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APG 6 - Infeccções por Helmintos

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Objetivos 
 
OBJETIVO 1: Compreender a etiologia, fisiopatologia, epidemiologia, transmissão, ciclo de vida, 
manifestações clinicas, diagnóstico e tratamento da ascaridíase, esquistossomose, teníase e enterobiose 
OBJETIVO 2: Citar as principais formas de prevenção às doencas helminticas 
 
 
ASCARIDÍASE: 
CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
Maior nematódeo intestinal que parasita o intestino humano 
Uma das infecções mais comuns no mundo todo 
Áscaris suum é um parasita intestinal de lombrigas de porcos 
e pode causar infecção humana, ela e a A. lumbricoides são 
geneticamente muito semelhantes. 
ETIOLOGIA: 
 
EPIDEMIOLOGIA: 
• Ocorre em todo mundo 
• Mais de 1 bilhão de pessoas infectadas 
• A maioria dos indivíduos com ascaridíase vive na Ásia 
(73%), África (12%) e América do Sul (8%); 
• A ascaridíase é mais comum entre crianças de 2 a 10 anos 
de idade, e a prevalência da infecção diminui entre 
indivíduos >15 anos de idade 
• A prevalência de A. lumbricoides é maior em países 
tropicais onde climas quentes e úmidos favorecem a 
transmissão durante todo o ano 
• Evidências emergentes sugerem que A. 
lumbricoides prefere solos ácidos 
• A ascaridíase ocorre mais comumente em áreas onde 
práticas de saneamento subótimas estão associadas à 
contaminação fecal do solo, água e alimentos. 
• A infecção por Ascaris por A. suum tem sido cada vez 
mais reconhecida em regiões onde a exposição humana 
a suínos permite a ingestão de ovos infecciosos. 
• Os porcos são geralmente infectados pela ingestão de 
ovos de outros porcos, mas ocasionalmente são 
infectados após a ingestão de fígados e pulmões de 
galinhas infectadas com Ascaris de origem suína 
 
TRANSMISSÃO: 
• Os ovos podem ser ingeridos por meio de: Água 
ou alimentos contaminados, contato com 
fezes de humanos contaminados 
OBS: os ovos devem embrionar no solo para se 
tornarem infecciosos 
• As larvas podem ser ingeridas por meio de: Fígado 
de galinha malcozido 
 
CICLO DE VIDA: 
Ovos são eliminados no solo ➜ se embrionam em 
2-4 semanas e tornam-se infecciosos ➜ ingesta 
dos ovos (água ou alimento contaminado ➜ ovos 
eclodem no intestino delgado ➜ em 4 dias liberam 
larvas que migram através da mucosa do ceco e 
cólon proximal ➜ algumas larvas penetram na 
parede intestinal e podem migrar por via 
hematogênica para o sistema porta do fígado ➜ 
veias hepáticas ➜ coração e pulmões (ou pelos 
ductos linfáticos da mucosa para o ducto torácico 
e pulmões ➜ larvas nos pulmões amadurecem 
entre 10-14 dias ➜ sobem para árvore brônquica 
pelo reflexo de tosse e são deglutidas ➜ no 
intestino se transformam em vermes adultos no 
lúmen do intestino delgado ➜ começam a por 
ovos cerca de 9 a 11 semanas após a infecção 
 
 
Infecções por Helmintos 
 
 
 
