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Laríssa Leão DEFINIÇÃO: A Violência é o evento representado por ações re- alizadas por indivíduos, grupos, classes ou nações que ocasionam danos físicos, emocionais, morais ou espirituais a si próprio ou a outrem. FORMAS DE VIOLENCIA As formas ou tipos de violência são caracterizados pela apresentação da violência, que não necessa- riamente envolvam só contato físico. São elas: Violência Física: Implica no uso da força física de forma intencional com o objetivo de ferir, danificar ou destruir a vítima, deixando ou não marcas evidentes. Violência Sexual : Caracteriza-se pelo uso de criança ou adolescente para gratificação sexual de adulto ou adolescente mais velho, responsável por ele ou com o qual man- tém algum vínculo familiar, de convivência ou confi- ança. Violência Psicológica: Compreende toda forma de discriminação, desres- peito, rejeição, depreciação, cobrança ou punição exagerada e utilização da criança ou adolescente para atender às necessidades psicológicas dos adultos. Violência por Negligênci a: Atos ou atitudes de omissão, de forma crônica, do responsável pela criança ou adolescente em prover as necessidades básicas para seu desenvolvimento, como higiene, nutrição, saúde, educação, proteção e afeto, apresentando-se em vários aspectos e ní- veis de gravidade, sendo o abandono o grau má- ximo. Síndrome de Munchausen por procuração: Situação na qual paciente é trazido para cuidados médicos, mas os sintomas e sinais que apresentam são inventados ou provocados por seus pais ou responsáveis. Violência Química: Caracterizada pela imposição para a criança ou adolescente, por parte do cuidador, seja ele o res- ponsável ou não, de substâncias psicoativas, com o intuito de conter, controlar, inibir, dominar, subjugar, menosprezar ou, ainda, culpar a vítima pelos seus próprios atos contra ela. Filicídio: Refere-se à morte de uma ou mais crianças por um (ou ambos) os pais, independentemente da idade da vítima. SINAN: É utilizada Ficha de Notificação Individual, que é um Instrumento proteção à criança e de apoio às suas famílias. Sua perspectiva de prevenção se dá graças aos registros de tipo e a natureza da vio- lência, dados do local de ocorrência, do possível agressor → subsidiar as autoridades de saúde e do sistema de defesa e proteção. Ficha de Notificação: Deve ser usada para notificar um caso de violência. A notificação deve seguir os seguintes passos para ser realizada: • Comunique conselho tutelar mediante o envio de uma via da ficha; • Se não existir: Vara da Infância e da Juventude, MP, órgão ou a autoridade competente; • Arquive uma via da ficha no serviço ou na unidade de saúde; DENÚNCIA ANÔNIMA: Disque-denúncia no âmbito local; Disque 100 (Dis- que Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Se- xual contra Crianças e Adolescentes); WhastApp: (61) 99656-5008 Suspei ta da violência : Por vezes, o trauma apresentado pelo paciente pode ter decorrido de um acidente ou violência. Dessa forma, é fundamental que o profissional. Ao avaliar uma criança submetida a trauma, devemos nos perguntar: trata-se de um acidente ou um trauma intencional? A suspeita clínica de abuso fí- sico se baseia em dados de anamnese, exame físico e exames laboratoriais. FATORES QUE DIFICULTAM A IDENTIFICAÇÃO DA VIOLÊNCIA: Segundo a Academia Americana de Pediatria, os fatores que dificultam a identificação de situação de violência incluem: • incomum haver testemunhas; • perpetradores dificilmente admitem suas ações; • vítimas frequentemente são pré-verbais ou estão muito machucadas ou assustadas para revelar o abuso; • lesões podem ser inespecíficas; Anamnese : Dados anamnese que sugerem vitimização física: • incompatibilidade entre dados história e achados clínicos; • omissão total ou parcial história de trauma; • pais que mudam a história a cada vez que dão informações; • histórias diferentes quando os membros da família são questionados isoladamente; • demora inexplicável na procura recursos mé- dicos na presença evidente de