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Técnicas de terapia cognitiva- manual do terapeuta - Robert Leahy (1)

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Prévia do material em texto

I
Robert L. Leahy
Técnicas de 
terapia Cognitiva
manual do terapeuta
"Um tesouro de técnicas e estratégias em terapia
cognitiva. Oferece todas as ferramentas que o 
terapeuta precisa para uma terapia cognitiva efetiva." 
_________________________Aaron T. Beck, M.D.
"Em um estilo cuidadoso, de leitura agradável, Leahy 
descreve técnicas específicas, explica os motivos de 
cada intervenção, ajuda o leitor na implementação 
das técnicas abordadas, apresenta exemplos clínicos 
e soluções para possíveis dificuldades. O profissional 
pode escolher as intervenções que apresentam maior 
probabilidade de dar certo em um determinado plano 
de tratam ento... Eu leciono a matéria de Terapia 
Cognitivo-comportamental e adotarei este texto nessa ; 
disciplina."
__________________Arthur Freeman, Ed.D., ABPP
Uma companhia indispensável, este livro possui 
ferramentas úteis para a intervenção dos terapeutas 
cognitivos, sejam eles iniciantes ou experientes. É 
detalhada uma imensa variedade de técnicas 
baseadas em evidências, podendo ser utilizadas em 
problemas e desafios terapêuticos específicos. Os 
terapeutas irão redescobrir - ou aprender pela 
primeira vez - inúmeras maneiras efetivas de 
identificar e contestar pensamentos e crenças 
nucleares, de modificar padrões de preocupação, 
autocrítica e busca de aprovação, de avaliar 
esquemas pessoais, de intervir em processos 
emocionais e de estimular novas experiências para os 
pacientes. Cada técnica é detalhadamente descrita, 
no estilo acessível que caracteriza Robert L. Leahy, 
e ilustrada com exemplos de casos neste livro 
que contém mais de 80 formulários e fichas a serem 
utilizados com os pacientes.
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
V
artmed grupo ^
Conhecimento que transforma.
BIBLIOTECA ARTM ED
Terapia cognitivo-comportamental
ABREU, C.N. - Psicoterapias cognitiva e construtivista: novas fronteiras da prática clínica 
ABREU-RODRIGUES, RIBEIRO & COLS.- Análise do comportamento: pesquisa, teoria e aplicação 
BASCO, M. - Transtorno bipolar: terapia cognitivo-comportamental - Guia do terapeuta 
BASCO, M. - Transtorno bipolar: terapia cognitivo-comportamental - Manual do paciente 
BAUM, W. - Compreender o behaviorismo: comportamento, cultura e evolução (2.ed. rev. ampl.) 
BECK & ALFORD - O poder integrador da terapia cognitiva
BECK, FREEMAN, DAVIS & COLS. - Terapia cognitiva dos transtornos de personalidade (2.ed.) 
BECK, RUSH & SHAW - Terapia cognitiva da depressão 
BECK, J.S. - Pense magro: a dieta definitiva de Beck 
BECK, J.S. - Terapia cognitiva: teoria e prática
BECK, J.S. - Teoria cognitiva para desafios clínicos: o que fazer quando o básico não funciona
BIELLING; MCCABE; ANTONY & COLS.-Terapia cognitivo-comportamental em grupos
BIRMAHER, B. - Guia para crianças e adolescentes com transtorno bipolar
CORDIOLI, A. V.-Vencendo o transtorno obsessivo-compulsivo: manual de terapia cognitivo- 
comportamental para pacientes e terapeutas
DATTILIO & FREEMAN - Estratégias cognitivo-comportamentais de intervenção 
em situações de crise
DATTILIO & PADESKY - Terapia cognitiva com casais 
DOBSON, K.S. - Manual de terapias cognitivo-comportamentais
FRIEDBERG & MCCLURE - A prática clínica de terapia cognitiva com crianças e adolescentes
GREENBERGER & PADESKY - A mente vencendo o humor: mude como você se sente, 
mudando o modo como você pensa
KNAPP & COLS.-Terapia cognitivo-comportamental na prática psiquiátrica
KNAPP & COLS.-Terapia cognitivo-comportamental no Transtorno de Déficit de 
Atenção/Hiperatividade - Manual do Paciente
KNAPP & COLS.-Terapia cognitivo-comportamental no Transtorno de Déficit de 
Atenção/Hiperatividade - Manual do Terapeuta
LEAHY, R.L. - Como lidar com as preocupações
LEAHY, R.L. - Técnicas de terapia cognitiva
MARLATT, G.A. - Prevenção de recaída
MCMULLIN, R.E. - Manual de técnicas de terapia cognitiva
MOREIRA & MEDEIROS - Princípios básicos de análise do comportamento
RANGÉ, B. - Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a psiquiatria
STALLARD, P. - Bons pensamentos-bons sentimentos: manual de terapia cognitivo- 
comportamental pra crianças e adolescentes
STALLARD, P. - Guia do terapeuta para os bons pensamentos-bons sentimentos: utilizando 
a terapia cognitivo-comportamental com crianças e adolescentes
SAFREN; SPRICH, PERLMAN, OTTO - Dominando oTDAH adulto: programa de tratamento 
cognitivo-comportamenta - guia do terapeuta
SAFREN; SPRICH, PERLMAN, OTTO - Dominando o TDAH adulto: programa de tratamento 
cognitivo-comportamenta - manual do paciente
WRIGHT, BASCO &THASE - Aprendendo com a terapia cognitivo-comportamental
YOUNG, J. E. - Terapia cognitiva para transtornos da personalidade: 
uma abordagem focada no esquema
YOUNG; KLOSKO & WEISHAAR - Terapia do esquema: Guia de técnicas cognitivo 
comportamentais inovadoras
Técnicas de Terapia Cognitiva
A Artmed é a editora oficial da ABP
Robert. L. Leahy, Ph.D. Presidente da International Association for Cognitive Psycho- 
therapy. Fundador e Diretor do American Institute for Cognitive Therapy da cidade de 
Nova York (www.CognitivetherapyNYC.com). Professor Associado de Psicologia Clínica 
do Departamento de Psiquiatria da Cornell University Medicai School. Ex-editor do 
Journal o f Cognitive Psychotherapy.
L434t Leahy, Robert L.
Técnicas de terapia cognitiva: manual do terapeuta / Robert L. Leahy; 
tradução Maria Adriana Veríssimo Veronese, Luzia Araújo. - Porto Alegre: 
Artmed, 2006.
360 p. ; 25 cm.
ISBN 978-85-363-0726-8
1. Psicologia - Terapia cognitivo-comportamental. I. Título.
CDU 615.851
Catalogação na publicação: Júlia Angst Coelho - CRB 10/1712
http://www.CognitivetherapyNYC.com
Robert L. Leahy
Técnicas de Terapia Cognitiva
manual do terapeuta
Tradução:
Maria Adriana Veríssimo Veronese 
Luzia Araújo
Consultoria, supervisão e revisão técnica desta edição:
Irismar Reis de Oliveira 
Professor Titular de Psiquiatria da Universidade Federal da Bahia (UFBA) 
Terapeuta Cognitivo formado pelo Beck Institute 
Membro Fundador (Founding Fellow) da Academy of Cognitive Therapy (ACT) 
Membro da International Association of Cognitive Psychotherapy (IACP)
Reimpressão 2008
2 0 0 6
Obra originalmente publicada sob o título: Cognitive Therapy Techniques: A practitioner’s Guide 
ISBN 1-57230-905-9
©2003, Robert L. Leahy, Published by arrangement with the Guilford Press 
Capa: Gustavo M acri
Preparação de originais: Solange Canto Loguercio 
Leitura final: Carla Rosa Araújo 
Supervisão editorial: M ônica Ballejo Canto 
Editoração eletrônica: Laser H ouse
Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à 
ARTMED® EDITORA S.A.
Av. Jerônimo de Orneias, 670 - Santana
90040-340 Porto Alegre RS
Fone (51) 3027-7000 Fax (51) 3027-7070
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, 
sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, 
fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Editora.
SÃO PAULO
Av. Angélica, 1091 - Higienópolis
01227-100 São Paulo SP
Fone (11) 3665-1100 Fax (11) 3667-1333
SAC 0800 703-3444
IMPRESSO NO BRASIL 
PRINTED1NBRAZIL
Dedicado a David Bums
Agradecimentos
Gostaria de agradecer a Seymour Weingarten, editor-chefe da Guilford Press, por seu apoio. Mi­nha experiência com a Guilford tem sido invariavelmente positiva. Meu editor na Guilford, Jim 
Nageotte, ajudou-me na organização e na apresentação dos conceitos neste livro. Espero continuar 
colaborando com Jim, Seymour e a Guilford.
A idéia deste livro surgiu de discussões em um excelente restaurante no Soho, na cidade de 
Nova York - diante de uma refeição vietnamita no “Can”. Uma vantagem de ser autor em Nova 
York é o prazer de uma refeição ocasional acompanhada por uma excelente discussão. Estávamos 
discutindo o projeto de Treatm entplans and interventionsfor depression and anxiety disorders, em 
co-autoria com Stephen J. Holland. Seymour e sua equipe acreditavam que seria necessário um 
livro separadosobre técnicas, especialmente por eu haver listado quase 100 técnicas com exemplos 
no Treatment plans. O presente livro é resultado dessa discussão.
Gostaria de agradecer aos meus colegas do American Institute for Cognitive Therapy da cidade 
de Nova York, especialmente à minha colega de tanto tempo, Laura Oliff. Em discussões semanais de 
casos durante os últimos 10 anos, discuti quase tudo o que posteriormente publiquei. Os profissionais 
interessados na formação avançada em terapia cognitiva podem entrar em contato conosco pelo site 
www.CognitiveTherapyNYC.com. Meus assistentes editoriais e de pesquisa - Randye Semple e David 
Fazzari (ambos da Columbia University) - ajudaram imensamente na montagem do manuscrito.
