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APG 6- HELMINTOS

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Rita de Cássia Sudário 
HELMINTOS 
INTRODUÇÃO 
 
- ASCARIDÍASE: 
É causada pelo Ascaris lumbricoides, o maior 
parasita nematódeo intestinal, que alcança 
até 40 cm de comprimento. Os humanos – 
especialmente crianças pequenas – são 
infectados pela ingestão de solo 
contaminado por fezes contendo ovos de 
ascarídeos. As larvas eclodem no intestino, 
invadem a mucosa, migram para os pulmões, 
rompem para dentro dos alvéolos, ascendem 
pela árvore brônquica, são deglutidas, 
alcançam a maturidade no intestino delgado 
e produzem até 240.000 ovos por dia, 
eliminados nas fezes. 
 
- SCHISTOSOMA MANSONI 
Cinco espécies causam a esquistossomose 
humana: Schistosoma mansoni, S. japonicum, 
S. mekongi e S. intercalatum causam 
esquistossomose intestinal e hepática, 
enquanto o S. haematobium causa 
esquistossomose urogenital. 
Após as cercárias infectantes penetrarem a 
pele intacta, elas amadurecem para a forma 
de esquistossômulos e migram através de 
vasos venosos ou linfáticos para os pulmões 
e, por fim, até o parênquima hepático. Os 
vermes sexualmente maduros migram para 
as veias da bexiga e pelve (S. haematobium) 
ou mesentério (S. mansoni, S. japonicum, S. 
mekongi e S. intercalatum), onde depositam 
os seus ovos. Alguns ovos maduros são 
exteriorizados no lúmen intestinal ou no 
urinário, a partir dos quais podem ser 
eliminados, podendo finalmente alcançar a 
água e perpetuar o ciclo evolutivo. A 
persistência de ovos nos tecidos leva a uma 
resposta granulomatosa do hospedeiro e 
fibrose. Ocorrem cerca de 230 milhões de 
infecções (principalmente em crianças e 
adultos jovens), com > 70% das pessoas 
infectadas vivendo na África subsaariana 
 
- TENIA SAGINATA 
Os humanos constituem o hospedeiro 
definitivo para a Taenia saginata, a tênia da 
carne de vaca. Os ovos são excretados nas 
fezes e ingeridos pelo gado ou outros 
herbívoros (T. saginata); as larvas se 
encistam (cisticercos) no músculo estriado 
desses animais. Quando os humanos ingerem 
carne crua ou malcozida, os cisticercos 
amadurecem em vermes adultos em cerca de 
2 meses. 
 
- TAENIA SOLIUM 
Os humanos constituem o hospedeiro 
definitivo, sendo os porcos os hospedeiros 
intermediários habituais da T. solium, a 
tênia do porco. A doença tem duas 
apresentações e depende da forma como o 
parasita é ingerido. 
Ao ingerir carne de porco malcozida 
contendo cisticercos, os humanos 
desenvolvem tênias intestinais e uma doença 
semelhante à teníase saginata. 
Se os humanos ingerem ovos de T. solium (p. 
ex., em consequência do contato íntimo com 
um portador de tênia ou por autoinfecção), 
desenvolvem cisticercose por penetração 
das larvas na parede intestinal e migração 
para muitos tecidos 
 
 
 
- ENTEROBIUS VERMICULARIS 
A enterobíase (oxiuríase) é causada pelo 
Enterobius vermicularis e acomete cerca de 
40 milhões de pessoas nos EUA 
(primariamente crianças). As fêmeas 
grávidas dos vermes migram à noite do ceco 
para a região perianal, cada uma delas 
liberando até 2.000 ovos imaturos que se 
tornam infecciosos em questão de horas. 
Ocorre autoinfecção e transmissão de 
pessoa a pessoa em consequência da 
coçadura perianal e transporte dos ovos 
infecciosos até a boca. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
- ASCARIDÍASE 
A maioria das infecções tem baixa carga de 
vermes, sendo assintomática. Durante a 
migração do parasita para os pulmões (cerca 
de 9 a 12 dias após a ingestão dos ovos), os 
pacientes podem desenvolver tosse e 
desconforto subesternal, algumas vezes 
com dispneia ou escarro hemático, febre e 
eosinofilia. A pneumonite eosinofílica 
(síndrome de Löffler) pode ser evidente. Em 
certas ocasiões, as infecções maciças com 
numerosos vermes emaranhados causam 
dor, obstrução do intestino delgado, 
perfuração, vólvulo, obstrução e cólica biliar 
ou pancreatite 
 
