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Objetivos OBJETIVO 1: Compreender a etiologia, fisiopatologia, epidemiologia, transmissão, ciclo de vida, manifestações clinicas, diagnóstico e tratamento da ascaridíase, esquistossomose, teníase e enterobiose OBJETIVO 2: Citar as principais formas de prevenção às doencas helminticas ASCARIDÍASE: CARACTERÍSTICAS GERAIS: Maior nematódeo intestinal que parasita o intestino humano Uma das infecções mais comuns no mundo todo Áscaris suum é um parasita intestinal de lombrigas de porcos e pode causar infecção humana, ela e a A. lumbricoides são geneticamente muito semelhantes. ETIOLOGIA: EPIDEMIOLOGIA: • Ocorre em todo mundo • Mais de 1 bilhão de pessoas infectadas • A maioria dos indivíduos com ascaridíase vive na Ásia (73%), África (12%) e América do Sul (8%); • A ascaridíase é mais comum entre crianças de 2 a 10 anos de idade, e a prevalência da infecção diminui entre indivíduos >15 anos de idade • A prevalência de A. lumbricoides é maior em países tropicais onde climas quentes e úmidos favorecem a transmissão durante todo o ano • Evidências emergentes sugerem que A. lumbricoides prefere solos ácidos • A ascaridíase ocorre mais comumente em áreas onde práticas de saneamento subótimas estão associadas à contaminação fecal do solo, água e alimentos. • A infecção por Ascaris por A. suum tem sido cada vez mais reconhecida em regiões onde a exposição humana a suínos permite a ingestão de ovos infecciosos. • Os porcos são geralmente infectados pela ingestão de ovos de outros porcos, mas ocasionalmente são infectados após a ingestão de fígados e pulmões de galinhas infectadas com Ascaris de origem suína TRANSMISSÃO: • Os ovos podem ser ingeridos por meio de: Água ou alimentos contaminados, contato com fezes de humanos contaminados OBS: os ovos devem embrionar no solo para se tornarem infecciosos • As larvas podem ser ingeridas por meio de: Fígado de galinha malcozido CICLO DE VIDA: Ovos são eliminados no solo ➜ se embrionam em 2-4 semanas e tornam-se infecciosos ➜ ingesta dos ovos (água ou alimento contaminado ➜ ovos eclodem no intestino delgado ➜ em 4 dias liberam larvas que migram através da mucosa do ceco e cólon proximal ➜ algumas larvas penetram na parede intestinal e podem migrar por via hematogênica para o sistema porta do fígado ➜ veias hepáticas ➜ coração e pulmões (ou pelos ductos linfáticos da mucosa para o ducto torácico e pulmões ➜ larvas nos pulmões amadurecem entre 10-14 dias ➜ sobem para árvore brônquica pelo reflexo de tosse e são deglutidas ➜ no intestino se transformam em vermes adultos no lúmen do intestino delgado ➜ começam a por ovos cerca de 9 a 11 semanas após a infecção Infecções por Helmintos OBS: • Ocasionalmente larvas migram para outros locais como cérebro ou rins • Infecção do coração e pulmões pode ocorrer pelo sistema porta (via hematogênica), ou por meio dos vasos linfáticos (dos ductos da mucosa para ductos torácicos) • A maioria dos vermes adultos é encontrado no jejuno • Ovos precisam de vermes machos e fÊmeas para que sejam fertilizados • Fêmea produz cerca de 200.000 ovos fertilizados/dia • Na infecção apenas por fêmeas, são produzidos ovos inférteis que não desenvolvem para estágio infeccioso • Na infecção apenas por machos, nenhum ovo é formado • Os vermes adultos não se multiplicam no hospedeiro humano • Número de vermes adultos em um indivíduo infectado depende do grau de exposição aos ovos infecciosos ao longo do tempo • Os ovos são eliminados nas fezes • Ovos não fertilizados não são infecciosos • Ovos férteis se embrionam e tornam-se infecciosos após 18 dias a várias semanas • Em condições favoráveis (solo úmido, quente e sombreado) os ovos podem sobrevivem até 10 anos • São resistentes a purificação química da água, mas podem ser eliminados por filtração/fervura • Em áreas altamente endêmicas, cargas de vermes de várias centenas por indivíduo podem ser observadas; há