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livro_curso MOSQUITOS VIGILANCIA E SAUDE

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Alessandra Albuquerque
Cláudia Fontes de Oliveira
Eloína Santos
Maria Alice Melo-Santos
(Org.)
Alessandra Albuquerque
Cláudia Fontes de Oliveira
Eloína Santos
Maria Alice Melo-Santos
(Org.)
RECIFE
FIOCRUZ-PE
2019
Alessandra Albuquerque
Cláudia Fontes de Oliveira
Eloína Santos
Maria Alice Melo-Santos
(Org.)
RECIFE
FIOCRUZ-PE
2019
Catalogação na fonte: Biblioteca do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães
 M912 
Mosquitos: base da vigilância e controle / Alessandra 
Albuquerque, Cláudia Fontes de Oliveira, Eloína 
Santos, Maria Alice Melo-Santos, organização. 
- Recife: Instituto Aggeu Magalhães, 2019. 
97 p. : il., tab., graf. 
 ISBN 978-85-69717-14-0.
 1. Culicidae. 2. Controle de mosquitos. 3.Vigi-
lância. I. Albuquerque, Alessandra. II. Oliveira, Cláudia 
Fontes de. III. Santos, Eloína. IV. Melo-Santos, Maria 
Alice. II. Título.
 CDU 37:06
© 2019. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz & Instituto Aggeu Magalhães – Fiocruz-PE
Alguns direitos reservados. É permitida a reprodução, disseminação e utilização dessa obra, em 
parte ou em sua totalidade, nos termos da licença para usuário final do Acervo de Recursos Edu-
cacionais em Saúde (ARES). Deve ser citada a fonte e é vedada sua utilização comercial. 
Ministério da Saúde - MS
Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz
Nísia Trindade Lima
Presidente
Fundação Oswaldo Cruz - Pernambuco 
Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz)
Sinval Pinto Brandão FIlho
Diretor
Coordenação Geral
Joselice da Silva Pinto
Coordenação Acadêmica
Cláudia Maria Fontes de Oliveira
Coordenação de Produção & 
Designer Instrucional
Sandra de Albuquerque Siebra
Conteudistas
Alessandra Lima de Albuquerque
Cláudia Maria Fontes de Oliveira
Constância Flávia Junqueira Ayres
Danilo de Carvalho Leandro
Eloína Maria de Mendonça Santos
Gabriel da Luz Wallau
Maria Alice Varjal de Melo Santos
Maria Helena Neves Lôbo Silva Filha
Rosângela Maria Rodrigues Barbosa
Tatiany Patrícia Romão Pompílio de Melo
Fundação Oswaldo Cruz - Pernambuco - 
Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz)
Endereço: Av. Professor Moraes Rego, s/n 
– Campus UFPE
Cidade Universitária - Recife/PE
CEP: 50.740-465
Telefone: 2101.2580
E-mail: seac@cpqam.fiocruz.br
Site: http://www.cpqam.fiocruz.br
Designers Gráficos
Bruno Flávio Espíndola Leite
Déborah Vanessa Pereira da Silva
Túlio Fernando Farias de Mesquita
Desenvolvedor
Diego Marcolino Silva
Avaliação Midiática-Pedagógica
Joselice da Silva Pinto
Revisão Ortográfica e de ABNT
Jéssica Espíndola de Sá
Apoio Técnico
Michelle Juliana Pereira da Silva
Produção dos Vídeos
Luiz Henrique Teixeira Bazílio
Sobre oS AutoreS
Bióloga com bacharelado (1999) e licenciatura (2000) 
em Ciências Biológicas pela Universidade Federal 
de Pernambuco, mestre em Genética (2004) também 
pela UFPE e doutora em Ciências (2011) pelo progra-
ma de Saúde Pública do Instituto Aggeu Magalhães 
(IAM) da Fundação Oswaldo Cruz/PE (Fiocruz/PE). 
Colabora com projetos na área de Parasitologia-En-
tomologia Médica no Departamento de Entomologia 
do IAM-Fiocruz/PE desde 1997. Atua em pesquisas sobre vigilância e controle 
de mosquitos e diagnóstico molecular de infecção vetorial, além de participar 
como docente em cursos de capacitação de agentes de saúde ambiental pro-
movidos pelo Serviço de Referência de Controle de Culicídeos Vetores do IAM.
Alessandra Lima de Albuquerque
Bióloga com bacharelado (1987) e licenciatura plena 
em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de 
Pernambuco (1988), mestre em Biologia Animal, tam-
bém, pela UFPE (1996) e doutora em Biologia Celular 
e Molecular pela Fundação Oswaldo Cruz/RJ (2002). 
Pesquisadora em Saúde Pública no Departamento de 
Entomologia do Instituto Aggeu Magalhães (IAM) da 
Fundação Oswaldo Cruz/PE (Fiocruz/PE) desde 2006. 
Desenvolve projetos na área de Parasitologia-Entomologia Médica, atuando 
principalmente nos temas: Vigilância e Controle de mosquitos e Diagnóstico 
molecular de infecção vetorial.
Cláudia Maria Fontes de Oliveira
Biólogo graduado em Ciências Biológicas pela Uni-
versidade Federal de Mato Grosso (2009), com mes-
trado (2011) e doutorado (2015) em Biologia Animal 
pela Universidade Federal de Pernambuco. Desde 
2016 é professor de Ciências e Biologia no Colégio de 
Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco 
(CAp-UFPE), onde atua como coordenador do Ensino 
Médio, além de ser professor orientador do Mestrado 
Profissional em Ensino de Biologia em Rede Nacional (PROFBIO) da UFPE e 
professor preceptor do Programa Residência Pedagógica (CAPES) no CAp-U-
FPE. Pesquisador colaborador do Departamento de Entomologia do Instituto 
Aggeu Magalhães (IAM), da Fundação Oswaldo Cruz/PE (Fiocruz/PE) nos te-
mas: biologia molecular de insetos vetores e interação arbovírus-mosquito.
Bióloga com Bacharelado em Ciências Biológicas 
(1994) e Mestrado em Genética (1997), ambos pela 
Universidade Federal de Pernambuco, Doutorado em 
Biologia Celular e Molecular pela Fundação Oswal-
do Cruz (2001), e dois Pós-doutorados pela Liverpo-
ol School of Tropical Medicine, em Liverpool (2009) 
e pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical em 
Lisboa (2019). Pesquisadora Titular em Saúde Públi-
ca no Departamento de Entomologia do Instituto Aggeu Magalhães (IAM), da 
Fundação Oswaldo Cruz/PE (Fiocruz/PE), onde atua como orientadora na Pós-
-graduação de Biociências e Biotecnologia em Saúde em nível de mestrado e 
doutorado. Ocupou o cargo de Vice-diretora de Ensino e Informação no IAM-
-Fiocruz/PE. Tem experiência na área de Genética, com ênfase em Genética de 
Populações de Insetos.
Danilo de Carvalho Leandro
Constância Flávia Junqueira Ayres
Bióloga pela Universidade Federal de Pernambuco 
(2008) e doutora em Ciências pelo Instituto Aggeu Ma-
galhães (IAM) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/
PE) (2017). Atua como colaboradora (Pós-doutorado) 
no Departamento de Entomologia do IAM-Fiocruz/PE, 
desde 2017. Desenvolve projetos na área de Parasi-
tologia-Entomologia Médica, com produção científica 
nos temas: Bio-ecologia, comportamento, vigilância e 
controle de mosquitos, atuando também em projetos direcionados à democra-
tização da ciência através da educação.
Eloína Maria de Mendonça Santos
Biólogo pela Universidade Federal de Santa Maria 
(2008), mestre e doutor em Biodiversidade Animal 
pela Universidade Federal de Santa Maria. Atua como 
pesquisador em Saúde Pública no Departamento de 
Entomologia do Instituto Aggeu Magalhães (IAM) da 
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/PE) desde 2015. 
Desenvolve projetos na área de Genômica de Patóge-
nos e Vetores atuando nos seguintes temas: coevolu-
ção entre arbovírus e seus insetos vetores (mosquitos), patógenos transmitidos 
pela fauna silvestre de mosquitos, evolução da família Culicidae e genômica 
evolutiva de mosquitos.
Gabriel da Luz Wallau
Bióloga pela Universidade Federal de Pernambuco 
(1990) e doutora em Ciência Biológicas pela Univer-
sité Pierre et Marie Curie-França (1999). Atua como 
pesquisadora no Departamento de Entomologia do 
Instituto Aggeu Magalhães (IAM) da Fundação Oswal-
do Cruz (Fiocruz/PE) desde 1997. A pesquisadora 
tem desenvolvido projetos na área de Parasitolo-
gia-Entomologia Médica, com produção científica 
nos seguintes temas: controle de mosquitos, execução e avaliação de pro-
gramas de controle, modo de ação de inseticidas biológicos e diagnóstico 
de resistência a inseticidas.
Maria Helena Neves Lôbo Silva Filha
Bióloga com bacharelado (1993) e licenciatura ple-
na em Ciências Biológicas (1994) pela Universidade 
Federal de Pernambuco, mestre em Biologia Animal, 
também, pela UFPE (2001). Doutora em Ciências 
pelo Instituto Aggeu Magalhães (IAM) da Fundação 
Oswaldo Cruz (Fiocruz/PE) (2008). Pesquisadora em 
Saúde Pública no Departamento de Entomologia do 
IAM-Fiocruz/PE desde 2002. Desenvolve projetos na 
área de Parasitologia-Entomologia Médica de culicídeos nos temas: avaliação 
de programas de controle, de tecnologias e de instrumentos para vigilância e 
controle de mosquitos; inseticidasquímicos e biológicos; competência/capaci-
dade vetorial para arbovírus e vermes filariais.
Maria Alice Varjal de Melo Santos
Biomédica pela Universidade Federal de Pernambu-
co (2002). Mestre em Genética pela Universidade Fe-
deral de Pernambuco (2005) e doutora em Ciências 
pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Públi-
ca do Instituto Aggeu Magalhães (IAM) Fundação 
Oswaldo Cruz (Fiocruz/PE) (2010). Pesquisadora no 
Departamento de Entomologia do IAM desde 2014. 
Desenvolve projetos na área de Parasitologia-Ento-
mologia Médica, com Perfil de atuação em Biologia molecular e bioinformáti-
ca aplicada no estudo de insetos vetores e Interação arbovírus-vetor.
Tatiany Patrícia Romão Pompílio de Melo
Bióloga (1996) e Mestre em Biologia Animal pela Uni-
versidade Federal de Pernambuco (2001). Doutora 
em Saúde Pública pelo Instituto Aggeu Magalhães 
(IAM) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/PE) (2007). 
Pesquisadora do Departamento de Entomologia do 
IAM-Fiocruz/PE desde 2008. Desenvolve projetos na 
área de Entomologia Médica, com produção científica 
nos temas: controle de culicídeos vetores, desenvol-
vimento de armadilhas, identificação e avaliação de atraentes de oviposição, 
avaliação de repelentes e estudos do comportamento básico de mosquitos dos 
gêneros Aedes e Culex.
