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Piesc 1 - Resumo teorizações

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1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro 
Piesc 1 
Módulo 1 - História das Políticas de Saúde no Brasil 
MAPA MENTAL (25/05) 
1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro 
Módulo 2 – Sociedade, 
Estado e Saúde 
ESQUEMATIZAÇÃO (01/06) 
O QUE É SAÚDE? 
Há duas vertentes principais no conceito de saúde: uma 
que defende a saúde unicamente como 
, somente na esfera individual, 
 social, econômico e cultural; e, outro, que 
, reconhecendo que o modo e o local onde 
se vive influenciam fortemente na saúde. Esta 
compreensão mais ampla é a defendida pela OMS junto 
aos governos e instituições dos países-membros. 
saúde é o estado do 
 e não apenas a ausência de 
enfermidade – conceito publicado na Carta de 
Princípios de 07 de abril de 1948 (de onde vem 
). 
olha as relações sociais 
pela lei da oferta e da demanda, na qual, para cada 
demanda há uma oferta que, ao ser atendida, 
. Ela compreende a saúde de e
 O ser humano é compreendido como uma 
máquina: se estraga uma peça é só trocar, mesmo sem 
identificar ou mudar o que está provocando esse 
estrago. O problema dessa concepção de saúde é que 
desconsidera diversos fatores e sua complexidade e 
responsabiliza unicamente o indivíduo, desconsiderando 
totalmente o papel da sociedade e do Estado. É 
fortemente defendida pelo modelo . 
nasce para enfrentar a 
tendência mercantil da saúde. Traz anseios dos 
movimentos sociais. Para eles, a saúde é um 
 e todas e sua garantia é 
. Reconhece a esfera e 
 do ser humano. Está intimamente 
relacionado com a concepção de Estado, de sociedade 
e de desenvolvimento, ou seja, com os modelos de 
sociedades. Falar de direito humano à saúde é falar de 
uma conquista coletiva, de um bem que é essencial 
para o bem viver e que constitui um dos principais 
valores para as pessoas. Por isso, falar de saúde é falar 
de produção, reprodução e desenvolvimento da vida 
em suas mais diversas formas e para todos e todas, 
alargando inclusive o conceito de saúde para incluir 
todos os seres, vivos e não vivos, por serem 
interdependentes entre si. Começa a ganhar força com 
os estudos de alguns teóricos da Alemanha e da 
Inglaterra. Suas pesquisas mostraram que a saúde não 
se relacionava somente com as questões biológicas e 
individuais, mas também com fatores externos como o 
meio social no qual as pessoas estavam inseridas. Essa 
posição reafirma a , por 
isso direito de todos e responsabilidade do Estado. 
nasce no Brasil no meio dessa disputa e é contra 
a visão mercantil de saúde Portanto, a saúde 
, o qual deverá disponibilizar 
parte do seu orçamento para garantir a saúde da sua 
população, em busca do bem viver de todos e todas . 
Assim, quando o Estado fornece dinheiro para a saúde, 
não está simplesmente gastando ou onerando o 
orçamento público, mas sim cumprindo sua função. 
MODELOS DE SOCIEDADE 
é um modelo de desenvolvimento 
e de sociedade que prioriza o aumento e acúmulo de 
capital somente para um pequeno grupo que detém 
os meios de produção. A indústria ajudou os capitalistas 
a acelerar e a ampliar seus lucros. 
Para que esse sistema funcionasse era preciso ter muita 
mão-de-obra e de baixo custo. Neste período os 
trabalhadores eram submetidos a uma dura disciplina e 
sua jornada de trabalho chegava a 16 horas por dia, 
incluindo mulheres e crianças. Suas condições de vida 
eram precárias: comiam mal, suas moradias eram 
precárias, dormiam pouco e dentro das indústrias o 
ambiente era muito perigoso. Submetidos a essas 
condições, e as 
pessoas passavam por grandes sofrimentos, sem 
contar que a . 
Além disso, para atender 
as demandas de saúde das pessoas e garantir-lhes 
qualidade de vida. Afinal, construiu-se a ideia de que 
. O máximo a que se chegou foi a algumas 
políticas para garantir que a mão-de-obra estive em 
condições plenas para o funcionamento da indústria, 
sem que isso significasse custo para os seus donos. A 
chamada “questão social” era tratada como questão de 
polícia. 
O Estado, que teria que ser mínimo, seria responsável 
apenas pelos chamados direitos civis (reger sobre o a 
proteção da propriedade, da liberdade...) e políticos 
(reger sobre quem poderia e de que modo poderia 
participar no poder do estado). Não deveria se ocupar 
e nem gastar com a garantia dos direitos sociais (saúde, 
1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro 
saneamento básico, moradia, alimentação, educação), 
bem como não deveria ditar as regras da economia, 
que deveria ser organizada pelo mercado. 
Neste contexto histórico surgiram várias epidemias que 
mataram a muitas pessoas, além da precariedade das 
condições de viver bem tanto fisicamente, como 
psicológica e moralmente. A compreensão de saúde 
que perpassa aqui é aquela da , 
sendo responsabilidade unicamente do indivíduo o 
cuidar de si, retirando do Estado toda e qualquer 
responsabilidade, bem como, restringindo a ação do 
Estado nessa área. Quando o Estado promovia alguma 
ação era sempre a partir da lógica de garantir mão-de-
obra nas fábricas. 
é um modelo que nasce em contrapartida 
ao capitalismo. Karl Marx diz que o capitalismo dividiu a 
sociedade em duas classes: burgueses e proletários. Os 
primeiros eram os proprietários das indústrias, donos 
dos meios de produção e, os outros, o proletariado, 
donos da força de trabalho, roubada pelo processo de 
exploração do trabalho implementado. A divisão da 
sociedade em classes permitiu que, de um lado, a 
riqueza gerada coletivamente fosse concentrada por 
poucos, enquanto, do outro lado, a pobreza e a miséria 
se espalharam para a maioria da sociedade. 
O princípio que rege o socialismo é a solidariedade 
sobre a qual é organizada a sociedade. Não tira a 
liberdade de escolha, mas permite condições equitativas 
para que todos possam fazer suas escolhas, 
entendendo o ser humano como um ser aberto a ser 
mais e que esta condição garante equidade social, 
política, econômica e cultural. A riqueza deveria ser 
gerada e destinada àqueles que a produzam, não o 
contrário, ou seja, não haveria concentração 
de riqueza para poucos em detrimento da ausência da 
riqueza de muitos, como no modelo capitalista. O papel 
do Estado é investir no cuidado de seus cidadãos em 
todas as esferas. Ou seja, 
, uma vez que essa está 
alicerçada na compreensão de saúde como proteção 
social. 
Fruto desse modelo de sociedade nascem concepções 
de saúde. É o caso da concepção que enfatiza os 
. Ela foi discutida na 
conhecida Conferência de Alma-Ata, na República do 
Cazaquistão, que era uma república socialista da União 
Soviética. A Declaração final da Conferência 
Internacional de Atenção Primária à Saúde, realizada na 
cidade de Alma-Ata, promovida pela OMS, foi uma 
resposta às disputas ideológicas em torno do conceito 
de saúde. 
A Conferência de Alma-Ata reafirmou o conceito de 
saúde da OMS, constituindo-se em espaço de 
resistência, e, além disso, atribuiu ao Estado sua 
responsabilidade, ressaltando a importância da atenção 
básica (denominação brasileira para o termo “
” utilizado no âmbito internacional). 
tem seu início na Europa, 
num período pós II Guerra Mundial. Deriva da luta 
organizada dos trabalhadores e em suas reivindicações 
por melhores condições de trabalho, salários, qualidade 
de vida e pela garantia de direitos por parte do Estado, 
mas também no processo de reorganização capitalista 
decorrente destas pressões. Tais lutas sociais forçam o 
capitalismo a se reestruturar. 
Esse modelo, mesmo que 
, traz uma 
. Gradativamente responsabiliza o Estado e os 
donos dos meios de produção pelas condições sociais 
da população. Deste modo, cria um 
 aos trabalhadores que implica, além da 
contribuição destes, a taxação do capital e a tomada de 
maiores cuidados dentro das próprias fábricas. 
Essa luta e acúmulos, que tem sua continuidade durante 
a Guerra Fria (capitalismo x socialismo), foram 
incorporados pela 
 e o 
. 
O conceito de saúde que depreende dessa declaração 
exige entende-la como direito humano, e, portanto, 
como, e . 
