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Composição e Limitações da Constituição Brasileira

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DIREITO CONSTITUCIONAL:
A Constituição da República Federativa do Brasil foi promulgada no dia 5 de outubro de 1988 e é dividida em 3 (três) partes: Preâmbulo, corpo fixo (ou parte dogmática) e o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).
1. Composição:
a) Preâmbulo – ADI 2076 -> Segundo o STF, não é norma jurídica. É desprovido de normatividade. Não é parâmetro do controle de constitucionalidade, ou seja, nenhuma lei pode ser declarada inconstitucional por violar o preâmbulo da Constituição. Além disso, não é de observância obrigatória nas Constituições Estaduais. 
b) Parte dogmática (corpo fixo) -> Servem como parâmetro do controle de constitucionalidade das leis. 
c) ADCT -> normas de passagem que não precisariam fazer parte do corpo fixo da CF. Porém, não há hierarquia entre normas do corpo fixo e normas do ADCT. É parâmetro do controle de constitucionalidade. Ou seja, se o legislador cria uma norma que viola o ADCT, essa norma será declarada inconstitucional. 
· Normas constitucionais originárias/primárias -> nasceram em 05/10/1998. Gozam de PRESUNÇÃO ABSOLUTA DE CONSTITUCIONALIDADE. Não podem ser declaradas inconstitucionais. 
· Normas constitucionais derivadas -> foram inseridas por meio de EMENDAS CONSTITUCIONAIS. São chamadas de derivadas porque não nasceram no mesmo dia que as normas originárias. As normas constitucionais derivadas, que são as emendas, bem como as normas infraconstitucionais, medidas provisórias, etc. gozam de PRESUNÇÃO RELATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE. Ou seja, podem vir a ser declaradas inconstitucionais. 
PODER REFORMADOR: É o responsável pelas alterações formais do texto da constituição e já se manifestou por meio das emendas de revisão e hoje só se manifesta pelas emendas constitucionais na forma do art. 60 da CF. 
a) EMENDAS CONSTITUCIONAIS – art. 60 CF.
· Hoje são 93 emendas constitucionais. Enfrentam uma série de limites, essenciais para defender a supremacia da Constituição. 
b) EMENDAS DE REVISÃO – ART. 3º, ADCT: A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. 
· Essa revisão ocorreu no ano de 1994 e foram realizadas apenas 6 emendas de revisão. STF entendeu que, a partir do ano de 1994, não poderia mais haver emenda de revisão. A partir de então, só temos as emendas constitucionais para alterar, revogar, renumerar dispositivo constitucional.
LIMITAÇÕES AO PODER REFORMADOR:
A) TEMPORAIS -> Não há limitações temporais na CF de 1988. A Constituição de 1824 estabeleceu, no seu art. 174, limitação de ordem temporal, impedindo que por 4 anos ela pudesse ser alterada pelo Congresso. 
B) CIRCUNSTANCIAIS: ART. 60 § 1º CF: A constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. 
C) FORMAIS: Limitações associadas ao processo legislativo de formação das emendas. Art. 60, I, II e III -> ROL TAXATIVO. Não há iniciativa popular para apresentação da PEC. 
Art. 60: A constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados (171 DEPUTADOS) ou do Senado Federal (27 SENADORES);
II – do Presidente da República;
III – de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos (308 DEPUTADOS e 49 SENADORES) dos votos dos respectivos membros.
 
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. 
Ou seja, não há espaço para sanção ou veto do Presidente da República. A única participação do Presidente é a apresentação, que pode ser feita por ele se quiser (art. 60, II). NÃO HÁ SANÇÃO OU VETO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA NO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS. 
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
· Sessão legislativa -> período ANUAL de trabalho legislativo. Art. 57, CF. Começa no dia 02/02 e vai até 17/07. Recomeçam o trabalho em 01/08 até 22/12. É DIFERENTE DE:
· Legislatura -> é o período de 4 anos de mandato dos parlamentares. Art. 44, parágrafo único da CF. 
LIMITAÇÕES MATERIAIS EXPRESSAS (CLÁUSULAS PÉTREAS):
Art. 60, § 4º CF: Não será objeto de deliberação a proposta tendente a abolir: 
I – a forma federativa do Estado; União, Estados, DF e Municípios, todos autônomos na forma do art. 18 da CF (a organização política-administrativa da República Federativa do Brasil compreende-se a União, os Estados, o DF e os Municípios, todos autônomos, nos termos da CF). 
II – o voto direto, secreto, universal e periódico; Então, é possível que amanhã ou depois seja estabelecido o voto facultativo, porque a obrigatoriedade formal de comparecimento às urnas não é cláusula pétrea. 
III – a separação dos Poderes; Art. 2º CF -> São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
Exercem funções típicas e atípicas. 
IV – os direitos e garantias individuais. Não se esgotam no art. 5º CF. Ex: princípio da anterioridade em matéria tributária está disposto no art. 150 CF.
· Visa preservar o núcleo essencial desses institutos. 
LIMITAÇÕES MATERIAIS IMPLÍCITAS (CLÁUSULAS TÁCITAS):
Exemplos: 
- Forma de governo: REPÚBLICA.
- Sistema de governo: PRESIDENCIALISMO.
- Titularidade do poder constituinte: POVO. Art. 1º, parágrafo único CF: Todo poder emana do povo, que exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da CF. 
- Art. 60 CF -> preserva a rigidez de nossa Constituição.
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL:
DENOMINAÇÕES:
- Poder Constituinte difuso;
- Transição constitucional;
- Mudanças informais da Constituição
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL: É o processo INFORMAL de mudança da Constituição, permitindo a releitura do texto à luz dos novos fatos sociais, econômicos, políticos, etc. É o processo informal da mudança da Constituição, permitindo que a CF esteja sempre conectada com a realidade do país e que não haja uma ponte entre o que diz a CF e a realidade em que as pessoas estão inseridas. A mutação constitucional é uma alteração de contexto, de sentido, sem mudança na literalidade do dispositivo constitucional. 
Ex: art. 226 § 3º da CF -> união estável é formada pelo homem e pela mulher. Entretanto, a jurisprudência já reconhece direitos às relações homoafetivas. ADI 4277 -> O STF estendeu o conceito de união estável para as relações homoafetivas. Ou seja, o texto não mudou, o que mudou foi o sentido, o contexto. 
EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS:
TEORIA TRIPARTIDA: Prof. José Afonso da Silva. OBS: NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE ESSAS NORMAS E TODAS ESTÃO APTAS A PRODUZIR EFEITOS JURÍDICOS.
a) Normas constitucionais de eficácia PLENA -> Nascem produzindo seus efeitos jurídicos máximos desde a sua entrada em vigor. Tem sua incidência direta, imediata e integral. São autoaplicáveis. Não há necessidade de uma lei para que essa norma possa produzir efeitos jurídicos. Não é possível restringir a aplicação dessas normas por uma lei ou ato administrativo. São autossuficientes. Exemplos: Art. 1º, 2º, 5º, III CF. 
b) Normas constitucionais de eficácia CONTIDA -> São autoaplicáveis. Não precisa de lei para produzir seus efeitos jurídicos. Já entra no ordenamento produzindo todos os seus efeitos. Não há lapso temporal para produzir seus efeitos. Tem incidência direta e imediata. Entretanto, não produzem efeitos integrais. Podem sofrer condicionamentos por parte do poder público. No próprio texto da norma contida já existe possibilidade de restrição.
Por exemplo: - art. 5º, XIII: é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
- Art. 5º,XV: é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
- Art. 93, IX: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e advogados....
c) Normas constitucionais de eficácia LIMITADA ou REDUZIDA: Não autoaplicáveis. Precisam de atuação futura do poder público para que possam produzir seus efeitos jurídicos essenciais. Tem incidência indireta (porque dependem de lei ou da atuação administrativa do poder público para que podem produzir seus efeitos), mediata e não integral. 
· Normas limitadas de conteúdo programático: Apresentam programas, metas, diretrizes que o Poder Público deve cumprir. Normalmente tem um contexto social. Ex: art. 225, 196, 205 CF.
· Normas limitadas de conteúdo institutivo/organizatório: criam órgãos, funções e institutos que dependem, muitas vezes, de leis para que possam se tornar realidade. Ex: art. 112 e 113 CF.
NACIONALIDADE:
É considerada um direito fundamental de 1ª geração, um direito individual. Pode ser considerada um vínculo jurídico-civil que liga um indivíduo a certo e determinado Estado, fazendo-o componente do povo e titular de direitos e obrigações.
- Base legal: art. 12 CF.
- CIDADANIA X NACIONALIDADE. Nem todos os nacionais são cidadãos. Mas, em regra, todos os cidadãos são normalmente brasileiros. Cidadania está ligada aos direitos políticos. É adquirida após o devido alistamento nacional. Ex: um indivíduo com 14 anos é brasileiro, mas ainda não é cidadão, pois não pode votar. Outro exemplo é o preso cumprindo sentença condenatória transitada em julgado. 