trauma; • crianças maiores que não querem relatar o que aconteceu, com medo de represálias, em especial quando os agentes agressores são os pais; • lesões podem ser inespecíficas; Avaliação do estado geral : De maneira geral, a criança passa a ter um compor- tamento agressivo: • a criança pode apresentar-se temerosa, ar- redia, agressiva e, com frequência, adotar posições de defesa, isto é, encolher-se e proteger o rosto, já que é uma região em que é agredida com frequência. • Comportamento apático: pode, por outro lado, apresentar-se apática, sonolenta e triste, não esboçando qualquer defesa. • aspecto desnutrido: não raramente a desnu- trição acompanha essas situações, algumas vezes com atraso importante do desenvolvi- mento neuromotor. Exame Fís ico: Fatores que levam a suspeita de violência no exame físico: • qualquer lesão em crianças que ainda não deambulam: equimoses, lesões na boca, fra- turas, lesões intracranianas ou abdominais; • lesões múltiplas; • lesões em diferentes estágios de cicatriza- ção; • marcas de objetos; • lesões em localizações não usuais: orelhas, face, tronco, braços e pescoço; • lesões significativas e não explicadas; • evidencia de negligencia; • sinais na pele que sugerem trauma intencio- nal: hematomas – são frequentemente en- contrados e podendo estar em diferentes estágios de cicatrização (cores diferentes). Devem chamar a atenção quando apare- cem em dorso, nádegas, região genital (são locais menos propensos a traumas aciden- tais); escoriações – podem acompanhar os hematomas; queimaduras – aparecem em 10% de crianças vítimas de violência. Devem chamar a atenção quando aparecem em regiões de extremidades e simétricas (quei- madura em luva); Outras situações que chamam a atenção são: • ~30% crianças: traumatismo na cabeça, e até 50% alterações neurológicas per- manentes. • Olhos: edemas e hematomas. Algumas vezes, comprometimento cristalino ou re- tina (amaurose). • Orelhas: traumas repetitivos “orelha em lata”. • Boca: lesões na cavidade oral são fre- quentes (dentes com amolecimento, es- curecimento). • Tórax e abdome: são lesões que podem causar a morte da criança; geralmente oca- sionadas por socos ou brusca desacelera- ção. Pneumotórax, fratura de costela, perfu- ração de vísceras, rupturas de fígado e baço. Às vezes, só observando o abdome, não é possível identificar essas lesões, po- dendo ser pedido uma TC de abdome para a confirmação. • Fraturas: são sugestivas de trauma intencio- nal, quando são distais e possuem a carac- terística de ser por “arrancamento”. As mais comuns são: espiraladas, MMII, crianças que ainda não andam, fraturas de costela e le- sões metafisárias, crânio: múltiplas, complexas, da região occipital ou parietal posterior. • Sistema nervoso central: síndrome do bebê sacudido - Menos 20% pacientes com SBS tem evolução favorável; ~1/3 morre rapida- mente; Sobreviventes: importantes sequelas neurológicas; lesões encefálicas: atraso DNPM, convulsões, lesões da medula espinal; lesões oculares: hemorragias oculares, ce- gueira; SINAIS DE ALERTA: REFERENCIAS: Sociedade de Pediatria de São Paulo. Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violência. Coordenação: Renata Dejtiar Waksman, Mário Ro- berto Hirschheimer, Luci Pfeiffer. – 2.ed. Brasília, DF: Conselho Federal de Medicina, 2018. CFM nº 03/15 – Parecer nº 55/15 do documento: PARECERES DOS CONSELHOS FEDERAL E REGIONAIS DE MEDICINA SOBRE O ATENDIMENTO A ADOLES- CENTES.) Koifman, Lilian, Menezes, Raquel Mendes de e Bohrer, Karine Ramos. Abordagem do tema "Violência con- tra a Criança" no curso de medicina da Universi- dade Federal Fluminense. Revista Brasileira de Educação Médica [online]. 2012, v. 36, n. 2 [Aces- sado 1 Março 2023], pp. 172-179. Disponívelem: <https://doi.org/10.1590/S0100- 55022012000400004>. Epub 28 Ago 2012. ISSN 1981-5271. https://doi.org/10.1590/S0100- 55022012000400004. Slides ministrados em aula. https://doi.org/10.1590/S0100-55022012000400004 https://doi.org/10.1590/S0100-55022012000400004
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