OBS: 
• Ocasionalmente larvas migram para outros locais como 
cérebro ou rins 
• Infecção do coração e pulmões pode ocorrer 
pelo sistema porta (via hematogênica), ou por 
meio dos vasos linfáticos (dos ductos da mucosa para 
ductos torácicos) 
• A maioria dos vermes adultos é encontrado no 
jejuno 
• Ovos precisam de vermes machos e fÊmeas para que 
sejam fertilizados 
• Fêmea produz cerca de 200.000 ovos fertilizados/dia 
• Na infecção apenas por fêmeas, são produzidos ovos 
inférteis que não desenvolvem para estágio infeccioso 
• Na infecção apenas por machos, nenhum ovo é formado 
• Os vermes adultos não se multiplicam no 
hospedeiro humano 
• Número de vermes adultos em um indivíduo infectado 
depende do grau de exposição aos ovos infecciosos ao 
longo do tempo 
• Os ovos são eliminados nas fezes 
• Ovos não fertilizados não são infecciosos 
• Ovos férteis se embrionam e tornam-se 
infecciosos após 18 dias a várias semanas 
• Em condições favoráveis (solo úmido, quente e 
sombreado) os ovos podem sobrevivem até 10 anos 
• São resistentes a purificação química da água, mas 
podem ser eliminados por filtração/fervura 
• Em áreas altamente endêmicas, cargas de vermes de 
várias centenas por indivíduo podem ser observadas; há 
relatos de casos de mais de 2.000 vermes em crianças 
individuais 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
ASSINTOMÁTICOS: 
• Grande parte da população é assintomática 
• Porém, mesmo sendo assintomáticos, necessitam de anti-
helmíntico 
• Em áreas endêmicas, os programas de tratamento em 
massa são eficazes 
SINTOMÁTICOS: 
Os sintomas costumam aparecer durante a fase tardia do 
estágio intestinal do verme adulto (manifestações intestinais, 
hepatobiliares ou pancreáticas), mas também podem ocorrer 
no estágio de migração larval (manifestações pulmonares) 
SINAIS E SINTOMAS: 
Fase inicial - Pulmonar (4 a 16 dias após a 
ingestão dos ovos): 
• Tosse seca 
• Dispneia 
• Febre 
• Sibilos 
• Desconforte subesternal 
• Escarro com sangue 
Fase Tardia - Intestinal (6-8 semanas após 
ingestão dos ovos): 
• Desconforto abdominal 
• Vomito 
• Diarreia 
• Náusea 
• Anorexia 
• Vermes adultos presentes nas fezes 
 
