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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA CARACTERÍSTICAS DA INFESTAÇÃO DE CUPINS (INSECTA, ISOPTERA) EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO ECOLÓGICA E SUGESTÕES DE MEDIDAS DE MANEJO MARCELO RICARDO GOMES Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana . 12/2010 CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA CARACTERÍSTICAS DA INFESTAÇÃO DE CUPINS (INSECTA, ISOPTERA) EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO ECOLÓGICA E SUGESTÕES DE MEDIDAS DE MANEJO MARCELO RICARDO GOMES Profa. Dra. ANA MARIA COSTA LEONARDO Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana . 12/2010 À minha esposa Aida e meus filhos Matheus e João Pedro Dedico este trabalho AGRADECIMENTOS A Prof a . Dra. Ana Maria Costa Leonardo, por quem tenho admiração, sem sua orientação não poderia ter feito este trabalho. Ao estimado amigo Gonzalo Lopez, pela paciência e ensinamentos. Aos meus pais por todo incentivo. Ao André Gomes pelo incentivo, compreensão, companheirismo e todo empenho pra que eu pudesse fazer o trabalho de campo. A SASIP por ter viabilizado este trabalho e a todos os seus funcionários pelo suporte durante todo o trabalho de campo. Ao Vanildo, Laila, Fernanda, Jurandir e Cintia que tanto torceram pela realização deste trabalho. Aos Professores do V Curso de Especialização Urbana. A Necis Miranda de Lima por todo o suporte durante a realização do curso. Ao amigo Moisés Eustáquio pela imprescindível ajuda na elaboração da planta baixa da área de estudo. Ao amigo André pelas considerações feitas nas aulas ao longo o curso. A amiga Jamile pela confiança. Aos amigos Julio, Pedro, Rodrigo, Daniel, Luiza, Talita, Marcela, Carol e Val. OBRIGADO A TODOS “Quando à flor dágua do céu Se encrespa a curuca das estrelas faiscantes, Os cupinzeiros soltam As esquadrilhas das aleluias, Que semeiam os campos De pequeninas asas mutiladas...” Antônio Constantino (1927) – citado por Karol Lenko & Nelson Papavero em 1998. ÍNDICE GERAL 1. RESUMO....................................................................................................................07 2. ABSTRACT................................................................................................................08 3. INTRODUÇÃO...........................................................................................................09 4. REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA................................................................................11 4.1. Mata Atlântica..............................................................................................11 4.2. Cupins praga.................................................................................................12 4.3. Família Kalotermitidae.................................................................................12 4.4. Família Rhinotermitidae...............................................................................13 4.5. Família Termitidae...................................................................................................14 5. MÉTODOS E PRODUTOS UTILIZADOS NO CONTROLE..................................16 5.1. Tratamentos tradicionais..........................................................................................16 5.2. Iscas................................................................................................................... .......17 5.3. Produtos utilizados no controle................................................................................18 6. OBJETIVOS...............................................................................................................19 7. MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................................20 8. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................20 9. FIGURAS....................................................................................................................25 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................27 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................30 ANEXO 1 ANEXO 2 7 1. RESUMO Com objetivo de verificar as características da infestação de cupins (Insecta, Isoptera) e sugerir medidas de manejo visando o seu controle, realizou-se em outubro de 2010, inspeção em 53 casas em condomínio residencial localizado no Parque Ecológico da Serra do Guararú (Mata Atlântica), Guarujá, SP. Atualmente o condomínio possui 354 casas construídas, com grande potencial de expansão nos próximos anos,pois no local ainda há lotes para comercialização. A visita de inspeção nas casas foi feita tomando-se por base a solicitação dos proprietários através da associação dos proprietários de casas no condomínio. A inspeção visual foi realizada na parte interna e externa da propriedade, abrangendo as árvores localizadas no entorno das construções e seu terreno. Constatou-se a presença de duas espécies de cupins arborícolas, Nasutitermes sp. e Microcerotermes sp., de uma espécie de cupins subterrâneos, Coptotermes gestroi, e de uma espécie de cupins de madeira seca, Cryptotermes sp. Os resultados mostraram a ocorrência de cupins em 39 casas. Diversos materiais foram danificados, tais como mobília confeccionada em junco, peças de madeira estruturais (vigamento) e decorativas (painéis, forros, batentes e molduras de pisos), esteiras de palha, estruturas de mesas de sinuca, entre outros. Os métodos de tratamento que vem sendo adotados, atualmente, nas casas infestadas é a aplicação de produtos químicos nos componentes de madeira e no solo. O fato destes trabalhos não estarem apresentando bons resultados no combate aos cupins arborícolas implica na necessidade em desenvolver uma nova alternativa de controle que possa ser empregada no local. Uma alternativa que vem ao encontro desta necessidade é o emprego de iscas, entretanto, atualmente no mercado brasileiro este sistema está disponível apenas para algumas espécies de cupins subterrâneos. 