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Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP ATIVAÇÃO DE LINFÓCITOS T Um papel essencial dos linfócitos T é a imunidade mediada por células, que promove a defesa contra infecções por microrganismos que vivem e se reproduzem dentro das células. A maioria das funções dos linfócitos T - ativação de fagócitos, killing de células infectadas e tumorais e auxílio para células B - exige a interação dos linfócitos T com outras células. Além disso, a iniciação das respostas de T depende do reconhecimento de antígenos pelas células T naive, sendo o antígeno apresentado por uma APC, que capturam, processam e apresentam eles, concentrando-os em órgãos linfóides. ● APC profissionais (expressão de MHC II constitutiva)→ Células Dendríticas (+ eficientes), Macrófagos e Linfócitos B. ● Linfócitos T CD4+ (MHC II) e T CD8+ (MHC I) FASES DAS RESPOSTAS DOS LINFÓCITOS T Linfócitos T naive: Reconhecimento de antígenos (órg. linf. 2°)→ Proliferação e Diferenciação→ Células T Efetoras Após a diferenciação: - Células efetoras deixam os órgãos linfóides e migram para os sítios infecciosos. - Podem permanecer no linfonodo→ fornecer sinais para ativação de linfócitos B. - Proliferam-se em resposta ao antígeno, formando células T de memória. 1 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP (CTL: linfócitos T citotóxicos) 2 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP RECONHECIMENTO ANTIGÊNICO E COESTIMULAÇÃO A ativação das células T requer múltiplos ligantes receptores dos linfócitos T que reconhecem seus ligantes específicos nas APCs. MOLÉCULAS PRINCIPAIS ● Receptores TCR e correceptores ● Moléculas coestimuladoras ● Moléculas de adesão ● Citocinas 3 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP O linfócito T, com o seu TCR (receptor), entra em contato com uma APC, que carrega peptídeos processados complexados à molécula de MHC. ● O reconhecimento do peptídeo-MHC pelo respectivo linfócito T fornece o 1° SINAL (iniciação) para ativação. ● Necessidade de moléculas adjacentes ao TCR capazes de transduzir o sinal, como o CD3. Por possuir cadeias citoplasmáticas curtas, o TCR não é capaz de transduzir o sinal. CD3 possui domínios ITAM⇒ fosforilados, ativam vias de sinalização→ Ativação de fatores de transcrição→ Mudança na expressão gênica. Secreção de citocinas e expressão de seus receptores (IL-2): Em resposta ao antígeno e aos coestimuladores, os linfócitos T, em especial as células T CD4+, secretam rapidamente a citocina IL-2. - Secreção de interleucina 2 (IL-2), que atua como um fator de crescimento para linfócitos T. - Age no linfócito T naive (células sem estímulo antigênico prévio), tendo função autócrina. - Necessidade de receptores p/ IL-2 no LT (expressão constitutiva)→ cadeias β e (receptorγ de ↓ afinidade) - IL-2 se liga ao receptor, causando a proliferação do linfócito estimulado (expansão clonal). Expansão clonal Proliferação de LT, gerando um amplo pool de linfócitos antígenos-específicos→ células efetoras que combatem a infecção. Os correceptores CD4 ou CD8, dos linfócitos T, ligam-se a moléculas do MHC e atuam com o complexo receptor, enviando sinais de transdução e ativação celular. Moléculas denominadas coestimuladores (expressas na APC, após reconhecimento antigênico) ligam-se aos receptores coestimuladores presentes nas células T naive e, assim, geram resposta. ● A ativação integral das células T depende do reconhecimento de coestimuladores nas APC, além do antígeno. 4 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Apenas com o 1° sinal, observa-se uma secreção de IL-2 instável, não dando continuidade à resposta imunológica. Porém com a continuação dos sinais de PAMPs / DAMPs, os coestimuladores aumentam a sua expressão nas APCs. Moléculas sinalizadoras: Expressas nas APCs→ B7.1 (CD80) e B7.2 (CD86) (↑ expressão com PAMPs) Expressas nas células T→ receptor CD28 ● B7 e CD28 servem para estimular ou inibir as respostas imunes. ● A interação B7 : CD28 gera sinais que atuam junto com os sinais gerados pelo reconhecimento, por TCR. 2° SINAL adicional de ativação = interação de B7 / CD80 / CD86 com CD28. ● Expressão de uma cadeia adicional para o receptor de IL-2 nas células T, a cadeia α (α, β e γ - receptor de alta afinidade). ↓ quantidade de IL-2 pode se ligar ao receptor⇒ proliferação mesmo em ↓ [IL-2] 5 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP 2° SINAL = torna estável a expressão do gene IL-2 (↑ expressão) ↑ IL-2 ↑ expansão clonal ↑ expressão do receptor de ↑ afinidade p/ IL-2 Células ativada com reconhecimento do antígeno pela APC recebe os 2 sinais de ativação e expressa receptor de alta atividade para IL-2, sendo apenas essa células específica (que teve contato com o peptídeo-MHC apresentado pela APC) capaz de se proliferarem ↓ Mecanismo de controle de proliferação dos linfócitos obs.: Por que as células dendríticas são as melhores APCs? Grande superfície de contato com os linfócitos→ dendritos (expansões de membranas) Ao entrar em contato com PAMPs, regula positivamente a expressão de moléculas de adesão, coestimulatórias (B7.2, B7.1) e correceptores (CCR7), muda a expressão da células e pode migrar para linfonodos→ + rapidamente. - As células dendríticas expressam constitutivamente B7/CD80/CD86→ Em contato com antígenos há o aumento da expressão dessas moléculas. 