OBS: 
• Síndrome de Loffler (envolvimento pulmonar) 
➜ pneumonite eosinofílica´; 
• Outras infecções parasitárias associadas a síndromes 
pulmonares incluem Strongyloides , ancilostomíase 
( Ancylostoma duodenale , Necator 
americanus e Toxocara ), esquistossomose e filariose 
linfática associada à eosinofilia pulmonar tropical 
COMPLICAÇÕES: 
Obstrução intestinal: vermes adultos podem obstruir o 
lúmen intestinal; ocorre mais comumente na válvula ileocecal; 
a migração de larvas pode obstruir o apêndice resultando em 
apendicite. 
Envolvimento hepatobiliar e pancreático: A 
migração de vermes Ascaris adultos para a árvore biliar 
Desnutrição: A ascaridíase tem sido associada à 
desnutrição, retardo de crescimento e desenvolvimento 
cognitivo prejudicado em crianças em idade escolar 
DIAGNÓSTICO: 
Clínico: deve-se suspeitar de ascaridíase em pacientes com 
sintomas abdominais inespecíficos (desconforto, anorexia, 
náuseas, vômitos) ou complicações associadas 
(comprometimento pancreático ou biliar) 
Microscopia de fezes/Exame de óvulos e 
parasitas: importante para o estabelecimento do 
diagnostico 
→ O método Kato-Katz é a técnica mais comum de 
preparo de fezes; envolve filtrar uma amostra de fezes 
seguida de coloração usando materiais fornecidos em um 
kit. É o método recomendado pela Organização Mundial 
da Saúde (OMS) e é a técnica mais utilizada devido à sua 
simplicidade, baixo custo e capacidade de facilitar a 
detecção de múltiplas espécies de parasitas. No entanto, 
a sensibilidade do método de Kato-Katz é limitada para 
infecção de baixa intensidade. 
→ O método FLOTAC é geralmente considerado a 
técnica de preparação de fezes mais sensível, mas 
requer uma centrífuga, o que limita sua utilidade em 
alguns ambientes. 
Radiografia simples ou tomografia 
computadorizada: apenas em pacientes com suspeita de 
obstrução intestinal ou outra complicação associada a 
ascaridíase 
Endoscopia: A endoscopia é necessária para avaliação de 
pacientes com suspeita de envolvimento da árvore biliar ou 
ducto pancreático devido à ascaridíase. 
TRATAMENTO: 
Mebendazol/Albendazol: fármaco de primeira 
escolha. Atua inibindo a montagem dos microtúbulos no 
parasita e bloqueando a captação de dextrose de modo 
irreversível. Os parasitas atingidos são eliminados nas fezes 
→ Indicado 1 dose oral de 400mg em jejum 
→ O retratamento em intervalos de 6 ou 12 meses é 
apropriado 
Outras opções são: 
→ Pamoato de pirantel 
→ Tiabendazol 
→ Ivermectina 
→ dietilcarbamazina 
São contraindicados na gestação: Albendazol, 
ivermectina, Mebendazol, tiabendazol 
ENTEROBIOSE: 
CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
• Ocorre em climas temperados e tropicais 
• É a infecção helmíntica mais comum nos EUA e Europa 
Ocidental 
ETIOLOGIA: 
O nematoide E. vermicularis é amplamente conhecido 
como pinworm humano devido a cauda longa e pontiaguda da 
fêmea. 
EPIDEMIOLOGIA: 
• Mais de 40 milhões de infectados nos EUA 
• Ser humano é o único hospedeiro natural• A infecção ocorre em todos os grupos socioeconômicos, 
porém a transmissão é mais eficiente quando as pessoas 
vivem em condições fechadas e lotadas dentro das 
residências 
• Tem maior frequência em escolares de 5 a 10 anos, sendo 
incomum em <2anos 
TRANSMISSÃO: 
• Contaminação por coceira perianal e posterior contato 
com mãos infectadas por ovos 
• Contato com roupas infectadas ou superfícies ambientais 
contaminadas com ovos 
CICLO DE VIDA: 
Deposição de ovos por fêmeas adultas nas pregas 
perianais➜ autoinfecção por meio de coceira com 
as mãos e posterior contato com a boca ou mãos 
contaminadas ➜ ingestão ➜ ovos eclodem no 
https://www.uptodate.com/external-redirect.do?target_url=http%3A%2F%2Fwww.parasite-diagnosis.ch%2Fkato-katz&token=O0zY8EHXbEbM8l7cyk%2FBcRzf1BGVJvsCM5vKcg4XmMQpd39gUI%2BDh%2Bm6H%2BDdN2EKrwC1JCwUsNIWoeWxLU0oqw%3D%3D&TOPIC_ID=5673
 
intestino delgado ➜ vermes se estabelecem no 
ceco e apêndice ➜ cada fêmea produz 10.000 ou 
mais ovos ➜ as fêmeas grávidas migram através 
do reto para a pele perianal para depositar os 
ovos (isso geralmente ocorre à noite) ➜ As larvas 
dentro dos ovos geralmente amadurecem dentro 
de quatro a seis horas, resultando em ovos 
infectantes. 
 
