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01 A revolução industrial e o novo sentido do trabalho - ok

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Anthony
Completamente revisada e atualizada, esta referência única oferece um panorama esclarecedor sobre os últimos acontecimentos 
globais e sobre as novas ideias no campo da sociologia. Os debates clássicos também são minuciosamente abordados, explicando 
até as ideias mais complexas de maneira clara e envolvente.
Escrito de forma fluente e com um estilo atraente, esta obra consegue ser ao mesmo tempo intelectualmente rigorosa e perfeita-
mente acessível a todos os públicos. Sociologia é um livro empolgante e envolvente, que busca ajudar os leitores a compreender 
o valor de pensar sociologicamente.
Destaques da 6ª edição:
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 inteiramente novo sobre guerra e terrorismo.
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 e o entendimento dos leitores.
• Imagens especialmente selecionadas procuram captar o drama cotidiano do mundo social.
Livro-texto campeão de vendas por mais de 20 anos, a 6ª edição estabelece o padrão para o estudo introdutório da sociologia. 
Fonte ideal para estudantes de sociologia e certamente uma inspiração para a nova geração de sociólogos. 
ANTHONY GIDDENS é Ex-Diretor da London School of Economics.
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Anthony Giddens Sociologia
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02516 _Giddens_Sociologia.indd 1 13/03/2017 15:10:32
G453s Giddens, Anthony.
 Sociologia / Anthony Giddens ; tradução: Ronaldo Cataldo 
 Costa ; revisão técnica: Fernando Coutinho Cotanda. – 6. ed. – 
 Porto Alegre : Penso, 2012.
 847 p. : il. color. ; 28 cm.
 ISBN 978-85-63899-26-2
 1. Sociologia. I. Título. 
CDU 316
Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052
Anthony Giddens é ex-diretor da London School of Economics.
Philip W. Sutton é professor na University of Leeds e na Robert Gordon University.
_Livro_Giddens.indb ii_Livro_Giddens.indb ii 03/04/17 10:1903/04/17 10:19
Sociologia 627
Quando estava com 76 anos, pouco depois do final da Se-
gunda Guerra Mundial e uma semana após fazer sua milionési-
ma maçaneta, o chão desgastado faltou mais uma vez sob seus 
pés. “É tudo que eu estava esperando”, ele disse. Desligou o tor-
no e foi até o capataz, um homem jovem o suficiente para ser 
seu neto. “Saio no fim de semana, George”, gritou por sobre o 
ruído das máquinas. Os colegas lhe compraram uma poltrona 
quando saiu: “e quando você gastar o assento dela”, disseram, 
“mandamos o marceneiro para colocar umas tábuas!”. No fim 
do dia na sexta-feira, o capataz o apresentou ao novo aprendiz: 
“apenas coloque-o no rumo certo, está bem?” Jockey sorriu: 
“Olha”, disse para o garoto, “não é difícil. Encosta a barriga con-
tra o torno, com os pés fincados no chão, e manda ver!”
A natureza do trabalho mudou imensamente desde que 
Robert Roberts (1971) descreveu a vida profissional de Jockey 
em sua narrativa clássica, contada em primeira mão, sobre a 
vida em uma favela de Salford durante a primeira parte do sé-
culo XX. Para a maioria das pessoas nos países desenvolvidos, 
o trabalho de Jockey é irreconhecivelmente diferente do seu. 
Este capítulo explora a evolução do trabalho nas sociedades 
modernas e analisa a estrutura das economias modernas. A 
partir daqui, analisamos algumas tendências recentes no tra-
balho. Contudo, devemos antes olhar com mais detalhe o que 
se entende realmente quando usamos o termo “trabalho”.
O que é trabalho?
Podemos definir o trabalho, seja remunerado ou não, como 
a execução de tarefas que exijam esforço mental e físico, que 
tem como objetivo a produção de bens e serviços para aten-
der às necessidades humanas. Uma ocupação, ou um empre-
go, é o trabalho feito em troca de um salário ou um paga-
mento regular. Em todas as culturas, o trabalho é a base da 
economia. O sistema econômico consiste em instituições que 
propiciam a produção e distribuição de bens e serviços.
REFLEXÃO CRÍTICA
Refletindo sobre suas próprias escolhas, que tipo de trabalho 
remunerado você faz ou que tipo de carreira almeja? O que 
lhe atrai nesse tipo de trabalho? Por que você considera es-
ses aspectos atraentes? Sua escolha de trabalho ou carreira 
é influenciada mais por seu status na sociedade ou por sua 
satisfação intrínseca?
Com frequência, tendemos a pensar no trabalho como 
o equivalente a ter um emprego remunerado, como implica 
a noção de estar “sem trabalho”, mas essa na verdade é uma 
visão simplista. O trabalho não remunerado (como fazer tra-
balhos domésticos ou consertar o próprio carro) é uma par-
te importante da vida de muitas pessoas e uma contribuição 
enorme para a continuação das sociedades.
O trabalho voluntário, para organizações de caridade ou 
de outros tipos, é outra forma de trabalho que tem um papel 
social importante, muitas vezes preenchendo as lacunas ig-
noradas pelos prestadores de bens e serviços oficiais e comer-
ciais e aumentando a qualidade de vida das pessoas.
Muitos tipos de trabalho simplesmente não se aplicam a 
categorias ortodoxas de emprego pago. Grande parte do traba-
lho feito na economia informal, por exemplo, não é registrada 
de nenhum modo direto nas estatísticas oficiais de emprego. O 
termo economia informal se refere a transações que ocorrem 
fora da esfera do emprego regular, envolvendo, às vezes, a troca 
de dinheiro por serviços prestados, mas também a troca direta 
de bens ou serviços. Uma pessoa que vem para consertar um 
vazamento, por exemplo, pode ser paga em espécie, sem se dar 
qualquer forma de recibo ou registrar os detalhes do serviço 
prestado. As pessoas trocam bens “baratos” – para não dizer 
roubados – com amigos e conhecidos em troca de outros favo-
res. A economia informal inclui não apenas transações finan-
ceiras “ocultas”, mas também muitas formas de autofavoreci-
mento, que as pessoas realizam dentro e fora de casa. Atividades 
do tipo faça-você-mesmo, ferramentas e aparelhos domésticos, 
por exemplo, proporcionam bens e serviços que, de outra for-
ma, precisariam ser comprados (Gershuny e Miles, 1983).