Talvez a pessoa mais influente no desenvolvimento do meu pensamento a respeito das técni­
cas seja o meu antigo mentor, e atualmente bom amigo, David Burns. Muitos dos leitores reconhe­
cerão a contribuição importantíssima de David para o desenvolvimento e treinamento em muitas 
das técnicas deste livro. Ter David como supervisor foi uma das experiências mais importantes da 
minha vida profissional.
Também tive a sorte de estudar com Aaron “Tim” Beck no Center for Cognitive Therapy, na Uni­
versidade da Pensilvânia. Tim foi um sábio modelo da prática de cavar mais profundamente para 
compreender a lógica subjacente das crenças dos pacientes. Meu trabalho, hoje, ainda é influenciado 
por esse estilo de pensamento inquiridor e construtor de teorias. Todo o campo da terapia cognitiva 
começou com o trabalho inicial de Tim na década de 1960. Até hoje ele continua contribuindo para 
o nosso entendimento da esquizofrenia, dos transtornos da personalidade e da depressão.
http://www.CognitiveTherapyNYC.com
Prefácio
Você se percebe utilizando as mesmas técnicas cognitivas com a maioria - se não todos - dos seus pacientes? Você se sente paralisado, usando o mesmo saco de verdadeiros “truques” gas­
tos, e com poucas alternativas? Acho que todos nós, às vezes, sentimos isso. Muitos se sentem 
aprisionados por padrões conhecidos, utilizando táticas clínicas que funcionaram na maioria das 
vezes ou em algumas situações. Ao agir assim, deixamos de lado a grande variedade de aborda­
gens que podem nos dar flexibilidade e fazer um mundo de diferença para os nossos pacientes.
Perguntei a muitos terapeutas cognitivos: “Que técnicas você geralmente usa?”. As mesmas 
poucas técnicas surgem repetidamente: identificação do pensamento, análise de custo-benefício, 
exame das evidências. Essas são técnicas válidas e não estou sugerindo que você as descarte. Mas, 
se o repertório de intervenções às quais recorremos for limitado, a terapia pode não progredir mui­
to ou até mesmo permanecer superficial. E, o que pode ser pior, nosso entusiasmo pelo processo 
acaba sendo solapado pela rotina que estabelecemos.
Escrevi este livro tanto para os novos terapeutas, que não querem ficar limitados a uma sim­
ples lista de poucas técnicas, quanto para os terapeutas experientes, que podem dele derivar idéias 
de como expandir a terapia cognitiva, ao empregar técnicas que sejam novas para eles.
Um fato empolgante referente à terapia cognitiva é que novas técnicas, novas estratégias e 
novas conceituações vêm sendo desenvolvidas ao longo do tempo. Conforme o campo se ampliou, 
pesquisadores e terapeutas refinaram e testaram inúmeras intervenções terapêuticas que podem 
ser aplicadas no trabalho com nossos pacientes. Organizei este livro em torno de certas categorias 
de intervenções ou técnicas, começando com muitas das técnicas tradicionais para identificar e 
avaliar pensamentos e pressupostos. Recorri a trabalhos recentes sobre os modelos cognitivos de 
preocupações e ruminações, e também a algumas técnicas do modelo focado nos esquemas, para 
examinar como as novas técnicas de terapia cognitiva podem ajudar em uma gama de problemas 
dos pacientes.
Dada a inclinação filosófica de grande parte da terapia cognitiva, não é nenhuma surpresa eu 
ter dedicado um capítulo separado à identificação e modificação de erros de lógica e processamento 
falho da informação, e à colocação dos eventos em uma perspectiva histórica e filosófica. Acredi­
to que o processamento emocional é tão importante para a psicopatologia quanto as “distorções
x P re fá c io
cognitivas”. Com isso em mente, escrevi o capítulo sobre técnicas emocionais e experienciais, com 
a intenção de ampliar o componente “sentimento” e a validade ecológica da terapia cognitiva. O 
capítulo sobre o exame e a contestação das distorções cognitivas será uma ferramenta útil para os 
terapeutas que estiverem procurando rápida orientação. Se o paciente for um “adivinho do futuro”, 
que técnicas podemos usar?
Finalmente, apresento dois capítulos com diálogos ocorridos durante a sessão a fim de for­
necer ao leitor uma idéia de como as técnicas que descrevo são utilizadas na prática. Escolhi a 
necessidade de aprovação e a autocrítica como os problemas-alvo, já que esses problemas comuns 
esião por trás da depressão e de grande parte dos transtornos de ansiedade.
Os oito primeiros capítulos possuem uma estrutura organizacional comum - identificação e 
definição da técnica, exemplos de perguntas a ser formuladas, ilustração da aplicação da técnica 
por meio de um diálogo clínico, tarefas de casa para o paciente, possíveis problemas que podem 
surgir e como tratá-los, referência cruzada com outras técnicas e formulários de auto-ajuda para 
os pacientes.
Finalmente, um breve alerta. Não acredito em “terapia da técnica”. Vejo cada técnica como 
o início de uma investigação sobre os pensamentos e os sentimentos do paciente. As técnicas nos 
permitem coletar novos dados, criar e expandir nossa conceituação e ampliar e aprofundar o nosso 
relacionamento com o paciente. As técnicas podem ser usadas para abrir uma janela, examinar mais 
cuidadosamente e ver as coisas em uma perspectiva diferente. A terapia cognitiva não se reduz a 
técnicas: ao contrário, as técnicas nos permitem com eçar a terapia cognitiva. Com essa nova varie­
dade de técnicas, você será capaz de trabalhar colaborativamente com seus pacientes em diferentes 
“pontos de entrada” para testar e modificar pensamentos e pressupostos e para lhes oferecer habili­
dades de auto-ajuda mais efetivas. Se seu paciente experimentar uma técnica e esta não funcionar 
naquele momento, será tranquilizador saber que existem outras 10 que ele pode utilizar.
Sumário
Introdução.............................................................................................. 17
Capítulo 1 Evocação de Pensamentos e Pressupostos........................................... 23
Capítulo 2 Avaliação e Contestação dos Pensamentos........................................... 53
Capítulo 3 Avaliação de Pressupostos e R e g ra s .................................................... 83
Capítulo 4 Avaliação das Preocupações..................................................................118
Capítulo 5 Processamento de Informações e Erros de Lógica...............................174
Capítulo 6 Colocação das Coisas em Perspectiva..................................................206
Capítulo 7 Terapia Focada nos Esquem as............................................................. 240
Capítulo 8 Técnicas de Processamento Em ocional............................................... 283
Capítulo 9 Exame e Contestação das Distorções Cognitivas................................. 308
Capítulo 10 Modificação da Necessidade de Aprovação...........................................322
Capítulo 11 Desafio à Autocrítica..............................................................................335
Capítulo 12 Comentários F in a is ................................................................................ 349
Referências............................................................................................351
ín d ic e ..................................................................................................... 355Lista de Formulários
Formulário 1.1 Formulário de Auto-ajuda: Como os Pensamentos Criam Sentim entos...................... 43
Formulário 1.2 Formulário de Auto-ajuda: A Técnica A-B-C.................................................................. 44
Formulário 1.3 Pensamentos versus Possíveis Fatos............................................................................. 45
Formulário 1.4 Formulário de Auto-ajuda: Avaliação das Emoções e C renças.................................... 46
Formulário 1.5 Registro do Grau de Crença no Pensamento................................................................ 47
Formulário 1.7 Categorização das Distorções Cognitivas...................................................................... 49
Formulário 1.8 Uso da Seta Descendente (Se Meu Pensamento Fosse Verdade,.................................. 50
Por Que Isso Me Incomodaria?)