- Em regra, todo o cidadão é nacional. Exceção: o português equiparado, na forma do art. 12 § 1º da CF é um estrangeiro, mas pode exercer os direitos e deveres inerentes ao brasileiro naturalizado. É um estrangeiro com direitos equiparados a brasileiro naturalizado. Se ele satisfazer os requisitos do art. 17 do Decreto 3927/01, ele será o único cidadão estrangeiro no Brasil. 
- Dupla nacionalidade é diferente de dupla cidadania. 
CONCEITOS:
A) APÁTRIDA OU HEIMATLOS: É aquele que não tem nacionalidade. 
B) POLIPÁTRIDA: É aquele que tem mais de uma nacionalidade.
AULA 2 – NACIONALIDADE
ESPÉCIES:
A) ORIGINÁRIA -> decorre do nascimento. O Estado soberano estabelece os requisitos da nacionalidade. No Brasil, são chamados BRASILEIROS NATOS.
B) SECUNDÁRIA -> Não decorre do nascimento, e sim normalmente do processo de naturalização, que é estabelecido de forma soberana pelo próprio Estado. BRASILEIROS NATURALIZADOS.
a) IUS SANGUINIS: Origem sanguínea. Será nacional todo o descendente de nacional, independentemente de seu local de nascimento. Critério adotado normalmente pelos países do velho mundo.
b) IUS SOLIS: Origem territorial. Será nacional todo o nascido no território do Estado, independentemente da nacionalidade de seus descendentes.
c) CRITÉRIO MISTO OU IUS SOLI RELATIVO OU IUS SOLI NÃO ABSOLUTO
· A lei (federal, estadual, municipal) não pode estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, SALVO nos casos PREVISTOS NA CONSTITUIÇÃO (art. 12, § 2º CF). 
TRATAMENTO DIFERENCIADO ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS:
-> HIPÓTESES TAXATIVAMENTE PREVISTAS NA CF EM NOME DO PRINCÍPIO DA IGUALDADE (ART. 12 § 2º);
1) CARGOS: Art. 12 § 3º CF: São privativos dos BRASILEIROS NATOS os seguintes cargos:
· Presidente da República;
· Vice-presidente da República;
· Presidente da Câmara dos Deputados;
· Presidente do Senado Federal;
· Ministro do STF;
· Membro de carreira diplomática;
· Oficial das forças armadas;
· Ministro de Estado da Defesa.
2) CONSELHO DA REPÚBLICA: Art. 89 CF. Nem todos os membros precisam ser necessariamente brasileiros natos. A exigência consta no art. 89, VII: (...) É composto por seis brasileiros natos, com mais de 35 anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois nomeados pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução. 
3) EXTRADIÇÃO: processo de entrega de um indivíduo de um Estado a outro Estado, que é competente para processá-lo e julgá-lo. 
Extradição passiva -> Quando está em território nacional, daqui poderá ser ou não extraditado para outro país de acordo com o que estabelece a CF. 
BRASILEIROS NATOS: Não poderão ser extraditados. 
BRASILEIROS NATURALIZADOS: Em regra, não podem ser extraditados, SALVO por crime comum cometido antes da naturalização ou em caso de envolvimento com tráfico ilícito de drogas (tanto faz se for antes ou depois da naturalização). 
ESTRANGEIRO: Pode ser extraditado, SALVO por crime político ou de opinião. 
4) PROPRIEDADE: Art. 222 CF. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é PRIVATIVA DE BRASILEIROS NATOS OU NATURALIZADOS HÁ MAIS DE 10 ANOS, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no país. 
Obs importante: DUPLA NACIONALIDADE -> é possível que um brasileiro nato que também seja italiano seja extraditado para a Itália? NÃO. STF já decidiu que a dupla nacionalidade NÃO EXCLUI A REGRA QUE NÃO ADMITE A EXTRADIÇÃO DE BRASILEIRO NATO.
BRASILEIROS NATOS: Art. 12, I, a, b, c -> hipóteses taxativas. Não podem ser ampliadas por legislação infraconstitucional.
1) Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros (AMBOS), desde que estes NÃO estejam a serviço de seu país. – (IUS SOLI).
Ou seja -> não será brasileiro nato se filho de pais estrangeiros e se pelo menos um deles estiver exercendo serviço oficial de seus país de origem no Brasil. Ex: serviços diplomáticos, representação do executivo (chefe de estado, ministro, etc). 
· Filho de brasileiro nascido no brasil, brasileiro nato será.
· Se UM dos pais for brasileiro e o filho nascer no Brasil, será brasileiro nato.
2) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa Brasileiro. – (IUS SANGUINIS + critério funcional)
· Estar a serviço do Brasil -> adm. Pública direta ou indireta, federal, estadual, distrital e municipal.
3) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. (IUS SANGUINIS + registro no consulado e IUS SANGUINIS + residência no Brasil + manifestação de vontade perante a justiça federal de 1º grau). 
· É direito personalíssimo. Se a criança vier para o Brasil menor de idade, vai ser considerada brasileira nata provisória. Se vier residir no Brasil maior de idade, já pode se manifestar perante a JF (art. 109, X). NÃO TEM PRAZO. A QUALQUER TEMPO DEPOIS DE ATINGIDA A MAIORIDADE.
BRASILEIROS NATURALIZADOS: Art. 12, II, a e b
· Não há naturalização tácita ou por decurso de prazo. Ou seja, pode ser que o venezuelano fique em nosso país por 40 anos, ele não vai ser naturalizado automaticamente, tacitamente. Só adquire a nacionalidade brasileiro quando se manifesta nesse sentido e preenche os requisitos previstos na legislação. 
A) NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA: Ato DISCRICIONÁRIO. É possível que se negue a naturalização do estrangeiro! 
 Originários de países de língua portuguesa -> residência por um ano ininterrupto no Brasil + idoneidade moral comprovada por meio de documentos.
 
 Originários de outros países -> podem adquirir a nacionalidade brasileira na forma da lei (Lei 6815/80). Art. 112 da lei traz uma série de requisitos para que o estrangeiro possa pleitear a naturalização.
B) NATURALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA: Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal (transitada em julgado), desdeque requeiram a nacionalidade brasileira. 
· Ato administrativo neste caso é VINCULADO. Ou seja, uma vez satisfeitos os requisitos da alínea “b”, não é possível que o estrangeiro não consiga a nacionalidade brasileira.
· Deve requerer. Não existe naturalização tácita.
PERDA DA NACIONALIDADE:
· HIPÓTESES TAXATIVAS: Art. 12 § 4º, I e II. Não podem ser ampliadas por legislação infraconstitucional.
1) Tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional. 
· Perda-sanção/perda-punição. É uma decisão JUDICIAL. Ação de cancelamento de naturalização proposta pelo Ministério Público Federal perante a JF. Só pode requerer a naturalização judicialmente através de ação rescisória.
2) Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que adquirir outra nacionalidade (natos e naturalizados), SALVO NOS CASOS:
a) De reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) De imposição de naturalização pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado Estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para exercício de direitos civis. 
· Perda-mudança. A decisão nesse caso é ADMINISTRATIVA. A perda de nacionalidade em decorrência da aquisição de outra (salvo exceções constitucionais) somente se dá depois de um procedimento administrativo, que culmina em um Decreto do Presidente da República, nos termos da lei 818/49.
· O brasileiro nato pode readquirir a nacionalidade perdida, desde que requeira. 
DIREITOS POLÍTICOS:
DEMOCRACIA -> prevista no art. 1º, § único da CF. Tem como base a SOBERANIA POPULAR, e esse poder se realiza por meio de direitos políticos. 
SUFRÁGIO direito público subjetivo de participar da vida política. No Brasil, ele já foi censitário, capacitário e em 1988 passou a ser universal. O censitário é aquele que discrimina as pessoas de acordo com a sua renda. O capacitário discriminava as pessoas de acordo com sua capacidade intelectual, muitas constituições proibiam o voto da mulher. Hoje ele é universal. É aquele que não tem preconceito nas escolhas políticas. Mas traz alguns requisitos para o exercício dos direitos políticos. 
DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS: 
a) Alistamento eleitoral: 
- É FACULTATIVO para os maiores de 16 e menores de 18, maiores de 70 anos e para os analfabetos. 
- É OBRIGATÓRIO para os maiores de 18 e menores de 70 anos.
- INALISTÁVEIS: estrangeiros e os conscritos, durante o período de serviço militar obrigatório. Os conscritos são aqueles que estão cumprindo o serviço militar obrigatório. 
Art. 61 § 2º CF: Iniciativa popular pode ser exercita através da apresentação de projetos de leis ordinárias e complementares. Esse projeto de lei popular é apresentado à Câmara dos Deputados. OBS: Não existe apresentação de PEC por iniciativa popular.
1 -> % do eleitorado nacional
5 -> estados brasileiros 
3 dos eleitores de cada um dos 5 estados brasileiros (no mínimo)
10
Art. 27 § 4º -> a lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.
· Somente por LEI é que é possível reger esse tema no âmbito dos estados. 
Art. 29, XIII -> Iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado. 
PLEBISCITO -> manifestação PRÉVIA que ANTECEDE a manifestação legislativa ou administrativa.
