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Universidade Federal de Lavras - UFLA Relatório completo de Corrosão Turma 30H do curso de ABI Engenharia Aira Rodrigues dos Santos Ana Julia Garroni Gabriella Cabral Weliton Adair de Freitas Lavras/2022 1. Introdução A maioria dos materiais apresenta algum tipo de interação com um grande número de ambientes diferentes. Os mecanismos de deterioração são diferentes para os três tipos de materiais. Nos metais existe uma efetiva perda de de material, seja por dissolução(corrosão) ou pela formação de uma incrustação ou filme não-metálico. Os materiais cerâmicos são relativamente resistentes à deterioração, a qual ocorre geralmente sob temperaturas elevadas ou corrosão. Para os polímeros, os mecanismos e as consequências são diferentes daqueles dos metais e cerâmicas e o termo degradação é usado com maior frequência. As corrosões podem ser classificadas em vários tipos como por exemplo: Corrosão uniforme; por placas; alveolar; de metais, entre outros tipos de corrosão.A corrosão pode ser definida como o ataque (reação química) a um corpo sólido por meio de uma ação química ou eletroquímica, provocado pelo meio ambiente. Esta reação que geralmente ocorre na superfície do metal, provoca seu desgaste e finalmente a sua destruição, seja pela alteração na sua estrutura, na composição química ou no seu aspecto externo. Devem ser considerados os reagentes que participam desta reação que são os metais (sua natureza, estrutura etc.) e os meio corrosivos (composição, concentração, pH etc.) que entram em contato sob diversas circunstâncias (temperatura, pressão, etc.) dando origem a diversos tipos de mecanismos de corrosão. Estudaremos agora o caso mais frequente de corrosão, que é a corrosão úmida ou eletroquímica do ferro (elemento base na liga do aço), que é o material mais extensamente usado na prática. O ferro, quando exposto à atmosfera (Oxigênio, umidade, chuva etc), enferruja, mudando o aspecto metálico (com brilho cinza) para se tornar um óxido de cor vermelha que, hidratado, torna-se inteiramente amarelo (a ferrugem tem geralmente nuances intermediárias entre o vermelho e o amarelo). Quimicamente, dizemos que o ferro se oxidou e o seu estado de oxidação variou de zero no metal a +2 e +3 nos óxidos formados. A ligação química também mudou de metálica para iônica nos hidróxidos e, por conseguinte, a natureza do ferro oxidado difere do metal original. A aderência da camada de óxido, que resulta do ataque sobre o metal, é fraca e facilmente o óxido se desprende do metal, expondo a superfície a novo ataque. A solução eletrolítica (água da chuva, produtos químicos, água do mar etc) quando em contato com a superfície do metal, forma uma pilha eletroquímica, em que algumas partes da superfície agem como ânodo e outras partes agem como cátodo. O circuito interno é eletrônico, pois o metal é um bom condutor e a solução funciona como circuito externo, de natureza iônica propiciando o funcionamento da pilha. Como exemplos, damos as pilhas formadas sobre o ferro pela adição de soluções ácidas e neutras (ou alcalinas), com seus respectivos potenciais. Conhecer o processo de corrosão dos materiais, é parte importantíssima no desenvolvimento das engenharias, o avanço tecnológico permitiu a criação de ligas metálicas cada vez mais resistentes à ação do meio ambiente. Além de evitar incidentes graves e prevenir uma série de custos decorrentes da manutenção ou processos de proteção desses materiais. 2. Parte Experimental No procedimento A (Corrosão do Ferro na Atmosfera) colocou um pedaço de palha de aço no fundo de uma proveta para gás (ou um tubo com cerca de 25 cm) e encha de água, fazendo com que a mesma penetre na malha de palha do aço. Em seguida, colocou - se a proveta em um corpo com água, deixou o ar penetrar até 10 cm e marcou o nível da água na proveta. Após uma semana, foi observado que o nível da água subiu 5 cm, e a palha de aço ficou com coloração preta especialmente na parte em contato com o ar. No procedimento B (Corrosão úmida do Ferro), adicionou - se 8 pregos de ferro em tubos de ensaio pequeno e em seguida foi adicionado às soluções em cada um: Tubo 1: Água de torneira; Tubo 2: HCl diluído (3 mol L-1 ); Tubo 3: HCl (6 mol L-1 ); Tubo 4: NaOH (0,1 mol L-1 ); Tubo 5: H2SO4 (3,5 mol L-1 ); Tubo 6: H2SO4 Concentrado; Tubo 7: NaCl a 5%; Tubo 8: Somente a lâmina de ferro; Em cada caso, foi descrito o aspecto inicial do prego e da solução. Após uma semana foi verificado os seguintes aspectos: Tubos de ensaio Aspecto Inicial Aspecto final 1 Prego normal e solução incolor Cabeça do prego ficou laranja, formou precipitado preto no fundo do tubo de ensaio em torno da ponta do prego. 