Se adotarmos uma visão global da experiência do traba-
lho, existem grandes diferenças entre o mundo desenvolvido 
e os países em desenvolvimento. Uma diferença importante é 
que a agricultura continua sendo a principal fonte de empre-
go na maior parte do mundo em desenvolvimento*, ao passo 
que apenas uma proporção mínima das pessoas trabalha na 
agricultura nos países industrializados. De fato, como veremos 
mais adiante neste capítulo, a descrição de “países industria-
lizados” está perdendo espaço rapidamente à medida que a 
mudança para o emprego no setor de serviços avança nessas 
sociedades. De maneira clara, a experiência do trabalho remu-
nerado é bastante diferente entre os ambientes rurais de países 
em desenvolvimento e os escritórios que são típicos do mundo 
desenvolvido. De maneira semelhante, embora nos países de-
senvolvidos exista uma série de leis trabalhistas que protegem 
o horário, a saúde, a segurança e os direitos dos trabalhadores 
há muitos anos, as sweatshops, onde pessoas (incluindo mui-
tas crianças) trabalham durante muitas horas por uma remu-
neração bastante pequena, são comuns nos ambientes menos 
regulados dos países em desenvolvimento (Louie, 2001). Essa 
divisão global do trabalho significa que a maior parte das mer-
cadorias que produzem a tão baixo custo é vendida para os 
trabalhadores relativamente ricos dos países industrializados.
Ver o Capítulo 13, “Desigualdade global”, para mais 
sobre o trabalhoinfantil.»
Os padrões de emprego também são bastante diferentes ao 
redor do mundo. Na maioria dos países desenvolvidos, a econo-
mia informal (às vezes chamada “mercado negro” ou “mercado 
paralelo”) é relativamente pequena se comparada com o setor 
* N. de R.T.: A expressão “mundo em desenvolvimento” é imprecisa e 
sua utilização costuma abrigar uma variedade expressiva de realidade 
economicas, sociais e policas. Classificado como “um desenvolvimento” 
possuem a maior parte da sua força de trabalho ocupada na agricultu-
ra. Na classificação realizada pelo FMI, por exemplo, são considerados 
“paises emergentes” ou “em desenvolvimento” experiências dispares 
como Brasil, Afeganistão, Butão, Argentina, Iraque, Timor-Leste, Mé-
xico, Nambída, dentre outros.
_Livro_Giddens.indb 627_Livro_Giddens.indb 627 03/04/17 10:2703/04/17 10:27
caraujo
Retângulo
Anthony Giddens628
do emprego remunerado formal, embora muitos trabalhadores 
migrantes recentes ganhem a vida nela. Todavia, esse padrão se 
inverte nos países em desenvolvimento, onde a economia in-
formal viceja graças ao trabalho barato e à flexibilidade forçada 
dos trabalhadores. Em muitos países em desenvolvimento, a 
principal experiência ocupacional da maioria das pessoas é no 
setor informal, que muitas vezes é considerado a norma (ver o 
quadro “Sociedade global 20.1”). Embora muitas pessoas pre-
cisem desse trabalho informal para sobreviver, os planos orça-
mentários dos governos são limitados pela consequente perda 
da receita fiscal e, segundo alguns, isso dificulta o desenvolvi-
mento econômico. Mais uma vez, não apenas a experiência do 
trabalho, mas o que ele significa para as pessoas, é potencial-
mente muito diferente em regiões distintas do mundo.
Nigéria “alimentada” pelo mercado negro
A economia da Nigéria é estimada em aproximadamente 42 bi-
lhões de dólares, tornando-a uma das maiores da África. Porém, 
esse número não inclui grande parte da atividade econômica do 
país, que ocorre na economia informal, ou mercado negro. A eco-
nomia informal é onde a maioria dos nigerianos obtém o seu sus-
tento, como mascates, motoristas de van, cambistas ou feirantes.
O governo nigeriano – cujas exportações em dólares foram 
prejudicadas pela queda no preço do petróleo – informal assiste 
muitos dólares de impostos escaparem por meio do mercado ne-
gro desregulamentado. Segundo algumas estimativas, essas re-
ceitas – que não são taxadas ou regulamentadas – somam entre 
40 e 45% do produto interno bruto (PIB).
A salvação do trabalho
Menos da metade da população jovem da Nigéria tem um empre-
go “apropriado”, e muitos deles ganham a vida no mercado ne-
gro. “A maior parte do emprego neste país vem do setor informal”, 
disse um analista nigeriano ao World Business Report da BBC. 
“Grande parte do que mantém as pessoas vivas vem do trabalho 
que fazem no setor informal”.
Além de proporcionar trabalho, o mercado negro geralmente 
é o único local onde as pessoas podem comprar as mercadorias 
de que necessitam. Um banqueiro de Lagos disse ao Word Busi-
ness Report que: “os clientes são as pessoas da rua na Nigéria. Os 
supermercados, os shopping centers não são tão comuns, então a 
maioria das pessoas compra nas feiras”.
“A economia informal realmente é a espinha dorsal da eco-
nomia nigeriana. Ela é a espinha dorsal porque a maioria dos 
serviços que os nigerianos precisam para viver vem do setor in-
formal”, acrescentou o analista nigeriano.
Fonte: BBC News, 3 de dezembro de 2001
(http://news.bbc.co.uk/1/hi/business/1689165.stm)
Sociedade global 20.1 A dependência da Nigéria de uma economia informal
O comércio de rua é um direito comum na Nigéria.
_Livro_Giddens.indb 628_Livro_Giddens.indb 628 03/04/17 10:2703/04/17 10:27
http://news.bbc.co.uk/1/hi/business/1689165.stm
Sociologia 629
Ter um emprego remunerado é importante por todas as 
razões listadas, particularmente no mundo desenvolvido – 
mas a categoria de “trabalho” é muito mais ampla, incluindo 
o trabalho na economia informal. O trabalho doméstico, que 
tradicionalmente é realizado principalmente por mulheres, 
costuma não ser remunerado, embora possa ser bastante di-
fícil e exaustivo. Iremos explorar o trabalho doméstico com 
mais detalhe por meio dos estudos clássicos de Ann Oakley 
sobre o tema (ver o quadro “Estudos clássicos 20.1”).
Uma das principais questões de interesse para os sociólo-
gos é como o envolvimento crescente das mulheres no mer-
cado afetou a divisão doméstica do trabalho. Se a quantidade 
de trabalho doméstico não diminuiu, mas menos mulheres 
hoje são donas de casa em horário integral, conclui-se que os 
deveres domésticos devem ser organizados de maneira bas-
tante diferentes hoje em dia.
Transformando a organização social 
do trabalho
Um dos aspectos mais característicos do sistema econômi-
co das sociedades modernas é a existência de uma divisão 
do trabalho altamente complexa: o trabalho é dividido em 
um número enorme de ocupações diferentes, nas quais as 
pessoas se especializam. Nas sociedades tradicionais, o tra-
balho não agrícola implica o conhecimento de um ofício. Os 
ofícios eram aprendidos no decorrer de um longo período 
de aprendizado, e o trabalhador normalmente executava to-
dos os aspectos do processo de produção, do começo ao fim. 