Ao compreender a saúde como direito humano, exige-
se mais do que apenas consultas médicas ou exames, 
mas todas as ações e serviços que necessárias para o 
bem viver e que condicionam e determinam a saúde. 
os modelos anteriores tiveram 
dificuldade de priorizar ou construir alternativas de 
superação de certos problemas e violações de direitos . 
Mesmo reconhecendo o Estado de Bem Estar como 
resultado possível, e por isso limitado do ponto de vista 
da transformação das bases que estruturam a 
exploração capitalista e outras desigualdades, ele 
possibilitou avanços na compreensão dos Direitos 
Humanos e do direito à saúde. Contudo, muitos liberais 
fizeram, desde a sua origem muitas. O centro da 
se dá novamente sobre o suposto 
1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro 
. Essa concepção é muito comum em 
diversos países, . 
Mas agora, mais do que denunciar o excesso de 
governo por parte do Estado, exige-se um exercício 
governamental que reconheça as regras do mercado. 
Mais do que deixar fazer, ele deve 
 e, enquanto tal, 
. Esta lógica de pensamento é 
denominada de neoliberalismo. Na lógica Neoliberal, a 
proteção social é entendia como “mercadoria”, 
reafirmando a tendência mercantilista de saúde. Os 
serviços de saúde devem ser um negócio rentável. No 
entanto, para ela poder gerar lucros, precisa estar 
inserida na lógica do mercado (oferta e demanda) e 
com interferência mínima do Estado. 
Logo, a responsabilidade deve ser jogada para cada um, 
retirando o cuidado à saúde do contexto e remetendo 
somente à questão biológica. O trabalhador é também 
“empreendedor” do cuidado de si. A consequência da 
proposta neoliberal para concepção de políticas 
públicas universais é sua desconstrução, entre outros 
motivos, pela “falta” de recursos para o seu 
financiamento. 
Para os neoliberais, não se estaria abrindo mão da 
universalidade, mas 
. Significa dizer que o 
, ou seja, 
que o Estado deveria cuidar somente dos pobres, mas 
esse cuidado restringir-se-ia a concepção médico-
industrial, e não cuidar à saúde enquanto proteção 
social. 
Isto quer dizer que o SUS não cabe numa concepção 
de Estado neoliberal, regido pelas leis do mercado, 
centrado num modelo biomédico. O SUS é 
compreendido dentro de um modelo de 
desenvolvimento ou de um modelo de sociedade onde 
o Estado é responsável pela Seguridade Social. 
Devemos continuar buscando construir, junto com o 
conjunto de iniciativas na atualidade que luta contra a 
perspectiva neoliberal, uma sociedade que garanta que 
o conjunto da população possa usufruir dos benefícios 
tecnológicos e do crescimento econômico e, ao 
mesmo tempo, que esteja preocupada com bem estar 
das pessoas mais do que com o capital. 
Módulo 3 – Modelos de 
Atenção e Assistência à 
saúde no Brasil 
ESQUEMATIZAÇÃO (08/06) 
Feito, basicamente, com materiais complementares. 
O QUE SÃO MODELOS ASSISTENCIAIS? 
Um sistema de serviços de saúde é formado por 
componentes e funções principais: infraestrutura, 
organização, gestão, financiamento e prestação da 
atenção. 
Se consultado no dicionário, ‘modelo’ pode significar 
diversas coisas, sendo, as principais, algo exemplar a ser 
seguido, um padrão, uma norma. Porém, na ciência, o 
termo ‘modelo’, de uma forma geral, significa uma 
. Logo, pode 
ser entendido como modelo de atenção, não algo 
exemplar, mas a 
, fundamentos, lógicas etc. É a razão de ser, 
ou as racionalidades que lhe informam. 
Modelos assistenciais são a 
. Eles podem variar muito ao 
longo do tempo e espaço em que estão inseridos, de 
acordo com as mudanças que ocorrem na sociedade 
como um todo. 
No Brasil, ao longo da história, devido às transformações 
sociais, históricas e políticas, vários modelos assistenciais 
tiveram ascensão e declínio. No período da República, 
em meio às epidemias existentes, como febre amarela, 
peste e varíola, foram realizadas campanhas contra 
essas doenças, que por fim acabaram se tornando uma 
política de saúde. Já na década de 1930, houve instalação 
de centros e postos de saúde para atender algumas 
demandas específicas da população, como: pré-natal, 
vacinação, infecções sexualmente transmissíveis, 
tuberculose e hanseníase. Logo, percebe-se a 
presença de dois modelos assistenciais, 
 (atendimento a demandas específicas) e o 
 (campanhas de saúde para algumas 
demandas). 
PANORAMA GERAL PELO TEXTO DE PAIM 
Modelos e movimentos? – tem diferença!! 
TIPOS DE MODELOS DE ATENÇAO À SAÚDE 
 esse modelo privilegia as 
. Tem como características principais: 
1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro 
individualismo, saúde/doença da mercadoria, a história da 
prática médica, medicalização dos problemas, privilégio 
da medicina curativa, estímulo ao consumismo médico. 
❖ esse modelo é 
centrado também na 
. Ainda é o mais 
prestigiado na sociedade. O seu perfil principal 
é: demanda aberta, o objetivo é a doença ou 
o doente, seu agente é o médico, 
complementado pelos paramédicos, os meios 
de trabalho são as tecnologias médicas, as 
formas de organização são as redes de 
serviços, com destaque para hospitais. Esteve 
presente na assistência filantrópica e na 
. Fortalecido através do 
INAMPS, Instituto Nacional da Previdência Social. 
❖ o presente modelo está 
. Tem como principais 
áreas a epidemiologia clínica, informática e 
bioestatística. Como principais aspectos temos 
a retomada do aspecto saúde/doença como 
mercadoria, biologismo e a subordinação do 
consumidor. O principal diferencial desse 
modelo é que há uma racionalização dos 
procedimentos e serviços especializados indo 
em contra partida do modelo médico 
assistencial privatista. 
 essencialmente constituído de 
. Tem 
como principais exemplos de sua atividade: vacinação, 
controle de epidemias e erradicação de endemias O 
modelo sanitarista tem os seguintes aspectos: remete 
a ideia de campanha e programa, ilustra a saúde pública 
centrada no biomédico, fortalece influência americana, 
desenvolve programas especiais, incorpora ações de 
vigilância sanitária e epidemiológica. 
❖ 
 consiste em uma combinação entre 
disciplinas biológicas e epidemiológicas, 
resultando em uma 
. Seus principais 
aspectos são: administração vertical, com 
coordenadores ou gerente nacional, estadual e 
municipal, cujas decisões, normas e 
informações atravessam instituições, 
estabelecimentos e serviços de saúde de 
forma individualizada. O modelo de campanhas 
sanitárias e programas especiais podem gerar 
alguns transtornos, por existir um programa 
para cada doença, gerando dificuldade no 
controle de verbas, integração entre unidades 
de serviços e gestão. Além do fato de que 
muitas das vezes, vários indivíduos possuem 
mais de um problema de saúde ao mesmo 
tempo. 
PROPOSTAS ALTERNATIVAS 
É necessário buscar outras alternativas para a 
assistência à saúde. Assim, foram valorizadas propostas 
como oferta organizada, distritalização, ações 
programáticas de saúde, vigilância da Saúde, estratégia 
de saúde da família, acolhimento e linhas de cuidados, 
projetos assistenciais e equipes matriciais e de 
referência. A maior parte dessas propostas é com o 
MODELOS ASSISTENCIAIS NO BRASIL 
O processo de construção do Sistema Único de Saúde 
(SUS) tem o propósito central de racionalizar formas de 
financiamento e gestão dos sistemas estaduais e 
municipais de saúde, a partir de uma proposta de gerar 
maior autonomia política dos municípios. 
Hoje, o sistema de saúde brasileiro é uma relação entre 
os mais diversos modelos assistenciais, com maior 
vinculação aos modelos hegemônicos, bem como, o 
modelo médico assistencial privatista e o modelo 
assistencial sanitarista. Em contrapartida também busca 
a construção de modelos alternativos. 
As dificuldades do financiamento do modelo de saúde 
vinculado na doença exigem o estabelecimento de 
novas estratégias que visem a qualidade de vida e 
desenvolvimento das comunidades com participação 
dos cidadãos. 
Módulo 4 – Conceito de 
saúde e doença 
CONCEPÇÃO SAÚDE/DOENÇAMODELOS EXPLICATIVOS DO PROCESSO 
SAÚDE, DOENÇA E CUIDADO 
 A visão 
mágico-religiosa sobre a saúde e a doença e sobre 
como cuidar era a predominante na Antiguidade. O 
adoecer era concebido como resultante de 
transgressões de natureza individual e coletiva, sendo 
1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro 
requeridos, para reatar o enlace com as divindades, 
processos liderados pelos sacerdotes, feiticeiros ou 
xamãs. . 
