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1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro Piesc 1 Módulo 1 - História das Políticas de Saúde no Brasil MAPA MENTAL (25/05) 1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro Módulo 2 – Sociedade, Estado e Saúde ESQUEMATIZAÇÃO (01/06) O QUE É SAÚDE? Há duas vertentes principais no conceito de saúde: uma que defende a saúde unicamente como , somente na esfera individual, social, econômico e cultural; e, outro, que , reconhecendo que o modo e o local onde se vive influenciam fortemente na saúde. Esta compreensão mais ampla é a defendida pela OMS junto aos governos e instituições dos países-membros. saúde é o estado do e não apenas a ausência de enfermidade – conceito publicado na Carta de Princípios de 07 de abril de 1948 (de onde vem ). olha as relações sociais pela lei da oferta e da demanda, na qual, para cada demanda há uma oferta que, ao ser atendida, . Ela compreende a saúde de e O ser humano é compreendido como uma máquina: se estraga uma peça é só trocar, mesmo sem identificar ou mudar o que está provocando esse estrago. O problema dessa concepção de saúde é que desconsidera diversos fatores e sua complexidade e responsabiliza unicamente o indivíduo, desconsiderando totalmente o papel da sociedade e do Estado. É fortemente defendida pelo modelo . nasce para enfrentar a tendência mercantil da saúde. Traz anseios dos movimentos sociais. Para eles, a saúde é um e todas e sua garantia é . Reconhece a esfera e do ser humano. Está intimamente relacionado com a concepção de Estado, de sociedade e de desenvolvimento, ou seja, com os modelos de sociedades. Falar de direito humano à saúde é falar de uma conquista coletiva, de um bem que é essencial para o bem viver e que constitui um dos principais valores para as pessoas. Por isso, falar de saúde é falar de produção, reprodução e desenvolvimento da vida em suas mais diversas formas e para todos e todas, alargando inclusive o conceito de saúde para incluir todos os seres, vivos e não vivos, por serem interdependentes entre si. Começa a ganhar força com os estudos de alguns teóricos da Alemanha e da Inglaterra. Suas pesquisas mostraram que a saúde não se relacionava somente com as questões biológicas e individuais, mas também com fatores externos como o meio social no qual as pessoas estavam inseridas. Essa posição reafirma a , por isso direito de todos e responsabilidade do Estado. nasce no Brasil no meio dessa disputa e é contra a visão mercantil de saúde Portanto, a saúde , o qual deverá disponibilizar parte do seu orçamento para garantir a saúde da sua população, em busca do bem viver de todos e todas . Assim, quando o Estado fornece dinheiro para a saúde, não está simplesmente gastando ou onerando o orçamento público, mas sim cumprindo sua função. MODELOS DE SOCIEDADE é um modelo de desenvolvimento e de sociedade que prioriza o aumento e acúmulo de capital somente para um pequeno grupo que detém os meios de produção. A indústria ajudou os capitalistas a acelerar e a ampliar seus lucros. Para que esse sistema funcionasse era preciso ter muita mão-de-obra e de baixo custo. Neste período os trabalhadores eram submetidos a uma dura disciplina e sua jornada de trabalho chegava a 16 horas por dia, incluindo mulheres e crianças. Suas condições de vida eram precárias: comiam mal, suas moradias eram precárias, dormiam pouco e dentro das indústrias o ambiente era muito perigoso. Submetidos a essas condições, e as pessoas passavam por grandes sofrimentos, sem contar que a . Além disso, para atender as demandas de saúde das pessoas e garantir-lhes qualidade de vida. Afinal, construiu-se a ideia de que . O máximo a que se chegou foi a algumas políticas para garantir que a mão-de-obra estive em condições plenas para o funcionamento da indústria, sem que isso significasse custo para os seus donos. A chamada “questão social” era tratada como questão de polícia. O Estado, que teria que ser mínimo, seria responsável apenas pelos chamados direitos civis (reger sobre o a proteção da propriedade, da liberdade...) e políticos (reger sobre quem poderia e de que modo poderia participar no poder do estado). Não deveria se ocupar e nem gastar com a garantia dos direitos sociais (saúde, 1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro saneamento básico, moradia, alimentação, educação), bem como não deveria ditar as regras da economia, que deveria ser organizada pelo mercado. Neste contexto histórico surgiram várias epidemias que mataram a muitas pessoas, além da precariedade das condições de viver bem tanto fisicamente, como psicológica e moralmente. A compreensão de saúde que perpassa aqui é aquela da , sendo responsabilidade unicamente do indivíduo o cuidar de si, retirando do Estado toda e qualquer responsabilidade, bem como, restringindo a ação do Estado nessa área. Quando o Estado promovia alguma ação era sempre a partir da lógica de garantir mão-de- obra nas fábricas. é um modelo que nasce em contrapartida ao capitalismo. Karl Marx diz que o capitalismo dividiu a sociedade em duas classes: burgueses e proletários. Os primeiros eram os proprietários das indústrias, donos dos meios de produção e, os outros, o proletariado, donos da força de trabalho, roubada pelo processo de exploração do trabalho implementado. A divisão da sociedade em classes permitiu que, de um lado, a riqueza gerada coletivamente fosse concentrada por poucos, enquanto, do outro lado, a pobreza e a miséria se espalharam para a maioria da sociedade. O princípio que rege o socialismo é a solidariedade sobre a qual é organizada a sociedade. Não tira a liberdade de escolha, mas permite condições equitativas para que todos possam fazer suas escolhas, entendendo o ser humano como um ser aberto a ser mais e que esta condição garante equidade social, política, econômica e cultural. A riqueza deveria ser gerada e destinada àqueles que a produzam, não o contrário, ou seja, não haveria concentração de riqueza para poucos em detrimento da ausência da riqueza de muitos, como no modelo capitalista. O papel do Estado é investir no cuidado de seus cidadãos em todas as esferas. Ou seja, , uma vez que essa está alicerçada na compreensão de saúde como proteção social. Fruto desse modelo de sociedade nascem concepções de saúde. É o caso da concepção que enfatiza os . Ela foi discutida na conhecida Conferência de Alma-Ata, na República do Cazaquistão, que era uma república socialista da União Soviética. A Declaração final da Conferência Internacional de Atenção Primária à Saúde, realizada na cidade de Alma-Ata, promovida pela OMS, foi uma resposta às disputas ideológicas em torno do conceito de saúde. A Conferência de Alma-Ata reafirmou o conceito de saúde da OMS, constituindo-se em espaço de resistência, e, além disso, atribuiu ao Estado sua responsabilidade, ressaltando a importância da atenção básica (denominação brasileira para o termo “ ” utilizado no âmbito internacional). tem seu início na Europa, num período pós II Guerra Mundial. Deriva da luta organizada dos trabalhadores e em suas reivindicações por melhores condições de trabalho, salários, qualidade de vida e pela garantia de direitos por parte do Estado, mas também no processo de reorganização capitalista decorrente destas pressões. Tais lutas sociais forçam o capitalismo a se reestruturar. Esse modelo, mesmo que , traz uma . Gradativamente responsabiliza o Estado e os donos dos meios de produção pelas condições sociais da população. Deste modo, cria um aos trabalhadores que implica, além da contribuição destes, a taxação do capital e a tomada de maiores cuidados dentro das próprias fábricas. Essa luta e acúmulos, que tem sua continuidade durante a Guerra Fria (capitalismo x socialismo), foram incorporados pela e o . O conceito de saúde que depreende dessa declaração exige entende-la como direito humano, e, portanto, como, e . Ao compreender a saúde como direito humano, exige- se mais do que apenas consultas médicas ou exames, mas