Formulário 1.9 Uso da Seta Descendente (Se Meu Pensamento Fosse Verdade, Por Que.................... 51
Isso Me Incomodaria?) - Cálculo da Sequência de Probabilidades
Formulário 1.10 Avaliação do Pensamento N egativo............................................................................. 52
Formulário 2.1 Definição dos Term os..................................................................................................... 74
Formulário 2.2 Análise de Custo-Benefício........................................................................................... 75
Formulário 2.3 Exame das Evidências................................................................................................... 76
Formulário 2.4 Exame da Qualidade das Evidências.............................................................................. 77
Formulário 2.5 Desempenho do Papel de seu Próprio Advogado de Defesa......................................... 78
Formulário 2.6 Dramatização de Ambos os Lados do Pensamento....................................................... 79
Formulário 2.7 Avaliação dos Rótulos Negativos.................................................................................. 80
Formulário 2.8 Busca de Variações....................................................................................................... 81
Formulário 2.9 Modificação dos Pensamentos Negativos com a Modificação....................................... 82
do Comportamento
14 R o b e rt L. Leahy
Formulário 3.1 Avaliação de Pressupostos, Regras e Padrões............................................................ 105
Formulário 3.2 Formulário de Auto-ajuda: Monitoração de Pressupostos, Regras e Padrões.............. 106
Formulário 3.3 Exame e Contestação de Afirmações do Tipo “Deveria” ...............................................107
Formulário 3.4 Identificação de Crenças Condicionais........................................................................ 108
Formulário 3.5 Clarificação de Valores................................................................................................. 109
Formulário 3.6 Sistema Universal de Valores........................................................................................110
Formulário 3.7 Fazer Progressos em vez de Tentar a Perfeição............................................................ 111
Formulário 3.8 Aprendizado a Partir dos Lapsos................................................................................. 112
Formulário 3.9 Diagrama de Conceituação do Caso............................................................................ 113
Formulário 3.10 Transformação do Trabalho em Diversão: Transformação de C rít ic a ..........................114
e Derrota/Desapontamento em Curiosidade
Formulário 3.11 Transformação de Antigas Regras/Pressupostos em Novas..........................................115
Regras/Pressu postos
Formulário 3.12 Avaliação e Atuação de Acordo com Regras/Pressupostos Mais Adaptados..............116
Formulário 3.13 Minha Nova Declaração de Direitos............................................................................ 117
Formulário 4.1 Automonitoramento das Preocupações........................................................................152
Formulário 4.2 Custos e Benefícios da Preocupação............................................................................ 153
Formulário 4.3 Questionário Metacognitivo..........................................................................................154
Formulário 4.4 Transformação de Preocupações em Previsões............................................................ 158
Formulário 4.5 Teste das Previsões Negativas..................................................................................... 159
Formulário 4.6 Avaliação das Previsões Negativas Passadas...............................................................160
Formulário 4.7 Revisão da Forma como Lidou com Eventos Negativos Ocorridos.............................. 161
no Passado
Formulário 4.8 Ponto-Contraponto........................................................................................................162
Formulário 4.9 Aprendizado com as Previsões Não-Confirmadas........................................................163
Formulário 4.10 Preocupações Produtivas e Improdutivas......................................................................164
Formulário 4.11 Tempo de Preocupação................................................................................................. 165
Formulário 4.12 Como Tornar os Pensamentos Testáveis......................................................................166
Formulário 4.13 Identificação das Previsões Negativas.......................................................................... 167
Formulário 4.14 Inundação com Incertezas............................................................................................ 168
Formulário 4.15 Máquina do T e m p o ..................................................................................................... 169
Formulário 4.16 Por Que os Outros Não se Importarão Mais Tarde com Meu. ......................................170
Comportamento “Negativo”
Formulário 4.17 Negação de “Problemas”...............................................................................................171
Formulário 4.18 Preocupação da Fantasia Temida.................................................................................172
Formulário 4.19 Prática da Aceitação..................................................................................................... 173
Formulário 5.1 Utilização de Todas as Informações............................................................................ 195
Formulário 5.2 Formulário de Auto-ajuda: Busca mais Completa de Informações.............................. 196
Formulário 5.3 Estimativas de Probabilidades dos Eventos.................................................................197
Formulário 5.4 Exame dos Erros de Lógica.......................................................................................... 198
Formulário 5.5 Observação de Padrões Que Podem Não Existir..........................................................199
T é c n ic a s d e T e r a p ia C o g n it iv a 1 5
Formulário 5.6 Desafio às Falsas Dicotomias........................................................................................ 200
Formulário 5.7 Extração dos Aspectos Absurdos dos Pensamentos......................................................201
Formulário 5.8 Indução de Humor e Pensamentos Alternativos.......................................................... 202
Formulário 5.9 Exame do Efeito de Recentidade................................................................................. 203
Formulário 5.10 Falácias nos Argumentos: Análise das Crenças Negativas.......................................... 204
Formulário 6.1 Exercício do Gráfico em Forma de T o rta ......................................................................229
Formulário 6.2 Exercício do Continuum...............................................................................................230
Formulário 6.3 Exercício do Duplo-padrão...........................................................................................231
Formulário 6.4 Observação a Partir da Sacada....................................................................................232
Formulário 6.5 Consideração das Alternativas...................................................................................... 233
Formulário 6.6 Comparações com o Ponto Zero....................................................................................234
Formulário 6.7 Despolarização das Comparações............................................................................... 235
Formulário 6.8 Como os Outros Lidaram com Isso?.............................................................................236
Formulário 6.9 Desenvolvimento de Novas Maneiras de Avaliar uma Qualidade.................................237
Formulário 6.10 Pedido de Coisas Importantes para Você......................................................................238
Formulário 6.11 Exame das Oportunidades e Novos Significados.......................................................... 239
Formulário 7.1 Questionário de Crenças Pessoais............................................................................... 264
Formulário 7.2 Guia para Compreender os Esquemas...........................................................................272
Formulário 7.3 Esquiva e Compensação de Esquemas........................................................................ 275
Formulário 7.4 Desenvolvimento de Motivação para Modificar os Esquemas..................................... 277
Formulário 7.5 Lembranças Primordiais dos Esquem as...................................................................... 278
Formulário 7.6 Redação de uma Carta Dirigida à Fonte dos Esquemas...............................................279
Formulário 7.7 Contestação dos Esquemas Pessoais...........................................................................280
Formulário 7.8 A Vida Através das Lentes de um Esquema Diferente................................................. 281
Formulário 7.9 Efeitos do Esquema Positivo........................................................................................ 282
Formulário 8.1 Diário das Emoções...................................................................................................... 297
Formulário 8.2 Redação de uma H istória.............................................................................................298
Formulário 8.3 Identificação dos Pontos de Te n sã o .............................................................................299
Formulário 8.4 Escala de Esquemas Emocionais de Le a h y................................................................. 300
Formulário 8.5 Quatorze Dimensões da Escala de Esquemas Emocionais de L e a h y..........................302
Formulário 8.6 Esquemas Emocionais: Dimensões e Intervenções......................................................304
Formulário 8.7 Reformulação da História.............................................................................................307
Introdução
O modelo da terapia cognitiva baseia-se na visão de que estados estressantes como depressão, ansiedade e raiva frequentemente são mantidos ou exacerbados por maneiras de pensar exage­
radas ou tendenciosas. O papel do terapeuta é ajudar o paciente a reconhecer seu estilo idiossincrá­
tico de pensamento e a modificá-lo pela aplicação da evidência e da lógica. Portanto, a terapia cog­
nitiva origina-se de uma linha antiga e respeitada de modelos baseados na razão, como os diálogos 
socráticos fundamentados na lógica e o método aristotélico de coleta e categorização de informações 
sobre o mundo real. O modelo cognitivo - que enfatiza o papel central da cognição na emoção e do 
processamento esquemático como fator determinante no processamento da informação - reflete a 
revolução cognitiva ocorrida no campo da psicologia na década de 1970 (Leahy, 1996).
Os terapeutas cognitivos engendram nos pacientes um pensamento científico e racional 
ao pedir que sejam examinados os pressupostos que levam a estados depressivos ou ansiosos. 
Além disso, os terapeutas ajudam os pacientes a examinar a validade de certas afirmações, 
coletando evidências que as contradizem. Também examinam o significado, ou a falta de signi­
ficado, dos conceitos evidentes que os indivíduos deprimidos ou ansiosos usam para censurar a 
si mesmos - e que podem incluir conceitos sem nenhum referencial empírico, como “pessoa sem 
valor” ou “perdedor”.
A terapia cognitiva tem um débito conceituai com o trabalho filosófico de Husserl (1960) 
sobre fenomenologia; na verdade, a terapia cognitiva é fenomenologia, no sentido de que descreve 
e analisa as categorias de experiências. A diferença entre Beck, o pioneiro da terapia cognitiva, e 
o filósofo Husserl é que o primeiro oferece um método para testar a experiência fenomenológica: 
testar os próprios pensamentos em comparação com a realidade.
Essa “realidade” é um sistem a aberto. Portanto, o modelo cognitivo é construtivista, na exten­
são em que o “conhecedor" - aqui, o terapeuta e o paciente - jamais terá todos os fatos. Não existe 
nenhum teste completo das informações. Conhecer, no mundo empírico, é mais uma afirmação de 
probabilidades do que de certezas. As previsões baseiam-se em informações incompletas - sempre. O 
reconhecimento de que o pensamento inferencial é sempre incompleto, indeterminado e probabilístico 
é um componente essencial da perspectiva do terapeuta cognitivo. Assim, quando o paciente exige 
certeza - “Sim, mas eu poderia ser aquele cujo avião cai!" -, o terapeuta cognitivo deve reconhecer
18 R o b e rt L. Leahy
que probabilidades existenciais são reais e não podem ser eliminadas. A verdadeira pergunta, para 
o paciente que exige certeza, é: Por que é tão difícil aceitar a incerteza?. Isso nos leva a uma nova 
abordagem da “necessidade de conhecimento” do paciente - a necessidade de prever com certeza. 
Examinar essa necessidade geralmente revela que o paciente vê a “certeza” como parte do desejo de 
controle absoluto, sem o qual ocorrerá algum desastre.
O terapeuta pede ao paciente que examine a preponderância das evidências a fim de chegar 
a tentativas de conclusões e que continue cético a respeito de todas as formas de conhecimento. 
Enfatizo essa atitude para deixar bem clara minha visão de que o terapeuta cognitivo não deve 
tornar-se um “líder de torcida” do pensamento positivo. Devemos evitar a impressão caricaturada 
por Stuart Smalley, do programa Saturday Night Live, da NBC, que deseja que seus convidados 
pensem: “Você é suficientemente bom, suficientemente esperto e as pessoas gostam de você!”. A 
terapia cognitiva não é um processo de estimular as defesas ou favorecer o “poder do pensamento 
positivo”. Ao contrário, ela demonstra o poder do pensamento realista - isto é, na extensão em que 
se pode conhecer a realidade.
O sistema de conhecimento sobre o qual a terapia cognitiva se baseia é aberto. Novos fatos, 
novas experiências, ou, inclusive, novas necessidades e preferências podem surgir a qualquer mo­
mento. Portanto, o terapeuta cognitivo apresenta ao paciente uma visão pragm ática do conheci­
mento - em essência, formulando a pergunta central: “Como esse pensamento vai afetá-lo?”. Por 
exemplo, o terapeuta cognitivo pode perguntar: “Que consequências (isto é, que custos ou benefí­
cios) você vai vivenciar ao acreditar que precisa conseguir a aprovação de todos?”. Igualmente, o 
terapeuta pode sugerir que o paciente teste a crença de que as consequências de não obter a apro­
vação serão desastrosas. Essa testagem envolveria experimentos comportamentais como exercícios 
de assertividade, por meio dos quais o paciente aprende que sentir desaprovação (ou desaprovar 
alguém) geralmente não resulta em nenhuma mudança na vida real. Tais experimentos testam, de 
forma pragmática, o terror evocado pela crença.Um teste pragmático dos pensamentos intrusivos repetitivos que ocorrem no transtorno ob- 
sessivo-compulsivo inclui a inundação: o medo do pensamento - ou da fusão pensamento-ação 
(Rachman, 1993) - pode ser testado fazendo que o paciente repita o pensamento temido. Assim, 
a obsessão, por exemplo: “Se eu disser ao Diabo que vá para o Inferno, serei fulminado”, pode ser 
revertida abandonando-se a supressão do pensamento e fazendo-se justamente o oposto: trazen­
do-se o pensamento à consciência plena e repetindo-o 500 vezes. Da mesma forma, exatamente 
como os pensamentos intrusivos podem ser “testados” pela exposição, também o podem aqueles 
que induzem ao pânico (Wells, 1997a).