REFERENDO -> Manifestação POSTERIOR feita no sentido de retirar a eficácia do ato ou de ratificar a decisão já tomada.
Exs: art. 18 § 3º -> os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, ATRAVÉS DE PLEBISCITO, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
Art. 49, XV: É de competência exclusiva do Congresso Nacional aprovar referendo ou convocar plebiscito POR MEIO DE DECRETO LEGISLATIVO.
Ação popular -> não é qualquer pessoa que pode ser autora, apenas aquelas pessoas em gozo de seus direitos políticos.
· Não será objeto de deliberação a proposta de PEC tendente a abolir o voto direto, secreto, universal e periódico (art. 60, § 4º, II CF). 
CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE:
Nem todos que possuem capacidade eleitoral ativa possuem capacidade eleitoral passiva, ou seja, nem todos que podem votar podem ser eleitos. Entretanto, todos que podem ser eleitos devem poder votar.
São condições de elegibilidade, na forma da lei (SÃO CUMULATIVAS):
I. Nacionalidade brasileira (brasileiro nato ou naturalizado);
II. O pleno exercício dos direitos políticos (art. 15 CF);
III. O alistamento eleitoral;
IV. O domicílio eleitoral na circunscrição. 
V. Filiação partidária (no Brasil não se admite candidatura avulsa);
VI. A idade mínima de:
· 35 ANOS -> presidente da república, vice-presidente da república e senador (devem comprovar a idade no ATO DA POSSE);
· 30 ANOS -> governador, vice-governador do estado e DF (devem comprovar a idade no ATO DA POSSE);
· 21 ANOS -> deputado federal, deputado estadual ou distrital, prefeito, vice-prefeito e juiz de paz (devem comprovar a idade no ATO DA POSSE);
· 18 ANOS -> vereador (deve comprovar a idade no ato de REGISTRO DE CANDIDATURA).
AULA 3:
DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS:
A) INELEGIBILIDADES: Alcançam os direitos políticos PASSIVOS. 
- Absolutas: art. 14 § 4º CF -> os inalistáveis (estrangeiros, conscritos) e os analfabetos. 
· Obs: estrangeiro: se for português equiparado, caso esteja devidamente alistado, vai poder se candidatar. 
· O STF entende que essas inelegibilidades ABSOLUTAS não podem ser ampliadas por legislação infraconstitucional. Estão taxativamente previstas na CF.
- Relativas: art. 14, § 9º, § 5º, § 6º, § 7º CF -> As inelegibilidades RELATIVAS -podem ser ampliadas por lei complementar (LC 64/90). 
-> art. 14 § 5º -> o presidente da república, os governadores de estado e do DF, os prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. 
· Não há número máximo de reeleições no plano do legislativo. 
· Esse parágrafo se aplica aos titulares dos cargos do executivo, e não aos vices. Só são permitidos dois mandatos consecutivos no poder. O terceiro mandato consecutivo é proibido, mas não há número máximo de mandatos. 
· Prefeito itinerante/profissional -> o prefeito reeleito não pode concorrer a um terceiro mandato como prefeito de um município próximo. Não se estabeleceu a distância, cada caso é analisado de acordo com suas peculiaridades. 
- art. 14, § 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. 
· Desincompatibilização. Esse dispositivo só se aplica ao titular de cargo do PODER EXECUTIVO. 
· A renúncia é definitiva, há um desfazimento do vínculo. Só é exigida para quem quer concorrer a outro cargo eletivo. Não há desincompatibilização para a reeleição. 
- art. 14, § 7º: são inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou território, do DF, do Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. 
· Inelegibilidade reflexa;
· Parâmetro dessa inelegibilidade é o titular de cargo no Executivo (família do prefeito, do governador, do presidente da república). Ou seja, a família dos legisladores (vereador, deputado, senador) pode concorrer a qualquer cargo eletivo. 
· Família: cônjuge, companheiro(a), filhos, netos, pais, avós, irmãos, sogro(a), cunhado(a), genro(a) (parente por afinidade). OBS: SOBRINHOS, TIOS E PRIMOS são parentes de 3º e 4º grau, ou seja, NÃO HÁ VEDAÇÃO. 
· A família do prefeito fica impedida a concorrer a cargos locais, cargos daquela circunscrição. 
· A família do governadornão pode concorrer aos cargos eletivos pelo Estado, cargos federais oriundos daquele Estado, cargos do Município localizado naquele Estado, mas pode concorrer ao cargo de Presidente e Vice Presidente da República ou de outros Estados. 
· A família do Presidente não pode concorrer a cargo eletivo algum.
· Se vários membros de uma mesma família quiserem concorrer originariamente a cargos eletivos em uma mesma circunscrição, não há problema algum, pois nenhum irá usufruir do poder, afinal de contas ninguém foi eleito ainda.
· Essa inelegibilidade não se aplica aquele que já é titular de mandato eletivo.
· A renúncia é uma forma de afastar a inelegibilidade reflexa. Quem renuncia deixou de ter vínculo com o cargo. 
· Se oferecida no primeiro mandato do titular do cargo no Executivo, afasta por completo a inelegibilidade reflexa e a família pode concorrer a qualquer cargo eletivo, inclusive ao antes ocupado pelo renunciante. 
· É proibido o terceiro mandato consecutivo no poder da mesma família. 
· Se a renúncia é oferecida no segundo mandato, a renúncia afasta a inelegibilidade, salvo para o cargo antes ocupado pelo renunciante. 
Súmula vinculante 18 -> a dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, NÃO AFASTA a inelegibilidade prevista no § 7º do art. 14 da CF. 
B) PERDA E SUSPENSÃO: Afetam os direitos políticos ATIVOS e PASSIVOS. Não pode votar nem pode ser eleita. As hipóteses de perda e suspensão se esgotam na CF.
Art. 15 CF – É vedada a cassação de direitos políticos (retirada arbitrária), cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: 
Perda -> cancelamento título de eleitor
Suspensão -> temporária.
I. Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; PERDA DOS DIREITOS POLÍTICOS
II. Incapacidade civil absoluta; SUSPENSÃO DOS DIR. POLÍTICOS
III. Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS
IV. Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; PERDA DOS DIREITOS POLÍTICOS (questão polêmica). 
V. Improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º CF. SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS: 
1. HABEAS DATA:
Art. 5º, LXXII CF: Conceder-se-á habeas-data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
· Surgiu em 1988 e tem relação próxima com a época da ditadura. Utilizado para defender a intimidade e a vida privada do impetrante.
· Base legal: Lei 9507/97 e art. 5º, LXXII CF.
· Finalidades: 
a) Conhecer OU retificar dados pessoais (art. 4, LXII CF) OU complementar dados pessoais (art. 7, III LEI 9507/97). É entendimento majoritário da doutrina de que NÃO CABE HD COM DUPLA FINALIDADE.
b) Dados pessoais: nome, escolaridade, trabalho, saúde, etc. Não cabe para conhecer dados de terceiros;
c) Remédio personalíssimo. Ou seja, só pode ser impetrado pelo próprio titular dos dados, não pode ser impetrado para buscar informações sobre terceiros. Herdeiro do de cujus -> pode impetrar HD para conhecer/retificar/complementar dados pessoais do falecido. 
d) Titular -> pessoa natural/jurídica nacional ou estrangeira.
e) Vai ser impetrado em face da autoridade detentora do banco de dados, que pode ser público (AP direta ou indireta federal/estadual/distrital/municipal) ou privado (desde que possua caráter público. Ex: SPC e SERASA). Ex de banco de dados privado sem caráter público -> setor de RH de uma empresa privada.
f) Dados PÚBLICOS, ainda que haja interesse pessoal, não podem ser objeto de tutela do habeas data, e sim do mandado de segurança! Ex: requerimento de informações sobre uma praça próxima a residência do interessado. 
· STF já decidiu que não cabe habeas data para acessar ficha cadastral de empregado de empresa privada. 
· Súmula 2 STJ -> Não cabe habeas data se não houve recusa de informações por parte da autoridade administrativa. 
· Lei 9507/97, art. 8º, parágrafo único: a petição inicial deverá ser instruída com prova: I – da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão; II – da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; 
ACESSO: 10 DIAS
RECUSA: 15 DIAS
HIPÓTESES DE NÃO CABIMENTO:
· Acesso a dados públicos (cabível MS);
· Acesso a dados sobre terceiros (exceção: herdeiro);
· Acesso à certidão denegatória de dado pessoal (cabível MS);
· Acesso a informações sobre os critérios utilizados na correção de provas de concurso/acesso à prova/revisão da prova (a PROVA é pública, apenas o interesse é pessoal);
· Acesso à autoria do denunciante (cabível MS).
GRATUIDADE: Art. 5, LXXVII CF -> habeas data é GRATUITO para todas as pessoas. Não está associada a hipossuficiência. 
2. AÇÃO POPULAR:
- Visa proteger os direitos difusos, que pertencem a todas as pessoas, indistintamente. 
- Art. 5º, LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus de sucumbência. 
- Base legal: art. 5º, LXXIII e lei 4717/65.