todas as ações e serviços que necessárias para o bem viver e que condicionam e determinam a saúde. os modelos anteriores tiveram dificuldade de priorizar ou construir alternativas de superação de certos problemas e violações de direitos . Mesmo reconhecendo o Estado de Bem Estar como resultado possível, e por isso limitado do ponto de vista da transformação das bases que estruturam a exploração capitalista e outras desigualdades, ele possibilitou avanços na compreensão dos Direitos Humanos e do direito à saúde. Contudo, muitos liberais fizeram, desde a sua origem muitas. O centro da se dá novamente sobre o suposto 1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro . Essa concepção é muito comum em diversos países, . Mas agora, mais do que denunciar o excesso de governo por parte do Estado, exige-se um exercício governamental que reconheça as regras do mercado. Mais do que deixar fazer, ele deve e, enquanto tal, . Esta lógica de pensamento é denominada de neoliberalismo. Na lógica Neoliberal, a proteção social é entendia como “mercadoria”, reafirmando a tendência mercantilista de saúde. Os serviços de saúde devem ser um negócio rentável. No entanto, para ela poder gerar lucros, precisa estar inserida na lógica do mercado (oferta e demanda) e com interferência mínima do Estado. Logo, a responsabilidade deve ser jogada para cada um, retirando o cuidado à saúde do contexto e remetendo somente à questão biológica. O trabalhador é também “empreendedor” do cuidado de si. A consequência da proposta neoliberal para concepção de políticas públicas universais é sua desconstrução, entre outros motivos, pela “falta” de recursos para o seu financiamento. Para os neoliberais, não se estaria abrindo mão da universalidade, mas . Significa dizer que o , ou seja, que o Estado deveria cuidar somente dos pobres, mas esse cuidado restringir-se-ia a concepção médico- industrial, e não cuidar à saúde enquanto proteção social. Isto quer dizer que o SUS não cabe numa concepção de Estado neoliberal, regido pelas leis do mercado, centrado num modelo biomédico. O SUS é compreendido dentro de um modelo de desenvolvimento ou de um modelo de sociedade onde o Estado é responsável pela Seguridade Social. Devemos continuar buscando construir, junto com o conjunto de iniciativas na atualidade que luta contra a perspectiva neoliberal, uma sociedade que garanta que o conjunto da população possa usufruir dos benefícios tecnológicos e do crescimento econômico e, ao mesmo tempo, que esteja preocupada com bem estar das pessoas mais do que com o capital. Módulo 3 – Modelos de Atenção e Assistência à saúde no Brasil ESQUEMATIZAÇÃO (08/06) Feito, basicamente, com materiais complementares. O QUE SÃO MODELOS ASSISTENCIAIS? Um sistema de serviços de saúde é formado por componentes e funções principais: infraestrutura, organização, gestão, financiamento e prestação da atenção. Se consultado no dicionário, ‘modelo’ pode significar diversas coisas, sendo, as principais, algo exemplar a ser seguido, um padrão, uma norma. Porém, na ciência, o termo ‘modelo’, de uma forma geral, significa uma . Logo, pode ser entendido como modelo de atenção, não algo exemplar, mas a , fundamentos, lógicas etc. É a razão de ser, ou as racionalidades que lhe informam. Modelos assistenciais são a . Eles podem variar muito ao longo do tempo e espaço em que estão inseridos, de acordo com as mudanças que ocorrem na sociedade como um todo. No Brasil, ao longo da história, devido às transformações sociais, históricas e políticas, vários modelos assistenciais tiveram ascensão e declínio. No período da República, em meio às epidemias existentes, como febre amarela, peste e varíola, foram realizadas campanhas contra essas doenças, que por fim acabaram se tornando uma política de saúde. Já na década de 1930, houve instalação de centros e postos de saúde para atender algumas demandas específicas da população, como: pré-natal, vacinação, infecções sexualmente transmissíveis, tuberculose e hanseníase. Logo, percebe-se a presença de dois modelos assistenciais, (atendimento a demandas específicas) e o (campanhas de saúde para algumas demandas). PANORAMA GERAL PELO TEXTO DE PAIM Modelos e movimentos? – tem diferença!! TIPOS DE MODELOS DE ATENÇAO À SAÚDE esse modelo privilegia as . Tem como características principais: 1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro individualismo, saúde/doença da mercadoria, a história da prática médica, medicalização dos problemas, privilégio da medicina curativa, estímulo ao consumismo médico. ❖ esse modelo é centrado também na . Ainda é o mais prestigiado na sociedade. O seu perfil principal é: demanda aberta, o objetivo é a doença ou o doente, seu agente é o médico, complementado pelos paramédicos, os meios de trabalho são as tecnologias médicas, as formas de organização são as redes de serviços, com destaque para hospitais. Esteve presente na assistência filantrópica e na . Fortalecido através do INAMPS, Instituto Nacional da Previdência Social. ❖ o presente modelo está . Tem como principais áreas a epidemiologia clínica, informática e bioestatística. Como principais aspectos temos a retomada do aspecto saúde/doença como mercadoria, biologismo e a subordinação do consumidor. O principal diferencial desse modelo é que há uma racionalização dos procedimentos e serviços especializados indo em contra partida do modelo médico assistencial privatista. essencialmente constituído de . Tem como principais exemplos de sua atividade: vacinação, controle de epidemias e erradicação de endemias O modelo sanitarista tem os seguintes aspectos: remete a ideia de campanha e programa, ilustra a saúde pública centrada no biomédico, fortalece influência americana, desenvolve programas especiais, incorpora ações de vigilância sanitária e epidemiológica. ❖ consiste em uma combinação entre disciplinas biológicas e epidemiológicas, resultando em uma . Seus principais aspectos são: administração vertical, com coordenadores ou gerente nacional, estadual e municipal, cujas decisões, normas e informações atravessam instituições, estabelecimentos e serviços de saúde de forma individualizada. O modelo de campanhas sanitárias e programas especiais podem gerar alguns transtornos, por existir um programa para cada doença, gerando dificuldade no controle de verbas, integração entre unidades de serviços e gestão. Além do fato de que muitas das vezes, vários indivíduos possuem mais de um problema de saúde ao mesmo tempo. PROPOSTAS ALTERNATIVAS É necessário buscar outras alternativas para a assistência à saúde. Assim, foram valorizadas propostas como oferta organizada, distritalização, ações programáticas de saúde, vigilância da Saúde, estratégia de saúde da família, acolhimento e linhas de cuidados, projetos assistenciais e equipes matriciais e de referência. A maior parte dessas propostas é com o MODELOS ASSISTENCIAIS NO BRASIL O processo de construção do Sistema Único de Saúde (SUS) tem o propósito central de racionalizar formas de financiamento e gestão dos sistemas estaduais e municipais de saúde, a partir de uma proposta de gerar maior autonomia política dos municípios. Hoje, o sistema de saúde brasileiro é uma relação entre os mais diversos modelos assistenciais, com maior vinculação aos modelos hegemônicos, bem como, o modelo médico assistencial privatista e o modelo assistencial sanitarista. Em contrapartida também busca a construção de modelos alternativos. As dificuldades do financiamento do modelo de saúde vinculado na doença exigem o estabelecimento de novas estratégias que visem a qualidade de vida e desenvolvimento das comunidades com participação dos cidadãos. Módulo 4 – Conceito de saúde e doença CONCEPÇÃO SAÚDE/DOENÇAMODELOS EXPLICATIVOS DO PROCESSO SAÚDE, DOENÇA E CUIDADO A visão mágico-religiosa sobre a saúde e a doença e sobre como cuidar era a predominante na Antiguidade. O adoecer era concebido como resultante de transgressões de natureza individual e coletiva, sendo 