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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA PRAGAS URBANAS: PESQUISA DE MERCADO 2014 E SUAS PERSPECTIVAS. MARCELY SILVA GEORGE 12/2015 Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Câmpus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana . UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA PRAGAS URBANAS: PESQUISA DE MERCADO 2014 E SUAS PERSPECTIVAS. MARCELY SILVA GEORGE ORIENTADOR: Profª Dr. Ana Eugênia de Carvalho Campos Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Câmpus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana. 12/2015 Dedico o seguinte trabalho à minha família, parentes, aos meus queridos amigos aqui conquistados, e as grandes forças do universo que me fizeram chegar a este caminho. AGRADECIMENTOS Agradeço de forma amável e gentil a todos envolvidos direta ou indiretamente na elaboração desta monografia. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” e o Instituto Biológico pelo incentivo e motivação ao estudo. A minha excepcional orientadora Profª. Dra. Ana Eugênia de Carvalho Campos. Ao professor Odair pela oportunidade do estudo, carinho e por acreditar em meu sonho. Consegui! Ao corpo docente da pós-graduação em Entomologia Urbana. Agradeço à minha família, sempre tão presente, em especial ao meu incrível esposo e companheiro de todas as horas Tarcísio George por me incentivar sempre, e aos meus pais Elias Belarmino e Vera Nilda por terem tanto orgulho de quem me tornei. Aos meus pais avós Dona Dina e Sr. Mário pelo amor, carinho e reconhecimento. Aos meus queridos “Entomoloucos”! "Eu sei o preço do sucesso: dedicação, trabalho duro, e uma incessante devoção às coisas que você quer ver acontecer.” (Frank Lloyd Wright) RESUMO O mercado atual de empresas controladoras de pragas é muito competitivo, pois além da facilidade e disponibilidade de uma extensa gama de praguicidas de uso doméstico à venda livre, a cada dia surgem no mercado novas empresas. No entanto, uma extensa lista não apresenta nenhuma preocupação técnica e operacional com a utilização destes praguicidas, sugerindo assim, uma resistência nas pragas urbanas e a dificuldade de controle de diversas espécies sinantrópicas. Podemos afirmar que só realizam um serviço de qualidade e garantia as empresas que possuem um corpo técnico e administrativo especializado, uma equipe operacional treinada, conhecedora das técnicas de aplicação e manipulação dos praguicidas, bons produtos e fornecedores. A soma de todos estes elementos indica um serviço profissional e de garantia. Tendo em vista estes fatos, o presente trabalho tem como objetivo avaliar o atual mercado de empresas controladoras de pragas através da reprodução de uma pesquisa mercadológica realizada no ano de 2000. Palavras-chave: Mercado, praguicida, controle de pragas, pragas urbanas, pesquisa. ABSTRACT The current market holding companies pest is very competitive, because besides the ease and availability of a wide range of household pesticides on the free sale, each day brings in new business market. However, an extensive list presents no technical and operational concern with the use of pesticides, thus suggesting resistance in urban pest control and the difficulty of synanthropic different species. We can say that only perform the services and warranty companies who have specialized technical and administrative staff, trained operating staff and knowledgeable of the technical application and handling of pesticides, good products and suppliers. The sum of all these elements indicates a professional service and warranty. In view of these facts, this study aims to evaluate the current market holding companies pests by playing a marketing survey conducted in 2000. Keywords: Market, pesticides, pest control, urban pest, research. LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1: Esquema demonstrando a interação entre as ações do Controle Integrado.................................................................................................................... 17 FIGURA 2: Fêmea e macho de Cimex sp................................................................. 22 FIGURA 3: Planta da disposição de áreas do evento EXPOPRAG 2014................ 24 FIGURA 4: Pragas de maior importância no faturamento das empresas participantes da pesquisa de mercado de pragas urbanas............................................................................................................ 30 FIGURA 5: Pragas mais difíceis de controlar, na opinião dos entrevistados durante a feira da EXPOPRAG 2014, no período de 24 a 26 de Setembro, na cidade de São Paulo, SP........................................................................................... 31 FIGURA 6: Dificuldades no controle de pragas enfrentado pelos entrevistados durante a EXPOPRAG 2014, no período de 24 a 26, na cidade de São Paulo, SP.............................................................................................................................. 32 FIGURA 7: Principais meios pelos quais as empresas controladoras de pragas obtêm informações sobre as pragas urbanas........................................................... 46 FIGURA 8: Data aproximada do último controle de percevejo de cama realizado pelas 35 entrevistados participantes da pesquisa..................................................... 47 FIGURA 9: Locais de realização do tratamento específico para percevejos de cama.......................................................................................................................... 47 FIGURA 10: Possibilidade do morador da residência que recebera o tratamento para percevejos de cama ter viajado ao exterior....................................................... 48 FIGURA 11: representativo dos países visitados por moradores das residências cujo imóvel recebeu o controle de percevejos de cama............................................ 49 LISTA DE TABELAS TABELA 1: Características da metodologia convencional de aplicação de praguicidas e Controle Integrado de Pragas (CIP).................................................... 16 TABELA 2: Número de empresas que participaram do questionário sobre pesquisa de mercado de controle de pragas urbanas durante a EXPOPRAG 2014, período de 24 a 26 de setembro de 2014, na cidade de São Paulo, SP........ 26 TABELA 3: Nome das empresas participantes da pesquisa e número de entrevistados (%) por empresa. ............................................................................... 27 TABELA 4: Cargos ocupacionais dos participantes da pesquisa e número de entrevistados (%) por cargo......................................................................................29 LISTA DE ANEXOS ANEXO 1: Questionário de amparo à pesquisa científica........................................ 58 ANEXO 2: Pesquisa sobre a ocorrência de Percevejos de cama no Brasil............. 59 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 12 2 OBJETIVOS........................................................................................................ 14 3 REVISÃO LITERÁRIA........................................................................................ 15 3.1 O controle de pragas urbanas no Brasil........................................................... 15 3.2 O mercado de controle de pragas urbanas..................................................... 18 3.3 O profissional controlador de pragas................................................................ 19 3.4 O que são animais sinantrópicos? .................................................................. 20 3.4.1 As pragas urbanas................................................................................. 20 3.4.2 Percevejos de cama ou cimicídeos........................................................ 21 4 MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................... 24 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................... 