2 Prego normal e solução incolor A solução ficou esverdeada,formou precipitado laranja no fundo e na parte de cima na cabeça do prego. Algumas pequenas bolhas de ar. 3 Prego normal e solução incolor Prego bem deteriorado, cabeça e ponta do prego bem reduzidas,solução mais esverdeada.Algumas pequenas bolhas de ar. 4 Prego normal e solução incolor Prego normal com uma leve cobertura em sua superfície. 5 Prego normal e solução incolor Solução azul esverdeada,estrutura do corpo de prego preta e bem reduzida. Formou precipitado preto no fundo do tubo de ensaio e algumas pequenas bolhas de ar. 6 Prego normal e solução incolor Solução levemente avermelhada,prego com cor normal. 7 Prego normal e solução incolor Solução avermelhada,pequenos pontos pretos no preto. 8 Prego normal e solução incolor Não houve alteração 3. Resultado e discussão No primeiro procedimento, após uma semana de análise, foi observado que o nível de água no tubo de ensaio subiu de 5 cm e que a palha de aço ficou com uma coloração preta, especialmente na parte em que ela estava em contato com o ar. Isso ocorre, visto que a palha de aço reagiu com o oxigênio da água presente no tubo, ficando molhada e oxidando mais facilmente. A seguir estão representadas as equações químicas das reações da palha de aço com o ar e da palha de aço com a água, respectivamente. 4 Fe + 3 O2 → 2 Fe2O3 2 Fe(OH) (s) + 2 H2O + O2 → 2 Fe(OH)2 No segundo procedimento B, foi possível observar que os pregos presentes em meios com ácidos e sais (tubos 2, 3, 5, 6 e 7) foram os que mais sofreram corrosão, sendo o desgaste do metal devido a oxidação, formando a ferrugem que pode ser representada pelas equações: Fe(s) → Fe2+ + 2e- (oxidação do ferro) O2 + 2H2O + 4e- → 4OH- (redução do oxigênio) 2Fe + O2 + 2H2O → 2Fe(OH)2 (equação geral da formação da ferrugem) Abaixo estão equações químicas das reações ocorridas em cada tubo: Tubo 1: Água da torneira Fe2+(aq) + 2 OH-(aq) → Fe(OH)2(aq) Tubo 2: HCl diluído (3mol/l) Fe + 3 HCl = FeCl3 + 3/2H2(g) Tubo 3: HCl (6 mols L -1) Fe + 3HCl = FeCl3 + 3/2 H2 3 Fe(OH)2(aq) → H2O(l) + O2(g) + Fe3O4(s) Tubo 4: NaOH (0,1mol L-1) O reagente não favoreceu a oxidação Tubo 5: H2SO4 (3,5 mols/L) Fe + H2SO4(g) → FeSO4(s) + H2 (g) Fe + H+(aq) → Fe+3(aq) + H2(g) Tubo 6: H2SO4 concentrado: Prego com aparência normal, solução avermelhada Tubo 7: NaCL 2 FeCl3(aq) + 6 H2O(l) → 2 Fe(OH)3(aq) + 6 HCl(aq) 4. Conclusão Através desse experimento pode-se observar os processos de corrosão úmida do ferro em meios ácido, básico e neutro. Com base na realização dos experimento, o procedimento A necessitou da umidade (H2O) e de um agente oxidante (O2), e no procedimento B pode se perceber as devidas soluções e suas alterações em cada prego,alguns com mudança de cor com precipitado, outros com leve deformações e o restante sem mudanças. Além disso, a corrosão é um fenômeno químico de grande importância para conhecimento de todas pessoas, pois no nosso dia a dia se usa muitos produtos feitos de metais. Para maior durabilidade desse metais em sua aplicação é importante conhecer os motivos e os fatores que acarretam a deterioração, bem como os meios de minimizar esses efeitos. Sendo assim, o conhecimento dos diversos tipos de corrosão, através de experimentos, é um meioimprescindível para o aumento da estabilidade dos metais frente aos agentes a eles. Tais experimentos demonstraram as principais maneiras macroscópicas de verificar a ocorrência de corrosão, como também métodos simples de sacrifício e prevenção a fim de aumentar a durabilidade de empreendimentos que utilizam metais susceptíveis à corrosão.
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