1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro requeridos, para reatar o enlace com as divindades, processos liderados pelos sacerdotes, feiticeiros ou xamãs. . Esta noção associa a ideia de “proporção justa ou adequada” com a saúde e a doença. A . . A causa do desequilíbrio estava relacionada ao ambiente físico, tais como: os astros, o clima, os insetos, etc. De acordo com tal visão, o , corpo este tido como uma totalidade. Hipócrates estabeleceu a relação homem/meio com o desenvolvimento de sua , teoria a qual defendia que os elementos água, terra, fogo e ar estavam subjacentes à explicação sobre a saúde e a doença. , na concepção hipocrática, é ; a , e o . O conceito biomédico da é definido como , processo que conduz a uma perturbação da estrutura ou da função de um órgão, de um sistema ou de todo o organismo ou de suas funções vitais. O modelo biomédico focou-se, cada vez mais, na e passou a tratar o corpo em partes cada vez menores, reduzindo a saúde a um funcionamento mecânico. Foi também no Renascimento que a explicação para as doenças começou a ser relacionada às situações ambientais; a causa das doenças passava a estar num fator externo ao organismo, e o homem era o receptáculo da doença. Destas elaborações teóricas sobre o contágio firmou-se a , que foi a primeira proposta de explicação, dentro dos parâmetros da ciência, da associação entre o surgimento de epidemias e as condições do ambiente. A é baseada numa , em que o médico especialista é o mecânico que tratará da parte do corpo-máquina defeituosa ou do ambiente para o controle das possíveis causas de epidemias. Essa noção de sistema incorpora a ideia de todo, de , fazendo assim um contraponto à visão unidimensional e fragmentária do modelo biomédico. A , na qual um sistema epidemiológico se constitui num equilíbrio dinâmico. Ou seja, cada vez que um dos seus componentes sofre alguma alteração, esta repercute e atinge as demais partes, num processo em que o sistema busca novo equilíbrio. Essa definição de sistema epidemiológico aproxima-se da ideia de necessidade de um sistema de saúde complexo, que contemple um conjunto de ações e serviços de saúde capaz de identificar as interações dos determinantes da produção e reprodução das doenças e de atuar de forma efetiva no enfrentamento destes. A busca por explicações causais do processo saúde- doença resultou na configuração da História Natural das Doenças (HND), conhecido como O modelo da HND visa ao , compreendendo as interrelações do agente causador da doença, do hospedeiro da doença e do meio ambiente e o processo de desenvolvimento de uma doença. Esta forma de ajuda a compreender os diferentes métodos de prevenção e controle das doenças. A sistematização sugerida no modelo da HND orientou a organização do cuidado por diferentes níveis de complexidade, em termos de recursos e ações. Ao considerar a possibilidade de evitar a morte, são trazidas com este modelo diferentes possibilidades de prevenção e promoção da saúde, como interromper a transmissão, evitar o caso e promover vida com qualidade. DETERMINAÇÃO DO PROCESSO SAÚDE- DOENÇA O processo saúde-doença é por englobar dimensões biológicas, psicológicas, socioculturais, econômicas, ambientais, políticas, enfim, pode-se identificar uma . Esse processo procura . Cada situação 1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro de saúde específica, individual ou coletiva, é o . Com a OMS, o termo saúde foi redefinido, passando de uma visão mecânica para uma visão abrangente e não estática do processo saúde-doença. Para a , de 1990, “a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer, o acesso a bens e serviços essenciais, entre outros”. A saúde, a doença e o cuidado são determinados socialmente, variando conforme os tempos, os lugares e as culturas, o que implica dizer que a . O vem sofrendo mudanças e aperfeiçoamentos. Na 1ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, 1986, o conceito passou a estar relacionado à noção de promoção da saúde, que significa capacitar a comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação social no controle do processo de saúde e doença. O que significa . Cabe destacar que , visto que ações de promoção visam interferir neles. Já que o , o que vai implicar, muitas vezes, a organização de ações intersetoriais, com métodos e enfoques apropriados. , para as pessoas individualmente e para as suas comunidades no território. A estratégia de promoção da saúde foi orientada para a modificação dos estilos de vida, para a adoção de hábitos saudáveis. A atuação na perspectiva da promoção da saúde visa a: ❖ Acesso equitativo à saúde como direito de todos; ❖ Desenvolvimento de um entorno facilitador da saúde; ❖ Ampliação e potencialização das redes de apoio social; ❖ Promoção de atitudes afirmativas para a saúde acompanhadas de estratégias de enfrentamento adequadas; ❖ Ampliação da noção de construção compartilhada do conhecimento e de difusão de informações relacionadas à saúde; ❖ Fortalecimento da noção de responsabilidade social e civil de gestores de forma compartilhada com a sociedade organizada. Percebe-se, portanto, que a ; ela vai muito além: aponta na direção de um , em que indivíduos, grupos sociais e Estado têm papel importante a exercer para sua conquista. A SAÚDE E SEUS DETERMINANTES SOCIAIS Especialmente nos últimos vinte anos, observamos uma crescente tendência para a realização de estudos que abordam as ., contrapondo a produção científica do século XIX e início do século XX, na qual a saúde era tratada, apenas, em seus aspectos biológicos. Inicialmente, devemos ressaltar que a (DSS) ganhou especial importância apenas recentemente, no século XX, a partir do momento em que as ciências da saúde começam a ser entendidas como essencialmente sociais. Até meados do século XIX predominava a (que dizia que ) explicava as mudanças sociais e práticas de saúde observadas no âmbito dos novos processos de urbanização e industrialização até aquele momento histórico. Estudos sobre a contaminação da água e dos alimentos, assim como sobre riscos ocupacionais, trouxeram importante reforço para o conceito de miasma e para as ações de saúde pública. No entanto, nas últimas décadas daquele século o trabalho de bacteriologistas como Koch e Pasteur firmou um novo paradigma para a explicação do processo saúde-doença. A partir desse paradigma, desenvolve-se práticas de saúde centradas em doenças específicas. Assim, prevaleceu o conceito de saúde estritamente biologicista, estreitando o foco da saúde pública, esvaziando-a de seu conteúdo sociopolítico. No centro do debate da Fundação Rockefeller, estiveram questões como: deve a saúde pública tratar 1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro do estudo de doenças específicas, como um ramo especializado da medicina, baseando-se fundamentalmente na microbiologia e nos sucessos da teoria dos germes ou deve centrar-se no estudo da influência das condições sociais, econômicas e ambientais na saúde dos indivíduos? O conflito entre saúde pública e medicina e entre os enfoques biológico e social do processo saúde-doença estiveram no centro do debate sobre a configuração desse novo campo de conhecimento, de prática e de educação. Diante da tensão entre essas ideias, a , em 1948, representou um marco para uma . No entanto, a grande onda de campanhas de vacinação contra certas epidemiassustentava o enfoque bacteriológico. Apesar da preponderância do enfoque médico biológico na conformação inicial da saúde pública como campo científico, em detrimento dos enfoques sociopolíticos e ambientais, observa-se, ao longo do século XX, uma permanente tensão entre essas abordagens. Com o , a . Esse modelo político-econômico estrutura uma sociedade composta por duas classes antagônicas - burguesia e proletariado - na qual o trabalho é realizado com base na exploração de uma classe sobre a outra. Portanto, é importante considerar que, nessas condições, o trabalho torna-se o motivo de riqueza de uns e da pobreza de muitos. A