fabri-</p><p>cação do medicamento no estabelecimento industrial, a fim de ga-</p><p>rantir a lisura e a qualidade necessária em todas as etapas, devendo</p><p>para tanto a empresa possuir farmacêutico responsável técnico e</p><p>farmacêutico(s) substituto(s), devidamente regularizados no Con-</p><p>selho Regional de Farmácia e nos órgãos do SNVS, para casos de</p><p>eventuais ausências e impedimentos do responsável técnico (CFF,</p><p>2002, on-line).</p><p>Competem aos</p><p>farmacêuticos a</p><p>responsabilidade</p><p>técnica de indústrias</p><p>farmacêuticas</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>A prodção de medicamentos está submetida às Boas Práticas de Fabricação de</p><p>Medicamentos, estabelecidas pela Anvisa, a Resolução RDC nº 301, de 21 de</p><p>agosto de 2019.</p><p>As atribuições não privativas dos farmacêuticos em indústria estão distri-</p><p>buídas em diferentes resoluções do Conselho Federal de Farmácia, e esse é o</p><p>motivo pelo qual não serão detalhadas nesse documento. Contudo algumas estão</p><p>listadas a seguir.</p><p>■ Resolução CFF nº 406, de 15 de dezembro de 2003: atividades do</p><p>Farmacêutico na Indústria Cosmética, respeitadas as atividades afins</p><p>com outras profissões.</p><p>■ Resolução CFF nº 538, de 29 de setembro de 2010: atribuições do</p><p>Farmacêutico analista de medicamentos, cosméticos, saneantes, alimentos</p><p>e produtos para a saúde.</p><p>■ Resolução CFF nº 448, de 24 de outubro de 2006: atribuições do</p><p>farmacêutico na indústria e importação de produtos para a saúde,</p><p>respeitadas as atividades afins com outras profissões.</p><p>■ Resolução CFF nº 504, de 29 de maio de 2009, que regulamenta as</p><p>atividades do farmacêutico na indústria de produtos veterinários de</p><p>natureza farmacêutica.</p><p>■ Resolução CFF nº 736, de 30 de setembro de 2022, que dispõe sobre as</p><p>atribuições e a responsabilidade técnica do farmacêutico na Indústria</p><p>de Suplementos Alimentares e demais categorias de alimentos, de uso</p><p>humano, e dá outras providências.</p><p>Lembre-se de que as normas são orgânicas, então, confira sempre se estão</p><p>atualizadas!</p><p>O Farmacêutico e as práticas integrativas e complementares</p><p>na saúde (PICS)</p><p>As Práticas Integrativas e Complementares de Saúde (PICs) são definidas, pela</p><p>Organização Mundial da Saúde (OMS), como sistemas que estimulam meca-</p><p>nismos naturais de prevenção e recuperação da saúde. Essas práticas, também</p><p>conhecidas como medicina tradicional e complementar/alternativa, incluem</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>atividades, como acupuntura, fitoterapia e homeopatia. As PICs abordam a saúde</p><p>de forma multidimensional, fortalecendo os mecanismos naturais de cura do</p><p>organismo e promovendo a autocura.</p><p>A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) foi</p><p>implementada no SUS para normatizar essas práticas na rede pública de saúde. A</p><p>atuação do farmacêutico nas PICs é ressaltada, tanto na orientação aos pacientes</p><p>quanto na contribuição para o desenvolvimento sustentável das comunidades.</p><p>A Resolução nº 732, de 25 de agosto de 2022, regulamenta a atuação do Far-</p><p>macêutico em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde e dá outras</p><p>providências.</p><p>“ Art. 3º O farmacêutico, devidamente capacitado, poderá atuar no</p><p>âmbito das PICS reconhecidas pelo Ministério da Saúde, com in-</p><p>tuito de ampliar as abordagens de cuidado e as possibilidades tera-</p><p>pêuticas, bem como sua participação em equipes multiprofissionais</p><p>(CFF, 2022, on-line).</p><p>A Resolução nº 733, de 26 de agosto de 2022, regulamenta a atuação do far-</p><p>macêutico na Auriculoterapia e Auriculoacupuntura e dá outras providências.</p><p>Segundo a resolução,</p><p>“ Art. 3º Para atuação nas Práticas Integrativas e Complementa-</p><p>res (PICs) no âmbito da Auriculoterapia e Auriculoacupuntura,</p><p>recomenda-se que o farmacêutico possua, pelo menos, um dos</p><p>seguintes requisitos:</p><p>I - Ser egresso de programa de pós-graduação lato sensu no âm-</p><p>bito da Auriculoterapia e Auriculoacupuntura, reconhecido pelo</p><p>Ministério da Educação (MEC);</p><p>II - Ser egresso de programa de especialização profissional</p><p>relacionado à referida área que contenha módulo que aborde a</p><p>Auriculoterapia e Auriculoacupuntura em seu conteúdo;</p><p>III - Ser egresso de curso livre na área, cuja carga horária seja de,</p><p>no mínimo, 40 (quarenta) horas, sendo pelo menos 5 (cinco)</p><p>horas de prática, atendidos os referenciais mínimos estabelecidos</p><p>pelo CFF (CFF, 2022, on-line).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>No mesmo ano, o Conselho Federal de Farmácia publicou a Resolução nº 737,</p><p>de 30 de setembro de 2022, que regulamenta a atuação do farmacêutico na Hip-</p><p>noterapia e dá outras providências. Segundo a resolução, hipnoterapia é um:</p><p>“ [...] conjunto de técnicas que, por meio de intenso relaxamento,</p><p>concentração e/ou foco, induz a pessoa a alcançar um estado de</p><p>consciência aumentado que permita alterar uma ampla gama de</p><p>condições ou comportamentos indesejados, como medos, fobias,</p><p>insônia, depressão, angústia, estresse, dores crônicas, podendo fa-</p><p>vorecer o autoconhecimento e, em combinação com outras formas</p><p>de terapia, auxiliar na condução de uma série de problemas (CFF,</p><p>2022, on-line).</p><p>Para atuar na área, o farmacêutico deve:</p><p>“ Art. 3º Para atuação nas Práticas Integrativas e Complementares</p><p>em Saúde (PICs) no âmbito da Hipnoterapia, recomenda-se que</p><p>o farmacêutico possua, pelo menos, um dos seguintes requisitos:</p><p>I - Ser egresso de programa de pós-graduação lato sensu, reconhe-</p><p>cido pelo Ministério da Educação (MEC);</p><p>II - Ser egresso de programa de especialização profissional relacio-</p><p>nado à referida área ou que aborde a Hipnoterapia em seu conteúdo</p><p>como módulo;</p><p>III - Ser egresso de curso livre na área, cuja carga horária seja de, no</p><p>mínimo, 80 (oitenta) horas, sendo pelo menos 16 (dezesseis) horas</p><p>de prática, atendidos os referenciais mínimos estabelecidos pelo</p><p>CFF (CFF, 2022, on-line).</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Além dessas, outras resoluções dispõem sobre PICs, dentre elas (CRF/RS, 2023):</p><p>■ Homeopatia – Resoluções CFF nº 232/1992, nº 319/1997, nº 335/1998,</p><p>nº 440/2005, nº 576/2013 e nº 635/2016.</p><p>■ Medicina antroposófica/antroposofia aplicada à saúde – Resolução CFF</p><p>nº 465/2007.</p><p>■ Medicina Tradicional Chinesa – acupuntura – Resolução CFF nº</p><p>516/2009.</p><p>■ Ozonioterapia – Resolução CFF nº 685/2020 e nº 695/2020.</p><p>■ Plantas medicinais – fitoterapia - Resolução CFF nº 477/2008.</p><p>■ Terapia de florais – Resolução CFF nº 611/2015.</p><p>O FARMACÊUTICO NA JUDICIALIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS</p><p>O aumento da demanda por medicamentos tem levado a um significativo núme-</p><p>ro de recursos judiciais, resultando em prejuízos ao orçamento público e amea-</p><p>çando a estabilidade do SUS. Para lidar com essa questão, foram estabelecidas</p><p>parcerias com Núcleos de Apoio Técnico ao Poder Judiciário (NAT-JUS), envol-</p><p>vendo médicos, farmacêuticos e estudantes para fornecer informações técnicas</p><p>sobre os medicamentos solicitados judicialmente. Essa iniciativa busca qualificar</p><p>as decisões judiciais e reduzir a dependência do sistema judicial para garantir o</p><p>acesso a medicamentos (CRF-PR, 2019).</p><p>Os farmacêuticos desempenham papel crucial no sistema de justiça, intervindo</p><p>tanto na fase processual quanto na pré-processual. Na fase processual, atuam no</p><p>Núcleo de Apoio Técnico (NAT-JUS) fornecendo pareceres baseados em evidên-</p><p>cias para magistrados, focando em demandas relacionadas a insumos, órteses,</p><p>próteses, internações e tratamentos médicos no SUS. O NAT-JUS atua, de forma</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>consultiva, buscando celeridade e imparcialidade. Farmacêuticos, também, podem</p><p>oferecer pareceres técnicos para procuradorias nas esferas de gestão (CFF, 2018).</p><p>Sua criação foi regulamentada pela Resolução nº 388, de 13 de abril de 2021, do</p><p>Conselho Nacional de Justiça, atribuindo aos Comitês Estaduais de Saúde:</p><p>“ [...] auxiliar os tribunais na criação de Núcleos de Apoio Técnico do</p><p>Judiciário (NatJus), constituídos de profissionais da saúde, respon-</p><p>sáveis por elaborar notas técnicas baseadas em evidências cientificas</p><p>de eficácia, acurácia, efetividade e segurança, observando-se, na sua</p><p>criação, o disposto no § 2º do art. 156 do Código de Processo Civil,</p><p>Lei nº 13.105/2015 (BRASIL, 2021, on-line).