OBS: 
• A transmissão de pessoa para pessoa pode 
ocorrer pela ingestão de alimentos tocados por 
mãos contaminadas ou pelo manuseio de 
roupas ou roupas de cama contaminadas. 
• A infecção também pode ser adquirida através do 
contato com superfícies ambientais (cortinas, 
carpetes) contaminadas com ovos. Além disso, os ovos 
podem ser transportados pelo ar, inalados e engolidos. 
• O intervalo de tempo desde a ingestão de ovos 
infectantes até a oviposição pelas fêmeas adultas é de 
cerca de um mês. 
• A maioria dos indivíduos infectados tem algumas centenas 
de vermes adultos. 
• Os ovos começam a perder a infectividade após um ou 
dois dias em condições quentes e secas, mas podem 
sobreviver mais de duas semanas em ambientes mais 
frios e úmidos. 
• Não se tem evidências de que o pinworm possa causar 
apendicite 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
ASSINTOMÁTICOS: 
Maioria das infecções 
SINTOMÁTICOS: 
• Coceira perianal (prurido anal) – causado por uma reação 
inflamatória pela migração de vermes adultos durante a 
noite 
• Dores abdominais (carga alta de vermes) 
• Náuseas 
• Vômitos 
COMPLICAÇÕES: 
• Enterocolite eosinofílica 
• Enterobíase vaginal: podem ser assintomáticas ou 
apresentar vulvovaginite (aumenta suscetibilidade de 
infecções do trato urinário) 
DIAGNÓSTICO: 
Clínico: inspeção visual da borda anal e roupas intimas 
(visíveis vermes moveis) 
Teste da pá: pressiona-se uma pá plástica (revestida com 
superfície adesiva) contra a região perianal e depois insere-se 
o conteúdo em uma lâmina de vidro que é examinada 
microscopicamente para voos de oxiúros. Melhor ser realizado 
a noite ou logo pela manhã antes do banho. 
Amostras coletadas sob as unhas 
OBS: 
O exame de fezes não é útil pois os vermes não são 
eliminados nas fezes 
TRATAMENTO: 
Albendazol: 400mg via oral 1x em jejum 
Mebendazol: 100mg VO 1x por 2 semanas 
Pamoato de pirantel: 11mg/kg repetir em 2 semanas 
TENIASE: 
CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
• Vermes planos e hermafroditas que vivem como parasita 
no TGI 
• Estão relacionados a teníase, difilobotriase e 
himenolepíase 
ETIOLOGIA: 
A teníase é uma infecção causada pela Taenia, que faz parte 
do Filo Platelminthes, Classe cestoda (parasita com formato de 
fita), Gênero: Taenia. 
• Taenia saginata: origem bovina 
• Taenia solium: origem suína 
• Tenia asiática: origem suína 
EPIDEMIOLOGIA: 
 
• A maior prevalência ocorre em adultos jovens nas zonas 
rurais da América Latina, África e Ásia, devido 
principalmente aos hábitos culturais de consumo de 
carnes cruas ou malcozidas, além do destino inadequado 
das fezes humanas. 
• Falando em números, a OMS estimou a existência de 70 
milhões de pessoas contaminadas, com 50 mil mortes 
anuais, geralmente pelas complicações da 
neurocisticercose induzida pela T. solium. 
• As tênias adultas podem viver por cerca de 3 a 25 anos 
no intestino delgado do homem. 
TRANSMISSÃO: 
Teníase: Ingestão de carnes malcozidas, visto que, o ovo 
eclode no intestino do animal e o embrião se dirige para a 
musculatura desses animais. 
Cisticercose: ingestão de água ou alimentos contaminados 
com ovos 
CICLO DE VIDA: 
Os humanos são os únicos hospedeiros 
definitivos para as 3 espécies 
Ovos eliminados nas fezes ➜ sobrevivem dias ou 
meses no ambiente ➜ suínos e bovino são 
infectados pela ingesta de vegetação contaminada 
(ovos ou proglótides gravida) ➜ ovos eclodem no 
intestino do animal ➜ invadem a parede intestinal 
➜ migram para os músculos estriados onde se 
desenvolvem em cisticercos ➜ ingestão da carne 
crua/malcozida ➜ no intestino o cisticerco se 
desenvolve em 2 meses p/ forma adulta ➜ tênias 
se ligam ao intestino delgado pelo escólex ➜ 
adultos produzem proglótides que amadurecem, 
engravidam e migram para o anus sendo 
eliminadas nas fezes 
 
 
 