8 2. ABSTRACT In October 2010, inspections for termites were performed in 53 households built in a condo in the Ecological Park of Serra do Guararú (Atlantic Rain Forest), Guaruja, Brazil. The condo has 354 households, with great potential for expansion in the coming years. Visual inspections were made inside and outside of the households, on the surrounding trees and soil. Nasutitermes spp., Microcerotermes spp., Coptotermes gestroi and Cryptotermes spp. were recorded, as well as wood borers. From the inspected households 22 showed arboreal termite infestations, 7 subterranean termites, 3 with dry wood termites, one with both arboreal and dry wood termites and one with arboreal and woodborers. Fourteen households did not show any apparent termite or woodborer infestation. Several materials showed damages, as furniture made of rattan, wood structural parts (framework) and decorative (panels, ceilings,door frames and floors), straw mats, pool tables and so on. Chemical control was applied on wood and soil, but arboreal The treatment methods being adopted currently in infested houses is the application of chemical components of wood and soil, but as this is an area of ecological protection, chemical control must be cautious. For subterranean termites baits are recommended. 9 3. INTRODUÇÃO Os cupins pertencem a ordem Isoptera e ocorrem nas áreas tropicais e temperadas do mundo, entre os paralelos 52º N e 45º S (FONTES, 1995). Atualmente estão catalogadas, no mundo inteiro, 2.866 espécies (CONSTANTINO, 2010), distribuídas em 7 famílias: Hodotermitidae, Kalotermitidae, Mastotermitidae, Rhinotermitidae, Serritermitidae, Termitidae e Termopsidae (GRASSE, 1986). A fauna de Isoptera da Região Neotropical, com cerca de 500 espécies, é a segunda no mundo em número de espécies, superada apenas pela fauna da Região Etiópica (CANCELLO & SCHLEMMERMEYER, 1999). Os cupins ou térmitas são insetos hemimetábolos, eussociais e predominantemente tropicais. Na maioria das espécies de cupins, a sociedade é formada, basicamente, por três castas: os reprodutores primários, os operários e os soldados. Os reprodutores primários são as formas aladas vistas revoando junto as luminárias das ruas ou casas, geralmente nos finais de tardes quentes e úmidas na primavera e verão. Este reprodutor alado ou imago possui aparelho bucal do tipo mastigador e dois pares de asas membranosas, quase iguais, que quando em repouso são mantidas horizontalmente sobre o dorso. As asas não são permanentes, pois são descartadas quebrando-se ao longo de uma sutura basal (LEPAGE, 1986). São os casais formados nessas revoadas que iniciarão novas colônias e que a partir de então são chamados de casal real, ou seja: rei e rainha, destinados a reprodução. Conforme a espécie de cupim, o casal real pode transitar livremente pelas galerias do ninho, ou permanecer confinado em uma câmara real, da qual jamais sairá (FONTES & ARAUJO, 1999). Geralmente, na maioria das espécies de cupins, os operários constituem a casta mais numerosa da colônia. Eles são estéreis, não tem asas e podem ser machos ou fêmeas, além de serem responsáveis por realizar todas as atividades de forrageamento, construção e reparo do ninho, alimentação das castas dependentes (jovens, soldados e reprodutores) e cuidados com os ovos e cria (COSTA-LEONARDO, 2002). Os soldados são indivíduos, quase sempre derivados de operários, que apresentam desenvolvimento especial da cabeça (COSTA-LEONARDO, 2002). A sua função básica é a defesa da colônia e para tanto essa casta possui uma morfologia peculiar, apresentando, por exemplo, mandíbulas bastante desenvolvidas e/ou dispositivo para expulsão de substâncias contra o inimigo. Os soldados, pela sua própria morfologia, são incapazes de obter por si mesmos o alimento e são, portanto, alimentados pelos operários (LEPAGE, 1986). 10 Os cupins constroem ninhos diversos, que podem ser subterrâneos, arborícolas, em montículo ou escavados no interior de madeiras. Os ninhos podem ser construídos no interior de peças de madeira, sobre o solo (epígeos), abaixo da superfície do solo, em árvores e até mesmo no interior de edificações, em espaços perdidos nas construções. Os ninhos construídos no interior das peças de madeira consistem de um sistema de escavações de túneis e câmaras, que podem estar oclusas com grânulos fecais (FONTES & ARAUJO, 1999). A superfície da peça de madeira infestada é sempre mantida intacta, mas é tão fina que quebra com extrema facilidade (COSTA-LEONARDO, 2002). Algumas espécies de cupins podem construir seus ninhos em espaços perdidos das edificações, em vãos estruturais onde são encontradas condições favoráveis ao desenvolvimento da colônia, o que consiste, basicamente, em fontes de umidade e alimento. Os ninhos subterrâneos podem consistir de um conjunto de galerias difusas ou ser bastante individualizados, com uma estrutura definida (COSTA-LEONARDO, 2002). Os ninhos epígeos são construídos na superfície do solo, proeminentes nas paisagens, podendo atingir mais de 3 metros de altura (FONTES & ARAULO, 1999). São os chamados murunduns, comuns nos solos em descanso, como beiradas de estradas e pastos (COSTA- LEONARDO, 2002). Os ninhos arborícolas fixam-se em galhos ou troncos de árvores, mas quase sempre estão conectados ao solo por galerias (COSTA-LEONARDO, 2002). A arquitetura dos ninhos e os materiais usados na sua construção, assim como a proporção entre eles, variam entre as espécies, sendo que terra, fezes, argila e matéria orgânica estão entre estes materiais, sendo a saliva o principal material aglomerante (LEPAGE, 1986). A celulose é o alimento fundamental e universalmente utilizado pelos cupins (LEPAGE, 1986). Os hábitos alimentares dos cupins são bastante diversificados: madeira viva, madeira morta em vários estágios de decomposição, herbáceas e gramíneas vivas, detritos vegetais em vários estágios de decomposição, húmus e solo com vários teores de matéria orgânica, além de fezes (principalmente de herbívoros) e eventualmente partes vegetais vivas, lenhosas ou não (raízes, tubérculos, colmos, frutos, inflorescências) (FONTES & ARAULO, 1999). Apesar da importância ecológica dos cupins como decompositores em áreas naturais, devido ao seu hábito alimentar, baseado em celulose, eles se tornam pragas na medida em que o homem invade áreas florestadas. Exemplo disso são as casas construídas em condomínios junto a Mata Atlântica no litoral paulista. Em consultas atendidas pela empresa SAM Controle Ambiental, danos consideráveis causados por cupins foram verificados em estruturas de 11 madeira de edificações utilizadas como pilares entre