26 6 CONCLUSÃO.............................................................................................. 50 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 51 12 1 INTRODUÇÃO O mercado profissional de controle de pragas, constituído pelas empresas controladoras de pragas legalizadas, é formado por mais de 5.000 empresas em todo o Brasil. Segundo dados do site pragas online, nos últimos anos, recém- formados em biologia, agronomia, medicina veterinária, química demonstram a intenção em abrir o seu negócio na área de controle de pragas, devido à carência por empresas mais profissionais no mercado de trabalho. Segundo a APRAG (Associação Paulista de Controladores de Pragas), há uma grande quantidade de empresas de controle de pragas legalizadas e associadas, sendo em SP, são aproximadamente 170, em todo Brasil são aproximadamente 300 empresas. O Brasil encontra-se entre um dos maiores consumidores de produtos praguicidas do mundo, tanto aqueles de uso agrícola como os domissanitários (FARIA, 2007). Existem três principais fatores que propiciam a existência do mercado ilegal destes produtos citados pela APRAG: a falta de uma regulamentação para a venda destes produtos, a postura errônea de alguns profissionais (fabricantes e revendas) que repassam estes produtos indevidamente, e a fabricação e distribuição de produtos não registrados no Ministério da Saúde. A venda indiscriminada de praguicidas, e consequentemente o emprego inadequado destes produtos, têm contribuído substancialmente para o aumento do índice de intoxicações e mortes provenientes de substâncias classificadas como agrotóxicos de uso doméstico e raticidas no País (SINITOX - Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, 2015). Deve-se levar em conta que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para cada caso notificado de intoxicação prospectam-se em cinquenta outros não notificados. O pior é saber que grande parte destes casos ocorreu pela ação das próprias vítimas, em geral consumidores domésticos que conseguem de alguma forma adquirir ilegalmente produtos de uso profissional destinados às empresas especializadas (CALDAS, 2000). Para fim de registro os praguicidas são classificados como venda direta para consumidor e venda exclusiva para entidades especializadas, uso veterinário e 13 agrícola. Para ser de venda direta ao consumidor ele tem que ser de pronto uso, pois não se pode esperar que o consumidor final, em geral leigo, saiba como diluir. O que geralmente ocorre quando se adquire um produto exclusivamente de venda profissional (FOOK, 2013). 14 2 OBJETIVOS Avaliar o mercado de controle de pragas após 14 anos, desde o último levantamento mercadológico; Classificar as pragas de maior importância financeira para as empresas do ramo de controle de pragas; Relacionar os meios pelos quais as empresas se mantém informadas sobre as novas tecnologias do mercado (equipamentos, produtos, pragas) Avaliar quais as principais dificuldades das empresas no controle das pragas urbanas; Descrever brevemente as pragas apontadas nos resultados da pesquisa como mais importantes para o controle; Registrar as ocorrências decorrentes do controle de percevejos de cama realizado pelas empresas controladoras de pragas. 15 3 REVISÃO LITERÁRIA 3.1 O Controle de Pragas Urbanas no Brasil O controle de pragas no Brasil iniciou-se por volta da década de 1950, tendo como inspiração a cultura norte americana, que era pioneira neste setor, produzindo e fornecendo moléculas e formulações para outros países (ANTUNES, 2002). A utilização do controle químico no país ainda necessita de aprimoramento quanto a formulações, poder residual de e desempenho, sendo estas adequadas ao clima e condições de adaptabilidade das espécies encontradas no Brasil. Parte das formulações desenvolvidas em outros países não atende as expectativas de controle descrito pelo fornecedor, pois temos que levar em consideração a realidade no Brasil, como país tropical, diferente dos países norte americanos. (SCHULLER, 2004). A utilização regular de praguicidas para o controle de artrópodes e rodenticidas para o controle de roedores tornou-se parte do desenvolvimento urbano, desde a disponibilidade das primeiras moléculas, na década de 1940 (NETO, 2008). A ideia do controle de pragas surgiu na agricultura intensiva, com o manejo integrado, que demonstrou a necessidade de unir conceitos, ações e práticas. Com o modelo em mãos, faltava adequá-lo ao ambiente urbano, nascendo assim o conceito de controle integrado de pragas, que compreende em impedir que as pragas se instalem e causem danos ao ambiente. (SALMERON, 2008). As denominações Controle Integrado de pragas (CIP) e Manejo Integrado de Pragas (MIP) apareceram pela primeira vez nos meados da década de 1950, vindos da área agrícola. Em 1972 a organização americana Food and Agricultural Organization (FAO), definiu o MIP como o termo mais correto a ser empregado, denominando-o como um sistema de manejo de pragas, que no contexto associa o ambiente e a dinâmica populacional da espécie, utilizando técnicas e métodos eficientes. Desta maneira, era possível manter a população da praga em níveis baixos diminuindo o dano econômico (CARVALHO; BARCELOS, 2012). 16 No entanto, tanto o termo CIP quanto o termo MIP possuem características e estratégias muito semelhantes, porém a denominação CIP é mais comum entre as empresas controladoras de pragas no Brasil (FIGUEIREDO, 2009) e difere do tratamento convencional, como é possível observar na tabela 1. Tabela 1: Características da metodologia convencional de aplicação de praguicidas e Controle Integrado de Pragas (CIP). Estratégia Tradicional CIP Filosofia Curativa Preventivo Conscientização e comunicação com o cliente Mínima Máxima Aplicação de praguicidas Máxima Quando necessário Tratamento nas áreas sensíveis Aerossol Iscas Uso de inseticidas por aplicações espaciais Extensivo Mínimo e localizado Técnica de aplicaçãode praguicidas Generalizada Localizada Técnica de planejamento e aplicação Subjetivo e pouco enfática Objetivo com mapeamento e monitoramento. Fonte: FIGUEIREDO (2014 p. 22) 17 O tratamento local de uma praga normalmente converte a novas ocorrências no aparecimento da mesma ou outra praga urbana (FIGUEIREDO, 2013). Uma empresa de controle de pragas que apresenta um trabalho qualificado, deve sempre realizar a inspeção da área a ser tratada, a fim de detectar o foco da infestação e agir com medidas corretivas in locu, e medidas preventivas em todo o ambiente. As ações corretivas são aquelas que corrigem as condições favoráveis que estão permitindo a sobrevivência, permanência e proliferação da praga. (GIORDANO e SILVA, 2011). Sendo assim, o controle integrado de pragas representado na figura 1, nada mais é do que o conjunto de ações realizadas pela a empresa contratada juntamente com o cliente. Figura 1: Esquema demonstrando a interação entre as ações do Controle Integrado. O Controle Integrado de Pragas envolve principalmente a adoção de medidas preventivas e corretivas, através da racionalização do uso de defensivos químicos para que os riscos de contaminação do ambiente seja a mínima possível. (NETO, 2008). Medidas de Eliminação Medidas Preventivas Medidas Curativas Controle Integrado 18 Alguns passos são necessários para a implementação do Controle Integrado de Pragas: Conhecimento das instalações; Conhecimento sobre as pragas; Avaliação do ecossistema; Mapeamento das instalações por pontos de criticidade; Avaliação do equilíbrio de risco e benefício do controle; Determinação de equipe especializada para o controle operacional; Sistema adequado de monitoramento; Embasamento de boas práticas de fabricação (BFP). Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelas empresas de controle de pragas é encontrar um profissional qualificado no mercado de trabalho. Dentre tantas as informações que o mercado oferece, a empresa contratante deve se preocupar com a atualização do profissional, disponibilizando a ele oportunidade para estudar, pesquisar e buscar formação profissional adequada. O cliente está cada dia mais exigente, pois a informatização lhe permite o fácil acesso as informações e discursos em nível elevado de conhecimento com o operador. Sites, revistas e publicidade, promovem a informação técnica a todo mundo, sem exceção. Uma equipe especializada e preparada tem um custo mais elevado, e isso precisa estar embutido no valor do serviço a ser realizado. (SCHÜLLER, 2003). 