</p><p>Na fase pré-processual, produzem pareceres com informações técnicas para re-</p><p>solução administrativa, atuando em defensorias públicas, Ministério Público,</p><p>secretarias de saúde, entre outros órgãos. O farmacêutico, com visão global do</p><p>sistema de saúde, fornece suporte técnico na identificação e no acesso a medica-</p><p>mentos no SUS, orientando usuários e prescritores. A legislação, como o Decreto</p><p>nº 85.878/1981 e a Lei nº 13.021/2014, respalda as atribuições do farmacêutico</p><p>na elaboração de pareceres técnicos, notadamente em áreas de vistoria, perícia</p><p>e serviços técnicos (CFF, 2018).</p><p>A atuação do farmacêutico no sistema de justiça é sobretudo pautada na ética</p><p>e na ciência, estudando as melhores evidências dis-</p><p>poníveis acerca de determinado assunto e disponibi-</p><p>lizando aos juízes subsídios para uma escolha sensa-</p><p>ta. Para isso, é essencial que o farmacêutico aprenda</p><p>a trabalhar com os princípios da saúde baseada em</p><p>evidências e de avaliação de tecnologias em saúde</p><p>para que possa construir um texto técnico, sem viés, porém de fácil compreensão</p><p>por pessoas leigas a terminologias da saúde.</p><p>Estudante, quer saber mais informações a respeito do que discutimos ao longo</p><p>deste tema de aprendizagem? Acesso a videoaula que preparamos para você.</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de</p><p>aprendizagem .</p><p>EM FOCO</p><p>A atuação do</p><p>farmacêutico no</p><p>sistema de justiça é</p><p>sobretudo pautada</p><p>na ética e na ciência</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>A atuação do farmacêutico é cheia de desafios e glórias. Muitas pessoas nos ins-</p><p>piram a sermos melhores e pensa rmos “fora da caixa”. Dentre muitas, essa é a</p><p>história de uma professora que trabalhou por mais de 30 anos como professora</p><p>universitária de controle de qualidade microbiológico e, no contraturno, traba-</p><p>lhava no laboratório de análises central de um estado.</p><p>A atuação da professora concentrava-se na área da contaminação microbio-</p><p>lógica e toxicológica de alimentos, porém esse laboratório, também, apresentava</p><p>as seguintes divisões: vigilância sanitária e ambiental, epidemiologia e controle</p><p>de doença e gestão da qualidade.</p><p>Nesse contexto, a professora ressaltava a importância da automação, mas</p><p>ressaltava que o olho clínico do profissional é insubstituível. Previa avanços,</p><p>como instrumentos portáteis para diagnósticos imediatos, realçando a necessi-</p><p>dade contínua de capacitação profissional. Ainda, considerando a importância</p><p>da lisura nas suas ações dentro do ambiente de trabalho, essa professora sempre</p><p>enfatizou a importância do cumprimento de normas que traçavam a ética do</p><p>comportamento do profissional, a qualidade do trabalho executado e a entrega</p><p>dos resultados.</p><p>Não corresponder com a legislação pode significar entregar resultados com</p><p>problemas, o que pode corresponder a um dano moral a quem recebe aquele</p><p>resultado — seja por um resultado laboratorial ou um procedimento estético</p><p>malsucedido, um risco à saúde para a população —, no caso de materiais conta-</p><p>minados ou fora de especificação, além de ser danoso para a carreira do profis-</p><p>sional e para a instituição que ele representa.</p><p>Espero que você tenha se inspirado e entendido a razão pela qual é necessário</p><p>estudar sempre e consultar as legislações pertinentes.</p><p>Bons estudos!</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>1. Raine (2008), no entanto, esclarece as duas principais razões pelas quais a genética exerce</p><p>O Conselho Federal de Farmácia, por meio da Resolução nº 732, de 25 de agosto de 2022,</p><p>regulamenta a atuação do Farmacêutico em Práticas Integrativas e Complementares em</p><p>Saúde e dá outras providências</p><p>(CFF, 2022).</p><p>Segundo a Resolução CFF nº 732/2022 (Art. 2º), entende-se como PICs as práticas de saú-</p><p>de baseadas no modelo de atenção humanizada e centrada na integralidade do indivíduo,</p><p>que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos, promoção e re-</p><p>cuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta</p><p>acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano</p><p>com o meio ambiente e a sociedade, conforme a Política Nacional de Práticas Integrativas</p><p>e Complementares (PNPIC), do Ministério da Saúde (MS). Em relação à auriculoacunpuntura</p><p>e à hipnoterapia, devem ser observadas especificidades porque:</p><p>a) São PICs regulamentadas em resoluções específicas, cujos requisitos são definidos pelo</p><p>CFF, e as referidas regulamentações devem ser obrigatoriamente observadas</p><p>b) São PICs que não podem ser atribuídas a farmacêuticos.</p><p>c) Não são PICs regulamentadas em resoluções específicas, cujos requisitos são definidos</p><p>pelo CFF, e as referidas regulamentações devem ser obrigatoriamente observadas.</p><p>d) São PICs não reconhecidas pelo Ministério da Saúde.</p><p>e) São PICs exclusivas de médicos.</p><p>2. A Resolução nº 616, de 25 de novembro de 2015, define os requisitos técnicos para o exercí-</p><p>cio do farmacêutico no âmbito da saúde estética, ampliando o rol das técnicas de natureza</p><p>estética e recursos terapêuticos utilizados pelo farmacêutico em estabelecimentos de</p><p>saúde estética. A Resolução nº 645, de 27 de julho de 2017, dá nova redação aos Arts. 2º e 3º</p><p>e inclui os anexos VII e VIII, da Resolução/CFF nº 616/2015 (BRASIL, 2017, 2015). Segundo a</p><p>Resolução nº 616/2015, “É atribuição do farmacêutico a atuação, nos estabelecimentos de</p><p>saúde estética, nas técnicas de natureza estética e recursos terapêuticos, especificados nos</p><p>anexos desta resolução, desde que para fins estritamente estéticos, vedando-se qualquer</p><p>outro ato, separado ou em conjunto, que seja considerado pela legislação ou literatura</p><p>especializada como invasivo cirúrgico” (CFF, 2015, on-line). Em função da habilitação o</p><p>profissional farmacêutico, é o responsável técnico para compra e utilização das substâncias</p><p>e dos equipamentos necessários para os procedimentos estéticos em consonância com a</p><p>sua capacitação profissional (BRASIL, 2017).</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>São substâncias que podem ser utilizadas por farmacêuticos habilitados:</p><p>I - Peelings químicos, enzimáticos e biológicos.</p><p>II - Fios lifting absorvíveis.</p><p>III - Preenchedores dérmicos absorvíveis.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.a</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>3. O Decreto nº 85.878, de 7 de abril de 1981, estabelece normas para execução da Lei nº</p><p>3.820, de 11 de novembro de 1960, sobre o exercício da profissão de farmacêutico e dá</p><p>outras providências (BRASIL, 1981).</p><p>Segundo o Decreto nº 85.878/1981, são atividades afins do farmacêutico:</p><p>a) Tratamento e controle de qualidade das águas de consumo humano, indústria farmacêu-</p><p>tica, piscinas, praias e balneários, salvo, se necessário, o emprego de reações químicas</p><p>controladas ou operações unitárias.</p><p>b) Magistério superior das matérias privativas constantes do currículo próprio do curso de</p><p>formação farmacêutica, obedecida a legislação do ensino.</p><p>c) Fiscalização profissional sanitária e técnica de empresas, estabelecimentos, setores,</p><p>fórmulas, produtos, processos e métodos farmacêuticos ou de natureza farmacêutica.</p><p>d) Elaboração de laudos técnicos e realização de perícias técnico-legais relacionados com</p><p>atividades, produtos, fórmulas, processos e métodos farmacêuticos ou de natureza far-</p><p>macêutica.</p><p>e) Desempenho de funções de dispensação ou manipulação de fórmulas magistrais e</p><p>farmacopeicas, quando a serviço do público em geral ou mesmo de natureza privada.</p><p>ANVISA. Resolução RDC nº 418, de 1 de setembro de 2020. Altera a Resolução de Diretoria</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>Colegiada - RDC nº 153, de 26 de abril de 2017, que dispõe sobre a classificação do grau de risco</p><p>para as atividades econômicas sujeitas à vigilância sanitária, para fins de licenciamento, e dá</p><p>outras providências. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2020/</p><p>RDC_418_2020_.pdf. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Decreto nº 20 .931, de 11 de janeiro de 1932. Regula e fiscaliza o exercício da medicina,</p><p>da odontologia, da medicina veterinária e das profissões de farmacêutico, parteira e enfermei-</p><p>ra, no Brasil, e estabelece penas. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decre-</p><p>to/1930-1949/d20931.htm. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Decreto nº 77.052, de 19 de janeiro de 1976. Dispõe sobre a fiscalização sanitária das</p><p>condições de exercício de profissões e ocupações técnicas e auxiliares, relacionadas direta-</p><p>mente com a saúde. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1970-1979/</p><p>d77052.htm. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Decreto nº 85.878, de 7 de abril de 1981. Estabelece normas para execução da Lei nº</p><p>3.820, de 11 de novembro de 1960, sobre o exercício da profissão de farmacêutico, e dá outras</p><p>providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d85878.</p><p>htm. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 13 .021, de 8 de agosto de 2014. Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das</p><p>atividades farmacêuticas. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-</p><p>2014/2014/lei/l13021.htm. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 388, de 13 de abril de 2021. Dispõe sobre a reestruturação dos Comitês</p><p>Estaduais de Saúde, fixados pela Resolução CNJ no 238/2016, e dá outras providências. Dis-</p><p>ponível em: https://atos.cnj.jus.br/files/original1326592021041560783f23bc8fb.pdf. Acesso em:</p><p>9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução CFF nº 296, de 25 de julho de 1996.</p><p>Normatiza o exercício das análises clínicas pelo farmacêutico bioquímico. Disponível em: ht-</p><p>tps://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/296.pdf. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 387, 13 de dezembro de 2002. Regu-</p><p>lamenta as atividades do farmacêutico na indústria farmacêutica. Disponível em: https://www.</p><p>cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/387.pdf. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução CFF nº 406, de 15 de dezembro de 2003.</p><p>Regula as Atividades do Farmacêutico na Indústria Cosmética, Respeitadas as Atividades afins</p><p>com outras Profissões. Disponível em: https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/406.pdf.</p><p>Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução CFF nº 448, de 24 de outubro de 2006.</p><p>Regula as atribuições do farmacêutico na indústria e importação de produtos para a saúde,</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>respeitadas as atividades afins com outras profissões. Disponível em: https://www.cff.org.br/</p><p>userfiles/file/resolucoes/448.pdf. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução CFF nº 493, de 26 de novembro de</p><p>2008. Aprova as referências de exames e outros serviços em Laboratórios Clínicos sob a res-</p><p>ponsabilidade técnica de Farmacêutico-Bioquímico. Disponível em: https://www.cff.org.br/</p><p>userfiles/file/resolucoes/493.pdf. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução CFF nº 504, de 29 de maio de 2009.</p><p>Regulamenta as atividades do farmacêutico na indústria de produtos veterinários de natureza</p><p>farmacêutica. Disponível em: https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/Res504_09.pdf.</p><p>Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução CFF nº 538, de 29 de setembro de 2010.</p><p>Dispõe sobre as atribuições do Farmacêutico analista de medicamentos, cosméticos, sanean-</p><p>tes, alimentos e produtos para a saúde. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legisla-</p><p>cao/?id=112772. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 539, de 22 de outubro de 2010. Dis-</p><p>põe sobre o exercício profissional e as atribuições privativas e afins do farmacêutico nos Órgãos</p><p>de Vigilância Sanitária, e dá outras providências. Disponível em: https://www.cff.org.br/userfi-</p><p>les/file/resolucoes/539.pdf. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução CFF nº 570, de 22 de fevereiro de 2013.</p><p>Dispõe sobre atribuições do Farmacêutico na área da Genética Humana. Disponível em: https://</p><p>www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/570.pdf. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 573, de 22 de maio de 2013. Dispõe</p><p>sobre as atribuições do farmacêutico no exercício da saúde estética e da responsabilidade téc-</p><p>nica por estabelecimentos que executam atividades afins. Disponível em: https://www.cff.org.</p><p>br/userfiles/file/resolucoes/573.pdf. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 584, de 29 de agosto de 2013. Inclui</p><p>o Capítulo XV no Anexo I da Resolução nº 387, de 13 de dezembro de 2002, que regulamenta</p><p>as atividades do farmacêutico na indústria farmacêutica. Disponível em: https://crfce.org.br/</p><p>wp-content/uploads/2018/09/584.pdf. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 616, de 25 de novembro de 2015.</p><p>Define os requisitos técnicos para o exercício do farmacêutico no âmbito da saúde estética,</p><p>ampliando o rol das técnicas de natureza estética e recursos terapêuticos utilizados pelo far-</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>macêutico em estabelecimentos de saúde estética. https://www.legisweb.com.br/legisla-</p><p>cao/?id=310581. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 645 de 27 de julho de 2017. Dá nova</p><p>redação aos artigos 2º e 3° e inclui os anexos VII e VIII da Resolução/CFF nº 616/15. Disponível</p><p>em: https://media.crfrs.org.br/publicacoes/Resolu%C3%A7%C3%A3o645.17.pdf. Acesso em: 9</p><p>abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Judicialização de medicamentos: apoio técnico-far-</p><p>macêutico para a diminuição e/ou qualificação das demandas. Brasília: CFF, 2018. Disponível</p><p>em: https://www.cff.org.br/userfiles/CARTILHA%20JUDICIALIZAÇÃO%20-%20FINAL.pdf. Aces-</p><p>so em: 9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. O Farmacêutico na Vigilância Sanitária. 2. ed. Brasí-</p><p>lia: CFF, 2022. Disponível em: https://admin.cff.org.br/src/uploads/publicacao/arquivo/f4fa54f-</p><p>c2ef8f471524def662e5452f1627046c8.pdf. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução CFF nº 736, de 30 de setembro de</p><p>2022. Dispõe sobre as atribuições e responsabilidade técnica do farmacêutico na Indústria de</p><p>Suplementos Alimentares e demais categorias de alimentos, de uso humano, e dá outras pro-</p><p>vidências. Disponível em: https://www.editoraroncarati.com.br/v2/Diario-Oficial/Diario-Oficial/</p><p>RESOLUCAO-CFF-N%C2%BA-736-DE-30-09-2022.html. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 724, de 29 de abril de 2022. Dispõe</p><p>sobre o Código de Ética, o Código de Processo Ético e estabelece as infrações e as regras</p><p>de aplicação das sanções ético-disciplinares. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/</p><p>dou/-/resolucao-n-724-de-29-de-abril-de-2022-402116878. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 732, de 25 de agosto de 2022. Re-</p><p>gulamenta a atuação do Farmacêutico em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde,</p><p>e dá outras providências. Disponível em: https://www.crfsp.org.br/images/arquivos/RESOLU-</p><p>CAO_No_732_22.pdf. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Guia orientativo sobre saúde estética. Brasília: CFF,</p><p>2023. Disponível em: https://admin.cff.org.br/src/uploads/publicacao/arquivo/0596cc5c-</p><p>75c15025700051b38a14f3293289b90c.pdf. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 733, de 26 de agosto de 2022. Regu-</p><p>lamenta a atuação do farmacêutico na Auriculoterapia e Auriculoacupuntura, e dá outras pro-</p><p>vidências. Disponível em: https://www.crfsp.org.br/images/arquivos/RESOLUCAO_No_733_22.</p><p>pdf. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 737 de, 30 de setembro de 2022. Re-</p><p>gulamenta a atuação do farmacêutico na Hipnoterapia, e dá outras providências. Disponível em:</p><p>https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-n-737-de-30-de-setembro-de-2022-434557523.</p><p>Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 740, de 24 de novembro de 2022.</p><p>Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico na área da 584toxicologia. Disponível em: https://</p><p>sindusfarma.org.br/uploads/files/8e1f-diego-silva/2022/BOLETIM/228/file.pdf. Acesso em: 9</p><p>abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 745, de 16 de fevereiro de 2023. Dis-</p><p>põe sobre as atribuições do farmacêutico na área da tricologia. Disponível em: https://abmes.</p><p>org.br/arquivos/legislacoes/Resolucao-cff-745-2023-02-16.pdf. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CRF-PR – CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ. Judicialização de</p><p>medicamentos: atuação essencial e assertiva do farmacêutico. Curitiba: CRF-PR, 2019. Dispo-</p><p>nível em: https://www.crf-pr.org.br/noticia/view/8461/judicializacao-de-medicamentos-atua-</p><p>cao-essencial-e-assertiva-do-farmaceutico. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CRF-RS – CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Orien-</p><p>tação em PICS: atuação do farmacêutico em PICS. Porto Alegre: CRF-RS, 2023. Disponível em:</p><p>https://crfrs.org.br/noticias/atuacao-do-farmaceuticos-em-pics. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>CRF-SP – CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Análises Clínicas</p><p>e Toxicológicas. 5. ed. São Paulo: CRF-SP, 2020. Disponível em: https://www.crfsp.org.br/ima-</p><p>ges/cartilhas/analisesclinicas.pdf. Acesso em: 9 abr. 2024.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Alternativa A. Segundo o Art. 5º, disposto nessa resolução, não se aplica aos atos profissionais</p><p>reconhecidos como especialidades farmacêuticas por instrumentos normativos específicos</p><p>do CFF. Em relação às PICs regulamentadas em resoluções específicas, cujos requisitos são</p><p>definidos pelo CFF, as referidas regulamentações devem ser obrigatoriamente observadas.</p><p>Essas PICs são regulamentadas pelas: Resolução nº 733, de 26, de agosto de 2022, e Reso-</p><p>lução nº 737, de setembro de 2022.</p><p>2. Alternativa E. Todas as afirmativas estão corretas, conforme Resolução nº 645/2017.</p><p>3. Alternativa A. As alternativas de B a E são atividades privativas do farmacêutico.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>identificado com</p><p>números romanos.</p><p>■ Se esses capítulos fossem subdivididos em assuntos, cada um seria uma</p><p>seção, identificado com números romanos.</p><p>1</p><p>4</p><p>■ Se ainda houvesse mais uma subdivisão, seria um artigo, identificado</p><p>por números ordinais. Quando os artigos apresentam subdivisões, geral-</p><p>mente, há uma orientação inicial chamada caput (ou cabeça, em latim).</p><p>■ Os parágrafos poderiam ser considerados parágrafos mesmo. Eles podem</p><p>ser únicos (identificados como Parágrafo único) ou não, em que cada</p><p>parágrafo é apresentado pelo símbolo § e sua numeração apresentada</p><p>em algarismos arábicos. Normalmente, nesse elemento, há um destaque</p><p>para elementos importantes para aquele artigo.</p><p>Quando os parágrafos apresentam subitens, esses elementos são denominados</p><p>incisos (identificados por algarismos romanos), em que são relatadas as situações</p><p>em que o descrito no parágrafo deverá ser aplicado. Os incisos, também, podem</p><p>apresentar subdivisões, denominadas alíneas, identificadas por letras minúsculas.</p><p>É interessante notar que, por meio desse exemplo, também, podemos exem-</p><p>plificar decretos, por exemplo, que podem ser utilizados para explicar determi-</p><p>nado assunto de uma lei. Por exemplo, existe um esporte praticado na escola de</p><p>Potter que tem um livro próprio em que se explica seu funcionamento.</p><p>Exemplos de legislações Específicas</p><p>Moraes et al. (2021) descrevem que a atividade farmacêutica está descrita em</p><p>legislações farmacêuticas e sanitárias. Algumas das mais importantes são:</p><p>■ Lei nº 3.820, de 11 de novembro de 1960: “Cria o Conselho Fede-</p><p>ral e os Conselhos Regionais de Farmácia e dá outras providências”</p><p>(BRASIL, 1960).</p><p>■ Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976: “Dispõe sobre a Vigilância Sani-</p><p>tária a que ficam sujeitos os Medicamentos, as Drogas, os Insumos Far-</p><p>macêuticos e Correlatos, Cosméticos, Saneantes e Outros Produtos, e dá</p><p>outras Providências” (BRASIL, 1976).</p><p>■ Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977: “Configura infrações à legislação</p><p>sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providên-</p><p>cias” (BRASIL, 1977).</p><p>■ Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014: “Dispõe sobre o exercício e a fisca-</p><p>lização das atividades farmacêuticas” (BRASIL, 2014).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Além desses, os Conselhos Federais e Estaduais e a Anvisa publicam resoluções</p><p>e instruções normativas próprias, com intuito de apresentar critérios mínimos</p><p>de boas práticas e critérios de fiscalização, além de punições caso não cumpridas.</p><p>Por meio dos fundamentos apresentados, espero que fique um pouco mais</p><p>fácil quando precisar ler e interpretar leis. Como professores, sabemos que a lei-</p><p>tura de textos legislativos pode ser difícil à primeira vista, a linguagem pode ser</p><p>complicada, você pode achar que é de responsabilidade de pessoas específicas</p><p>saber ler e interpretar esse assunto, mas você é capaz e precisa fazê-lo! Como</p><p>mais um incentivo, que, na verdade, não é muito amigável, o Código Civil (Lei</p><p>nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002), em seu Art. 186, estabelece que “aquele</p><p>que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito</p><p>e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”</p><p>(BRASIL, 2002). Ou seja, mesmo que você não conheça a lei, você pode sofrer</p><p>as punições descritas nela.</p><p>Acesse o material e fique por dentro deste tema importante que contribuirá para</p><p>o seu desenvolvimento. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do</p><p>ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>EM FOCO</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Para que você veja a aplicabilidade do que aprendemos, apresentarei alguns casos</p><p>mais comuns que resultam em processos aos profissionais farmacêuticos, adap-</p><p>tados de Moraes et al. (2021).</p><p>O caso do controle e da venda de psicoterápicos: a venda de psicoterá-</p><p>picos é regulamentada pela Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998, do Minis-</p><p>tério da Saúde. Nela, existem condições para a comercialização de substâncias</p><p>de diversas classes, como opioides, antidepressivos, anticonvulsivantes e outros.</p><p>Os medicamentos disponíveis para a venda devem estar localizados em lugar</p><p>adequado e restrito (trancados), e a chave deve ficar em posse do farmacêutico.</p><p>1</p><p>1</p><p>Em uma situação hipotética em que o farmacêutico não esteja presente e o</p><p>balconista dispense o medicamento a um paciente sem a presença de uma recei-</p><p>ta/prescrição médica, temos motivos para infrações: ausência do farmacêutico</p><p>em horário informado ao conselho, pelo Certificado de Regularidade; a dispen-</p><p>sação de medicamentos controlados é atribuição exclusiva do farmacêutico; e</p><p>a dispensação sem receita pode ser entendida como ato antiético e, também,</p><p>criminal — tráfico de drogas.</p><p>O caso do laboratório de análises clínicas: em fiscalização de rotina, um</p><p>fiscal foi a um laboratório de análises clínicas para avaliar as atividades gerais</p><p>do farmacêutico. Contudo, durante a fiscalização, foram percebidas falhas no</p><p>controle da qualidade, como reagentes vencidos e falta do controle de tempera-</p><p>tura dos laboratórios e refrigeradores para armazenamento de amostras, além</p><p>de longo período de latência entre o recebimento da amostra e a realização do</p><p>exame. Nessa situação, os resultados divulgados ao paciente podem apresentar</p><p>falhas, falsos positivos ou falsos negativos. Nesse caso, além de pecar com a ética</p><p>da profissão, o farmacêutico, também, infringe legislações sanitárias que podem</p><p>causar interdição do local e consequências ao profissional responsável. Cuide</p><p>bem da sua atividade profissional. Espero que a nossa jornada tenha sido pro-</p><p>veitosa, esclarecedora e motivadora. Bons estudos!</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Conceito: deontologia é o dever ou o conjunto de deveres, princípios e normas adotados</p><p>por determinado grupo profissional (SANTOS, 2014).</p><p>O que é deontologia?</p><p>a) A deontologia é estabelecida pelo Estado/Governo, sendo um conjunto de leis e regu-</p><p>lamentos que regem um país.</p><p>b) A deontologia é um ramo da filosofia que trata dos fundamentos do dever e das normas</p><p>morais em um contexto profissional.</p><p>c) A deontologia é a ciência que estuda os princípios éticos e morais aplicáveis à sociedade,</p><p>não tendo relação direta com a atuação profissional.</p><p>d) Deontologia tem o mesmo significado que legislação.</p><p>e) Deontologia é uma especialidade da odontologia.</p><p>2. Em 8 de setembro de 1931, foi assinado o decreto que aprovaria a regulamentação do</p><p>exercício da profissão farmacêutica no Brasil: Decreto nº 20.377, de 8 de setembro de 1931.</p><p>Nele, o farmacêutico foi reconhecido como profissional. Os CRFs foram criados pela Lei nº</p><p>3.820, de 21 de novembro de 1960, no Diário Oficial da União (DOU). A Lei nº 13.021, de 8 de</p><p>agosto de 2014, dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas, no</p><p>campo da assistência farmacêutica (MEZZOMO; MONTEIRO, 2019).</p><p>A profissão farmacêutica é tão antiga quanto a história da humanidade. No Brasil, a regula-</p><p>mentação do ensino e da profissão é bastante recente, sendo que algumas leis são marcos</p><p>temporais para a profissão farmacêutica. Analise as afirmativas quanto ao seu número, data</p><p>e conteúdo.