Rosângela Maria Rodrigues Barbosa
Capítulo 1 - Características biológicas, ecológicas e 
comportamentais dos mosquitos
1. Quem são os mosquitos?
2. Por que algumas espécies de mosquitos possuem impor-
tância médica?
3. Quais as características de alguns mosquitos de impor-
tância médica no Brasil?
4. Qual a diferença entre o vetor primário e o secundário?
5. Existem mosquitos que não se alimentam de sangue?
6. Como a condição ambiental influencia as principais espé-
cies de mosquitos de importância médica?
Referências
Capítulo 2 - Controle de Mosquitos
1. Por que é necessário fazer a vigilância e o controle de 
mosquitos?
2. Como podemos realizar o controle mecânico/físico dos 
mosquitos?
3. Como podemos nos proteger dos mosquitos?
4. Como fazer o controle dos mosquitos através dos inseti-
cidas e quais são os compostos mais utilizados?
Quais são e como funcionam os agentes de controle bioló-
gico?
5. O controle dos mosquitos também pode ser feito através 
dos próprios mosquitos, ou seja, pelas técnicas de controle 
genético.
Quais são as vantagens de utilizar o próprio mosquito para 
seu controle?
6. Armadilhas para mosquitos, o que são e como funcio-
nam?
14
15
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37
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43
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64
Sumário
1
2
O que são instrumentos de busca ativa para captura de 
mosquitos adultos?
Por que utilizamos instrumentos para coletar os mosqui-
tos?
Nesse contexto, o que significa monitorar?
7. O que é preciso para planejar e executar um programa 
de controle de mosquitos?
Referência
Capítulo 3 - Avanços na pesquisa quanto ao 
controle vetorial
1. O que são mosquitos transgênicos?
2. Como bactérias simbiontes intracelulares (Wolbachia) 
podem auxiliar no controle de mosquitos?
3. Como o sequenciamento de DNA pode ajudar nos estu-
dos sobre mosquitos?
Mas qual a importância de se observar a variação na sequ-
ência de DNA dos mosquitos para o controle vetorial?
E quanto aos patógenos transmitidos pelos vetores e as 
diferentes espécies de mosquitos, o que o sequenciamento 
de DNA pode nos informar?
4. Como meu trabalho, como Agente de Endemias ou de 
Vigilância Ambiental, pode ajudar na pesquisa realizada no 
Brasil?
Referência
69
70
71
73
80
84
85
88
89
91
92
93
95
3
Nas últimas décadas, as doenças causadas por patógenos trans-
mitidos por mosquitos vetores têm provocado um grande impacto ne-
gativo na saúde pública. Doenças endêmicas como a malária, dengue, 
febre amarela, e também as que têm causado novas epidemias, como 
Zika e chikungunya foram responsáveis, nos últimos anos, por um gran-
de número de mortes e um alarmante contingente de pessoas afetadas 
mundialmente. Ademais, a expansão da distribuição geográfica dos 
mosquitos acelerou, também, a dispersão de patógenos, dificultando 
significativamente o impacto das ações para o controle daquelas do-
enças. Portanto, ações de vigilância e controle vetorial têm sido im-
plementadas em diversos países, visando a redução da densidade po-
pulacional das principais espécies de mosquitos vetores. Contudo, o 
intensivo uso de inseticidas químicos para o controle de insetos tem le-
vado à seleção da resistência aos compostos utilizados, e isso, conse-
quentemente, afeta de forma direta o sucesso dos programas de con-
trole de vetores. Somado a isso, outros aspectos, tais como a expansão 
e a precariedade ambiental de áreas urbanas, métodos de vigilância 
inadequados, e a carência de recursos humanos capacitados agravam 
ainda mais a situação. 
Neste contexto, este livro foi produzido com o intuito de ampliar o 
conhecimento dos agentes de saúde e de outros profissionais envolvi-
dos nas ações de enfrentamento aos mosquitos vetores, com relação 
às ferramentas clássicas e novas de vigilância e controle vetorial re-
centemente desenvolvidas. Consideramos que um conhecimento mais 
aprofundado sobre a ecobiologia dos mosquitos e a sua dinâmica po-
pulacional, pode contribuir para a implementação de ações integradas 
de forma mais eficiente e produtiva em sua prática cotidiana. 
ApreSentAção
O módulo 1 trata sobre a biologia dos mosquitos, incluindo ciclo 
de vida, criadouros preferenciais, e informações básicas sobre alguns 
gêneros de importância médica. No segundo módulo, são abordados 
aspectos relativos à vigilância entomológica e aos métodos e agentes 
tradicionalmente usados nos programas para controle de mosquitos. 
Já o terceiro e último módulo é destinado à apresentação de novas 
tecnologias de controle, como as abordagens de liberação em massa 
de insetos transgênicos, de machos estéreis ou ainda de mosquitos in-
fectados por Wolbachia, as quais são ferramentas que poderão em bre-
ve ser adotadas. A formação na área específica abordada neste último 
módulo é praticamente inexistente, e a bibliografia disponível é quase 
sempre em inglês e em linguagem complexa. 
Este e-book é o resultado do trabalho da equipe do Departamen-
to de Entomologia do Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz-PE, além de 
colaboradores de outras instituições. Ele foi concebido para trazer os 
principais conceitos de forma direta e objetiva, e ser um instrumento 
de apoio na formação de agentes de saúde e profissionais afins nesta 
área. Sempre que possível, outras fontes de informação são sugeridas 
e disponibilizadas para o leitor. 
Nos tempos atuais, há necessidade de formar equipes bem pre-
paradas para atuarem de forma eficaz e rápida no enfrentamento dos 
problemas, novos ou recorrentes, associados à interação ambiente-
-mosquito-homem, que são determinantes no processo de transmissão 
de patógenos. 
Desejamos que os leitores desfrutem do conteúdo do livro, e es-
peramos que o curso contribua para consolidar o conhecimento em 
vigilância e controle de mosquitos. Esperamos ainda dar um passo para 
a construção de uma visão crítica e ampliada nos profissionais dos ser-
viços de saúde sobre o tema, no intuito de promover o ganho de co-
nhecimentos e capacidade de avaliar sua prática no dia a dia para a 
resolução de questões operacionais.
Constância Ayres
Coordenadora Geral
CARACTERÍSTICAS 
BIOLÓGICAS, ECOLÓGICAS 
E COMPORTAMENTAIS
Autores
Alessandra Lima de Albuquerque
Cláudia Maria Fontes de Oliveira
Danilo Carvalho Leandro
Eloína Maria de Mendonça Santos
Maria Alice Varjal de Melo Santos
CAPÍTULO 1
15
Capítulo 1 - Características biológicas, ecológicas e comportamentais dos mosquitos
Os mosquitos são animais que 
pertencem ao Filo Arthropoda, Classe 
Insecta, Ordem Diptera, Subordem 
Nematocera e Família Culicidae. 
Os animais que fazem parte do 
Filo Arthropoda são invertebrados e 
apresentam o corpo segmentado, co-
berto por um esqueleto externo cha-
mado de exoesqueleto. Este esqueleto 
é rígido, ou seja, bem endurecido e étambém protegido por uma cutícula de 
quitina e outras substâncias protetoras 
que o deixam impermeável. No exoes-
queleto, podem ser observados outros 
componentes do corpo, que são arti-
culados, como as patas, antenas e pal-
pos. Estas partes ou apêndices variam 
de número de acordo com a classe a 
que pertencem. 
Na classe Insecta, os animais são 
geralmente terrestres e têm o corpo 
dividido em cabeça, tórax e abdômen 
(Figura 1). Na cabeça estão os olhos 
compostos, o aparelho bucal, um par 
de antenas e um par de palpos. O 
aparelho bucal pode variar bastante 
em função do tipo de alimentação do 
OBJETIVO 
Ao concluir este módulo o participante deverá distinguir os mosquitos dos 
demais insetos da ordem Diptera; as diferentes fases do seu desenvolvi-
mento; os locais mais utilizados para oviposição e desenvolvimento de suas 
larvas e pupas e os ambientes em que são mais frequentes. Bem como, re-
conhecer as espécies dos gêneros Aedes, Culex e Anopheles, de maior im-
portância para a transmissão de agentes causadores de doenças ao homem. 
CARACTERÍSTICAS 
BIOLÓGICAS, 
ECOLÓGICAS E 
COMPORTAMENTAIS 
DOS MOSQUITOS
1
1. Quem são os mosquitos?
16
Mosquitos | Bases da Vigilância e Controle
inseto. Ele pode ter estruturas para 
mastigar, cortar, picar, sugar e lam-
ber. Estas partes do aparelho bucal 
são: mandíbulas e maxilas para tritu-
rar os alimentos; a hipofaringe, que é 
um canal para liberar a saliva; o labro, 
um canal por onde passa o alimento 
propriamente dito; e o lábio. Os dois 
palpos e as duas antenas têm função 
sensorial e possuem minúsculas sen-
silas (pelos) que auxiliam na percep-
ção de estímulos do meio. 
No tórax são encontrados três 
pares de patas, cujos segmentos (as 
partes destas patas) podem variar em 
tamanho e forma de acordo com a 
adaptação de cada inseto para andar, 
correr, saltar, nadar, coletar e cavar, 
além de dois pares de asas, que estão 
presentes na maioria dos indivíduos. 
VOCÊ SABIA?
Qual a classificação biológica 
dos mosquitos?
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Subordem: Nematocera
Família: Culicidae
Figura 1: Divisão dos principais segmentos do corpo do mosquito.
Fonte: Adaptado do Centers for Disease Control and Prevention (CDC)/ Prof. Frank Hadley Collins, 
Dir., Cntr. for Global Health and Infectious Diseases, Univ. of Notre Dame.
17
Capítulo 1 - Características biológicas, ecológicas e comportamentais dos mosquitos
O abdômen possui vários seg-
mentos e espiráculos respiratórios que 
também são encontrados no tórax dos 
mosquitos.
Os insetos passam por processos 
de maturação, para se desenvolverem 
da fase jovem (pré-imaginal) até a fase 
adulta (imaginal), que podem acontecer 
de diferentes formas e são por isso cha-
mados de insetos tipo ametábolo, hemi-
metábolo e holometábolo (Figura 2). Os 
insetos ametábolos chegam à fase adul-
ta com poucas mudanças estruturais, 
ou seja, modificações em sua forma. Os 
hemimetábolos passam por mudanças 
de pouco a pouco, do estado de ninfa 
para o adulto. Assim, para os insetos 
ametábolos e hemimetábolos as for-
mas jovens são parecidas com a forma 
adulta, embora sejam menores. Por ou-
tro lado, os insetos holometábolos pas-
sam por uma grande transformação, ou 
metamorfose completa. Mosquitos, por 
exemplo, passam por este tipo de meta-
morfose: a partir do ovo eclode uma lar-
va, esta passa para outra fase (estágio) 
de desenvolvimento denominada pupa, 
quando então ocorre a metamorfose, e 
ela se transforma em um mosquito adul-
to. Portanto, as formas jovens, larva e 
pupa, são bem diferentes do mosquito 
adulto (Figura 2). Na fase adulta, o inse-
to não sofre mais mudanças de forma e 
também não cresce mais em tamanho.
