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Miocardiopatia dilatada e Insuficiência Cardíaca Gabriel Ladeia 3° Período de Medicina Miocardiopatia dilatada- É uma causa frequente de IC e principal indicação para transplante de coração. Cerca de 20% a 35% dos casos têm origem familiar. Outras causas são infecções (virais, bacterianas, fúngicas, micobacterianas ou parasitárias), toxinas, alcoolismo, quimioterapia, metais pesados… Em muitos casos não é possível descobrir a causa, e então é descrita como miocardiopatia dilatada idiopática. A MCD é caracterizada por dilatação ventricular, redução da espessura da parede do ventricular e disfunção sistólica de um ou dos dois ventrículos. Pode se manifestar em quase todas idades, sendo geralmente diagnosticada quando ocorrem manifestações clínicas como: dispneia, ortopneia redução da tolerância aos esforços. À medida que a doença avança, a estase do sangue nas camaras cardíacas pode acarretar na formação de trombos e embolia sistêmica. O tratamento da MCD tem como objetivo diminuir os sintomas da IC e reduzir o trabalho do coração, utilizando diuréticos para reduzir a pré-carga, B-bloqueadores para diminuir a FC e consumo de O2 do miocárdio, IECA’s para evitar vasoconstrição. Pode ser usado anticoagulante para evitar trombose. Uma outra medida terapêutica é a implantação de um marca-passo biventricular, CDI biventricular, e nos casos refratários um transplante cardíaco. Evitar depressores miocárdicos como álcool e ajustar o nível de esforço e atividade física para evitar sintomas. Fisiopatologia da insuficiência cardíaca- A IC tem sido definida como uma síndrome complexa resultante de qualquer distúrbio funcional ou estrutural do coração que causa e aumenta o risco de desenvolvimento de manifestações de baixo débito cardíaco e congestão sistêmica pulmonar. A síndrome de IC pode ser produzida por qualquer condição do coração que reduza sua capacidade de bombeamento. Dentre as mais comuns destacam-se DAC, Hipertensão, Miocardiopatia dilatada e doença cardíaca valvar. Um indivíduo que tem uma disfunção miocárdica (hipertensão, doença valvar, abuso de álcool e cocaína, IM, cardiopatia isquêmica…) vai ter um menor DC, menor PA e menor Perfusão renal. Todos esses sinais baixos iria ativar os mecanismos reguladores (SRAA, Ativação de barorreceptores). A aldosterona que é estimulada no SRAA iria liberar citocinas (fatores de necrose tumoral) que leva a um remodelamento dos cardiomiócitos. A Angio II que faz uma forte vasoconstrição faz aumentar a pós-carga, PA e FC. e todos esses fatores geram uma remodelagem ventricular, em que fica hipertrofiado, dilatado, com células grandes e comprometimento na contratilidade. Consequência do processo- Com o aumento da RVS → aumenta a força de contração → aumenta a demanda de O2 do VE e isso gera uma hipóxia do VE e isso persistentemente gera uma diminuição da força de contração do VE. Assim, gera consequentemente um aumento da PAD e aumenta a pré-carga do VE que gera um aumento da pré carga do AE. Isso tudo acarreta um edema pulmonar, pois o retorno venoso da veia pulmonar para o AE do coração está comprometido, aumentando a pressão dentro dos vasos pulmonares e extravasando líquido para os alvéolos. Que consequentemente dificulta a entrada de O2. O edema pulmonar é gerado pelo aumento da resistência vascular pulmonar, que vai gerar um aumento da pressão de sangue nos vasos pulmonares e começa um processo de insuficiência do VD. O VD aumenta a sua contratilidade para combater a resistência vascular pulmonar, pois aumenta a pré-carga do VD. Disfunção sistólica versus disfunção diastólica- A fração de ejeção ventricular é a de sangue bombeado para fora dos V em cada contração. Uma fração de ejeção normal é entre 55% e 70%. Na DSV, a contratilidade miocárdica é prejudicada, levando a uma baixa da fração de ejeção e DC. a DDV é caracterizada por uma fração de ejeção normal, mas comprometimento do relaxamento ventricular diastólico que conduz uma redução no enchimento do ventrículo e diminui a pré-carga. Mecanismos compensatórios- Na IC a reserva cardíaca é mantida por meio de respostas compensatórias ou adaptativas. Mecanismo de Frank-Starling- Opera por meio do aumento na pré-carga. Com a expansão do enchimento diastólico, ocorre um aumento no estiramento das fibras miocárdicas e aproximação mais eficiente das grossas cabeças dos filamentos de miosina aos sítios de ligação com a troponina nos filamentos de actina, aumentando a força de contração. Isso provoca um aumento no DC. Endotelinas- São potentes peptídeos vasoconstritores liberados por células endoteliais ao longo da circulação. Elas induzem a proliferação de células do músculo liso vascular e causam hipertrofia de miócitos cardíacos, aumentam liberação de aldosterona, catecolaminas e efeitos antidiuréticos nos rins. Manifestações clínicas da IC- Uma das principais manifestações da IC do lado esquerdo é a falta de ar devido a congestão da circulação pulmonar, a dispneia. Ortopneia é a dificuldade respiratória quando a pessoa está em decúbito dorsal. Fadiga, fraqueza aumentam ao decorrer do dia, e a confusão mental é porque o encéfalo não está recebendo quantidade adequada de O2. Retenção de líquido, edema, cianose… Diagnóstico e tratamento- O diagnóstico de IC é voltado para estabelecer a causa e a condição da doença, direcionando para corrigir a causa e para melhorar a função cardíaca. Os melhores medicamentos para tratar são os diuréticos, IECA, BRA, B-bloqueadores e vasodilatadores.
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