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A partir de agora estudaremos os espelhos esféricos. Como o próprio nome já diz, esses espelhos surgiram de cortes feitos em esferas. Imagine que você corte a ”tampa“ de uma laranja, por exemplo. A essa tampa damos o nome de calota esférica. Essa calota esférica será o nosso espelho esférico, podendo ter tanto a sua parte interna ou a parte externa como sendo a parte refletora. Quando é a parte interna é refletora, temos o que chamamos de espelho côncavo. Quando é a parte externa é a refletora, temos o que chamamos de espelho convexo. Para saber de qual se trata, fique atento ao desenho! Observe de que lado estão os risquinhos indicando as costas do espelho, ou seja, sua parte fosca. Tanto o espelho côncavo quanto o convexo apresentam três elementos principais, que são o centro de curvatura, o foco e o vértice. Para encontrá-los, precisamos traçar o eixo principal. O eixo principal é uma linha imaginária que, passando pelo centro da esfera que deu origem ao espelho, corta o espelho ao meio. Nossos três elementos estão em cima do eixo principal: 1) O centro de curvatura é o centro da esfera que deu origem ao espelho — a distância do centro de curvatura até o espelho é igual ao raio da esfera. 2) O foco está no meio do caminho entre o centro e o espelho, tendo o seu valor como metade do raio de curvatura. 3) O vértice do espelho é o ponto onde o eixo principal corta o espelho. Para definir os três elementos principais do espelho esférico, você deve analisar para que lado está a curvatura do espelho e não qual o lado refletor! Para entender como acontece a formação de imagens nos espelhos esféricos, você precisa primeiro conhecer os raios notáveis. Existem quatro raios notáveis que são utilizados para determinar as características das imagens formadas em um espelho esférico. É muito importante que você saiba, de cabeça, como a reflexão desses raios acontece! O primeiro raio passa pelo centro de curvatura de um espelho. Esse raio é especial porque ele vai bater e voltar em cima dele mesmo. Isso acontece porque as leis da reflexão também são verdade aqui. Você lembra que o ângulo de incidência será igual ao ângulo de reflexão? Nos espelhos esféricos a normal sempre aponta para o centro da esfera. Dessa forma fica fácil ver que o raio que passa no centro de curvatura incidirá em cima da normal, Lin da C lar a de F át im a Si lva - 06 6. 66 1. 56 1- 61 - iam lin da cla ra @ gm ail .co m - 27 /0 7/ 20 21 1 4: 40 :4 4 ou seja, o ângulo de incidência é igual a zero, batendo e voltando em cima dele mesmo. No caso do espelho convexo, esse raio não passa pelo centro de curvatura, uma vez que o centro de curvatura está atrás do espelho. Mas se você fizer o prolongamento do raio dentro do espelho, verá que o seu prolongamento passará pelo centro. O próximo raio notável é aquele que incide no vértice do espelho. Você concorda que, se traçarmos a normal no vértice, ela ficará em cima do eixo principal? Pois então, o raio que passa pelo vértice reflete com o mesmo ângulo com que atinge o espelho. Observe a figura: Considere o raio notável que incide paralelamente ao eixo principal. A normal aponta para o centro de curvatura, logo a sua reflexão aponta para o foco dele. No caso do espelho convexo, ele não passa pelo foco pois o foco está dentro do espelho. Mas se você prolongar o raio refletido, ele passará pelo foco. O último raio notável passa pelo foco e é refletido paralelamente ao eixo principal. Ou seja, aqui invertemos o sentido do raio notável anterior. Esse mudança é prevista pelo princípio da reversibilidade dos raios luminosos, que garante que o caminho de ida é igual ao caminho de volta. Existe ainda um raio notável que é pouco ensinado nas escolas. Para entender qual é o comportamento desse raio, precisamos aprender primeiro sobre o foco secundário. Veja a figura abaixo: Para entender melhor a imagem acima, vamos relembrar alguns conceitos. Você já sabe que o eixo principal é aquele que passa pelo centro de curvatura e corta o espelho ao meio. Os eixos secundários são eixos que passam pelo centro de curvatura mas que não o cortam o espelho ao meio. Eles podem estar inclinados em qualquer ângulo, desde que passem pelo centro de curvatura, ok? Os eixos secundários também possuem um ponto de foco, chamado de foco secundário. Os focos secundários e o foco principal encontram-se em um plano, denominado plano focal. Ele é um plano imaginário, perpendicular ao eixo principal, que passa pelo foco principal. Agora vamos analisar a imagem. Perceba que temos quatro raios de luz paralelos, porém eles não são paralelos ao eixo principal. Por isso, utilizamos um eixo secundário que seja paralelo ao feixe incidente. Da mesma forma que raios paralelos ao eixo principal refletem no foco principal, os raios paralelos ao eixo secundário, como no desenho, refletem no foco secundário. Lin da C lar a de F át im a Si lva - 06 6. 