Os insetos geralmente possuem 
dois pares de asas, um anterior e ou-
tro posterior, embora alguns possam ter 
apenas um par ou serem ápteros, isto 
é, não possuem asas. Estas estruturas 
podem ser usadas para classificar os 
insetos em ordens (Figura 3) e as dez 
ordens mais conhecidas são:
1. Orthoptera: as asas anteriores 
são mais rígidas e estreitas do que 
as posteriores que são membra-
nosas (ex.: grilos e gafanhotos);
2. Coleoptera: as asas anteriores 
são bem rígidas, como uma cara-
paça, e as posteriores são mem-
branosas (ex.: besouros);
3. Hemiptera: a base das asas an-
teriores é mais rígida e a ponta é 
membranosa, assim como as asas 
posteriores (ex.: barbeiro e perce-
vejos);
VOCÊ SABIA?
Os insetos utilizam espiráculos 
para respirar. Os espiráculos são 
estruturas situadas lateralmente 
no tórax e no abdômen da maio-
ria dos insetos. São aberturas por 
onde entra o ar e normalmente 
está presente um par por segmen-
to do corpo.
DESENVOLVIMENTO
DOS INSETOS
a. Traça
ametábolo
b. Barbeiro
hemimetábolo
c. Mosquito
holometábolo
PUPA
ADULTO
LARVAS
FORMAS 
JOVENS
OVO
ADULTO
FORMAS
JOVENS
OVO
FORMAS
JOVENS
(NINFAS)
OVO
ADULTO
Figura 2: Tipos de Desenvolvimento dos insetos. | Fonte: Os autores. Infografia: Déborah Silva, EAD Fio-
cruz PE, 2019.
DESENVOLVIMENTO
DOS INSETOS
a. Traça
ametábolo
b. Barbeiro
hemimetábolo
c. Mosquito
holometábolo
PUPA
ADULTO
LARVAS
FORMAS 
JOVENS
OVO
ADULTO
FORMAS
JOVENS
OVO
FORMAS
JOVENS
(NINFAS)
OVO
ADULTO
1. Coleoptera
(Besouro)
5. Hymenoptera
(Abelha)
9. Odonata
(Libélula)
13. Diptera
(Mosquito)
2. Hemiptera
(Percevejo de cama)
6. Hymenoptera
(Formiga)
10. Diptera
(Borrachudo)
14. Siphonaptera
(Pulga)
3. Hemiptera
(Barbeiro)
7. Hymenoptera
(Vespa)
11. Diptera
(Flebótomo)
15. Psocodea
(Piolho)
4. Lepidoptera
(Borboleta)
8. Blattodea
(Barata)
12. Diptera
(Mosca)
Figura 3: Diferentes ordens de insetos e seus respectivos representantes.
Fonte: 1. Adaptado do Centers for Disease Control and Prevention (CDC); 2. CDC/DPDx - Blaine 
Mathison; 3. CDC; 4. CDC; 5. CDC - Dr. Pratt; 6. Freeimages - Marcin Morawiec; 7. CDC; 8. CDC; 
9. Freeimages - Cheryl Empey; 10. CDC; 11. CDC - Frank Collins; 12. CDC - Dr. Gary Alpert - Ur-
ban Pests - Integrated Pest Management (IPM); 13. CDC - Prof. Woodbridge Foster; Prof. Frank H. 
Collins; 14. CDC - Ken Gage; 15. CDC - Dr. Dennis Juranek.
20
Mosquitos | Bases da Vigilância e Controle
4. Lepidoptera: as asas anteriores 
são maiores do que as posteriores 
e são completamente recobertas 
por escamas (ex.: borboleta);
5. Hymenoptera: podem ter dois pa-
res de asas membranosas ou não 
terem asas (ex.: vespas, abelhas e 
formigas);
6. Blattodea: as asas anteriores são 
rígidas e as posteriores são mem-
branosas (ex.: baratas);
7. Odonata: os dois pares de asas 
são membranosos e têm o mesmo 
tamanho, mas não se dobram so-
bre o corpo (ex.: libélulas);
8. Diptera: o par de asas anterior é 
membranoso e funciona para o voo, 
já o par posterior é atrofiado (ex.: 
mosquitos, moscas, flebotomíneos);
9. Siphonaptera: não possuem asas 
funcionais, mas possuem pernas 
adaptadas ao salto (ex.: pulgas);
10. Psocodea: não possuem asas 
funcionais, mas possuem per-
nas adaptadas a se fixarem ou se 
agarrarem em alguma base (ex.: 
piolhos).
Os insetos da ordem Diptera (do 
grego di = duas e pteron = asas) pos-
suem o par de asas anterior destinado 
ao voo e o par posterior modificado em 
pequenas estruturas, chamados de ba-
lancins ou halteres, que funcionam para 
o equilíbrio do voo. Estima-se que te-
nham sido descritas 150 mil espécies 
da ordem Diptera, distribuídas em 188 
famílias e cerca de 10 mil gêneros. 
Os dípteros, como são chamados 
os insetos da ordem Diptera, são holo-
metábolos e estão presentes na maioria 
dos habitats (ambientes), embora para 
alguns os ambientes aquáticos sejam 
colonizados apenas durante a fase jo-
vem do desenvolvimento. 
Os dípteros, especificamente da 
subordem Nematocera, têm asas lon-
gas e estreitas, com pequenas escamas 
revestindo suas veias, as antenas são 
filiformes, formadas por seis ou mais 
segmentos recobertos por cerdas e os 
palpos apresentam de quatro a cinco 
segmentos.
Finalmente, os dípteros da família 
Culicidae são habitualmente chama-
dos de mosquitos,pernilongos, cara-
panãs ou sovelas. Em geral, apresen-
tam dimorfismo sexual, ou seja, machos 
e fêmeas são diferentes. As fêmeas são 
mais corpulentas (maiores) e possuem 
antenas pilosas, já os machos são me-
nores e possuem antenas plumosas, 
sendo bem mais vistosas do que as pi-
losas (Figura 4).
Figura 4: Características morfológicas da diferença sexual entre machos e fêmeas e entre machos 
e fêmeas de diferentes gêneros de mosquitos.
Fonte: Adaptado do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) / Dr. Richard Darsie.
22
Mosquitos | Bases da Vigilância e Controle
2. Por que algumas espécies 
de mosquitos possuem 
importância médica?
O hábito da alimentação sanguí-
nea, ou hematofagia, observado para 
diversas espécies, levou estes insetos a 
terem contato e a ingerirem os patóge-
nos presentes no sangue de hospedei-
ros vertebrados. É importante entender 
que o hábito hematofágico dos insetos 
provavelmente surgiu através de duas 
formas. Na primeira é possível que os 
insetos que viviam associados aos ver-
tebrados e seus abrigos foram sendo 
selecionados e modificaram gradativa-
mente suas peças bucais (probóscide) 
para conseguir realizar a sucção san-
guínea. A segunda, por sua vez, suge-
re que insetos que já possuíam peças 
bucais alongadas foram se adaptando 
para realizar a alimentação sanguínea. 
Independentemente da origem, 
o fato é que diversos insetos se ali-
mentam de sangue. Para alguns deles, 
como os piolhos, pulgas e triatomíne-
os, tanto os machos quanto as fêmeas 
são hematófagos. Para outros, como 
os mosquitos, flebotomíneos e simu-
lídeos, apenas as fêmeas se alimen-
tam de sangue. Para estas, o sangue 
é necessário para obter nutrientes que 
são fundamentais ao desenvolvimento 
dos ovários e, consequentemente, dos 
ovos daquelas espécies. No entanto, 
sua sobrevivência, assim como os ma-
chos, também depende da ingestão de 
seivas vegetais, néctar de flores ou ou-
tras substâncias açucaradas presentes 
no ambiente.
Os insetos hematófagos, seja ma-
cho ou fêmea, podem causar importan-
tes problemas de saúde pública, pois 
podem transmitir agentes patogênicos 
ao homem e a outros animais. A trans-
VOCÊ SABIA?
Você sabia que nem todos os 
mosquitos estão infectados?
Em uma área de ocorrência de 
casos de arboviroses, por exemplo, 
apenas uma pequena quantidade 
de fêmeas dos mosquitos está 
infectada com um ou mais vírus. 
Logo, a maioria delas não participa 
da transmissão vetorial. Do 
contrário, os problemas de saúde 
pública seriam ainda maiores. Além 
disso, a taxa de fêmeas infectadas 
pode variar bastante em virtude 
dos períodos de epidemia/surto 
de algumas doenças, pois quanto 
maior for o número de pessoas 
infectadas maiores as chances 
das fêmeas dos mosquitos se 
infectarem durante a alimentação 
sanguínea.
23
Capítulo 1 - Características biológicas, ecológicas e comportamentais dos mosquitos
missão destes agentes patogênicos 
(ex.: bactérias, vírus, protozoários e hel-
mintos) ao homem pode ocorrer através 
de duas formas principais, a mecânica 
e a biológica.
Na transmissão mecânica, os 
insetos podem carregar os patógenos 
em suas patas ou outras partes do seu 
corpo e, posteriormente, de forma ca-
sual, transferí-los para um hospedeiro 
vertebrado simplesmente através do 
contato. Já o processo de transmissão 
biológica de patógenos ocorre exclu-
sivamente via alimentação sanguínea. 
Neste processo, o patógeno ingerido 
no sangue infecta o inseto (hospedeiro 
invertebrado), se desenvolve em dife-
rentes estágios no interior do seu cor-
po e pode se multiplicar ou até se re-
produzir nele. Em seguida, o patógeno 
será então transmitido quando o inseto 
infectado for picar um outro hospedei-
ro vertebrado. No caso dos mosquitos, 
o processo de transmissão biológica é 
realizado exclusivamente pelas fêmeas. 
O período entre a ingestão do 
sangue contaminado com o patógeno 
e sua transmissão para outro hospe-
deiro, a partir de uma nova alimentação 
sanguínea, é conhecido por período de 
incubação extrínseca. Quando pató-
genos como vírus são transmitidos por 
mosquitos, por exemplo, durante esse 
período o vírus infecta as células intes-
tinais do inseto, multiplica-se e invade 
outros órgãos alvos (ex.: glândulas sa-
livares e ovários). Finalmente, para que 
a transmissão ocorra, o patógeno deve 
ser liberado na saliva durante um novo 
repasto ou alimentação sanguínea. 