3.2 O mercado de Controle de Pragas Urbanas O setor de controle de pragas movimenta aproximadamente um bilhão de reais por ano no Brasil, com perspectivas de crescimento de até 10% nos próximos anos. Segundo dados da Associação Brasileira de Controle de Vetores e Pragas (ABCVP), existem mais de 3.800 empresas controladoras de pragas em todo o país, sendo que 70% destas encontram-se ilegais. Tendo em vista que o Brasil passa por dificuldades em sua economia, isso gera impacto em todos os setores, e com a indústria de controle de pragas não poderia ser diferente. 19 Com a dificuldade financeira, o consumidor é obrigado a procurar por opções mais baratas. É nesta hora que o mercado abre espaço para as empresas irregulares, que ofertam serviços de baixa qualidade e custo, pois a concepção do consumidor ainda é visar mais o baixo custo do que a alta qualidade. Grande parte destas empresas apresenta-se ilegais no mercado, prejudicando o setor que luta para expandir (MORAES, 2012). Com a baixa lucratividade, as empresas foram forçadas a desenvolver novas estratégias de venda, passando assim, a praticar preços inferiores do que os habituais. O mercado das empresas ilegais soma algo em torno de 70% das companhias do setor de controle de pragas. Com a qualidade inferior, sem regulamentação e custos acarretados pela legalidade, estas empresas apresentam preços de mercado imbatíveis. (MAGALHÃES, 2013) 3.3 O profissional controlador de pragas Em décadas anteriores, a imagem do controlador de pragas era de um sujeito desleixado, cheirando as vestes a veneno, que iria impregnar e encharcar sua residência ou qualquer local. Mas este tempo passou. O profissional controlador de pragas vem adquirindo crescente qualificação técnica para melhor desempenho de sua função. A grande maioria da categoria de controladores de pragas deixou a imagem de aplicador de venenos e vem adquirindo novos conceitos, embasamento técnico aplicado ao seu dia a dia. Existem boas maneiras de realizar a atualização dos operadores, uma delas é a criação de um acervo bibliográfico na empresa, contendo livros, revistas especializadas, apostilas, folhetos informativos, periódicos, impressos técnicos, manuais de equipamentos, que também são de suma importância para a composição da biblioteca. Treinamento interno palestra com fornecedores, mesas redondas com estudo de casos de sucesso e de fracasso são maneiras de atualizar sua equipe (FONTES, 2000) 20 3.4 O que são animais sinantrópicos? A problemática do crescimento desordenado das cidades, associada à ineficiência das políticas de controle ambiental urbano, rural e silvestre, vem tornando cada vez mais complexa e resistente a relação entre homem e meio ambiente (NUNES, 2003) Muitas espécies de animais, ao longo dos anos, com a degradação de seu habitat natural, foram atraídos pela oferta de água, abrigo e alimento para os grandes centros urbanos, onde há a maior concentração de resíduos. Adaptaram-se ao novo ambiente e o problema que a mudança de hábitos trouxe como as doenças, tornaram muito destes animais vetores de doenças aos seres humanos, tais animais são denominados de animais sinantrópicos (SCHMIDT, 2007). No meio urbano, os animais sinantrópicos encontraram em abundância os recursos essenciais para sua sobrevivência. Uma vez em equilíbrio, estes seres se reproduzem tornando-se verdadeiras pragas urbanas, ameaçando a saúde da sociedade. Estes animais, como qualquer ser vivo, possuem seus fatores essenciais para a sobrevivência, assim como: água, abrigo e alimento( RICKLEFS, 1996). Água não é fator limitante em nosso meio, mas pode-se nos interferir outros dois fatores que são alimento e abrigo, de modo que espécies indesejáveis não se alastrem de maneira incontrolável (SCHOWALTER, 1952). Para tanto, é necessário se conhecer os modos de vida de tais espécies, o que serve de alimento e abrigo para cada uma que se pretende controlar. Com a adoção de medidas preventivas ao alastramento de tais pragas, é possível manter a saúde dos ambientes públicos. Desta maneira, pode-se contribuir para a melhoria da qualidade de vida (São Paulo, Secretaria Municipal de Saúde, CCZ, 2003). 3.4.1 As pragas urbanas Pragas urbanas são animais que causam incômodo, doenças, prejuízo, e ainda podem contaminar ambientes e alimentos. Nenhum animal existe com a intenção de ser praga, somente se aproveitam das facilidades encontradas no meio em que vivem. Em situação de equilíbrio na cadeia alimentar e no ambiente natural, não haveria pragas. 21 Ser praga é uma condição momentânea, e não uma característica do animal. A praga é um indicador ambiental, e havendo vulnerabilidade do meio, há instalação da mesma (DUARTE, 2013). A origem das pragas é mais antiga que a civilização humana, onde o desequilíbrio causado pelo homem em seu ambiente proporciona o dano que as espécies praga causam. O acúmulo de detritos, condições precárias de higiene, saneamento e educação geram o descontrole, condições totalmente diferentes do habitat natural destas espécies. Diversos animais sinantrópicos setornaram pragas, seja pelos danos diretos causados aos bens materiais, pela transmissão de doenças ou pelo incômodo que eles causam. Destes, os insetos têm seu destaque, pela adaptação e pelo alto potencial reprodutivo. Todos os animais sinantrópicos considerados pragas urbanas devem ser manejados, a fim de que seus níveis populacionais não se excedam, pois o que qualificamos como praga hoje, pode deixar de ser amanhã (FIGUEIREDO, 2013). Baratas, roedores, formigas, moscas, percevejos, pulgas, aranhas, escorpiões, carrapatos, cupins são algumas das principais pragas controladas por empresas de controle de pragas vetores e pragas (ANTUNES; TAKEBAYASHI, 2003). 3.4.2 Percevejos de Cama ou Cimicídeos Os cimicídeos, ou popularmente chamados de percevejos de cama são pertencentes à Ordem Hemiptera (ZORZENON, 2006) A família Cimicidae compreende atualmente seis subfamílias, 23 gêneros e 91 espécies. Treze dos 23 gêneros são associados aos morcegos e nove gêneros associados às aves. O gênero Cimex (Figura 2) é uma exceção por se associar tanto aos morcegos, aves e humanos. Possuem um corpo ovalado, medindo entre 4,5 a 7 mm de comprimento. Os insetos deste gênero são ápteros e possuem hemielitros curtos e reduzidos em forma de escamas. 22 Figura 2: Fêmea e macho de Cimex sp. Fonte: http://www.hermann-levinson.de/bettwanze.htm Na atualidade se conhece somente três espécies de percevejos de cama com hábitos antropofílicos: Cimex lectularius distribuído amplamente no mundo, Cimex hemipterus e Leptoamex boueti (HWANG, 2005). Seu desenvolvimento é hemimetábolo, passando pelas fases de ovo, ninfa com cinco estádios e adulto. Podem se reproduzir durante todo o ano em condições favoráveis como disponibilidade de alimento, temperatura e abrigo (NASCIMENTO & BARATA, 2008). Uma fêmea saudável de C. lectularius faz a postura de cerca de 500 ovos durante sua vida. O tempo de desenvolvimento da espécie varia de acordo com alguns fatores, por exemplo, quanto a escassez de alimento: as fêmeas fecundadas são capazes de ovopositar ovos férteis mesmo não tendo realizado repasto sanguíneo após o ingresso na fase adulta( FORATTINI, 1990). A convivência humana na presença desses insetos é bastante incômoda, uma vez que durante o repasto sanguíneo algumas proteínas contidas na saliva deste inseto acarretam em sérias reações alérgicas, causando irritação, prurido, edema. (CRIADO, 2011). Além do mais, sua presença causa repulsa e desconforto, uma vez que os percevejos de cama já estiveram associados à falta de higiene (ARAÚJO, 2009). 