Por exemplo, para fazer um arado, o ferreiro fundia o ferro, 
moldava-o e montava o implemento. Com a ascensão da pro-
dução industrial moderna, a maioria dos ofícios tradicionais 
desapareceu totalmente, substituída por habilidades que fa-
zem parte de processos de produção em maior escala. Jockey, 
cuja história de vida discutimos no começo deste capítulo, 
é um exemplo. Ele passou toda a vida profissional fazendo 
uma única tarefa altamente especializada, outras pessoas na 
fábrica lidavam com outras tarefas específicas.
A sociedade moderna também testemunhou uma mu-
dança na localização do trabalho. Antes da industrializa-
ção, os principais trabalhos ocorriam em casa e eram feitas 
coletivamente por todas as pessoas da família. Os avanços 
na tecnologia industrial, como máquinas que operam com 
eletricidade e carvão, contribuíram para a separação entre o 
trabalho e o lar. As fábricas privadas se tornaram os pontos 
focais do desenvolvimento industrial: as máquinas e equipa-
mentos se concentravam dentro delas, e a produção em mas-
sa começou a ofuscar o trabalho artesanal de pequena escala 
e baseado no lar. As pessoas que procuravam emprego nas 
fábricas, como Jockey, eram treinadas para realizar uma tare-
fa especializada e recebiam um salário por esse trabalho. Os 
gerentes, que se preocupavam em implementar técnicas para 
aumentar a produtividade e a disciplina dos trabalhadores, 
supervisionavam o desempenho dos empregados.
O contraste na divisão do trabalho entre as sociedades 
tradicionais e modernas é verdadeiramente extraordinário. 
Mesmo nas maiores sociedades tradicionais, geralmente não 
havia mais de 20 ou 30 ofícios principais, juntamente com pa-
péis especializados, como mercador, soldado e padre. Em um 
sistema industrial moderno, existem literalmente milhares de 
ocupações distintas. Por exemplo, o censo britânico lista apro-
ximadamente 20 mil ocupações distintas na economia britâni-
ca. Em comunidades tradicionais, a maior parte da população 
trabalhava em fazendas e era autossuficiente do ponto de vista 
econômico. Produziam seus próprios alimentos, roupas e ou-
tras necessidades da vida. Um dos principais aspectos das so-
ciedades modernas, em contrapartida, é uma expansão enorme 
da interdependência econômica. Somos todos dependentes de 
um número imenso de outros trabalhadores – atualmente espa-
lhados por todo o mundo – para os produtos e serviços que dão 
suporte a nossas vidas. Com poucas exceções, a grande maioria 
das pessoas nas sociedades modernas não produz a comida que 
come, as casas onde vive ou os bens materiais que consome.
Os primeiros sociólogos escreveram amplamente sobre as 
consequências potenciais da divisão do trabalho – paraos tra-
balhadores individuais e para a sociedade como um todo. Karl 
Marx foi um dos primeiros autores a especular que o desenvol-
vimento da indústria moderna reduziria o trabalho de muitas 
pessoas a tarefas desinteressantes e tediosas. Segundo Marx, a 
divisão do trabalho aliena os seres humanos de sua ocupação. 
Para Marx, a alienação se refere a sentimentos de indiferença 
ou hostilidade não apenas em relação ao trabalho, mas tam-
bém à estrutura geral de produção industrial dentro do mo-
delo capitalista. Nas sociedades tradicionais, segundo Marx, o 
trabalho era exaustivo – os camponeses, às vezes, trabalhavam 
da aurora ao anoitecer. Ainda assim, os camponeses tinham 
um grau verdadeiro de controle sobre seu trabalho, que exi-
gia muito conhecimento e habilidade. Muitos trabalhadores 
industriais, em comparação, têm pouco controle sobre seus 
trabalhos, contribuindo apenas com uma pequena fração para 
a criação do produto total, e não têm influência sobre como 
ou para quem ele será vendido. Os marxistas argumentariam 
que, para trabalhadores como Jockey, o trabalho parece algo 
estranho, uma tarefa que deve ser cumprida para ganhar uma 
renda, mas que é intrinsecamente insatisfatória.
Durkheim tinha uma perspectiva mais otimista sobre 
a divisão do trabalho, embora também reconhecesse seus 
efeitos potencialmente nocivos. Segundo Durkheim, a es-
pecialização dos papéis fortaleceria a solidariedade social 
nas comunidades. Em vez de viver como unidades isoladas 
e autossuficientes, as pessoas estariam ligadas por sua de-
pendência mútua. A solidariedade seria promovida pelas re-
lações multidirecionais de produção e consumo. Durkheim 
considerava esse modelo altamente funcional, embora tam-
bém estivesse ciente de que a solidariedade social poderia ser 
perturbada se a mudança fosse rápida demais. Ele se referia a 
esse senso resultante de falta de normas como anomia.
Talvez seja importante rever a síntese das obras de 
Durkheim e Marx no Capítulo 1, “O que é sociologia?”»
Taylorismo e fordismo
Escrevendo por volta de dois séculos atrás, Adam Smith, um 
dos fundadores da economia moderna, identificou as vanta-
gens que a divisão do trabalho proporcionava em aumento 
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Anthony Giddens630
O problema de pesquisa
Talvez você pense que “trabalho” seja exclusivamente aquilo que 
ocorre no mundo do comércio, agricultura e indústria. Antes da 
década de 1970, os estudos sociológicos sobre o trabalho se con-
centravam no emprego pago nessa esfera, a pública. Porém, esse 
enfoque ignorava a esfera doméstica e simplesmente pressupu-
nha que o que acontecia nas famílias era assunto privado. Toda-
via, essas premissas arraigadas foram totalmente sacudidas pela 
segunda onda de feminismo, que desafiou a ideia de que a vida 
pessoal não era relevante para os sociólogos. Mas como essas 
premissas haviam se difundido tanto em primeiro lugar? Qual é 
a relação entre o trabalho pago e as tarefas domésticas? Por que 
elas são vistas como uma esfera exclusivamente feminina? Ann 
Oakley investigou essas questões em dois livros afins publicados 
em 1974, The Sociology of Housework e Housewife.