Dois principais tipos de transmis-
são são descritos para os ciclos de 
infecção de patógenos em culicídeos 
vetores, a transmissão horizontal e a 
vertical (Figura 5). A mais comum é a 
transmissão do tipo horizontal, que 
ocorre quando uma fêmea do mosqui-
to não infectada se alimenta do sangue 
de um hospedeiro vertebrado (ex.: ho-
mem ou outros animais), já infectado 
pelo patógeno. Depois do período de 
incubação extrínseca, a fêmea passa a 
infectar, através de sua picada, novos 
hospedeiros vertebrados, estabelecen-
VOCÊ SABIA?
O que é um arbovírus e uma 
arbovirose?
Arbovírus é um vírus transmitido 
ao hospedeiro vertebrado, homem 
ou outros animais, através de 
um animal invertebrado do filo 
Arthropoda, ou seja, um artrópodo. 
A arbovirose, por sua vez, é a 
doença causada pela infecção 
com o arbovírus.
24
Mosquitos | Bases da Vigilância e Controle
do assim o ciclo de transmissão veto-
rial. Esta é a via mais importante para a 
circulação de patógenos entre as popu-
lações humanas (Figura 5).
Outra forma de transmissão, me-
nos comum e possivelmente com me-
nor importância epidemiológica, devido 
a sua baixa ocorrência, é a transmis-
são vertical ou transovariana. Esta 
ocorre quando o vírus invade os ovos 
que estão sendo produzidos pela fêmea 
e infecta posteriormente os embriões. 
Assim, os mosquitos que vão ser pro-
duzidos a partir destes embriões pas-
sam para a fase adulta já infectados (Fi-
gura 5). Acredita-se que esta seja uma 
forma pela qual os vírus conseguem 
passar de uma geração para outra e se 
manter na natureza.
Para que um mosquito possa 
transmitir um determinado patógeno 
ele precisa ter competência vetorial 
para a transmissão. Um mosquito é 
competente quando:
1. Consegue se infectar com um 
patógeno a partir da alimentação 
sanguínea;
2. Permite o completo desenvolvi-
mento e/ou multiplicação/repro-
dução do patógeno em seus teci-
dos e órgãos;
3. Consegue transmitir o patógeno 
a um novo hospedeiro a partir de 
uma nova alimentação de sangue.
A competência vetorial está rela-
cionada principalmente a fatores ge-
néticos, resultantes da seleção natural 
durante o processo de evolução simul-
tânea entre patógeno e vetores.
Alguns insetos, por exemplo, são 
incapazes de transmitir o patógeno 
após ingestão de sangue infectado, 
pois há uma incompatibilidade entre os 
dois organismos e o desenvolvimento 
do patógeno é bloqueado em alguma 
fase da infecção. Esta incompatibilida-
de genética/evolutiva explica o porquê 
de algumas espécies de mosquitos não 
VOCÊ SABIA?
O que é capacidade vetorial?
Capacidade vetorial é definida 
pela taxa de eficiência da 
transmissão do patógeno por uma 
determinada população do vetor. 
A capacidade vetorial depende 
de vários aspectos, tais como: a 
própria competência vetorial, a 
preferência alimentar, o número 
de picadas, a longevidade, a 
duração do ciclo gonadotrófico 
(tempo para a maturação de 
ovos), a eficiência no processo 
de alimentação sanguínea e 
densidade populacional. 
Figura 5: Vias de transmissão. | Fonte: Os autores. | Infografia: Déborah Silva, EAD Fiocruz PE, 2019.
26
Mosquitos | Bases da Vigilância e Controle
conseguirem transmitir determinados 
tipos de patógeno. Como exemplo po-
demos citar a incapacidade do mosqui-
to Aedes aegypti em transmitir o verme 
Wuchereria bancrofti, um nemátodo 
causador da filariose linfática. Também 
deve ser lembrado que diferentes linha-
gens ou populações de uma mesma 
espécie podem ter diferenças na sua 
competência vetorial devido às varia-
ções genéticas entre mosquitos e pató-
genos. A competência vetorialfaz parte 
da capacidade vetorial de uma espécie, 
mas não tem o mesmo significado.
A capacidade vetorial é bem 
mais ampla e complexa, envolve fatores 
próprios do mosquito, da sua relação 
com o hospedeiro e de fatores ambien-
tais do local onde eles estão inseridos.
De um modo geral, os mosquitos 
são considerados dípteros primitivos. 
Como os outros insetos, os adultos 
apresentam o corpo alongado dividido 
em cabeça, tórax e abdômen (Figura 1).
Atualmente, existem mais de 3000 
espécies de mosquitos descritas para 
a família Culicidae, a qual está subdi-
vidida em três subfamílias: Culicinae, 
Anophelinae e Toxorhynchitinae. As 
duas primeiras subfamílias têm grande 
importância para a saúde pública. 
O ciclo de vida dos mosquitos tem 
início com a deposição dos ovos após 
digestão da alimentação sanguínea pe-
las fêmeas. A quantidade de ovos por 
ciclo gonotrófico pode variar bastante a 
depender da espécie. Estes ovos apre-
sentam formas e coloração variadas e 
podem ser colocados nos criadouros 
de forma isolada, ovo a ovo, ou agru-
pada, formando uma massa de ovos 
(Figura 6). A postura dos ovos (oviposi-
ção) pode ser feita diretamente na água 
ou em superfícies ou substratos úmi-
dos próximos ao contato com a água. 
Aproximadamente 48 a 72h depois da 
oviposição eclodem as primeiras larvas.
Embora os mosquitos adultos co-
lonizem o ambiente terrestre, as suas 
formas jovens (larvas e pupas) são 
aquáticas, no entanto, respiram o oxi-
gênio dissolvido no ar, e não na água. 
As larvas e pupas precisam vir para a 
superfície da água para respirar através 
de uma estrutura chamada de sifão, ou 
ainda de um conjunto de placas respi-
ratórias, localizado no último segmento 
abdominal. O sifão respiratório possui 
formas diferentes e pode auxiliar na 
identificação das larvas e sua classi-
3. Quais as características 
de alguns mosquitos de 
importância médica no 
Brasil?
27
Capítulo 1 - Características biológicas, ecológicas e comportamentais dos mosquitos
ficação até o nível de espécie. Para a 
subfamília Anophelinae, por exemplo, 
a ausência de sifão já a torna diferente 
das demais (Figura 6).
Em relação à alimentação, as larvas 
são predominantemente filtradoras, com 
aparelho bucal adaptado para filtrar e in-
gerir microrganismos e matéria orgânica 
em suspensão na água dos criadouros. 
Excepcionalmente, em alguns gêneros 
como Toxorinchites as larvas são preda-
doras.
Dependendo da temperatura e da 
disponibilidade de alimento, a fase larvá-
ria, que compreende quatro estádios de 
desenvolvimento (L1, L2, L3 e L4), pode 
se completar entre 5 a 7 dias.
Na sequência do desenvolvi-
mento da fase jovem ou pré-imaginal, 
ocorre a passagem da larva para a 
pupa. Essas se movimentam livremen-
te na água e não se alimentam mais. 
É a partir desta fase que ocorre, em 
cerca de 48h, a metamorfose final e a 
passagem para a forma adulta, de ma-
chos e fêmeas. Assim, o ciclo de vida 
dos mosquitos do ovo até o mosquito 
adulto (Figura 2) leva de 8 a 10 dias, 
em condições favoráveis de desenvol-
vimento, ou seja, com disponibilidade 
de alimento, temperatura e luminosi-
dade (fotoperíodo) adequados.
Uma vez adultos, os mosquitos 
podem ter um tempo de vida (longe-
vidade) que, em condições favoráveis, 
pode alcançar dois ou mais meses, es-
pecialmente para as fêmeas. Em alguns 
casos excepcionais, em regiões de cli-
ma frio, as fêmeas podem entrar em 
diapausa (um tipo de dormência), aju-
dando-as a superar o inverno rigoroso. 
Na subfamília Culicinae, os prin-
cipais gêneros envolvidos com a trans-
missão de patógenos são Aedes e 
Culex, já para a subfamília Anopheli-
nae, o gênero de maior importância é 
Anopheles. Informações sobre cada 
gênero são descritas em mais detalhes 
a seguir. 
•	 Aedes
Os mosquitos pertencentes ao gê-
nero Aedes estão envolvidos em ciclos 
de transmissão de um grande número 
de patógenos, em especial os arboví-
rus. Atualmente, a espécie mais impor-
tante deste gênero é Aedes aegypti. A 
sua origem está no continente africano 
(provavelmente na região etiópica), e a 
ampliação de sua distribuição geográfi-
ca para regiões tropicais e subtropicais 
do globo ocorreu através da expansão 
da navegação no século XIX. Esta es-
pécie está distribuída em diversos pa-
íses cujas características ambientais 
(temperatura, umidade e pluviosidade) 
favorecem seu estabelecimento. A sua 
introdução no Brasil pode ter ocorrido 
Figura 6: Características de ovos, larvas e adultos de Anopheles, Aedes e Culex.
Fonte: 1. Ovos de Anopheles stephensi, Centers for Disease Control and Prevention (CDC); 2. Ovos 
de Aedes aegypti, CDC; 3. Jangada de ovos de Culex quinquefasciatus, CDC - Harry Weinburgh; 4. 
Larva de Anopheles quadrimaculatus; University of Florida - James Newman; 5. Larvas de Aedes 
aegypti, CDC - Dr. Pratt; 6. Larva de Culex sp.; 7. Fêmea de Anopheles albimanus; 8. Fêmea de 
Aedes aegypti; 9. Fêmea de Culex quinquefasciatus. Fotos 6 a 9 por CDC - James Gathany.
1. Postos isolados com 
flutuadores
5. Permanecem vertical 
à superficie da água - 
possuem sifão curto
7. Probóscide e corpo 
quase em linha com a 
superfície de pouso
2. Postos isolados
sem flutuadores
6. Permanecem diago-
nal à superficie da água 
- possuem sifão longo
3. Postos agrupados 
formando jangada sem 
flutuadores
8. Corpo pousado para-
lelamente a superfície
4. Permanecem para-
lelas à superfície da 
água para respirar - não 
possuem sifão
9. Corpo pousado para-
lelamente a superfície
AnofelinosFormas
Anopheles Aedes Culex
Culicíneos
Ovos
Larvas
Adultos
29
Capítulo 1 - Características biológicas, ecológicas e comportamentais dos mosquitos
durante o período colonial, provavel-
mente na época do tráfico de escravos 
oriundos do continente africano.
Os mosquitos adultos são de por-
te médio, coloração escura, do marrom 
ao preto, com padrões diferenciados de 
escamas claras. O abdômen é frequen-
temente mais estreito nos últimos seg-
mentos. Já as larvas possuem o sifão 
respiratório curto e largo, com aspecto 
cônico e coloração escura (Figura 6). As 
espécies do gênero Aedes, no Brasil, 
estão agrupadas em dois subgêneros 
de importância epidemiológica (Ochle-
rotatus e Stegomyia) e dois outros que 
não apresentam registro de transmis-
são de patógenos (Howardina e Proto-
macleaya). 