O terapeuta cognitivo reconhece que a análise e a descrição racionais dos processos de pen­
samentos podem não ser suficientes para produzir mudanças. A evocação da emoção, o desenvol­
vimento da motivação e as técnicas experienciais que ativem novas experiências fenomenológicas 
e sentimentos também podem ser essenciais. O paciente talvez precise confrontar a realidade com 
novos pensamentos e comportamentos, a fim de experimentar, em nível emocional, a importância 
existencial de uma resposta “racional” ou, simplesmente, de uma nova maneira de pensar. Os tera­
peutas cognitivos ajudam os pacientes a colocar pensamentos em ação por meio de experimentos 
comportamentais que transformam o insight em prática.
Alguns críticos da terapia cognitiva argumentam que esta é excessivamente racional e simplis­
ta, mais um exercício de palavras do que de emoção. Incluí um capítulo sobre técnicas experienciais 
da terapia focada nas emoções, bem como parte do meu trabalho sobre processamento emocional. 
É essencial equilibrar as técnicas de terapia cognitiva com empatia, validação e entrevista motiva- 
cional - estilos de condução da terapia que ajudarão o paciente a ver as intervenções cognitivas 
como emocionalmente relevantes. Muitas vezes, pergunto-me, todavia, como os críticos explicam as 
extraordinárias mudanças nas emoções que a terapia cognitiva provoca em indivíduos deprimidos 
e ansiosos. Afinal, se a terapia cognitiva ajuda as pessoas a ficar menos deprimidas e ansiosas, ela 
está tratando a emoção da maneira mais importante - modificando os sentimentos negativos.
Té cn ic a s de Te ra p ia C o g n itiva 19
Os terapeutas que praticam a terapia cognitiva frequentemente parecem ter suas “técnicas 
favoritas”. Alguns utilizam muito a organização de atividades, o exame das evidências e os regis­
tros diários de pensamentos disfuncionais, enquanto outros preferem as técnicas de dramatização 
racional, duplo-padrão e testagem das previsões. O problema desse repertório circunscrito é que 
diferentes técnicas funcionam para diferentes clientes e problemas. Quando me torno obsessivo e 
ruminativo (meus passatempos favoritos), crio um registro de pensamentos disfuncionais e estabe­
leço estratégias para a solução de problemas. Isso funciona comigo, mas pode não funcionar com 
outros que têm o mesmo padrão. Este livro é uma tentativa de oferecer aos terapeutas diferentes 
técnicas cognitivas que poderão ser úteis em uma variedade de problemas com os quais nos con­
frontamos na terapia.
Há alguns anos, um terapeuta em formação me perguntou: “Como você sabe que pergunta 
fazer?”. Eu imaginei que ele estivesse querendo saber “qual técnica” usar. Inicialmente, achei que 
não era uma pergunta muito boa - provavelmente porque eu não tinha a resposta pronta - , mas 
logo percebi que era uma excelente pergunta (e lamentei que não tivesse sido formulada por mim). 
Anos depois, ainda não tenho a resposta, mas tenho inúmeras técnicas. Os leitores interessados 
talvez encontrem numerosas técnicas que ainda não utilizaram (e sobre as quais nunca ouviram 
falar). Mas, o mais provável é que este compêndio de técnicas seja um valioso “lembrete”, isto é, 
algo que estimulará sua memória e o ajudará a reconhecer que às, digamos, cinco técnicas que 
você está utilizando atualmente com seu paciente podem ser somadas outras 50 que você não 
empregou nos últimos meses (ou anos).
Os três primeiros capítulos - “Evocação de Pensamentos e Pressupostos”, ‘Avaliação e Con­
testação dos Pensamentos” e ‘Avaliação de Pressupostos e Regras” - fornecem uma visão geral 
das técnicas básicas utilizadas na terapia cognitiva. Esses capítulos devem ser lidos em sequência. 
0 Capítulo 4, ‘Avaliação das Preocupações”, pode parecer focado nos problemas associados aos 
transtornos de ansiedade - especialmente o transtorno de ansiedade generalizada - , mas as técni­
cas ali apresentadas são aplicáveis a qualquer problema em que sejam ativadas previsões negati­
vas. Os Capítulos 5 e 6, “Processamento de Informações e Erros de Lógica” e “Colocação das Coisas 
em Perspectiva”, permitirão que os terapeutas auxiliem os pacientes que saltam para conclusões 
não justificadas pelos fatos, lógica ou contexto. O Capítulo 7, “Terapia Focada nos Esquemas”, re­
visa técnicas úteis na avaliação dos esquemas pessoais. O Capítulo 8, “Técnicas de Processamento 
Emocional”, examina as diferentes técnicas emocionais ou experienciais que podem ser usadas 
para ativar e modificar materiais emocionalmente salientes. Os Capítulos 9, 10 e 11 apresentam 
aplicações específicas a problemas específicos. No Capítulo 9, “Exame e Contestação das Distorções 
Cognitivas”, apresento várias questões e intervenções que têm como objetivo contestar as diferen­
tes distorções cognitivas. O Capítulo 10, “Modificação da Necessidade de Aprovação”, e o Capítulo
11, “Desafio à Autocrítica”, trazem exemplos de casos de como modificar esses padrões negativos. 
Muitas das técnicas mencionadas nos capítulos anteriores são utilizadas aqui. Estratégias especí­
ficas de intervenção para os transtornos do Eixo I - como pânico, fobia social e transtorno obses- 
sivo-compulsivo - não são tratadas aqui, mas podem ser encontradas em Leahy e Holland (2000), 
Treatment plans and interventions fo r depression and anxiety disorders. A descrição detalhada de 
um caso específico, utilizando-se diversas técnicas de terapia cognitiva, é encontrada no excelente 
Cognitive therapy: basics and beyond, de Judith Beck (1995). Uma introdução geral à terapia cogni­
tiva é encontrada em Cognitive therapy: Basic principies and applications, de Leahy (1996).
Os críticos talvez estejam ansiosos para dizer que a terapia cognitiva já está excessivamente 
orientada para técnicas e fórmulas. Concordo que a terapia cognitiva pode tornar-se mecânica, des- 
qualificadora, não-conceitual, superficial ou simplesmente muito chata. É por isso que escrevi um 
livro sobre resistência na terapia cognitiva, enfatizando preocupações com a validação, a aversão 
de riscos, os papéis de vítima, os processamento esquemático, a autolimitação e a autoconsistência 
(Leahy, 2001b). Questões relativas à contratransferência podem ser conceituadas e tratadas dentro 
da estrutura da terapia cognitiva e podem ajudar o terapeuta a utilizar sua própria resposta de
20 R o b e rt L. Leahy
contratransferência para compreender o mundo interpessoal e as estratégias interpessoais do pa­
ciente. Mas devemos ter em mente que há algo de essencial na utilização de técnicas que evocam, 
examinam, testam, contestam e modificam pensamentos e comportamentos. A terapia cognitiva 
baseia-se nessas abordagens estabelecidas - e comprovadas.
Digo isso para lembrar aos leitores - e a mim mesmo, pois frequentemente sou desencami­
nhado por minha fértil imaginação - de que profundas discussões filosóficas com pacientes sobre 
as origens dos problemas e os ousados insights que tantos de nós buscamos podem ser persegui­
dos abandonando-se o estilo socrático ativo da terapia cognitiva. Minha primeira ponderação, 
quando atinjo um impasse terapêutico, é verificar se não haveria necessidade de voltar ao básico: 
organização de atividades, previsão de prazer, categorização de pensamentos automáticos, exame 
de custos-benefício, análise das evidências e tantas outras técnicasbásicas (Beck, 1976; Beck, 
Rush, Shaw e Emery, 1979; Beck, 1995; Burns, 1989; Leahy, 1997). Depois de tentar o básico, 
posso mudar para outras técnicas e intervenções - como conceituação do caso, terapia focada nos 
esquemas e técnicas focadas nas emoções - potencialmente ricas e profundas.
Muitos terapeutas preferem praticar seu próprio estilo de terapia e sua própria integração de 
modelos. Independência e inovação são elogiáveis, mas devem vir depois de se utilizar, com o pa­
ciente, tratamentos empiricamente comprovados. Por exemplo, talvez faça sentido adiar o trabalho 
com esquemas para depois de se tentar vigorosamente os módulos de tratamento para a depressão 
e os transtornos de ansiedade - intervenções comprovadamente efetivas. Será que não devemos 
aos nossos pacientes o emprego, como primeira linha de tratamento, das técnicas que sabemos 
que realmente funcionam (com base na literatura)? Lembro como uma de nossas terapeutas em 
formação (que era muito inteligente, mas achava que poderia fazer terapia cognitiva “à sua ma­
neira”) tinha um índice significativamente elevado de términos prematuros com seus pacientes. 
Para seu crédito, ela modificou o estilo eclético (que não incluía tarefas de casa) e passou a utilizar 
um modelo de terapia cognitiva mais básico, focado em técnicas, estrutura e tarefas de casa. Sua 
efetividade e índice de términos prematuros melhoraram extraordinariamente.
Essencialmente, recomendo que os terapeutas primeiro dominem as técnicas e abordagens 
de tratamento que se mostraram efetivas. Antes de desenvolver um grande esquema teórico sobre 
como a terapia cognitiva precisa ser modificada para determinado paciente, convém utilizar as 
intervenções que já se revelaram empiricamente válidas.
Ao exercer terapia cognitiva, frequentemente utilizo várias técnicas com o paciente - mesmo 
depois que ele pareceu modificar um pensamento negativo. Acredito em hiperprática ou hipera- 
prendizagem especialmente no que se refere a modificar hábitos de pensamentos que persistiram 
durante anos. A vantagem na utilização de uma variedade de técnicas para testar ou contestar o 
mesmo pensamento negativo é que o paciente terá técnicas alternativas para uso futuro, caso sua 
contestação inicial não funcione. Essa abordagem calou profundamente em mim há muitos anos, 
quando eu aprendia terapia cognitiva em supervisão com o mestre da técnica, David Burns. Eu 
apresentava o problema de um paciente, digamos, um pensamento negativo resistente, e David 
dizia: “Diga-me 10 técnicas que você poderia usar”. Na prática, eu descobri que dispor de uma 
multiplicidade de técnicas é uma poderosa maneira de estruturar sessões capazes de ter imenso 
impacto sobre os pacientes. Eles passavam a ter muitas idéias de como lidar com os pensamentos 
negativos!