 Esta noção associa a ideia de 
“proporção justa ou adequada” com a saúde e a 
doença. A 
. 
. A 
causa do desequilíbrio estava relacionada ao ambiente 
físico, tais como: os astros, o clima, os insetos, etc. De 
acordo com tal visão, o 
, corpo este tido como uma 
totalidade. 
 Hipócrates 
estabeleceu a relação homem/meio com o 
desenvolvimento de sua , teoria a 
qual defendia que os elementos água, terra, fogo e ar 
estavam subjacentes à explicação sobre a saúde e a 
doença. , na concepção hipocrática, é 
; a 
, e o 
. 
O 
conceito biomédico da é definido como 
, processo que conduz a uma 
perturbação da estrutura ou da função de um órgão, 
de um sistema ou de todo o organismo ou de suas 
funções vitais. O modelo biomédico focou-se, cada vez 
mais, na e passou a tratar o 
corpo em partes cada vez menores, reduzindo a saúde 
a um funcionamento mecânico. Foi também no 
Renascimento que a explicação para as doenças 
começou a ser relacionada às situações ambientais; a 
causa das doenças passava a estar num fator externo 
ao organismo, e o homem era o receptáculo da 
doença. Destas elaborações teóricas sobre o contágio 
firmou-se a , que foi a primeira 
proposta de explicação, dentro dos parâmetros da 
ciência, da associação entre o surgimento de epidemias 
e as condições do ambiente. A 
é baseada numa , em 
que o médico especialista é o mecânico que tratará da 
parte do corpo-máquina defeituosa ou do ambiente 
para o controle das possíveis causas de epidemias. 
Essa noção de sistema incorpora a 
ideia de todo, de 
, fazendo 
assim um contraponto à visão unidimensional e 
fragmentária do modelo biomédico. A 
, na qual um sistema epidemiológico 
se constitui num equilíbrio dinâmico. Ou seja, cada vez 
que um dos seus componentes sofre alguma alteração, 
esta repercute e atinge as demais partes, num 
processo em que o sistema busca novo equilíbrio. Essa 
definição de sistema epidemiológico aproxima-se da 
ideia de necessidade de um sistema de saúde 
complexo, que contemple um conjunto de ações e 
serviços de saúde capaz de identificar as interações dos 
determinantes da produção e reprodução das doenças 
e de atuar de forma efetiva no enfrentamento destes. 
A busca por explicações causais do processo saúde-
doença resultou na configuração da História Natural das 
Doenças (HND), conhecido como 
 O modelo da HND visa ao 
, compreendendo as interrelações do 
agente causador da doença, do hospedeiro da doença 
e do meio ambiente e o processo de desenvolvimento 
de uma doença. Esta forma de ajuda a 
compreender os diferentes métodos de prevenção e 
controle das doenças. A sistematização sugerida no 
modelo da HND orientou a organização do cuidado por 
diferentes níveis de complexidade, em termos de 
recursos e ações. Ao considerar a possibilidade de evitar 
a morte, são trazidas com este modelo diferentes 
possibilidades de prevenção e promoção da saúde, 
como interromper a transmissão, evitar o caso e 
promover vida com qualidade. 
DETERMINAÇÃO DO PROCESSO SAÚDE-
DOENÇA 
O processo saúde-doença é 
por englobar dimensões biológicas, 
psicológicas, socioculturais, econômicas, ambientais, 
políticas, enfim, pode-se identificar uma 
. 
Esse processo procura 
. Cada situação 
1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro 
de saúde específica, individual ou coletiva, é o 
. 
Com a OMS, o termo saúde foi redefinido, passando de 
uma visão mecânica para uma visão abrangente e não 
estática do processo saúde-doença. 
Para a , de 1990, “a saúde tem 
como fatores determinantes e condicionantes a 
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio 
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, 
o lazer, o acesso a bens e serviços essenciais, entre 
outros”. 
A saúde, a doença e o cuidado são determinados 
socialmente, variando conforme os tempos, os lugares 
e as culturas, o que implica dizer que a 
. 
O vem sofrendo mudanças 
e aperfeiçoamentos. Na 1ª Conferência Internacional 
sobre Promoção da Saúde, 1986, o conceito passou a 
estar relacionado à noção de promoção da saúde, que 
significa capacitar a comunidade para atuar na melhoria 
da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior 
participação social no controle do processo de saúde e 
doença. O que significa 
. 
Cabe destacar que 
, visto que ações de 
promoção visam interferir neles. Já que o 
, o que vai implicar, muitas vezes, a 
organização de ações intersetoriais, com métodos e 
enfoques apropriados. 
, para as pessoas individualmente 
e para as suas comunidades no território. A estratégia 
de promoção da saúde foi orientada para a modificação 
dos estilos de vida, para a adoção de hábitos saudáveis. 
A atuação na perspectiva da promoção da saúde visa 
a: 
❖ Acesso equitativo à saúde como direito de 
todos; 
❖ Desenvolvimento de um entorno facilitador da 
saúde; 
❖ Ampliação e potencialização das redes de 
apoio social; 
❖ Promoção de atitudes afirmativas para a saúde 
acompanhadas de estratégias de 
enfrentamento adequadas; 
❖ Ampliação da noção de construção 
compartilhada do conhecimento e de difusão 
de informações relacionadas à saúde; 
❖ Fortalecimento da noção de responsabilidade 
social e civil de gestores de forma 
compartilhada com a sociedade organizada. 
Percebe-se, portanto, que a 
; ela vai 
muito além: aponta na direção de um , 
em que indivíduos, grupos sociais e Estado têm papel 
importante a exercer para sua conquista. 
A SAÚDE E SEUS DETERMINANTES SOCIAIS 
Especialmente nos últimos vinte anos, observamos uma 
crescente tendência para a realização de estudos que 
abordam as 
., contrapondo a 
produção científica do século XIX e início do século XX, 
na qual a saúde era tratada, apenas, em seus aspectos 
biológicos. 
Inicialmente, devemos ressaltar que a 
 (DSS) ganhou especial 
importância apenas recentemente, no século XX, a 
partir do momento em que as ciências da saúde 
começam a ser entendidas como essencialmente 
sociais. Até meados do século XIX predominava a 
 (que dizia que 
) explicava as 
mudanças sociais e práticas de saúde observadas no 
âmbito dos novos processos de urbanização e 
industrialização até aquele momento histórico. Estudos 
sobre a contaminação da água e dos alimentos, assim 
como sobre riscos ocupacionais, trouxeram importante 
reforço para o conceito de miasma e para as ações de 
saúde pública. 
No entanto, nas últimas décadas daquele século o 
trabalho de bacteriologistas como Koch e Pasteur 
firmou um novo paradigma para a explicação do 
processo saúde-doença. A partir desse paradigma, 
desenvolve-se práticas de saúde centradas em doenças 
específicas. Assim, prevaleceu o conceito de saúde 
estritamente biologicista, estreitando o foco da saúde 
pública, esvaziando-a de seu conteúdo sociopolítico. 
No centro do debate da Fundação Rockefeller, 
estiveram questões como: deve a saúde pública tratar 
1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro 
do estudo de doenças específicas, como um ramo 
especializado da medicina, baseando-se 
fundamentalmente na microbiologia e nos sucessos da 
teoria dos germes ou deve centrar-se no estudo da 
influência das condições sociais, econômicas e 
ambientais na saúde dos indivíduos? 
O conflito entre saúde pública e medicina e entre os 
enfoques biológico e social do processo saúde-doença 
estiveram no centro do debate sobre a configuração 
desse novo campo de conhecimento, de prática e de 
educação. 
Diante da tensão entre essas ideias, a , 
em 1948, representou um marco para uma 
. No entanto, a grande onda de 
campanhas de vacinação contra certas epidemiassustentava o enfoque bacteriológico. 
Apesar da preponderância do enfoque médico 
biológico na conformação inicial da saúde pública como 
campo científico, em detrimento dos enfoques 
sociopolíticos e ambientais, observa-se, ao longo do 
século XX, uma permanente tensão entre essas 
abordagens. 
Com o , a 
. 
Esse modelo político-econômico estrutura uma 
sociedade composta por duas classes antagônicas - 
burguesia e proletariado - na qual o trabalho é realizado 
com base na exploração de uma classe sobre a outra. 
Portanto, é importante considerar que, nessas 
condições, o trabalho torna-se o motivo de riqueza de 
uns e da pobreza de muitos. 