OBS: 
• Os adultos de T. saginata geralmente têm 1.000 a 2.000 
proglótides, enquanto os adultos de T. solium têm uma 
média de 1.000 proglótides. 
• O escólex geralmente permanece no intestino após as 
proglótides serem eliminadas 
• Os ovos contidos nas proglótides grávidas são liberados 
depois que as proglótides são eliminadas com as fezes. 
• Proglótides: fêmea de tênia 
• Escólex: estrutura onde o animal fica fixado na mucosa 
intestinal, no escólex existem ventosas (estruturas de 
fixação) 
CISTICERCOSE: 
É uma forma acidental do ciclo, onde o homem 
entra no lugar do animal. Ou seja, ingerimos o ovo 
diretamente! Esses ovos vão para intestino onde liberam suas 
larvas que penetram na parede intestinal, se disseminando para 
tecidos onde vão se desenvolver até a forma de cisticerco. 
Esse cisticerco então, vai se desenvolver em qualquer órgão, 
principalmente em cérebro, num quadro conhecido 
como cisticercose. Mas devemos lembrar que somente a 
T. solium desenvolve a cisticercose. 
 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
ASSINTOMÁTICOS: 
Maioria dos portadores de tênias adultas são assintomáticos 
SINTOMÁTICOS: 
 
• Eliminação de proglótides nas fezes ou segmentos nas 
fezes 
• Náusea 
• Anorexia 
• Dor epigástrica 
• Eosinofilia periférica (15% dos pacientes) 
COMPLICAÇÕES: 
Ocasionalmente segmentos podem entrar no apêndice, ducto 
biliar comum ou ducto pancreático 
DIAGNÓSTICO: 
Microscopia de fezes: identificação dos ovos ou 
proglótides 
A sensibilidade do exame de fezes é limitada, pois a eliminação 
de ovos e proglótides é intermitente. 
Métodos moleculares: desenvolvidos para melhorar a 
sensibilidade diagnóstica, incluindo um ensaio imune enzimático 
(ELISA) para a detecção de antígenos de T. solium em 
amostras fecais e técnicas de hibridização de DNA para a 
detecção de ovos nas fezes 
Reação em Cadeia da Polimerase (PCR): foram 
desenvolvidos para distinguir entre espécies de infecções 
humanas por Taenia 
Endoscopia: o diagnóstico da teníase também foi feito pela 
visualização do verme na cápsula endoscópica 
TRATAMENTO: 
Praziquantel: a dosagem depende da espécie; para teníase 
o indicado é 10mg/kg VO em dose única 
Mecanismo de Ação: é um derivado sintético heterocíclico 
da isoquinolona-pirazina que induz alterações ultraestruturais 
nos tegumentos dos parasitas, resultando em aumento da 
permeabilidade aos íons cálcio. Íons de cálcio se acumulam no 
citosol do parasita, levando a contrações musculares e paralisia 
final de vermes adultos 
Terapias alternativas: 
• Niclosamida (apenas se não há praziquantel) 
• Albendazol 
Esquistossomose: 
CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
Os parasitas que causam a esquistossomose vivem em certos 
tipos de caracóis de água doce 
A emergência de cercarias (forma infectante do parasita) do 
caracol, leva a contaminação da água) 
ETIOLOGIA: 
Seis espécies de esquistossomo podem causar a infecçãoem 
humanos; as três principais espécies são: 
• S. mansoni (África e américa do Sul) 
• S. haematobium (África e Oriente Médio) 
• S. japonicum (Ásia Oriental) 
OBS: Em geral, S. mansoni e S. japonicum causam doença 
do trato intestinal, enquanto S. haematobium causa doença do 
trato geniturinário. 
EPIDEMIOLOGIA: 
A prevalência é maior na África subsaariana 
Em todo o mundo estima-se que mais de 200 milhões de 
pessoas sejam infectadas 
• S. mansoni ocorre na maior parte da África 
subsaariana, na parte ocidental da América do Sul 
(principalmente no Brasil) e em algumas ilhas do sul do 
Caribe. 
• A infecção por S. haematobium ocorre em focos em toda 
a África Subsaariana, Oriente Médio ao longo do Tigre e 
Eufrates e partes do sul da Península Arábica. 
• S. japonicum ocorre ao longo da bacia do rio Yangtzé na 
China, nas ilhas do sul e leste das Filipinas e em bolsões 
no centro de Sulawesi, na Indonésia. 
• S. intercalatum e S. guineensis ocorrem em focos 
limitados no Congo, Gabão e Camarões na África Central. 
• Infecção costuma ocorrer em áreas rurais, devido a 
presença de rios e lagos 
TRANSMISSÃO: 
Principalmente ao banhar-se em rios e lagos de água doce 
contaminados com larvas cercarias 
CICLO DE VIDA: 
Cada espécie humana de esquistossomos requer uma espécie 
específica de caracol (molusco): 
• S. mansoni – Biomphalaria spp. 
• S. haematobium e S. intercalatum – Bulinus spp. 
• S. japonicum – Oncomelania spp. 
• S. mekongi – Tricula spp. 
Forma infectante caracol: miracídios 
Forma infectante do humano: cercarias 
Os ovos são eliminados com fezes ou urina ➜ 
ovos eclodem e liberam miracídios ➜ penetram 
nos caracóis ➜ produção de cercarias ➜ nadam 
e penetram na pele do hospedeiro humano ➜ 
perdem a cauda ➜ se transformam em 
esquistossômulos ➜ migram via circulação 
venosa pelos pulmões ➜ coração ➜ fígado (onde 
 