Também descobri que é essencial evocar constantemente o feedback dos pacientes. Além dis­
so, convém que paciente e terapeuta resumam as técnicas que utilizaram, escrevam essas técnicas 
e examinem quais foram úteis e quais não foram, e por quê. Por exemplo, é sempre útil verificar por 
que o exame das evidências relativas a um pensamento automático não funcionou. Talvez exista 
uma crença mais fundamental, uma regra condicional ou uma exigência de certeza absoluta que 
precisa ser explorada. Quando as técnicas falham, o fracasso nos permite descobrir alguma coisa 
ainda mais fundamental, como os esquemas ou as regras absolutas. De fato, o terapeuta ambicio­
so e curioso deve avaliar bem o fracasso das técnicas, porque o fracasso (e a resistência) na terapia
Té cn ic a s de Te ra p ia C o g n itiva 21
pode ser uma janela para problemas mais fundamentais, proporcionar excelentes oportunidades 
para se desenvolver conceituações de casos e levar ao emprego de outras técnicas para examinar 
as crenças nucleares do paciente.
Considero as técnicas comportamentais essenciais e incluí uma lista delas no Apêndice A de 
Treatment plans and interventionsjor depression and anxiety disorders (Leahy e Holland, 2000). Já 
que meu foco principal é nos aspectos cognitivos da terapia, sugiro que os leitores interessados nos 
componentes comportamentais consultem o excelente livro sobre terapia comportamental editado 
por Hersen (2002), bem como o de Leahy e Holland (2000).
Como terapeuta cognitivo (ou cognitivo-comportamental), vejo as técnicas comportamentais 
como tendo o propósito de testar pensamentos negativos. Por exemplo, planejamento de ativida- 
des, tarefas de dificuldade crescente e previsão de prazer são intervenções comportamentais que 
permitem ao paciente testar crenças negativas, como: “Não tenho prazer com nada” ou “Estou 
sempre deprimido”. O treino de assertividade é usado para testar pensamentos como: “Ninguém 
gosta de mim” e “Sou muito tímido”. A distração é usada para testar a idéia de que “Não tenho 
nenhum controle sobre os meus pensamentos” ou “Simplesmente me preocupo o tempo todo”. 
As hierarquias de exposição podem modificar a crença de que um estímulo específico é perigoso e 
não pode ser tolerado. A exposição imaginária desafia a idéia de que mesmo pensar sobre alguma 
coisa é intolerável. O treino de relaxamento pode atingir vários objetivos: testar o pensamento 
(por exemplo) “Estou sempre nervoso”; ajudar o paciente a induzir pensamentos ou estados de 
humor mais tranquilos que possam ser usados para contestar os pensamentos negativos e dimi­
nuir o nível geral de excitação, reduzindo assim a probabilidade de prontidão emocional para os 
pensamentos negativos. Finalmente, o manejo da auto-recompensa e da autocontingência pode 
ajudar a modificar crenças negativas sobre competência. Em cada caso, quando usamos técnicas 
comportamentais, convém fazer que o paciente identifique os pensamentos automáticos negativos 
e empregue experimentos comportamentais como forma de contestá-los.
Para cada técnica, o texto inclui exemplos de diálogos entre terapeuta e paciente. Sempre con­
sidero útil ver como o terapeuta fala com o paciente - para mim, isso constitui em um bom modelo 
do que se deve fazer. Embora eu espere que este livro seja útil, ele não substitui a formação direta 
com supervisão. Fiquei impressionado com os terapeutas que supervisionei em pós-doutorado no 
American Institute for Cognitive Therapy, na cidade de Nova York, por terem sido suficientemente 
sábios, continuando em supervisão individual com terapeutas mais experientes. Obter o diploma 
para praticar jamais deveria ser considerado a conclusão da formação profissional. Espero que este 
livro constitua uma ferramenta de referência útil e permita ao leitor rever alternativas que possam 
ter sido ignoradas.
------------------------------------------------------ C a p í t u l o X
Evocação de Pensamentos 
e Pressupostos
O modelo cognitivo de psicopatologia proposto por Beck enfatiza o papel central do pensamento na evocação e manutenção da depressão, ansiedade e raiva (Beck, 1970, 1976; Beck, Emery e 
Greenberg, 1985; Beck et al., 1979). Vieses cognitivos aumentam a vulnerabilidade a eventos ne­
gativos de vida, de modo que perdas ou impedimentos terão maior probabilidade de ser interpreta­
dos de forma exagerada, personalizada e negativa. O modelo cognitivo de Beck sugere que existem 
vários níveis de avaliação cognitiva. No nível mais imediato estão os pensamentos automáticos 
que surgem espontaneamente, parecem válidos e estão associados a comportamentos problemáti­
cos ou emoções perturbadoras. Esses pensamentos automáticos podem ser classificados de acordo 
com vieses ou distorções específicas - por exemplo, leitura da mente, personalização, rotulação, 
adivinhação do futuro, catastrofização ou pensamento dicotômico (do tipo tudo-ou-nada) (ver 
Beck, 1976; Beck et al., 1985; Beck, 1995; Leahy e Holland, 2000). Os pensamentos automáticos 
podem ser verdadeiros ou falsos - isto é, o pensamento automático “Ela não gosta de mim” pode 
basear-se em leitura da mente (isto é, não tenho evidências suficientes para derivar essa crença), 
mas tambémpode revelar-se verdadeiro.
A vulnerabilidade emocional a esse pensamento resultará de pressupostos ou regras subja­
centes (“Preciso conseguir a aprovação de todo o mundo para ter valor”) e dos esquemas pessoais 
subjacentes (“Não sou digno de amor” ou “Não tenho valor”) mantidos pela pessoa. Pressupostos 
ou regras subjacentes mal-adaptados são, tipicamente, rígidos, hiperinclusivos, impossíveis de 
atingir, e aumentam a vulnerabilidade a futuros episódios depressivos ou estados de ansiedade 
(ver Ingram, Miranda e Segai, 1997; Persons e Miranda, 1992). Portanto, os indivíduos que acredi­
tam que precisam conseguir a aprovação de todos são mais vulneráveis à depressão e à ansiedade, 
pois inevitavelmente deixarão de atingir esses padrões. A leitura mental e a personalização fazem 
que percebam rejeição quando ela não existe.
As informações que chegam são canalizadas através desses pensamentos automáticos (“Será 
que ela me rejeitou?”) e depois avaliadas de acordo com os pressupostos subjacentes (“Se não 
conseguir aprovação, não tenho valor nenhum”). Os pressupostos subjacentes estão ligados ao 
esquema pessoal (“Não sou digno de amor”), reforçando ainda mais a crença pessoal negativa e 
confirmando mais uma vez a desconfiança e o medo dos outros. Esses esquemas pessoais nega­
24 R o b e rt L. Leahy
tivos (“não sou digno de amor”, “não tenho valor”, “sou defeituoso”) criam atenção e memória 
seletivas - isto é, esses indivíduos estarão mais propensos a detectar ou interpretar e lembrar 
informações consistentes com os esquemas, reforçando-os ainda mais. Esse modelo é consistente 
com a considerável literatura sobre os processos esquemáticos subjacentes à atenção e à memória 
(Hastie, 1980; Segai, Williams e Teasdale, 2002). Como os esquemas pessoais, as teorias científicas 
frequentemente são orientadas por paradigmas que dirigem a má interpretação de informações e 
que se conservam mesmo diante de dados contraditórios (Hanson, 1958; Kuhn, 1970). O modelo 
cognitivo de terapia baseia-se no modelo de George Kelly (1955) do “homem (ou mulher) como 
cientista” - isto é, que os humanos podem identificar “constructos” ou crenças pessoais e testá-los. 
O atual modelo cognitivo, proposto por Beck e colaboradores, enfatiza o aspecto do pensamento 
científico que busca a “desconfirmação” ou “falsificação” da crença - isto é, examinar como po­
demos provar que a crença é errada ou inadequada, em vez de simplesmente buscar evidências 
confirmatórias (ver Popper, 1959). O indivíduo deprimido pode focar seletivamente informações 
consistentes com o estado negativo de se sentir deprimido, ignorando a relevância de evidências 
não confirmatórias. O modelo cognitivo busca examinar ambos os tipos de evidência.
Embora eu enfatize neste livro o modelo beckiano de terapia cognitiva, também reconheço 
a contribuição substancial de Albert Ellis e colaboradores (ver Dryden e DiGiuseppe, 1990; Ellis, 
1994; Kassinove e Tafrate, 2002). O sistema de Ellis, desenvolvido na mesma época que o modelo 
de Beck, fornece uma abordagem mais geral à psicopatologia ao enfatizar um conjunto de vulnera- 
bilidades cognitivas comuns. Essas vulnerabilidades incluem baixa tolerância à frustração, senti­
mento de obrigação ou “dever”, e outras distorções cognitivas exigentes e irracionais. A abordagem 
atual não entra em conflito com o modelo comportamental racional-emotivo defendido por Ellis e 
pode ser utilmente integrada a ele.
Ao longo deste capítulo (e em todo o livro), examinamos como os terapeutas podem ajudar os 
pacientes a identificar e avaliar vários tipos de pensamentos. (O Apêndice A, ver Leahy e Holland, 
2000, contém conceituações da terapia cognitiva para os transtornos depressivo maior e de ansie­
dade). O modelo cognitivo de psicopatologia reconhece aspectos comuns nos vieses e distorções 
de pensamento em diferentes categorias diagnosticas (por exemplo, distorções de pensamentos 
automáticos), mas também reconhece que existem conceituações específicas para cada grupamen­
to diagnóstico. O objetivo aqui é ajudar os pacientes a adaptar a abordagem cognitiva ao seu pro­
blema, ao enfatizar a importância da identificação dos padrões de pensamento, em vez de focar a 
expressão da emoção. Entretanto, terapeutas cognitivos experientes também reconhecem que as 
emoções, frequentemente, contêm informações valiosas - na verdade, Leslie Greenberg e Jeremy 
Safran (1987) indicaram como a expressão emocional e a aliança terapêutica podem ajudar os pa­
cientes a utilizar as emoções como fonte de informação a respeito de necessidades não-satisfeitas. 