- Espécies: Ação popular preventiva (ameaça de violação ao bem comum) e repressiva (prazo PRESCRICIONAL de 5 anos para ser ajuizada). 
- Legitimidade ativa: cidadão -> é o eleitor, que está em gozo dos direitos políticos. Art. 1º, § 3º Lei 4717/65: A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda.
- Cidadão com 16 anos não precisaria nem da assistência materna ou paterna para ingressar com ação popular. Ele já pode votar, exercer seus direitos políticos e a ação popular é uma manifestação dos direitos políticos. 
- Não podem ajuizar ação popular:
a) inalistados;
b) inalistáveis (estrangeiros e conscritos) 
c) Ministério Público (atual só como fiscal da lei);
d) pessoas jurídicas (súmula 365 STF);
e) os que perderam ou tiveram suspensos seus direitos políticos.
- MP não pode ser autor, mas tem participação ativa na ação popular. Participa como fiscal da lei (art. 7º). 
- Desistência: se o cidadão desistir da ação popular e se o MP QUISER, pode atuar na qualidade de substituto processual (art. 9º). 
- Execução da sentença -> se o cidadão não executar a sentença no prazo legal, o MP TEM DEVER de executar essa sentença (art. 16).
- Gratuidade: se for proposta de boa-fé -> gratuita. Proposta de má-fé -> onerosa.
- Não há prerrogativa de foro funcional para o julgamento da ação popular. Julgamento pelo juiz de 1º GRAU, em regra. Dependendo do ente envolvido, a competência é da JF ou JE. 
AULA 4
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS – CONTINUAÇÃO:
Art. 5º, LXVIII – Conceder-se-á “habeas corpus” sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso do poder.
· Primeiro remédio constitucional surgido em 1891. A doutrina brasileira do habeas corpus sustentava que o remédio deveria ser utilizado não apenas para defender a liberdade de ir e vir, mas para defender qualquer direito fundamental. Quando o Mandado de Segurança ingressou na história brasileira, ficou com papel residual e acabou essa discussão, hoje o habeas corpus é utilizado para a defesa do direito de ir e vir. 
· Base legal: art. 5º, LXVIII e art. 647 e seguintes do CPP. 
ESPÉCIES DE HABEAS CORPUS:
1. PREVENTIVO -> visa evitar a consumação da lesão à liberdade de locomoção, hipótese na qual é concedido salvo-conduto. 
2. REPRESSIVO/SUSPENSIVO/LIBERATÓRIO -> é utilizado com o propósito de liberar o paciente quando já consumada a coação ilegal ou abusiva ou a violência à sua liberdade de locomoção. O pedido é o alvará de soltura. 
· Não precisa de advogadopara impetrar habeas corpus. 
· Ação GRATUITA para todas as pessoas.
· IMPETRANTE: Qualquer pessoa natural ou jurídica, nacional ou estrangeira, pode impetrar o habeas corpus (crianças, adolescentes, analfabetos, pessoas jurídicas, estrangeiro, etc.). Pessoa jurídica pode ser impetrante do habeas corpus, mas não pode ser paciente.
· PACIENTE: pessoa natural que pode ser ameaçada de ser presa ou estar presa de forma indevida. 
· ILEGALIDADE OU ABUSO DE PODER: O HC pode ser impetrado em face de ato de autoridade (agente do poder público, p. ex) ou em face de particulares, em decorrência de ilegalidade. 
· HABEAS CORPUS E PRISÃO DO MILITAR -> ART. 142, § 2º CF: Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. 
- OBS: Se a prisão é LEGAL, não cabe HC. Entretanto, se a prisão for ILEGAL (p. ex, determinada por autoridade incompetente, não prevista na legislação, excesso de prazo), é cabível o habeas corpus, por força do art. 5º, XXXV da CF, que garante o acesso à justiça. 
· GRATUIDADE: Habeas data e habeas corpus são GRATUITOS. 
· SÚMULA 693 STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. 
· SÚMULA 694 STF: Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda da patente ou de função pública.
· SÚMULA 695 STF: Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.
· HC impetrado em face de decisão de Turma Recursal do Juizado Especial -> competência será do TJ (Estadual) ou TRF (Federal). 
MANDADO DE SEGURANÇA:
· Histórico e conceito: Mandado de segurança individual surgiu em 1934, foi excluído da Constituição de 1937 e retornou ao ordenamento jurídico em 1946. Já o mandado de segurança coletivo surgiu em 1988. 
· Vai defender direitos que não possam ser defendidos pelo habeas corpus, pelo habeas data, ação popular ou mandado de injunção. TEM NATUREZA RESIDUAL. 
· Base legal -> art. 5º, LXIX e LXX CF e lei 12.016/09. 
· Finalidade -> combater ilegalidades com relação a direitos fundamentais. 
· Modalidades:
a) MS Individual -> o impetrante é o titular do direito líquido e certo, como por ex. a pessoa natural, os órgãos públicos, as universalidades de bens (espólio, massa falida), pessoa jurídica, nacional ou estrangeira, domiciliada no Brasil ou no exterior.
b) MS Coletivo -> Pode ser impetrado por:
- Partido político com representação no Congresso Nacional, ainda que o partido esteja representado em apenas uma das Casas Legislativas;
- Organização sindical, entidade de classe e associações legalmente constituídas e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. OBS: Essa exigência de funcionamento há pelo menos um ano é destinada apenas às associações, para evitar que a associação seja criada com o intuito apenas de impetrar o MSC. 
- Associações paramilitares são proibidas pela CF. Assim, não podem impetrar mandado de segurança coletivo. 
- Organizações coletivas não precisam de autorização expressa de seus membros para ingressar com o MSC. Há uma autorização constitucional e legal. 
ESPÉCIES:
· Mandado de segurança preventivo -> ameaça de lesão a direito líquido e certo;
· Mandado de segurança repressivo -> quando a lesão já ocorreu. PRAZO DE 120 DIAS, contados da ciência pelo interessado do ato que se deseja impugnar. DECADENCIAL. 
HIPÓTESES DE NÃO CABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA:
· Súmula 266 STF: Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. O MS é impetrado contra os atos de autoridade, e não contra a lei em si. 
· Súmula 267 STF: Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição. Art. 5 da lei 12.016/09 – O MS não serve para substituir um recurso. 
· Súmula 268 STF: Não cabe mandado de segurança contra decisão com transito em julgado. 
· Súmula 625 STF: Controvérsia sobre matéria de direito não impede a concessão de mandado de segurança. A prova do fato deve ser pré-constituída, mas caso a lei que embasou o ato seja considerada ilegal, inconstitucional, nada impede que a matéria de direito seja discutida no bojo do processo. 
· Súmula 629 STF: A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor de seus associados independe da autorização destes.
· -> Súmula 630 STF: A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.
· Súmula 632 STF: É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração do mandado de segurança. PRAZO DE 120 DIAS DECADENCIAL.
MANDADO DE INJUNÇÃO: 
Art. 5º, LXXI CF: Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
NATUREZA JURÍDICA -> ação constitucional. 
BASE LEGAL -> Art. 5º, LXXI. OBS: No dia 24/06/2016 foi publicada a Lei 13.300 regulamentando o Mandado de Injunção. 
Pode ser INDIVIDUAL ou COLETIVO:
A) MANDADO DE INJUNÇÃO INDIVIDUAL -> Poderá ser impetrado por pessoa natural ou jurídica, nacional ou estrangeira, cujo direito esteja à míngua de uma norma que o regulamente.
B) MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO -> Poderá ser impetrado:
· Pelo MP, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis;
· Por partido político com representação no CN para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária;
· Por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial;
· Pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5 da CF. 
· A omissão normativa a ser combatida pelo Mandado de Injunção pode ser TOTAL (ex: direito de greve dos servidores públicos) ou PARCIAL (art. 7, IV CF – Tem lei prevendo o salário mínimo, mas a lei não consegue dar conta de todo o compromisso a ela determinado pela CF). 
· Art. 8 da lei do MI -> Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para:
I – Determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora;
II – Estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exerce-los, caso não seja suprimida a mora legislativa no prazo determinado.
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em MI anterior, o prazo estabelecido para a edição da norma. 
PODER LEGISLATIVO
· Art. 2º CF -> São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, Executivo e o Judiciário.
· Art. 60 § 4º, III CF -> Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a separação dos Poderes.
· Poderes possuem funções típicas e atípicas.
VISÃO GERAL DO PODER LEGISLATIVO:
· Possui atividades típicas e atípicas:
1. Típicas legiferante
 Fiscalizadora
 Jurisdicional (ex: julgamento do PR por crime de responsabilidade)
2. Atípicas Executiva (atos administrativos, abertura proc. licitatórios)
CÂMARA DOS DEPUTADOS X SENADO FEDERAL: Art. 44 a 46 da CF
	CAMARA DOS DEPUTADOSSENADO FEDERAL
	Representante do povo
	Representante dos Estados/DF
	Art. 14, § 3º -> condições de elegibilidade.
	Art. 14 §3º -> condições de elegibilidade.
	Brasileiro nato ou naturalizado, exceto presidente da CD, que precisa ser brasileiro nato.
