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1 Aula Prática 8-Imuno hematologia – UNISOSIESC Elaboração: Profa. Ms. Magda Helena S H Ferrazza Prof. Abadio Costa Junior Objetivos: Conhecer os princípios da Imuno-Hematologia e seu uso no auxílio da fenotipagem ABO e diagnóstico de anemias hemolíticas autoimunes. Conhecimentos: Conhecer as características da execução dos exames que utilizam os princípios de imuno-hemato. Compreender a importância da interpretação dos resultados. Habilidades: Ser capaz de executar os testes que utilizam técnicas imuno- hematlógicas. Saber realizar as leituras e interpretações dos testes. Atitudes: Interesse e participação interativa nas aulas propostas. Saber trabalhar em equipe. Atenção com a execução da análise das fenotipagens e testes pesquisas de anticorpos e suas e interpretações. Quantidade por Equipe Descrição: Equipamentos, Materiais e Reagentes 05 Tubos de EDTA 05 Tubos Seco 05 Tubos de ensaio 01 Kit de reativos para Fenotipagem ABO 01 Soro de Coombs 01 Lâminas de vidro 05 Pipeta automática 50 µ 05 Pipeta automática 100 µ 20 Ponteiras 01 Banho Maria 370C Introdução Os conhecimentos na área de Imuno-Hematologia eritrocitária propiciam uma transfusão sanguínea mais segura e melhora o diagnóstico laboratorial de quadros potencialmente graves e fatais como a doença hemolítica do feto e do recém-nascido (DHFN) e a anemia hemolítica autoimune (AHAI). 2 Imuno-Hematologia é o termo utilizado para designar o estudo e classificação dos grupos sanguíneos através de reações imunológicas entre aglutinógenos e anticorpos. AGLUTINÓGENOS: O termo refere-se a estruturas presentes na membrana das hemácias, as quais são herdadas geneticamente dos pais e determinam os diversos grupos sanguíneos. ANTICORPOS: São proteínas responsáveis pela defesa imunológica do organismo (defendem o organismo contra corpos estranhos). DETERMINAÇÃO SANGÜÍNEA ABO: A importante descoberta de que as hemácias humanas pertenciam a diferentes grupos sanguíneos foi realizada por Landsteiner em 1900, que identificou o sistema ABO. Este sistema foi então dividido em quatro grupos sanguíneos: A, B, AB e O; onde os indivíduos classificados como: "A" possuem aglutinógenos A nas hemácias e anticorpos contra B no plasma. "B" possuem aglutinógenos B nas hemácias e anticorpos contra A no plasma. "AB” possuem aglutinógenos A e B nas hemácias e não possuem anticorpos no plasma. "O" não possuem aglutinógenos nas hemácias e possuem anticorpos contra A e B no plasma. Para a determinação do tipo sanguíneo utilizamos a pesquisa de aglutinógenos nas hemácias(tipagem Direta), e para a confirmação destes mesmos grupos sanguíneos realizamos a tipagem Reversa, onde detectaremos os seus respectivos anticorpos. Na tabela a seguir poderemos observar a relação existente entre aglutinógenos e anticorpos correspondentes nos respectivos grupos sanguíneos. 3 DETERMINAÇÃO DO FATOR RH: O fator Rh foi descoberto em 1940 por Landsteiner e Wiener. A partir daí foram descobertos aproximadamente 40 ou mais aglutinógenos diferentes no sistema Rh, porém na prática procura-se determinar a presença ou ausência de um deles, especificamente o aglutinógeno D. A presença do aglutinógeno "D" irá caracterizar o indivíduo como Rh Positivo e sua ausência como Rh Negativo. TESTE DA ANTIGLOBULINA DIRETO (COOMBS DIRETO): A principal finalidade deste teste é a detecção de hemácias revestidas de anticorpos, ou seja, hemácias sensibilizadas "in vivo". Ë muito utilizado na investigação de reações transfusionais, no diagnóstico de doença hemolítica perinatal e de anemias hemolíticas autoimunes. TESTE DA ANTIGLOBULINA INDIRETO(COOMBS INDIRETO) : Consiste na Pesquisa de Anticorpos Irregulares(P.A.I.), onde iremos determinar a ausência ou a presença de anticorpos livres no soro ou plasma de doadores e pacientes. Quando obtivermos um P.A.I. Positivo, será indicativo da presença de um anticorpo irregular no plasma deste paciente ou doador de sangue, o que nos levará a realização de um outro teste denominado de Identificação de Anticorpos Irregulares(I.A.I.), onde iremos determinar a especificidade deste anticorpo, ou seja, contra que aglutinógeno específico este anticorpo é voltado. PROVAS DE COMPATIBILIDADE: As provas de compatibilidade pré- transfusionais, também denominadas de " provas cruzadas", são realizadas com o intuito de confirmar se o sangue a ser transfundido é realmente compatível com o do receptor. Deve-se observar rigorosamente a tipagem ABO, visto que a maioria dos acidentes transfusionais graves ocorrem por este tipo de incompatibilidade. Abaixo iremos demonstrar um esquema que pode ser utilizado nas transfusões de concentrado de hemácias. 