</p><p>I - A Lei nº 3.820, de 11 de novembro de 1960, cria o Conselho Federal e os Conselhos Re-</p><p>gionais de Farmácia e dá outras providências.</p><p>II - O Decreto nº 20.377, de 8 de setembro de 1931, aprova a regulamentação do exercício</p><p>da profissão farmacêutica no Brasil.</p><p>III - A Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014, dispõe sobre o exercício e a fiscalização das</p><p>atividades farmacêuticas.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>8</p><p>3. O Código de Ética profissional é o conjunto de normas éticas que devem ser seguidas</p><p>pelo profissional no exercício da sua profissão. Cada profissão tem o seu próprio Código</p><p>de Ética, com as suas particularidades, mas há elementos da ética profissional que são</p><p>universais, aplicáveis a qualquer atividade profissional, como competência, honestidade,</p><p>responsabilidade e dignidade (MEZZOMO;</p><p>MONTEIRO, 2019). Deontologia, segundo o di-</p><p>cionário Michaelis, é a “teoria criada pelo filósofo e jurisconsulto inglês, Jeremy Bentham</p><p>(1748-1832), que trata dos fundamentos do dever e das normas morais; deontologismo”</p><p>(DEONTOLOGIA, 2015, on-line), e, ainda, é o “conjunto de deveres de qualquer profissional,</p><p>com regras específicas” (DEONTOLOGIA, 2015, on-line).</p><p>Considerando o texto, selecione a alternativa que relaciona valores morais que são universais</p><p>aos códigos de ética de diferentes profissões:</p><p>a) Competência, honestidade, responsabilidade e dignidade.</p><p>b) Equidade, desigualdade, honestidade e dignidade.</p><p>c) Honestidade, discriminação, dignidade e justiça.</p><p>d) Competência, equidade e dano à vida humana e animal.</p><p>e) Justiça, responsabilidade, desigualdade e discriminação.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>9</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AGÊNCIA SENADO. Lei delegada. [202?]. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/</p><p>glossario-legislativo/lei-delegada. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 3 .820, de 11 de novembro de 1960. Cria o Conselho Federal e os Conselhos</p><p>Regionais de Farmácia, e dá outras providências. Acesso em: 2 abr. 2024. Disponível em: https://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3820.htm. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei no 6.360, de 23 de setembro de 1976. Dispõe sobre a Vigilância Sanitária a que fi-</p><p>cam sujeitos os Medicamentos, as Drogas, os Insumos Farmacêuticos e Correlatos, Cosméticos,</p><p>Saneantes e Outros Produtos, e dá outras Providências. Disponível em: https://www.planalto.</p><p>gov.br/ccivil_03/leis/l6360.htm#:~:text=LEI%20No%206.360%2C%20DE%2023%20DE%20SE-</p><p>TEMBRO%20DE%201976.&text=Disp%C3%B5e%20sobre%20a%20Vigil%C3%A2ncia%20Sanit%-</p><p>C3%A1ria,Produtos%2C%20e%20d%C3%A1%20outras%20Provid%C3%AAncias.&text=Art. Acesso</p><p>em: 2 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977. Configura infrações à legislação sanitária federal,</p><p>estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências. Disponível em: https://www.pla-</p><p>nalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6437.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%206.437%2C%20DE%2020%20</p><p>DE%20AGOSTO%20DE%201977.&text=Configura%20infra%C3%A7%C3%B5es%20%C3%A0%20</p><p>legisla%C3%A7%C3%A3o%20sanit%C3%A1ria,respectivas%2C%20e%20d%C3%A1%20outras%20</p><p>provid%C3%AAncias.&text=Art%20.,as%20configuradas%20na%20presente%20Lei. Acesso em: 2</p><p>abr. 2024.</p><p>BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasí-</p><p>lia, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/</p><p>constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 8 .080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção,</p><p>proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspon-</p><p>dentes e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/</p><p>l8080.htm. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 10 .406 de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em: https://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Lei nº 13 .021, de 8 de agosto de 2014 .</p><p>Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas. Disponível em: https://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13021.htm. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>BRASIL. Resolução nº 6, de 19 de outubro de 2017. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais</p><p>do Curso de Graduação em Farmácia e dá outras providências. Brasília: MEC, 2017.</p><p>BRASIL. Ordenamento Jurídico. [202?]. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/a-camara/</p><p>estruturaadm/gestao-na-camara-dos-deputados/responsabilidade-social-e-ambiental/aces-</p><p>sibilidade/glossarios/dicionario-de-libras/o/ordenamento-juridico. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 471, de 28 de fevereiro de 2008.</p><p>Aprova o regulamento sobre os símbolos farmacêuticos. Brasília: CFF, 2008. Disponível em: ht-</p><p>tps://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/471.pdf. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 596, de 21 de fevereiro de 2014.</p><p>Dispõe sobre o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e estabelece as</p><p>infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares. Brasília: CFF, 2014. Disponível em:</p><p>chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.cff.org.br/userfiles/file/</p><p>resolucoes/596.pdf. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 724, de 29 de abril de 2022. Dispõe</p><p>sobre o Código de Ética, o Código de Processo Ético e estabelece as infrações e as regras</p><p>de aplicação das sanções ético-disciplinares. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/</p><p>dou/-/resolucao-n-724-de-29-de-abril-de-2022-402116878. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>CRF-SP – CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Ensino de Deon-</p><p>tologia e Legislação Farmacêutica: conceitos e práticas. 4. ed. São Paulo: CRF-SP, 2019. Dispo-</p><p>nível em: https://www.crfsp.org.br/documentos/materiaistecnicos/Ensino_de_Deontologia_4_</p><p>edicao.pdf. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>CRF-SP – CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. A Profissão Far-</p><p>macêutica. 3. ed. São Paulo: CRF/SP, 2022. Disponível em: https://www.crfsp.org.br/phocado-</p><p>wnload/221117_comitesenior_profissaofarmaceutica_A5_RM_F04.pdf. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>DEONTOLOGIA. In: Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 2015.</p><p>Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/</p><p>deontologia/. Acesso em: 2 abr. 2024.</p><p>GRILLO, M. G. F. Instituições de Direito Público e Privado. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book.</p><p>MATSUMOTO, A. K. Ética e deontologia. São Paulo: Platos Soluções Educacionais S.A., 2021.</p><p>E-book.</p><p>MEZZOMO, L. C.; MONTEIRO, D. U. Deontologia e legislação. Porto Alegre: SAGAH, 2019. E-book.</p><p>MORAES, C. A. et al. Responsabilidade civil do farmacêutico e dos fornecedores da atividade</p><p>farmacêutica - de acordo com o código de ética, o código de defesa do consumidor e o có-</p><p>digo civil. Curitiba: CRV, 2021. E-book.</p><p>SANTOS, N. C. M. Legislação Profissional em Saúde: Conceitos e Aspectos Éticos. São Paulo:</p><p>Saraiva, 2014. E-book.</p><p>ZUBIOLI, A. Deontologia Farmacêutica: Ética e Farmácia. Curitiba: CRV, 2022. E-book.</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Alternativa B. Corresponde ao conceito de deontologia, o qual deve ser relembrado. As</p><p>alternativas A e D fazem referência à legislação, que é um conjunto de leis ou normas es-</p><p>tabelecidas por um governo para garantir a segurança jurídica e social de uma população.</p><p>A alternativa C está incorreta, porque a deontologia está necessariamente relacionada às</p><p>normas que regem profissões. A alternativa E está incorreta, porque a deontologia não é uma</p><p>especialidade da odontologia, ela representa as normas específicas que regem a profissão.</p><p>2. Alternativa E. Todas as alternativas estão corretas e fazem parte da história da profissão</p><p>farmacêutica no Brasil.</p><p>3. Alternativa A. Os valores de competência, honestidade, responsabilidade e dignidade dizem</p><p>respeito a princípios bioéticos, de justiça, de respeito à vida humana e ambiental e valorização</p><p>do trabalho. Esses estão em concordância com valores exercidos nas leis nacionais e em</p><p>acordos e declarações internacionais. Desigualdade, discriminação e dano à vida humana</p><p>e animal são valores condenáveis a qualquer código de ética profissional.