No subgênero Stegomyia, os 
mosquitos na fase adulta apresentam o 
corpo de cor negra e no tórax tem orna-
mentações de manchas com escamas 
em tons claros. As pernas, tradicional-
mente, apresentam manchas claras in-
tercalando-se com manchas escuras, 
assim, as pernas dos insetos têm um 
aspecto listrado (Figura 7). No subgê-
nero Ochlerotatus, as ornamentações 
de tórax ocorrem com escamas estrei-
tas de mais de uma tonalidade, apre-
sentando linhas ou manchas. 
As duas espécies do subgêne-
ro Stegomyia com maior importância 
médica são Aedes aegypti e Aedes al-
bopictus (Figura 7). O mosquito Aedes 
(Stegomyia) aegypti foi descrito por Lin-
naeus, em 1762, e é atualmente a espé-
cie mais importante nos registros epi-
demiológicos da febre amarela urbana, 
dos quatro sorotipos do vírus dengue, 
do vírus chikungunya e do Zika vírus. 
Os adultos são facilmente reconheci-
Figura 7: Mosquitos adultos Aedes aegypti e Aedes albopictus.
Fonte: Adaptado de Centers for Disease Control and Prevention (CDC), Ae. aegypti CDC/ Paul I. 
Howell, MPH; Prof. Frank Hadley Collins & Ae. albopictus CDC/ James Gathany.
30
Mosquitos | Bases da Vigilância e Controle
dos por apresentarem coloração mar-
rom-escura, desenho em forma de uma 
lira no tórax, destacado por escamas 
branco-prateadas e pernas com listras 
de escamas claras e escuras (Figura 7). 
Aedes aegypti é um mosquito 
extremamente antropofílico, isto é, ali-
menta-se preferencial de sangue huma-
no, durante o dia. Está muito presente 
nos aglomerados humanos, sobretudo 
em ambientes urbanos nas cidades, 
onde está bem adaptado, pois nestes 
encontra com facilidade fonte de ali-
mento (hospedeiro humano), abrigo e 
potenciaiscriadouros nos domicílios e 
áreas peridomiciliares. 
 Os ovos de Aedes aegypti apre-
sentam uma característica chamada de 
quiescência. Esta representa uma inter-
rupção do processo de desenvolvimen-
to embrionário devido à redução drás-
tica da umidade no ambiente, que por 
sua vez leva à perda de água nos ovos 
(dessecação). A quiescência induz à 
dormência do embrião, permitindo que 
ele resista a períodos prolongados de 
seca no ambiente, permanecendo viá-
vel por até um ano. Desta forma os ovos 
podem ser transportados passivamen-
te para outros locais (dispersão pas-
siva). Outra forma de dispersão desse 
mosquito é o comportamento de ovi-
posição em saltos, no qual as fêmeas 
distribuem os ovos em pequenos gru-
pos em diversos criadouros, garantindo 
assim um maior sucesso reprodutivo.
Os ovos são postos nas paredes 
internas de objetos/recipientes naturais 
ou artificiais, temporários ou não, que 
possam acumular água parada, limpa 
ou com baixo teor de matéria orgânica. 
VOCÊ SABIA?
Qual a capacidade de desloca-
mento do mosquito Aedes	 ae-
gypti?
A capacidade de dispersão 
ativa do mosquito Ae. aegypti 
pelo voo pode ser de até 800 m, 
nos momentos em que a fêmea 
faz a busca por locais para a 
postura dos ovos. A dispersão 
é um importante parâmetro em 
epidemiologia e programas de 
controle desse mosquito vetor, 
porque pode definir as áreas de 
risco para a transmissão viral e para 
o direcionamento/intensificação 
das ações de controle e bloqueio 
da transmissão. No entanto, há 
evidências de que, havendo fonte 
de alimentação e locais para a 
oviposição disponíveis, as fêmeas 
dessa espécie se deslocam 
por pequenas distâncias, que 
podem variar entre 50 a 100 m, 
mantendo-se próximas aos locais 
(casas) onde emergiram ou em 
sua proximidade (casas vizinhas), 
especialmente em áreas muito 
urbanizadas.
31
Capítulo 1 - Características biológicas, ecológicas e comportamentais dos mosquitos
Cada fêmea põe 50 ou mais ovos por 
oviposição. São exemplos de criadou-
ros dessa espécie: caixa d´água, pneus 
em desuso, vasos de planta e seu pra-
to coletor de água, entre muitos outros. 
Atenção! Pois os tipos de criadouros 
podem ser diversos de acordo com o 
ambiente (Figura 8). As larvas de Ae. 
aegypti buscam o alimento no criadou-
ro movimentado-se ativamente da su-
perfície ao fundo.
Outra espécie importante epi-
demiologicamente na transmissão do 
vírus dengue é o mosquito Aedes al-
bopictus. Espécie descrita por Skuse, 
em 1894, apresenta sua distribuição 
relacionada aos países de clima tem-
perado e tropical. Sua distribuição 
está mais relacionada a ambientes 
silvestres, semisilvestres, rurais e ur-
banos. Neste último caso, o ambiente 
urbano, geralmente tem uma ampla 
cobertura vegetal. É uma espécie que 
não depende da grande concentração 
humana para sua ocorrência, como 
Ae. aegypti, uma vez que pode se ali-
mentar do sangue de outros animais. 
Morfologicamente é caracterizado por 
ser um mosquito de coloração marrom 
quase negra (mais escuro do que Ae. 
aegypti), com uma única faixa longitu-
dinal de escamas brancas, localizada 
bem no meio do tórax, apresentando 
também pernas com listras claras e 
escuras (Figura 7).
Vários estudos comprovam a sus-
ceptibilidade de Ae. albopictus a dife-
rentes arbovírus, entre eles dengue, fe-
bre amarela, chikungunya e Zika. Surtos 
de transmissão do vírus dengue, atribu-
ídos a essa espécie, foram registrados 
em regiões dos continentes asiático, 
europeu e africano. Ae. albopictus está 
presente na maioria dos estados brasi-
leiros, mas, sua participação nos ciclos 
locais de transmissao ainda é incerta. 
Em 2017, no Brasil, fêmeas desta 
espécie infectadas pelo vírus da febre 
amarela foram detectadas em áreas 
rurais de municípios de Minas Gerais, 
onde havia transmissão silvestre ativa. 
Esta situação revela que Ae. albopictus 
pode assumir o papel de vetor ponte 
entre os ciclos de transmissão silvestre 
e urbano, ou seja, suas fêmeas podem 
se alimentar em macacos infectados e 
posteriormente transferir o vírus para o 
homem no ambiente urbano. Este pa-
pel de vetor ponte aumenta sua impor-
tância epidemiológica local.
•	 Culex
O gênero Culex é um dos mais 
abundantes, pois possui 768 espé-
cies amplamente distribuídas, sendo 
a maioria delas presente nas regiões 
tropicais e subtropicais do globo. Eles 
são conhecidos por atacar o homem e 
uma diversidade de animais para sugar 
sangue, e embora gerem um grande in-
32
Mosquitos | Bases da Vigilância e Controle
cômodo com as picadas, suas fêmeas 
são menos agressivas do que as do gê-
nero Aedes.
Algumas espécies são reconheci-
das pela importância médico-veteriná-
ria na transmissão de patógenos cau-
sadores de doenças como a filariose 
bancroftiana, dirofilariose (filariose ca-
nina), malária aviária, encefalite equina 
venezuelana, encefalite de Saint Louis, 
encefalite japonesa, além da febre do 
Nilo ocidental e, mais recentemente, 
considerada vetor potencial do Zika ví-
rus. Devido à sua característica cosmo-
polita, é importante a investigação do 
papel de Culex na transmissão de pató-
genos de doenças emergentes.
Considerando o grande número 
de espécies do gênero Culex, as ca-
racterísticas biológicas são variadas 
quanto ao ambiente onde ocorrem (ex.: 
silvestre, rural e urbano), bem como 
quanto ao comportamento de acasala-
mento, que pode se dar em locais pe-
quenos e fechados, como no interior de 
uma casa ou mesmo de uma gaiola em 
condições de laboratório (neste caso 
são chamadas de espécies estenogâ-
micas) tal como Ae. aegypti. Outras es-
pécies se reproduzem em locais aber-
tos no ambiente silvestre (ex.: matas), 
formando verdadeiros enxames (espé-
cies eurigâmicas). Quanto ao tamanho, 
as espécies de Culex podem variar de 
pequeno a grande porte, com colora-
ção em geral marrom claro a negro.
Os dois subgêneros com maior 
número de espécies e importância epi-
demiológica são Culex e Melanoconion.
Sob o ponto de vista de transmis-
são de doenças ao homem no Brasil, 
Culex quinquefasciatus é o represen-
tante de maior importância do com-
plexo Culex pipiens. Um complexo é 
um grupo de espécies muito parecidas 
morfologicamente, mas geneticamente 
distintas, e que em alguns casos não 
podem produzir uma prole fértil e por 
isso podem ser consideradas espécies 
diferentes. Assim, na maioria das vezes 
a identificação taxonômica destas es-
pécies só é possível através da análise 
de seus genes. 
Cx. quinquefasciatus é conheci-
do como mosquito doméstico tropical, 
apresenta distribuição expansiva no 
ambiente urbano entre a faixa equato-
rial, tropical e subtropical do globo. No 
Brasil, sua distribuição é bastante in-
fluenciada pela presença do homem.
O mosquito adulto tem porte mé-
dio, coloração marrom claro sem brilho 
metálico e pernas também escuras sem 
marcações claras (Figura 7), diferente 
de Aedes aegypti. Os adultos, machos 
e fêmeas, são frequentemente encon-
trados dentro das casas, espaço explo-
33
Capítulo 1 - Características biológicas, ecológicas e comportamentais dos mosquitos
rado na busca de locais para abrigo/
repouso durante o dia e, à noite, para a 
alimentação sanguínea das fêmeas em 
hospedeiros humanos. Este compor-
tamento de antropofilia tem sido mais 
registrado em países da América do Sul 
do que do Norte, onde as fêmeas de 
Cx. quinquefasciatus são mais genera-
listas e se alimentam em animais, como 
as aves.
As fêmeas de Cx. quinquefascia-
tus tiram proveito das modificações hu-
manas no ambiente peridomiciliar para 
encontrar criadouros. Portanto, não ne-
cessitam realizar grandes deslocamen-
tos, embora estudos tenham registrado 
sua dispersão por quase 10 quilôme-
tros, quando necessário.