23 Na década de 1940, os percevejos de cama se tornaram populares, sendo estes, pragas associadas aos locais com baixos padrões sanitários. Entre as décadas de 1950 e 1960, com a utilização de DDT e melhoria dos padrões sanitários e organização da sociedade, tornavam-se raros os registros de aparecimento de cimicídeos. Em 1990, os casos com cimicídeos eram cada vez mais frequentes, porém não mais estavam associados à imundice, e sim ao aumento do intercambio populacional para todos os lugares do mundo. Deste modo, as grandes cidades se tornaram ambiente propício para uma infestação de cimicídeos. (BARATA & LAGE, 2012). No município de São Paulo, em levantamento realizado no ano de 2010 pela ABCVP, foi demonstrada maior ocorrência de percevejos de cama em áreas de subprefeituras com maior índice de desenvolvimento humano. Metodologias são discutidas a respeito do controle de cimicídeos, pois somente higienização, aspiração, troca do estrado da cama, troca de colchão não se mostram totalmente satisfatórios. Recomenda-se o controle químico junto a ações de higienização dos locais infestados (NASCIMENTO, 2012). 24 4 MATERIAIS E MÉTODOS Foi elaborado um questionário de amparo a pesquisa deste trabalho. A aplicação do questionário foi realizada durante o evento EXPOPRAG 2014, ocorrido nos dias 24 a 26 de setembro de 2014, no Centro de Convenções Frei caneca, localizado na Rua Frei Caneca, bairro da Consolação, São Paulo como representado na figura 3. A EXPOPRAG é um evento bianual, realizado em parceria com a APRAG, onde o principal objetivo de sua realização é causar a aproximação das empresas de controle de pragas às associações regionais, agregando informações técnicas, apresentando novas formulações e tecnologias. Palestras com profissionais renomados da área de controle de pragas e cursos voltados ao controle e biologia dos roedores, cupins, pombos urbanos, baratas, formigas e mosquitos foram apresentadas nesta edição do ano de 2014 do evento. Figura 3: Planta da disposição de áreas do evento EXPOPRAG 2014. Fonte: http://expoprag.com.br/feira/#planta 25 O público alvo constava em profissionais do controle de pragas, pertencentes a empresas privadas e órgãos públicos. Aplicação do questionário foi realizada no stand do Instituto Biológico, onde os visitantes eram abordados para responder as perguntas. O questionário (anexos 1 e 2) levantou os dados da empresa, sobre as pragas por ordem de importância de faturamento, quais pragas mais difíceis de controlar, como a empresa obtêm informações sobre produtos, equipamentos e biologia das pragas e, finalmente, se a empresa já realizou controle de percevejos de cama. Grande parte das perguntas foram as mesmas realizadas em 2000 por Paulo Roberto Corrêa que realizou a pesquisa com o tema Pragas Urbanas: Pesquisa de mercado. 26 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Oitenta e duas pessoas responderam ao questionário durante a feira na EXPOPRAG 2014. São Paulo foi o estado que teve o maior número de empresas participantes que responderam ao questionário (57%), seguido dos Estados de Piauí e Minas gerais (5%), Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná (4%) (tabela 2). Para CORRÊA, 2000, São Paulo foi um dos Estados que mais contribuiu com a pesquisa, seguidos de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Bahia. Tabela 2: Número total de empresas que participaram do questionário sobre pesquisa de mercado de controle de pragas urbanas durante a EXPOPRAG 2014, período de 24 a 26 de setembro de 2014, na cidade de São Paulo, SP. Estado Número total de empresas entrevistadas (%) São Paulo 47 (57%) Piauí 4 (5%) Minas Gerais 4 (5%) Bahia 3 (4%) Rio Grande do Sul 3 (4%) Paraná 3 (4%) Pernambuco 2 (2%) Rio de Janeiro 2 (2%) Ceará 2 (2%) Distrito Federal 2 (2%) Goiás 2 (2%) Santa Catarina 2 (2%) Amazonas 1 (1%) Espírito Santo 1 (1%) Pará 1 (1%) 27 Paraíba 1 (1%) Amapá 1 (1%) Alagoas 1 (1%) 64 empresas de controle de pragas participaram da pesquisa, dentre elas, empresas públicas e privadas. Na tabela 3, podemos conferir algumas das empresas participantes da pesquisa. Tabela 3: Nome das empresas participantes da pesquisa e número de entrevistados (%) por empresa. Empresas Participantes Número de entrevistados Prefeitura de São Paulo 6 Ecolab 5 Loremi 3 Prefeitura de Santos 2 Praxis 2 Termitek 2 Top Pragas 2 DDInsetos 2 DDLimp 2 Sanesur 1 Fim das Pragas 1 MG Ambiental 1 Equilíbrio saúde ambiental 1 Pragtec 1 19 Controle de Pragas 1 DDGus 1 No praga 1 Ambiental 1 Protecta 1 Global Dedetizadora 1 28 Zap Pragas 1 Radar Desinsetizadora LTDA 1 Desratox 1 Extermine 1 Nova Sadine 1 Wali Saúde Ambiental 1 Biovet 1 Couto Dedetizadora 1 Riva Saúde Ambiental 1 Insetsan 1 Focus 1 Keyppy 1 Avira Dedetizadora e Desentupidora 1 Desentupidora Marauense 1 Pestcontrol 1 Antinsect 1 Truly Nolen 1 Desinflex 1 Alta Sul 1 Dedetizadora Aquanax 1 Degrag Service 1 Rinagnowiski 1 Biopratica 1 LTAmbiental 1 Rio Prag 1 Vegetal Agronegócios1 Doutor Pragas 1 DDDez 1 Desintec 1 Domínio Ambiental 1 Exalar Saúde Ambiental 1 Re Lagos 1 29 Dentre os participantes da pesquisa, havia uma grande diversidade de cargos ocupados nas empresas. Os cargos de Diretor, Técnico aplicador e agente de zoonoses possuíam o maior número de representantes, sendo respectivamente 17%, 14% e 11% dos participantes da pesquisa. Tabela 4: Cargos ocupacionais dos participantes da pesquisa e número de entrevistados (%) por cargo. Cargos Ocupados Número total de entrevistados (%) Diretor 14 (17%) Tecnico Aplicador 12 (14%) Agente de Zoonoses 9 (11%) Sócio 7 (8%) Administrativo 5 (6%) Gerente Técnico 4 (5%) Proprietário 4 (5%) Supervisor Operacional 4 (5%) Formigas Arujá Desinsetização 1 Desentupidora Predial 1 DDDias Controle Ambiental 1 Multisan 1 Sam Controle Ambiental 1 Extinseto 1 Higprotect 1 Asseio 1 Impacto Controle ambiental 1 Tupa Dedetizadora 1 Biológica 1 Vip Ambiental 1 30 Gerente Operacional 4 (5%) Gerente Comercial 4 (5%) Biólogo 4 (5%) Responsável Técnico 4 (5%) Vendedor 3 (3%) Engenheiro Agrônomo Proprietário 2 (2%) Gestor de Qualidade 1 (1%) Segurança do Trabalho 1 (1%) Estagiário 1 (1%) Entomólogo 1 (1%) As pragas de maior importância financeira para as empresas (Figura 4) foram: baratas (32%), roedores (17%), cupins (14%) e formigas (13%). Segundo CORRÊA, 2000, as pragas de maior importância financeira para as empresas controladoras de pragas no Brasil foram Baratas, cupins, ratos, formigas e pulgas. Já em São Paulo estes dados passam a ser representados por: Baratas, cupins, ratos e formigas. Figura 4: Pragas de maior importância no faturamento das empresas participantes da pesquisa de mercado de pragas urbanas. 32% 17% 13% 14% 9% 5% 5% 3% 2% Pragas de maior importância no faturamento Baratas Roedores Formigas Cupins Moscas Pulgas n=82 pessoas entrevistadas 31 As pragas relatadas como mais difíceis de controlar (Figura 5) foram: baratas (21%), cupins (17%), ratos (15%), pombos (8%), formigas e pulgas (7%) cada, já para CORRÊA, 2000, as pragas de difícil controle no Brasil foram: formigas, cupins, baratas, ratos, pombos, escorpiões e pulgas. Já para o Estado de São Paulo as pragas mais difíceis de controlar foram: cupins, baratas, formigas, ratos, aranhas, escorpiões, pulgas/traças e pombos. As principais dificuldades no controle foram aspectos sobre seu ciclo de vida (30%), controle de colônias (19%), condições da espécie (16%), Resistência aos praguicidas (14%), entre outras (Figura 6). Figura 5: Pragas mais difíceis de controlar, na opinião dos entrevistados durante a feira da EXPOPRAG 2014, no período de 24 a 26 de Setembro, na cidade de São Paulo, SP. 21% 17% 15%8% 7% 7% 5% 5% 5% 3% 3% 2% 1% 1% Pragas mais difíceis de controlar Baratas Cupins Ratos Pombos Formigas Pulgas Mosca Mosquito Percevejo de Cama Praga de Grãos Carrapatos Escorpiões Aranhas Ácaros 32 Figura 6: Dificuldades no controle de pragas enfrentado pelos entrevistados durante a EXPOPRAG 2014, no período de 24 a 26, na cidade de São Paulo, SP. Ainda sobre as dificuldades encontradas no controle das pragas urbanas citadas acima, 29 entrevistados (30%) relataram como maior dificuldade o ciclo de