paredes, vigamento de telhados, estrutura de deck e estrutura de mirantes. De acordo com EDWARDS & MILL (1986) o impacto ambiental provocado pelo processo de urbanização, ao mesmo tempo em que provoca a erradicação de muitas espécies, favorece a instalação e o crescimento das populações de outras espécies, ditas sinantrópicas, as quais, muitas vezes, acabam se tornando pragas importantes. Dentre estas espécies, favorecidas pelo processo de urbanização mundial, cerca de 70 a 80 espécies de cupins são pragas capazes de causar danos importantes em edificações, portanto, sendo importantes economicamente. Em função da ocupação humana e o aumento das atividades de construção civil juntamente com o desmatamento e emprego de madeiramento de baixíssima resistência, algumas destas edificações passaram a ser infestadas por cupins arborícolas, cupins subterrâneos e cupins de madeira seca. Esses cupins infestam madeiramento utilizado na construção de tapumes, mourões de cerca, escoras para formas de concreto, estruturas de pergolados, interior de quadros de energia e conduítes da fiação elétrica e as árvores localizadas junto ao terreno das casas (GOMES, observação pessoal). O surgimento destes cupins nestas estruturas tem sido motivo de muita preocupação de alguns proprietários de casas que buscam resolver o problema contratando empresas para realização de tratamentos de controle. Outro fator, que tem contribuído para a contratação de serviços de controle, principalmente em relação aos cupins arborícolas, são as trilhas de forrageamento construídas nas paredes externas das edificações. Além da preocupação com a presença dos cupins nestes locais, as trilhas de forrageamento comprometem o aspecto visual da edificação. O tratamento mais utilizado no controle de cupins nas residências de condomínios localizados no litoral paulista é a aplicação de inseticida no solo visando à formação de barreira química ao redor da edificação e o tratamento pontual de peças de madeira infestadas. Em trabalhos prévios realizados pela empresa SAM Controle Ambientale Comércio Ltda., mesmo em locais onde o tratamento químico do solo era pertinente, não foram obtidos bons resultados. Após determinado tempo, os cupins voltavam a atingir a edificação novamente, ultrapassando a camada de solo tratada. 4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 4.1. Mata Atlântica A Mata Atlântica originalmente ocupava todo o litoral brasileiro com cerca de 1,2 milhão de quilômetros quadrados. Hoje, está restrita a áreas do litoral das regiões Nordeste, 12 Sudeste e Sul do País. A devastação da Mata Atlântica teve início ainda no século XVI, com o ciclo do pau-brasil, progredindo até os dias atuais. Este bioma trata-se de uma floresta tropical plena, associada aos ecossistemas costeiros de mangues nas enseadas, foz de grandes rios, baías e lagunas que sofrem influência das marés, matas de restinga nas baixadas arenosas do litoral, às florestas de pinheirais no planalto das regiões do Paraná, Santa Catarina e do Rio Grande do Sul e ainda aos campos nos cumes das Serras da Bocaina, Mantiqueira e do Caparaó. Em relação à ocupação e utilização da Mata Atlântica, a floresta nativa deu lugar às culturas de cana-de-açucar, cacau e café, além da pecuária, da floresta cultivada e dos pólos de desenvolvimento urbano (SOS MATA ATLÂNTICA. 2010; APREMAVI. 2010.). 4.2. Cupins-praga A maioria das espécies de cupins não possui qualquer importância como praga (FONTES & MILANO, 2002). Apenas cerca 10% das espécies conhecidas são consideradas pragas urbanas (COSTA-LEONARDO, 2002). As espécies de importância econômica no Estado de São Paulo, encontram-se reunidas, principalmente, nas famílias Kalotermitidae, Rhinotermitidae e Termitidae. Fontes & Milano (2002) estimaram que, apenas na cidade de São Paulo, as perdas podem atingir cerca de US$ 10 a 20 milhões anuais. 4.3. Família Kalotermitidae Mais conhecida por abranger os cupins denominados vulgarmente como cupins de madeira seca, os gêneros mais comuns desta família no Brasil são Cryptotermes, Neotermes e Rugitermes (COSTA-LEONARDO 2002). Os kalotermitídeos constroem seus ninhos em estruturas e objetos de madeira construídos pelo homem onde escavam galerias e câmaras. Atualmente a espécie C. brevis é a mais difundida pelo homem e ocorre em todas as regiões do mundo (POTENZA & ZORZENON, 2006). É a espécie mais destrutiva de monumentos históricos, onde danificam mobiliários e madeiramento das construções, como telhados e vigas de madeira, e ainda peças de tecido ou livros em contato com outras peças infestadas (COSTA-LEONARDO, 2002). De acordo com Lepage (1986) esses cupins instalam suas colônias em peças de madeira com baixos teores de umidade, variando entre 10 a 12% e não exigem contato com o solo. O ataque é iniciado após a revoada onde cada par sexuado penetra na madeira, através de rachaduras ou outras aberturas naturais e escavam para o interior da peça, fechando-a com secreção intestinal. A infestação é evidenciada quando, ao realizar a escavação no interior da peça atacada, as fezes são eliminadas para o meio externo por meio 13 de orifícios abertos temporariamente. Uma característica importante a ser considerada em algumas espécies de cupins de madeira seca é a presença de pseudergates ou pseudo- operários. Enquanto que os operários nunca originam um alado, os pseudo-operários sim, pois ele é um indivíduo retém habilidades de diferenciação de castas. O pseudo-operário é um indivíduo que regride dos estágios ninfais por mudas que reduzem ou eliminam os brotos alares, ou é um indivíduo derivado de uma “larva” que sofre mudas progressivas (COSTA- LEONARDO, 2002). 