criação da OMS, em 1948, e a e não meramente a ausência de doença ou enfermidade representou um marco para uma nova concepção de saúde. É apenas com a , em 1978, que a discussão sobre os DSS ganha notoriedade. Entre as diversas definições de determinantes socias de saúde (DSS), para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), . Virchow, um dos mais destacados cientistas vinculados a essa teoria, entendia que a “ciência méd ica é intrínseca e essencialmente uma ciência social”, que as condições econômicas e sociais exercem um efeito importante sobre a saúde e a doença. Um dos aspectos que merece ser destacado nos estudos sobre os DSS consiste em ; pelo contrário, as diferenças de saúde parecem resultar de hábitos e comportamentos construídos socialmente e, principalmente, de fatores que estão fora do controle direto do indivíduo ou do grupo. Nesse sentido, a investigação de fatores individuais é importante para a identificação dos indivíduos mais vulneráveis dentro do grupo. , principalmente na produção das iniquidades de saúde, ou seja, daquelas desigualdades de saúde entre grupos populacionais que, além de sistemáticas e relevantes, são também evitáveis, injustas e desnecessárias. Há várias abordagens para o estudo dos mecanismos através dos quais os DSS provocam as iniquidades de saúde. A primeira delas privilegia os “aspectos físico- materiais” na produção da saúde e da doença, entendendo que as diferenças de renda influenciam a saúde pela escassez de recursos dos indivíduos e pela ausência de investimentos em infraestrutura comunitária (educação, transporte, saneamento, habitação, serviços de saúde etc.), decorrentes de processos econômicos e de decisões políticas. Outro enfoque privilegia os “fatores psicossociais”, explorando as relações entre percepções de desigualdades sociais, mecanismos psicobiológicos e situação de saúde, com base no conceito de que as percepções e as experiências de pessoas em sociedades desiguais provocam estresse e prejuízos à saúde. Os enfoques “ecossociais” e os chamados “enfoques multiníveis” buscam integrar as abordagens individuais e grupais, sociais e biológicas numa perspectiva dinâmica, histórica e ecológica. Finalmente, há os enfoques que buscam analisar as relações entre a saúde das populações, as desigualdades nas condições de vida e o grau de desenvolvimento da trama de vínculos e associações entre indivíduos e grupos. 1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro Na tentativa de esquematizar as relações entre os diversos fatores analisados, alguns modelos foram criados levando em consideração, os DSS. Descreve que a posição social do indivíduo é determinada por um dado contexto social, que, por sua vez, provoca diferenciais de saúde, como exposição diferente a riscos diferentes e, considerando que cada indivíduo, uma vez tendo sido exposto, possui uma vulnerabilidade e uma reação específica a esses riscos, as consequências sociais e físicas serão diferentes ao se contrair uma doença. Aqui se incluem políticas que diminuam as diferenças sociais, como as relacionadas ao mercado de trabalho, educação e seguridade social, além de um sistemático acompanhamento de políticas econômicas e sociais para avaliar seu impacto e diminuir seus efeitos sobre a estratificação social. O segundo conjunto de políticas busca diminuir os diferenciais de exposição a riscos, tendo como alvo, por exemplo, os grupos que vivem em condições de habitação insalubres, trabalham em ambientes pouco seguros ou estão expostos a deficiências nutricionais. Aqui se incluem também políticas de fortalecimento de redes de apoio a grupos vulneráveis para mitigar os efeitos de condições materiais e psicossociais adversas. Inclui os DSS dispostos em diferentes camadas, segundo seu nível de abrangência, desde uma camada mais próxima dos determinantes individuais até uma camada mais distal, onde se situam os macrodeterminantes. indivíduos com suas caraterísticas individuais (idade, sexo e fatores genéticos). comportamento e os estilos de vida individuais (condicionados por DSS, pois são influenciados pelas condições sociais). redes comunitárias e de apoio (expressa o nível de coesão social). condições de vida e de trabalho - disponibilidade de alimentos e acesso a ambientes e serviços essenciais, como saúde e educação, indicando que as pessoas em desvantagem social correm um risco diferenciado. condições econômicas, culturais e ambientais da sociedade (influência sobre as demais camadas). ❖ São os macrodeterminantes sociais e econômicos os mais significativos para as iniquidades, visto que, definitivamente, os fatores biológicos são os menos decisivos para a situação de saúde dos indivíduos de classes sociais desfavorecidas. O fenômeno da globalização surge como um processo que ultrapassa a esfera econômica, sendo também social e cultural. No entanto, apesar de criar riquezas, são demasiados os países e as pessoas que não são beneficiados. Dessa forma, ao invés de solucionar o problema da pobreza no mundo, acaba por aumentá- lo. A diferença de riqueza material entre as pessoas se reflete nos indicadores de saúde, por exemplo: em 2001 a mortalidade de crianças menores de 5 anos era 2.2 vezes mais alta no quintil mais pobre do que no quintil mais rico da população mundial; e a desnutrição em mulheres era 1,9 vezes mais elevada nos pobres (Buss, 2007). A criação da CNDSS é uma resposta ao movimento global em torno dos DSS desencadeado pela OMS, que em março de 2005 criou a Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde (Commission on Social Determinants of Health - CSDH), com o objetivo de promover, em âmbito internacional, uma tomada de consciência sobre a importância dos determinantes sociais na situação de saúde de indivíduos e populações e sobre a necessidade do combate às iniquidades de saúde por eles geradas. Sua constituição diversificada é uma expressão do reconhecimento de que a saúde é um bem público, construído com a participação solidária de todos os setores da sociedade brasileira. As atividades da CNDSS têm preceito constitucional de reconhecer a saúde como um “direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (artigo 196 da Constituição brasileira de 1988). Três compromissos vêm orientando a atuação da Comissão: ❖ Compromisso com a ação: implica apresentar recomendações concretas de políticas, programas e intervenções para o combate às iniquidades de saúde geradas pelos DSS. ❖ Compromisso com a equidade: a promoção da equidade em saúde é fundamentalmente um compromisso ético e uma posição política que 1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro orienta as ações da CNDSS para assegurar o direito universal à saúde. ❖ Compromisso com a evidência: as recomendações da Comissão devem estar solidamente fundamentadas em evidências científicas, que permitam, por um lado, entender como operam os determinantes sociais na geração das iniquidades em saúde e, por outro, como e onde devem incidir as intervenções para combatê-las eque resultados podem ser esperados em termos de efetividade e eficiência. Os principais objetivos da CNDSS são: ❖ Produzir conhecimentos e informações sobre os DSS no Brasil; ❖ Apoiar o desenvolvimento de políticas e programas para a promoção da equidade em saúde; ❖ Promover atividades de mobilização da sociedade civil para tomada de consciência e atuação sobre os DSS. Para o alcance desses objetivos, a CNDSS vem desenvolvendo as seguintes linhas de atuação: Produção de conhecimentos e informações sobre as relações entre os determinantes sociais e a situação de saúde, particularmente as iniquidades de saúde, com vistas a fundamentar políticas e programas. Promoção, apoio, seguimento e avaliação de políticas, programas e intervenções governamentais e não-governamentais realizadas em nível local, regional e nacional. Desenvolvimento de ações de promoção e mobilização junto a diversos setores da sociedade civil, para a tomada de consciência sobre a importância das relações entre