relatos de casos de mais de 2.000 vermes em crianças individuais MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: ASSINTOMÁTICOS: • Grande parte da população é assintomática • Porém, mesmo sendo assintomáticos, necessitam de anti- helmíntico • Em áreas endêmicas, os programas de tratamento em massa são eficazes SINTOMÁTICOS: Os sintomas costumam aparecer durante a fase tardia do estágio intestinal do verme adulto (manifestações intestinais, hepatobiliares ou pancreáticas), mas também podem ocorrer no estágio de migração larval (manifestações pulmonares) SINAIS E SINTOMAS: Fase inicial - Pulmonar (4 a 16 dias após a ingestão dos ovos): • Tosse seca • Dispneia • Febre • Sibilos • Desconforte subesternal • Escarro com sangue Fase Tardia - Intestinal (6-8 semanas após ingestão dos ovos): • Desconforto abdominal • Vomito • Diarreia • Náusea • Anorexia • Vermes adultos presentes nas fezes OBS: • Síndrome de Loffler (envolvimento pulmonar) ➜ pneumonite eosinofílica´; • Outras infecções parasitárias associadas a síndromes pulmonares incluem Strongyloides , ancilostomíase ( Ancylostoma duodenale , Necator americanus e Toxocara ), esquistossomose e filariose linfática associada à eosinofilia pulmonar tropical COMPLICAÇÕES: Obstrução intestinal: vermes adultos podem obstruir o lúmen intestinal; ocorre mais comumente na válvula ileocecal; a migração de larvas pode obstruir o apêndice resultando em apendicite. Envolvimento hepatobiliar e pancreático: A migração de vermes Ascaris adultos para a árvore biliar Desnutrição: A ascaridíase tem sido associada à desnutrição, retardo de crescimento e desenvolvimento cognitivo prejudicado em crianças em idade escolar DIAGNÓSTICO: Clínico: deve-se suspeitar de ascaridíase em pacientes com sintomas abdominais inespecíficos (desconforto, anorexia, náuseas, vômitos) ou complicações associadas (comprometimento pancreático ou biliar) Microscopia de fezes/Exame de óvulos e parasitas: importante para o estabelecimento do diagnostico → O método Kato-Katz é a técnica mais comum de preparo de fezes; envolve filtrar uma amostra de fezes seguida de coloração usando materiais fornecidos em um kit. É o método recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e é a técnica mais utilizada devido à sua simplicidade, baixo custo e capacidade de facilitar a detecção de múltiplas espécies de parasitas. No entanto, a sensibilidade do método de Kato-Katz é limitada para infecção de baixa intensidade. → O método FLOTAC é geralmente considerado a técnica de preparação de fezes mais sensível, mas requer uma centrífuga, o que limita sua utilidade em alguns ambientes. Radiografia simples ou tomografia computadorizada: apenas em pacientes com suspeita de obstrução intestinal ou outra complicação associada a ascaridíase Endoscopia: A endoscopia é necessária para avaliação de pacientes com suspeita de envolvimento da árvore biliar ou ducto pancreático devido à ascaridíase. TRATAMENTO: Mebendazol/Albendazol: fármaco de primeira escolha. Atua inibindo a montagem dos microtúbulos no parasita e bloqueando a captação de dextrose de modo irreversível. Os parasitas atingidos são eliminados nas fezes → Indicado 1 dose oral de 400mg em jejum → O retratamento em intervalos de 6 ou 12 meses é apropriado Outras opções são: → Pamoato de pirantel → Tiabendazol → Ivermectina → dietilcarbamazina São contraindicados na gestação: Albendazol, ivermectina, Mebendazol, tiabendazol ENTEROBIOSE: CARACTERÍSTICAS GERAIS: • Ocorre em climas temperados e tropicais • É a infecção helmíntica mais comum nos EUA e Europa Ocidental ETIOLOGIA: O nematoide E. vermicularis é amplamente conhecido como pinworm humano devido a cauda longa e pontiaguda da fêmea. EPIDEMIOLOGIA: • Mais de 40 milhões de infectados nos EUA • Ser humano é o único hospedeiro natural• A infecção ocorre em todos os grupos socioeconômicos, porém a transmissão é mais eficiente quando as pessoas vivem em condições