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>RESPONSABILIDADE CIVIL DA</p><p>PROFISSÃO FARMACÊUTICA</p><p>Apresentar o conceito de responsabilidade civil.</p><p>Apresentar os elementos da responsabilidade civil.</p><p>Relacionar os elementos com a profissão farmacêutica.</p><p>Distinguir os tipos de responsabilidade civil.</p><p>Demonstrar as legislações relevantes.</p><p>Apresentar o conceito no Código de Ética.</p><p>Relacionar o estudo da deontologia e sua aplicação em ambiente profissional.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2</p><p>1</p><p>4</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Olá, estudante! Alguma vez você já escutou falar da tábua dos dez mandamentos,</p><p>certo? Você já pensou que, além do caráter</p><p>religioso, ela também tem um caráter</p><p>regulatório? É claro que não falaremos sobre religião neste material, mas utilizarei</p><p>esse exemplo para contextualizar o que aprenderemos. Então, vamos lá…</p><p>Quando Moisés subiu ao Monte Sinai e Deus desceu para que escrevêssemos</p><p>os dez mandamentos, um acordo foi feito entre Moisés e o povo que liderava.</p><p>Naquelas duas pedras que Moisés levou, dez obrigações (mandamentos é oriundo</p><p>da palavra mandar, ordenar) foram escritas para que seu povo pudesse ter uma</p><p>vida mais próspera e feliz.</p><p>Esse tipo de acordo é feito até hoje em todas as nossas relações humanas, entre</p><p>familiares, entre empregador e empregado, entre governo e população, pode ser</p><p>por meio de contrato, de normas e, até, por meio da palavra falada. Quando há</p><p>descumprimento, a parte que descumpre sofre uma consequência, já dizia Isaac</p><p>Newton, toda ação tem uma reação (terceira lei de Newton).</p><p>Na nossa sociedade, temos acordos com os Governos Federal, Estadual e Mu-</p><p>nicipal, além dos que, futuramente, você firmará com o Conselho Profissional.</p><p>Quando cometemos infrações, consequências, como multas, detenção e perda da</p><p>capacidade de exercer a atividade profissional, podem acontecer. Conhecer o que</p><p>podemos, ou não, fazer é nossa obrigação como indivíduo para a correta vivência</p><p>em sociedade, que nos leva ao limite da nossa liberdade — o nosso direito acaba</p><p>quando o do outro começa.</p><p>Na área da saúde, a falta de atendimento, os atrasos em tratamentos e exames</p><p>oncológicos e o desrespeito da população com profissionais médicos em unida-</p><p>des públicas de saúde são alguns exemplos de quebras de contrato. Mas o que</p><p>poderia ser feito? Como profissionais da saúde, não temos a formação jurídica,</p><p>mas precisamos saber quais nossos direitos e deveres para que possamos saber</p><p>como agir nessas situações em que a responsabilidade civil foi violada.</p><p>Converse com pessoas próximas sobre isso, pergunte se elas têm alguma si-</p><p>tuação para contar e como foi solucionada. Depois, volte para cá e venha entender</p><p>mais profundamente o que tudo isso significa.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>A responsabilidade civil é um conceito aplicável a todos os momentos da nossa</p><p>vida, considerando se tratar do cumprimento de obrigações entre partes. Alguns</p><p>casos cabeludos da saúde serão tratados no nosso podcast! Ouça!</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Estudante, que tal relembrar os conceitos de ética e ética profissional? Assista ao</p><p>vídeo do historiador Leandro Karnal, do canal do Tribunal Superior do Trabalho, no</p><p>YouTube: https://youtu.be/pEXhGE7Fd6s?si=j840QLk4UiRk0q49.</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>A profissão farmacêutica, da área da</p><p>saúde, alia conceitos de biologia, quí-</p><p>mica e física, e tem como objetivo pri-</p><p>mordial o uso racional, seguro e eficaz</p><p>dos medicamentos. As atividades far-</p><p>macêuticas são compromissos assumi-</p><p>dos entre o profissional e aquele que</p><p>recebe o produto ou serviço, que, tam-</p><p>bém, podem ser chamadas obrigações.</p><p>Do ponto de vista legal, essas obri-</p><p>gações podem ser divididas entre obri-</p><p>gações de meio e obrigações de resulta-</p><p>do. As obrigações de meio são as mais</p><p>comuns ao farmacêutico, que deve usar</p><p>da prudência e diligência para a presta-</p><p>ção de um serviço, mas sem se vincular</p><p>1</p><p>1</p><p>ao resultado final. Esse é o caso, por exemplo, dos farmacêuticos hospitalares e</p><p>de suas funções dentro do hospital.</p><p>As obrigações de resultado, por sua vez, serão aquelas em que o resultado</p><p>é igual àquele combinado entre as partes. Dentre as obrigações finais, pode-se</p><p>citar as atividades da indústria farmacêutica, de laboratórios e farmácias de ma-</p><p>nipulação em que o farmacêutico é o responsável técnico para a entrega de um</p><p>produto. Moraes et al. (2021) explicam que, na obrigação de meio, o farmacêutico</p><p>não garante o resultado, sendo compelido a indenizar o cliente/consumidor, se</p><p>comprovada a culpa, e, na obrigação de resultado, os estabelecimentos, como</p><p>pessoas jurídicas, seriam os responsáveis quando o resultado não for o esperado.</p><p>Essa atividade é protegida, também, pelo Código Penal, Art. 282, que des-</p><p>creve que o exercício,</p><p>“ [...] ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou</p><p>farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:</p><p>Pena - detenção e de multa [...].</p><p>Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, apli-</p><p>ca-se também multa (BRASIL, 1940).</p><p>Moraes et al. (2021), ao introduzirem seu livro a respeito da responsabilidade</p><p>civil do farmacêutico, descrevem sobre a profissão:</p><p>“ Quando se decide por uma profissão deve-se considerar a sua</p><p>abrangência, necessariamente, o pleno conhecimento do que tem</p><p>a oferecer para seu exercício no plano individual, sobretudo, sua</p><p>importância social. Através da profissão o trabalho se torna orga-</p><p>nizado na sociedade e as limitações de uns é suprida com as quali-</p><p>dades do trabalho de outros ou por serviço alheio.</p><p>A profissão representa o serviço que se faz em favor do bem co-</p><p>mum, que resulta da consciência de servir o ser humano em suas</p><p>necessidades e realizações.</p><p>[...]</p><p>A habilitação profissional só é possível com a obtenção do título ou</p><p>diploma. Quando a profissão é regulada por lei, como a Farmácia, tal</p><p>habilitação consiste naquelas providências que o profissional deve</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>tomar em relação a sua inscrição e registro no órgão competente.</p><p>O profissional farmacêutico inscreve-se no Conselho Regional de</p><p>Farmácia da jurisdição onde vai desempenhar suas atividades. Além</p><p>da inscrição e do registro, deve cumprir com as obrigações da or-</p><p>dem social e jurídica (MOARES et al., 2021, p. 21).</p><p>Por meio dessa citação, podem ser identificados diversos critérios necessários</p><p>para a atuação de um profissional como farmacêutico, são eles:</p><p>■ Diploma de farmacêutico emitido por instituição de ensino superior</p><p>cujos curso e própria instituição estejam regulamentados pelo Ministé-</p><p>rio da Educação.</p><p>■ Inscrição e registro em órgão competente — Conselhos Estaduais de Farmácia.</p><p>Além disso, evidencia a necessidade de o profissional cumprir com seu Código</p><p>de Ética e com a legislação vigente. O Código de Ética foi elaborado pelo Con-</p><p>selho Federal de Farmácia (CFF), criado em 1960, com a função principal de</p><p>“zelar pela fiel observância dos princípios da ética e da disciplina da classe dos</p><p>que exercem atividades profissionais farmacêuticas no país” (BRASIL, 1960).</p><p>Internacionalmente, a representação farmacêutica é dada pela Federação Inter-</p><p>nacional de Farmacêuticos.</p><p>A legislação vigente, por sua vez, tem como principal função garantir que</p><p>o farmacêutico cumpra com a sua responsabilidade civil e a integralidade dos</p><p>direitos de seus pacientes.</p><p>Apesar de ser escrito para advogados que atuam na área da saúde, o livro de</p><p>Moraes et al. (2021) apresenta diversos elementos interessantes se você quiser</p><p>se aprofundar no assunto. Seu download é gratuito no site da editora. Lembre-se</p><p>de que, ao ler qualquer livro referente a legislações, sempre é necessário verificar</p><p>se elas não foram atualizadas. Acesse: https://www.editoracrv.com.br/produtos/</p><p>detalhes/36703-crv</p><p>EU INDICO</p><p>1</p><p>8</p><p>A RESPONSABILIDADE CIVIL</p><p>Responsabilidade civil pode ser entendida como a obrigação de um indivíduo de</p><p>reparar os prejuízos causados a outras pessoas, em razão de atos praticados por</p><p>elas. Diniz (2022) define responsabilidade civil como: aplicação de medidas que</p><p>obriguem uma pessoa a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiros,</p><p>em razão de ato por ela mesma praticado, por pessoa por quem ela responde, por</p><p>alguma coisa a ela pertencente ou de simples imposição legal.