Os criadouros preferenciais des-
ses mosquitos são geralmente coleções 
de águas paradas, poluídas com maté-
ria orgânica como dejetos de animais, 
vegetais em decomposição e rejeitos 
agroindustriais. São exemplos desses 
criadouros ao nível do solo, rios, ca-
nais, córregos, lagoas de decantação, 
charcos,fossas sépticas, sistemas de 
escoamento de água, caixas de drena-
gem de águas pluviais e águas usadas 
(esgoto), fossos de elevadores e outros 
recipientes artificiais temporários (Figu-
ra 8).
Os ovos são postos de forma agru-
pada na superfície da água e, embo-
ra não possuam flutuadores, boiam no 
criadouro, semelhantes a uma jangada 
(Figura 8). Mas há exceções, como al-
gumas espécies do subgênero Melano-
conion. Cada jangada tem aproximada-
mente 200 ovos, que não são resistentes 
à dessecação, portanto, murcham fora 
d’água levando à morte dos embriões. 
Os ovos possuem uma substância que 
atrai outras fêmeas da mesma espécie 
(feromônio de oviposição) para fazer 
postura no mesmo criadouro, por isso 
podem ser encontradas densidades ele-
vadas de larvas e pupas.
As larvas possuem um sifão lon-
go e se posicionam de forma diagonal 
à superfície da água durante a respira-
ção. Elas se alimentam de partículas or-
VOCÊ SABIA?
Apenas as espécies do gêne-
ro Anopheles podem ser vetores 
dos quatro tipos de plasmódios 
que causam a malária humana. 
Plasmodium falciparum, Plasmo-
dium vivax, Plasmodium malariae 
e Plasmodium ovale são os proto-
zoários que causam a malária hu-
mana e o fato deles conseguirem 
se reproduzir sexuadamente no 
corpo do mosquito faz dele não 
apenas vetor, mas também hospe-
deiro definitivo destes parasitas.
34
Mosquitos | Bases da Vigilância e Controle
gânicas e microrganismos localizados 
na coluna de água dos criadouros.
•	 Anopheles
Estes mosquitos são também 
conhecidos como anofelinos ou ca-
rapanãs. Ocorrem principalmente nas 
regiões tropicais e subtropicais do glo-
bo terrestre. A subfamília Anophelinae 
é considerada a mais antiga (ancestral) 
da família Culicidae e possui três gêne-
ros: Anopheles, Chagasia e Bironella. O 
gênero Anopheles é sem dúvida o que 
apresenta o maior número de espécies 
já descritas, distribuídas em todo o 
mundo. Os dois outros gêneros estão 
restritos a algumas regiões.
No gênero Anopheles existem 
seis subgêneros: Anopheles, Nys-
sorhynchus, Kertezia, Lophopodomyia, 
Stethomyia e Cellia, dos quais apenas o 
último não ocorre no Brasil. Além disso, 
o maior número de espécies é encon-
trado nos três primeiros subgêneros.
Aproximadamente 70 das 484 es-
pécies de Anopheles são vetores dos 
plasmódios causadores da malária. De 
acordo com as condições ambientais, 
o comportamento alimentar das fême-
as em relação ao hospedeiro humano, e 
sua densidade, as espécies podem ser 
consideradas vetores primários ou se-
cundários daqueles parasitas. Algumas 
destas espécies são morfologicamente 
muito parecidas e também formam um 
complexo de espécies semelhante ao 
Cx. quinquefasciatus. O mais importan-
te deles é o complexo Anopheles gam-
biae, originário da África.
Considerado o mais conhecido entre os anofelinos, o gênero 
Anopheles é o único que possui espécies de importância para a 
saúde pública, pois estão envolvidas nos ciclos de transmissão dos 
patógenos causadores da malária humana, filariose bancroftiana e 
algumas arboviroses. A malária tem maior destaque pelo elevado 
número de mortes registrado anualmente, e é por esta razão que 
os mosquitos são considerados os animais mais letais do mundo 
para os humanos. Dados da OMS mostram que quase metade da 
população mundial vive em áreas com risco de adoecimento por 
malária. Apesar das medidas de controle, esta doença permanece
fatal, principalmente para crianças abaixo dos cinco anos de idade, 
matando uma criança a cada dois minutos.
35
Capítulo 1 - Características biológicas, ecológicas e comportamentais dos mosquitos
4. Qual a diferença entre 
o vetor primário e o 
secundário?
O vetor primário ou principal é a 
espécie que apresenta elevada com-
petência e capacidade vetorial para a 
manutenção do ciclo de transmissão 
de um patógeno. Já o vetor secundário 
ou auxiliar apresenta uma menor com-
petência ou capacidade vetorial, sendo 
responsável pela transmissão ocasio-
nal do patógeno, não tendo, portanto, a 
mesma importância epidemiológica do 
vetor primário. 
Para cada região existem as espé-
cies de maior importância no ciclo de 
transmissão da malária. No Brasil, por 
exemplo, cinco espécies se destacam: 
Anopheles (Nyssorhynchus) darlingi – 
Root, 1926; Anopheles (Nyssorhynchus) 
albitarsis – Lynch-Arribalzaga, 1878; 
Anopheles (Nyssorhynchus) aquasa-
lis – Curry, 1932; Anopheles (Kerteszia) 
cruzii – Dyar & Knab, 1908 e Anopheles 
(Kerteszia) bellator – Dyar & Knab, 1906. 
Apesar de existirem mais de 50 espé-
cies de Anopheles descritas no país.
Anopheles darlingi é o vetor pri-
mário da malária no Brasil. Com hábito 
crepuscular e noturno, este anofelino 
de médio porte possui comportamento 
eurigâmico, habita ambientes silvestres, 
semissilvestres, rurais e urbanos. Em 
relação a outras espécies, An. darlin-
gi apresenta um comportamento mais 
acentuado de antropofilia e endofilia. 
Embora, suas fêmeas possam oportu-
namente se alimentar e permanecer nos 
espaços externos (exofilia). Além des-
sas características comportamentais, 
outros fatores ambientais podem afetar 
o desenvolvimento do parasita no mos-
quito, contribuindo para o sucesso da 
transmissão da malária. Um dos mais 
importantes é a temperatura do am-
biente, pois quando elevada, acelera o 
crescimento do parasita no mosquito, 
permitindo que os plasmódios comple-
tem seu desenvolvimento e multiplica-
ção mais rapidamente. Adicionalmente, 
pode também aumentar a longevidade 
das fêmeas, potencializando sua capa-
cidade vetorial.
Durante a vida adulta, cada fê-
mea pode fazer a postura de 50 a 200 
ovos por oviposição. Os ovos são pos-
tos diretamente na água e, como os de 
Culex, também não resistem à desse-
cação. Além disso, eles são colocados 
de forma isolada, ovo a ovo, e possuem 
flutuadores, que são estruturas laterais 
para que eles não afundem na água (Fi-
gura 6).
Os criadouros mais frequentes 
dos anofelinos são cursos d’água ao 
Pneus descartados - 
Criadouro de Aedes
Esgoto a céu aberto - 
criadouro de Culex
Caixa d’água destampada - 
Criadouro de Aedes
Criadouro de Anopheles
Lixo dosméstico - 
Criadouro de Culex
Figura 8: Exemplos de criadouros típicos de alguns culicídeos.
Fonte: 1. Maria Alice Varjal de Melo Santos; 2. e 4. Centers for Disease Control 
and Prevention (CDC) / Graham Heid, Dr. Harry D. Pratt; 3. e 5. Instituto Aggeu 
Magalhães / Departamento de Entomologia / Danielle C. T. V. Melo.
2 3
4 5
1
37
Capítulo 1 - Características biológicas, ecológicas e comportamentais dos mosquitos
nível do solo, pobres em matéria orgâ-
nica, representados por igarapés, rios 
com pouca correnteza, charcos, cam-
pos de plantação de arroz, pântanos 
de água doce ou salgada, pântanos 
de mangue, valas gramadas, margens 
de córregos, rios e pequenas poças de 
chuva temporárias (Figura 8). Há mui-
tas espécies de Anopheles que podem 
explorar criadouros, produzidos pelo 
homem, em áreas urbanizadas, como 
tanques, cisternas e até tanques e/ou 
lagoas de piscicultura.
Existem características morfoló-
gicas que separam os anofelinos dos 
demais mosquitos (Figura 6), entre elas 
destacam-se:
• A maioria das suas espécies, 
repousam de modo quase per-
pendicular nas superfície, se-
melhante a um prego inclina-
do, e por isso são chamados 
de mosquitos-prego;
• Apresentam escamas claras e 
escuras formando diferentes 
padrões nas veias das asas, 
em ambos os sexos, os quais 
auxiliam na identificação das 
espécies;
• Possuem palpos maxilares tão 
longos quanto à probóscide 
(Figura 4);
• Ausência de sifão respiratório 
na larva o que leva ao posicio-
namento do seu corpo parale-
lo à superfície da água;
• Presença de estruturas laterais 
que auxiliam na flutuação do 
ovo (flutuadores) sobre a lâmi-
na d’água.
Entre os culicídeos encontramos 
a subfamília Toxorhynchitinae, re-
presentada por mosquitos grandes e 
coloridos com um único gênero cha-
mado Toxorhynchites (Figura 9). São 
conhecidos também como “mosquito 
elefante” por apresentarem umapro-
bóscide curva para baixo, como uma 
tromba (Figura 9A). O mosquito ele-
fante costuma assustar pelo tamanho, 
que pode ser duas vezes maior do que 
os outros mosquitos. Não transmitem 
doenças e são inofensivos, pois não 
sugam sangue na fase adulta. Pelo 
contrário, eles podem ser nossos alia-
dos no controle de outras larvas de 
mosquito, já que larvas de Toxorhyn-
chites são predadoras vorazes de ou-
tras larvas de mosquito (Figura 9B). 
5. Existem mosquitos 
que não se alimentam de 
sangue?
38
Mosquitos | Bases da Vigilância e Controle
Assim eles podem desempenhar um 
papel importante no controle de mos-
quitos no ambiente silvestre.
Existem ainda os “imitadores” de 
mosquitos, pois se parecem com eles 
mas não são mosquitos. Os tipulíde-
os e os quironomídeos (Figura 9C e 
9D), por exemplo, são confundidos fre-
quentemente com mosquitos, mas não 
fazem parte do grupo dos culicídeos. 
Os Tipulídeos apresentam pernas 
muito longas, podem medir até 6 cm 
de comprimento e se parecem com 
mosquitos, por isso são conhecidos 
como “mosquitos gigantes”. Mas não 
são culicídeos nem são hematófagos 
(Figura 9D).
Os Quironomídeos não possuem 
probóscide e o comprimento aproxima-
do é de 1 cm (Figura 9D).