Esses esquemas emocionais referentes a necessidades não-atendidas - frequentemente evocados 
ativando-se a intensidade emocional e ajudando os pacientes a diferenciar as emoções - podem 
ser uma rica fonte de informações sobre cognições e parte importante da modificação desses pen­
samentos e sentimentos. Descrevo essas “técnicas experienciais” em um capítulo posterior; aqui, 
focamos técnicas cognitivas mais tradicionais.
TÉCNICA: EXPLICAÇÃO DE COMO OS PENSAMENTOS CRIAM SENTIMENTOS 
Descrição
O pressuposto fundamental que orienta a terapia cognitiva é que a interpretação que o in­
divíduo faz de um evento determina como ele se sente e se comporta. Muitas pessoas, de fato, 
se surpreendem ao saber que seus sentimentos são o resultado de como elas pensam sobre um 
evento e que, ao modificar sua interpretação, elas poderão ter sentimentos bem diferentes. Neste 
Capítulo, reviso uma variedade de técnicas úteis para ajudar os pacientes a aprender e a reconhecer
Té cn ic a s de Te ra p ia C o g n itiva 25
as maneiras pelas quais seus pensamentos e sentimentos interagem. Afinal de contas, as pessoas 
buscam terapia não porque se acham irracionais, mas porque seus sentimentos, comportamentos 
e relacionamentos são problemáticos. Vale a pena considerar dois pontos fundamentais:
1. Pensamentos e sentimentos são fenómenos distintos.
2. Pensamentos criam sentimentos (e comportamentos).
Pensamentos e sentimentos são coisas diferentes. Os sentimentos são experiências internas 
de emoções - por exemplo, eu posso sentir-me ansioso, deprimido, zangado, com medo, desespe­
rançado, feliz, exultante, indiferente, curioso, impotente, arrependido ou autocrítico. Dizer que te­
nho determinado sentimento ou emoção é semelhante a dizer: “Este ferro quente queima" ou “Este 
bolinho tem um gosto bom". Não contestamos sentimentos - não teria sentido dizer a um paciente: 
“Você, na verdade, não está ansioso”. Isso seria equivalente a dizer, em essência, que o ferro quente 
não feriu realmente o paciente quando ele exclamou/!;/. ‘Ai!” é o relato da sensação - exatamente 
como as palavras “Estou feliz” ou “Estou triste" são relatos de sentimentos. Não questionamos 
sentimentos. Contestamos e questionamos os pensamentos que dão origem a esses sentimentos.
Os terapeutas podem explicar aos pacientes como seus pensamentos criam os sentimentos ou 
podem intensificá-los ou diminuí-los. Considere, por exemplo, os diferentes sentimentos que duas 
afirmações despertam: “Penso que não sou digna de amor e, portanto, sinto-me desesperançada”; 
ou “Penso que estou melhor sem ele e, portanto, sinto-me esperançosa e aliviada". O Quadro 1.1 
apresenta exemplos explicativos adicionais.
Pergunta a Formular/Intervenção
Os terapeutas podem usar as seguintes palavras como modelo para explicar essas idéias 
aos pacientes em linguagem simples, sem jargão: ‘Antes de você poder contestar e mudar pensa­
mentos, precisa compreender como os pensamentos afetam os seus sentimentos. Quando estiver 
sentindo-se triste ou ansioso, você pode ter certos pensamentos. Por exemplo, imagine que está 
caminhando pela rua em uma parte desconhecida da cidade, tarde da noite, e escuta alguém ca­
minhando atrás de você. Olhando por cima do ombro, vê que são dois homens bem grandes. Seu 
pensamento poderia ser ‘Eles vão me assaltar’. Como você se sentiria? Com medo?. Mas, e se você 
pensasse: ‘São os meus amigos do trabalho?’.Como se sentiria? Aliviado? Quando você se sente 
triste ou ansioso na sua vida cotidiana, diferentes pensamentos passam por sua mente. Então, eu
Quadro 1.1 Como os pensamentos criam sentimentos
Pensamento: Eu penso que... Sentimento: Portanto, sinto-me...
Jamais serei feliz novamente. Desesperançado
A vida não vale a pena. Suicida
Ela me deixou porque sou pouco atraente. Desesperançado
Estou enlouquecendo. Assustado, em pânico
Ele está se aproveitando de mim. Zangada, vingativa, na defensiva
Ninguém se importa comigo. Solitária, rejeitada
Não serei capaz de cuidar de mim mesma. Ansiosa, impotente, dependente
Resolvi problemas antes e posso resolvê-los novamente. Esperançosa, cheia de energia
Não preciso ser perfeita. Aliviada, menos pressionada
Devo dar a mim mesma o crédito por tentar. Orgulhosa, feliz
26 R o b e rt L. Leahy
lhe pergunto: Ouando estava sentado em seu apartamento, pensando, e percebeu que se sentia 
ansioso, no que você estava pensando?”.
Exemplo
Conforme indicado no Quadro 1.1, os pensamentos podem criar tanto sentimentos positivos 
quanto negativos. Às vezes, o paciente pode ficar tão concentrado no que está sentindo que não 
reconhece que é um pensamento específico que está criando o sentimento. Considere o seguinte 
diálogo:
T erapeuta : O que está incomodando você?
Paciente: Só estou me sentindo triste.
Terapeuta : Você sabe me dizer por que se sente triste?
Paciente: Sinto-me simplesmente horrível, uma sensação de não ter saída. Eu choro muito.
T erapeuta : OK. Talvez você possa me ajudar a descobrir o que está dizendo a si mesmo que 
faz que se sinta triste. Conclua a frase: “Sinto-me assim porque penso que...”
Paciente: Estou infeliz.
Terapeuta : Infeliz é um sentimento. Mas o que você está dizendo a si mesmo que o deixa tris­
te? Por exemplo, está dizendo alguma coisa sobre si mesmo como pessoa, sobre o futuro 
ou sobre essa experiência?
Paciente: Acho que estou dizendo que penso que jamais serei feliz.
Nesse exemplo, o terapeuta foi capaz de evocar a previsão de desesperança: “Jamais serei 
feliz”. Essa previsão pode ser avaliada utilizando-se as seguintes técnicas: análise de custo-be- 
nefício, exame das evidências a favor e contra sua validade, exame de erros lógicos (por exemplo: 
“Sinto-me triste agora, portanto, sempre me sentirei triste”.) Todas essas técnicas são discutidas 
nas páginas seguintes.
Tarefa de Casa
Pede-se ao paciente que mantenha um registro de sentimentos e de como esses sentimentos 
estão relacionados aos pensamentos. O terapeuta pode dizer: “Gostaria que você registrasse os 
sentimentos negativos durante a próxima semana, utilizando este formulário (Formulário 1.1 ao 
final do capítulo). Quando perceber que está tendo um sentimento ou uma emoção, escreva o sen­
timento na coluna da esquerda. Exemplos de sentimentos são: triste, ansioso, assustado, desespe­
rançado, zangado e confiiso. Agora, na coluna da direita, escreva o pensamento que acompanha o 
sentimento. Por exemplo, este poderia ser ‘ansioso’ e o pensamento poderia ser: ‘Estou com medo 
de me sair mal no trabalho’. Então, o pensamento completo é: ‘Estou ansioso porque estou com 
medo de me sair mal no trabalho”’.
Possíveis Problemas
Os pacientes comumente confundem pensamentos com sentimentos. Convém antecipar esse 
problema oferecendo um exemplo: “Às vezes, as pessoas confundem pensamento com sentimento. 
Por exemplo, alguém poderia dizer: ‘Sinto-me ansioso porque estou nervoso’. Isso na verdade é o 
relato de dois sentimentos ou emoções - isto é, ansioso e nervoso. ‘Sinto-me ansioso’ é um senti­
mento, e ‘Estou nervoso’ é outro sentimento. O pensamento poderia ser: ‘Penso que não vou me 
sair bem’ ou Acho que vou me sentir sempre ansioso”’.
Té cn ic a s de Te ra p ia C o g n itiva 27
Outro problema comum, inicialmente, é o paciente ser incapaz de identificar os pensamentos 
associados aos sentimentos. Nesses casos, o terapeuta poderia usar algumas das outras técnicas 
descritas neste capítulo ou no Capítulo 8, que contém uma seção sobre técnicas que utilizam a 
imaginação.
Referência Cruzada com Outras Técnicas
Conforme indicado, podemos utilizar outras técnicas neste capítulo - tal como “adivinhação 
do pensamento” - ou podemos usar as técnicas de indução da imaginação descritas no Capítulo 8. 
Muitos pacientes são auxiliados na identificação de pensamentos automáticos lendo livros sobre 
terapia cognitiva, como Feelinggood handbook, de David Burns (1989) ou Mind overm ood, de Den- 
nis Greenberger e Christine Padesky (1995). Além disso, é bastante útil fornecer aos pacientes uma 
lista de distorções cognitivas comuns (Figura 1.2) e um formulário a ser preenchido.
Formulário
Formulário 1.1 (Formulário de Auto-ajuda: Como os Pensamentos Criam Sentimentos, p. 43).