fechadas e lotadas dentro das residências • Tem maior frequência em escolares de 5 a 10 anos, sendo incomum em <2anos TRANSMISSÃO: • Contaminação por coceira perianal e posterior contato com mãos infectadas por ovos • Contato com roupas infectadas ou superfícies ambientais contaminadas com ovos CICLO DE VIDA: Deposição de ovos por fêmeas adultas nas pregas perianais➜ autoinfecção por meio de coceira com as mãos e posterior contato com a boca ou mãos contaminadas ➜ ingestão ➜ ovos eclodem no https://www.uptodate.com/external-redirect.do?target_url=http%3A%2F%2Fwww.parasite-diagnosis.ch%2Fkato-katz&token=O0zY8EHXbEbM8l7cyk%2FBcRzf1BGVJvsCM5vKcg4XmMQpd39gUI%2BDh%2Bm6H%2BDdN2EKrwC1JCwUsNIWoeWxLU0oqw%3D%3D&TOPIC_ID=5673 intestino delgado ➜ vermes se estabelecem no ceco e apêndice ➜ cada fêmea produz 10.000 ou mais ovos ➜ as fêmeas grávidas migram através do reto para a pele perianal para depositar os ovos (isso geralmente ocorre à noite) ➜ As larvas dentro dos ovos geralmente amadurecem dentro de quatro a seis horas, resultando em ovos infectantes. OBS: • A transmissão de pessoa para pessoa pode ocorrer pela ingestão de alimentos tocados por mãos contaminadas ou pelo manuseio de roupas ou roupas de cama contaminadas. • A infecção também pode ser adquirida através do contato com superfícies ambientais (cortinas, carpetes) contaminadas com ovos. Além disso, os ovos podem ser transportados pelo ar, inalados e engolidos. • O intervalo de tempo desde a ingestão de ovos infectantes até a oviposição pelas fêmeas adultas é de cerca de um mês. • A maioria dos indivíduos infectados tem algumas centenas de vermes adultos. • Os ovos começam a perder a infectividade após um ou dois dias em condições quentes e secas, mas podem sobreviver mais de duas semanas em ambientes mais frios e úmidos. • Não se tem evidências de que o pinworm possa causar apendicite MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: ASSINTOMÁTICOS: Maioria das infecções SINTOMÁTICOS: • Coceira perianal (prurido anal) – causado por uma reação inflamatória pela migração de vermes adultos durante a noite • Dores abdominais (carga alta de vermes) • Náuseas • Vômitos COMPLICAÇÕES: • Enterocolite eosinofílica • Enterobíase vaginal: podem ser assintomáticas ou apresentar vulvovaginite (aumenta suscetibilidade de infecções do trato urinário) DIAGNÓSTICO: Clínico: inspeção visual da borda anal e roupas intimas (visíveis vermes moveis) Teste da pá: pressiona-se uma pá plástica (revestida com superfície adesiva) contra a região perianal e depois insere-se o conteúdo em uma lâmina de vidro que é examinada microscopicamente para voos de oxiúros. Melhor ser realizado a noite ou logo pela manhã antes do banho. Amostras coletadas sob as unhas OBS: O exame de fezes não é útil pois os vermes não são eliminados nas fezes TRATAMENTO: Albendazol: 400mg via oral 1x em jejum Mebendazol: 100mg VO 1x por 2 semanas Pamoato de pirantel: 11mg/kg repetir em 2 semanas TENIASE: CARACTERÍSTICAS GERAIS: • Vermes planos e hermafroditas que vivem como parasita no TGI • Estão relacionados a teníase, difilobotriase e himenolepíase ETIOLOGIA: A teníase é uma infecção causada pela Taenia, que faz parte do Filo Platelminthes, Classe cestoda (parasita com formato de fita), Gênero: Taenia. • Taenia saginata: origem bovina • Taenia solium: origem suína • Tenia asiática: origem suína EPIDEMIOLOGIA: • A maior prevalência ocorre em adultos jovens nas zonas rurais da América Latina, África e Ásia, devido principalmente aos hábitos culturais de consumo de carnes cruas ou malcozidas, além do destino inadequado das fezes humanas. • Falando em números, a OMS estimou a existência de 70 milhões de pessoas contaminadas, com 50 mil mortes anuais, geralmente pelas complicações da neurocisticercose induzida pela T. solium. • As tênias adultas podem viver por cerca de 3 a 25 anos no intestino delgado do homem. TRANSMISSÃO: Teníase: Ingestão de carnes