se desenvolvem 2-4 semanas) e saem pelo 
sistema porta como vermes maduros ➜ vermes 
machos e fêmeas copulam e residem nas vênulas 
mesentéricas ➜ femeas após 1-3 meses 
depositam ovos nas vênulas do sistema portal e 
perivesical ➜ ovos são movidos ao lúmen 
intestinal, bexiga ou ureteres ➜ eliminados nas 
fezes ou urina 
 
OBS: 
• O S. mansoni ocorre mais frequentemente nas veias 
mesentéricas inferiores que drenam o intestino grosso 
• Os vermes amadurecem no fígado e migram para as 
vênulas do TGI por meio do sistema porta 
• S. mansoni . S. haematobiumna maioria das vezes habita 
no plexo venoso vesicular e pélvico da bexiga 
• Nas vênulas mesentéricas o macho schistosome forma 
um sulco no qual reside a fêmea 
• Vermes adultos sobrevivem por 5 a 7 anos, mas podem 
persistir até 30 anos 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
As manifestações da síndrome da esquistossomose aguda 
(síndrome de Katayama) são observadas em indivíduos não 
residentes em áreas endêmicas, como viajantes 
Infecção Aguda: 
Coceira do nadador: a penetração passa despercebida, 
mas alguns indivíduos desenvolvem erupção cutânea com 
coceira; trata-se de uma dermatite localizada que 
pode resultar me erupção papular pruriginosa ou 
urticaria no local de entrada da larva. A erupção é 
uma reação de hipersensibilidade que ocorre com a exposição 
repetida e se desenvolve nos pés ou parte inferiores das 
pernas 
Síndrome de Katayama: ou chamada de síndrome da 
esquistossomose aguda é uma reação de hipersensibilidade 
sistêmica antígenos esquistossomoticos e complexos imunes 
circulantes; ocorre de 3 a 8 semanas após a infecção. Ocorre 
em hospedeiros não imunes como viajantes; febre de 
início súbito, urticária, angioedema, calafrios, 
mialgias, artralgias, tosse seca, diarreia, dor 
abdominal e cefaleia. 
Infecção Crônica: 
Comum em indivíduos que moram em áreas endêmicas e 
tem mais contato com o agente causador. Os principais órgãos 
acometidos são: trato intestinal, fígado, baço, trato 
geniturinário, pulmões e sistema nervoso central. 
Outras manifestações clínicas que foram observadas em 
associação com a esquistossomose incluem anemia, 
desnutrição, retardo de crescimento e incapacidade geral 
PATOGÊNESE E COMPLICAÇÕES: 
A maioria dos indivíduos não desenvolve sintomas 
O curso da infecção depende da intensidade da exposição, 
desenvolvimento de imunidade contra infecções repetidas e 
suscetibilidade genética 
A intensidade da infecção é maior nas primeiras duas décadas 
de vida e posteriormente diminui para níveis muito baixos em 
adultos 
A doença é causada pela resposta imune do hospedeiro a 
migração de ovos 
Os vermes absorvem as proteínas do hospedeiro e se 
revestem com antígenos do hospedeiro, permitindo residência 