vida das espécies. Por este motivo, foi agregada a esta pesquisa uma breve descrição quanto às principais pragas de difícil controle. Baratas As baratas são insetos pertencentes à ordem Blattodea. Habitam o planeta Terra há aproximadamente 350 milhões de anos, no período Carbonífero da Era Paleozóica. Cerca de 4000 espécies são conhecidas no mundo, porém menos de 1% são consideradas pragas urbanas (Thyssen et. al, 2004). De todos os insetos considerados pragas para o homem, as baratas são as causadoras do mais asco e incômodo por estar diretamente relacionadas com a falta de hábitos de higiene (Potenza,2004). Algumas espécies de baratas se tornaram pragas através da utilização das condições que o homem oferece no ambiente urbano, recriando replicas de seus 30% 19% 16% 14% 7% 7% 5% 1% 1% Dificuldades no controle das pragas Ciclo de vida Controle de colônias Condições da espécie Resistência aos praguicidas Higiene do local Oferta de alimento Legislação Ambiental Elevado Custo Falta de praguicida 33 habitats naturais, agregando a esse fato uma grande vantagem, a ausência de predadores naturais ciclo reprodutivo rápido, passando por ovo, ninfa e adulto. (FIGUEIREDO, 2008). Em condições normais, possuem habito noturno aliado ao hábito criptobiótico e gregário, porém em áreas de alta infestação podem aparecer durante o dia. As espécies de maior importância para controle são Blatella germânica, popularmente conhecida como francesinha, possui hábitos noturnos e Periplaneta americana, conhecida como barata de esgoto e Blatta orientalis, com importância para a saúde pública. Tais espécies são consideradas importantes, pois são potenciais vetores de patógenos, causadoras de toxiinfecções alimentares, infecções gastrointestinais, entre outras. (Parreira et al, 2010) Podemos também incluir as baratas no grupo de insetos que mais causam alergias em humanos, mais do que ácaros e pelos de gatos. As principais fontes de alérgenos das baratas estão nas fezes, exoesqueleto, ovos e saliva, alérgenos conhecidos como Blag1, Blag2 e Per a1. No que se diz a respeito do controle, as aplicações com aerossóis são de grande valia, desde que sejam de uso profissional, aliados a vedação de fendas e frestas. O uso de pó seco é um auxiliar no tratamento localizado e pontual, conciliado a utilização de um praguicida de efeito Knock down. Em ambientes onde já foi diagnosticada uma alta infestação, não é possível desconsiderar tratamentos de alto impacto, porém um controle regular e inspeção se fazem necessário para que a infestação não volte. (FIGUEIREDO, 2014) As formulações de microencapsulados e outras formulações em base aquosa são mais seguras para utilização em áreas internas. Após a realização do controle da infestação, medidas de limpeza e sanitização dos ambientes são necessárias, a fim de diminuir o contato com os agentes alérgenos provenientes das baratas (FIGUEIREDO, 2011). Moscas São insetos da ordem Diptera (di=dois, ptera=asa), surgiram há cerca de 65 milhões de anos, no Período Paleógeno da Era Cenozóica. 34 Subordem Brachycera, Infraordem Muscomorpha, estão divididas em cerca de 150 mil espécies. As moscas apresentam metamorfose completa, sendo os instares: ovo, larva, pupa e adulto. O aparelho bucal é do tipo sugador lambedor e seus hábitos alimentares são bastante variados, desde matéria orgânica como frutos, açúcares, carnes, produtos de decomposição, fezes, pus, entre outros. Por conta desses hábitos, são considerados potenciais vetores de patógenos. Acredita-se que o transporte desses microorganismos ocorre através da aderência ao exoesqueleto, nas cerdas presentes no corpo, nas pernas e também no aparelho bucal. As moscas sinantrópicas são consideradas vetores mecânicos de aproximadamente 100 patógenos diferentes, podendo transmitir cerca de 70 patógenos. A espécie Musca domestica está distribuída mundialmente, facilmente reconhecida pela presença de 4 listras escuras longitudinais, localizadas no dorso do tórax. Os ovos são depositados em matéria orgânica em fermentação, ou sob fezes. Cada fêmea pode ovopositar de 400 a 900 ovos. Uma fêmea adulta pode viver ate 12 semanas. As espéciesdo gênero Chrysomya possuem o ciclo biológico semelhante ao gênero Musca, porém em sua morfologia diferem principalmente pelo tamanho avantajado e coloração verde e azul metálico. A diferença entre os dois gêneros está no substrato de ovoposição, onde a Musca domestica deposita seus ovos em fezes animais e humanas, lixo orgânico e matéria orgânica. Já as espécies do gênero Chrysomya buscam substratos iguais à Musca domestica e tecidos em decomposição, animais mortos e vivos. As moscas possuem um mecanismo excepcional para a digestão; o inseto lança sobre seu alimento uma substância de Ph ácido, como o suco gástrico, a fim de digeri-lo para enfim sugá-lo, pois as moscas não são capazes de absorver nada sólido. Alimentam-se de matéria animal ou vegetal em decomposição, açúcar, fezes entre outros. 35 A presença de moscas em locais é notada pela presença de manchas escuras, pelo depósito de fezes, e manchas claras devido ao lançamento de saliva, característico do animal (DUDAS; LAERTY, 1988). A participação das moscas sinantrópicas como vetores de microorganismos patógenos em espécies por aqueles causadores de gastroenterites é uma questão preocupante, levando em consideração o crescente mercado de produtos alimentícios, em especial restaurantes e barracas de alimentos ao ar livre em atendimento as necessidades de nossa população faz-se necessário atentar-se a presença destes insetos nesses ambientes e a busca por metodologias que impeçam a entrada e permanência às áreas de preparo e exposição de alimentos para o consumo. De modo preventivo, em todos os locais se faz necessário o trabalho de educação sanitária, de forma a minimizar os efeitos trazidos por estes insetos. Os investimentos devem ser implementados no sentido de modificar o ambiente, bloqueando o acesso destes insetos ao interior desses estabelecimentos, como cortinas de ar, armadilhas luminosas, entre outros. No lado externo investir em saneamento, canalização de esgotos e dejetos, eliminando assim as fases iniciais do ciclo de vida dos espécimes (SCHULLER, 2000). Mosquitos Assim como as moscas, os mosquitos são dípteros por apresentarem dois pares de asas, o primeiro membranoso, e o segundo um par atrofiado, os halteres, que auxiliam no equilíbrio para o vôo. São pertencentes à subordem Nematocera, onde serão destacados os gêneros de importância zoonótica, como o Aedes, onde destacamos a espécie Aedes Aegypti e o Culex.(DUARTE,2002) Ambos os gêneros em questão, encontram-se perfeitamente adaptados às condições urbanas, a exemplo disso, podemos citar os mosquitos pertencentes ao gênero Culex, adaptados a córregos poluídos, esgotos, valetas, entre outros; já os mosquitos pertencentes ao gênero Aedes, encontram-se facilmente em estágio larval em tanques, caixas d’água, pneus, pratinhos de vasos com plantas, ou qualquer material capaz de armazenar água decorrente das chuvas. Entre os gêneros apresentados, existem pequenas diferenças, os mosquitos pertencentes ao gênero Culex, preferem águas poluídas, rica em matéria orgânica, 36 para efetuar a postura de seus ovos, que em média são entre cem a trezentos ovos depositados diretamente na água, em uma disposição que lembra uma jangada. Os adultos de Culex vivem de trinta a sessenta dias; já as fêmeas de A. aegypti preferem a água limpa e com sombra para a deposição de seus ovos, como paredes de recipientes, caixas d’água, superficialmente. Os ovos de Aedes podem resistir a um período de estiagem de um ano, só eclodem em condições favoráveis ao desenvolvimento do mosquito. Os adultos vivem em média quarenta e cinco dias. Os mosquitos são insetos que também apresentam seu desenvolvimento completo, com duas fases bem distintas: A fase aquática e a fase aérea. A água é um fator essencial para a existência do mosquito, pois é través desta que o mosquito completa seu ciclo de vida, outro fator de grande importância é a temperatura, que se propícia aumenta a taxa de eclosão e desenvolvimento de larvas em adultos. Na fase aquática, os instares: ovo, larva e pupa, são dependentes desse recurso, onde alimento e temperatura são fatores de variância quanto ao tempo de desenvolvimento, entre sete e quinze dias. As larvas, popularmente chamadas de martelinhos, são visíveis na água, sobem para respirar na superfície e descem para se alimentar. Na fase aérea, já são adultos, onde somente as fêmeas possuem o hábito da hematofagia, pois e através deste hábito, que se podem nutrir os ovos para a postura, enquanto isso os machos da espécie alimentam-se da seiva de vegetais. Os mosquitos da espécie A. aegypti são importante vetores do vírus da Dengue, Febre Amarela e febre Chikungunya e febre Zica. É importante ressaltar a população que os mosquitos não nascem com o vírus, e sim os adquire ao picar alguém que esteja contaminado com o vírus. Uma vez contaminado, os vírus se multiplicam no organismo do mosquito, que depois são transmitidos para outra pessoa através do repasto sanguíneo. Formigas As formigas são insetos pertencentes a ordem Hymenoptera (hymen=membrana, ptera=asa), pertencem ao mesmo grupo das abelhas e vespas. 