malcozidas, visto que, o ovo eclode no intestino do animal e o embrião se dirige para a musculatura desses animais. Cisticercose: ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos CICLO DE VIDA: Os humanos são os únicos hospedeiros definitivos para as 3 espécies Ovos eliminados nas fezes ➜ sobrevivem dias ou meses no ambiente ➜ suínos e bovino são infectados pela ingesta de vegetação contaminada (ovos ou proglótides gravida) ➜ ovos eclodem no intestino do animal ➜ invadem a parede intestinal ➜ migram para os músculos estriados onde se desenvolvem em cisticercos ➜ ingestão da carne crua/malcozida ➜ no intestino o cisticerco se desenvolve em 2 meses p/ forma adulta ➜ tênias se ligam ao intestino delgado pelo escólex ➜ adultos produzem proglótides que amadurecem, engravidam e migram para o anus sendo eliminadas nas fezes OBS: • Os adultos de T. saginata geralmente têm 1.000 a 2.000 proglótides, enquanto os adultos de T. solium têm uma média de 1.000 proglótides. • O escólex geralmente permanece no intestino após as proglótides serem eliminadas • Os ovos contidos nas proglótides grávidas são liberados depois que as proglótides são eliminadas com as fezes. • Proglótides: fêmea de tênia • Escólex: estrutura onde o animal fica fixado na mucosa intestinal, no escólex existem ventosas (estruturas de fixação) CISTICERCOSE: É uma forma acidental do ciclo, onde o homem entra no lugar do animal. Ou seja, ingerimos o ovo diretamente! Esses ovos vão para intestino onde liberam suas larvas que penetram na parede intestinal, se disseminando para tecidos onde vão se desenvolver até a forma de cisticerco. Esse cisticerco então, vai se desenvolver em qualquer órgão, principalmente em cérebro, num quadro conhecido como cisticercose. Mas devemos lembrar que somente a T. solium desenvolve a cisticercose. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: ASSINTOMÁTICOS: Maioria dos portadores de tênias adultas são assintomáticos SINTOMÁTICOS: • Eliminação de proglótides nas fezes ou segmentos nas fezes • Náusea • Anorexia • Dor epigástrica • Eosinofilia periférica (15% dos pacientes) COMPLICAÇÕES: Ocasionalmente segmentos podem entrar no apêndice, ducto biliar comum ou ducto pancreático DIAGNÓSTICO: Microscopia de fezes: identificação dos ovos ou proglótides A sensibilidade do exame de fezes é limitada, pois a eliminação de ovos e proglótides é intermitente. Métodos moleculares: desenvolvidos para melhorar a sensibilidade diagnóstica, incluindo um ensaio imune enzimático (ELISA) para a detecção de antígenos de T. solium em amostras fecais e técnicas de hibridização de DNA para a detecção de ovos nas fezes Reação em Cadeia da Polimerase (PCR): foram desenvolvidos para distinguir entre espécies de infecções humanas por Taenia Endoscopia: o diagnóstico da teníase também foi feito pela visualização do verme na cápsula endoscópica TRATAMENTO: Praziquantel: a dosagem depende da espécie; para teníase o indicado é 10mg/kg VO em dose única Mecanismo de Ação: é um derivado sintético heterocíclico da isoquinolona-pirazina que induz alterações ultraestruturais nos tegumentos dos parasitas, resultando em aumento da permeabilidade aos íons cálcio. Íons de cálcio se acumulam no citosol do parasita, levando a contrações musculares e paralisia final de vermes adultos Terapias alternativas: • Niclosamida (apenas se não há praziquantel) • Albendazol Esquistossomose: CARACTERÍSTICAS GERAIS: Os parasitas que causam a esquistossomose vivem em certos tipos de caracóis de água doce A emergência de cercarias (forma infectante do parasita) do caracol, leva a contaminação da água) ETIOLOGIA: Seis espécies de esquistossomo podem causar a infecçãoem humanos; as três principais espécies são: • S. mansoni (África e américa do Sul) • S. haematobium (África e Oriente Médio) • S. japonicum (Ásia Oriental) OBS: Em geral, S. mansoni e S. japonicum causam doença do trato intestinal, enquanto S. haematobium