saúde e condições de vida e sobre as possibilidades de atuação para diminuição das iniquidades de saúde. Portal sobre DSS: a CNDSS mantém uma página institucional com informações sobre as atividades que vem desenvolvendo, além de publicações de interesse. Assim, a lógica dos determinantes sociais da saúde coloca três imperativos. Primeiro, reduzir as iniquidades em saúde é um imperativo moral. Segundo, também é fundamental melhorar a saúde e ampliar o bem-estar, promover o desenvolvimento e, de forma geral, alcançar as metas de saúde. Terceiro, acima de tudo, para que uma série de metas prioritárias da sociedade sejam alcançadas, é preciso realizar ações sobre os determinantes sociais. O relatório da OMS confirmado na Conferência Mundial sobre Determinantes da Saúde, ocorrida no Rio de Janeiro, reafirmou os três princípios de ação: — as circunstâncias em que as pessoas nascem, crescem, vivem, trabalham e envelhecem. As desigualdades na organização da sociedade implicam que a liberdade para gozar de uma vida próspera e de boa saúde esteja distribuída de forma desigual dentro e entre sociedades. Essa desigualdade pode ser constatada nas condições vigentes na primeira infância e idade escolar, na natureza das condições laborais e de emprego, nas características físicas do ambiente de trabalho e na qualidade do ambiente natural em que as pessoas habitam. Do mesmo modo, a estratificação social determina o acesso e uso diferenciado de cuidados de saúde, com consequências para a promoção desigual de saúde e bem-estar, prevenção e recuperação de doenças e sobrevivência. — os motores estruturais das condições de vida referidas (nos níveis global, nacionais e locais). Diferentes políticas de governo, dependendo da sua natureza, podem melhorar ou degradar a saúde e a equidade na saúde. Políticas públicas de qualidade podem produzir benefícios na saúde de forma imediata e em longo prazo. A coerência política é crucial, pois implica que as políticas de diferentes órgãos governamentais se complementem, em vez de se contradizerem, relativamente à produção de riqueza e à igualdade na saúde. A ação intersetorial para a saúde — desenvolvimento de políticas e ações coordenadas entre setores relacionados e externos à saúde — pode ser uma estratégia-chave para se atingir esses objetivos. Transcender a ação governamental para envolver a sociedade civil e os setores privado e de voluntariado é um passo vital na ação para a igualdade na saúde. A inclusão crescente da participação da comunidade e da sociedade nos processos das políticas ajuda a assegurar decisões justas sobre os temas da igualdade na saúde. . A inclusão, atuação e controle são importantes para o desenvolvimento social, saúde e bem-estar, e a 1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro restrição da participação resulta na privação das capacidades humanas, abrindo caminho a desigualdades, por exemplo, na educação, no emprego e no acesso aos avanços técnicos e biomédicos disponíveis. A ação comunitária ou da sociedade civil sobre as desigualdades na saúde não pode ser separada da responsabilidade dos Estados em garantir um conjunto abrangente de direitos e da distribuição justa dos bens materiais e sociais essenciais por entre os diferentes grupos da população. As alterações nas relações de poder podem se desenrolar em diversos níveis, desde a escala micro, dos indivíduos, agregados familiares ou comunidades, à macro das relações estruturais entre as instituições e agentes econômicos, sociais e políticos. A ação sobre os determinantes sociais da saúde será mais eficiente se os sistemas de informação, incluindo o registro de dados vitais e a monitorização de rotina das desigualdades na saúde e dos determinantes sociais da saúde, forem implementados e se houver mecanismos que garantam a compreensão e aplicação da informação para o desenvolvimento de políticas, sistemas e programas mais eficazes. A educação e a formação acerca dos determinantes sociais da saúde são absolutamente imperativas. Módulo 5 – Sistema Único de Saúde - Princípios PRINCÍP IOS E DIRETRIZES DO SUS INTRODUÇÃO Os princípios e diretrizes do SUS precisam ser observados a partir de uma perspectiva histórica e epistemológica para serem entendidos, visto que é um produto resultante de um processo político, que expressa concepções sobre saúde e doença, direitos sociais, gestão, relações entre as esferas de governo do país e outros. é constituída por 3 documentos que expressam os elementos básicos que estruturam e organizam o sistema de saúde brasileiro. saúde é vista como um dos setores que estruturam a seguridade social. (setembro/1990) fala sobre organização e regulação das ações e serviços de saúde em todo o território brasileiro. (dezembro/1990) estabelece o formato da participação popular no SUS e dispõe sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área de saúde. é importante entender a diferença porque, para defender os direitos do SUS, é necessário conhecer quais elementos o orientam e marcam historicamente a luta popular pela saúde. É difícil definir claramente a diferença entre princípio e diretriz. Aparentemente pode parecer uma tarefa simples, não fosse a própria dificuldade apresentada pelos legisladores quando formularam o texto constitucional e a lei orgânica da saúde. Por exemplo, o texto constitucional em nenhum momento menciona o termo princípios, afirmando que o SUS é organizado a partir de diretrizes. Já a lei 8.080 de 1990, afirma que o SUS ser· organizado de acordo com as diretrizes dispostas no artigo 198 da constituição e também por princípios discriminados no texto. Alguns elementos apresentados como princípios na lei 8.080 são exatamente os mesmos que constam como diretrizes do texto constitucional. , de acordo com o dicionário Houaiss, pode ser: (1) o primeiro momento da existência (de algo), ou de uma ação ou processo; começo, início; (2) o que serve de base a alguma coisa; causa primeira, raiz, razão; (3) ditame moral; regra, lei, preceito. Assim, se levarmos em consideração as definições 2 e 3, podemos enxergar os princípios do SUS como sua base, o alicerce para o sistema de saúde brasileiro. Tais princípios ainda apresentam valores, preceitos etc . Então, um princípio do SUS é, ao mesmo tempo, um , ou seja, são os valores que . , por sua vez, no mesmo dicionário, pode ser definida como: (1) a linha básica que determina o traçado 1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro de uma estrada; (2) esboço, em linhas gerais, de um plano, projeto etc.; (3) norma de procedimento, conduta, diretiva. Assim, os sentidos apontados nos levam a entender diretrizes como algo que define um rumo, dinâmica ou estratégia que organiza o SUS. Mostram caminhos e meios para atingir objetivos . Então, que, em última instância, estariam articuladascom seus princípios. Os são o (doutrina = conjunto de elementos que justificam/embasam um sistema ou teoria). São uma escolha e resultado da luta da sociedade brasileira para legitimar e garantir esses valores. Os representam a . PRINCÍPIOS São 3 elementos que compõem a base cognitiva, ideativa e filosófica do sistema brasileiro e que foi inscrita na Constituição Federal de 1988: universalidade; equidade; integralidade. art. 196 afirma que . O que significa que a saúde é um DIREITO, não um serviço (por meio de pagamento). . Com a universalidade, torna-se inadequado o uso de menções à ideia de gratuidade, é inapropriado afirmar que o SUS é gratuito, uma vez que a saúde é um (não algo individual garantido mediante pagamento). apenas para reafirmar o princípio/direito, não significa que não é financiado. O de obtenção de recursos que devem ser administrados para atender aos princípios do SUS e às demandas de saúde da população. A universalidade do SUS apresenta-se não apenas como o direito à saúde garantido mediante políticas públicas, bem como aponta para a questão do de raça, sexo, religião ou qualquer outra forma de discriminação do cidadão brasileiro. Tem dois