37 São chamadas de insetos sociais pelos hábitos de vida social entre os indivíduos da colônia. As formigas possuem importante papel, na aeração do solo, remoção de partículas e reciclagem de nutrientes. Diversas espécies possuem hábitos predatórios, muito úteis na agricultura, no controle de pragas agrícolas, sendo estas agentes polinizadoras. No meio urbano a maioria das espécies são consideradas pragas, invadindo residências, indústrias, hospitais, entre outros. Algumas espécies são extremamente incômodas, pois suas mordidas e ferroadas são doloridas, podendo acarretar reações alérgicas e até choque anafilático. As formigas são também um perigo à saúde pública nos ambientes hospitalares, podendo ser vetores de diversas doenças, circulando livremente pelas instalações hospitalares. Os fatores que tornam difícil o controle de algumas espécies de formigas se dizem a respeito da colônia, a dispersão e a quantidade de rainhas. Podem ser monogênicas, quando há uma rainha ou poligênicas, quando há a presença de várias rainhas. Locais como vãos, frestas em azulejos, vasos de plantas, batentes de portas e janelas ou até troncos de árvores são locais para a instalação das colônias. Para executar uma boa inspeção sobre formigas é necessário realizar a aplicação de iscas de monitoramento antes, durante e depois do tratamento, a fim de avaliar os índices de infestação e controle. Estas iscas são compostas de alimentos não tóxicos, e atrativos. Iscar pontos estratégicos de aparecimento dos exemplares é essencial, pois este número de pontos traz a informação a respeito do índice de infestação. (CAMPOS, 2013) As formigas possuem basicamente 4 instares de desenvolvimento: ovo, larva, pupa e adulto, sendo este último representado por machos, fêmeas e operários . Machos e fêmeas são alados e possuem órgãos sexuais bem desenvolvidos, já as operarias sempre são fêmeas, sem asas e com órgãos sexuais prematuros. Algumas operárias possuem cabeça e mandíbula maiores, pois tem a função de proteger a colônia, são chamadas de soldados (SCHULLER, 2013). Qualquer forma de controle a ser adotada deve ter como objetivo a colônia como um todo e não somente as formigas em atividade externa no ninho, que é de no mínimo 30% da colônia. (BUENO & CAMPOS, 1999) 38 Existem alguns fatores necessários para um bom controle: Conhecer e identificar todas as espécies predominantes. Conhecer a biologia, etologia e ecologia. Conhecer todas as matérias primas disponíveis para o controle no mercado. Praticar ações preventivas, como vedar fendas e frestas, orientando o cliente nessas ações. Algumas espécies consideradas como pragas urbanas (CAMPOS & BUENO, 2007) Odontomachus spp. - Popularmente conhecida como traque traque, algumas espécies são encontradas em meio urbano. Acromyrmex sp. - Conhecida como formiga cortadeira ou quemquém. Tapinoma melanocephalum - Conhecida como formiga fantasma Monomorium pharaonis e Monomorium floricola – Conhecidas como formiga faraó. Paratrechina longicornis e Paratrechina fulva – Conhecidas como formiga louca. Componotus spp. – conhecida como formiga carpinteira. Solenopsis spp. – Conhecida como formiga lavapés. Pheidole spp – Conhecida como formiga cabeçuda. Wasmania auropunctata – Conhecida como pixixica. Crematogaster spp – conhecida como formiga acrobata. Pachycondila spp. – Conhecida como arranca as calças. Atta spp – Conhecida como saúva cortadeira. Cupins Os cupins ou térmites são insetos pertencentes à infraordem Isoptera (Isso=Igual, pteros=asa), ordem Blattaria. São insetos eusociais de convívio em colônias, onde existe um nível organizacional entre as castas de ambos os sexos e possuem rei e rainha. 39 Engloba os indivíduos conhecidos como cupins ou térmites, sendo que suas formas aladas são chamadas de aleuias ou siriris. Possuem o desenvolvimento hemimetábolo. As térmites são dominantes em clima tropical, e estão distribuídos desde em Florestas úmidas até as Savanas. Existem aproximadamente 3000 espécies descritas no mundo, e cerca de 300 espécies no Brasil. Os cupins são benéficos quando encontrados em ambientes naturais, uma vez que são considerados importantes agentes recicladores de nutrientes. Atua na trituração, decomposição da celulose, disseminam bactérias e fungos que realizam a quebra da celulose. De modo geral, nas colônias dos cupins existe um casal real, indivíduos jovens e indivíduos estéreis, este ultimo composto por soldados e operários, responsáveis pela tarefa de organização da colônia. Nas colônias maduras de cupins, normalmente anualmente ocorrem os reprodutores alados, popularmente chamados de aleluias ou siriris, são responsáveis pela fundação de novas colônias. Cupins são muito conhecidos principalmente pelo seu potencial como praga, porém os cupins pragas representam somente 10% dos indivíduos dentro da infra ordem (Costa-Leonardo, 2002) No meio urbano, os cupins causam prejuízos às estruturas prediais, residências, bibliotecas, entre outros. Porém para controlá-los, é necessário primeiramente conhecer seus hábitos, sua biologia, a espécie e outras características que auxiliarão na decisão de metodologia de controle. São hemimetábolos, ou seja, as fases imaturas ou larvais são independentes e desenvolvem suas atividades em sociedade. (Costa-Leonardo, 2013) Quanto aos seus ninhos, isso depende bastante da espécie e dos hábitos, pois existem cupins que vivem exclusivamente na madeira seca ou úmida, enquanto existem outros que nidificam no solo ou em contato com ele, sendo os subterrâneos, outros fazem ninhos epígeos, ainda há os arborícolas onde os ninhos são construídos em algum suporte acima do solo, como estacas, postes ou árvores. 