TÉCNICA: DISTINÇÃO ENTRE PENSAMENTOS E FATOS 
Descrição
Muitas vezes, quando estamos zangados ou deprimidos, tratamos nossos pensamentos como 
se fossem fatos. Posso dizer: “Ele acha que pode tirar vantagem de mim”, e posso pensar que estou 
absolutamente certo - mas também posso estar errado. Quando estou ansioso, posso pensar: “Sei 
que vou me sair muito mal nesta apresentação” - mas posso estar certo ou errado. Posso acreditar 
ou pensar que sou uma girafa, mas isso não significa que eu seja uma girafa. Só porque acredito 
que algo seja verdade, isso não significa que seja verdade. Pensamentos são hipóteses, descrições, 
perspectivas e até mesmo adivinhações. Eles podem revelar-se verdadeiros ou falsos. Os pacientes 
precisam aprender a identificar seus pensamentos e depois examinar os fatos. A fim de distinguir 
pensamentos, sentimentos e fatos, os terapeutas podem utilizar a técnica A-B-C, em que os pa­
cientes têm a oportunidade de reconhecer como o mesmo evento «tivador pode levar a diferentes 
crenças (èeliefs) (pensamentos) e consequências (sentimentos e comportamentos). Se eu acreditar 
que nunca poderei me sair bem no exame (pensamento), talvez me sinta desesperançado e me 
comporte de acordo com isso - por exemplo, não me dando ao trabalho de estudar. Por outro lado, 
se acreditar que tenho uma boa chance de me sair bem no exame, talvez me sinta esperançoso e, 
consequentemente, estude bastante.
O que é interessante nesse exemplo é que meu pensamento inicial - “Não me sairei bem no 
exame” - conduz ao comportamento mal-adaptado de não me preparar para o exame, o que leva 
então à profecia, que acaba se realizando, de ir mal no exame.
Muitas pessoas deprimidas, ansiosas ou zangadas tratam seus pensamentos como se fossem 
fatos - isto é: “É verdade que eu não me sairei bem no exame” ou “Sei que ela me rejeitará”. O 
Quadro 1.2 contém alguns exemplos do mesmo evento ativador levando a diferentes pensamentos, 
sentimentos e comportamentos.
A importância de distinguir um pensamento negativo de possíveis fatos é ilustrada pelo Qua­
dro 1.3. Aqui, o paciente é solicitado a imaginar que está tendo um pensamento negativo, tal 
como: “Eu não estou preparado para o meu exame”. A coluna da direita incentiva o paciente a con­
siderar quaisquer fatos que possam ser relevantes para uma avaliação válida de sua preparação
28 R o b e rt L. Leahy
Quadro 1.2 A técnica A-B-C. O mesmo evento origina diferentes pensamentos, que levam a 
diferentes sentimentos e comportamentos. Você pode determinar se o seu pensamento é verdade ao 
examinar os fatos .
A= Evento Ativador
B= Crença (Pensamento) 
lBelief)
C= Consequência 
Sentimentos
C= Consequência 
Comportamentos
Escuto a janela sacudindo. Alguém está tentando 
entrar na minha casa.
Ansioso Tranco a porta, chamo a 
polícia.
Escuto a janela sacudindo. Está ventando lá fora e a 
janela está velha e frouxa.
Levemente irritado Tento firmar a janela, volto 
a dormir.
Um homem se aproxima de 
mim em uma rua escura e 
deserta.
Vou ser assaltado. Apavorado Corro.
Um homem se aproxima de 
mim em uma rua escura e 
deserta.
Será que é o meu amigo 
Steve?
Curioso, satisfeito Chamo Steve.
Meu marido está sentado 
lendo o jornal.Ele não se importa com os 
meus sentimentos.
Zangada, ressentida Digo a ele que é muito 
egocêntrico.
Meu marido está sentado 
lendo o jornal.
Ele está me evitando, pois 
está zangado comigo.
Chateada, culpada Evito interagir com ele.
Sinto o coração batendo 
rápido.
Estou tento um ataque 
cardíaco.
Ansiedade, pânico Procuro a emergência de 
um hospital.
Sinto o coração batendo 
rápido.
Tenho tomado café demais. Um pouco arrependida Tento diminuir a cafeína.
Quadro 1.3 Pensamentos versus possíveis fatos
Pensamento Negativo Outros Possíveis Fatos
Está chovendo lá fora e não conseguirei chegar em casa 
na hora.
Talvez tenha parado de chover, pois cheguei aqui há uma 
hora. Vou lá fora verificar os fatos.
Não estou preparada para o meu exame. Li a matéria, fui às aulas e fiz os trabalhos.
Serei sempre sozinha. Não disponho de todos os fatos, uma vez que não sei o 
que vai acontecer no futuro. Tenho amigos. Tenho muitas 
qualidades apreciadas pelas pessoas.
para o exame. O pensamento inicial é uma crença; os possíveis fatos podem tom ar-se crenças uma 
vez que sejam considerados. Podemos perguntar ao paciente: “É possível que os seus pensamentos 
não sejam a única coisa a considerar? Você não gostaria de examinar outros fatos possíveis?” Pen­
samentos e fatos não são equivalentes.
Té cn ic a s de Te ra p ia C o g n itiva 29
Pergunta a Formular/Intervenção
“Pensamentos e fatos não são a mesma coisa. Só porque você pensa que algo é verdade, isso 
não significa necessariamente que seja verdade. Posso pensar que sou uma zebra - mas meu pen­
samento não me transforma em uma zebra. Temos de verificar o pensamento comparando-o com 
os fatos.”
Exemplo
Terapeuta : E m que vo cê e s tá pensand o que o d eixa tão a n sio so ?
Paciente: Penso que vou ser demitido.
T erapeuta .- Como sabe que vai ser demitido?
Paciente: Eu simplesmente sei. Posso sentir que vai acontecer.
Terapeuta: Você pode acreditar ou pensar que vai ser demitido, mas não é possível que esteja 
enganado a respeito disso?
Paciente: Tenho um sentimento muito forte. Simplesmente sei que vai acontecer.
Terapeuta: Embora possa ser verdade - poderia acontecer de você ser demitido -, também é pos­
sível que isso não aconteça. Existe uma diferença entre crença efa to . Acreditar que é verdade 
não torna aquilo verdade. Você consideraria a possibilidade de examinar as razões pelas 
quais você poderia ser demitido e as razões pelas quais você poderia não ser demitido?
Neste exemplo, o terapeuta reconhece a firme crença do paciente e explica que crença não é 
igual a verdade. Depois, o terapeuta convida o paciente a examinar as evidências e o raciocínio que 
leva à crença de ser demitido. Reconhecer que os pensamentos não são fatos é o ponto de partida 
para ajudar o paciente a construir interpretações alternativas aos eventos.
Tarefa de Casa
O terapeuta pode pedir ao paciente que mantenha um registro dos eventos ativadores ou 
precedentes que levaram a crenças e sentimentos específicos usando o Formulário 1.2 (p.44). Além 
disso, o paciente pode usar o Formulário Pensamento versus Possíveis Fatos (1.3) parà examinar 
como determinado pensamento nem sempre considera todos os fatores possíveis. Por exemplo, o 
pensamento “Não estou preparado para o exame” não inclui os possíveis fatos de que sou inteli­
gente, assisti às aulas e li a matéria.
Possíveis Problemas
Algumas pessoas acreditam que seus pensamentos sejam a grande verdade. Realmente, às 
vezes os pensamentos negativos são verdadeiros. Não queremos que os pacientes fiquem com a 
impressão de que achamos que tudo no que eles acreditam é falso. Essa distinção pode ser feita da 
seguinte maneira: “Às vezes, seus pensamentos descreverão os fatos com exatidão e, outras vezes, 
não refletirão acuradamente todos os fatos. Não seria uma boa idéia ter uma regra geral de verifi­
car os pensamentos negativos confrontando-os com todos os fatos relevantes?"
Alguns pacientes respondem que examinar os fatos parece algo que desqualifica e critica sua 
posição. Descrevi esse problema em Overcoming resistance in cognitive therapy (Leahy, 2001b). 
O sentimento de desqualificação pode ser explorado diretamente perguntando-se ao paciente se 
essas indagações sobre os fatos parecem “desvalorização” ou “rejeição”. Novamente, o ponto 
importante a deixar claro é que examinar os fatos não significa necessariamente que o paciente 
esteja errado.
30 R o b e rt L. Leahy
Referência Cruzada com Outras Técnicas
Outras técnicas relevantes incluem exame das evidências contra e a favor da validade do 
pensamento, distinção entre pensamentos e sentimentos, categorização das distorções cognitivas e 
exame das variações na crença em um pensamento. Por exemplo, ao paciente que varia no quanto 
acredita no pensamento “Sou um fracasso", podemos perguntar se sua crença depende dos fatos 
que ele está vivenciando.
Formulários
Formulários 1.2 (Formulário de Auto-ajuda: A Técnica A-B-C, p. 44); Formulário 1.3 (Pensa­
mentos versus Possíveis Fatos, p. 45).
TÉCNICA: AVALIAÇÃO DO GRAU DE EMOÇÃO E DO GRAU DE CRENÇA NO PENSAMENTO 
Descrição
Podemos ter muitas emoções e crenças diferentes em relação ao mesmo evento. 0 que real­
mente importa é quão fortemente sentim os algo e quão firmemente acreditam os nisso.
As emoções, obviamente, variam em grau. Posso me sentir levemente triste, um pouco triste, 
muito triste, extremamente triste ou esmagadoramente triste. Uma vez que muitas pessoas que 
estão tristes, ansiosas ou zangadas geralmente não fazem diferença entre seu pensamento e suas 
observações das próprias emoções, convém ensinar-lhes a distinguir os vários graus de emoções. 
Além disso, dado que a mudança na terapia geralmente é gradual, é importante que os pacientes 
sejam capazes de detectar diferentes graus de mudança em seus sentimentos ou emoções. Por 
exemplo, um paciente cujos sentimentos mudam de esmagadoramente triste para um pouco triste 
pode concluir, realisticamente, que fez progressos.
Pergunta a Formular/Intervenção
Quão perturbado você está e quão firmemente acredita no que pensa? Avalie seu sentimento 
(emoção) de 0 a 100%: 0% corresponde a não ter nada desse sentimento e 100% corresponde à vi­
vência mais intensa dele. O mesmo vale para as suas crenças: 0% corresponde a não acreditar nem 
um pouco e 100% corresponde a acreditar totalmente no seu pensamento. Em que grau os seus 
sentimentos e pensamentos mudam? Cite algumas das razões pelas quais você se sente melhor em 
certos momentos do que em outros? Você faz coisas diferentes quando está sentindo-se para baixo? 
