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Prática 1 Esteatose Hepática Pré teste A síndrome metabólica é caracterizada pela associação de fatores que aumentam diretamente o risco de doença cardiovascular aterosclerótica e diabetes tipo 2, como obesidade visceral, dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica e resistência à insulina, com consequente aumento de mortalidade. Estima-se que esta condição afete 25% da população mundial, constituindo importante problema de saúde pública. A manifestação hepática da síndrome metabólica é a esteatose. Quando relacionada à síndrome metabólica, a esteatose faz parte do espectro da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), a forma mais frequente de hepatopatia difusa. A maioria dos casos se manifesta como esteatose simples, mas até 30% evoluem para esteato-hepatite, que pode progredir para fibrose e, em 15% a 20% dos casos para cirrose, com aumento do risco de hepatocarcinoma(2,4,5). É provável que exista também relação causa-efeito direta da DHGNA na patogênese de doença ateromatosa. O diagnóstico precoce e o monitoramento do tratamento da DHGNA são, portanto, de fundamental importância. A literatura radiológica brasileira vem, recentemente, destacando muito a importância dos exames de imagem no estudo das doenças hepáticas(6–11). Especificamente no contexto da esteatose, estudos por imagem têm importante papel, como demonstrado na pesquisa desenvolvida por Cruz et al., publicada neste número da Radiologia Brasileira. Neste trabalho os autores encontraram que a prevalência de esteatose hepática em pacientes referidos para realização de ultrassonografia (US) abdominal em Aracaju, Sergipe, foi 29,1% – semelhante à observada na literatura mundial –, trazendo interessante discussão sobre o assunto e demonstrando a utilidade da US na identificação inicial não invasiva de DHGNA e na graduação qualitativa da esteatose Mais importante do que a quantificação ou graduação de esteatose é a identificação de pacientes com DHGNA que evoluem ou que apresentam maior risco de desenvolver esteato-hepatite. A biópsia hepática é considerada o método de referência para este fim, porém, é uma técnica invasiva, com potencial para complicações, e que está sujeita a erros de amostragem. Um dos maiores desafios, atualmente, é a identificação de uma forma não invasiva, precisa, prática e reprodutível que possa substituir a análise histológica. A ressonância magnética (RM) é um método bastante promissor neste contexto, em razão da sua capacidade única em extrair informações de diferentes componentes teciduais e identificar marcadores de atividade inflamatória, como depósito de ferro, edema e fibrose. O aumento da concentração hepática de ferro, mesmo que pequeno, parece estar relacionado a resistência à insulina, aumento do risco de esteato-hepatite e desenvolvimento de hepatocarcinoma, estimulando a fibrogênese e carcinogênese. A concentração de ferro hepático pode ser facilmente determinada por RM, e recentemente foram desenvolvidas sequências robustas, utilizando princípios de chemical-shift e relaxometria T2*, para calcular simultaneamente a densidade de prótons da fração de gordura (PDFF) e a concentração de ferro no parênquima hepático de forma mais precisa, com correção de fatores de viés. Inflamação e necrose levam a edema, que pode ser identificado utilizando sequências de RM ponderadas em T2 com saturação de gordura, com potencial para graduação semiquantitativa de atividade necroinflamatória por intermédio da relação de sinal entre fígado e gordura. A elastografia por RM é uma modalidade cada vez mais difundida que permite a avaliação de fibrose hepática com acurácia, englobando a totalidade do parênquima. A síndrome metabólica tem grande importância para radiologistas, pela capacidade que diferentes métodos de imagem têm em demonstrar alterações hepáticas em pacientes assintomáticos, e o trabalho de Cruz et al. demonstra a relevância da US no rastreamento da esteatose. Avanços tecnológicos têm tornado a RM um método cada vez mais importante na avaliação complementar de pacientes diagnosticados com DHGNA, por sua habilidade em caracterizar biomarcadores que permitem selecionar pacientes