A criação da OMS, em 1948, e a 
 e não meramente a ausência de doença ou 
enfermidade representou um marco para uma nova 
concepção de saúde. 
É apenas com a , em 1978, 
que a discussão sobre os DSS ganha notoriedade. 
Entre as diversas definições de determinantes 
socias de saúde (DSS), para a Comissão Nacional sobre 
os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), 
 
. 
Virchow, um dos mais destacados cientistas vinculados 
a essa teoria, entendia que a “ciência méd ica é 
intrínseca e essencialmente uma ciência social”, que as 
condições econômicas e sociais exercem um efeito 
importante sobre a saúde e a doença. 
Um dos 
aspectos que merece ser destacado nos estudos sobre 
os DSS consiste em 
; pelo contrário, as 
diferenças de saúde parecem resultar de hábitos e 
comportamentos construídos socialmente e, 
principalmente, de fatores que estão fora do controle 
direto do indivíduo ou do grupo. 
Nesse sentido, a investigação de fatores individuais é 
importante para a identificação dos indivíduos mais 
vulneráveis dentro do grupo. 
, 
principalmente na produção das iniquidades de saúde, 
ou seja, daquelas desigualdades de saúde entre grupos 
populacionais que, além de sistemáticas e relevantes, 
são também evitáveis, injustas e desnecessárias. 
Há várias abordagens para o estudo dos mecanismos 
através dos quais os DSS provocam as iniquidades de 
saúde. A primeira delas privilegia os “aspectos físico-
materiais” na produção da saúde e da doença, 
entendendo que as diferenças de renda influenciam a 
saúde pela escassez de recursos dos indivíduos e pela 
ausência de investimentos em infraestrutura 
comunitária (educação, transporte, saneamento, 
habitação, serviços de saúde etc.), decorrentes de 
processos econômicos e de decisões políticas. Outro 
enfoque privilegia os “fatores psicossociais”, explorando 
as relações entre percepções de desigualdades sociais, 
mecanismos psicobiológicos e situação de saúde, com 
base no conceito de que as percepções e as 
experiências de pessoas em sociedades desiguais 
provocam estresse e prejuízos à saúde. Os enfoques 
“ecossociais” e os chamados “enfoques multiníveis” 
buscam integrar as abordagens individuais e grupais, 
sociais e biológicas numa perspectiva dinâmica, histórica 
e ecológica. 
Finalmente, há os enfoques que buscam analisar as 
relações entre a saúde das populações, as 
desigualdades nas condições de vida e o grau de 
desenvolvimento da trama de vínculos e associações 
entre indivíduos e grupos. 
1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro 
Na tentativa de esquematizar as relações entre os 
diversos fatores analisados, alguns modelos foram 
criados levando em consideração, os DSS. 
Descreve que a 
posição social do indivíduo é determinada por um dado 
contexto social, que, por sua vez, provoca diferenciais 
de saúde, como exposição diferente a riscos diferentes 
e, considerando que cada indivíduo, uma vez tendo sido 
exposto, possui uma vulnerabilidade e uma reação 
específica a esses riscos, as consequências sociais e 
físicas serão diferentes ao se contrair uma doença. 
Aqui se incluem políticas que diminuam as diferenças 
sociais, como as relacionadas ao mercado de trabalho, 
educação e seguridade social, além de um sistemático 
acompanhamento de políticas econômicas e sociais 
para avaliar seu impacto e diminuir seus efeitos sobre a 
estratificação social. 
O segundo conjunto de políticas busca diminuir os 
diferenciais de exposição a riscos, tendo como alvo, por 
exemplo, os grupos que vivem em condições de 
habitação insalubres, trabalham em ambientes pouco 
seguros ou estão expostos a deficiências nutricionais. 
Aqui se incluem também políticas de fortalecimento de 
redes de apoio a grupos vulneráveis para mitigar os 
efeitos de condições materiais e psicossociais adversas. 
 Inclui os DSS 
dispostos em diferentes camadas, segundo seu nível de 
abrangência, desde uma camada mais próxima dos 
determinantes individuais até uma camada mais distal, 
onde se situam os macrodeterminantes. 
 indivíduos com suas caraterísticas 
individuais (idade, sexo e fatores genéticos). 
 comportamento e os estilos 
de vida individuais (condicionados por DSS, pois 
são influenciados pelas condições sociais). 
 redes comunitárias e de 
apoio (expressa o nível de coesão social). 
 condições de vida e de 
trabalho - disponibilidade de alimentos e acesso 
a ambientes e serviços essenciais, como saúde 
e educação, indicando que as pessoas em 
desvantagem social correm um risco 
diferenciado. 
 condições econômicas, culturais 
e ambientais da sociedade (influência sobre as 
demais camadas). 
❖ São os macrodeterminantes sociais e 
econômicos os mais significativos para 
as iniquidades, visto que, 
definitivamente, os fatores biológicos 
são os menos decisivos para a situação 
de saúde dos indivíduos de classes 
sociais desfavorecidas. 
O fenômeno da globalização surge como um processo 
que ultrapassa a esfera econômica, sendo também 
social e cultural. No entanto, apesar de criar riquezas, 
são demasiados os países e as pessoas que não são 
beneficiados. Dessa forma, ao invés de solucionar o 
problema da pobreza no mundo, acaba por aumentá-
lo. 
A diferença de riqueza material entre as pessoas se 
reflete nos indicadores de saúde, por exemplo: em 2001 
a mortalidade de crianças menores de 5 anos era 2.2 
vezes mais alta no quintil mais pobre do que no quintil 
mais rico da população mundial; e a desnutrição em 
mulheres era 1,9 vezes mais elevada nos pobres (Buss, 
2007). 
A criação da CNDSS é uma resposta 
ao movimento global em torno dos DSS desencadeado 
pela OMS, que em março de 2005 criou a Comissão 
sobre Determinantes Sociais da Saúde (Commission on 
Social Determinants of Health - CSDH), com o objetivo 
de promover, em âmbito internacional, uma tomada de 
consciência sobre a importância dos determinantes 
sociais na situação de saúde de indivíduos e populações 
e sobre a necessidade do combate às iniquidades de 
saúde por eles geradas. 
Sua constituição diversificada é uma expressão do 
reconhecimento de que a saúde é um bem público, 
construído com a participação solidária de todos os 
setores da sociedade brasileira. 
As atividades da CNDSS têm preceito constitucional de 
reconhecer a saúde como um “direito de todos e dever 
do Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença 
e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às 
ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação” (artigo 196 da Constituição brasileira de 
1988). 
Três compromissos vêm orientando a atuação da 
Comissão: 
❖ Compromisso com a ação: implica apresentar 
recomendações concretas de políticas, 
programas e intervenções para o combate às 
iniquidades de saúde geradas pelos DSS. 
❖ Compromisso com a equidade: a promoção da 
equidade em saúde é fundamentalmente um 
compromisso ético e uma posição política que 
1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro 
orienta as ações da CNDSS para assegurar o 
direito universal à saúde. 
❖ Compromisso com a evidência: as 
recomendações da Comissão devem estar 
solidamente fundamentadas em evidências 
científicas, que permitam, por um lado, 
entender como operam os determinantes 
sociais na geração das iniquidades em saúde e, 
por outro, como e onde devem incidir as 
intervenções para combatê-las eque 
resultados podem ser esperados em termos 
de efetividade e eficiência. 
Os principais objetivos da CNDSS são: 
❖ Produzir conhecimentos e informações sobre 
os DSS no Brasil; 
❖ Apoiar o desenvolvimento de políticas e 
programas para a promoção da equidade em 
saúde; 
❖ Promover atividades de mobilização da 
sociedade civil para tomada de consciência e 
atuação sobre os DSS. 
Para o alcance desses objetivos, a CNDSS vem 
desenvolvendo as seguintes linhas de atuação: 
 Produção de conhecimentos e informações 
sobre as relações entre os determinantes 
sociais e a situação de saúde, particularmente 
as iniquidades de saúde, com vistas a 
fundamentar políticas e programas. 
 Promoção, apoio, seguimento e avaliação de 
políticas, programas e intervenções 
governamentais e não-governamentais 
realizadas em nível local, regional e nacional. 
 Desenvolvimento de ações de promoção e 
mobilização junto a diversos setores da 
sociedade civil, para a tomada de consciência 
sobre a importância das relações entre saúde 
e condições de vida e sobre as possibilidades 
de atuação para diminuição das iniquidades de 
saúde. 