4.4. Família Rhinotermitidae Nesta família encontram-se os cupins conhecidos como cupins subterrâneos. Essa denominação advém do fato destes cupins constituírem seus ninhos abaixo da superfície do solo de onde partem em busca de alimento. A conexão entre a colônia e a fonte de alimento é feita através de túneis de terra construídos pelos operários. Esses túneis são construídos com terra, fezes e outros materiais atacados durante o processo de forrageamento. Algumas espécies, como os cupins Coptotermes gestroi, constróem ninhos bastante elaborados, no centro do qual encontram-se o rei e a rainha (= casal fundador ou casal real), os ovos e os jovens que são cuidados pelos operários. Outras espécies, como Heterotermes tenuis, acredita-se que não constróem ninhos elaborados; a colônia, nesses casos, encontra-se dispersa por uma rede de túneis subterrâneos. Em uma edificação esses cupins podem se utilizar de diversos espaços existentes para atingir os componentes de madeira, sua principal fonte de alimento. Por essa razão são encontrados, freqüentemente, túneis destes insetos em juntas e rachaduras da alvenaria, nos espaços de passagens dos canos da rede hidráulica e nos conduítes da rede elétrica. Em condições especiais, os cupins podem estabelecer colônias acima da superfície do solo, em pontos altos das edificações, desde que haja condições favoráveis para isso, o que basicamente consiste em uma fonte de umidade e alimento disponível. Dentre as espécies mais prejudiciais em São Paulo, a espécie exótica Coptotermes gestroi possui uma posição de destaque. C. gestroi é sinonímia júnior de C. havilandi (COSTA-LEONARDO, CASARIN & CAMARGO-DIETRICH, 2007). Essa espécie, originária do Oriente, foi introduzida no Brasil, supostamente, via navios que chegavam nas cidades costeiras (ARAÚJO, 1958). Sua ocorrência já foi registrada na Malásia, Java, Ilhas Caicos, Ilha Cayman, Antigua, Barbados, Estados Unidos, Porto Rico, México, Paraguai, Tahiti, África do Sul, Gana, Madagascar, Ilhas Maurício, Reunion e Seychelles (FONTES & 14 MILANO, 2002). No Brasil, além da Região Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo), são encontrados também em Pernambuco, Ceará, Bahia, Pará e Paraná (FERRAZ, 2000). Em São Paulo, registros feitos pela empresa SAM de controle de Pragas Urbanas constataram a presença deste cupim infestando edificações nas cidades de Campinas, Rio Claro, São José dos Campos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Santo André, Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente, Santos, Guarujá, Bertioga, São Sebastião, Ilha Bela e Ubatuba. Diversos materiais podem ser atacados e danificados por C. gestroi, tais como madeiras estruturais, papel, papelão, cabos elétricos e telefônicos, plástico, reboco, tijolos de barro, tecidos, isopor, gesso, metal, borracha, betume e árvores vivas (COSTA-LEONARDO & BARSOTTI, 1998a; FONTES, 1995, ZORZENON & JUSTI JUNIOR, 2006). As madeiras que são infestadas mais seriamente são as mais moles, como o Pinus, mas esse cupim já foi encontrado até consumindo taco de peroba, que é considerada uma madeira nobre. C. gestroi infestam muitas árvores vivas em áreas urbanas da região sudeste de São Paulo. Devido ao fato dos cupins atacarem somente o cerne das árvores, essas apresentam freqüentemente uma aparência saudável, até que tombam após uma tempestade, colocando em perigo a vida das pessoas e bens materiais, como carros e casas (COSTA-LEONARDO, 2002). Os ninhos de C. gestroi são constituídos de uma mistura de solo e/ou partículas de madeira, saliva e excremento. De acordo com a sua localização, é possível classificá-los em aéreos ou subterrâneos. Os ninhos subterrâneos estão localizados no solo e são mais difíceis de serem detectados. Ninhos aéreos estão localizados dentro de estruturas, como porões, caixões perdidos de prédios de apartamentos de grandes cidades do sudeste brasileiro, e não possuem conexão com o solo (COSTA-LEONARDO, 2002). Grandes colônias têm ninhos policálicos, ou seja, vários ninhos conectados por túneis. O ninho principal é caracterizado pela presença do casal real, sendo os outros conhecidos como ninhos subsidiários ou satélites (COSTA-LEONARDO, CASARIN, & CAMARGO-DIETRICH. 2007). 4.5.Família Termitidae A família Termitidae constitui a maior família de cupins existentes no mundo e abrange ¾ de todas as espécies conhecidas e compreende as subfamílias Macrotermitinae, Apicotermitinae, Termitinae e Nasutitermitinae. Os Macrotermitinae não ocorrem nas Américas e constituem os cupins que cultivam fungos (COSTA-LEONARDO, 2002). Nesta 15 família encontram-se os cupins conhecidos como cupins arborícolas. Entre os cupins arborícolas se destacam os cupins nativos dos gêneros Nasutitermes e Microcerotermes, que são consideradas pragas oportunistas (COSTA-LEONARDO, CASARIN & CAMARGO- DIETRICH. 2007). Em João Pessoa, PB, os cupins Nasutitermes são os maiores causadores de estragos. As espécies deste grupo são pouco seletivas, pois consomem madeira seca ou úmida, dura ou mole, trabalhada ou não. Fazem seus ninhos tipo “cabeça-de-negro” sobre árvores ou mesmo no madeiramento superior das casas, acima de forros e sua ocorrência tem sido mais freqüente em áreas arborizadas, sendo que desta forma, prédios rodeados de árvores são mais susceptíveis de ataque do que aqueles construídos em áreas descampadas (BANDEIRA & VASCONCELLOS. 1998). De acordo com o mesmo autor, na cidade de Belém os cupins da família Termitidae são os mais destruidores de madeiras das edificações. Os mais importantes são os cupins do gênero Nasutitermes. São eles que destroem madeiramento de telhados, forros, portais, cercas e quaisquer outras peças de madeira localizadas acima do solo (BANDEIRA, 1998). Em construção de taipa-de-mão na cidade de Passos, MG, infestações pesadas de Nasutitermes foram verificadas por Paiva (1998). Neste mesmo local diversos paus-a-pique foram preenchidos com massa de cartão negro do cupim, após praticamente todo o cerne e alburno terem sido consumidos pelos cupins. Polatto & Alves-Junior (2009) constataram na mata ribeirinha do rio Miranda, Pantanal Sul- Matogrossense, que os locais de nidificação e aumento espacial dos ninhos arborícolas de Nasutitermes sp. sofrem influência da estrutura arbórea da mata, sendo que um dos fatores considerados ótimos para o desenvolvimento desses ninhos são as árvores com troncos e diâmetros grandes (>1m de diâmetro considerando a circunferência do tronco a altura do peito). De acordo com o mesmo autor, o padrão dos ninhos observados de Nasutitermes sp. em 78% dos casos, utilizavam uma ou mais ramificações arbórea para sua fixação. Os Microcerotermes são consumidores de madeira, sendo que onze espécies são prejudiciais em todo o mundo (EDWARDS & MILL, 1986). No Brasil Microcerotermes é um cupim arborícola, comum em mata nativa. Em ambientes naturais estes cupins se alimentam de plantas vivas, nas quais instalam seus ninhos, mas também consomem a vegetação próxima. Em áreas urbanas os Microcerotermes invadem as edificações pelo solo por meio de túneis e atacam as madeiras estruturais das edificações (COSTA-LEONARDO, CASARIN & CAMARGO-DIETRICH. 