</p><p>Esse tipo de entendimento não é recente visto que existem exemplos na Bíblia</p><p>que se referem a punições por causar danos a outras pessoas (como a tábua dos</p><p>Dez Mandamentos). No Código de Hamurabi, por sua vez, foi o primeiro registro</p><p>de punições a profissionais liberais, quando constatada a morte de um paciente</p><p>pela intervenção</p><p>de um médico, inclusive, podendo pagar com a própria vida.</p><p>Moraes et al. (2021) citam dois trechos do texto em que isso fica evidente:</p><p>“ Art. 218. Se um médico trata alguém de uma grave ferida com a</p><p>lanceta de bronze e o mata, ou lhe abre uma incisão com a lanceta</p><p>de bronze e o olho fica perdido, dever-se-lhe-á cortar as mãos.</p><p>Art. 219. Se o médico trata o escravo de um liberto de uma ferida</p><p>grave com a lanceta de bronze e o mata, deverá dar escravo por</p><p>escravo (MORAES, 2021, p. 39).</p><p>Os pesquisadores, ainda, informam que esse tipo de prática não era restrita aos</p><p>povos da Mesopotâmia, mas também do antigo direito Hebreu e do Código de</p><p>Manu, proveniente da Índia. Mais tarde, já na Idade Contemporânea, a vingança</p><p>coletiva descrita por Hamurabi passou a paulatinamente ser responsabilidade do</p><p>Poder do Estado de punir aqueles que infringem suas normas, o que deu origem</p><p>ao que hoje é chamado de direito contemporâneo.</p><p>Elementos da Responsabilidade Civil</p><p>Elementos dizem respeito a critérios ou características necessários para que se</p><p>afirme que existe, ou não, a responsabilidade civil. São quatro os elementos que</p><p>a definem: ação (fato gerador), culpa, nexo de causalidade e dano.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>AÇÃO</p><p>é a conduta adotada. Toda ilicitude é devido a uma conduta humana e voluntária em</p><p>determinado ambiente. A conduta pode ser positiva (ação) ou negativa (omissão). A</p><p>ação é a forma mais comum, a exceção de cláusulas contratuais, as pessoas são obri-</p><p>gadas a abster-se de práticas que causem lesões a outras pessoas (por esse motivo,</p><p>até o simples exame de sangue, há a necessidade de autorização do paciente). A</p><p>omissão, por sua vez, caracteriza-se pela inatividade, pela abstenção de uma conduta</p><p>que deveria ter sido feita.</p><p>Por exemplo: durante a dispensação do medicamento prescrito chamado X (por</p><p>exemplo, sibutramina, talidomida, ácido retinóico, misoprostol), conhecidamente como</p><p>teratogênico (causador de alterações genéticas em seres vivos, consequentemente,</p><p>proibido a grávidas), o farmacêutico age dispensando o medicamento a uma mulher</p><p>sem perguntar se ela poderia estar grávida ou orientar que voltasse ao seu médico</p><p>para a troca de medicação. O ato de dispensar seria a ação. O ato de não perguntar ou</p><p>orientar seria omissão.</p><p>CULPA</p><p>a culpa é caracterizada pela falta do cumprimento do dever jurídico, ou ainda, omissão</p><p>do fazer, que resulta na violação do direito de outra pessoa. Isso pode ser resultante</p><p>da negligência, imprudência ou imperícia. O que significa isso? A negligência é o tipo</p><p>de culpa que não tem a intenção de causar o dano, mas, pelo não fazer, acaba sendo</p><p>causado. A palavra negligência é proveniente do latim, negligere— desprezar, desa-</p><p>tender, não cuidar — e pode ser interpretada como um dano causado pela desaten-</p><p>ção, pela falta de cuidado ou pela precaução, que resultam em resultados prejudiciais</p><p>que poderiam ter sido evitados, isto é, ausência de precauções vistas como necessá-</p><p>rias para evitar resultados ruins e evitáveis.</p><p>Por exemplo: um motorista verifica que a luz de seu carro queimou e decide não a trocar,</p><p>porque “não tem tempo”. Ainda assim, dirige à noite e causa um acidente. Outro exemplo</p><p>de negligência, explicam Moraes et al. (2021), é a venda incorreta de um medicamento</p><p>que, consumido pelo paciente, acaba ocorrendo-lhe dano. Em março de 2023, noticiou-se</p><p>a morte de um bebê pela venda incorreta de um medicamento: ao invés da dispensação</p><p>de bromoprida em gotas (náusea, dor, diminui contrações gástricas), houve a dispensação</p><p>de tartarato de brimonidina, que é um colírio para o controle do glaucoma.</p><p>A imprudência (do latim, imprudentia — falta de atenção, imprevidência, descuido) é</p><p>a imprevisão de um agente sobre uma ação própria que gera, como consequência,</p><p>um ato que poderia ter sido previsto e evitável. Por exemplo: ainda que beber bebida</p><p>alcoólica e dirigir não fosse proibido, esse ato em si é imprudente. Isso porque se sabe</p><p>que a bebida alcoólica altera as funções neurológicas e a velocidade de resposta,</p><p>consequentemente, aumentando a probabilidade de acidentes. Outro exemplo é a fal-</p><p>ta do controle de qualidade do produto acabado em farmácias de manipulação. Essas</p><p>farmácias deveriam realizar o peso médio das formulações sólidas antes da liberação,</p><p>contudo, por falta de tempo, muitas escolhem fazer por amostragem. Em determina-</p><p>das situações, pode haver a dispensação de medicamento com dosagens incorretas</p><p>podendo levar a prejuízo da saúde do consumidor e até à morte.</p><p>4</p><p>1</p><p>A imperícia (do latim, imperitus — ignorante, inábil, inexperiente) é resultado da inex-</p><p>periência ou inabilidade de um profissional na arte de seu trabalho. Um erro causado</p><p>por um profissional por falta de experiência de um profissional na arte de seu trabalho</p><p>pode levar o profissional a responder civil e criminalmente sobre o seu erro ou falta.</p><p>Como exemplo de imperícia, temos a manipulação de fármacos de baixo índice</p><p>terapêuticos em condições não adequadas: a diluição da substância em condições</p><p>que não atendam à regra técnica (diluição geométrica, por exemplo) pode levar à ela-</p><p>boração de cápsulas com diferentes dosagens de medicamento. Contudo fármacos,</p><p>como a digoxina, um glicosídeo cardíaco, se consumidos em excesso, podem causar</p><p>aumento descompensado da compressão cardíaca e morte.</p><p>NEXO DE CAUSALIDADE</p><p>a relação entre causa e efeito — ligação entre a ação e o dano. Ou seja, deve haver</p><p>provas de que o dano foi causado pela conduta do agente. Em casos judiciais em que</p><p>o nexo de causalidade não possa ser comprovado ou que seja provado pela defesa</p><p>que a ação que levou ao dano não é de responsabilidade do réu, essa pessoa pode</p><p>requerer pedidos de indenização.</p><p>DANO</p><p>prejuízo causado no patrimônio de alguém. O patrimônio, por sua vez, pode ser classi-</p><p>ficado como de origem material (dano emergente e lucro cessante), moral ou estético.</p><p>Qualquer categoria pode ser cumulativa a outra. O dano patrimonial material é aquele</p><p>em que um valor monetário ou a reposição do patrimônio por outro semelhante pode</p><p>ser utilizado como ferramenta indenizatória para reparação do dano.</p><p>Já, o dano moral é aquele que causa danos à personalidade de um paciente ou con-</p><p>sumidor, a qual é entendida como características da psique de um indivíduo com a</p><p>qual expressa perante a coletividade e o ambiente. Dentre seus elementos, destacam-</p><p>-se a vida, a liberdade, a intimidade, entre outros. No caso do dano moral, a reposição</p><p>monetária vem no sentido de amenizar dano sofrido — dor, ansiedade, angústia, morte</p><p>— mas sem, jamais, restabelecer ou substituir o bem lesionado.</p><p>O dano estético, por fim, refere-se a lesões corporais que devem ser reparadas e</p><p>ressarcidas. O dano é resultado de ação que causa qualquer lesão física notável e</p><p>permanente na vítima. Os casos de lesões causados por procedimentos estéticos, por</p><p>exemplo, enquadram-se nesse quesito.</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>Responsabilidade Civil Objetiva e Subjetiva</p><p>Para a responsabilidade civil objetiva (ou teoria do risco) despreza-se a ideia da</p><p>culpa do agente causador do dano e procura-se estabelecer, somente, a conexão</p><p>entre a conduta do agente e o dano para o dever de indenizar. Esse tema é tratado</p><p>no primeiro artigo do Título “da Responsabilidade Civil”, Capítulo I, da Obriga-</p><p>ção de Indenizar, conforme:</p><p>“ Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a</p><p>outrem, fica obrigado a repará-lo.</p><p>Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independente-</p><p>mente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade</p><p>normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua na-</p><p>tureza, risco para os direitos de outrem (BRASIL, 2002).</p><p>A responsabilidade civil subjetiva, por sua vez, justifica-se pela ideia da culpa por</p><p>ação ou omissão de um agente causador.