	Brasileiro nato ou naturalizado, exceto presidente do SF, que precisa ser brasileiro nato. 
	Idade mínima: 21 anos.
	Idade mínima: 35 anos.
	Número de deputados deve ser proporcional à população. Mínimo de 8 máximo de 70. Territórios (que não existem atualmente no Brasil): terão número fixo de 4 deputados federais (art. 45, § 2º). 
	Número de senadores: 3 (número fixo). A renovação não é completa (ora elegeremos 1 senador ora 2 senadores). Ainda que os territórios venham a ser criados, como não gozam de autonomia, não elegerão nenhum senador. Não há representante de território no senado federal.
	Mandato: 4 anos (equivale a uma legislatura).
	Mandato: 8 anos (duas legislaturas). Não há número máximo de reeleições. 
	Sistema proporcional: nós votamos nos partidos políticos, e os partidos com maior nº de votos acabam podendo eleger maior nº de representantes.
	Sistema majoritário simples ou comum: Ganha a eleição quem receber maior número de votos. 
. 
 
ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS:
· Conjunto das imunidades/inviolabilidades que cercam a função do parlamentar, permitindo que ele tenha independência/liberdade funcional.
· Está concentrado no art. 53 CF. Imunidades formais, materiais e prerrogativa de foro. 
IMUNIDADE MATERIAL (também chamada de inviolabilidade parlamentar): Art. 53, caput da CF -> Os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. 
-> A imunidade material garante a liberdade da palavra. Em plenário, não responderão civilmente nem penalmente pelos excessos. Os crimes como injuria, difamação e calúnia não chegam aos parlamentares. 
-> Fora do plenário (manifestações mídia, tv, rádio) é preciso verificar se a palavra está ou não associada ao exercício da atividade. A imunidade não está associada ao local, e sim ao conteúdo da manifestação. Podem estar num resort, numa festa, numa praia, se a manifestação tiver conteúdo político, a imunidade estará garantida. 
PRERROGATIVA DE FORO FUNCIONAL CRIMINAL: Os deputados e senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o STF (art. 53, § 1º CF). 
OBS: Diplomação e posse são expressões distintas. A diplomação confirma que a eleição se operou de forma válida. É realizada pela Justiça Eleitoral no mesmo ano das eleições. Já a posse é a investidura no cargo. Ocorre no ano seguinte às eleições. Ou seja, a prerrogativa se dá desde a diplomação, antes da posse. 
· Essa prerrogativa de foro é CRIMINAL. Não é o STF que vai julgar divórcio litigioso, reclamação trabalhista, etc.
· A prerrogativa de foro funcional prevista na CF afasta a competência do Tribunal do Júri. Quem julga deputados federais e senadores por crimes dolosos contra a vida é o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL!
· Crime cometido ANTES da diplomação: vai ser julgado pela justiça comum. Após a diplomação, o processo sai da justiça comum e vai para o STF. Terminado o mandato, processo volta para a justiça comum.
· Crime cometido APÓS a diplomação: Recebimento da denúncia ou queixa crime é feito pelo STF, porque a prerrogativa de foro se inicia com o ato da diplomação. Após o fim do mandato, processo segue para a justiça comum.
· Se a renúncia for presentada após o fim da instrução processual, processo continua no STF. Se renunciar antes do fim da instrução processual, a prerrogativa de foro deixa de existir e o processo segue para a justiça comum. 
· Sumula 704 STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.
IMUNIDADES FORMAIS:
1. Prisão – art. 53 § 2º - desde a expedição do diploma, os membros do congresso nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
· A regra é a liberdade. Exceção: flagrante de crime inafiançável. Ainda sim os autos devem ser remetidos no prazo de 24h para a casa respectiva para que resolva sobre a prisão, pelo voto da maioria de seus membros.
· Também pode ser preso em virtude de sentença condenatória transitada em julgado.
1. Processo – art. 53 § 3º - recebida a denúncia contra o senador ou deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o STF dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa do partido político nela representado e pelo voto a maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
· art. 53 § 4º - o pedido de sustação será apreciado pela casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
· art. 53 § 5º - a sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. 
· Então, oferecida a denúncia ou queixa crime perante o STF, este dará ciência a respectiva Casa (se deputado, Câmara dos Deputados, se senador, ao Senado Federal). Qualquer partido político com representação na respectiva Casa poderá, até a decisão final, realizar pedido de sustação da ação. O pedido é feito do partido à Casa. Ao receber o pedido, a casa tem 45 dias para decidir se vai acatar a sustação da ação ou manter o processo normalmente.
· Deliberando pela sustação do processo, a respectiva Casa vai comunicar o STF, que vai suspender a prescrição.
· Se o parlamentar praticar crime ANTES da diplomação, não existe a possibilidade de ter direito à imunidade formal processual. 
DEPUTADOS ESTADUAIS:
Art. 27, § 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando sê-lhes as regras desta Constituição sobre o sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
· Gozam de imunidade material. Também gozam de imunidade formal, quanto a prisão e quanto ao processo.
· Quanto à prerrogativa de foro funcional criminal, a regra é de que o deputado estadual seja julgado pelo Tribunal de Justiça. Quem julga o deputado estadual por crime doloso contra a vida é o TRIBUNAL DE JUSTIÇA, e não o Júri. 
DEPUTADOS DISTRITAIS:
Art. 32, § 3º CF – Aos deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.
· Os deputados distritais gozam de imunidade material e formal (quanto à prisão e quanto ao processo) e são julgados pelo TJ do Distrito Federal. 
AULA 5:
VEREADORES:
1. INVIOLABILIDADE MATERIAL -> Art. 29, VIII CF – Inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; EX: O vereador do Município do RJ tem inviolabilidade de manifestação apenas no próprio Município, desde que as palavras estejam associadas ao exercício das funções. Nos outros Municípios, o vereador não tem imunidade alguma. 
2. IMUNIDADE FORMAL -> Vereadores não possuem imunidade formal, nem quanto à prisão nem quanto ao processo. A norma prevista em Constituição do Estado que determinar a imunidade formal ao vereador será inconstitucional. 
3. PRERROGATIVA DE FORO -> Pode ser estabelecida na Constituição Estadual. 
STF decidiu que a Constituição Estadual pode estabelecer prerrogativa de foro funcional para julgamento dos vereadores perante o Tribunal de Justiça. 
OBS: SÚMULA VINCULANTE Nº 45 -> A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre a prerrogativa de foro estabelecida exclusivamente em Constituição Estadual. Ou seja, vereadores sempre serão julgados pelo Tribunal do Júri pela prática de crimes dolosos contra a vida.
- Os suplentes dos parlamentares não gozam de imunidades nem de prerrogativas, porque as imunidades e prerrogativas valem para aqueles que estão ocupando a função, que estão representandoo povo. 
- As imunidades e prerrogativas são irrenunciáveis, porque pertencem ao CARGO, e não àquele que está ocupando o cargo temporariamente. 
- art. 53 § 8º - As imunidades de deputados e senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida. 
Regra: as imunidades serão mantidas durante o estado de sítio. Exceção: podem ser suspensas na forma do art. 53, §8º CF. NÃO HÁ SUSPENSÃO DAS IMUNIDADES DURANTE O ESTADO DE DEFESA.
- Não é possível extinguir as imunidades/prerrogativas por emenda constitucional, por força do art. 60, § 4º, III CF. 
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO:
Art. 58, § 3º CF – As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes e investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao MP para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. 
Lei 13.367/16 -> essa lei modificou a Lei 1579/52, que tratava da CPI. 
REQUISITOS:
1. Requerimento de 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados ou 1/3 dos membros do Senado Federal. 
2. Poderes investigatórios próprios das autoridades judiciais.
3. Pode ser criada somente no plano da Câmara dos Deputados, somente no plano do Senado ou Comissões Parlamentares Mista de Inquérito (CPMI). 
4. FATO DETERMINADO – A CPI não pode verificar se há algo a ser apurado. Precisa ter um ponto de partido. 
5. CPI precisa ser criada por PRAZO CERTO. As prorrogações sucessivas são permitidas desde que não ultrapassem o prazo da legislatura em que a CPI foi criada.
6. Todas as decisões da CPI devem ser fundamentadas e observar ao princípio da colegialidade.
7. CPI não é obrigada a encaminhar suas conclusões ao MP.
RESULTADO: Não resultam punições ou sanções. Apurados os fatos, concluindo que há hipóteses de responsabilidade civil, penal ou administrativa, a CPI PODERÁ encaminhar os resultados das conclusões ao Ministério Público. 
PODERES: 
a) Autorizar, por ato próprio, a quebra de sigilo de dados bancários, fiscais e telefônicos;
b) Ouvir investigados e testemunhas. Em caso de não comparecimento da testemunha, sem motivo justificado, a sua intimação será solicitada ao juiz criminal da localidade em que resida ou se encontre a testemunha. Não pode conduzir coercitivamente a testemunha.
c) Pode, por ato próprio, convocar autoridades na forma do art. 50 da CF. 
d) Pode pedir auxílio ao Tribunal de Contas.
e) Pode transportar-se para qualquer localidade. 
f) Pode requisitar da Adm. Pública direta ou indireta informações e documentos necessários à investigação. 