1° sinal = TCR interage com peptídeo-MHC e moléculas correceptoras sem 2° sinal, linfócito T entra em anergia (inativa) 2° sinal = coestimuladores (CD28, nas células T, interagem com B7/CD80/86, que estão na APC) Células sobrevivem, proliferam-se e entram em diferenciação As moléculas de adesão fortalecem a ligação dos linfócitos T às APCs. ● Ao reconhecerem seus ligantes, nas células T, estabilizam a ligação entre T e APC. 6 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP ● Mantém as 2 células unidas pelo tempo necessário para a interação ser traduzida em sinais para as vias bioquímicas. ● Podem emitir sinais que auxiliam a interação Auxílio no posicionamento de citoesqueleto e na correta localização dos receptores, permitindo a interação com o MHC-peptídeo. SINAPSE IMUNOLÓGICA Região de contato entre a APC e o linfócito T. ● Reorganização dos posicionamentos pelas alterações do citoesqueleto ● Reestruturação nos domínios de membrana. VIAS DE TRANSDUÇÃO DE SINAIS DOS LINFÓCITOS T 7 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP PAPEL DAS MOLÉCULAS COESTIMULADORAS CD40 (expressas na APC) CD40L - CD40 Ligante (passa a ser expresso após os 2 sinais de ativação nas células T) ● A células APC aumenta a expressão de B7 / CD80 / CD86 expresso⇒ feedback positivo, melhorando a capacidade de apresentação de antígeno. ● ↑ proliferação de linfócitos T. SUBPOPULAÇÕES DE LINFÓCITOS TCD4+ As subpopulações de T CD4+ desempenham diferentes funções e essa subdivisão dependente das citocinas presentes no microambiente, que irão guiar a diferenciação das células T. (Th = helper) Th1→ secreção de IFN (principalmente)γ ● A célula APC produz, no microambiente, IL-2 ao entrar em contato com o antígeno. ● T CD4+ se diferencia Th1, que produz IFN → Ativa macrófago M1γ Th2→secreção de IL-4, IL-5 e IL-13 ● Presença de IL-4 no microambiente (↓ ou nada de IL-2 no microambiente) → Ativa macrófago M2 ● T CD4+ se diferencia em Th2, que produz IL-4, 5 e 13 obs.: a IL-4 produzida pelo Th2 intensifica ainda mais a diferenciação Th2, ampliando essa resposta. 8 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Th17→ secreção de IL-17 e IL-22 ● Presente IL-1, IL-6, IL-23 e TGF- β no microambiente. ● T CD4+ se diferencia em Th17, que produz IL-17 e 22. Essa diferenciação ocorre no linfonodo, tendo a necessidade dessas células saírem para exercer suas funções. SUBPOPULAÇÕES DE LINFÓCITOS T CD8+ ● Efetuação da resposta imunológica por LT CD8+: citotoxicidade As moléculas de adesão movem os grânulos para interface de contato com a célula alvo - liberação dos grânulos. Com a liberação dos grânulos, há a formação de poros na membrana da células alvo⇒ morte por apoptose (entrada das granzimas, ativação de caspases e ativação da morte celular) 9 NicoleSiqueira de Arruda CB USP FMRP MIGRAÇÃO DE LINFÓCITOS NAS REAÇÕES IMUNE As respostas de células T são iniciadas nos órgãos linfóides secundário, e a fase efetora acontece, principalmente, em sítios de infecção em tecidos periféricos. → Necessidade de migração do linfócito T. Células T naive: migram entre sangue e órgãos linfóides secundários até encontrar CDs que exibam antígenos associados a MHC. Células efetoras: devem migrar de volta para os sítios de infecção, onde atuam destruindo os m.o. As células T efetoras migram para os locais de infecção, pois expressam moléculas de adesão e receptores de quimiocinas que se ligam aos ligantes expressos ou exibidos no endotélio vascular em sítios de infecção. ● Alterações de expressão em moléculas estruturais das células T. ● Endotélio vascular modificado. Os linfócitos T ficam no tecido se encontrarem antígeno no local (reconhecem antígenos a qual foram ativados). - Não encontrou antígeno→ volta para circulação - Encontrou antígeno→ exerce sua função secretora (citocinas) ou citotóxica 10 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Conforme a célula vai sendo ativada, CTLA-4 e PD-1 apresentam função de “desligar” a expansão clonal. ● CTLA-4 tem homologia com a CD28→ interage com a CD80 / CD86 / B7 ● Expressas na superfície do linfócito T→ envia sinal negativo para LT, freando a proliferação. ● Imunoterapias ex.: doenças autoimune (uso de CTLA-4 para ↓ linfócitos) e câncer (quer ↑ resposta LT CD8+) CD28 : B7⇒ sinal + para proliferação CTLA-4 : B7⇒ sinal - para proliferação (bloqueia B7) Anticorpos contra CTLA-4 e contra PD-1⇒ bloqueia essas moléculas → linfócitos com ↑ ativação → ↑ ação de linfócito CD8+ = morte celular por citotoxicidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Abbas, Abul K. Imunologia Celular e Molecular. Disponível em: Minha Biblioteca, (9th edição). Grupo GEN, 2019. Abbas, Abul, K. et al. Imunologia Básica - Funções e Distúrbios do Sistema Imunológico. Disponível em: Minha Biblioteca, (6th edição). Grupo GEN, 2021. 11
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