 Portal sobre DSS: a CNDSS mantém uma 
página institucional com informações sobre as 
atividades que vem desenvolvendo, além de 
publicações de interesse. 
Assim, a lógica dos determinantes sociais da saúde 
coloca três imperativos. Primeiro, reduzir as iniquidades 
em saúde é um imperativo moral. Segundo, também é 
fundamental melhorar a saúde e ampliar o bem-estar, 
promover o desenvolvimento e, de forma geral, 
alcançar as metas de saúde. Terceiro, acima de tudo, 
para que uma série de metas prioritárias da sociedade 
sejam alcançadas, é preciso realizar ações sobre os 
determinantes sociais. 
O relatório da OMS 
confirmado na Conferência Mundial sobre 
Determinantes da Saúde, ocorrida no Rio de Janeiro, 
reafirmou os três princípios de ação: 
 — 
as circunstâncias em que as pessoas nascem, 
crescem, vivem, trabalham e envelhecem. 
As desigualdades na organização da sociedade implicam 
que a liberdade para gozar de uma vida próspera e de 
boa saúde esteja distribuída de forma desigual dentro e 
entre sociedades. Essa desigualdade pode ser 
constatada nas condições vigentes na primeira infância 
e idade escolar, na natureza das condições laborais e 
de emprego, nas características físicas do ambiente de 
trabalho e na qualidade do ambiente natural em que as 
pessoas habitam. Do mesmo modo, a estratificação 
social determina o acesso e uso diferenciado de 
cuidados de saúde, com consequências para a 
promoção desigual de saúde e bem-estar, prevenção 
e recuperação de doenças e sobrevivência. 
 
 — os motores estruturais 
das condições de vida referidas (nos níveis 
global, nacionais e locais). 
Diferentes políticas de governo, dependendo da sua 
natureza, podem melhorar ou degradar a saúde e a 
equidade na saúde. Políticas públicas de qualidade 
podem produzir benefícios na saúde de forma imediata 
e em longo prazo. A coerência política é crucial, pois 
implica que as políticas de diferentes órgãos 
governamentais se complementem, em vez de se 
contradizerem, relativamente à produção de riqueza e 
à igualdade na saúde. A ação intersetorial para a saúde 
— desenvolvimento de políticas e ações coordenadas 
entre setores relacionados e externos à saúde — pode 
ser uma estratégia-chave para se atingir esses 
objetivos. Transcender a ação governamental para 
envolver a sociedade civil e os setores privado e de 
voluntariado é um passo vital na ação para a igualdade 
na saúde. A inclusão crescente da participação da 
comunidade e da sociedade nos processos das políticas 
ajuda a assegurar decisões justas sobre os temas da 
igualdade na saúde. 
. 
A inclusão, atuação e controle são importantes para o 
desenvolvimento social, saúde e bem-estar, e a 
1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro 
restrição da participação resulta na privação das 
capacidades humanas, abrindo caminho a desigualdades, 
por exemplo, na educação, no emprego e no acesso 
aos avanços técnicos e biomédicos disponíveis. A ação 
comunitária ou da sociedade civil sobre as desigualdades 
na saúde não pode ser separada da responsabilidade 
dos Estados em garantir um conjunto abrangente de 
direitos e da distribuição justa dos bens materiais e 
sociais essenciais por entre os diferentes grupos da 
população. 
As alterações nas relações de poder podem se 
desenrolar em diversos níveis, desde a escala micro, 
dos indivíduos, agregados familiares ou comunidades, à 
macro das relações estruturais entre as instituições e 
agentes econômicos, sociais e políticos. 
 
A ação sobre os determinantes sociais da saúde será 
mais eficiente se os sistemas de informação, incluindo 
o registro de dados vitais e a monitorização de rotina 
das desigualdades na saúde e dos determinantes sociais 
da saúde, forem implementados e se houver 
mecanismos que garantam a compreensão e aplicação 
da informação para o desenvolvimento de políticas, 
sistemas e programas mais eficazes. A educação e a 
formação acerca dos determinantes sociais da saúde 
são absolutamente imperativas. 
Módulo 5 – Sistema Único de 
Saúde - Princípios 
PRINCÍP IOS E DIRETRIZES DO SUS 
INTRODUÇÃO 
Os princípios e diretrizes do SUS precisam ser 
observados a partir de uma perspectiva histórica e 
epistemológica para serem entendidos, visto que é um 
produto resultante de um processo político, que 
expressa concepções sobre saúde e doença, direitos 
sociais, gestão, relações entre as esferas de governo 
do país e outros. 
 é constituída por 3 documentos que 
expressam os elementos básicos que estruturam e 
organizam o sistema de saúde brasileiro. 
 saúde é vista 
como um dos setores que estruturam a 
seguridade social. 
 
(setembro/1990) fala sobre organização e 
regulação das ações e serviços de saúde em 
todo o território brasileiro. 
 (dezembro/1990) estabelece o 
formato da participação popular no SUS e 
dispõe sobre as transferências 
intergovernamentais de recursos financeiros na 
área de saúde. 
 é importante entender a diferença 
porque, para defender os direitos do SUS, é necessário 
conhecer quais elementos o orientam e marcam 
historicamente a luta popular pela saúde. 
É difícil definir claramente a diferença entre princípio e 
diretriz. Aparentemente pode parecer uma tarefa 
simples, não fosse a própria dificuldade apresentada 
pelos legisladores quando formularam o texto 
constitucional e a lei orgânica da saúde. 
Por exemplo, o texto constitucional em nenhum 
momento menciona o termo princípios, afirmando que 
o SUS é organizado a partir de diretrizes. Já a lei 8.080 
de 1990, afirma que o SUS ser· organizado de acordo 
com as diretrizes dispostas no artigo 198 da constituição 
e também por princípios discriminados no texto. 
Alguns elementos apresentados como princípios na lei 
8.080 são exatamente os mesmos que constam como 
diretrizes do texto constitucional. 
, de acordo com o dicionário Houaiss, pode 
ser: (1) o primeiro momento da existência (de algo), ou 
de uma ação ou processo; começo, início; (2) o que 
serve de base a alguma coisa; causa primeira, raiz, 
razão; (3) ditame moral; regra, lei, preceito. Assim, se 
levarmos em consideração as definições 2 e 3, 
podemos enxergar os princípios do SUS como sua 
base, o alicerce para o sistema de saúde brasileiro. Tais 
princípios ainda apresentam valores, preceitos etc . 
Então, um princípio do SUS é, ao mesmo tempo, um 
, ou 
seja, são os valores que 
. 
, por sua vez, no mesmo dicionário, pode ser 
definida como: (1) a linha básica que determina o traçado 
1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro 
de uma estrada; (2) esboço, em linhas gerais, de um 
plano, projeto etc.; (3) norma de procedimento, 
conduta, diretiva. Assim, os sentidos apontados nos 
levam a entender diretrizes como algo que define um 
rumo, dinâmica ou estratégia que organiza o SUS. 
Mostram caminhos e meios para atingir objetivos . 
Então, 
 que, em última instância, estariam 
articuladascom seus princípios. 
Os são o 
 
(doutrina = conjunto de elementos que 
justificam/embasam um sistema ou teoria). São uma 
escolha e resultado da luta da sociedade brasileira para 
legitimar e garantir esses valores. Os 
 representam a 
. 
PRINCÍPIOS 
São 3 elementos que compõem a base cognitiva, 
ideativa e filosófica do sistema brasileiro e que foi inscrita 
na Constituição Federal de 1988: universalidade; 
equidade; integralidade. 
art. 196 afirma que 
. O que significa que a saúde 
é um DIREITO, não um serviço (por meio de 
pagamento). 
. 
Com a universalidade, torna-se inadequado o uso de 
menções à ideia de gratuidade, é inapropriado afirmar 
que o SUS é gratuito, uma vez que a saúde é um 
 (não algo individual garantido 
mediante pagamento). apenas para reafirmar o 
princípio/direito, não significa que não é financiado. 
O 
 de 
obtenção de recursos que devem ser administrados 
para atender aos princípios do SUS e às demandas de 
saúde da população. 
A universalidade do SUS apresenta-se não apenas 
como o direito à saúde garantido mediante políticas 
públicas, bem como aponta para a questão do 
 de raça, 
sexo, religião ou qualquer outra forma de discriminação 
do cidadão brasileiro. 
Tem dois principais : 
❖ A universalidade do acesso às ações e serviços 
de saúde;
❖ A universalidade das condições de vida que 
possibilitem boas condições de saúde.
fruto das inequidades sociais e econômicas 
gera desigualdades no acesso, na gestão e na produção 
de serviços de saúde. Portanto, a (para alguns 
autores), , mas sim, “
”, atentando, assim, para as 
necessidades coletivas e individuais, procurando 
. 
