06 Desenho estrutural das organizações

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Desenho estrutural das organizações
Lidiane Farias Costa
Introdução
Nesta aula, estudaremos as orientações metodológicas voltadas à estrutura organizacional, 
que, por meio de representações gráficas, aumentam o grau de racionalidade do processo.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • compreender o conceito de desenho estrutural das organizações;
 • identificar as diferentes formas de estruturas organizacionais.
Bom estudo! 
1 Estrutura organizacional 
Promover a estruturação organizacional é uma prática comum das empresas, na intenção 
de organizar e reorganizar seus arranjos dinâmicos. As estruturas organizacionais favorecem uma 
série de condicionamentos, que visam a imposição de algumas atividades e a necessidade de 
reformular a sua estrutura, como: os fatores humanos; os fatores externos (ligados à comunica-
ção interna e externa da empesa); os objetivos e estratégias (responsáveis por definir o caminho a 
ser percorrido e as metas a serem alcançadas); e, por fim, o fator tecnologia (que atua na intenção 
de renovar e permitir reformular as necessidades da empresa).
De acordo com Donaldson (1999), a estrutura organizacional pode ser definida como
o conjunto recorrente de relacionamentos entre os membros da organização [...], o que 
inclui (sem se restringir a isto) os relacionamentos de autoridade e de subordinação como 
representados no organograma, os comportamentos requeridos pelos regulamentos da or-
ganização e os padrões adotados na tomada de decisão, como descentralização, padrões 
de comunicação e outros padrões de comportamento (DONALDSON, 1999, p. 105).
Assim, a estrutura organizacional visa a soma total das maneiras pelas quais o trabalho é 
dividido em tarefas distintas, de forma que se coordene as tarefas e se torne mais eficaz a ela-
boração das mudanças organizacionais e o desenho da estrutura. Isso nos leva a entender que a 
estrutura organizacional envolve muitas relações de poder e autoridade internas à organização, e 
permite as relações formais e informais quanto à definição do grau de padronização das ativida-
des, se serão por departamento ou por processo, e como se darão estas mudanças. 
Figura 1 – Planejando a estrutura organizacional
Fonte: SFIO CRACHO/Shutterstock.com
Deste modo, é importante preparar as propostas que venham reorganizar os processos, não ape-
nas em aspectos formais, mas também processuais, visando uma “nova organização”, ou proporcio-
nando maior qualidade, pertinência e adequação, por meio de funcionalidades propostas em desenho.
De acordo com Donaldson (1999), a organização formal se caracteriza por regras, regulamen-
tos e uma estrutura hierárquica que atua na intenção de dividir e ordenar as relações entre setores e 
funcionários, permitindo a redução de problemas entre a equipe, facilitando o processo de tomada 
de decisão e assegurando que as decisões tomadas sejam implementadas. Resumindo, podemos 
dizer que a organização formal é criada para atingir objetivos preestabelecido pela organização.
O modelo processual de organização atua na cultura organizacional, modelo de gestão, estrutura 
de poder, estilo de liderança, nível de inovação e mudança e no processo de comunicação, ou seja, nos 
itens que necessitam de processos sedimentados de “como agir”. Assim, o desenho organizacional 
seria baseado nas consequências entre a hierarquia da gestão, em como ocorrem as integrações entre 
as áreas, em como um processo influencia sobre o outro, e como ocorre o processo de comunicação.
A seguir, aprofundaremos nossos estudos sobre as mudanças organizacionais.
1.1 Mudanças organizacionais 
A mudança na estrutura organizacional vem atrelada à mudança de comportamento por 
parte das pessoas que tendem a ser resistentes às alterações dentro do contexto da instituição, e 
sobre os impactos que ocorreram sobre as demandas. Estas mudanças acontecem pela necessi-
dade de novas atuações frente ao mercado econômico e financeiro e pela melhoria continua das 
formas de atuação (ANTUNES, 2012).
A seguir, entenderemos o que é o desenho estrutural das organizações.
FIquE AtEntO!
As mudanças na estrutura organizacional geram impactos entre a empresa e seus 
empregados, oferecendo melhor visão sistêmica, menos procedimentos, menos 
hierarquias e a organização de processos.
2 Desenho estrutural das organizações
A partir dos anos 1970, com a mudança do modelo de produção, saiu-se do trabalho repeti-
tivo para a busca de inovações em tecnologia, estratégia e novos modelos de gestão. Com isso, as 
organizações saíram do modelo tradicional hierárquico, e totalmente procedimental, para atuar em 
um modelo mais enxuto, com suas demandas definidas por processos. 
Para atender este momento, surgiu o conceito de desenho estrutural das organizações, ou dese-
nho organizacional, que visa apresentar e definir a estrutura de trabalho mais eficiente, conforme o tipo da 
organização, seu modelo de trabalho, atuação e demais características. Este desenho determina como 
serão definidas as autoridades e responsabilidades dentro da empresa, além de facilitar a comunicação.
Deste modo, o desenho estrutural das organizações é o produto final, advindo de uma série de 
etapas de objetivos para um modelo padronizado. A representação mais conhecida deste desenho 
é o organograma, que oferece a representação gráfica da estrutura organizacional, mostrando as 
funções, os departamentos, ou as posições na organização e como estes elementos se relacionam 
(ANTUNES, 2012). 
Deste modo, o organograma serve para entender como a organização é dividida, em áreas, 
departamentos e unidades, e quais as relações de autoridade geradas entre setores e membros.
ExEMplO
O organograma é o principal exemplo de desenho estrutural das organizações. 
Além dele, há os desenhos baseados em fluxogramas, por processos, e os diagra-
mas de funções e atividades.