4 REFERÊNCIAS 1-BRAUNWALD, E.; FAUCI, A.S.; KASPER, D.L.; HAUSER, S.L.; LONGO, D.L.; JAMESON, J.L (ed):Harrison`s Principles of Internal Medicine, 15th Edição. New York, Ed. McGraw-Hill; 2001. 2.MILLER, O.; GONÇALVES, R.R.:Laboratório para o clínico, 8ª edição. São Paulo, Editora Ateneu;1995. PARTE EXPERIMENTAL 1- Tipagem sanguínea e fator Rh em Lâmina Procedimento: (passo a passo) 1.º) coloca-se numa lâmina de microscopia, lado a lado, uma gota de soro anti- A e outra de soro anti-B. 2.º) Sobre cada gota de soro coloca-se uma gota do sangue a ser identificado. Observando-se o resultado, temos: a) se não houver aglutinação em nenhum dos lados, o sangue em exame é do grupo O. 5 b) se houver aglutinação nos dois lados, o sangue é do grupo AB. c) se houver aglutinação somente com o soro anti-A, o sangue é do grupo A. d) se aglutinar somente com o soro anti-B, o sangue é do grupo B. 3.º) em uma outra Lâmina colocar uma gota de soro anti Rh e sobre o soro colocar uma gota do sangue a ser identificado. a) se houver aglutinação o sangue é Rh positivo e se não houver aglutinação o sangue provavelmente será Rh negativo, mas neste caso é necessário realizar a prova de Fator Dfraco (Fator Du). Exercício 6 2- Teste do D fraco 1- Preparar uma suspensão de 3 a 5 % das hemácias a serem classificadas (1ml de salina e 50 microlitros de amostra de sangue previamente testada). 2- Colocar em cada um dos dois tubos devidamente identificados, RH e CONTROLE respectivamente 1 gota (50 microlitros) de reativo anti- D e 1 gota de do controle Rh. 3- Acrescentar 1 gota da suspenção de hemácias em cada tubo. 4- Deixar em banho maria por 15 minutos. 5- Acrescentar o equivalente a 3 ml de salina e centrifugar por 1 minuto a 1000 rpm. 6- Virar os tubos descartando a salina, tomando o cuidado para não desprezar o botão que se formou no fundo do tubo. 7- Acrescentar o equivalente a 3 ml de salina e centrifugar por mais 1 minuto a 1000 rpm. 8- Virar os tubos descartando a salina, tomando cuidado para não desprezar o botão que se formou no fundo do tubo. 9- Acrescentar o equivalente a 3 ml de salina e centrifugar por mais 1 minuto a 1000 rpm. 10- Virar os tubos descartando a salina, tomando cuidado para não desprezar o botão que se formou no fundo do tubo. 11- Secar a parede do tubo com papel toalha, acrescentar 2 gotas de Soro de Coombs em cada tubo, centrifugar por mais 1 minuto a 1000 rpm. 12- Ressuspender o botão de hemácias em cada tubo e observar a presença ou não de aglutinação. 13- O tubo com controle de Rh deverá ser sempre negativo e o teste caso não aconteça a presença aglutinação será reportado como Rh D NEGATIVO fator D fraco NEGATIVO. Caso aconteça a presença de aglutinação o resultado reportado será Rh D NEGATIVO fator D fraco POSITIVO. 3- Teste Coombs Direto O teste de Coombs direto é usado no diagnóstico de doenças autoimunes e doença hemolítica do recém-nascido. Ele detecta anticorpos ligados à superfície das hemácias. TÉCNICA 7 a) Preparar uma suspensão salina (5%) das hemácias a seremtestadas (1ml de salina e 50 microlitros de amostra de sangue), b) Colocar 2 gotas desta suspensão em 1 tubo, adicionar solução fisiológica e centrifugar a 3.000 R.P.M. por um minuto; c) desprezar (com cuidado) o sobrenadante deixando o “ botão” de hemácias no fundo do tubo; d) repetir a operação mais duas vezes. Na última operação, com auxílio de papel de filtro, procurar desprezar toda a solução salina. Quando se tratar de sangue umbilical, lavar as hemácias no mínimo oito vezes; e) adicionar duas gotas de soro de Coombs; f) centrifugar à baixa rotação (1.000 rpm) por 15 segundos; g) leitura: agitar levemente o tubo e observar se há aglutinação dos eritrócitos. Entendimento da Aula 1-Quais as principais utilidades do estudo da Imuno-Hematologia? 2-O que significa fenótipo Dfraco? 3- Quais as finalidades dos testes de Coombs direto e indireto?
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