VEDAÇÕES:
a) Em nome do princípio da reserva de jurisdição, a CPI não pode, na forma do art. 5, XI, violar a Casa, que é asilo inviolável do indivíduo. Não pode determinar busca e apreensão que viole os direitos de intimidade e privacidade. 
b) Não pode determinar a interceptação telefônica. Pode somente autorizar a quebra de sigilo telefônico, mas não a interceptação telefônica. 
c) Não pode expedir mandado de prisão. Somente por ordem judicial. 
d) Não pode expedir decreto de indisponibilidade de bens de particulares. Não pode expedir mandado de penhora, sequestro de bens, etc.
e) Não pode proibir alguém de ausentar de determinada localidade ou de sair do País.
· O entendimento jurisprudencial é que podem ser abertas quantas CPIs sejam necessárias. Não há número máximo de CPIs. 
· O direito ao silencio é garantido em sede de CPI. 
PODER EXECUTIVO:
Funções típicas: administrativas. 
Funções atípicas: a) funções legislativas: art. 62 CF – edição de medidas provisórias. 
b) Funções judiciárias: Processo Administrativo Disciplinar. 
FORMA DE GOVERNO: República -> art. 1, caput CF. 
SISTEMA DE GOVERNO: Presidencialismo -> art. 76 CF. O chefe do executivo reúne em suas mãos a função de chefe de estado e chefe de governo. 
OBS: república e presidencialismo não são cláusulas pétreas. Em que pese não serem cláusulas pétreas, para alguns autores, configurariam limitações materiais implícitas ao poder reformador. 
EXECUTIVO FEDERAL: Composto pelo Presidente e Vice-Presidente da República. Precisam cumprir os requisitos do art. 14 § 3º da CF (nacionalidade originária brasileira e 35 anos de idade). 
Não há rol de SUCESSORES do Presidente da República. A única autoridade apta a suceder o presidente é o vice-presidente. O rol que existe é de SUBSTITUTOS. 
ROL DE SUBSTITUTOS – ART. 80 CF:
1. Vice-presidente.
2. Presidente da Câmara dos Deputados.
3. Presidente do Senado Federal.
4. Presidente do STF.
ART. 81 -> Se a vacância de presidente e vice-presidente ocorrer nos dois anos iniciais do mandato eletivo, teremos eleições DIRETAS 90 dias depois de aberta a última vaga. 
Se a vacância de presidente e vice-presidente ocorrer nos dois anos finais do mandato eletivo, teremos eleições INDIRETAS 30 dias depois de aberta a última vaga. Quem vai eleger os representantes são os membros do Congresso Nacional. 
- Art. 81, § 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores. Ou seja, quem for eleito vai ocupar apenas o tempo que restar. 
- SISTEMA ELEITORAL MAJORITÁRIO DE MAIORIA ABSOLUTA OU DE DOIS TURNOS -> Responsável pelas eleições do presidente, de governador do Estado e do DF. 
Art. 29, II – Prefeitos de Municípios com mais de 200.000 eleitores terão suas eleições regidas pelo art. 77 da CF. Prefeitos de Municípios de 200.000 eleitores ou menos terão suas eleições regidas pelo sistema majoritário simples ou comum. 
Art. 83 CF – O presidente e o vice-presidente da república não poderão, sem licença do congresso nacional, ausentar-se do país por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo. STF entende que o art. 83 é norma de observância OBRIGATÓRIA ao modelo federal. Deve ser reproduzido para Estados e Municípios. 
IMUNIDADES:
1. IMUNIDADE MATERIAL: Não há imunidade material para presidente, governador e prefeito.
2. IMUNIDADE FORMAL – PRISÃO: Art. 86, § 3º - enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito à prisão. REGRA GERAL: O presidente não poderá ser preso. EXCEÇÃO: Poderá ser preso em caso de sentença condenatória criminal transitada em julgado.
3. IMUNIDADE FORMAL – PROCESSO: Art. 86, caput c/c art. 51, I CF – Admitida a acusação contra o Presidente da República, por 2/3 da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o STF, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. 
CRIME COMUM -> Previstos no CP brasileiro e na lei de contravenções, além dos crimes eleitorais. Se a acusação por crime comum pelo Presidente for aceita pela câmara dos deputados, o STF PODERÁ iniciar um processo criminal contra o Presidente. 
CRIMES DE RESPONSABILIDADE -> São infrações político-administrativas.
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do presidente da república que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I – a existência da União;
II – o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do MP e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III – o exercício dos direitos políticos individuais e sociais;
IV – a segurança interna do País.
V – a probidade na administração;
VI – a lei orçamentária;
VII – o cumprimento das leis e das decisões judiciais. 
SÚMULA VINCULANTE 46 -> a definição dos crimes de responsabilidade e do estabelecimento as respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa PRIVATIVA da União. OU SEJA, Qualquer lei estadual ou municipal que legislar sobre crime de responsabilidade será inconstitucional. 
Juízo de admissibilidadefeito, primeiramente, pela Câmara dos Deputados. Se a câmara aceitar, por 2/3 dos seus membros, a acusação por crime de responsabilidade, a acusação seguirá para o Senado Federal, que fará novo juízo de admissibilidade. Se pelo voto da maioria simples dos seus membros, o Senado ACEITAR essa acusação, se transformará em um tribunal político de julgamento do Presidente. 
O presidente ficará suspenso de suas funções, nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal (art. 86, § 1º, II CF). Se decorrido o prazo de 180 dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo (art. 86, § 2º CF). 
Art. 52, parágrafo único CF - Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como presidente o do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (não vai votar, apenas presidir), limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. 
· PERDA DO CARGO + INABILITAÇÃO AO EXERCÍCIO DE QUALQUER CARGO/EMPREGO/FUNÇÃO PÚBLICA PELOS 8 ANOS SEGUINTES. 
CLÁUSULA DE IRRESPONSABILIDADE PENAL RELATIVA -> Art. 86, § 4º CF – O presidente da república, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. 
1. Presidente da República pratica um crime comum antes da diplomação -> haverá suspensão do processo, enquanto durar o mandato do presidente. 
2. Presidente da República, após a diplomação, pratica crime sem relação com o exercício das funções presidenciais -> não haverá julgamento.
3. Se o Presidente, após a diplomação, praticar um crime relacionado ao exercício das funções (corrupção, peculato, formação de quadrilha, etc), será julgado pelo STF durante o próprio mandato. 
- CPI nos Estados e Municípios: é possível, desde que seja aberta para apurar questões Estaduais ou Municipais. Devem seguir o modelo federal. Os requisitos são os mesmos. Não há possibilidade de submissão das assinaturas da CPI ao crivo do plenário das casas legislativas. 
AULA 6 
GOVERNADORES:
Imunidade formal:
· PRISÃO: Não há imunidade formal quanto à prisão do governador. O art. 86, § 3º não se aplica aos governadores. 
· PROCESSO -> O art. 86, caput, deve ser reproduzido no âmbito estadual. A acusação tem que ser admitida por 2/3 dos membros da Assembleia Legislativa do Estado respectivo.
Prerrogativa de foro:
· CRIME COMUM -> STJ (art. 105, I, “a”).
· CRIME DE RESPONSABILIDADE -> Art. 78, § 3º Lei 1079/50. Será julgado por um Tribunal Especial, composto por 5 deputados estaduais, 5 desembargadores e é presidido pelo Presidente do Tribunal de Justiça. 
Cláusula de irresponsabilidade penal relativa: Art. 86, § 4º CF – O PR, na vigência do mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. Essa cláusula é exclusiva do presidente da república. Sendo assim, NÃO se aplica aos governadores. 
PREFEITO:
Imunidade formal:
· PRISÃO: Os prefeitos não gozam de imunidade formal quanto à prisão. Podem ser presos como pessoas comuns. 
· PROCESSO: O art. 86, caput, deve ser reproduzido no âmbito municipal. A acusação tem que ser admitida por 2/3 dos membros da Câmara de Vereadores do Município respectivo.
Prerrogativa de foro:
· CRIME COMUM: São julgados pelo Tribunal de Justiça (art. 29, X TJ). Súmula 702, STF: A competência do TJ se restringe aos crimes de competência da justiça estadual. Cometendo crime federal, será julgado pelo TRF. Cometendo crime eleitoral, será julgado pelo TRE. 
· CRIME DE RESPONSABILIDADE: O prefeito será julgado pela Câmara dos Vereadores. 
Cláusula de irresponsabilidade penal relativa: Art. 86, § 4º CF – O PR, na vigência do mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. Essa cláusula é exclusiva do presidente da república. Sendo assim, NÃO se aplica aos prefeitos. 
· Não é possível renunciar às prerrogativas, porque são inerentes ao cargo, e não àquele que ocupa o cargo. Não há hierarquia entre elas. 
processo legislativo:
- leis ordinárias e complementares: Não há hierarquia entre elas, pois retiram fundamento jurídico de validade diretamente da Constituição Federal. 