Tal princípio , não o 
espaço da igualdade. É a concepção de um espaço 
regulador das diferenças, no sentido de reduzir ou 
atentar para as iniquidades. Isso é reconhecer a 
pluralidade e a diversidade da condição humana nas suas 
necessidades e nas suas potencialidades. 
A preocupação de equidade coloca o problema da 
distribuição de recursos, insumos e serviços que 
pertence a uma forma diferenciada da noção de 
igualdade: ‘ ’ atribuir partes 
diferentes a pessoas diferentes, na proporção da 
diferença. 
O da equidade é estabelecer um juízo de 
valor para eleger critérios de distribuição, classificando 
pessoas ou populações e estabelecendo modos de 
distinção. Alguns autores identificam como critério a 
priorização de segmentos populacionais com base em 
indicadores epidemiológicos e de distribuição de renda. 
Assim, apesar de reconhecermos a inequidade do 
sistema de saúde e da distribuição de riqueza no país, 
. 
tem sido muito revisitado, estudado e 
debatido nos últimos anos, influenciando os modelos de 
gestão e participação popular, a formulação de políticas, 
os saberes e as práticas em saúde, bem como 
estruturando a formação de trabalhadores para a saúde. 
É importante identificar os diversos sentidos de 
integralidade presentes no campo da saúde: 
 ideia de construção de 
um sistema único de saúde. A integralidade 
apresenta-se como uma ruptura histórica e 
institucional. A Constituição afirma que o 
atendimento integral deve priorizar as ações 
preventivas, sem prejuízo das ações de 
assistência. Isso significa afirmar que o usuário 
do SUS tem o direito a serviços que atendam 
às suas necessidades, ou seja, da vacina ao 
1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro 
transplante, com prioridade para o 
desenvolvimento de ações preventivas. 
 
 organização de uma prática em saúde 
integral. Concepção do processo 
saúde/doença, a noção de atenção integral 
também fala sobre a crítica ao reducionismo 
biomédico. A compreensão das diversas 
dimensões que determinam a produção da 
saúde e da doença, envolvendo o sujeito como 
um todo e suas relações com a sociedade e o 
meio ambiente, e não apenas sua descrição 
biológica. Deve existir para atender à 
diversidade de necessidades das pessoas e dos 
grupos sociais. 
 
formulação de políticas pautadas na atenção 
integral. As políticas de saúde devem ser 
formuladas tendo em vista a integralidade, 
compreendendo a atenção às necessidades de 
grupos específicos. 
 
 formação e gestão do 
trabalho em saúde. A formação de 
trabalhadores da saúde deve ser concebida a 
partir de uma organização dos conhecimentos 
e das práticas que viabilizem o reconhecimento 
da integralidade como o eixo norteador do 
processo educativo. Essa proposta guarda 
relações com a perspectiva da politecnia, na 
qual a compreensão das bases que 
fundamentam a prática profissional possibilita a 
reflexão sobre a produção do conhecimento, 
o processo de trabalho e a emancipação dos 
trabalhadores no seu sentido político-produtivo. 
A crítica à divisão entre trabalho manual e 
trabalho intelectual, entre a divisão social e 
técnica do trabalho em saúde, deve ser 
superada na articulação entre trabalho, 
educação e saúde com base na integralidade, 
trazendo repercussões para processo de 
trabalho em saúde. 
D IRETRIZES 
Terminar essa merdaaaaaaaaaaaaa 
Módulo 6 – PNAB I 
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO 
BÁSICA 
BASES LEGAIS 
❖ Portaria nº 2 de Consolidação do MS 
(set/2017), sobre todas as políticas de saúde 
do SUS; 
❖ Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017 
❖ Aprova a Política Nacional de Atenção Básica 
- PNAB, com vistas à revisão da 
regulamentação de implantação e 
operacionalização vigentes, no âmbito do 
Sistema Único de Saúde - SUS, 
estabelecendo-se as diretrizes para a 
organização do componente Atenção Básica, 
na Rede de Atenção à Saúde - RAS. 
❖ A Política Nacional de Atenção Básica 
considera os termos Atenção Básica - AB e 
Atenção Primária à Saúde - APS, nas atuais 
concepções, termos equivalentes, de forma a 
associar a ambas os princípios e as diretrizes 
definidas neste documento. 
❖ A AB é o conjunto de ações de saúde 
individuais, familiares e coletivas que envolvem 
promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, 
tratamento, reabilitação, redução de danos, 
cuidados paliativos e vigilância em saúde, 
desenvolvida por meio de práticas de cuidado 
integrado e gestão qualificada, realizada com 
equipe multiprofissional e dirigida à população 
em território definido, sobre as quais as 
equipes assumem responsabilidade sanitária. 
❖ A AB será ofertada integralmente e 
gratuitamente a todas as pessoas, de acordo 
com suas necessidades e demandas do 
território, considerando os determinantes e 
condicionantes de saúde. 
❖ A integração entre a Vigilância em Saúde e 
Atenção Básica é condição essencial para o 
alcance de resultados que atendam às 
necessidades de saúde da população, na ótica 
da integralidade da atenção à saúde. 
❖ Todos os estabelecimentos de saúde que 
prestem ações e serviços de Atenção Básica, 
no âmbito do SUS, de acordo com esta 
portaria, serão denominados Unidade Básica 
de Saúde - UBS. 
❖ Todas as UBS são consideradas potenciais 
espaços de educação, formação de recursos 
humanos, pesquisa, ensino em serviço, 
inovação e avaliação tecnológica para a RAS. 
RESPONSABILIDADES 
1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro 
❖ Contribuir para a orientação do modelo de 
atenção e gestão de acordo com as diretrizes 
da Portaria; 
❖ Apoiar e estimular a adoção da Estratégia 
Saúde da Família - ESF como estratégia 
prioritária de expansão, consolidação e 
qualificação da Atenção Básica; 
❖ Garantir a infraestrutura adequada e com boas 
condições; 
❖ Contribuir com o financiamento tripartite; 
❖ Assegurar ao usuário o acesso universal, 
equânime e ordenado às ações e serviços de 
saúde do SUS, além de outras atribuições que 
venham a ser pactuadas pelas Comissões 
Intergestores; 
❖ Estabelecer, nos respectivos Planos Municipais, 
Estaduais e Nacional de Saúde, prioridades, 
estratégias e metas para a organização da 
Atenção Básica; 
❖ Desenvolver os mecanismos e as estratégias 
de qualificação da força de trabalho para 
gestão e atenção à saúde, estimular e viabilizar 
a formação, educação permanente e 
continuada dos profissionais, garantir direitos 
trabalhistas e previdenciários,qualificar os 
vínculos de trabalho e implantar carreiras que 
associem desenvolvimento do trabalhador com 
qualificação dos serviços ofertados às pessoas; 
❖ Desenvolver, disponibilizar e implantar os 
Sistemas de Informação da Atenção Básica 
vigentes; 
❖ Garantir, de forma tripartite, dispositivos para 
transporte em saúde; 
❖ Estimular a participação popular e o controle 
social; 
❖ Desenvolver as ações de assistência 
farmacêutica e do uso racional de 
medicamentos, garantindo a disponibilidade e 
acesso a medicamentos e insumos em 
conformidade com a RENAME. 
❖ Definir e rever periodicamente, na CIT, as 
diretrizes da PNAB; 
❖ Articular com o Ministério da Educação 
estratégias de indução às mudanças 
curriculares nos cursos de graduação e pós-
graduação na área da saúde, visando à 
formação de profissionais e gestores com 
perfil adequado à Atenção Básica; 
❖ Pactuar, na Comissão Intergestores Bipartite 
(CIB), diretrizes e normas para a implantação e 
implementação da PNAB; 
❖ Verificar a qualidade e a consistência de 
arquivos dos sistemas de informação enviados 
pelos municípios, de acordo com prazos e 
fluxos estabelecidos para cada sistema, 
retornando informações aos gestores 
municipais; 
❖ Divulgar periodicamente os relatórios de 
indicadores da Atenção Básica, com intuito de 
assegurar o direito fundamental de acesso à 
informação. 