principais : ❖ A universalidade do acesso às ações e serviços de saúde; ❖ A universalidade das condições de vida que possibilitem boas condições de saúde. fruto das inequidades sociais e econômicas gera desigualdades no acesso, na gestão e na produção de serviços de saúde. Portanto, a (para alguns autores), , mas sim, “ ”, atentando, assim, para as necessidades coletivas e individuais, procurando . Tal princípio , não o espaço da igualdade. É a concepção de um espaço regulador das diferenças, no sentido de reduzir ou atentar para as iniquidades. Isso é reconhecer a pluralidade e a diversidade da condição humana nas suas necessidades e nas suas potencialidades. A preocupação de equidade coloca o problema da distribuição de recursos, insumos e serviços que pertence a uma forma diferenciada da noção de igualdade: ‘ ’ atribuir partes diferentes a pessoas diferentes, na proporção da diferença. O da equidade é estabelecer um juízo de valor para eleger critérios de distribuição, classificando pessoas ou populações e estabelecendo modos de distinção. Alguns autores identificam como critério a priorização de segmentos populacionais com base em indicadores epidemiológicos e de distribuição de renda. Assim, apesar de reconhecermos a inequidade do sistema de saúde e da distribuição de riqueza no país, . tem sido muito revisitado, estudado e debatido nos últimos anos, influenciando os modelos de gestão e participação popular, a formulação de políticas, os saberes e as práticas em saúde, bem como estruturando a formação de trabalhadores para a saúde. É importante identificar os diversos sentidos de integralidade presentes no campo da saúde: ideia de construção de um sistema único de saúde. A integralidade apresenta-se como uma ruptura histórica e institucional. A Constituição afirma que o atendimento integral deve priorizar as ações preventivas, sem prejuízo das ações de assistência. Isso significa afirmar que o usuário do SUS tem o direito a serviços que atendam às suas necessidades, ou seja, da vacina ao 1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro transplante, com prioridade para o desenvolvimento de ações preventivas. organização de uma prática em saúde integral. Concepção do processo saúde/doença, a noção de atenção integral também fala sobre a crítica ao reducionismo biomédico. A compreensão das diversas dimensões que determinam a produção da saúde e da doença, envolvendo o sujeito como um todo e suas relações com a sociedade e o meio ambiente, e não apenas sua descrição biológica. Deve existir para atender à diversidade de necessidades das pessoas e dos grupos sociais. formulação de políticas pautadas na atenção integral. As políticas de saúde devem ser formuladas tendo em vista a integralidade, compreendendo a atenção às necessidades de grupos específicos. formação e gestão do trabalho em saúde. A formação de trabalhadores da saúde deve ser concebida a partir de uma organização dos conhecimentos e das práticas que viabilizem o reconhecimento da integralidade como o eixo norteador do processo educativo. Essa proposta guarda relações com a perspectiva da politecnia, na qual a compreensão das bases que fundamentam a prática profissional possibilita a reflexão sobre a produção do conhecimento, o processo de trabalho e a emancipação dos trabalhadores no seu sentido político-produtivo. A crítica à divisão entre trabalho manual e trabalho intelectual, entre a divisão social e técnica do trabalho em saúde, deve ser superada na articulação entre trabalho, educação e saúde com base na integralidade, trazendo repercussões para processo de trabalho em saúde. D IRETRIZES Terminar essa merdaaaaaaaaaaaaa Módulo 6 – PNAB I POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA BASES LEGAIS ❖ Portaria nº 2 de Consolidação do MS (set/2017), sobre todas as políticas de saúde do SUS; ❖ Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017 ❖ Aprova a Política Nacional de Atenção Básica - PNAB, com vistas à revisão da regulamentação de implantação e operacionalização vigentes, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, estabelecendo-se as diretrizes para a organização do componente Atenção Básica, na Rede de Atenção à Saúde - RAS. ❖ A Política Nacional de Atenção Básica considera os termos Atenção Básica - AB e Atenção Primária à Saúde - APS, nas atuais concepções, termos equivalentes, de forma a associar a ambas os princípios e as diretrizes definidas neste documento. ❖ A AB é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. ❖ A AB será ofertada integralmente e gratuitamente a todas as pessoas, de acordo com suas necessidades e demandas do território, considerando os determinantes e condicionantes de saúde. ❖ A integração entre a Vigilância em Saúde e Atenção Básica é condição essencial para o alcance de resultados que atendam às necessidades de saúde da população, na ótica da integralidade da atenção à saúde. ❖ Todos os estabelecimentos de saúde que prestem ações e serviços de Atenção Básica, no âmbito do SUS, de acordo com esta portaria, serão denominados Unidade Básica de Saúde - UBS. ❖ Todas as UBS são consideradas potenciais espaços de educação, formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço, inovação e avaliação tecnológica para a RAS. RESPONSABILIDADES 1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro ❖ Contribuir para a orientação do modelo de atenção e gestão de acordo com as diretrizes da Portaria; ❖ Apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde da Família - ESF como estratégia prioritária de expansão, consolidação e qualificação da Atenção Básica; ❖ Garantir a infraestrutura adequada e com boas condições; ❖ Contribuir com o financiamento tripartite; ❖ Assegurar ao usuário o acesso universal, equânime e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS, além de outras atribuições que venham a ser pactuadas pelas Comissões Intergestores; ❖ Estabelecer, nos respectivos Planos Municipais, Estaduais e Nacional de Saúde, prioridades, estratégias e metas para a organização da Atenção Básica; ❖ Desenvolver os mecanismos e as estratégias de qualificação da força de trabalho para gestão e atenção à saúde, estimular e viabilizar a formação, educação permanente e continuada dos profissionais, garantir direitos trabalhistas e previdenciários,qualificar os vínculos de trabalho e implantar carreiras que associem desenvolvimento do trabalhador com qualificação dos serviços ofertados às pessoas; ❖ Desenvolver, disponibilizar e implantar os Sistemas de Informação da Atenção Básica vigentes; ❖ Garantir, de forma tripartite, dispositivos para transporte em saúde; ❖ Estimular a participação popular e o controle social; ❖ Desenvolver as ações de assistência farmacêutica e do uso racional de medicamentos, garantindo a disponibilidade e acesso a medicamentos e insumos em conformidade com a RENAME. ❖ Definir e rever periodicamente, na CIT, as diretrizes da PNAB; ❖ Articular com o Ministério da Educação estratégias de indução às mudanças curriculares nos cursos de graduação e pós- graduação na área da saúde, visando à formação de profissionais e gestores com perfil adequado à Atenção Básica; ❖ Pactuar, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), diretrizes e normas para a implantação e implementação da PNAB; ❖ Verificar a qualidade e a consistência de arquivos dos sistemas de informação enviados pelos municípios, de acordo com prazos e fluxos estabelecidos para cada sistema, retornando informações aos gestores municipais; ❖ Divulgar periodicamente os relatórios de indicadores da Atenção Básica, com intuito de assegurar o direito fundamental de acesso à informação. ATENÇÃO BÁSICA ❖ Portaria, conforme normatização vigente no SUS, define a organização em Redes de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para um cuidado integral e direcionado às necessidades de saúde da população, destaca a Atenção Básica como primeiro ponto de atenção e porta de entrada preferencial do sistema, que deve ordenar os fluxos