prolongada na corrente sanguínea com evasão do ataque 
imunológico 
Os ovos são transportados pelo sistema venoso esplâncnico 
e podem embolizar para o fígado, pulmões, baço, cérebro ou 
medula espinhal; 
Os ovos aprisionados secretam proteínas e carboidratos que 
induzem uma resposta imune Th-2 do hospedeiro, levando a 
uma reação granulomatosa eosinofilica 
As manifestações e complicações em geral podem se dar em 
diferentes locais: 
No intestino: sintomas incluem: dor abdominal, falta de 
apetite e diarreia; a inflamação pode resultar em ulceração, 
perda de sangue e cicatrizes; 
No fígado: fibrose periostal que leva a hipertensão portal e 
varizes esofágicas subsequentes 
Na bexiga: ovos provocam inflamação granulomatosa, 
ulcerações e desenvolvimento de pseudopólicpos nas paredes 
vesicais e ureterais, que podem mimetizar malignidades 
 
Complicações pulmonares: observadas nos estágios 
iniciais; dispneia, tosse, sibilos, infiltrados pulmonares no rx. 
 
DIAGNÓSTICO: 
Microscopia de fezes: padrão ouro para o diagnostico, 
usado para identificação das espécies e medição de carga 
parasitaria. Porém tem baixa sensibilidade em infecções leves 
e agudas. Os ovos da esquistossomose possuem espinhos 
característicos que podem ser vistos na microscopia e 
geralmente permitem uma fácil diferenciação das espécies 
para as três principais espécies 
Sorologia: métodos ELISA, radioimunoensaio, 
hemaglutinação indireta, teste de anticorpos 
imunofluorescentes, Western blot e fixação do complemento; 
podem dar falso negativa durante a infecção aguda 
Teste molecular (PCR): é um ensaio diagnóstico 
qualitativo promissor, mas até agora continua 
sendo uma ferramenta científica 
TRATAMENTO: 
Praziquantel: altera a estrutura do tegumento de vermes 
adultos e aumenta a permeabilidade ao íon cálcio. Os íons de 
cálcio se acumulam no citosol, levando a contrações 
musculares e subsequente paralisia. Danos à membrana do 
tegumento também induzem uma resposta imune do 
hospedeiro aos antígenos do parasita 
• Deve ser ingerido com alimento 
• Distribuído pelo líquido cérebro-espinhal após absorção 
• Pode ser usado na gravidez 
Terapias alternativas: oxamniquine - contraindicado na 
gravidez; derivados de artemisina; mefloquina – vermes 
adultos 
Referências: 
• https://www.uptodate.com/contents/ascariasis?search=as
caridiase&source=search_result&selectedTitle=1~46&usa
ge_type=default&display_rank=1#H4014781289 
• https://www.uptodate.com/contents/mass-drug-
administration-for-control-of-parasitic-
infections?search=ascaridiase%20tratamento&source=se
arch_result&selectedTitle=2~46&usage_type=default&di
splay_rank=2#H1436712642 
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