2007). Ninhos destes cupins já foram retirados do interior de espaços entre forros e telhados, de onde partiam para forragear, causando uma série de danos no interior da edificação (GOMES, observação pessoal). Os cupins do gênero 16 Microcerotermes podem danificar vigamento de telhados, armários embutidos, rodapés e papéis (COSTA-LEONARDO, CASARIN & CAMARGO-DIETRICH. 2007). Os Microcerotermes sp. são muito comuns em área de mata em João Pessoa, PB, onde danificam algumas estruturas de madeiras duras e secas como aquelas utilizadas em caibros de coberturas de casas e peças externas, mas parece não representar grandes perigos (BANDEIRA, MIRANDA & VASCONCELLOS. 1998). 5. MÉTODOS E PRODUTOS ATUALMENTE UTILIZADOS NO CONTROLE Os métodos atuais de controle de cupins têm como objetivo proteger as estruturas das edificações e os componentes de madeira nelas instalados através da aplicação de inseticidas. Em alguns casos, dependendo da espécie infestante, é necessário um cuidadoso trabalho investigativo para detectar ninhos instalados no interior da própria construção, em espaços perdidos na alvenaria, ou em peças de madeira. São os chamados “tratamentos tradicionais”, empregados a décadas pelas empresas controladoras de pragas e que até hoje são considerados por muitos destes profissionais como única medida de controle eficaz. Estes tratamentos são invasivos e podem acarretar em uma série de transtornos as pessoas, além dos riscos de contaminação ambiental. Mesmo nos casos onde a infestação é localizada e os danos causados sejam insignificantes do ponto de vista econômico, é prática de mercado estender as intervenções a toda edificação. 5.1. Tratamentos tradicionais Nos tratamentos tradicionais de controle de cupins subterrâneos e cupins arborícolas são aplicados inseticidas no solo, visando a constituição de uma barreira química ao redor da edificação e impedindo o acesso de cupins localizados nas imediações. Uma barreira química consiste na injeção de inseticidas líquidos em perfurações realizadas ao redor das residências e só é pertinente quando existe certeza que o lençol freático ou outro curso de água não será contaminado (COSTA-LEONARDO, 2002). Embora as barreiras químicas tenham uma duração limitada, de acordo com SU & SCHEFFRAHN (1998), esses inseticidas líquidos ainda tem um papel vital nos tratamentos curativos, pois a sua aplicação provoca um efeito imediato nas atividades dos cupins (COSTA-LEONARDO, 2002). Em caráter curativo e preventivo, nos componentes de madeira em contato direto com a alvenaria (batentes e guarnições de portas e janelas, rodapés, fundo de armários, etc.) aplica-se inseticidas diluídos 17 em solventes orgânicos em perfurações seriadas feitas com brocas de pequeno diâmetro. Deve-se considerar que nestes tratamentos a solução inseticida aplicada não possui uma penetração profunda na madeira e os cupins que porventura estejam localizados no seu interior, irão sobreviver e continuarão consumindo a madeira. Peças de madeira infestadas por cupins de madeira seca são tratadas através de injeção. Neste método aplicam-se inseticidas diluídos em solventes orgânicos nos próprios orifícios abertos pelos insetos ou em orifícios de pequeno diâmetro feitos mecanicamente, permitindo uma uniforme distribuição da solução inseticida e o acesso a todas as galerias construídas pelos insetos (POTENZA & ZORZENON, 2006). Este tratamento não pode ser considerado como definitivo, mesmo quando a infestação ocorre em pequenas peças isoladas. Isto porque o inseticida aplicado pode atingir uma galeria entupida com as fezes dos cupins de madeira seca, impedindo a sua penetração. Portanto, não irá contaminar os cupins ali instalados, que continuarão se alimentando da peça e frequentemente, dessa maneira, é necessária a adoção de tratamentos complementares. 5.2. Iscas O método de iscas no Brasil está disponível apenas para algumas espécies de Rhinitermitidae (Coptotermes gestroi e Heterotermes spp.). Trata-se de um sistema de monitoramento, denominado Sentricon, desenvolvido pela empresa norte americana Dow Agroscience. Neste sistema são utilizados os seguintes componentes: estações de solo, dispositivo de monitoramento (substrato puro), Recruit* II e Recruit* Ag que são impregnados com o princípio ativo o inibidor de crescimento hexaflumuron a 0,5% (0,5g de i.a. em 100g de isca). As estações de solo contendo dispositivo de monitoramento são instaladas no solo, próximas as edificações infestadas. Essas estações são monitoradas periodicamente e quando o dispositivo de monitoramento começa a ser consumido pelos cupins eles são recrutados para o tubo isca Recruit* II e este é colocado novamente dentro da estação de solo. Nos locais onde já existe atividade de cupins, são instaladas as iscas aéreas Recruit* Ag. Estes dispositivos são monitorados até que não seja mais constatada a atividade de cupins.Quando isso ocorrer as iscas aéreas são recolhidas e nas estações de solo são colocados novos dispositivos de monitoramento. Nos cupins da família Termitidae o princípio ativo hexaflumuron não é adequado. De acordo com COSTA-LEONARDO (2002) nos Termitidae os operários já diferenciados 18 podem realizar mudas muitas vezes sem crescer e só aumentam o grau de pigmentação e esclerotização. 