40 Os cupins são insetos de vida longa, onde um operário pode viver até cinco anos, e as rainhas em muitas espécies podem chegar até 20 anos. Existem relatos de rainhas com 50 anos. (LELIS, 2007). Pulgas As pulgas são animais que habitam preferencialmente locais úmidos e de temperatura amena. São hematófagas, onde só os adultos praticam hematofagia. Uma pulga com alimentação ativa pode sobreviver até quinhentos dias, caso contrário, vive somente um terço de sua vida, variando a espécie. Algumas espécies de pulga possuem hospedeiros específicos, outras não possuem essa especificidade, daí a importância na transmissão de enfermidades. As principais espécies com maior importância em caráter zoonótico são: Xenopsylla cheopis, a pulga de ratos domésticos, a principal transmissora da Peste Bubônica e do Tifo Murino ao homem. Foi através dos ratos pretos (Rattus rattus) e de ratazanas (Rattus Norvergicus) vindos nos navios mercantes na segunda metade do século dezenove. Tunga penetrans, popularmente conhecida como bicho-de-pé, comum em zonas rurais, onde o solo costuma ser mais arenosos. Nesta espécie, a fêmea fecundada de T. penetrans penetra nas solas do pé, calcanhar ou nas palmas das mãos do homem, causando grande incômodo em forma de forte coceira e ulceração. (Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2007) Pulgas do gênero Ctenocephalides são parasitas preferencialmente de cães e gatos. As pulgas possuem quatro instares de desenvolvimento: ovo, larva, pupa e adulto, completando o desenvolvimento. Como são animais sensíveis a mudanças de temperatura e umidade, o ciclo vital de ovo até adulto pode levar de três a quatro semanas, dependendo da espécie. Cada fêmea de pulga após o repasto sanguíneo, em média faz a postura de trezentos a quinhentos ovos, que podem ser depositados no próprio hospedeiro, no chão, cama de animais, tapetes ou em ninhos. Os ovos eclodem em um período de do dois a doze dias; se em temperaturas baixas, o ovo pode permanecer adormecido por até um ano. 41 O período larval consiste na formação de casulo pegajoso. As larvas pequenas e vermiformes durando de doze a trinta dias esse período. As pupas logo emergem, e são do tipo livre, onde aderem-se a qualquer local. Após o período de sete a dez dias surge o adulto, que após vinte e quatro horas está pronto para se alimentar. Carrapatos Os carrapatos pertencem à classe Arachnida e subclasse Acari, junto com escorpiões e aranhas, sendo encontrados por quase todo o mundo. Existem aproximadamente 870 espécies de carrapatos no momento, sendo estas agrupadas em 03 famílias: Ixodidae (Alta concentração de espécies no Brasil), Argasidae e Nuttaliellidae. (MESQUITA, 2011). Ixodidae tem alta importância medico veterinária, representados pelos gêneros Amblyomma, Rhipicephalus e Anocentor, principais vetores para animais e humanos. São ectoparasitos de vertebrados terrestres. Em altas infestações pode levar seu hospedeiro à morte.Sua importância é significativa para a saúde pública e animal, pois são transmissores de agentes infecciosos durante a hematofagia. O carrapato estrela (Amblyomma cajennense) é a principal espécie que parasita seres humanos, considerado o principal vetor da febre maculosa, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. As principais vitimas são pessoas que vivem ou visitam zonas rurais, pois nessas regiões há um número significativo de animais silvestres hospedeiros de carrapatos, aumentando a vetorização destes. (PEREZ, 2008). A febre maculosa pode ser de difícil diagnostico, principalmente na fase inicial, inclusive entre médicos experientes. Os carrapatos são artrópodes desprovidos de capacidade de locomoção ativa a longas distancias, por isso utiliza-se de seres hospedeiros para aumentar sua dispersão. O controle desta espécie pode ser realizado pela remoção ou tratamento com carrapaticida em seus principais hospedeiros. O uso de barreira física para restringir a entrada de capivaras, também é uma opção, além da conscientização da população quanto às áreas de maior infestação. 42 Dentre os piretróides, os mais eficientes são: Lambda cyalotrina e Bifentrina. (LEITE, 2007) Aranhas As aranhas são animais pertencentes ao filo Arthropoda,do grego arthros = articulado + poda = pé, classe Arachinida, onde se encontram exemplares de animais como ácaros, escorpiões e as próprias aranhas. Existem aproximadamente trinta e cinco mil espécies de aranhas espalhadas pelo mundo, dos mais variados tamanhos, formas, colorações e peçonhas. São animais terrestres, e habitam os mais diversos ambientes, com exceção de áreas frias. Em sua grande maioria são predadoras ativas e de hábito noturno, todas as espécies produzem veneno como defesa própria e obtenção de alimento, que podem ser de insetos e pequenos invertebrados; algumas espécies maiores podem se alimentar de pequenos roedores e pássaros. As aranhas não possuem mandíbulas, por esta razão ingerem pequenos pedaços, ou líquido (STORER, 1991). As espécies de aranhas de maior interesse zoonótico são as aranhas do gênero Phoneutria,e Loxosceles, responsáveis por maior número de acidentes por conta da peçonha potente. A aranha armadeira apresenta um comportamento agressivo, pois quando ameaçada, levanta as patas dianteiras, armando o bote para defesa, seu ataque é feroz, contidas de várias picadas seguidas, injetando veneno a cada picada. Normalmente não constroem teias, quando constroem são irregulares, sem forma expressiva. Podem chegar a medir dezessete centímetros de envergadura, podendo saltar a uma distância de até quarenta centímetros. As aranhas marrons não são agressivas, abrigam-se sob cascas de árvores, entre folhas secas, são muito comuns em residências, podendo se alojar atrás de móveis, cantos de parede, rodapés soltos, em roupas usadas ou locais que não são limpos com tanta frequência. A reprodução das aranhas é sexuada, apresentando dimorfismo sexual, os machos e fêmeas são diferentes, as fêmeas são sempre maiores. Em algumas espécies ocorre ritual de corte para atração da fêmea. 43 A fêmea fecundada faz a postura de ovos em grande quantidade, podendo chegar a mais de mil ovos, que são depositados em uma bolsa tecida pela fêmea com fios de seda, denominado de ovissaco ou ooteca. Algumas espécies cuidam da ooteca, e após a eclosão dos ovos, os filhotes permanecem no dorso da mãe até a primeira ecdise. As aranhas são animais que possuem peçonha para sua própria proteção, alimentação, entre outros. Com a degradação ambiental, estes animais acabam migrando para os centros urbanos, causando possíveis acidentes com seres humanos através da injeção da peçonha por via de glândulas de veneno. A reação à peçonha varia de organismo para organismo, podendo ser mais letal em pessoas sensíveis a reações alérgicas. Existem pessoas com alto potencial, a exemplo disso podemos citar a peçonha da aranha marrom, que possui substâncias analgésicas, fazendo com que a vítima só se dê conta do ocorrido quando os sintomas estão aparentes. É uma das peçonhas mais potentes, pois possui a capacidade de destruir as células sanguíneas, necrosando o tecido atingido. (Souza. Et al,2014) Escorpiões Os escorpiões são arachinídeos da ordem Scorpionida, onde estão catalogadas mais de mil e seiscentas espécies e subespécies. Existem registros científicos que datam a existência de escorpiões há quatrocentos milhões de anos. Os escorpiões são terrestres de hábito noturno, e podem ser encontrados nos mais variados ambientes, inclusive abrigos junto a habitações humanas. São excelentes predadores, sua alimentação é constituída de aranhas e insetos. No Brasil, os escorpiões responsáveis pela maior incidência de acidentes são as espécies Tityus serrulatus ou escorpião amarelo e Tityus bahiensis, escorpião marrom ou preto (ALBUQUERQUE & LIRA, 2014). Os escorpiões são animais vivíparos, ou seja, eles não botam ovos. Os filhotes desenvolvem-se dentro da fêmea e a gestação dura em torno de dois a três meses, variando com a espécie. Os filhotes saem da fêmea como miniaturas dos adultos. 44 A ninhada pode conter até vinte filhotes, que logo após o nascimento permanecem no dorso da mãe até a primeira ecdise. Com um ano, os filhotes tornam-se adultos, vivendo em média de três a quatro anos. A espécie T. bahiensis apresenta dimorfismo sexual, já na espécie T. serrulatus, encontramos somente exemplares fêmeas, dando origem a fêmeas pelo processo de partenogênese. Os escorpiões possuem na ponta de sua cauda um aguilhão, por meio deste pode inocular a peçonha, que varia de potencial dependendo da espécie. As picadas são responsáveis pelos acidentes mais graves estão associadas ao escorpião- amarelo, pois apresenta uma peçonha mais perigosa. As picadas de escorpiões são muito doloridas e podem provocar diversos sintomas, até letais em alguns casos onde a maior incidência dos casos está na faixa etária pediátrica (BRASIL, Ministério da Saúde, 2009). Ratos Os ratos são roedores, cuja sua principal característica é a presença de dentes incisivos, que possuem crescimento constante, pelo seu desgaste também constante. Estes animais alimentam-se tanto de matéria de origem vegetal, como de origem animal, sendo classificado como onívoro. São animais que possuem hábito noturno, por isso atacam as residências preferivelmente ao cair da noite, são também possuidores de sentidos extremamente aguçados e bem habilidosos quando se trata de nadar, escalar paredes, saltar, mergulhar, pendurar-se em fiações, entre outras. Em busca de alimento, os ratos encontram tais recursos nos lixos desprotegidos, escolhendo os alimentos em boas condições a serem ingeridos através de seu olfato e paladar apurados. Existem distribuídas pelo mundo mais de 1.700 espécies de ratos, onde três espécies são as de maior importância ao ser humano e sua convivência em meio urbano. Rattus rattus, mais conhecido como rato preto, rato de telhado ou rato de forro.Possui grandes orelhas e a cauda bem alongada, característico da espécie. Habita locais altos, e somente desce em busca de alimento. 