Na maioria das regiões do Bra-
sil, as condições climáticas são muito 
favoráveis para o desenvolvimento de 
insetos, apresentando temperaturas e 
umidade elevadas durante a maior parte 
do ano. Vários estudos confirmam uma 
relação direta entre temperaturas eleva-
das (27º-31º C) e a rapidez do desen-
volvimento da fase larval dos mosqui-
tos. Consequentemente, em um período 
menor de tempo os adultos emergem 
e vão em busca de fonte alimentar. Por 
outro lado em baixas temperaturas, os 
mosquitos podem se desenvolver muito 
lentamente ou até não sobreviver.
6. Como a condição 
ambiental influencia as 
principais espécies de 
mosquitos de importância 
médica?
Toxorhynchites - 
Mosquito elefante 
adulto
Toxorhynchites - 
Grande dimensão 
da larva do 
mosquito elefante
Tipulídeos - 
“mosquitos” 
gigantes
Quironomídeos 
- imitadores de 
mosquitos
Figura 9: Curiosidades sobre mosquitos e falsos mosquitos.
Fonte: A. e B. Walther Ishikawa - Planeta Invertebrados; C. Bulent Fahri Ince - Freeimages; D. Dé-
borah Silva/EAD Fiocruz PE.
A B C D
39
Capítulo 1 - Características biológicas, ecológicas e comportamentais dos mosquitos
Em relação à umidade, a precipi-
tação exerce um importante efeito no 
aumento do número de criadouros na-
turais para larvas dos mosquitos. Inclu-
sive criadouros permanentes ao nível 
do solo, frequentemente, colonizados 
por espécies de Culex e Anopheles, 
quanto os microcriadouros temporários 
artificiais, são colonizados por Aedes 
(Figura 8). Por isso, frequentemente, 
quando acontecem chuvas esparsas 
em períodos de temperaturas elevadas, 
pode ser observado o crescimento po-
pulacional explosivo dos mosquitos. 
É importante destacar, que condi-
ções precárias de saneamento básico 
também favorecem o aumento da den-
sidade populacional de mosquitos nas 
áreas urbanas, por ampliar as opções 
de criadouros.
Culex quinquefasciatus, por exem-
plo, concentra o maior número possível 
de ovos (jangadas) em poucos criadou-
ros, como fossas e esgotos a céu aber-
to, por isso, suas densidades larvárias 
são extremamente elevadas (Figura 8). 
Situações dessa natureza são particu-
larmente importantes em áreas endê-
micas para filariose linfática, a exemplo 
da Região Metropolitana do Recife. 
A irregularidade no abastecimen-
to de água potável também representa 
um grande problema, haja vista, que o 
seu armazenamento de forma inade-
quada, pode aumentar a presença de 
criadouros potenciais para Ae. aegypti. 
Diferente de Culex, as fêmeas de Ae. 
aegypti tendem a espalhar ao máximo 
seus os ovos, no maior número de cria-
douros existente no ambiente.
Assim, é possível perceber que 
realizar o controle de mosquitos em pa-
íses tropicais, além de ser um grande 
desafio para a saúde pública, requer 
ações constantes e intersetoriais, espe-
cialmente as voltadas ao saneamento 
básico e ao manejo ambiental.
40
Mosquitos | Bases da Vigilância e Controle
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Capítulo 1 - Características biológicas, ecológicas e comportamentais dos mosquitos
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CONTROLE DE MOSQUITOS
Autores
Cláudia Maria Fontes de Oliveira
Maria Alice Varjal de Melo Santos
Maria Helena Neves Lobo Silva Filha
Rosângela Maria Rodrigues Barbosa
CAPÍTULO 2
43
Capítulo 2 - Controle de Mosquitos
CONTROLE 
DE MOSQUITOS 2
Os mosquitos, como sabemos, 
podem ser vetores de patógenos que 
causam doenças ao homem, além de 
alergias e desconfortos, associados às 
picadas durante a alimentação sanguí-
nea. Por isso, é necessário reduzir, ao 
máximo, a quantidade destes insetos 
no ambiente, ou seja, fazer o controle 
de sua densidade populacional.
Para controlar é preciso antes co-
nhecer qual(is) espécie(s) pode(m) estar 
atuando como vetor de algum patóge-
no ao homem, ou provocando outros 
problemas de saúde. Em seguida,é 
necessário avaliar vários fatores para, 
por fim, definir as estratégias que deve-
rão ser utilizadas para sua vigilância e/
ou controle. Os principais fatores a se-
rem determinados são: saber se a es-
pécie é exótica (estrangeira, ou seja, se 
tem origem diferente do local em que 
foi encontrada) ou se é própria desse 
lugar (autóctone); sua distribuição no 
ambiente e o número de indivíduos en-
OBJETIVO 
Ao final desse módulo o participante deverá reconhecer as condições que 
favorecem a presença de mosquitos nos ambientes; os objetivos, instru-
mentos e métodos para a vigilância de mosquitos; a importância estraté-
gica das ações de vigilância para a saúde pública; os principais métodos 
de controle, vantagens, limitações e adequações aos diferentes contextos; 
a necessidade da implantação de programas de controle integrado para 
reduzir a população de mosquitos de forma sustentável.
1. Por que é necessário 
fazer a vigilância e o 
controle de mosquitos?
44
Mosquitos | Bases da Vigilância e Controle
contrados em uma determinada área 
(densidade populacional); seu compor-
tamento para estimar o nível de contato 
com o homem em sua moradia (domici-
liação); e as causas da sua proliferação 
no ambiente. Todas estas informações 
são necessárias à vigilância entomo-
lógica que, com base na análise dos 
resultados encontrados, estabelece os 
indicadores entomológicos e os níveis 
de transmissão da doença, para identi-
ficar situações ambientais e climáticas 
que favoreçam a disseminação de pa-
tógenos. Portanto, a vigilância entomo-
lógica é um componente essencial nos 
programas de controle de insetos. 
É importante saber que não existe 
um método universal, ou único, para re-
duzir as populações dos mosquitos em 
todos os lugares ou ambientes onde 
eles causam problemas. A situação de 
cada local deve ser avaliada para es-
colher as estratégias de controle mais 
adequadas e viáveis. Por isso, a Organi-
zação Mundial de Saúde recomenda o 
Manejo Integrado de Vetores (MIV) e re-
centemente publicou diretrizes relativas 
à importância estratégica do controle 
de vetores para a redução e eliminação 
de doenças a nível global até 2030.
A alta infestação ou alta densi-
dade populacional de mosquitos em 
áreas urbanas, geralmente, indica que 
existem condições no ambiente, pos-
sivelmente associadas à deficiência no 
abastecimento de água, de saneamen-
to, coleta de lixo, estrutura das habita-
ções e dos espaços públicos, que favo-
recem sua proliferação (Figura 1).
A estratégia de controle mecânico 
é a mais importante e deve ser feita pela 
população, pelos agentes de endemias 
e pelos órgãos públicos municipais, 
estaduais e federais. Ela deve ser apli-
cada em todos os programas, pois tem 
como objetivo eliminar os criadouros e 
as condições que causam a prolifera-
ção dos mosquitos. Ações mecânicas 
ou físicas incluem o fechamento corre-
VOCÊ SABIA?
Devemos controlar mosquitos 
em uma área mesmo que NÃO 
esteja ocorrendo a transmissão de 
doenças. Isto porque eles podem 
causar danos à saúde humana, 
como alergias e incômodo ao sono 
e repouso das pessoas.
2. Como podemos realizar 
o controle mecânico/físico 
dos mosquitos?
Figura 1: Exemplos de ambientes que favorecem a proliferação de mosquitos e podem ser cha-
mados de “criadouros”.
Fonte: Departamento de Entomologia / Instituto Aggeu Magalhães - Eloína Maria M. Santos, Tatia-
ne Cibele S. Gomes e Maria Alice V. Melo Santos.
A
C
B
D
Poço de elevador
Canaletas e canais com obstrução do fluxo de água 
pelo lixo
Canaletas e canais com obstrução do fluxo de água 
pelo lixo
Caixa de inspeção sem tampa
46
Mosquitos | Bases da Vigilância e Controle
to de fossas, bem como dos grandes 
reservatórios de água, como tanques, 
cisterna e caixas d’água; o descarte de 
objetos que possam acumular água, es-
pecialmente no ambiente peridomiciliar 
(fora da casa) e intradomiciliar (dentro 
de casa); a drenagem e limpeza de rios, 
canais, córregos, sistemas de coleta de 
águas pluviais (água de chuva) e de es-
gotos, calhas e outros para impedir o 
acúmulo de água parada (Figura 2). 
A vistoria nas residências para en-
contrar e eliminar os criadouros é uma 
ação mecânica-física-ambiental muito 
importante para o controle de mosqui-
tos, no entanto, não pode acontecer 
apenas durante as campanhas ou ar-
rastões de limpeza. A vistoria precisa 
ser feitas pelos próprios moradores e 
por isso, os Agentes de Endemias dos 
municípios são também responsáveis 
por ensinar a população sobre como 
achar e eliminar os criadouros presen-
tes no ambiente residencial. A partir 
destas informações, cada morador(a) 
VOCÊ SABIA?
O melhor agente para achar 
criadouros de mosquitos é 
o próprio morador(a). Ele(a) 
conhece bem todos os recantos 
da casa, sabe onde estão a 
fossa, tanques, cisternas, calhas, 
e outros locais e recantos que 
podem servir como criadouros.
Figura 2. Aspecto de um rio em área urbana com proliferação de Culex quinquefasciatus.
Fonte: Prefeitura de São Paulo / Coordenação da Vigilância em Saúde (COVISA).
VOCÊ SABIA?
A organização e a limpeza nas 
casas pode eliminar boa parte dos 
mosquitos do ambiente.
Situação após a intervenção englobando 
limpeza da vegetação das margens, reti-
rada de lixo e dragagem do leito do rio.
Situação antes de intervenção
47
Capítulo 2 - Controle de Mosquitos
pode então vistoriar semanalmente os 
locais que podem ser uma possível fon-
te de criação de mosquitos, dentro e 
fora de suas casas, e assim proteger ao 
máximo o ambiente em sua volta.
A organização e a limpeza dentro 
e fora da casa significa não deixar ne-
nhum local que possa acumular qual-
quer quantidade de água, incluindo a 
bandeja atrás do motor da geladeira e 
do ar-condicionado, a grade do bebe-
douro de água, as esquadrias dos boxes 
de banheiros, janelas e portas. Significa 
também limpar a calha e as canaletas 
de drenagem de água, removendo fo-
lhas, papéis ou outros objetos descar-
táveis e resíduos que possam represar 
ou acumular água de chuva; cobrir re-
servatórios, que armazenam água e não 
tenham tampas, com tela de malha bem 
fina, prendendo-a com elástico, bem 
como tonéis, tanques e baldes; colocar 
semanalmente água sanitária nos ralos, 
vasos sanitários e outros locais pareci-
dos. As fêmeas dos mosquitos gostam 
de se abrigar em locais escuros dentro 
das casas (debaixo de camas, armá-
rios, móveis, mesas, caixas e malas). 