ATENÇÃO BÁSICA 
❖ Portaria, conforme normatização vigente no 
SUS, define a organização em Redes de 
Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para 
um cuidado integral e direcionado às 
necessidades de saúde da população, destaca 
a Atenção Básica como primeiro ponto de 
atenção e porta de entrada preferencial do 
sistema, que deve ordenar os fluxos e 
contrafluxos de pessoas, produtos e 
informações em todos os pontos de atenção 
à saúde; 
❖ Tem na Saúde da Família a sua estratégia 
prioritária para expansão e consolidação; 
❖ Reconhece outras estratégias nos territórios, 
num processo progressivo e singular, que 
considera e inclui as especificidades 
locorregionais, ressaltando a dinamicidade do 
território e a existência de populações 
específicas, itinerantes e dispersas, que 
também são de responsabilidade da equipe; 
❖ Considera a pessoa em sua singularidade e 
inserção sociocultural, buscando produzir a 
atenção integral; 
❖ Incorporar ações de vigilância em saúde - um 
processo contínuo e sistemático de coleta, 
consolidação, análise e disseminação de dados 
sobre eventos relacionados à saúde; 
❖ Planejamento e implementação de ações 
públicas para a proteção da saúde da 
população, a prevenção e o controle de riscos, 
agravos e doenças, bem como para a 
promoção da saúde; 
❖ Superar a dicotomia/oposição entre assistência 
e promoção da saúde, compreendendo os 
múltiplos determinantes e condicionantes que 
influenciam no estado de saúde, sabendo que 
1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro 
grande parte deles pode ser contemplada pela 
AB. 
❖ possibilitar o acesso universal e 
contínuo aos serviços de qualidade e 
resolutivos, caracterizados como porta de 
entrada (primeiro contato) aberta e 
preferencial da RAS, acolhendo as pessoas e 
promovendo a vinculação e 
corresponsabilização pela atenção às suas 
necessidades, aplicando mecanismos que 
assegurem acessibilidade e acolhimento por 
parte das equipes de UBS, recebendo e 
ouvindo a todos, sem exclusão, para 
posteriormente construir respostas para as 
demandas. 
❖ ofertar o cuidado, reconhecendo as 
diferenças nas condições de vida e saúde, de 
acordo com as necessidades diversas, em 
estratégias que permitam minimizar 
desigualdades e evitar exclusão social de 
grupos que possam vir a sofrer estigmatização 
ou discriminação. 
❖ conjunto de serviços 
executados pela equipe de saúde nos campos 
do cuidado, da promoção e manutenção da 
saúde, da prevenção de doenças e agravos, da 
cura, da reabilitação, redução de danos e dos 
cuidados paliativos. Inclui a responsabilização 
pela oferta de serviços em outros pontos de 
atenção à saúde e o reconhecimento 
adequado das necessidades biológicas, 
psicológicas, ambientais e sociais causadoras 
das doenças. 
❖ regiões de 
saúde como um recorte espacial estratégico 
para fins de planejamento, organização e 
gestão de redes de ações e serviços de saúde 
em determinada localidade, e a hierarquização 
como uma forma de organização de pontos 
de atenção da RAS entre si, com fluxos e 
referências estabelecidos, tendo a Atenção 
Básica como ponto de comunicação entre eles 
❖ para a portaria, 
território é considerado a unidade geográfica 
única do SUS, de construção descentralizada, 
na execução das ações estratégicas destinadas 
à vigilância, promoção, prevenção, proteção e 
recuperação da saúde. 
❖ população que está 
presente no território da UBS, estimulando o 
desenvolvimento de relações de vínculo e 
responsabilização entre as equipes e a 
população, garantindo a continuidade das ações 
de saúde e a longitudinalidade do cuidado. 
❖ o 
desenvolvimento de ações de cuidado de 
forma singularizada, que auxilie as pessoas a 
desenvolverem os conhecimentos, as aptidões, 
as competências e a confiança necessária para 
gerir e tomar decisões sobre sua própria saúde 
e seu cuidado de saúde. 
❖ a importância da Atenção 
Básica ser resolutiva, utilizando e articulando 
diferentes tecnologias de cuidado individual e 
coletivo, por meio de uma clínica ampliada, 
devendo ser capaz de resolver a grande 
maioria dos problemas de saúde da população, 
coordenando o cuidado do usuário em outros 
pontos da RAS, quando necessário. 
❖ a continuidade 
da relação de cuidado, com construção de 
vínculo e responsabilização entre profissionais 
e usuários ao longo do tempo, de modo 
permanente e consistente, acompanhando os 
efeitos das intervenções em saúde e de outros 
elementos na vida das pessoas, evitando a 
perda de referências e diminuindo os riscos de 
iatrogenia decorrentes do desconhecimento 
de história de vida e coordenação do cuidado. 
❖ elaborar, acompanhar e 
organizar o fluxo dos usuários entre os pontos 
de atenção das RAS. Atuando como o centro 
de comunicação entre os diversos pontos de 
atenção, com o objetivo de produzir a gestão 
compartilhada da atenção integral. 
❖ reconhecer as 
necessidades de saúde da população sob sua 
responsabilidade, organizando as necessidades 
desta população em relação aos outros pontos 
de atenção à saúde, contribuindo para que o 
planejamento das ações, assim como, a 
programação dos serviços de saúde, parta das 
necessidades de saúde das pessoas. 
❖ estimular a 
participação das pessoas, a orientação 
comunitária das ações de saúde na Atenção 
Básica e a competência cultural no cuidado, 
como forma de ampliar sua autonomia e 
capacidade, considerando ainda enfrentamento 
dos determinantes e condicionantes de saúde, 
através de articulação e integração de ações 
intersetoriais. 
1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro 
Módulo 7 – PNAB II 
INFRAESTRUTURA, AMBIÊNCIA E 
FUNCIONAMENTO DA ATENÇÃO 
BÁSICA 
Deve estar adequada ao quantitativo de população 
adscrita e suas especificidades, levando em 
consideração o perfil da população, tipo de equipe e 
serviços que devem ser feitos, além de ser um local 
acolhedor. Um fato importante é que deve haver, 
dentro da UBS, ambientes adequados para a formação 
de estudantes e trabalhadores de saúde de nível médio 
e superior para a formação permanente na UBS. Tudo 
isso deve estar de acordo com as normas sanitárias 
vigentes como a identificação da Atenção Básica e do 
SUS e o cadastro no Sistema de Cadastro Nacional de 
Estabelecimentos de Saúde (SCNES), importante 
também para todos os pontos de apoio nas populações 
dispersas. 
São recomendados componentes que vão qualificar o 
espaço da UBS, como: recepção sem grades, 
identificação dos serviços, escala dos profissionais, 
horários de funcionamento e sinalização de fluxos, 
conforto térmico e acústico, e espaços adaptados para 
as pessoas com deficiência.TIPOS DE UNIDADES DE SAÚDE 
consultório, com sanitário, 
médico e de enfermagem, sala de vacinas, área 
farmacêutica, sala de inalação coletiva, sala de 
coleta/exames, sala de curativos, sala de esterilização, 
sala de observação, sala de atividades coletivas para os 
profissionais e sala de expurgo (ambiente destinado à 
limpeza, desinfecção e guarda dos materiais e roupas 
utilizados na assistência ao paciente e guarda 
temporários de resíduos.) Se forem compostas por 
profissionais de saúde bucal, será necessário consultório 
odontológico com equipe odontológica completa;
Área de recepção, local para arquivos e registros, sala 
multiprofissional de acolhimento à demanda 
espontânea, sala de administração e gerência, banheiro 
público e para funcionários. 
constitui um novo 
modelo, concebido para viabilizar cuidados básicos em 
saúde, visando a cobertura universal para populações 
ribeirinhas como a da Amazônia e Pantanal, entendendo 
o rio como caminho que o serviço de saúde deve 
utilizar para promoção da equidade. 
Vão ter quase as mesmas recomendações da anterior 
com destaque ao consultório médico e enfermagem; 
assistência farmacêutica, laboratório, sala de vacina; sala 
de procedimentos; equipe odontológica se preciso, 
cozinha e outros ambientes conforme necessidade. 
recomenda-se veículo 
devidamente adaptado para a finalidade de atenção à 
saúde bucal, equipado com compressor para uso 
odontológico com sistema de filtragem; aparelho de 
raios-x; aventais de chumbo; conjunto de peças de 
mão; gabinete odontológico; cadeira odontológica, 
equipo; refletor odontológico; unidade auxiliar 
odontológica; mocho odontológico; autoclave; 
amalgamador; fotopolimerizador; e refrigerador. em 
resumo, todos os materiais odontológicos necessários 
para um atendimento básico e eficiente. 