Diferenças:
1. MATÉRIA: Quando a CF quer que a matéria seja tratada por lei complementar, ela dispõe expressamente nesse sentido. Toda vez que a CF fizer referência à “lei”, significa que a matéria pode ser tratada por lei ordinária. Ex: art. 5, XII CF, art. 5, XXXII. 
2. QUÓRUM: Lei complementar deve ser aprovado com quórum de maioria ABSOLUTA, na forma do art. 69 da CF. Lei ordinária deve ser aprovado com quórum de maioria SIMPLES ou RELATIVA.
ATOS DO PROCESSO LEGISLATIVO:
1. INICIATIVA: É o ato responsável por deflagrar o processo legislativo. É a apresentação do projeto de lei. Principais iniciativas:
· Privativa ou reservada. Ex: art. 61, § 1º e art. 93, caput;
· Concorrente. Ex: art. 61: a iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou comissão da câmara dos deputados, do senado federal ou do congresso nacional, ao presidente da república, ao supremo tribunal federal, aos tribunais superiores, ao procurador-geral da república e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nessa Constituição;
· Popular. Art, 61, § 2º -> a iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrita por, no mínimo, UM POR CENTO DO ELEITORADO NACIONAL, distribuído em pelo menos CINCO estados, com não menos de TRES DÉCIMOS por cento dos eleitores de cada um deles.
Princípio da simetria: o processo legislativo estadual e municipal deve seguir o roteiro do processo legislativo estadual. 
Em regra, a câmara dos deputados é a casa iniciadora do processo legislativo e o senado é a casa revisora. Entretanto, se o senado apresentar o projeto de lei, ficará com o papel de casa iniciadora e a câmara dos deputados de casa revisora. 
A sanção do chefe do executivo NÃO CONVALIDA o vício de iniciativa. 
2. DISCUSSÃO E EMENDAS:
-> COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA: É responsável por realizar o controle preventivo de constitucionalidade.
-> Art. 63, I e II -> projeto de lei de iniciativa privativa do presidente da república pode sofrer alterações, desde que não acarretem aumento de despesa, salvo no caso de Lei orçamentária (art. 166, § 3 e 4 da CF). além disso, essas alterações não podem ser substanciais. 
-> não será admitido aumento da despesa prevista nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da câmara dos deputados, do senado federal, os tribunais federais e do MP. 
3. VOTAÇÃO
- Lei complementar: maioria ABSOLUTA (art. 69 CF). O referencial de cálculo neste caso é sempre a TOTALIDADE dos membros. Os projetos de lei complementar devem ser aprovados na Câmara dos Deputados por pelo menos 257 parlamentares e no Senado Federal por pelo menos 41 parlamentares. 
- Lei ordinária: maioria SIMPLES ou RELATIVA (art. 47 CF). É preciso que tenha maioria absoluta em cada casa para ABRIR a sessão (257 deputados federais e 41 senadores), além de ter, no mínimo, 129 deputados federais e 21 senadores para a provar o projeto de lei ordinária. 
4. SANÇÃO E VETO -> são atos exclusivos do chefe do executivo. Não são passíveis de delegação. Prazo de 15 dias úteis (art. 66 CF). 
- SANÇÃO (concordância) pode ser tácita ou expressa. 
- Já o VETO é sempre expresso. Não há veto tácito no ordenamento jurídico brasileiro. O presidente precisa justificar o seu veto. 
 Características do veto:
a) Expresso;
b) Irretratável;
c) Pode recair sobre todo o projeto de lei ou sobre parte;
d) O veto parcial não pode ser de palavra ou de expressão, tem que ser de todo o artigo, inciso, alínea ou parágrafo;
e) Pode ser material/político (quando o projeto é contrário ao interesse público) ou formal/jurídico (recai sobre projeto inconstitucional – está realizando controle preventivo político de constitucionalidade).5. SIMULAÇÃO DO PROCESSO LEGISLATIVO:
Quando a câmara dos deputados (casa iniciadora) recebe o projeto de lei, ela pode aprovar o projeto sem alterações, aprovar o projeto com alterações ou pode, ainda, rejeitar o projeto. 
-> Se aprovado (com ou sem alterações), o projeto vai para o Senado Federal. 
-> Se rejeitado, aplica-se o art. 67 CF – princípio da irrepetibilidade -> a matéria constante de projeto de lei rejeitado poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das casas do congresso nacional. 
O senado federal (casa revisora) pode aprovar o projeto sem alterações, aprovar o projeto com alterações ou pode, ainda, rejeitar o projeto. 
-> Se aprovado sem alterações, o projeto segue ao Presidente da República.
-> Se aprovado com alterações, há dois tipos de alterações: substanciais e redacionais. Se meramente redacionais, é encaminhado para o Presidente da República para fins de sanção ou veto. Se o projeto for alterado pela casa revisora com alterações substanciais, essas alterações voltam para a Câmara dos Deputados (casa iniciadora), que pode acatar as alterações ou rejeitá-las (obs: não pode fazer novas alterações). De qualquer modo, o projeto segue para o Presidente da República (arts. 65 a 67 CF). 
-> Projeto com o Presidente da República: tem 15 dias úteis para sancionar ou vetar o projeto. Quando o presidente sanciona, seguem as outras fases (promulgação e publicação). Se o presidente veta, ele precisa comunicar, dentro de 48h, as razões do veto (materiais ou jurídicas) ao presidente do Senado Federal. É aberto um prazo para realização de uma sessão conjunta dentro de 30 dias. O objetivo é derrubar o veto do Presidente da República.
-> Para derrubar o veto do Presidente, é necessário o voto da maioria absoluta de Deputados + Senadores (257 + 41 = 298). 
-> Se houver a derrubada do veto, ocorre a promulgação da lei pelo Presidente da República. Tem 48h para promulgar essa lei. Se não quiser, não promulga e nascem mais 48h parra o Presidente do Senado promulgar a lei. Se não promulgar, o vice presidente do Senado tem a obrigação constitucional de promulgar a lei. 
MEDIDA PROVISÓRIA:
A medida provisória é uma espécie normativa primária, porque extraída diretamente da CF. Entretanto, é uma medida precária, pois vai produzir efeitos por tempo determinado. Se justifica diante de uma situação de urgência/emergência. Não é lei, mas tem FORÇA DE LEI (ordinária). Não pode tratar de matéria de lei complementar. 
-> é possível a criação de Medida Provisória nos Estados e Municípios, mas é uma FACULDADE. PODE ser estabelecida no âmbito estadual e municipal, desde que essa seja a vontade do estado e do município. Art. 25, § 2º da CF - veda que a medida provisória verse sobre gás canalizado. 
- LIMITAÇÕES MATERIAS:
A) EXPRESSAS -> Art. 62, § 1º CF.
B) IMPLÍCITAS: Art. 49, 51 e 52 CF – Não pode versar sobre matérias de competência exclusiva do CN, privativa da câmara e do senado. 
- Medida provisória e controle de constitucionalidade -> é possível o controle judicial dos requisitos de relevância e urgência. A MP pode ser declarada inconstitucional por não cumprir os requisitos de relevância e urgência. 
- IMPORTANTE! A lei ordinária de conversão não convalida o vício da medida provisória. 
Art. 62, § 8º CF -> A primeira casa a deliberar sobre a medida provisória é a Camara dos Deputados (casa iniciadora). O Senado é a casa revisora. 
- PRAZO DE PRODUÇÃO DE EFEITO JURÍDICO: Art. 62, § 3, § 4 e § 7. Nasce para produzir 60 dias de efeito jurídico. Se nesses 60 dias a medida provisória não for rejeitada ou convertida em lei ordinária, haverá prorrogação por mais 60 dias. Esse prazo é suspenso durante o recesso parlamentar. 
- REJEIÇÃO: Se a medida provisória for rejeitada, ela não pode ser reeditada na mesma sessão legislativa em que ocorreu a sua rejeição. Art. 62, § 10º CF. 
LEIS DELEGADAS – Art. 68 CF. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. Enfrenta limitações materiais: art. 68, § 1º CF – Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do CN, os atos de competência privativa da câmara dos deputados ou do senado federal, a matéria reservada alei complementar, nem legislação sobre organização do poder judiciário e MP.... Precisa ser editada nos limites da delegação legislativa. 
-> Delegação atípica/imprópria -> art. 68, § 3º CF. É a chamada delegação com retorno. Ou seja, o CN autoriza que o presidente crie um projeto de lei delegada, que retorna ao CN, que vai dizer se concorda ou não.
-> Delegação típica/própria -> não tem art. Específico. É uma autorização sem retorno. Ou seja, o CN autoriza o presidente a criar a lei delegada. 
- Art. 49, V CF – É da competência exclusiva do Congresso nacional sustar os atos normativos do poder executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. Essa sustação é feita por meio de um decreto legislativo e é uma forma de controle repressivo político de constitucionalidade. 
AULA 7
DECRETO LEGISLATIVO -> É por meio do decreto legislativo que o CN cuida das matérias do art. 49 da CF. Os decretos legislativos são bicamerais, exigem que as casas estejam reunidas para sua elaboração. 