e contrafluxos de pessoas, produtos e informações em todos os pontos de atenção à saúde; ❖ Tem na Saúde da Família a sua estratégia prioritária para expansão e consolidação; ❖ Reconhece outras estratégias nos territórios, num processo progressivo e singular, que considera e inclui as especificidades locorregionais, ressaltando a dinamicidade do território e a existência de populações específicas, itinerantes e dispersas, que também são de responsabilidade da equipe; ❖ Considera a pessoa em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir a atenção integral; ❖ Incorporar ações de vigilância em saúde - um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde; ❖ Planejamento e implementação de ações públicas para a proteção da saúde da população, a prevenção e o controle de riscos, agravos e doenças, bem como para a promoção da saúde; ❖ Superar a dicotomia/oposição entre assistência e promoção da saúde, compreendendo os múltiplos determinantes e condicionantes que influenciam no estado de saúde, sabendo que 1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro grande parte deles pode ser contemplada pela AB. ❖ possibilitar o acesso universal e contínuo aos serviços de qualidade e resolutivos, caracterizados como porta de entrada (primeiro contato) aberta e preferencial da RAS, acolhendo as pessoas e promovendo a vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas necessidades, aplicando mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhimento por parte das equipes de UBS, recebendo e ouvindo a todos, sem exclusão, para posteriormente construir respostas para as demandas. ❖ ofertar o cuidado, reconhecendo as diferenças nas condições de vida e saúde, de acordo com as necessidades diversas, em estratégias que permitam minimizar desigualdades e evitar exclusão social de grupos que possam vir a sofrer estigmatização ou discriminação. ❖ conjunto de serviços executados pela equipe de saúde nos campos do cuidado, da promoção e manutenção da saúde, da prevenção de doenças e agravos, da cura, da reabilitação, redução de danos e dos cuidados paliativos. Inclui a responsabilização pela oferta de serviços em outros pontos de atenção à saúde e o reconhecimento adequado das necessidades biológicas, psicológicas, ambientais e sociais causadoras das doenças. ❖ regiões de saúde como um recorte espacial estratégico para fins de planejamento, organização e gestão de redes de ações e serviços de saúde em determinada localidade, e a hierarquização como uma forma de organização de pontos de atenção da RAS entre si, com fluxos e referências estabelecidos, tendo a Atenção Básica como ponto de comunicação entre eles ❖ para a portaria, território é considerado a unidade geográfica única do SUS, de construção descentralizada, na execução das ações estratégicas destinadas à vigilância, promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde. ❖ população que está presente no território da UBS, estimulando o desenvolvimento de relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população, garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado. ❖ o desenvolvimento de ações de cuidado de forma singularizada, que auxilie as pessoas a desenvolverem os conhecimentos, as aptidões, as competências e a confiança necessária para gerir e tomar decisões sobre sua própria saúde e seu cuidado de saúde. ❖ a importância da Atenção Básica ser resolutiva, utilizando e articulando diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada, devendo ser capaz de resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população, coordenando o cuidado do usuário em outros pontos da RAS, quando necessário. ❖ a continuidade da relação de cuidado, com construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do tempo, de modo permanente e consistente, acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos na vida das pessoas, evitando a perda de referências e diminuindo os riscos de iatrogenia decorrentes do desconhecimento de história de vida e coordenação do cuidado. ❖ elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS. Atuando como o centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção, com o objetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção integral. ❖ reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando as necessidades desta população em relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que o planejamento das ações, assim como, a programação dos serviços de saúde, parta das necessidades de saúde das pessoas. ❖ estimular a participação das pessoas, a orientação comunitária das ações de saúde na Atenção Básica e a competência cultural no cuidado, como forma de ampliar sua autonomia e capacidade, considerando ainda enfrentamento dos determinantes e condicionantes de saúde, através de articulação e integração de ações intersetoriais. 1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro Módulo 7 – PNAB II INFRAESTRUTURA, AMBIÊNCIA E FUNCIONAMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA Deve estar adequada ao quantitativo de população adscrita e suas especificidades, levando em consideração o perfil da população, tipo de equipe e serviços que devem ser feitos, além de ser um local acolhedor. Um fato importante é que deve haver, dentro da UBS, ambientes adequados para a formação de estudantes e trabalhadores de saúde de nível médio e superior para a formação permanente na UBS. Tudo isso deve estar de acordo com as normas sanitárias vigentes como a identificação da Atenção Básica e do SUS e o cadastro no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), importante também para todos os pontos de apoio nas populações dispersas. São recomendados componentes que vão qualificar o espaço da UBS, como: recepção sem grades, identificação dos serviços, escala dos profissionais, horários de funcionamento e sinalização de fluxos, conforto térmico e acústico, e espaços adaptados para as pessoas com deficiência.TIPOS DE UNIDADES DE SAÚDE consultório, com sanitário, médico e de enfermagem, sala de vacinas, área farmacêutica, sala de inalação coletiva, sala de coleta/exames, sala de curativos, sala de esterilização, sala de observação, sala de atividades coletivas para os profissionais e sala de expurgo (ambiente destinado à limpeza, desinfecção e guarda dos materiais e roupas utilizados na assistência ao paciente e guarda temporários de resíduos.) Se forem compostas por profissionais de saúde bucal, será necessário consultório odontológico com equipe odontológica completa; Área de recepção, local para arquivos e registros, sala multiprofissional de acolhimento à demanda espontânea, sala de administração e gerência, banheiro público e para funcionários. constitui um novo modelo, concebido para viabilizar cuidados básicos em saúde, visando a cobertura universal para populações ribeirinhas como a da Amazônia e Pantanal, entendendo o rio como caminho que o serviço de saúde deve utilizar para promoção da equidade. Vão ter quase as mesmas recomendações da anterior com destaque ao consultório médico e enfermagem; assistência farmacêutica, laboratório, sala de vacina; sala de procedimentos; equipe odontológica se preciso, cozinha e outros ambientes conforme necessidade. recomenda-se veículo devidamente adaptado para a finalidade de atenção à saúde bucal, equipado com compressor para uso odontológico com sistema de filtragem; aparelho de raios-x; aventais de chumbo; conjunto de peças de mão; gabinete odontológico; cadeira odontológica, equipo; refletor odontológico; unidade auxiliar odontológica; mocho odontológico; autoclave; amalgamador; fotopolimerizador; e refrigerador. em resumo, todos os materiais odontológicos necessários para um atendimento básico e eficiente. FUNCIONAMENTO É recomendado o funcionamento durante . A distribuição da carga horária dos profissionais é de responsabilidade do gestor, devendo considerar o perfil demográfico e epidemiológico local. Para se ter uma maior facilidade de acesso e resolutividade é recomendado: ❖ População adscrita por equipe de Atenção Básica (eAB) e de Saúde da Família (eSF) de 2.000 a 3.500 pessoas, podendo ser maior ou menor de acordo com a vulnerabilidade do território e o número de pessoas da população. ❖ 4 (quatro) equipes por UBS. ações e procedimentos básicos relacionados a condições básicas/essenciais de acesso e qualidade na Atenção Básica; ações e procedimentos considerados estratégicos para se avançar e alcançar padrões elevados de acesso e qualidade na Atenção Básica, considerando especificidades locais. Os serviços dos padrões essenciais, bem como os equipamentos e materiais necessários, devem ser garantidos igualmente para todo o país, buscando uniformidade de atuação da Atenção Básica no território nacional. Já o elenco de ações e procedimentos ampliados devem contemplar de forma mais flexível às necessidades e demandas de saúde das populações em cada localidade, sendo definido a partir de suas especificidades locorregionais. Toda UBS deve monitorar a satisfação de seus usuários por meio de caixas de sugestões ou canais 1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro eletrônicos, que deve ser encaminhado para o responsável. ❖ Identificação e horário de atendimento; ❖ Mapa de abrangência, com a cobertura de cada equipe; ❖ Identificação do Gerente da Atenção Básica no território e dos componentes de cada equipe da UBS; ❖ Relação de serviços disponíveis; ❖ Detalhamento das escalas de atendimento de cada equipe. TIPOS DE EQUIPES é a estratégia prioritária de atenção à saúde e visa à reorganização, expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica da Atenção Básica no país, de acordo com os preceitos do SUS. ❖ Composta no mínimo por médico, preferencialmente da especialidade medicina de família e comunidade, enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da família; auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde (ACS). Podendo fazer parte da equipe o agente de combate às endemias (ACE) e os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente especialista em saúde da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal. gestão municipal poderá compor equipes de Atenção Básica (eAB) de acordo com características e necessidades do município, seguindo os princípios e diretrizes da AB e tendo como modelo prioritário a ESF (Estratégia Saúde da Família). ❖ As equipes que deverão ser compostas são basicamente as mesmas da equipe de saúde da Família. Modalidade que pode compor as equipes que atuam na atenção básica ou equipe de Saúde da Família constituída por um cirurgião-dentista e um técnico em saúde bucal e/ou auxiliar de saúde bucal. Constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por diferentes categorias/especialidades de profissionais da saúde, para dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico) aos profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica (eAB). Ressalta-se que esse Núcleo Ampliado não se constitui como serviços com unidades físicas independentes e não são de livre acesso para atendimento individual ou coletivo (estes, quando necessários, devem ser regulados pelas equipes que atuam na Atenção Básica). Devem, a partir das demandas identificadas no trabalho conjunto com as equipes, atuar de forma integrada à Rede de Atenção à Saúde e seus diversos pontos de atenção. participar do planejamento conjunto com as equipes; contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS. (ampliação clínica, maior resolutividade); realizar discussão de casos, construção de projetos terapêuticos, educação permanente, ações de prevenção e promoção da saúde de grupos populacionais de todos os ciclos de vida. ❖ Poderão compor os NASF-AB (lembrando que vai de acordo com as demandas da população) áreas de saúde como: Médico Acupunturista; Assistente Social; Profissional/Professor de Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Médico Ginecologista/Obstetra; Médico Homeopata; Nutricionista; Médico Pediatra; Psicólogo; Médico Psiquiatra; Terapeuta Ocupacional; Médico Geriatra; Médico Internista (clínica médica), Médico do Trabalho, Médico Veterinário, profissional com formação em arte e educação (arte educador) e profissional de saúde sanitarista. possibilidade para a reorganização inicial da Atenção Básica com vistas à implantação gradual da Estratégia de Saúde da Família. São itens necessários à implantação desta estratégia: ❖ a existência de uma Unidade Básica de Saúde. ❖ O número de agentes por equipe deverá ser definido de acordo com base populacional. ❖ o cumprimento da carga horária integral de 40 horas semanais. ❖ o enfermeiro supervisor e os ACS devem estar cadastrados no SCNES vigente, vinculados à equipe; ❖ cada ACS deve realizar as ações previstas nas regulamentações vigentes e nesta portaria e ter uma microárea sob sua responsabilidade, cuja população não ultrapasse 750 pessoas; 1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro ❖ a atividade do ACS deve se a partir das necessidades do território, com priorização para população com maior grau de vulnerabilidade e de risco epidemiológico; ❖ a atuação em ações básicas de saúde deve visar à integralidade do cuidado no território; ❖ cadastrar, preencher e informar os dados através do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica vigente. EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA PARA POPULAÇÕES ESPECÍFICAS Todos os profissionais do SUS e, especialmente, da Atenção Básica, são responsáveis pela atenção à saúde de qualquer pessoa, mas com ênfase para aquelas que apresentam maiores vulnerabilidades sociais específicas. Em algumas realidades, é necessário dispor de equipes adicionais para realizar as ações e de forma integrada para a qualificação do cuidado no território, para que todasas pessoas e populações sejam acompanhadas pela unidade. ESPECIFICIDADES DA ESTRATÉGIA SAÚDE FAMÍLIA além do modelo tradicional, esses municípios podem optar entre 2 (dois) arranjos organizacionais: ❖ As equipes estão vinculadas a uma UBS localizadas na sede do município ou em alguma comunidade ribeirinha que desempenham parte significativa de suas funções. O acesso se dá por meio fluvial e muitas vezes necessitam de embarcações para atender as comunidades dispersas. Para atender toda as comunidades ribeirinhas, receberá incentivo financeiro de custeio para logística, que considera a existência das seguintes estruturas: até 4 unidades de apoio, onde será realizada a atenção de forma descentralizada; até 4 embarcações de pequeno porte exclusivas para o deslocamento dos profissionais de saúde. ❖ São equipes que desempenham suas funções em Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF), responsáveis por comunidades dispersas, ribeirinhas e pertencentes à área adstrita, cujo acesso se dá por meio fluvial. equipe de saúde com composição variável, responsável por articular e prestar ações integrais à saúde de pessoas em situação de rua ou com características análogas em determinado território, em unidade fixa ou móvel. Itens necessários para o funcionamento das equipes de Consultório na Rua (eCR): ❖ Realizar suas atividades de forma itinerante, desenvolvendo ações na rua, na unidade móvel e também nas instalações da UBS do território, em parceria com equipes necessárias e específicas. ❖ Cumprir a carga horária mínima semanal de 30 horas, mas deve ser de acordo com as demandas. Em municípios ou áreas que não tenham Consultórios na Rua, o cuidado integral das pessoas em situação de rua deve seguir sendo de responsabilidade das equipes que atuam na Atenção Básica. responsabilidade de articular e prestar atenção integral à saúde das pessoas privadas de liberdade. Previsto na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), essas pessoas tem a Atenção Básica como porta de entrada para as ações e serviços de saúde, devendo realizar suas atividades nas unidades prisionais ou nas Unidades Básicas de Saúde a que estiver vinculada.
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