45 Mus musculus popularmente chamado de camundongo, das espécies é a que apresenta menor tamanho e maior incidência nas áreas urbanas. Possui hábito preferencial pelo interior das residências, fazendo seus ninhos em locais protegidos, como armários, fogões, gabinetes de pia, ou em qualquer fresta desprotegida. Por ser uma espécie de comportamento curioso, acaba sendo alvo fácil de ratoeiras. Rattus norvergicus, conhecido como ratazana ou rato de esgoto, esta espécie possui o curioso habito de cavar suas tocas na terra em terrenos abandonados, beiras de córregos, bueiros, lixões, entre outros. É através de armazenamentos impróprios de resíduos orgânicos que a ratazana retira seu alimento. Esta espécie é o grande responsável pelos surtos de leptospirose, acidentes com mordeduras e contaminação de alimentos pelos seus dejetos e urina. Dentre os três exemplares é a que apresenta maior tamanho. De modo geral, a vida media de um rato é de cerca de um ano. A maturidade sexual é atingida a partir do seu terceiro mês de vida, sendo que o tempo médio de gestação é de dezenove a vinte e dois dias. A prole pode ser contida de cinco a doze neonatos. De acordo com as condições, se propícias, pode viver até dois anos. Os ratos possuem um importante papel como vetores de inúmeras doenças, como a leptospirose, a peste bubônica, a hantavirose, entre outras. Uma das doenças mais freqüentes ao ser humano nos grandes centros urbanos é a leptospirose, é uma doença causada pela bactéria Leptospira interrogans, presente na urina do rato. Em situação de enchentes a urina contida nos bueiros e esgotos mistura-se a água e lama. Em caso de contato com a água contaminada pela urina dorato, poderá haver o contágio, pois a L. interrogans possui o poder de penetrar no organismo através da pele, principalmente se o indivíduo possuir escoriações como cortes e arranhões amostra. 46 Os entrevistados relataram que as informações sobre biologia, equipamento e controle de pragas são obtidas em cursos (23%), palestras (20%), Internet (13%) e fornecedores (12%) (Figura 7). Segundo CORRÊA, 2000, as empresas obtinham informações técnicas sobre as pragas através de Distribuidores, fabricantes, associações, jornais, revistas e revendas agrícolas. Figura 7: Principais meios pelos quais as empresas controladoras de pragas obtêm informações sobre as pragas urbanas. Dos 82 entrevistados (100%), 35 destes (43%) responderam que já realizaram o controle específico para percevejos de cama. Da amostragem dos 35 entrevistados (100%) que já atenderam ocorrências para controle específico de percevejos de cama, questionamos a respeito da data de realização do último serviço, onde 26 entrevistados (73%) que já atenderam ocorrências para o controle específico para percevejos de cama, efetuaram os trabalhos no ano de 2014. (Figura 8). Quanto ao local de realização dos trabalhos para controle de percevejos de cama (Figura 9), 16 entrevistados (46%) atenderam a Hotéis e Hostels, 12 entrevistados (34%), atenderam a residências, 3 entrevistados (9%) atenderam 23% 20% 13% 12% 10% 8% 7% 4% 2% 1% 0% 0% Meios para obter informações auxiliares CURSOS PALESTRAS INTERNET FORNECEDORES BIBLIOGRAFIA TREINAMENTO EVENTOS PRÁTICA DIÁRIA APRAG INSTIUTO BIOLÓGICO EMAILS 47 albergues/alojamentos e 4 entrevistados (11%) atenderam a outros locais como bordéis,asilos, motéis entre outros. Figura 8: Data aproximada do último controle de percevejo de cama realizado pelas 35 entrevistados participantes da pesquisa. Figura 9: Locais de realização do tratamento específico para percevejos de cama. 2% 12% 12% 74% Data aproximada do controle de percevejos de cama 2010 2012 2013 2014 n= 35 pessoas entrevistadas 46% 34% 9% 11% Local da realização do tratamento Hotel/Hostel Residência Albergue/Alojamento Outros n= 35 pessoas entrevistadas 48 A região com maior incidência de realização de controle de percevejos de cama foi a Sudeste, com 54% dos casos, seguido das regiões Nordeste, com 14%, Sul com 6% e Centro Oeste com 3%. Dentre os locais de realização de tratamento para os percevejos de cama, obtivemos um número significativo de trabalhos realizados em residências (34%), então solicitamos aos participantes da pesquisa informar se o morador havia realizado alguma viagem ao exterior (figura 10), e em 7 residências (59% dos casos) o morador havia viajado, e em 5 residências (41% dos casos) não. Figura 10: Possibilidade do morador da residência que recebera o tratamento para percevejos de cama ter viajado ao exterior. Destes moradores que viajaram, se saberiam informar para qual País realizaram esta viagem. 45% dos moradores realizaram viagens aos EUA, 22% para o Canadá, 11% para o Uruguai e Chile, e outros 11% não sabiam informar (figura 11). 59% 41% Se o controle foi residencial, o morador foi para o exterior? sim não n= 12 pessoas entrevistadas 49 Figura 11: Gráfico representativo dos países visitados por moradores das residências cujo imóvel recebeu o controle de percevejos de cama. 45% 22% 11% 11% 11% Viajante para qual País? EUA Canadá Uruguai Chile Não sabe n=7 pessoas entrevistadas 50 6 CONCLUSÃO: Após quatorze anos desde a pesquisa de CORRÊA, 2000, foi possível observar mudanças no que se diz respeito ao mercado das empresas de controle de pragas. As pragas de maior importância financeira para as empresas controladoras de pragas permanecem as mesmas desde o levantamento realizado em 2000, porém em ordem diferenciada. Isso demonstra que não houve grandes mudanças quanto às metodologias de controle das espécies de baratas, roedores, formigas e cupins. Quanto aos meios pelos quais as empresas mantêm-se informadas sobre as novidades do mercado, foi possível observar que atualmente as empresas não se restringem apenas aos treinamentos oferecidos pelos fornecedores de produtos e equipamentos como observado em CORRÊA, 2000. Atualmente, as empresas procuram por cursos de atualização técnica de seu corpo de funcionários. Tal ação demonstra o investimento em um corpo técnico robusto, a fim de oferecer um diferencial na hora da contratação do serviço. Dentre as dificuldades citadas quanto ao controle de pragas urbanas pode-se notar que o ciclo de vida das espécies ainda é a maior dificuldade. Por este motivo foi agregado a esta pesquisa uma breve descrição quanto às pragas de difícil controle, a fim de contribuir com o conhecimento. Quanto as ocorrência de realização de controle específico para percevejos de cama, menos da metade (43%) das empresas entrevistadas já realizaram trabalhos para controle desta praga. O maio número de ocorrências foi registrado no ano de 2014, sendo comuns ocorrências associadas à Hotéis/Hostels e residências de pessoas viajantes para o exterior, principalmente para os Estados Unidos, Canadá, Uruguai e Chile. 51 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, C.M.R,LIRA.A.F.A. Aspectos do escorpião urbano Tityus stigmurus.Vetores & Pragas, Rio de Janeiro, Ano VXII, n.36, p.09-10, Mar 2014. ANTUNES, A.C.P, LOPES,José DemervaL Saraiva.Como montar e operar uma empresa de controle de pragas domésticas.Viçosa, p. 278, 2002. ANTUNES, A.C.P;TAKEBAYASHI,M. Conhecendo a biologia das pragas.Controle de pragas domésticas.Viçosa,p. 31- 39, 2003. 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