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DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO PROF MSC LUAMA ARAUJO Prof. MSc. Luama Araújo INTESTINO GROSSO ❑ Parte final do tubo digestivo. Proximalmente, é contínuo com o intestino delgado na válvula ileocecal e distalmente com o canal anal ❑ Ceco; cólon ascendente, transverso, descendente e sigmoide; reto ❑ Comprimento: 1,5 metros ❑ Diâmetro: 6,5 centímetros Prof. MSc. Luama Araújo INTESTINO GROSSO FUNÇÕES ❑ Absorver vitaminas importantes produzidas pelas bactérias no colo; ❑ Reabsorver água do conteúdo intestinal; ❑ Compactar o conteúdo intestinal não digerível e transformá-lo em fezes; ❑ Armazenar as fezes antes da defecação Prof. MSc. Luama Araújo INTESTINO GROSSO MOTILIDADE COLÔNICA ❑ Movimento de Massa ▪ Onda peristáltica; ▪ Ocorre cerca de 2 a 3 vezes/dia; ▪ Propulsionam rapidamente os conteúdos luminais adiante e esvaziam o cólon ❑ Haustração (movimento de mistura) ▪ Padrão de motilidade; ▪ Porções mais proximais do cólon; ▪ Ocorre cerca de 3 a 12 vezes/minuto; ❑ Defecção ▪ Reflexo ativado por distensão retal; ▪ Variável 1 vez/dia a 3 vezes/semana. Prof. MSc. Luama Araújo MICROBIOTA INTESTINAL Prof. MSc. Luama Araújo MICROBIOTA INTESTINAL Prof. MSc. Luama Araújo MICROBIOTA INTESTINAL ❑ Numerosas bactérias, sobretudo anaeróbias (Bacteroides, Bifidobacterium, Lactobacillus), vivem em simbiose na microbiota intestinal ❑ Íleo - zona de transição microbiológica entre uma microbiota jejunal esparsa e predominantemente aeróbia e uma densa colonização anaeróbia do cólon. ❑ Papel metabólico (metabolismo de ácidos biliares, proteínas, carboidratos, lipídios, drogas) e de proteção ao influenciarem a presença de leucócitos na mucosa e na formação das placas de Peyer Prof. MSc. Luama Araújo MICROBIOTA INTESTINAL Prof. MSc. Luama Araújo INFECÇÃO POR CLOSTRIDIUM DIFFICILE Prof. MSc. Luama Araújo CONSTIPAÇÃO ❑ No Brasil ainda não há estudos epidemiológicos acerca da real prevalência de constipação no adulto; ❑ 30% dos indivíduos maiores de 60 anos, especialmente institucionalizado, têm constipação crônica; ❑ Outros fatores de risco: gênero feminino, sedentarismo, poli farmácia, depressão, baixo nível socioeconômico, baixa ingestão de fibras. Prof. MSc. Luama Araújo CONSTIPAÇÃO ❑ Incapacidade de realizar o processo de defecção sem auxílio de fatores externos Prof. MSc. Luama Araújo CONSTIPAÇÃO ❑ Trânsito colônico normal (constipação funcional ou constipação crônica idiopática) - mais frequente; ❑ Trânsito colônico lento - retardo da passagem das fezes pelos os cólons; ❑ Dissinergia pélvica - incoordenação do mecanismo defecatório dependente da musculatura pélvica. Prof. MSc. Luama Araújo CONSTIPAÇÃO ❑ ETIOLOGIA Prof. MSc. Luama Araújo CONSTIPAÇÃO TRATAMENTO ❑ Não Dietético ▪ Atividade física regular ▪ Uso de laxativos (formadores de massa, osmóticos ou estimulantes) Prof. MSc. Luama Araújo CONSTIPAÇÃO TRATAMENTO ❑ Dietético ▪ Aumento da ingestão de fibras - 30g (introdução gradativa); ▪ Frutas cruas - ricas em ácidos orgânicos que estimulam a peristalse; ▪ Gordura emulsionada (azeite) - absorvido lentamente na última porção do íleo, tendo ação estimulante sobre a peristalse; ▪ Aumento da ingestão hídrica. Não recomendável para ICC e IRC. Prof. MSc. Luama Araújo DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS ❑ Qualquer processo inflamatório crônico envolvendo o trato gastrointestinal, em que 80 a 90% dos casos englobam a retocolite ulcerativa (RCU) e a doença de Crohn (DC) ❑ Frequente exacerbação dos sinais e sintomas, com diferenças dependendo da localização e extensão do processo fisiopatológico ❑ Crônicas, de etiologia desconhecida e acometem o trato digestório ❑ Mais comuns: Doença de Crohn (DC) e