A visão de Oakley
Oakley (1974b) argumenta que o trabalho doméstico, em sua forma 
atual no Ocidente, passou a existir com a separação entre o lar e 
o local de trabalho. Com a industrialização, o “trabalho” passou 
a ocorrer longe do lar e da família, e o lar se tornou um local de 
consumo, em vez de um local para a produção de bens e merca-
dorias. O trabalho doméstico então se tornou “invisível”, à medida 
que o “trabalho real” passou a ser definido cada vez mais como 
aquele que recebe um pagamento direto, de maneira significativa, 
o trabalho doméstico ficou percebido como o domínio “natural” das 
mulheres, enquanto o campo do “trabalho real” fora da casa era 
reservado para os homens. Nesse modelo convencional, a divisão 
doméstica do trabalho – a maneira em que as responsabilidades 
em casa são compartilhadas pelos membros da família – era bas-
tante clara. As mulheres (donas de casa) davam conta da maioria 
das tarefas domésticas, ou mesmo de todas, enquanto os homens 
“proviam” para a família, ganhando um “salário familiar”.
O período de desenvolvimento do “lar” separado também as-
sistiu a outras mudanças. Antes das invenções e facilidades trazi-
das pela industrialização, o trabalho no lar era difícil e exaustivo. 
Lavar as roupas da semana, por exemplo, era uma tarefa pesada 
e difícil. A introdução da água encanada quente e fria nas casas 
acabou com muitas tarefas demoradas, antes, era preciso carre-
gar a água até a casa e aquecê-la, como ainda ocorre em grande 
parte do mundo em desenvolvimento. A eletricidade e o gás en-
canado tornaram os fogões a lenha e carvão obsoletos, acabando 
com a necessidade de obrigações como cortar lenha regularmen-
te, carregar o carvão e limpar o fogão constantemente.
Ainda assim, segundo Oakley, a quantidade média de tempo 
que as mulheres gastam no trabalho doméstico não diminuiu de 
maneira notável, mesmo depois da introdução de equipamentos 
para economizar tempo. A quantidade de tempo que as mulhe-
res britânicas sem emprego remunerado gastam no trabalho do-
méstico permaneceu constante, pois, agora, as casas devem ser 
limpas com mais cuidado do que antes. Os aparelhos domésticos 
eliminaram alguns dos deveres mais pesados, mas novas tarefas 
ocuparam o seu lugar. O tempo gasto com os filhos, guardando 
compras em casa e preparando refeições aumentou. Esse traba-
lho doméstico não remunerado representa entre 25 e 40% da 
riqueza criada nos países industrializados. Um estudo britânico 
sobre o uso do tempo estimou que, se o trabalho doméstico fosse 
Estudos clássicos 20.1 Ann Oakley, sobre o trabalho doméstico e o papel da dona de casa
As mulheres muitas vezes seguem uma dupla jornada, em casa e no emprego remunerado.
_Livro_Giddens.indb 630_Livro_Giddens.indb 630 03/04/17 10:2703/04/17 10:27
Sociologia 631
da produtividade. Seu trabalho mais famoso, A Riqueza das 
Nações (1776), começa com uma descrição da divisão do tra-
balho em uma fábrica de alfinetes. Uma pessoa trabalhando 
sozinha talvez conseguisse fazer 20 alfinetes por dia. Todavia, 
decompondo-se o trabalho em diversas operações simples, dez 
trabalhadores trabalhando em funções especializadas em coo-
peração poderiam produzir coletivamente 48 mil alfinetes por 
dia. A taxa de produção por trabalhador, em outras palavras, 
aumenta de 20 para 4.800 alfinetes, e cada operador especia-
lizado produz 240 vezes mais do que se trabalhasse sozinho.
Mais de um século depois, essas ideias chegaram a sua 
expressão máxima nos escritos de Frederick Winslow Taylor 
(1865-1915), um consultor administrativo norte-americano. A 
abordagem de Taylor ao que chamou de “administração cientí-
fica” envolvia o estudo detalhado de processos industriais para 
pago, ele renderia 700 bilhões para a economia (ONS, 2002a). 
Oakley argumenta que o trabalho doméstico que não é reconhe-
cido e recompensado, na verdade, sustenta o restante da eco-
nomia, prestando serviços gratuitos dos quais dependem muitos 
daqueles que têm empregos remunerados.
A devoção integral das mulheres às tarefas domésticas tam-
bém pode ser um grande fator de isolamento, alienação e falta 
de satisfação intrínseca. As donas de casa no estudo de Oakley 
(1974) consideravam as tarefas domésticas bastante monótonas 
e tinham dificuldade para fugir da pressão psicológica autoim-
posta para cumprir certos padrões que estabeleciam para seu 
trabalho. Como o trabalho doméstico não é remunerado e não 
traz nenhuma gratificação monetária direta, as mulheres tiram 
satisfação e gratificações psicológicas de cumprir padrões de lim-
peza e ordem, que sentem como regras impostas externamente. 
Ao contrário dos homens trabalhadores, as mulheres não podem 
deixar o “local de trabalho” ao final do dia.
As formas de trabalho remunerado e não remunerado estão 
intimamenteinter-relacionadas, como demonstra a contribuição 
das donas de casa para a economia geral. E, embora algumas mu-
lheres entrevistadas tenham dito que eram “seus próprios chefes” 
em casa, Oakley argumenta que isso era ilusório. Enquanto os 
homens trabalham em um horário fixo e evitam tarefas domés-
ticas adicionais, todas as tarefas domésticas extras, como cuidar 
de filhos, cônjuges e parentes idosos doentes, significam um au-
mento no horário de trabalho das mulheres, que são consideradas 
“cuidadoras naturais” no lar. Isso significa que os homens tendem 
a separar o trabalho e o lazer de maneira clara, e consideram que 
tarefas extras invadem o seu tempo de lazer protegido, mas, para 
as mulheres, isso faz pouco sentido, pois elas não vivenciam essa 
divisão clara do tempo. Oakley também considera que o traba-
lho remunerado traz consigo uma renda, que cria uma relação 
desigual de poder, tornando as donas de casa dependentes do 
cônjuge para sua sobrevivência econômica e a de suas famílias.