- SCHISTOSOMA MANSONI 
A esquistossomose ocorre em três estágios que 
variam de acordo com espécie, intensidade da 
infecção e fatores do hospedeiro (p. ex., idade, 
genética). A dermatite por cercárias causa uma 
erupção cutânea maculopapular (“prurido do 
nadador”) que dura 1-2 semanas. A 
esquistossomose aguda (febre Katayama) 
apresenta-se entre 2 semanas e 3 meses após a 
exposição ao parasita com febre, mialgia, mal-
estar geral, fadiga, cefaleia, tosse, dor abdominal, 
eosinofilia e infiltrados pulmonares transitórios. 
A esquistossomose crônica causa manifestações 
que dependem primariamente da espécie de 
esquistossoma. A esquistossomose intestinal 
envolve inflamação granulomatosa da mucosa 
com microulcerações, sangramento superficial e, 
algumas vezes, pseudopolipose. A doença 
causada por S. mansoni e S. japonicum é 
geralmente mais grave e também pode envolver 
manifestações hepatoesplênicas que podem 
progredir para fibrose periportal. A 
esquistossomose urogenital causada por S. 
haematobium consiste de um estágio 
inflamatório ativo (disúria; hematúria, 
particularmente ao final da micção; excreção de 
ovos na urina; uropatia obstrutiva) em crianças e 
adultos jovens que progride mais tarde para um 
estágio de fibrose crônica (noctúria, retenção 
urinária, gotejamento e incontinência). A 
doença pulmonar (p. ex., hipertensão pulmonar, 
cor pulmonale) e a doença do SNC (p. ex., 
convulsões, encefalopatia, mielite transversa) 
podem ocorrer e se devem a granulomas e fibrose 
 
- TAENIA SAGINATA 
 
No entanto, em alguns casos, a pessoa 
infectada pode apresentar sintomas, como: 
 
. Desconforto perianal 
. Dor abdominal leve 
. Diarreia ou constipação; 
. Náusea e vômito; 
. Perda de peso; 
. Fraqueza e fadiga; 
. Aumento do apetite; 
Presença de proglotes nas fezes (segmentos 
do verme adulto que se destacam e são 
eliminados juntamente com as fezes). 
Esses sintomas geralmente ocorrem 
algumas semanas após a ingestão da carne 
contaminada com larvas cisticercos. No 
entanto, em muitos casos, a infecção por 
Taenia saginata não causa sintomas e é 
descoberta acidentalmente durante um 
exame de rotina de fezes. 
 
- TAENIA SOLIUM 
As infecções intestinais costumam ser 
assintomáticas, exceto pela eliminação de 
proglótides nas fezes. A apresentação da 
cisticercose depende do número e da 
localização dos cisticercos, bem como da 
extensão da resposta inflamatória 
associada e da fibrose. Os cisticercos 
podem ser encontrados em qualquer local do 
corpo, porém são detectados mais 
frequentemente no cérebro, músculo 
esquelético, tecido SC ou olho. As 
manifestações neurológicas são as mais 
comuns, consistindo em convulsões devido à 
inflamação que circunda os cisticercos no 
cérebro, hidrocefalia (em consequência da 
obstrução do fluxo de LCS pelos cisticercos 
e inflamação associada ou por aracnoidite) e 
sinais de pressão intracraniana elevada (p. 
ex., cefaleia, náuseas, vômitos, alterações 
da visão). 
 
- ENTEROBIUS VERMICULARIS 
O prurido perianal constitui o principal 
sintoma, que frequentemente piora à noite. 
A eosinofilia é incomum 
 
 
CICLO BIOLÓGICO 
- ASCARIDÍASE 
1) Ovo: Os ovos do Ascaris 
lumbricoides são liberados nas fezes 
do hospedeiro infectado. Eles podem 
permanecer no solo por um período 
de semanas a meses antes de se 
tornarem infectantes. 
2) Larva: Depois que os ovos 
infectantes são ingeridos por um 
hospedeiro, eles eclodem no 
intestino delgado e liberam larvas 
que penetram na parede intestinal. 
As larvas viajam através do sistema 
circulatório para o fígado e, em 
seguida, para o coração e os pulmões. 
3) Forma larval migratória: As larvas 
continuam sua migração pelas vias 
aéreas até atingirem a faringe, onde 
são engolidas e retornam ao intestino 
delgado. Neste ponto, as larvas 
desenvolvem-se em formas larvais 
migratórias que atravessam a parede 
intestinal e penetram nos vasos 
linfáticos e sanguíneos para atingir 
outros órgãos, incluindo o fígado e os 
pulmões. 
4) Forma adulta: Após atingir o 
intestinodelgado novamente, as 
larvas se transformam em formas 
adultas, com comprimento variando 
entre 15 e 40 centímetros, e iniciam 
a sua reprodução. Os vermes adultos 
vivem no intestino delgado humano 
por um período que pode variar de 
meses a anos, dependendo da carga 
parasitária. 
 