5.3. Produtos atualmente utilizados nos tratamentos de controle OPTIGARD LT SYNGENTA ¹ Categoria do produto Inseticida profissional/saúde pública Indicações de uso Indicado para controle de formigas e cupins Composição do produto Thiamethoxam – proporção 250 gramas de ingrediente ativo por Kg (25%) Nº do registro 301196637 Tipo de formulação Grânulos dispersíveis em água Grupo químico Néonicotinoide Ação toxicológica Contato com a pele, inalação, pouco irritante para os olhos Tratamento Tratamento sintomático Restrições de uso Uso profissional Tel. de emergência 0800 704 4304 PREMISE SC 200 BAYER ENVIRONMENTAL SCIENCE ¹ Categoria do produto Inseticida profissional/saúde pública Indicações de uso Indicado para controle de cupins Composição do produto Dispersante, anticongelante, espessantes, antimicrobiano e solvente 80% p/p Nº do registro 3.3222.0026 Tipo de formulação Suspensão concentrada Grupo químico Néonicotinoide Ação toxicológica Agonista da acetilcolina Tratamento Descontaminação e tratamento sintomático Restrições de uso Uso profissional Tel. de emergência 0800 0179966 K-OTHRINE 25CE BAYER ENVIRONMENTAL SCIENCE ¹ Categoria do produto Inseticida profissional/saúde pública Indicações de uso Indicado para controle de traças, cupins-de-madeira-seca, brocas-de- madeira, moscas, mosquitos e baratas Composição do produto Deltametrina 2,5% p/p inertes: estabilizante, diluente, tensoativos, solvente 97,5% p/p Nº do registro 3.3222.0014 Tipo de formulação Grânulos dispersíveis em água Grupo químico Piretrinas e Piretróide Ação toxicológica Distúrbios sensoriais cutâneos, hipersensibilidade, neurite periférica Tratamento Anti-histamínico e tratamento sintomático Restrições de uso Uso profissional Tel. de emergência 0800 7713733 19 TERMIDOR 25 CE - BASF S/A ¹ Categoria do Produto Inseticidas profissionais / saúde pública Indicação de Uso Termidor 25 ce é um inseticida líquido para controle de cupins subterrâneos e de madeira seca. Composição do Produto Fipronil 2,5% Número do Registro 3.1976.0004.001-7 Tipo de Formulação Inseticida líquido para o cont Grupo Químico Fenil pirazol Ação Toxicológica Inseticida de contato e ingestão usado no controle de cupins Tratamento Não há antídoto específico. Tratamento sintomático. Restrições de Uso Leia com atenção o rótulo antes de usar. Uso profissional. Telefone de Emergência 0800-11-2273 SENTRICON DOW AGROSCIENCES ¹ Categoria do produto Armadilhas e iscas Indicações de uso Sistema de eliminação de colônias de cupins-subterrâneos por meio de iscas Composição do produto Hexaflumuron a 0,5% Nº do registro 3.0993.0017.001-2 Tipo de formulação Isca impregnada com hexaflumuron Grupo químico Regulador de crescimento de insetos do grupo benzoyl urea Ação toxicológica Inibidor da síntese de quitina Tratamento Tratamento sintomático Restrições de uso Uso profissional Tel. de emergência (0XX 11) 4449-3222 (24 horas) ¹ PRAGAS ON LINE (2010). 6. OBJETIVOS Em vista do exposto, o presente trabalho foi desenvolvido visando os seguintes objetivos: Realizar levantamento da infestação de cupins em condomínio residencial localizado em área de Mata Atlântica no litoral Sul de São Paulo e registrar dados de sua biologia. Especificamente, pretende-se: Analisar os materiais atacados; Analisar o grau de infestação; Analisar os fatores favoráveis para sua ocorrência; Fornecer subsídeos que possam auxiliar no desenvolvimento de novos rumos no seu controle. 20 7. MATERIAIS E MÉTODOS Área de estudo: O Condomínio Residencial Loteamento Iporanga está localizado na Estrada Guarujá Bertioga Km 17,5, Parque Ecológico da Serra do Guararú (Mata Atlântica), Guarujá, litoral Sul de São Paulo. Este condomínio é um empreendimento de 2 484 578,00 m 2 dos quais 1 020 100,00 m 2 são ocupados por lotes para construção de casas, sendo 135 929,00 m 2 de área institucional, 1 052 324,00 m 2 de áreas verdes e 276 225,00 m 2 de áreas de sistema viário. O Condomínio recebeu, em 2008, a Certificação ISO 14001:2004, através da Associação dos Proprietários do Iporanga – SASIP. Atualmente o condomínio possui 354 casas construídas, com grande potencial de expansão nos próximos anos, pois no local ainda há lotes para comercialização. A inspeção das edificações do condomínio foi feita entre dias 13, 14, 18,19, 20, 21, 25, 28 e 29 de outubro de 2010 a partir da solicitação dos proprietários a SASIP. Essa inspeção abrangeu 53 edificações, sendo que foram vistoriadas as seguintes áreas: parte interna (componentes de madeira estruturais e decorativos), porões e área externa (jardins, árvores e construções anexas). Essa inspeção foi feita visualmente procurando-se verificar a presença de cupins ou sinais de sua atividade (túneis de terra em paredes, árvores, alterações no aspecto da madeira, resíduos expelidos da madeira e componentes de madeira atacados). Nas peças de madeira atacadas foi utilizado um estilete biológico para constatar a presença e possibilitar a coleta de cupins vivos no local. Os túneis de terra encontrados nas partes internas e externas das edificações e junto ao caule das árvores localizadas nas imediações do terreno tiveram sua largura e comprimento utilizando-se respectivamente um paquímetro universal e uma fita métrica flexível. Os ninhos encontrados foram medidos na largura e comprimento com fita métrica flexível e pesados em balança doméstica. Os cupins coletados foram identificados até gênero utilizando-se chave de identificação taxonômica (CONSTANTINO, 1999) e até a espécie por comparação com a coleção referência da Dra. Ana Maria Costa Leonardo, UNESP, Rio Claro. 8. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após inspeção de 53 edificações pôde-se observar a infestação em 39 delas. Os cupins encontrados nessas edificações foram identificados como pertencentes a três categorias 21 e envolvendo quatro espécies: cupins de madeira seca - Cryptotermes sp. (Kalotermitidae), cupins subterrâneos - Coptotermes gestroi (Rhinotermitidae), cupins arborícolas - Nasutitermes sp. e Microcerotermes sp.(Termitidae), sendo as duas primeiras espécies exóticas e as duas últimas, nativas. O mapeamento dos locais de inspeção foi assinalado em planta baixa do condomínio fornecida pela SASIP (Anexo 1). A mesma planta foi utilizada para os registros da categoria de cupim encontrado na respectiva edificação (Anexo 2). Pela observação desta figura, constata-se um predomínio da espécie Nasutitermes sp., seguida por Coptotermes gestroi. A infestação por Cryptotermes sp. restringiu-se a três ocorrências em peças avulsa do mobiliário. A tabela 1 apresenta um resumo dos dados obtidos em cada uma das 39 edificações infestadas e as figuras 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15 e 16 mostram os cupins encontrados e alguns danos constatados. Tabela 1 – Dados detalhados da infestação termítica obtidos na inspeção de 39 edificações. LOTE E QUADRA CUPIM ENCONTRADO DANO CAUSADO TRATAMENTO QUÍMICO REALIZADO S-SIM N-NÃO 06/19 Nasutitermes sp. Túneis de terra, com presença de cupins vivos, no piso e parede externa e ataque em esteira de palha. S 01/23 Cupins arborícolas Túneis no caule das árvores localizadas nas imediações. N 01/41 Cryptotermes sp. Ataque em cadeiras de junco. N Cupins arborícolas Ataque em peças de madeira que formam o passeio do jardime túneis de terra no piso do porão. 