Pontos de crítica
Alguns críticos discordam do argumento de Oakley de que o pa-
triarcado, em vez da classe social, era o fator mais significativo para 
explicar a divisão generificada do trabalho doméstico. Os críticos 
argumentam que isso negligenciaria diferenças importantes entre 
os lares da classe trabalhadora e da classe média, no que diz res-
peito à tomada de decisões e ao compartilhamento de recursos. As 
mudanças sociais recentes também levantaram a questão de se 
as mulheres trabalhadoras realmente carregam um “fardo dobrado” 
maior do que os homens, tendo que combinar o trabalho remu-
nerado com o trabalho doméstico. Gershuny (1992), por exemplo, 
afirma que houve mudanças reais que, até certo grau, equilibraram 
a quantidade de trabalho em muitos lares. Ele observa que a quan-
tidade de trabalho dos homens tem aumentado e, se medirmos a 
quantidade total de trabalho (pago e doméstico) realizado por ho-
mens e mulheres, está havendo um processo real de equiparação, 
embora a adaptação da sociedade ao aumento no número de mu-
lheres que trabalham tenha ficado um pouco para trás. Portanto, 
também podemos esperar que as posturas das gerações mais jo-
vens mudem à medida que a socialização se dê em situações fami-
liares mais igualitárias. O estudo de Sullivan (2000) sobre a divisão 
temporal corrobora a conclusão otimista de Gershuny. Ela descobriu 
que, desde o final da década de 1950, a proporção feminina das 
tarefas domésticas havia caído em torno de um quinto em todas as 
classes sociais e, quanto mais as mulheres trabalhavam em empre-
gos remunerados, menor era seu comprometimento de tempo com 
as tarefas domésticas. O que esses estudos sugerem é que talvez 
Oakley tenha sido pessimista demais em relação às perspectivas de 
mudança nas relações de gênero domésticas.
Relevância contemporânea
O trabalho de Ann Oakley foi imensamente influente nas décadas 
de 1970 e de 1980, quando os estudos feministas ampliaram o es-
tudo sociológico das relações de gênero e domésticas. E, apesar 
das questões legítimas levantadas por críticos mais recentes, suas 
ideias continuam importantes. Mesmo o trabalho de Gershuny, 
Sullivan e outros autores reconhece que, embora existam mudanças 
sociais em andamento, de um modo geral, as mulheres continuam 
a fazer mais trabalho doméstico do que os homens. Isso corrobora a 
alegação de Oakley de que as sociedades ocidentais têm posturas e 
premissas profundamente arraigadas sobre o que constitui o “lugar 
adequado“ das mulheres dentro da esfera doméstica.
Mais recentemente, Crompton e colaboradores (2005) obser-
varam que, à medida que pressões econômicas globais aumentam 
a competição e forçam as empresas a exigir um comprometimento 
maior de seus trabalhadores (principalmente homens), o processo 
de equiparação está “parado”. As posturas em relação à divisão 
doméstica do trabalho estavam se tornando menos tradicionais, 
mas as práticas reais dentro dos lares haviam, em alguns países, 
incluindo o Reino Unido, revertido para um padrão mais tradicional.
De maneira clara, existe muita pesquisa comparativa por fa-
zer sobre o impacto das mudanças econômicas globais na divisão 
do trabalho doméstico, mas a pesquisa de Ann Oakley na década 
de 1970 convenceu os sociólogos de que o entendimento das 
sociedades e da mudança social deve envolver uma análise das 
relações nas situações domésticas, tanto quanto na esfera públi-
ca do trabalho e emprego remunerado.
REFLEXÃO CRÍTICA
Qual era a sua experiência na infância com a divisão gene-
rificada do trabalho doméstico? Que memórias você tem de 
seus pais, tios e avós realizando tarefas domésticas? Será que 
as coisas mudaram muito nas novas gerações? Que aspectos 
você acredita que mudaram mais – o trabalho doméstico, 
criação dos filhos, pagamentos de contas, cuidados de paren-
tes doentes, e assim por diante? Que aspectos têm sido mais 
resistentes à mudança e por que você acha que isso ocorre?
_Livro_Giddens.indb 631_Livro_Giddens.indb 631 03/04/17 10:2703/04/17 10:27
Anthony Giddens632
decompô-los em operações simples que pudessem ser crono-
metradas e organizadas com precisão. O taylorismo, também 
denominada de “administração científica”, não era apenas um 
estudo acadêmico, mas um sistema de produção projetado para 
maximizar a produção industrial e teve um grande impacto, 
não apenas na organização da produção e tecnologia industrial, 
mas também na política do local de trabalho. Em particular, os 
estudos de Taylor sobre o tempo e o movimento tiraram do tra-
balhador o controle sobre o conhecimento do processo de pro-
dução, colocando-o firmemente nas mãos da administração, 
implodindo a base sobre a qual os trabalhadores manuais man-
tinham sua autonomia em relação a seus empregadores (Bra-
verman, 1974). Desse modo, o taylorismo passou a ser ampla-
mente associado à desespecialização e degradação do trabalho.
Os princípios do taylorismo foram usados pelo indus-
trialista Henry Ford (1863-1947). Ford criou sua primei-
ra fábrica de automóveis em Highland Park, Michigan, em 
1908, para fabricar apenas um produto – o Ford Modelo T 
– envolvendo a introdução de ferramentas especializadas e 
maquinário criado para conferir velocidade, precisão e sim-
plicidade de operação. Uma das inovações mais significativas 
de Ford foi a introdução da linha de montagem, supostamen-
te inspirada pelos matadouros de Chicago, onde os animais 
eram decompostos parte por parte ao longo de uma linha 
móvel. Cada trabalhador na linha de montagem de Ford ti-
nha uma tarefa especializada, como encaixar as maçanetas da 
porta esquerda à medida que os carros andassem ao longo da 
linha. Em 1929, quando a produção do Modelo T terminou, 
haviam sido produzidos mais de 15 milhões de carros.
Ford estava entre os primeiros a entender que a produ-
ção em massa exige mercados de massa. Ele raciocinou que, 
para que mercadorias padronizadas como o automóvel pu-
dessem ser produzidas em uma escala cada vez maior, tam-
bém seria preciso garantir a presença de consumidores que 
pudessem comprá-las. Em 1914, Ford deu o passo inédito de 
aumentar os salários unilateralmente em sua fábrica em De-
arborn, Michigan, para 5 dólares por um dia de oito horas 
– um salário bastante generoso para a época e que garantia 
um estilo de vida de classe média, incluindo a propriedade 
de um automóvel. Conforme diz David Harvey: “o propósito 
do dia de cinco dólares e oito horas era, apenas em parte, ga-
rantir a obediência dos trabalhadores à disciplina necessária 
para operar o sistema altamente produtivo da linha de mon-
tagem. Coincidentemente, ele também visava proporcionar 
renda suficiente para que os trabalhadores consumissem os 
produtos feitos em massa que as corporações venderiam em 
quantidades cada vez maiores” (1989, p. 126). Ford também 
recrutou os serviços de um pequeno exército de assistentes 
sociais, que foram enviados aos lares dos trabalhadores para 
educá-los nos hábitos de consumo apropriados.