 
 
- SCHISTOSOMA MANSONI 
O ciclo de vida do Schistosoma mansoni é 
complexo e envolve dois hospedeiros: o 
hospedeiro intermediário, que é um 
caramujo de água doce, e o hospedeiro 
definitivo, que é o ser humano. O ciclo de 
vida do Schistosoma mansoni pode ser 
dividido em cinco estágios principais: 
 
1) Ovo: O ciclo começa quando os ovos 
do Schistosoma mansoni são 
liberados nas fezes do hospedeiro 
definitivo. Esses ovos entram em 
contato com a água e eclodem, 
liberando uma larva chamada 
miracídio. 
2) Miracídio: O miracídio é liberado do 
ovo e nada em busca de um caramujo 
de água doce, que é o hospedeiro 
intermediário. Quando o miracídio 
penetra no caramujo, ele se 
transforma em uma forma chamada 
esporocisto, que se multiplica e gera 
uma grande quantidade de cercárias. 
3) Cercária: As cercárias são liberadas 
do caramujo e nadam na água em 
busca de um hospedeiro definitivo. 
Elas penetram na pele do hospedeiro 
e entram na corrente sanguínea. 
4) Schistosoma juvenil: As cercárias se 
transformam em schistossomos 
juvenis (ou vermes), que migram para 
as veias mesentéricas do intestino do 
hospedeiro, onde se estabelecem e 
se desenvolvem em formas adultas. 
5) Forma adulta: Os vermes adultos se 
reproduzem sexualmente, e os ovos 
produzidos são liberados nas fezes 
do hospedeiro definitivo, 
completando o ciclo. 
- TAENIA SAGINATA 
 
1) Ovo: O ciclo começa quando os ovos 
da Taenia saginata são eliminados nas 
fezes do hospedeiro definitivo. 
Esses ovos podem sobreviver no solo 
por várias semanas até serem 
ingeridos pelo hospedeiro 
intermediário. 
2) Larva cisticerco: Dentro do 
hospedeiro intermediário, os ovos da 
Taenia saginata se desenvolvem em 
larvas chamadas cisticercos, que se 
alojam na musculatura do bovino. 
3) Forma adulta: Quando o ser humano 
consome carne bovina crua ou mal 
cozida que contém cisticercos, as 
larvas se transformam em formas 
adultas no intestino delgado humano. 
Essas formas adultas, que medem 
cerca de 2 a 7 metros de 
comprimento, se fixam na mucosa 
intestinal e começam a se reproduzir. 
4) Ovo: Os ovos produzidos pelos 
vermes adultos são eliminados nas 
fezes do hospedeiro definitivo, 
completando o ciclo de vida da Taenia 
saginata. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
 
- ASCARIDÍASE 
Parasitológico de fezes 
 
- SCHISTOSOMA MANSONI 
Parasitológico de fezes (Sedimentação 
espontânea, Kato-Katz) 
 
- TAENIA SAGINATA 
Parasitológico de fezes, pesquisa de 
proglótides, método da fita gomada. 
Eosinofilia e níveis de IgE elevados 
costumam estar ausentes 
 
- TAENIA SOLIUM 
 Parasitológico de fezes, pesquisa de 
proglótides, método da fita gomada. Uma 
conferência de consenso estabeleceu 
critérios para o diagnóstico da 
neurocisticercose. Os achados nos exames 
de neuroimagem incluem lesões císticas com 
ou sem realce, uma ou mais calcificações 
nodulares ou lesões focais com realce. 
 
- ENTEROBIUS VERMICULARIS 
Método da fita gomada e parasitológico de 
fezes. 
 
TRATAMENTOS 
 
- ASCARIDÍASE 
Albendazol, mebendazol, ivermectina. 
 
- SCHISTOSOMA MANSONI 
Praziquantel e glicocorticóides 
 
- TAENIA SAGINATA 
Praziquantel, administrado em dose única de 
10 mg/kg. 
 
- TAENIA SOLIUM 
 Praziquantel e glicocorticoide 
 
- ENTEROBIUS VERMICULARIS 
Tratamento: Albendazol, mebendazol e 
ivermectina.

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