FUNCIONAMENTO 
É recomendado o funcionamento durante 
. A 
distribuição da carga horária dos profissionais é de 
responsabilidade do gestor, devendo considerar o perfil 
demográfico e epidemiológico local. Para se ter uma 
maior facilidade de acesso e resolutividade é 
recomendado: 
❖ População adscrita por equipe de Atenção 
Básica (eAB) e de Saúde da Família (eSF) de 
2.000 a 3.500 pessoas, podendo ser maior ou 
menor de acordo com a vulnerabilidade do 
território e o número de pessoas da população. 
❖ 4 (quatro) equipes por UBS. 
 ações e procedimentos básicos 
relacionados a condições básicas/essenciais de acesso 
e qualidade na Atenção Básica; 
ações e procedimentos 
considerados estratégicos para se avançar e alcançar 
padrões elevados de acesso e qualidade na Atenção 
Básica, considerando especificidades locais. 
Os serviços dos padrões essenciais, bem como 
os equipamentos e materiais necessários, 
devem ser garantidos igualmente para todo o 
país, buscando uniformidade de atuação da 
Atenção Básica no território nacional. Já o 
elenco de ações e procedimentos ampliados 
devem contemplar de forma mais flexível às 
necessidades e demandas de saúde das 
populações em cada localidade, sendo definido 
a partir de suas especificidades locorregionais. 
Toda UBS deve monitorar a satisfação de seus 
usuários por meio de caixas de sugestões ou canais 
1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro 
eletrônicos, que deve ser encaminhado para o 
responsável. 
❖ Identificação e horário de atendimento; 
❖ Mapa de abrangência, com a cobertura de 
cada equipe; 
❖ Identificação do Gerente da Atenção Básica no 
território e dos componentes de cada equipe 
da UBS; 
❖ Relação de serviços disponíveis; 
❖ Detalhamento das escalas de atendimento de 
cada equipe. 
TIPOS DE EQUIPES 
é a estratégia 
prioritária de atenção à saúde e visa à reorganização, 
expansão, qualificação e consolidação da Atenção 
Básica da Atenção Básica no país, de acordo com os 
preceitos do SUS. 
❖ Composta no mínimo por médico, 
preferencialmente da especialidade medicina 
de família e comunidade, enfermeiro, 
preferencialmente especialista em saúde da 
família; auxiliar e/ou técnico de enfermagem e 
agente comunitário de saúde (ACS). Podendo 
fazer parte da equipe o agente de combate às 
endemias (ACE) e os profissionais de saúde 
bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente 
especialista em saúde da família, e auxiliar ou 
técnico em saúde bucal. 
 gestão municipal 
poderá compor equipes de Atenção Básica (eAB) de 
acordo com características e necessidades do 
município, seguindo os princípios e diretrizes da AB e 
tendo como modelo prioritário a ESF (Estratégia Saúde 
da Família). 
❖ As equipes que deverão ser compostas são 
basicamente as mesmas da equipe de saúde 
da Família. 
 Modalidade que pode 
compor as equipes que atuam na atenção básica ou 
equipe de Saúde da Família constituída por um 
cirurgião-dentista e um técnico em saúde bucal e/ou 
auxiliar de saúde bucal. 
 Constitui uma equipe multiprofissional 
e interdisciplinar composta por diferentes 
categorias/especialidades de profissionais da saúde, para 
dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico) aos 
profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) e 
de Atenção Básica (eAB). 
Ressalta-se que esse Núcleo Ampliado não se constitui 
como serviços com unidades físicas independentes e 
não são de livre acesso para atendimento individual ou 
coletivo (estes, quando necessários, devem ser 
regulados pelas equipes que atuam na Atenção Básica). 
Devem, a partir das demandas identificadas no trabalho 
conjunto com as equipes, atuar de forma integrada à 
Rede de Atenção à Saúde e seus diversos pontos de 
atenção. 
participar do planejamento 
conjunto com as equipes; contribuir para a integralidade 
do cuidado aos usuários do SUS. (ampliação clínica, 
maior resolutividade); realizar discussão de casos, 
construção de projetos terapêuticos, educação 
permanente, ações de prevenção e promoção da 
saúde de grupos populacionais de todos os ciclos de 
vida. 
❖ Poderão compor os NASF-AB (lembrando que 
vai de acordo com as demandas da população) 
áreas de saúde como: Médico Acupunturista; 
Assistente Social; Profissional/Professor de 
Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; 
Fonoaudiólogo; Médico Ginecologista/Obstetra; 
Médico Homeopata; Nutricionista; Médico 
Pediatra; Psicólogo; Médico Psiquiatra; 
Terapeuta Ocupacional; Médico Geriatra; 
Médico Internista (clínica médica), Médico do 
Trabalho, Médico Veterinário, profissional com 
formação em arte e educação (arte educador) 
e profissional de saúde sanitarista. 
 
possibilidade para a reorganização inicial da Atenção 
Básica com vistas à implantação gradual da Estratégia 
de Saúde da Família. São itens necessários à 
implantação desta estratégia: 
❖ a existência de uma Unidade Básica de Saúde. 
❖ O número de agentes por equipe deverá ser 
definido de acordo com base populacional. 
❖ o cumprimento da carga horária integral de 40 
horas semanais. 
❖ o enfermeiro supervisor e os ACS devem 
estar cadastrados no SCNES vigente, 
vinculados à equipe; 
❖ cada ACS deve realizar as ações previstas nas 
regulamentações vigentes e nesta portaria e 
ter uma microárea sob sua responsabilidade, 
cuja população não ultrapasse 750 pessoas; 
1° ano – MedUesb XVII | Fernanda Ribeiro 
❖ a atividade do ACS deve se a partir das 
necessidades do território, com priorização 
para população com maior grau de 
vulnerabilidade e de risco epidemiológico; 
❖ a atuação em ações básicas de saúde deve 
visar à integralidade do cuidado no território; 
❖ cadastrar, preencher e informar os dados 
através do Sistema de Informação em Saúde 
para a Atenção Básica vigente. 
EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA PARA 
POPULAÇÕES ESPECÍFICAS 
Todos os profissionais do SUS e, especialmente, da 
Atenção Básica, são responsáveis pela atenção à saúde 
de qualquer pessoa, mas com ênfase para aquelas que 
apresentam maiores vulnerabilidades sociais específicas. 
Em algumas realidades, é necessário dispor de equipes 
adicionais para realizar as ações e de forma integrada 
para a qualificação do cuidado no território, para que 
todasas pessoas e populações sejam acompanhadas 
pela unidade. 
ESPECIFICIDADES DA ESTRATÉGIA SAÚDE 
FAMÍLIA 
 além do modelo tradicional, esses 
municípios podem optar entre 2 (dois) arranjos 
organizacionais: 
❖ 
As equipes estão vinculadas a uma UBS 
localizadas na sede do município ou em alguma 
comunidade ribeirinha que desempenham 
parte significativa de suas funções. O acesso se 
dá por meio fluvial e muitas vezes necessitam 
de embarcações para atender as comunidades 
dispersas. 
Para atender toda as comunidades ribeirinhas, receberá 
incentivo financeiro de custeio para logística, que 
considera a existência das seguintes estruturas: 
até 4 unidades de apoio, onde será realizada a atenção 
de forma descentralizada; 
até 4 embarcações de pequeno porte exclusivas para 
o deslocamento dos profissionais de saúde. 
❖ 
São equipes que desempenham suas funções 
em Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF), 
responsáveis por comunidades dispersas, 
ribeirinhas e pertencentes à área adstrita, cujo 
acesso se dá por meio fluvial. 
 equipe de saúde 
com composição variável, responsável por articular e 
prestar ações integrais à saúde de pessoas em situação 
de rua ou com características análogas em 
determinado território, em unidade fixa ou móvel. 
Itens necessários para o funcionamento das equipes de 
Consultório na Rua (eCR): 
❖ Realizar suas atividades de forma itinerante, 
desenvolvendo ações na rua, na unidade móvel 
e também nas instalações da UBS do território, 
em parceria com equipes necessárias e 
específicas. 
❖ Cumprir a carga horária mínima semanal de 30 
horas, mas deve ser de acordo com as 
demandas. 
Em municípios ou áreas que não tenham Consultórios 
na Rua, o cuidado integral das pessoas em situação de 
rua deve seguir sendo de responsabilidade das equipes 
que atuam na Atenção Básica. 
responsabilidade de articular e prestar atenção integral 
à saúde das pessoas privadas de liberdade. Previsto na 
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das 
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 
(PNAISP), essas pessoas tem a Atenção Básica como 
porta de entrada para as ações e serviços de saúde, 
devendo realizar suas atividades nas unidades prisionais 
ou nas Unidades Básicas de Saúde a que estiver 
vinculada.

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