</p><p>Espécies de Responsabilidade Civil</p><p>A responsabilidade civil pode ser classificada por espécies de acordo com a pers-</p><p>pectiva pela qual é analisada. Diniz (2022) representa,</p><p>didática e sucintamente,</p><p>em quadro comparativo.</p><p>$</p><p>4</p><p>1</p><p>ESPÉCIE CLASSIFICAÇÃO SIGNIFICADO</p><p>Quanto ao seu</p><p>fato gerador</p><p>Responsabilidade</p><p>contratual</p><p>Oriunda de inexecução contratual.</p><p>Responsabilidade</p><p>extracontratual</p><p>Resultante da violação de um dever geral</p><p>de abstenção pertinente aos direitos</p><p>reais ou de personalidade.</p><p>Em relação ao</p><p>seu fundamento</p><p>Responsabilidade</p><p>subjetiva</p><p>Fundada na culpa ou dolo por ação ou</p><p>omissão, lesiva à determinada pessoa.</p><p>Responsabilidade</p><p>objetiva</p><p>Encontra sua justificativa no risco.</p><p>Relativamente</p><p>ao agente</p><p>Responsabilidade</p><p>direta</p><p>Se proveniente da própria pessoa impu-</p><p>tada, o agente responderá, então, por ato</p><p>próprio,</p><p>Responsabilidade</p><p>indireta</p><p>Se promana de ato de terceiro, vinculado</p><p>ao agente, de fato de animal ou de coisa</p><p>inanimada sob sua guarda.</p><p>Quadro 1 - Resumo dos tipos de responsabilidade civil e seus significados</p><p>Fonte: adaptado de Diniz (2022).</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>A RESPONSABILIDADE CIVIL NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA</p><p>No direito atual brasileiro, a responsabilidade civil é tratada já nas cláusulas pé-</p><p>treas da Constituição Federal de 1988, que estabelece a obrigação de indenização</p><p>por lesões ao patrimônio material ou moral. Verifique a citação do Art. 5º, do</p><p>Título II – dos Direitos e Garantias Fundamentais:</p><p>“ Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer</p><p>natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes</p><p>no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,</p><p>à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:</p><p>[...]</p><p>V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além</p><p>da indenização por dano material, moral ou à imagem;</p><p>[...]</p><p>X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem</p><p>das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material</p><p>ou moral decorrente de sua violação (BRASIL, 1988).</p><p>Também, regulamentado pelo Código Civil, nos Arts. 186 e 187:</p><p>“ Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência</p><p>ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que</p><p>exclusivamente moral, comete ato ilícito.</p><p>Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-</p><p>-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico</p><p>ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes (BRASIL, 2002).</p><p>No Código Civil, ainda, é possível verificar a menção a danos causados a pacien-</p><p>tes, conforme Art. 951.</p><p>“ Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso</p><p>de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade</p><p>profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a</p><p>morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabili-</p><p>tá-lo para o trabalho (BRASIL, 2002).</p><p>4</p><p>4</p><p>Além de descrever que as indenizações devam ser proporcionais ao dano cau-</p><p>sado (Arts. 944 e 945), nesse sentido, a jurisprudência, também, descreve a cul-</p><p>pa concorrente, que significa que tanto o consumidor quanto o fornecedor são</p><p>igualmente responsabilizados pelo dano.</p><p>O Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078, de 11 de setembro de</p><p>1990), também, descreve sobre a responsabilidade sobre um produto ou serviço.</p><p>Nesse sentido, destaca-se o Art. 12, que apresenta a resposta solidária a todos os</p><p>envolvidos na comercialização do produto ou serviço.</p><p>“ Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estran-</p><p>geiro, e o importador respondem, independentemente da existência</p><p>de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por</p><p>defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem,</p><p>fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus</p><p>produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas</p><p>sobre sua utilização e riscos (BRASIL, 1990).</p><p>Problemas que diminuem o valor de um produto ou serviço, que o tornam ina-</p><p>dequados ou impróprios, podem ser classificados em vício ou defeito. Cavalieri</p><p>Filho (2022) descreve que defeito é um vício grave na concepção de um projeto,</p><p>de cálculos, de construções, entre outros, capaz de comprometer a segurança a</p><p>ponto de causar acidentes. Conforme descrito no Art. 14, do Código de Defesa</p><p>do Consumidor, parágrafo primeiro.</p><p>“ Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da</p><p>existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumi-</p><p>dores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por</p><p>informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.</p><p>§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que</p><p>o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as</p><p>circunstâncias relevantes, entre as quais:</p><p>I - o modo de seu fornecimento;</p><p>II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;</p><p>III - a época em que foi fornecido (BRASIL, 1990).</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>Enquanto o vício é menos grave, é um defeito inerente ou intrínseco a um pro-</p><p>duto ou serviço, que não compromete a sua segurança, porém compromete a</p><p>sua qualidade, seu valor ou sua fruição. No caso de medicamentos, Mezzomo</p><p>e Monteiro (2019) explicam que algumas características que podem perder a</p><p>qualidade ou alterações são: aspecto; cor; odor; sabor; número de comprimidos</p><p>na embalagem; volume; presença de corpo estranho; e validade do produto.</p><p>Em casos de vícios nas prestações de serviço, as consequências podem ser</p><p>determinadas por três opções de ressarcimento, conforme descrição no Art. 20,</p><p>do Código de Defesa do Consumidor, sendo mais comumente utilizado ao far-</p><p>macêutico, quando necessário, o descrito pelo inciso I.</p><p>“ Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de quali-</p><p>dade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o</p><p>valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as</p><p>indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo</p><p>o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:</p><p>I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;</p><p>II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atuali-</p><p>zada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;</p><p>III - o abatimento proporcional do preço (BRASIL, 1990).</p><p>A responsabilidade do farmacêutico como profissional liberal, categoria profis-</p><p>sional diferenciada por conhecimento técnico proveniente de curso e diploma</p><p>obtido conforme lei, é descrita por meio Art. 14, parágrafo IV, do Código de</p><p>Defesa do Consumidor, que descreve a necessidade da comprovação da culpa.</p><p>“ Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da</p><p>existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consu-</p><p>midores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como</p><p>por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e</p><p>riscos.</p><p>[...]</p><p>§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será</p><p>apurada mediante a verificação de culpa (BRASIL, 1990).</p><p>4</p><p>1</p><p>Isso quer dizer que o farmacêutico e o local onde trabalha podem responder de</p><p>forma distinta. Moraes et al. (2021, p. 65) explicam que:</p><p>“ [...] a responsabilidade civil do farmacêutico, enquanto profissional</p><p>liberal será apurada mediante negligência, imprudência ou imperí-</p><p>cia, diferentemente, da farmácia e do laboratório que responderão –</p><p>regra geral – por danos causados ao cliente independente de culpa.</p><p>Os autores, também, explicam que a responsabilidade civil, também, é solidária</p><p>ao estabelecimento comercial onde o profissional farmacêutico trabalha, segundo</p><p>o Código Civil, Art. 932. Cabe informar que o empregador pode responsabilizar</p><p>o empregado por danos causados a ele, sendo-lhe de direito indenizações.</p><p>“ Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:</p><p>[...]</p><p>III – o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e</p><p>prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão</p><p>dele (BRASIL, 2002).</p><p>A RESPONSABILIDADE CIVIL NO CÓDIGO DE ÉTICA</p><p>FARMACÊUTICO</p><p>A responsabilidade civil no Código de Ética da Profissão farmacêutica não é ex-</p><p>pressa tacitamente, porém se pode entendê-la como subjetiva, uma vez que</p>

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