Retocolite Ulcerativa (RU) Prof. MSc. Luama Araújo DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS ❑ RU: inflamação delimitada à mucosa do cólon, ocorrendo de forma contínua e cuja manifestação mais comum é a diarreia sanguinolenta ❑ DC: pode afetar qualquer parte do TGI desde a boca até o ânus, mas envolve predominantemente o íleo terminal e o cólon. Manifestações predominantes: diarreia e dor abdominal. Prof. MSc. Luama Araújo DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS Prof. MSc. Luama Araújo ❑ Doença inflamatória crônica da mucosa limitada ao cólon ❑ Caracteristicamente envolve o reto e pode se extender simetricamente por todo o cólon ❑ 20% terão pancolite ❑ Etiologia indeterminada ❑ Faixa etária preferencial de20 a 40 anos, pode ocorrer em qualquer idade ❑ Mais freqüente em mulheres ❑ No Brasil, aumento da incidência RETOCOLITE ULCERATIVA Prof. MSc. Luama Araújo ❑ Diarreia sanguinolenta, tenesmo, mucorreia ❑ Dor abdominal, perda de peso, anorexia e náusea ❑ Doença leve a moderada: exame normal ❑ Doença grave: febre, queda do estado geral , abdomen doloroso RCU – QUADRO CLÍNICO Prof. MSc. Luama Araújo ❑ História e exame físico ❑ Exames de fezes ❑ Colonoscopia/retossigmoidoscopia ❑ Radiologia ❑ Histologia RCU - DIAGNÓSTICO Prof. MSc. Luama Araújo Prof. MSc. Luama Araújo Prof. MSc. Luama Araújo DOENÇA DE CROHN ❑ Inflamação crônica transmural que pode acometer qualquer segmento do trato digestivo ❑ Distribuição assimétrica , segmentar ❑ Complicada por fístulas e/ou obstrução ❑ Etiologia indeterminada ❑ Doença de adultos jovens, 15 a 30 anos mas pode ocorrer em todas as faixas etárias Prof. MSc. Luama Araújo DOENÇA DE CROHN – ANATOMIA E PATOLOGIA ❑ Colite somente - 20% ❑ Intestino Delgado - 80% ❑ Perianal e periretal/reto poupado Prof. MSc. Luama Araújo DC - APRESENTAÇÕES ❑ Inflamatória ❑ Obstrutiva ❑ Fistulizante ❑ Extra-intestinal: cutânea, oral , ocular, articular e hepatobiliar Prof. MSc. Luama Araújo DC – QUADRO CLÍNICO ❑ Dor abdominal e diarreia crônica ❑ Anorexia, perda de peso, febre, aftas orais ❑ Anemia ❑ Manifestações cutâneas, articulares e oculares Prof. MSc. Luama Araújo DC - DIAGNÓSTICO ❑ História ❑ Exame físico ❑ Exames de fezes ❑ Provas de atividade inflamatória ❑ Colonoscopia com biópsia ❑ Trânsito de delgado ❑ TC - avaliação de fístulas e abscessos Prof. MSc. Luama Araújo DII – DC X RCU Prof. MSc. Luama Araújo AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DII’s ❑ Após vários anos com exacerbações cíclicas da doença, os pacientes perdem significativamente a função do TGI, logo comprometimento do estado nutricional é frequente ❑ Importante verificar: ✓ Perda de peso (pode estar mascarada pelo uso de corticoides) ✓ Hipoalbuminemia ✓ Anemia ✓ Deficiência de vitaminas e minerais (ferro, cálcio, vitamina B12) ✓ Deficiência no crescimento (crianças) Prof. MSc. Luama Araújo AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DII’s ❑ Após vários anos com exacerbações cíclicas da doença, os pacientes perdem significativamente a função do TGI, logo comprometimento do estado nutricional é frequente ❑ Importante verificar: ✓ Perda de peso (pode estar mascarada pelo uso de corticoides) ✓ Hipoalbuminemia ✓ Anemia ✓ Deficiência de vitaminas e minerais (ferro, cálcio, vitamina B12) ✓ Deficiência no crescimento (crianças) Prof. MSc. Luama Araújo OBJETIVOS DO SUPORTE NUTRICIONAL ❑ Recuperar e/ou manter o estado nutricional ❑ Manter o crescimento (crianças) ❑ Fornecer aporte adequado de nutrientes ❑ Contribuir para o alívio dos sintomas Prof. MSc. Luama Araújo RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS 25 – 35 kcal/kg de peso para manutenção ou ganho, respectivamente GEBxFAX1,75 (levando em conta o hipermetabolismo das