Qualquer objeto, móvel ou local, e até 
roupas de cor escura, atraem bastante 
os mosquitos adultos. Assim, deve-se 
abrir as janelas para arejar e clarear os 
ambientes, e mover os móveis e objetos 
para achar e matar os mosquitos que se 
esconderam atrás ou embaixo deles.
As ações do setor público, dos 
governos, como os serviços de infra-
estrutura, também fazem parte nesta 
categoria de controle mecânico. Os 
exemplos mais importantes são os 
serviços de saneamento, fornecimen-
to de água encanada (para evitar seu 
armazenamento em reservatórios nas 
casas), coleta regular de lixo e manu-
tenção de espaços públicos, como 
praças, vias públicas, canais e córre-
gos limpos.
As ações do setor privado tam-
bém são necessárias quanto aos cui-
dados com os imóveis, sobretudo fer-
ros-velhos, borracharias, cemitérios, 
depósitos de objetos para reciclagem 
e outros estabelecimentos comerciais 
que possam servir como locais estra-
tégicos para a proliferação dos mos-
quitos (Figura 3). Os estabelecimentos 
SAIBA MAIS
Você já ouviu falar da campanha 
10 minutos contra a dengue? 
Existem folhetos e vídeos que 
explicam como fazer a vistoria 
das casas para buscar e eliminar 
criadouros do mosquito Ae. 
aegypti, em apenas 10 minutos 
a cada semana. Conheça mais 
acessando:
⮑ http://www.ioc.fiocruz.br/
dengue/textos/10minutos.html
48
Mosquitos | Bases da Vigilância e Controle
industriais também precisam atentar 
para que suas instalações não tenham 
fontes de mosquitos (ex.: tanques de 
água ou de rejeitos).
Os hospitais e outras unidades 
de saúde devem ser mantidoslivres de 
mosquitos, pois, também são locais 
estratégicos para a transmissão, devi-
do à presença de um grande número 
de pessoas doentes, que podem estar 
infectadas e servir como fonte de in-
fecção para as fêmeas dos mosquitos. 
As escolas e locais de trabalhos 
também devem ter uma atenção espe-
cial às condições ambientais para não 
terem focos de mosquito. Estes locais 
são estratégicos, pois agrupam muitas 
pessoas e se houver mosquitos tam-
bém oferecem um ótimo cenário para 
a transmissão rápida de patógenos.
O controle governamental tam-
bém pode ser feito através da legis-
lação específica. O exemplo mais co-
mum é a aplicação de multas para os 
responsáveis por imóveis que tiverem 
criadouros ativos (Lei nº 6.437, de 
1977, que configura as infrações à le-
gislação Sanitária Federal). No Brasil, 
Figura 3: Exemplos de áreas estratégicas para criadouros de Aedes.
Fonte: A e B: Departamento de Entomologia - Instituto Aggeu Magalhães / Maria Alice V. Melo 
Santos e Rosângela Maria R. Barbosa; C: Pixabay.
A
C
B
Cemitério
Ferro-velho
Vasos de plantas como exemplo de cria-
douros potenciais de mosquitos
49
Capítulo 2 - Controle de Mosquitos
esta forma de controle não é utilizada, 
embora nos casos de denúncias de lo-
cais com focos ativos e produtivos de 
mosquitos, as portas de imóveis aban-
donados podem ser abertas à força. 
Locais abandonados podem represen-
tar um grande risco para a proliferação 
dos mosquitos. Para evitar tal situação, 
é cada vez mais necessário um traba-
lho de conscientização e, sobretudo, 
mobilização das pessoas para evitar a 
presença destes locais de proliferação 
de mosquitos (Figura 4).
As ações de educação/conscien-
tização/mobilização da população são 
essenciais para o sucesso do controle 
vetorial. Infelizmente, elas não têm sido 
valorizadas nem, portanto, executa-
das rotineiramente, sendo comum ver 
a participação da comunidade apenas 
nos arrastões, mutirões e campanhas 
de limpeza, realizados de tempos em 
tempos pelos órgãos de saúde. Parte 
da população tem informações sobre 
mosquito, mas poucos conhecem as 
suas formas jovens. Os ovos e as lar-
vas são muito pequenos, e a população 
precisa de orientação para reconhecê-
-los (Figura 5).
Mosquiteiro na cama e outros lo-
cais de repouso (figura 6), serve como 
uma importante barreira de proteção 
contra os mosquitos, sobretudo durante 
o sono, quando as pessoas estão mais 
expostas às picadas destes insetos. Te-
las protegendo portas e janelas também 
devem ser usadas para reduzir a entrada 
dos mosquitos nas casas. Existem ain-
da as raquetes “mata-mosquitos” que 
VOCÊ SABIA?
Existe uma legislação especifica 
para punir os responsáveis por 
locais abandonados com risco 
da presença de criadouros de 
mosquitos. É a Lei nº 6.437, de 
1977, que configura as infrações à 
legislação Sanitária Federal.
VOCÊ SABIA?
Os mosquitos que estão em uma 
casa provavelmente vêm dela 
e não da casa dos vizinhos. Em 
80% dos casos os mosquitos de 
uma casa vêm dela mesma e uma 
busca cuidadosa vai comprovar 
que há criadouros.
3. Como podemos nos 
proteger dos mosquitos? 
50
Mosquitos | Bases da Vigilância e Controle
Figura 4: Exemplos de criadouros de mosquitos que devem ser protegidos ou preferencialmente 
eliminados.
Fonte: Departamento de Entomologia - Instituto Aggeu Magalhães / Cláudia Maria F. Oliveira e 
Maria Alice V. Melo Santos.
Tonel parcialmente coberto
Recipientes sem coberturas ou tampas
Tanque com abertura
Caixa de passagem aberta e 
água estagnada
Figura 5: Fases de desenvolvimento dos mosquitos Culex e Aedes em escala. Adultos, pupas, 
larvas e ovos.
Fonte: Os autores. Infografia: Déborah Silva, 2019
FASES DE DESENVOLVIMENTO
DO MOSQUITO AEDES AEGYPTI 
EM ESCALA
~1mm L1
~0.5mm OVO
L2
L3
L4
LARVAS
~3mm
~5mm
~7mm
~8mm ADULTO
PUPA~5mm
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Mosquitos | Bases da Vigilância e Controle
podem ajudar a eliminar adultos que 
circulam no ambiente (Figura 6). Todos 
são instrumentos simples e que podem 
reduzir as picadas dos mosquitos.
As ações chamadas de proteção 
pessoal têm como objetivo prevenir a 
picada daquelas fêmeas de mosquitos 
que já estão presentes e circulando nas 
residências, nos locais de trabalho e de 
lazer. A utilização de roupas de cor clara 
para cobrir bem o corpo, como blusas 
de mangas longas, meias, sapatos fe-
chados são muito úteis. Repelentes de 
mosquito (ex.: DEET, icaridina e outros) 
podem ser aplicados em diferentes par-
tes do corpo, especialmente nas pernas, 
tornozelos e braços (Figura 7). Atenção, 
pois o uso de repelentes tem que ser 
feito de acordo com as instruções do 
rótulo, sobretudo para crianças. Mesmo 
assim, deve ser verificado se o produto 
está funcionando após a aplicação.
Inicialmente, deve ser lembrado 
que as ações de controle mecânico-fí-
sico-ambiental são as mais recomen-
dadas, pois agem na raiz do problema. 
O uso de qualquer inseticida deve ser 
feito em situações que não podem ser 
resolvidas de outra maneira. Abaixo se-
gue a descrição das principais classes 
de agentes de controle de mosquitos 
atualmente disponíveis para uso em 
programas de controle.
Inseticidas químicos “tradicio-
nais” com ação larvicida ou adultici-
da. Os quatro grupos de inseticidas quí-
Figura 6: Instrumentos de proteção contra mosquitos.
Fonte: A. Louise Gubb / Carter Center; B. Ilustração: Túlio Mesquita, EAD Fiocruz PE, 2019.
A B
4. Como fazer o controle 
dos mosquitos através dos 
inseticidas e quais são os 
compostos mais utilizados?
Cama protegida por mosquiteiro Raquete mata-mosquito
53
Capítulo 2 - Controle de Mosquitos
micos mais conhecidos e utilizados são 
os organoclorados (ex.: DDT, dieldrin), 
organosfosforados (ex.: temephos e 
malathion), carbamatos (ex.: propoxur) 
e piretróides (ex.: permetrina e deltame-
trina) (Figura 8). 
Estes compostos podem ser usa-
dos como larvicidas e aplicados na 
água dos criadouros para matar as for-
mas jovens, principalmente na fase de 
larvas. Eles também podem ser usa-
dos como adulticidas para eliminar os 
mosquitos adultos do ambiente. Neste 
Figura 7: Exemplos de repelentes para proteção pessoal.
Fonte: Os autores. Ilustração: Túlio Mesquita, EAD Fiocruz PE, 2019.
Óleo de
Citronela
Cymbopogon nard
us
Peso: 15m
l
uso extern
o
Produzido e exportado por:
EAD exportadora
B-75, Setor-7 IAM
Recife PE, Brasil
Figura 8: Exemplos de inseticidas usados no controle de mosquitos.
Fonte: Os autores. Ilustração: Túlio Mesquita, EAD Fiocruz PE, 2019.
Loção com ingredientes DEET
Organofosforado (temephos)
Óleo de citronela
Piretróides (permetrina)
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Mosquitos | Bases da Vigilância e Controle
caso, os inseticidas podem ser aplica-
dos em ultra baixo volume (UBV) em 
veículo (fumacê), UBV-Portátil (Figura 
9) ou até através de sprays domésticos, 
de venda livre nos supermercados. 
As aplicações podem ser feitas 
no ambiente em geral (aplicação espa-
cial), especificamente em torno de fo-
cos dos mosquitos (perifocal) ou ainda 
em paredes do interior das casas (apli-
cação residual).
Os inseticidas químicos agem por 
contato com o tegumento (ou superfície 
do corpo) dos insetos e atingem o siste-
ma nervoso causando danos que levam 
à morte. Em geral eles têm uma ação 
muito rápida, em poucas horas. O prin-
cipal problema deste tipo de inseticida é 
que eles também podem causar danos 
para outros seres vivos, ou seja, também 
são tóxicos para outros insetos úteis (ex.: 
abelhas) e até para o próprio homem, de-
pendendo da dosagem e tempo de uso.
Usar um inseticida químico para 
o controle é uma escolha que deve ser 
feita cuidadosamente, após as ten-
tativas de eliminação dos focos do 
mosquito através de ações de contro-
le mecânico. Além disso, ao se usar 
um determinado inseticida devemos 
ter certeza que aqueles insetos são 
realmente susceptíveis ao insetici-
da escolhido, através de testes que 
comprovem essa susceptibilidade. Os 
inseticidas devem ser trocados por 
outros inseticidas, em forma de rodí-
zio, para evitar que ocorra a seleção

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