com maior risco de desenvolvimento de esteato-hepatite e doenças cardiovasculares. Com a validação de técnicas mais recentes e precisas para avaliação quantitativa simultânea da PDFF e da concentração de ferro, e sequências que permitem identificar atividade necroinflamatória e fibrose, o método promete ser one-stop-shop na avaliação de hepatopatias difusas e ter importante impacto no manejo desses pacientes. A esteatose hepática é caracterizada pelo depósito de lipídios nos hepatócitos excedendo 5% do peso total do fígado na ausência de outras causas de doenças hepáticas, como hepatites virais, consumo de álcool e doenças metabólicas. Ela é o componente mais simples da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), cujo espectro inclui desde esteatose simples, esteato-hepatite, cirrose, podendo evoluir para o carcinoma hepatocelular. A prevalência da esteatose vem aumentando no mundo, provavelmente em consequência de mudanças de estilos de vida, hábitos alimentares e evolução de métodos diagnósticos. Este fato reveste-se de importância quando se considera que esta afecção precede, e muitas vezes sinaliza, o desenvolvimento de doença cardiovascular, hipertensiva e diabetes mellitus tipo 2, associando-se a um aumento de mortalidade. A maioria dos portadores de DHGNA caracterizada por esteatose simples não apresenta sintomas, tendo, portanto, um curso insidioso com poucos relatos de mal-estar e desconforto abdominal. O exame físico pode ser normal, e no máximo observa-se hepatomegalia. A ultrassonografia (US) abdominal, utilizada como rotina, revela valores de prevalência bem superiores aos observados nas investigações pela dosagem laboratorial das aminotransferases. Portanto, a US é importante na avaliação médica complementar de afecções hepáticas, como a DHGNA, por permitir o diagnóstico precoce em pacientes assintomáticos. Com o emprego da ecografia, a prevalência da esteatose hepática nos países industrializados varia de 20% a 40%. A tomografia computadorizada (TC), além de ser um método de alto custo, pouco prático e submeter o paciente a radiações ionizantes, tem baixa especificidade para o diagnóstico de esteatose hepática, com elevada taxa de falso-positivos. A ressonância magnética (RM) é considerada o método não invasivo mais eficaz para o diagnóstico da esteatose hepática, entretanto, é um procedimento caro e ainda pouco acessível em nosso meio. A TC com contraste e a RM são melhores que a US para avaliar os padrões radiológicos dos tumores hepáticos. A US demonstra ser um exame sensível e relevante no diagnóstico das alterações do fígado, da vesícula biliar e das vias biliares intra- e extra-hepáticas. A sensibilidade do exame de US na DHGNA varia de 60% a 94%, e a especificidade, de 88% a 95%(18,19), sendo a primeira opção para o diagnóstico da esteatose hepática por ser um método simples, que não utiliza radiação ionizante, pouco oneroso, mais acessível e sem efeitos colaterais. Atividade 2: Discutir as imagens abaixo e avaliar se achados sugestivos de esteatose hepática estão presentes. ESTEATOSE HEPÁTICA GRAU 3 Prática 2 Ultrassom renal na nefropatia crônica (complicação da DM) Analise o exame de ultrassom abaixo e marque o item que indica corretamente o órgão estudado e a estrutura numerada: Patológico/Fisiológico Achados ultrassonográficos na nefropatia crônica: Redução de volume do rim, atrofia de parênquima, lipomatose do seio, não tem diferenciação entre o córtex e a medula, aumento da ecogenicidade Prática 3 Entender o papel da RM na avaliação da hipófise A) Qual o melhor método de imagem para avaliar a hipófise? A RM de sela túrcica ou de hipófise B) O exame deve ser realizado com ou sem contraste? Com contraste A) Cite 2 indicações de RM da hipófise: Puberdade precoce e galactorreia B) Quais as principais etiologias das massas hipofisárias? Macroadenoma hipofisárioe Microadenoma hipofisário (98) Hipófise: Anatomia pela RM - YouTube T1 sem contraste T2 Neuro hipófise brilhando Liquor brilhando T1 com contraste Hipófise brilhando como um todo (alto sinal) Na TC falamos alta/baixa densidade, já na RM é dito alto/baixo sinal. https://www.youtube.com/watch?v=VYXYrYdonQI
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