08/42 Nasutitermes sp. Túneis de terra nas paredes e teto do “quartinho” de materiais; nas paredes e transformador da casa de bomba e presença de cupins vivos na rede elétrica da casa de bomba. S 10/42 Cupins arborícolas Túneis de terra nas paredes sob o deck. S 04/40 Nasutitermes sp. Ataque na base da árvore localizada no terreno da construção. S 07/39 Cupins arborícolas Ataque no toco de árvore localizado no terreno da construção. N 13/39 Cupins arborícolas Ataque em forro de madeira. S 03/47 Coptotermes gestroi Presença de cupins vivos no quadro de energia. N 08/47 Nasutitermes sp. Ataque em paredes de madeirite. Coleta de ninho caído de uma palmeira localizada nas imediações da S 22 construção. O ninho pesou 10 Kg (balança doméstica), possuía 1,15 m de comprimento, uma das pontas 1,03 m de diâmetro, outra 0,57 m e a parte central diâmetro de 1,30 m. Não havia alados no ninho. 06/48 Cupins arborícolas Ataque em sobra de madeira da junta de dilatação. N 09/48 Coptotermes gestroi Ataque em batentes de portas da sala e fundo de armário da área de serviço, com presença de cupins vivos. S 05/51 Nasutitermes sp. Ataque em estruturas de madeira com presença de cupins vivos. N 06/51 Cupins arborícolas Túneis de terra nas paredes e piso do porão. N 08/51 Nasutitermes sp. Túneis de terra com presença de cupins vivos nas paredes da área do furô S 09/51 Nasutitermes sp. Túneis de terra com presença de cupins vivos em pilar de concreto e ataque em sobras de madeira armazenadas sob à construção. S 02/55 Cupins arborícolas Túneis de terra no caule das árvores do terreno e sob o deck da garagem. N C 01 Cryptotermes sp. Ataque na estrutura da mesa de sinuca e no armário da suíte. N C 05 Cupins arborícolas Túneis de terra na parede sob a construção. N C 06 Nasutitermes sp. Ataque em tábuas que contorna o piso de uma das suítes. S C 07 Cupins arborícolas Ataque em peças de madeira do deck e túneis atrás da cabine de energia. S C 12 Cupins arborícolas Ataque em viga sobre a janela da sala e ataque em peça de madeira do telhado. N C22 Coptotermes gestroi Armário da cozinha e pilar de madeira do terraço e forros de madeira da suíte. N C 30 Nasutitermes sp. Ataque em estruturas de deck. N C 38 Cupins arborícolas Ataque em estruturas de madeira da construção, peças do mourão de cerca (eucalipto) e nas árvores das imediações. N 23/62 Cupins arborícolas Túneis no caule da palmeira e em árvores do terreno vizinho. S 28/62 Cupins arborícolas - Ataque na peça de madeira do quadro de energia externo. N 32/62 Microcerotermes sp. Presença de ninho em árvore do terreno ( o ninho estava em árvore denominada popularmente de manjelão a 4,70 m de distância do chão e media 0,57 m largura e 0,42 m de comprimento. S 39/62 Coptotermes gestroi Ataque, com presença de cupins vivos, em pilar de madeira. N 53/62 Nasutitermes sp. - Túneis de terra, com presença de cupins vivos, no caule das árvores localizadas no terreno. N 77/62 Cryptotermes sp. - Ataque no madeiramento do armário da cozinha e armário do corredor. S 01/63 Coptotermes gestroi Ataque, com presença de cupins vivos, em sobras de madeira da área de S 23 massagem e porão. 06/67 Coptotermes gestroi Ataque em pilares e vigas de madeira. N 04/68 Coptotermes gestroi Armário da sala e armário da lavanderia S 10/68 Cryptotermes sp. Ataque na estrutura da mesa de sinuca e balcão do bar N 01/69 Cupins arborícolas Ataque em madeiramento do forro de sapé do quiosque. S Coptotermes gestroi Ataque em revestimento de parede de mdf. 10/93 Cryptotermes sp. Ataque no armário da suíte. N Na tabela 2 constam casos de infestações por coleobrocas (Coleoptera) em mobiliários. LOTE E QUADRA DANO CAUSADO TRATAMENTO QUÍMICO REALIZADO 28/62 - Ataque em cama, mesa e armário. N 53/62 - Ataque em bandeira das portas. N 77/62 - Ataque na estrutura da mesa de sinuca, cadeiras, cama e bambu que forma o biombo. S 02/67 Ataque em folha de portas e em cama de vime. N Observações da área de mata do entorno do condomínio mostrou a existência de cupins arborícolas Nasutitermes sp. e Microcerotermes sp., que têm uma preferência por construir ninhos arborícolas sob o primeiro tronco conforme pode ser visualizado na figura 12. Adicionalmente também observou-se ninho arborícola de Nasutitermes sp. em palmeira figura 5A. Os cupins arborícolas atingiam as edificações através de estreitos túneis de terra (0,3 a 1 cm de largura) construídos nas paredes externas das casas. Pelos resultados obtidos pode-se observar que a espécie predominante na mata de entorno é a mesma que domina a infestação nas edificações. Uma explicação para este fato é que estes cupins fazem parte da fauna brasileira nativa e com a ampliação do meio urbano e invasão de áreas naturais, algumas espécies tem sido registradas como pragas (COSTA- LEONARDO, 2002). 24 A categoria de cupim mais observada foi a dos cupins arborícolas, que incluem as espécies Nasutitermes sp. e Microcerotermes sp. Os túneis destes insetos, muitas vezes, acompanhavam o rejuntamento de revestimentos de paredes externas que acabava servindo como uma guia até que os cupins alcançassem os telhados das casas. TEIXEIRA & SANTOS (2010) analisaram a fauna termítica do Arboreto do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico no Rio de Janeiro, que abriga cerca de 7.200 espécimes vegetais exóticos e nativos, e encontraram sete gêneros de cupins. Ocupando 52% da vegetação estavam os cupins do gênero Nasutitermes, 32%, os do gêneros Microcerotermes, 7%, os do gênero Coptotermes, 3%, os do gênero Armitermes, que empataram com Neotermes e Heterotermes, e, finalmente, 0,6%, Termes. Os autores deste trabalho concluíram que, apesar do gênero mais numeroso ser Nasutitermes, seguido por Microcerotermes, os maiores prejuízos observados na vegetação foram causados por Coptotermes e Heterotermes. Além disso, as árvores e palmeiras com maiores diâmetros apresentaram também maiores índices de infestação. Adicionalmente, árvores mortas após quedas abrigavam colônias de Coptotermes gestroi. No presente trabalho, as peças de madeira mais atacadas foram aquelas instaladas externamente nas edificações e que estavam expostas a infiltrações de umidade e intempérie. Embora Coptotermes gestroi tenha causado danos mais severos onde ocorreu, essa espécie foi encontrada em locais menos arborizados, distantes das áreas de mata e próximos à praia, portanto ocorrendo em áreas contendo aterros. Isto se deve ao fato de que estes cupins não precisam utilizar o caule e as ramificações das árvores como suporte para construção dos seus ninhos, que podem ser classificados, dependendo da sua localização, como aéreos e subterrâneos. Os ninhos subterrâneos são aqueles localizados no solo e os aéreos estão localizados dentro das estruturas das edificações e não têm conexão com o solo (COSTA- LEONARDO, 2002). No que se refere aos cupins Cryptotermes sp., neste estudo, o seu ataque estava restrito a peças do mobiliário. Como são cupins que vivem no interior da madeira da qual se alimentam, foram introduzidos nas edificações, por meio de peças previamente infestadas. 