66 1. 56 1- 61 - iam lin da cla ra @ gm ail .co m - 27 /0 7/ 20 21 1 4: 40 :4 4 Vamos aprender agora como acontece a formação de imagem nos espelhos esféricos. Essa formação é um pouco mais complicada do que nos espelhos planos, mas vamos ver tudo bem detalhado para que não fique nenhuma dúvida. Vamos começar falando do espelho côncavo, que é o mais complexo deles. Quando estudamos a formação de imagem nos espelhos côncavos, precisamos considerar cinco casos em relação à posição do objeto. Considere o objeto distante do centro de curvatura do espelho. Veja a figura abaixo: Para analisar a formação de imagem você precisa traçar dois raios que, partindo do objeto, sejam refletidos no espelho. Eu aconselho utilizar os raios notáveis, visto que você já sabe como é a reflexão deles. Na figura acima, escolhi usar o raio paralelo ao eixo principal, que nós já sabemos que reflete passando pelo foco, e o raio que passa pelo foco, que sabemos que reflete paralelo ao eixo principal. Dessa forma, o ponto de encontro dos dois determina onde será formada a imagem da ponta da seta. No espelho plano, a imagem é formada pelo prolongamento dos raios refletidos, porém, no primeiro caso do espelho côncavo, a imagem é formada pelos próprios raios refletidos. Por esse motivo, ela é considerada uma imagem real, e não virtual, podendo, inclusive, ser projetada em uma parede, por exemplo. Além disso, a imagem é menor que o tamanho do objeto e é invertida. Essa imagem desse primeiro caso sempre estará localizada entre o centro de curvatura e o foco. Resumindo: teremos uma imagem real, invertida e menor. Considere o objeto no centro de curvatura do espelho. Veja a figura abaixo: Perceba que utilizamos os mesmos raios do exemplo anterior para tornar mais fácil a explicação desse caso. Quando o objeto está no centro de curvatura do espelho, a imagem é formada logo embaixo, no cruzamento dos raios refletidos. Essa imagem será, novamente, real e invertida. Porém, agora, ela é do mesmo tamanho do objeto. Resumindo: teremos uma imagem real, invertida e igual. Considere objeto localizado entre o centro de curvatura e o foco do espelho. Veja a figura abaixo: Nessa situação, usei o raio paralelo refletindo no foco e o raio que incide no vértice do espelho, que é simétrico em relação ao eixo principal. Dessa vez, a imagem se formou atrás do objeto, também invertida, porém dessa vez ela é maior que o próprio objeto. Resumindo: teremos uma imagem real, invertida e maior. Perceba que, nesses três primeiros casos, quanto mais próximo o objeto estiver do espelho, maior será a imagem e mais afastada do espelho ela estará. Lin da C lar a de F át im a Si lva - 06 6. 66 1. 56 1- 61 - iam lin da cla ra @ gmail .co m - 27 /0 7/ 20 21 1 4: 40 :4 4 Considere objeto localizado exatamente no foco do espelho. Veja a figura abaixo: Novamente, ao utilizar o raio paralelo e o raio que incide no vértice do espelho, perceba que os raios refletidos são paralelos, logo não há formação de imagem. No espelho plano, a imagem se formava pelo prolongamento dos raios refletidos. Nesse caso, no entanto, nem com o prolongamento haverá formação de imagem, pois os raios são paralelos e não se cruzam. Resumindo: não teremos formação de imagem. Considere o objeto entre o foco e o vértice do espelho. Veja a figura abaixo: Essa situação é a mais importante dos espelho côncavo! Perceba que os raios refletidos não se encontram, mas o prolongamento deles sim. Esse é o único caso em que há a formação de imagem dentro do espelho, ou seja, imagem virtual. Ela é maior que o objeto e não é invertida, diferentemente dos outros casos que vimos. Esse tipo de espelho é utilizado por dentistas e para maquiagens, pois ampliam a imagem de forma nítida e sem invertê-la, facilitando a visão dos profissionais. Resumindo: teremos uma imagem virtual, direta e maior. Existe um macete muito legal para te ajudar a solucionar os problemas de espelho côncavo sem precisar quebrar a cabeça. Eu expliquei direitinho em um vídeo lá na plataforma! Confere lá que você não vai se arrepender! Vamos ver agora sobre a formação de imagem no espelho convexo. Você vai perceber que ela é bem mais simples que no espelho côncavo, tendo somente um caso de