causa doença do trato geniturinário. EPIDEMIOLOGIA: A prevalência é maior na África subsaariana Em todo o mundo estima-se que mais de 200 milhões de pessoas sejam infectadas • S. mansoni ocorre na maior parte da África subsaariana, na parte ocidental da América do Sul (principalmente no Brasil) e em algumas ilhas do sul do Caribe. • A infecção por S. haematobium ocorre em focos em toda a África Subsaariana, Oriente Médio ao longo do Tigre e Eufrates e partes do sul da Península Arábica. • S. japonicum ocorre ao longo da bacia do rio Yangtzé na China, nas ilhas do sul e leste das Filipinas e em bolsões no centro de Sulawesi, na Indonésia. • S. intercalatum e S. guineensis ocorrem em focos limitados no Congo, Gabão e Camarões na África Central. • Infecção costuma ocorrer em áreas rurais, devido a presença de rios e lagos TRANSMISSÃO: Principalmente ao banhar-se em rios e lagos de água doce contaminados com larvas cercarias CICLO DE VIDA: Cada espécie humana de esquistossomos requer uma espécie específica de caracol (molusco): • S. mansoni – Biomphalaria spp. • S. haematobium e S. intercalatum – Bulinus spp. • S. japonicum – Oncomelania spp. • S. mekongi – Tricula spp. Forma infectante caracol: miracídios Forma infectante do humano: cercarias Os ovos são eliminados com fezes ou urina ➜ ovos eclodem e liberam miracídios ➜ penetram nos caracóis ➜ produção de cercarias ➜ nadam e penetram na pele do hospedeiro humano ➜ perdem a cauda ➜ se transformam em esquistossômulos ➜ migram via circulação venosa pelos pulmões ➜ coração ➜ fígado (onde se desenvolvem 2-4 semanas) e saem pelo sistema porta como vermes maduros ➜ vermes machos e fêmeas copulam e residem nas vênulas mesentéricas ➜ femeas após 1-3 meses depositam ovos nas vênulas do sistema portal e perivesical ➜ ovos são movidos ao lúmen intestinal, bexiga ou ureteres ➜ eliminados nas fezes ou urina OBS: • O S. mansoni ocorre mais frequentemente nas veias mesentéricas inferiores que drenam o intestino grosso • Os vermes amadurecem no fígado e migram para as vênulas do TGI por meio do sistema porta • S. mansoni . S. haematobiumna maioria das vezes habita no plexo venoso vesicular e pélvico da bexiga • Nas vênulas mesentéricas o macho schistosome forma um sulco no qual reside a fêmea • Vermes adultos sobrevivem por 5 a 7 anos, mas podem persistir até 30 anos MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: As manifestações da síndrome da esquistossomose aguda (síndrome de Katayama) são observadas em indivíduos não residentes em áreas endêmicas, como viajantes Infecção Aguda: Coceira do nadador: a penetração passa despercebida, mas alguns indivíduos desenvolvem erupção cutânea com coceira; trata-se de uma dermatite localizada que pode resultar me erupção papular pruriginosa ou urticaria no local de entrada da larva. A erupção é uma reação de hipersensibilidade que ocorre com a exposição repetida e se desenvolve nos pés ou parte inferiores das pernas Síndrome de Katayama: ou chamada de síndrome da esquistossomose aguda é uma reação de hipersensibilidade sistêmica antígenos esquistossomoticos e complexos imunes circulantes; ocorre de 3 a 8 semanas após a infecção. Ocorre em hospedeiros não imunes como viajantes; febre de início súbito, urticária, angioedema, calafrios, mialgias, artralgias, tosse seca, diarreia, dor abdominal e cefaleia. Infecção Crônica: Comum em indivíduos que moram em áreas endêmicas e tem mais contato com o agente causador. Os principais órgãos acometidos são: trato intestinal, fígado, baço, trato geniturinário, pulmões e sistema nervoso central. Outras manifestações clínicas que foram observadas em associação com a esquistossomose incluem anemia, desnutrição, retardo de crescimento e incapacidade geral PATOGÊNESE E COMPLICAÇÕES: A maioria dos indivíduos não desenvolve sintomas O curso da infecção depende da intensidade da exposição, desenvolvimento de imunidade contra infecções repetidas