Fordismo é o nome usadopara designar o sistema de 
produção em massa ligado ao cultivo de mercados de mas-
sa. Em determinados contextos, o termo tem um significado 
mais específico, referindo-se a um período histórico no de-
senvolvimento do capitalismo do pós-guerra, em que a pro-
dução em massa era associada à estabilidade nas relações la-
borais e a um grau elevado de sindicalização. Sob o fordismo, 
as empresas assumiram compromissos de longo prazo com 
os trabalhadores, e os salários eram ligados ao crescimento 
da produtividade. Desse modo, os acordos coletivos – acor-
dos formais negociados entre as empresas e os sindicatos, que 
especificavam as condições de trabalho, como salários, direi-
tos adquiridos, benefícios e assim por diante – formavam um 
“círculo virtuoso” que garantia o consentimento do trabalha-
dor para regimes de trabalho automatizado e demanda sufi-
ciente para mercadorias produzidas em massa. Considera-se 
que o sistema acabou na década de 1970, abrindo espaço para 
maior flexibilidade e insegurança nas condições de trabalho.
As razões para o declínio do fordismo são complexas e 
intensamente debatidas. À medida que empresas em uma va-
riedade de setores adotaram os métodos de produção fordis-
tas, o sistema encontrou certas limitações. Em um momento, 
parecia que o fordismo representava o futuro da produção in-
dustrial como um todo. Porém, isso não se provou verdadeiro. 
O sistema somente pode ser aplicado naqueles setores, como 
a fabricação de carros, que fabricam produtos padronizados 
para mercados grandes. Construir linhas de produção mecani-
zadas é muito caro e, depois que um sistema fordista está esta-
belecido, ele se torna bastante rígido. Para alterar um produto, 
por exemplo, necessita-se de um reinvestimento substancial. A 
produção fordista é fácil de copiar, se houver verba suficiente 
para montar a fábrica. Porém, as empresas em países onde a 
mão de obra é cara têm dificuldade para competir com aquelas 
onde existe mão de obra mais barata. Esse foi um dos fatores 
que levaram à ascensão da indústria automobilística japonesa 
(embora os níveis salariais no Japão não sejam mais baixos) e, 
subsequentemente, a da Coreia do Sul.
Todavia, as dificuldades com o fordismo e o taylorismo 
se estendem além da necessidade de equipamentos caros. O 
fordismo e o taylorismo são o que alguns sociólogos indus-
triais chamam de sistemas de baixa confiança. Os empregos 
são determinados pela administração e são voltados para as 
máquinas. Aqueles que executam as tarefas são supervisiona-
dos minuciosamente e têm pouca autonomia. Para manter a 
disciplina e padrões elevados de qualidade na produção, os 
empregados são monitorados constantemente por meio de 
diversos sistemas de vigilância.
A vigilância no trabalho e em outras organizações é 
discutida no Capítulo 18, “Organizações e redes”.»
Entretanto, essa supervisão constante tende a produzir 
o resultado oposto ao pretendido: o comprometimento e a 
moral dos trabalhadores costumam diminuir, pois eles têm 
pouca voz quanto à natureza de seu trabalho e como ele é 
executado. Em locais de trabalho com muitas posições de 
baixa confiança, o nível de insatisfação e absenteísmo dos 
trabalhadores é elevado, e o conflito trabalhista é comum.
Um sistema de alta confiança, em comparação, é aquele 
em que os trabalhadores podem controlar o ritmo, e mesmo 
o conteúdo do seu trabalho, dentro de diretrizes gerais. Esses 
sistemas geralmente se concentram nos níveis superiores de 
organizações industriais. Como veremos, os sistemas de alta 
confiança se tornaram mais comuns em muitos locais de tra-
balho nas últimas décadas, transformando a própria maneira 
como pensamos sobre a organização e execução do trabalho.
_Livro_Giddens.indb 632_Livro_Giddens.indb 632 03/04/17 10:2703/04/17 10:27
Sociologia 633
Globalização e pós-fordismo
Nas últimas décadas, foram introduzidas práticas flexíveis em 
diversas esferas, incluindo o desenvolvimento de produtos, 
técnicas de produção, estilos de administração, ambientes de 
trabalho, envolvimento dos empregados e marketing. O traba-
lho em grupo, as equipes de resolução de problema, o trabalho 
polivalente, a atuação em nichos de mercado são apenas algu-
mas das estratégias que as empresas têm adotado para tentar 
se reestruturar e aproveitar as oportunidades apresentadas na 
economia global. Alguns analistas sugerem que, vistas coleti-
vamente, essas mudanças representam um afastamento radical 
dos princípios do fordismo, eles reconhecem que estamos ope-
rando em um período que deve ser melhor entendido como 
pós-fordismo. A expressão foi popularizada por Michael Piore 
e Charles Sabel em The Second Industrial Divide (1984), e des-
creve uma nova era de produção econômica capitalista, na qual 
a flexibilidade e a inovação são maximizadas para satisfazer as 
demandas do mercado por produtos diversos e customizados.
Todavia, a ideia do pós-fordismo é problemática. O ter-
mo é usado em referência a um conjunto de mudanças sobre-
postas que estão ocorrendo, não apenas no domínio do tra-
balho e da vida econômica, mas na sociedade como um todo. 
Alguns autores afirmam que a tendência para o pós-fordismo 
pode ser vista em esferas tão diversas quanto a política parti-
dária, os programas de bem-estar social e as opções de estilo 
de vida e consumo. Embora os observadores da sociedade 
contemporânea possam apontar para muitas das mesmas 
mudanças, não existe consenso sobre o significado exato do 
pós-fordismo ou, de fato, se essa sequer é a melhor maneira 
de entender o fenômeno que temos testemunhado.
Apesar da confusão em torno do termo, nas últimas dé-
cadas, surgiram várias tendências diferentes no mundo do 
trabalho, que parecem representar um afastamento claro das 
práticas fordistas anteriores. Entre elas, a descentralização do 
trabalho, a diminuição dos níveis hierárquicos, a ideia da pro-
dução flexível e customização em massa, a difusão da produ-
ção global e a introdução de uma estrutura ocupacional mais 
aberta. Analisaremos exemplos das primeiras três tendências, 
antes de analisar algumas críticas da tese pós-fordista.
Produção em equipe grupo
A produção em equipe grupo – o trabalho colaborativo em 
lugar de linhas de montagem – tem sido usada em conjunto 
com a automação como forma de reorganizar o trabalho. A 
ideia subjacente é aumentar a motivação o envolvimento do 
trabalhador, deixando grupos de trabalhadores atuarem con-
juntamente em processos de produção em equipe, em vez de 
exigir que cada trabalhador passe o dia inteiro fazendo uma 
única tarefa repetitiva, como inserir os parafusos na maçane-
ta da porta de um carro.