formação de imagem. Assim como no espelho côncavo, o convexo possui centro de curvatura, foco e vértice, como já visto anteriormente. A diferença, também já vista antes, é que esses três pontos principais se encontram atrás do espelho. Veja a figura abaixo: Utilizamos o raio paralelo ao eixo principal que, no espelho convexo, são refletidos com o prolongamento passando pelo foco. Escolhemos também o raio que passa pelo vértice, que reflete com o mesmo ângulo em relação ao eixo principal. Como os raios refletidos não se cruzam, a gente analisa o prologamento deles. Observe que, em um ponto entre o vértice e o foco, os prolongamentos se cruzam, formando uma imagem virtual, direta e menor. Podemos dizer que, quando o objeto está no foco, ele não forma imagem OU forma imagem no infinito, chamada também de imagem imprópria. O fato da imagem formada dentro do espelho convexo ser menor, aumenta o campo visual dele, o que o torna muito útil para diversas finalidades, como espelhos retrovisores, espelhos internos de ônibus e estacionamentos. Lin da C lar a de F át im a Si lva - 06 6. 66 1. 56 1- 61 - iam lin da cla ra @ gm ail .co m - 27 /0 7/ 20 21 1 4: 40 :4 4 A equação de Gauss estabelece uma relação entre três distâncias na análise da formação de imagem em espelhos esféricos: distância focal, distância da imagem e distância do objeto. Essas distâncias são sempre calculadas utilizando o vértice do espelho como referência. A equação de Gauss é descrita da seguinte forma: onde 𝑓 é a distância focal, 𝐷𝑖 é a distância da imagem e 𝐷𝑜 é a distância do objeto. É importante ressaltar algumas considerações sobre a equação de Gauss que você não pode esquecer: Tudo que ”existe” e estiver à frente do espelho leva sinal positivo na equação. Tudo que estiver atrás do espelho e for ”imaginário” terá sinal negativo. Veja a tabelinha abaixo para te ajudar a decorar: Distância do objeto Sempre Positivo (+) Distância da Imagem Imagem real - Positivo (+) Imagem virtual – Negativo (-) Foco Espelho Côncavo - Positivo (+) Espelho Convexo - Negativo (-) Na plataforma eu resolvi alguns exemplos de aplicação da equação de Gauss para você compreender melhor como utilizá-la. Assiste lá! A equação de aumento trabalha com a semelhança dos triângulos formados pelo objeto e pela imagem para encontrar o aumento (ou redução) da imagem formada. Veja o desenho abaixo: Perceba que há a formação de um triângulo com os lados 𝐻𝑜 e 𝐷𝑜 e o raio que sai do objeto e incide no vértice. Do outro lado, a imagem também forma um triângulo com o prolongamento do raio e os lados 𝐻𝑖e 𝐷𝑖. A partir da semelhança de triângulos, podemos escrever: onde A é o aumento da imagem. Podemos concluir que: ✓ |A| > 1 ⇒ Imagem maior que o objeto ✓ |A| = 1 ⇒ Imagem igual ao objeto ✓ |A| < 1 ⇒ Imagem menor que o objeto Você deve estar se perguntando o porquê do sinal negativo na fórmula, não é? Pois vou te explicar agora! Na equação de aumento, diferentemente da equação de Gauss,o aumento será positivo para imagens virtuais e negativo para imagens reais. Isso se deve ao fato de que, para imagens virtuais (e consequentemente diretas), o Hi é positivo, pois a imagem está para de cabeça para cima. No caso de imagens reais (e consequentemente invertidas), o Hi será negativo, pois a imagem está de cabeça para baixo. Como o sinal do Di e do Hi são trocados, o sinal negativo na equação mantém a igualdade verdadeira. 1 f = 1 Di + 1 Do Nunca coloque o sinal negativo na incógnita! Se uma questão te pedir para encontrar o valor da distância de uma imagem virtual, por exemplo, você não deve colocar o sinal negativo nela. O sinal negativo aparecerá na resposta! A = Hi Ho = − Di Do Lin da C lar a de F át im a Si lva - 06 6. 66 1. 56 1- 61 - iam lin da cla ra @ gm ail .co m - 27 /0 7/ 20 21 1 4: 40 :4 4 Veja abaixo alguns exemplos de interpretar o valor de 𝐴 encontrado: ✓ A= +3 ⇒ imagem direta, virtual, 3x maior ✓ A= − 2 ⇒ invertida, real, 2x maior ✓ A= +1/5 ⇒ direta, virtual, 5x menor ✓ A= − 1/4 ⇒ invertida, real, 4x menor Assista ao último vídeo desse módulo na plataforma para ver uma outra forma super interessante de calcular o aumento que pode salvar muito tempo na hora de resolver uma questão na prova! Assim, finalizamos o nosso estudo da reflexão da luz aqui na Óptica Geométrica. No próximo módulo entraremos no estudo da refração da luz! Sem dúvida, esse será um assunto mais relevante para a prova do ENEM! Lin da C lar a de F át im a Si lva - 06 6. 66 1. 56 1- 61 - iam lin da cla ra @ gm ail .co m - 27 /0 7/ 20 21 1 4: 40 :4 4
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