Ou para cima? Você pensa de forma diferente quando está sentindo-se para baixo? Ou para cima?
Exemplo
T erapeuta : Você disse que está sentindo-se triste desde que você e John romperam. Pode des­
crever essa tristeza para mim?
PACIENTE: Oh, sinto-me muito triste. Às vezes, choro quando me lembro de como ele me dei­
xou.
Terapeuta : Seus sentimentos são importantes, de modo que eu quero compreender realmente 
como você se sente quando está pensando sobre o rompimento. Se você fosse avaliar sua 
tristeza de 0 a 100% - 0% representa absolutamente nenhum sentimento de tristeza e 
100% representa a maior tristeza imaginável - como você avaliaria sua tristeza?
T é c n ic a s d e T e r a p ia C o g n it iv a 3 1
Paciente: Acho que jamais pensei em como avalio meus sentimentos. Eu diria que uma tris­
teza de cerca de 95%.
Igualmente, a paciente pode ter uma crença absoluta - por exemplo, “Jamais serei feliz sem 
John” - , mas o seu grau de crença (isto é, a credibilidade ou força da crença) pode ser inferior a 
100%. Esse reconhecimento de que as crenças variam em força é um início muito importante para 
a pessoa se distanciar de crenças perturbadoras. Se tenho uma crença na qual invisto menos do 
que 100% de veracidade, isso significa que já tenho alguma dúvida sobre ela. Isso também significa 
que minha crença pode variar - pode perder força. Consequentemente, posso imaginar mais vivi- 
damentemudar essa crença.
Terapeuta : Você disse que se sente muito triste quando pensa em John deixando-a. Você pode 
completar esta frase com os primeiros pensamentos que lhe vierem à cabeça? “Eu me sin­
to triste quando penso em John me deixando porque penso que...”
Paciente: Nunca serei feliz sem ele.
Terapeuta : OK. O pensamento automático é: “Nunca serei feliz sem ele”. Por que você não 
escreve isso?. (O terapeuta entregara à paciente uma prancheta com papel e caneta para 
tomar notas durante a sessão.) Agora vamos ver o quanto você acredita neste pensamen­
to: “Nunca serei feliz sem ele”. Se você fosse avaliar este pensamento de 0 a 100%, 0% 
representando a completa ausência de credibilidade e 100% representando sua absoluta 
certeza de que o pensamento é verdadeiro, como você o avaliaria?
Paciente: Acho que teria de dar uma nota bem alta. Realmente acredito nisso - a maior parte 
do tempo. Eu daria cerca de 90%.
Algumas pessoas têm dificuldade em usar esse tipo de escala. A idéia de avaliar emoções e 
crenças é estranha para elas. O terapeuta talvez precise fornecer auxílios visuais.
Terapeuta : Você disse que se sente triste, mas tem dificuldade em usar a escala. Vamos defi­
nir o que é essa escala. (Desenha a escala apresentada na Figura 1.1.) Digamos que 0% re­
presente absolutamente nenhuma tristeza e 100% a maior tristeza que alguém pode ima­
ginar - a pessoa fica absolutamente esmagada pela tristeza, de modo que não consegue 
pensar em nada mais. Cinquenta por cento representa uma tristeza moderada, enquanto 
90% uma tristeza extrema - bastante perturbadora - mas a pessoa ainda é capaz de fun­
cionar, em grande medida. Bem, quando você pensa em John deixando-a, onde colocaria 
sua tristeza nesta escala?
Paciente: E u diria que em cerca de 95%. E sto u extrem am en te triste, m a s a in d a sou ca p a z de 
funcionar, em ce rta m edida.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Nenhuma Leve Moderada Grande Tristeza
tristeza extrema,
esmagadora
Figura 1.1 Avaliação das emoções em uma escala de 0 a 100%.
Tarefa de Casa
O terapeuta pode pedir aos pacientes que mantenham um registro do grau de crédito nas 
mudanças de pensamento durante a semana seguinte. Pede-se que utilizem o Formulário de Auto- 
ajuda (1.4) para avaliar as emoções e crenças (ao final do capítulo), e nele anotem os eventos
32 R o b e rt L. Lea hy
que precederam os pensamentos e sentimentos, estimando o grau de crédito e o grau de emoção 
associado a cada evento. Depois de completar o exercício, pode-se sugerir que reflitam sobre o que 
poderia explicar a variação dos pensamentos negativos e dos sentimentos experimentados.
Possíveis Problemas
Os problemas que costumam ocorrer durante este exercício incluem a falta de motivação para 
escrever a mesma crença mais de uma vez durante a semana. Os pacientes podem pensar: “Eu já 
ãz isso”. Entretanto, o propósito do exercício é examinar cuidadosamente a variação na crença e 
no sentimento e o que explica essa mudança. Essa diferenciação também nos ajuda a identificar 
possíveis “momentos difíceis” para os pacientes - isto é, momentos em que eles correm maior risco 
de se sentirem deprimidos ou ansiosos. Esse conhecimento pode ajudar o terapeuta a focar o trata­
mento nesses momentos problemáticos.
Referência Cruzada com Outras Técnicas
Outras técnicas relevantes incluem exame de como os pensamentos levam a sentimentos, 
distinção entre pensamentos e fatos, seta descendente, categorização dos pensamentos negativos 
e busca de variações em determinado pensamento.
Formulários
Formulário 1.4 (Formulário de Auto-ajuda: Avaliação das Emoções e Crenças, p. 46).
TÉCNICA: BUSCA DE VARIAÇÕES EM UMA CRENÇA ESPECÍFICA 
Descrição
Para podermos nos distanciar de uma crença, é útil reconhecer que, mesmo nas presentes 
circunstâncias, nossas crenças podem mudar em força ou credibilidade. O terapeuta cognitivo está 
sempre interessado na flexibilidade das crenças; a pessoa extremamente deprimida ou ansiosa, 
ao contrário, pode pensar que suas crenças estão fixadas em um bloco de concreto e jamais mu­
darão. Consequentemente, o terapeuta avalia diretamente a variabilidade da crença. Esta técnica 
relaciona-se estreitamente com aquela descrita acima, de avaliação do grau de emoção e do grau 
de crédito no pensamento. A ênfase, aqui, é em uma crença específica e sua variação em diferentes 
momentos e situações.
Pergunta a Formular/Intervenção
Há momentos em que você acredita nesse pensamento com menor convicção? O que acontece 
quando você acredita menos nesse pensamento negativo? Se o pensamento fosse inteiramente 
verdadeiro, como você poderia acreditar menos nele em certos momentos?
Exemplo
Terapeuta: Você disse que pensa que jamais será feliz sem John e que acredita nisso 90% .
Paciente: Está certo. Eu realmente acredito nisso. É por isso que estou tão infeliz.
T erapeuta: Bom, no decorrer do dia, imagino que seu humor se modifica - às vezes você está 
mais infeliz do que em outros momentos?
T é cn ic a s de Te ra p ia C o g n itiva 33
Paciente: Sim. Não estou sempre chorando ou pensando em John.
T erapeuta : O que você pensa quando não está pensando em John?
Paciente: Penso em modificar o apartamento - talvez comprar alguns móveis novos. Ou pen­
so em almoçar com minhas amigas.
Terapeuta: Obviamente, quando você não está pensando em John, a força da crença é 0% - pois 
naquele exato momento você não está sentindo-se infeliz, mesmo que John não esteja com 
você.
Paciente: Bem, essa é uma nova maneira de pensar sobre isso. Mas acho que você está certo.
Terapeuta: Há momentos durante o dia em que você pensa em John sem estar 90% infeliz?
Paciente: Sim. Às vezes, penso: “Talvez eu fique melhor sem ele”.
Terapeuta : Então, se eu pudesse entrar na sua cabeça naquele momento e lhe perguntar: 
“Diga-me - neste exato momento - quanto você acredita em ‘Jamais poderei ser feliz sem 
John’, como você responderia?”.
Paciente.- Oh, bem, nesses momentos, minha crença seria muito pequena, talvez uns 10%.
T erapeuta : Então, essa crença que você tem neste exato momento pode mudar - inclusive no 
decorrer de poucas horas. O que você acha disso?
Paciente: Acho que meus pensamentos sobre a separação poderiam mudar.
Terapeuta : Quando as pessoas passam por uma separação, elas geralmente têm sentimentos 
muito intensos, negativos, crenças poderosas. Certamente você tem amigos que passaram 
por essa experiência.
Paciente: Sim, minha amiga Alice se divorciou há cinco anos.
Terapeuta : Talvez ela tivesse a mesma crença que você tem neste exato momento. As crenças 
dela mudaram com o passar dos anos?
Paciente: Você está certo, elas mudaram! Agora ela nem sequer consegue imaginar estar na 
mesma sala que o ex-marido.
Terapeuta : Bem, vamos manter isso em mente - que as suas crenças mudam, assim como 
as das outras pessoas.
Tarefa de Casa
Utilizando o Formulário 1.5 (ver p. 47), o paciente pode fazer em casa a tarefa que consiste 
em registrar o grau de crédito em um pensamento específico no decorrer de vários dias. Presumi­
velmente, o foco e a preocupação do paciente em relação à crença irão variar de acordo com o mo­
mento do dia, os acontecimentos e outros pensamentos. Essa variação reforça ainda mais a idéia 
de que uma crença fortemente mantida pode ser modificada. Além disso, esta crença pode variar 
durante a sessão. Periodicamente, durante a sessão, conforme paciente e terapeuta se dedicam a 
contestar crenças e a planejar comportamentos, o terapeuta pode perguntar ao paciente quão forte 
está a crença naqueles diferentes momentos. Não é raro o paciente começar a sessão acreditando 
90% em uma crença e acabar a mesma sessão acreditando 40%.
Essa mudança nas crenças, então, está ligada à mudança na emoção - por exemplo, a triste­
za diminuiu conforme a força da crença decresceu - o que reforça mais uma vez os pressupostos 
da terapia cognitiva e dá ao paciente a esperança de que crenças fortemente mantidas e emoções 
desagradáveis podem ser modificadas.

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