Um exemplo de produção em grupo são os círculos de 
controle de qualidade (CCQ): grupos de 5 a 20 trabalhadores 
que se reúnem regularmente para estudar e resolver problemas 
com a produção. Os trabalhadores que pertencem aos círculos 
de qualidade recebem treinamento extra, proporcionando-lhes 
contribuir com conhecimento técnico para a discussão de ques-
tões relacionadas com a produção. Os CCQ começaram nos Es-
tados Unidos, foram adotados por várias empresas japonesas, 
e depois repopularizados em economias ocidentais na década 
de 1980. Eles representam um rompimento em relação às pre-
missas do taylorismo, pois reconhecem que os trabalhadores 
possuem o conhecimento necessário para contribuir para a de-
finição e metodologia das tarefas que executam.
Os efeitos positivos da produção em grupo para os traba-
lhadores podem ser a aquisição de novas habilidades, maior 
autonomia, menor supervisão gerencial e mais orgulho em 
relação aos bens e serviços que produzem. Todavia, estudos 
identificaram várias consequências negativas da produção 
em equipe. Mesmo que a autoridade gerencial direta seja 
menos visível em um processo em equipe, existem outras 
formas de monitoramento, como a supervisão por outros tra-
balhadores da equipe. A socióloga norte-americana Laurie 
Graham foi trabalhar na linha de montagem da fábrica de 
carros japonesa Subaru-Isuzuem Indiana, nos Estados Uni-
dos, e observou que a pressão dos outros empregados para 
aumentar a produtividade era impiedosa.
Para mais sobre os modelos japoneses de 
organização empresarial, ver o Capítulo 18, 
“Organizações e redes”.»
Uma colega de trabalho lhe disse que, depois de se sentir 
entusiasmada em relação ao conceito de equipe, ela observou 
que a supervisão dos colegas era apenas um novo modo de 
gestão para levar as pessoas a trabalhar “até morrer”. Graham 
(1995) também observou que a Subaru-Isuzu usava o con-
ceito de produção em grupo como um meio de resistir aos 
sindicatos, sob o argumento de que, se a administração e 
os trabalhadores estivessem no mesmo “time”, não haveria 
conflito entre os dois. Em outras palavras, um bom “joga-
dor de equipe” não reclama. Na fábrica da Subaru-Isuzu onde 
Graham trabalhou, as demandas por maior salário ou menos 
responsabilidades eram consideradas falta de cooperação do 
empregado. Estudos como o de Graham levaram sociólogos a 
concluir que, embora os processos de produção baseados na 
equipe proporcionassem oportunidades para formas menos 
monótonas de trabalho, os sistemas de poder e controle con-
tinuavam iguais no local de trabalho.
Produção flexível e customização em massa
Uma das mudanças mais importantes nos processos de pro-
dução ao redor do mundo nos últimos anos foi a introdução 
do computer aided desing (CAD), projeto assistido por com-
putador, e do computer aied manufactoring (CAM), fabricação 
assistida por computador, que auxiliaram á tornar a produção 
flexível. Embora o taylorismo e o fordismo fossem bons para a 
produção em massa (cujos produtos eram sempre iguais) para 
mercados de massa, eles não conseguiam dar conta de pedidos 
pequenos de mercadorias, muito menos de mercadorias fei-
tas especificamente para um cliente individual. A capacidade 
limitada dos sistemas taylorista e fordista de customizar seus 
produtos é refletida na famosa frase de Henry Ford sobre o 
primeiro carro produzido em massa: “as pessoas podem ter o 
modelo T em qualquer cor – desde que seja preto”. Os designs 
computadorizados, juntamente com outras formas de tecnolo-
_Livro_Giddens.indb 633_Livro_Giddens.indb 633 03/04/17 10:2703/04/17 10:27
gia informatizada, mudaram essa situação de maneira radical. 
Stanley Davis fala da emergência da “customização em massa”: 
as novas tecnologias permitem a produção em grande escala 
de objetos criados para clientes específicos. É possível produ-
zir cinco mil camisetas por dia em uma linha de montagem. 
Hoje se pode customizar cada uma das camisetas com a mes-
ma rapidez, e sem um custo maior que o necessário para pro-
duzir as cinco mil camisetas idênticas (Davis, 1988).
Embora a produção flexível tenha trazido benefícios para 
os consumidores e a economia como um todo, o efeito sobre os 
trabalhadores não foi totalmente positivo. Embora os trabalha-
dores aprendam novas habilidades e tenham trabalhos menos 
monótonos, a produção flexível pode criar todo um novo con-
junto de pressões, que resultam na necessidade de coordenar 
cuidadosamente o complexo processo de produção e de obter 
resultados rápidos. O estudo de Laurie Graham sobre a fábrica 
da Subaru-Isuzu documentou casos em que os trabalhadores 
ficavam esperando até o último minuto por partes críticas do 
processo de produção. Como resultado, empregados eram for-
çados a trabalhar mais tempo e mais intensamente para acom-
panhar o horário de produção, sem compensação adicional.
Tecnologias como a internet podem ser usadas para soli-
citar informações sobre consumidores individuais e, assim, fa-
bricar produtos segundo suas especificações. Os entusiasma-
dos proponentes argumentam que a customização em massa 
oferece nada menos do que uma nova Revolução Industrial, 
um acontecimento tão significativo quanto a introdução de 
técnicas de produção em massa no século passado. Todavia, 
os céticos são rápidos em apontar que, da forma que se pratica 
hoje em dia, as customizações em massa criam apenas uma 
ilusão de escolha – na realidade, as opções disponíveis para o 
cliente pela internet não são maiores do que as oferecidas por 
um típico catálogo de encomenda postal (Collins, 2000).
Um dos fabricantes que levaram a customização em massa 
mais adiante é a fábrica de computadores Dell. Os clientes que 
desejarem comprar um computador do fabricante devem en-
trar na internet – a empresa não mantém lojas – e navegar pelo 
website da Dell, onde podem selecionar a mistura de caracte-
rísticas que quiserem. Depois de feito o pedido, um computa-
dor é construído segundo as especificações e enviado – geral-
mente dentro de alguns dias. De fato, a Dell virou de cabeça 
para baixo a maneira tradicional de construir um produto: as 
empresas antes construíam o produto primeiro, e depois se 
preocupavam em vendê-lo; hoje, os customizadores em massa 
como a Dell vendem antes e constroem depois. Essa mudança 
tem consequências importantes para a indústria. A necessida-
de de manter estoques de peças – um custo importante para os 
fabricantes – foi dramaticamente reduzida. Além disso, uma 
proporção cada vez maior da produção é terceirizada. Assim, 
a transferência rápida de informações entre fabricantes e for-
necedores – também facilitada pela tecnologia da internet – é 
essencial para a implementação da customização em massa.
Mesmo onde a produção foi customizada, como no setor eletrônico, ainda pode haver elementos da linha de produção.