Figura 2– Definindo o organograma
Fonte: Shawn Hempel/Shutterstock.com
Assim, podemos destacar que os desenhos organizacionais auxiliam na otimização organi-
zacional, propondo melhoramentos contínuos, e oferecem uma visão ampla das funções e dos 
papéis dentro da instituição, de modo integrado.
A seguir, conheceremos os tipos de estruturas organizacionais que estabelecem estes desenhos.
SAIbA MAIS!
Leia a obra “Administração: teoria e prática no contexto brasileiro”, de Sobral e 
Peci. Nela, os autores apresentam informações sobre a estrutura organizacional 
e a sua representação.
3 tipos de estruturas organizacionais 
Para o controle da estrutura organizacional são utilizados modelos de estruturas baseados 
em aspectos particulares de cada instituição, na intenção de otimizar a gestão de processos e 
a divisão das atividades. 
Figura 3– Modelo de estrutura organizacional
Fonte: vinz89 /Shutterstock.com 
Assim, segundo Sobral e Peci (2008), os principais modelos estruturais são: funcional; 
divisional; matricial; e em rede. No próximo item, aprofundaremos as particularidades de cada 
um destes modelos estruturais.
3.1 Estrutura funcional
A estrutura funcional baseia-se em obter resultados de acordo com a avaliação de departa-
mentos, utilizando critérios lógicos e intuitivos, conforme a agregação de demandas e funcionali-
dades, de acordo com os recursos necessários e as funções a serem executadas.
ExEMplO
A estrutura por setores, que visa a organização administrativa da instituição, é um 
exemplo de modelo de estrutura funcional.
Neste modelo, destaca-se a forma utilizada para agrupar as funções em tarefas similares, 
avaliando a habilidade técnica dos membros, que definirão a melhor forma de divisão dos setores, 
e quais os recursos são mais indicados para atuar dentro das demandas listadas. 
FIquE AtEntO!
Este modelo estrutural permite a economia de escala (relação entre recursos gas-
tos e tempo de trabalho), tornando mais eficiente o uso dos recursos e oferecendo 
como vantagem a criação de condições para centralizar o processo de decisão.
Agora, entenderemos a estruturadivisional.
3.2 Estrutura divisional
Nesta estrutura, as empresas diversificam seus produtos, tecnologias e mercados, em busca 
de agregar as tarefas em diferentes unidades, no modelo semiautônomo, para atingir melhores 
índices em termos de produto, mercado e clientes. Assim, a estrutura divisional é organizada em 
função dos resultados.
FIquE AtEntO!
A estrutura divisional é organizada em função de resultados em divisões que tem 
metas específicas, como os resultados de vendas, de produtos, de captação de 
clientes, ou aquisição de mercado. 
Figura 4 – Resultados na estrutura divisional
Fonte: Pressmaster/Shutterstock.com
A seguir, conheceremos a estrutura matricial.
3.3 Estrutura matricial
A estrutura matricial é um modelo híbrido que trabalha a junção entre os pontos positivos da 
estrutura funcional e as melhores práticas do modelo divisional. Este modelo de estrutura é comu-
mente utilizado para o controle de projetos, nos quais são alocados vários membros de áreas 
distintas de negócios, criando uma equipe de trabalho multidisciplinar, que permanece envolvida 
nas demandas por tempo determinado, conforme cronograma.
Agora, vamos entender as estruturas em rede.
3.4 Estruturas em rede
Este modelo agrupa várias formas organizacionais alternativas às estruturas burocráticas 
tradicionais, ou seja, saem de modelos extremamente hierárquicos e com pouca abertura para a 
comunicação, para modelos abertos e modelos próprios das organizações. 
As organizações modeladas em rede de clusters e virtuais, ou que atuam com estruturas por 
equipes de trabalho e organizações de aprendizagem, são exemplos deste modelo de estrutura.
Assim, podemos enfatizar a importância de avaliar os pontos positivos e negativos de cada 
uma das estruturas para tomar a decisão mais assertiva no que diz respeito ao desenho orga-
nizacional. Para isso, lista-se as vantagens e desvantagens de cada um dos modelos, como a 
facilidade de implementação, capacidade de gestão, custo e impacto na mudança organizacional, 
e o que facilitará, ou não, acerca da tomada de decisões e do desenho estrutural mais adequado, 
levando em consideração os fatores que o influenciam na estratégia da organização. 
SAIbA MAIS!
Leia o artigo “A estrutura organizacional frente às estratégias de aquisição: um 
estudo de caso em Minas Gerais” e conheça exemplos reais de transformações 
estruturais de empresas. Acesse: <http://hdl.handle.net/1843/BUBD-99VGLZ>.
Fechamento
Concluímos nosso estudo sobre o desenho estrutural da organização. 
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • conhecer o conceito de desenho organizacional e a sua funcionalidade na estrutura de
uma empresa;
 • distinguir os tipos de estrutura organizacional e seus conceitos aplicáveis à organização.
Referências
ANTUNES, Bethania Mendes de Brito. A estrutura organizacional frente às estratégias de aquisição: 
um estudo de casos em Minas Gerais. Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais, 2012. 
Disponível em: <www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/BUBD-99VGLZ/dis-
serta__o_bethania_mendes_de_brito_antunes.pdf?sequence=1>. Acesso em: 16 ago. 2016.
DONALDSON, Lex. Teoria da contingência estrutural. In: CLEGG, Stewart, HARDY, Cynthia, NORD, 
Walter (Orgs.). Handbook de estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 1999, v. 1 p. 105-133. 
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração. 6.ed. São Paulo. Atlas, 2004.
SOBRAL, Filipe; PECI, Alketa. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. 2. ed. São 
Paulo: Pearson, 2013.