DII’s) Prof. MSc. Luama Araújo RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS Prof. MSc. Luama Araújo RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS ❑ O fator de crescimento transformador B2 (TGF-B2) é um polipeptídio encontrado normalmente no leite, capaz de enriquecer a dieta enteral, em razão de sua ação modular a imunidade intestinal, uma vez que antagoniza o TNF. Probióticos e prebióticos (DC), Suplementação diária de micronutrientes (RCU e DC) Prof. MSc. Luama Araújo Prof. MSc. Luama Araújo SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL ❑ O SII é uma doença intestinal funcionalcaracterizada por dor ou desconforto abdominal e hábitos intestinais alterados, na ausência de alterações estruturais identificáveis. FIBROMIALGIA CEFALEIASLOMBALGIA SINTOMAS GENITOURINÁRIOS ❑ Cerca de 10 a 20% de adultos e adolescentes apresentem queixas de SII. ❑ Faixa etária de 30 a 50 anos, com prevalência em mulheres na sua maioria Prof. MSc. Luama Araújo SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL ❑ Sintomas clássicos recorrentes, incluindo desconforto abdominal e alteração da motilidade intestinal. ❑ Epidemiologia • 10 a 15% de todas as visitas do clínico e de 25 a 50% das consultas com o gastroenterologista; • 2,6 milhões de visitas em consultórios e 3,5 milhões de consultas, incluindo visitas em consultórios ❑ Diagnóstico • Critério de Roma III ❑ Fisiopatologia • Maior sensibilidade entérica e motilidade em resposta aos estímulos habituais gastrointestinais e ambientais Prof. MSc. Luama Araújo Prof. MSc. Luama Araújo CLASSIFICAÇÃO Classifica-se com base nas características das fezes: ➢ SII com obstipação (SII-O); ➢ SII com diarreia (SII-D); ➢ SII com padrão misto ou cíclico (SII-M); ➢ SII não classificável (SII-NC) Prof. MSc. Luama Araújo MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ❑ Desconforto ou dor abdominal (essencial para diagnóstico). ❑ Pode vir em forma de cólica abdominal, pode ocorrer em situações de stress emocional, podendo agravar nas fases pré-menstrual e menstrual. ❑ Queixa de distensão abdominal, eructação e flatulência. ❑ 25 a 50% dos doentes refere: DISPEPSIA, PIROSE, NÁUSEAS E VÓMITOS OBSTIPAÇÃO DURAS E DE CALIBRE ESTREITADO DIARREIA PEQUENOS VOLUMES DE FEZES MOLES Prof. MSc. Luama Araújo Prof. MSc. Luama Araújo FISIOPATOLOGIA EIXO CEREBRO-INTESTINO Prof. MSc. Luama Araújo FISIOPATOLOGIA Após uma infecção, verifica-se aumento do número de linfócitos-T (CD3,CD4 e CD8), de macrófagos, de células enteroendócrinas e da permeabilidade intestinal. Prof. MSc. Luama Araújo DIAGNÓSTICO ❑ Baseia-se numa anamnese e num exame objetivo completo, que permita excluir doenças orgânicas. ❑ Sintomas devem ter início pelo menos 6 meses antes do diagnóstico. ❑ A dor ou desconforto abdominal deve ser recorrente pelo menos 03 dias por mês nos últimos três meses e pelo menos dois ou mais dos seguintes itens devem estar também presentes: 1. Melhoria com a defecação; 2. Início associado a uma mudança na frequência das evacuações; 3. Início associado a uma mudança no formato (aspecto) das fezes. Prof. MSc. Luama Araújo DIAGNÓSTICO Prof. MSc. Luama Araújo DIAGNÓSTICO Prof. MSc. Luama Araújo TRATAMENTO TERAPÊUTICO ❑ TERAPÊUTICA NÃO FARMACOLÓGICA: ❑ Relação médico | doente; ❑ Educação; ❑ Intervenções psicológicas; ❑ Dieta ❑ TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA Prof. MSc. Luama Araújo TRATAMENTO DIETOTERÁPICO Figura 4. Algumas abordagens de tratamento para SII A microbiota intestinal, através do uso de antibióticos, prebióticos e probióticos, emerge como um fator a ser considerado no tratamento da SII. Prof. MSc. Luama Araújo Prof. MSc. Luama Araújo TRATAMENTO DIETOTERÁPICO
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