_Livro_Giddens.indb 634_Livro_Giddens.indb 634 03/04/17 10:2703/04/17 10:27
Sociologia 635
Produção global
As mudanças na produção industrial incluem não apenas 
como os produtos são manufaturados, mas também onde eles 
são feitos, como vimos no exemplo da boneca Barbie no Ca-
pítulo 4. Durante grande parte do século XX, as organizações 
empresariais mais importantes eram grandes empresas ma-
nufatureiras que controlavam a produção de mercadorias e 
sua venda final. Empresas automobilísticas gigantes, como a 
Ford e a General Motors nos Estados Unidos, tipificam essa 
abordagem. Essas empresas empregam milhares de operá-
rios, que fabricam tudo, desde componentes individuais até 
os carros finais, que são vendidos nas concessionárias dos 
fabricantes. Esses processos de produção dominados pela 
manufatura são organizados como grandes burocracias, con-
troladas, muitas vezes, por uma única firma.
Durante os últimos 20 ou 30 anos, contudo, outra for-
ma de produção se tornou importante – a qual é controlada 
por varejistas gigantes. Na produção dominada pelo varejo, 
empresas como a norte-americana Wal-Mart – que, no ano 
2000, era a segunda maior corporação do mundo – compram 
produtos dos fabricantes, por sua vez, providenciam que seus 
produtos sejam fabricados por outras empresas.
Os sociólogos norte-americanos Edna Bonacich e Ri-
chard Appelbaum (2000) mostram que, na fabricação de 
roupas, a maioria dos fabricantes não emprega nenhum tra-
balhador têxtil. Ao contrário, eles contam com milhares de 
fábricas ao redor do mundo para fazer suas roupas, que ven-
dem em lojas de departamento e outras lojas de varejo. Os 
fabricantes de roupas não possuem nenhuma dessas fábricas 
e, portanto, não são responsáveis pelas condições em que as 
roupas são feitas. Dois terços de todas as roupas vendidas nos 
Estados Unidos são feitos em fábricas fora do país, onde os 
trabalhadores recebem uma fração dos salários norte-ameri-
canos. (Na China, os trabalhadores terão sorte se ganharem 
40 dólares – pouco mais de 20 libras – por mês.) Bonacich 
e Appelbaum argumentam que essa competição resulta em 
uma “corrida global ao fundo”, na qual varejistas e fabrican-
tes irão a qualquer lugar sobre a Terra onde possam pagar os 
salários mais baixos possíveis. Um dos resultados disso é que 
grande parte das roupas que usamos atualmente provavel-
mente terá sido fabricada em sweatshops por trabalhadores 
jovens – muitas vezes meninas adolescentes – que recebem 
meros centavos para fazer roupas ou tênis que sãovendidos 
por dezenas, se não milhares, de libras.
Críticas ao pós-fordismo
Embora reconheçam que transformações estão ocorrendo 
no mundo do trabalho, alguns analistas rejeitam o rótulo 
do “pós-fordismo”. Uma crítica comum é que os analistas 
pós-fordistas estão exagerando ao afirmar que as práticas 
fordistas foram abandonadas. O que estamos testemunhan-
do não é uma transformação total, como os defensores do 
pós-fordismo afirmam, mas a integração de algumas aborda-
gens novas com as técnicas fordistas tradicionais. Esse argu-
mento tem sido adotado por aqueles que alegam que estamos 
passando por um período de “neo-fordismo” – ou seja, mo-
dificações nas técnicas fordistas tradicionais (Wood, 1989).
Foi sugerido que a ideia de uma transição fácil e linear 
de técnicas fordistas para pós-fordistas superestima a verda-
deira natureza do trabalho nos dois extremos. Anna Pollert 
(1988) argumenta que as técnicas fordistas nunca foram tão 
arraigadas quanto alguns sugerem. Também é um exagero, 
segundo ela, dizer que a era da produção em massa passou, 
em favor da flexibilidade total. Ela aponta que as técnicas de 
produção em massa ainda dominam muitos setores, especial-
mente aqueles voltados para os mercados consumidores. Se-
gundo Pollert, a produção econômica sempre se caracterizou 
por uma diversidade de técnicas, em vez de uma abordagem 
unificada e padronizada.
A natureza mutável do 
trabalho e do emprego
A estrutura ocupacional em todos os países industrializados 
tem mudado de forma bastante substancial desde o início do 
século XX. No começo do século XX, o mercado de trabalho 
era dominado por empregos de colarinho azul na manufa-
tura, mas, com o tempo, o equilíbrio alternou-se para posi-
ções de colarinho branco no setor de serviços. A Tabela 20.1 
mostra o declínio gradual do trabalho operário e a ascensão 
do setor de serviços no Reino Unido desde 1981. Em 1900, 
mais de três quartos da população empregada do Reino Uni-
do estava no trabalho braçal (de colarinho azul). Por volta de 
28% deles eram trabalhadores especializados, 35% eram se-
miespecializados e 10% eram não especializados. Os empre-
gos profissionais e de colarinho branco existiam em números 
relativamente baixos. Na metade do século, os trabalhadores 
braçais compunham menos de dois terços da população em 
empregos remunerados, e o trabalho não manual havia se ex-
pandido de maneira correspondente. Entre 1981 e 2006, os 
empregos na manufatura haviam reduzido de 31% para ape-
nas 17% (homens) e de 18% para 6% (mulheres).
Existe um debate considerável sobre por que essas mu-
danças ocorreram, mas parece haver várias razões. Uma é a 
introdução constante de máquinas para economizar com mão 
de obra, culminando na difusão da tecnologia da informática 
na indústria nos últimos anos. Outra é a ascensão do setor 
manufatureiro fora do Ocidente, particularmente no Extremo 
Oriente. As antigas indústrias das sociedades ocidentais tive-
ram grandes cortes por causa da sua incapacidade de com-
petir com os produtores mais eficientes do Extremo Oriente, 
cujos custos com mão de obra são menores.
Para mais sobre esse tema, ver o Capítulo 4, 
“Globalização e o mundo em mudança”.»
A globalização da produção econômica, juntamente com 
a disseminação da tecnologia da informação, está alterando 
a natureza dos trabalhos que a maioria das pessoas faz. Con-
forme discutido no Capítulo 11, “Estratificação e classe so-
cial”, a proporção de pessoas que trabalham em empregos de 
colarinho azul nos países industriais caiu progressivamente, 
e uma consequência importante disso é o declínio da partici-
pação nos sindicatos.
_Livro_Giddens.indb 635_Livro_Giddens.indb 635 03/04/17 10:2703/04/17 10:27
caraujo
Retângulo
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.

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