e suscetibilidade genética A intensidade da infecção é maior nas primeiras duas décadas de vida e posteriormente diminui para níveis muito baixos em adultos A doença é causada pela resposta imune do hospedeiro a migração de ovos Os vermes absorvem as proteínas do hospedeiro e se revestem com antígenos do hospedeiro, permitindo residência prolongada na corrente sanguínea com evasão do ataque imunológico Os ovos são transportados pelo sistema venoso esplâncnico e podem embolizar para o fígado, pulmões, baço, cérebro ou medula espinhal; Os ovos aprisionados secretam proteínas e carboidratos que induzem uma resposta imune Th-2 do hospedeiro, levando a uma reação granulomatosa eosinofilica As manifestações e complicações em geral podem se dar em diferentes locais: No intestino: sintomas incluem: dor abdominal, falta de apetite e diarreia; a inflamação pode resultar em ulceração, perda de sangue e cicatrizes; No fígado: fibrose periostal que leva a hipertensão portal e varizes esofágicas subsequentes Na bexiga: ovos provocam inflamação granulomatosa, ulcerações e desenvolvimento de pseudopólicpos nas paredes vesicais e ureterais, que podem mimetizar malignidades Complicações pulmonares: observadas nos estágios iniciais; dispneia, tosse, sibilos, infiltrados pulmonares no rx. DIAGNÓSTICO: Microscopia de fezes: padrão ouro para o diagnostico, usado para identificação das espécies e medição de carga parasitaria. Porém tem baixa sensibilidade em infecções leves e agudas. Os ovos da esquistossomose possuem espinhos característicos que podem ser vistos na microscopia e geralmente permitem uma fácil diferenciação das espécies para as três principais espécies Sorologia: métodos ELISA, radioimunoensaio, hemaglutinação indireta, teste de anticorpos imunofluorescentes, Western blot e fixação do complemento; podem dar falso negativa durante a infecção aguda Teste molecular (PCR): é um ensaio diagnóstico qualitativo promissor, mas até agora continua sendo uma ferramenta científica TRATAMENTO: Praziquantel: altera a estrutura do tegumento de vermes adultos e aumenta a permeabilidade ao íon cálcio. Os íons de cálcio se acumulam no citosol, levando a contrações musculares e subsequente paralisia. Danos à membrana do tegumento também induzem uma resposta imune do hospedeiro aos antígenos do parasita • Deve ser ingerido com alimento • Distribuído pelo líquido cérebro-espinhal após absorção • Pode ser usado na gravidez Terapias alternativas: oxamniquine - contraindicado na gravidez; derivados de artemisina; mefloquina – vermes adultos Referências: • https://www.uptodate.com/contents/ascariasis?search=as caridiase&source=search_result&selectedTitle=1~46&usa ge_type=default&display_rank=1#H4014781289 • https://www.uptodate.com/contents/mass-drug- administration-for-control-of-parasitic- infections?search=ascaridiase%20tratamento&source=se arch_result&selectedTitle=2~46&usage_type=default&di splay_rank=2#H1436712642 • https://www.uptodate.com/contents/schistosomiasis- epidemiology-and-clinical- manifestations?search=esquistossomose&source=search _result&selectedTitle=1~88&usage_type=default&display _rank=1#H6283708 • https://www.uptodate.com/contents/schistosomiasis- diagnosis?search=esquistossomose%20diagnostico&sour ce=search_result&selectedTitle=1~88&usage_type=defa ult&display_rank=1#H4436541 • https://www.uptodate.com/contents/enterobiasis- pinworm-and-trichuriasis- whipworm?search=enteralius%20vermicularis&source=s earch_result&selectedTitle=1~31&usage_type=default&dis play_rank=1#H2 • https://www.uptodate.com/contents/enterobiasis- pinworm-and-trichuriasis-whipworm?search=enteralius%20vermicularis&source=s earch_result&selectedTitle=1~31&usage_type=default&dis play_rank=1#H2 • https://www.uptodate.com/contents/tapeworm- infections?search=teniase&source=search_result&selecte dTitle=1~28&usage_type=default&display_rank=1#H1
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