RESOLUÇÃO -> Em regra, cuida das matérias que a CF destinou a cada casa separadamente (art. 51 e 52 CF). As resoluções são, via de regra, unicamerais, já que tratam das matérias em que as casas estão deliberando separadamente. 
OBS: Há uma resolução bicameral -> o art. 68, § 2º da CF traz essa exceção. 
OBS 2: Não há sanção ou veto do Presidente da República na elaboração dos Decretos Legislativos, tampouco das Resoluções. 
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
· Federação é a FORMA DE ESTADO adotado pelo Brasil.
· Principais características da Federação:
1. Autonomia dos entes federativos, que é identificada pela tríplice capacidade de que os mesmos possuam Governo próprio, administração própria e organização própria. Essa autonomia dos entes é extraída do próprio art. 18 da CF. 
2. Autonomia (interna – U – E – DF - M) é diferente de soberania (República Federativa do Brasil goza de soberania – externa). 
3. Territórios: não tem autonomia nem força política. O art. 33 da CF diz que, se forem criados territórios, podem ser divididos em municípios, sendo que esses municípios terão autonomias.
4. O DF é um ente federativo diferenciado e não pode ser dividido em Municípios. 
5. Adoção de um federalismo tricotômico, com três manifestações de poder (nacional - União, regional – Estados e local - Municípios) em vez de duas, como no federalismo clássico (nacional e regional) norte-americano; 
6. Inexistência do direito de secessão (de retirada), pois de acordo com o art. 1º da CF/88, o vínculo que une os entes de federação é indissolúvel. Ressalte-se que o direito de secessão é permitido nos Estados Confederados.
Art. 18, § 3º - os estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de PLEBISCITO, e do Congresso Nacional, por LEI COMPLEMENTAR.
Art. 18, § 4º - a criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios far-se-ão por LEI ESTADUAL, dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta prévia, mediante PLEBISCITO, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos ESTUDOS DE VIABILIDADE MUNICIPAL, aprovados e publicados na forma da lei.
· Essa lei complementar ainda não foi criada. Os municípios criados por lei estadual a partir de 01/01/2007 estão em situação irregular.
· Ec 57/08 -> Acrescentou ao art. 96 do ADCT. É proibida a criação de Municípios a partir de 01/01/2007, enquanto não for criada essa lei complementar federal. 
7. Existência de bicameralismo no poder legislativo, central, com um dos órgãos representando a vontade do povo e o outro a vontadedos Estados;
8. Existência de órgão judicial para resolver eventuais litígios entre os entes da federação, sendo do STF essa função, na forma do art. 102, I “f”. 
9. Existência de um mecanismo de defesa para a proteção do Estado, consistindo na intervenção federal, na forma dos arts. 34 a 36. A intervenção é um mecanismo de defesa do pacto federativo. Não pode ser adotado de plano, ou seja, o princípio que norteia a intervenção é o princípio da não intervenção. Só há intervenção federal em município se esse município for de território, se for município de Estado não será possível a intervenção federal. Art. 35 cf diz que o estado pode intervir em seus próprios municípios (ato privativo do governador). O DF e Municípios não podem intervir em ente algum. A intervenção federal é ato exclusivo do presidente da república, na forma do art. 84, X CF. 
10. Por fim, deve-se recordar que a forma federativa do Estado Brasileiro é cláusula pétrea. 
11. Art. 19 -> princípios que visam defender o equilíbrio federativo. 
a) Princípio da laicidade
b) Princípio da presunção de veracidade dos documentos públicos -> docs. Públicos tem presunção relativa de veracidade. 
c) Princípio da isonomia -> distinção entre brasileiros natos e naturalizados. Impede que o ordenamento infraconstitucional (federal, estadual ou municipal) estabeleça distinção entre brasileiros natos e naturalizados ou entre os entes federativos. 
COMPETÊNCIAS:
a) Materiais (administrativas/políticas) -> não há necessidade de criar lei para regular o tema. O art. 21 da CF traz matérias de competência EXCLUSIVA da União Federal. Essas matérias são INDELEGÁVEIS;
Já o art. 23 CF cuida das matérias de competência comum, cumulativa ou paralela. Dizem respeito a todos os entes (União, Estados, DF e Municípios). 
b) Legislativas -> elaboração da lei;
Art. 22 CF -> competências PRIVATIVAS da União. Essas competências são DELEGÁVEIS para os Estados e DF na forma do art. 22 parágrafo único -> lei complementar federal poderá autorizar os Estados e DF a legislar sobre questões ESPECÍFICAS das matérias relacionadas no artigo. Ex: União não pode delegar ao Estado a legislar sobre dir. do trabalho, mas pode delegar aos Estados que estabeleçam o piso salarial por categoria profissional (questão específica).
SÚMULA VINCULANTE 2: É inconstitucional lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consorcio e sorteios, inclusive bingos e loterias.
SÚMULA VINCULANTE 46: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de proc. e julgamento são de competência legislativa privativa da União. 
SÚMULA VINCULANTE 39: Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.
Art. 24 CF: competência legislativa concorrente da União, Estados e DF.
Art. 24, § 1º -> compete à União editar normas gerais;
Art. 24, § 2º -> Estados e DF tem competência suplementar.
Art. 24, § 3º -> inexistindo lei federal sobre normas gerias, os Estados e DF exercerão competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
Art. 24, § 4º -> na superveniência de lei federal sobre normas gerais SUSPENDE A EFICÁCIA da lei estadual, NO QUE LHE FOR CONTRÁRIO. 
Art. 30, I -> compete aos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local. 
Súmula vinculante 38: é competente o Município para ficar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.
Súmula vinculante 49: ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área. 
c) Tributárias
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:
1. PRINCÍPIOS NORTEADORES:
· Supremacia da Constituição -> a CF traz as características principais, como se dará a repartição de funções entre os entes da federação e os poderes da república, protege os direitos e garantias fundamentais e precisa estar em posição de destaque. 
· Unidade do ordenamento jurídico -> 
· Presunção de constitucionalidade das leis -> as normas infraconstitucionais e as normas constitucionais derivadas (emendas constitucionais) gozam de presunção relativa de constitucionalidade. Nascem produzindo seus efeitos mas podem ser declaradas inconstitucionais. As normas constitucionais originárias gozam de presunção absoluta de constitucionalidade. 
· Princípio da dignidade da pessoa humana
CONSTITUIÇÃO é DIVIDIDA EM:
1. Preâmbulo -> não tem força normativa e não é parâmetro do controle de constitucionalidade das leis;
2. Parte dogmática (corpo fixo) -> é parâmetro do controle de constitucionalidade;
3. ADCT -> é parâmetro do controle de constitucionalidade.
HISTÓRICO:
- DIREITO COMPARADO:
a) caso marbury x Madison, 1803, EUA, controle difuso (ou aberto) de constitucionalidade – qualquer juiz ou tribunal pode, na análise do caso concreto, afastar uma lei que entenda ser inconstitucional.
b) constituição austríaca, 1920, controle concentrado (ou reservado/fechado) – não pode ser feito por qualquer juiz ou tribunal. Só pode ser feito pela corte constitucional do País -> STF. 
- DIREITO BRASILEIRO:
CF de 1891 adotou o controle difuso de constitucionalidade. 
CF de 1934 implementou a primeira ação do controle concentrado de constitucionalidade. Sistema misto – difuso e concentrado. 
TIPOS DE INCONSTITUCIONALIDADE:
1. Inconstitucionalidade formal ou nomodinamica: ocorre quando há vício no processo legislativo ou vício em alguma regra de competência. Se divide em:
a) inconstitucionalidade formal subjetiva: ocorre quando há vício de iniciativa ou de competência. Ex de vício de iniciativa: art. 60, I, II e III. Se alguma autoridade não autorizada pela constituição apresentar uma PEC, aquela lei será inconstitucionalidade por vício formal subjetivo. Ex de vício de competência: se um estado brasileiro estabelecer uma regra sobre transito ou transporte, essa lei será inconstitucional sob o aspecto formal subjetivo, porque violou regra de competência. 
 b) inconstitucionalidade forma objetiva: ocorre quando há vício nos demais atos do processo legislativo, excluindo o ato da iniciativa. Ex: projeto de lei complementar aprovado por maioria simples. 
2. Inconstitucionalidade material ou nomoestática: vício de conteúdo, de tema, violação a princípios constitucionais. Ex: lei preconceituosa. 
3. Inconstitucionalidade total: a lei pode ser inconstitucional por completo;
4. Inconstitucionalidade parcial: a lei pode ser inconstitucional apenas parcialmente. O princípio da parcelaridade diz que se apenas uma palavra da lei destoa da constituição, essa palavra pode ser declarada inconstitucional. 
5. Inconstitucionalidade por ação: quando o poder público elabora uma lei inconstitucional. É fruto de um ato comissivo do poder público. Recai sobre um objeto, a lei, a norma. Ação direta de inconstitucionalidade - ADI. 
6. Inconstitucionalidade por omissão: objeto –> falta da lei. Ex: direito de greve do servidor público. Ação direta de inconstitucionalidade por omissão – ADO.

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