25 9. FIGURAS Fig.1 - Nasutitermes sp. em peça de madeira com alto teor de umidade. Fig. 2 - Túneis de terra de Nasutitermes sp. em transformador de energia. Fig. 3 - Nasutitermes sp. em base de árvore, sob pó de serragem de coleobroca. Fig. 4 - Túnel de Nasutitermes sp. construído com uma mistura de terra e pó de serragem de coleobroca. Fig. 5 - Ninho de Nasutitermes sp. A – Palmeiraonde estava localizado o ninho. B – Ninho. Fig. 6 – Vista interna do ninho de Nasutitermes spp. A B 26 Fig. 7 - Nasutitermes sp. em viga de madeira. Fig. 8 - Ataque severo de Nasutitermes sp. em peça de eucalipto. Fig. 9 - Coptotermes gestroi em quadro de energia. Fig. 10 - Sobras de madeira atacadas por Coptotermes gestroi. Fig. 11 - Ninho de Microcerotermes sp. em árvore. Fig. 12 - Detalhe do ninho. 27 Fig. 13 – Rainha de Microcerotermes sp. Fig. 14 – Soldado de Microcerotermes sp. Fig. 15 – Orifícios no encosto da cadeira. Fig. 16 - Orifícios na estrutura de plástico da cadeira. 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS A construção de condomínios de casas e o crescimento da população junto a área da Serra do Guararú (mata atlântica) têm favorecido a presença de cupins no interior das edificações. Atividades de desmatamento para preparação de terrenos, a não remoção de troncos e gravetos, necessidade de aterro e a enorme quantidade de madeira utilizada nas construções, possibilitaram a exploração de novas fontes alimentares, assim como áreas de forrageamento, além de ser um meio de introdução de novas espécies de cupins no local. Atualmente os cupins arborícolas são dominantes neste ambiente, porém a capacidade dos cupins subterrâneos de infestarem as edificações e atacarem rapidamente os componentes de madeira e outros materiais, faz com que sejam desenvolvidas medidas de controle que possam ser empregadas visando atingir estes dois grupos de cupins. Adicionalmente, espera-se que estas tecnologias sejam menos tóxicas ao homem e ao meio ambiente do que os métodos tradicionais. Considerando a biologia dos cupins encontrados e o fato que o condomínio 28 encontra-se em área da Mata Atlântica, com diversas nascentes de água e casas construídas próximas à praia, sugere-se o uso de iscas, cujo método visa uma maior preservação do ambiente. Este método consiste em colocar iscas tóxicas diretamente no território de forrageamento dos cupins visando o manejo da população. Os cupins forrageiros se alimentam dessas iscas, mas não morrem imediatamente. Eles vivem o suficiente para transportar o inseticida para a colônia e distribuí-lo por meio da trofalaxia. Assim, a colônia de cupim enfraquece ou é eliminada e a estrutura infestada é abandonada (COSTA- LEONARDO, 1996). Nas iscas, o ingrediente ativo é incorporado a substratos que contenham celulose, tais como blocos de madeira, papelão ou papel. O ingrediente ativo de uma isca não pode ser repelente e precisa ter uma ação lenta (COSTA-LEONARDO, 2002). Para o controle são utilizados dois dispositivos ou armadilhas: um para coleta e monitoramento, contendo apenas substrato puro, e outro para o controle propriamente dito, contendo substrato impregnado com um produto letal para os cupins (LELIS, 2001b). CASARIN (2007) selecionou os seguintes princípios ativos para o controle de C. gestroi: sulfluramida, hidrametilnona, ácido bórico, piriproxifem, ciromazina e fipronil. Destes, apenas o fipronil demonstrou alta toxicidade em todas as concentrações testadas e uma alta mortalidade dos cupins associada a um consumo mínimo. Os outros ingredientes ativos possuem algumas das características necessárias para o uso como isca. No que se refere aos cupins de madeira seca, como o problema verificado restringia- se a peças avulsas do mobiliário, o seu controle poderá ser feito através da utilização de absorvedores de oxigênio a base de óxido de ferro e zeolite. O método consiste em envolver a peça infestada por uma lona plástica lisa, formando uma câmara onde o espaço livre corresponda apenas a 10% do volume total. No interior da câmara são introduzidos os saches contendo o absorvedor de oxigênio e pastilhas indicadoras do teor de oxigênio. O percentual de resíduo de oxigênio no interior da câmara, após certo tempo de exposição ao absorvedor, é de até 0,5%. Este método é utilizado na embalagem de grãos, frutas e carnes. Os procedimentos aqui sugeridos como métodos de controle devem ser realizados em caráter experimental. No caso das iscas é preciso desenvolver estudos que indiquem o substrato e ingrediente ativo mais adequado aos cupins arborícolas e subterrâneos. No controle de cupins de madeira seca através do uso de absoverdores de oxigênio, é necessário estudos para adequação do método aos cupins encontrados e as peças de mobiliários das casas. 29 Além dessas medidas, outras de caráter físicas, podem contribuir, significativamente, para o controle dos cupins, tais como: Eliminar sobras de madeira das construções; Retirar ninhos das árvores localizadas nas imediações; Eliminar plantas aderidas ao caule das árvores de forma a facilitar a detecção de trilhas de forrageamento dos cupins e formação de ninhos; Em locais onde é necessário o emprego de madeira como estrutura, utilizar peças de madeira mais resistentes previamente tratadas industrialmente; Evitar deixar nas construções espaços vazios entre lajes, tubulações e paredes; Instalar telas nas portas e janelas das edificações; Eliminar fontes de umidade que porventura estejam atingindo componentes de madeira. 30 11. 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