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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO" CÂMPUS EXPERIMENTAL DE SOROCABA ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO TIAGO FRANCISCO DE OLIVEIRA SCALON Estudo de caso: Modernização e otimização de pequenas centrais hidrelétricas visando diminuição de custos TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Sorocaba 2017 TIAGO FRANCISCO DE OLIVEIRA SCALON Estudo de caso: Modernização e otimização de pequenas centrais hidrelétricas visando diminuição de custos Trabalho de conclusão de curso apresen- tado ao programa de graduação em Enge- nharia de controle e automação, da Univer- sidade estadual Paulista de Sorocaba. Orientador: Galdenoro Botura Jr Área de Conhecimento: Dr. em Engenharia elétrica Sorocaba 2017 Scalon, Tiago Francisco de Oliveira. Estudo de caso: modernização e otimização de pequenas centrais hidrelétricas visando diminuição de custos / Tiago Francisco de Oliveira Scalon, 2017. 79 f.: il. Orientador: Galdenoro Botura Junior. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho". Instituto de Ciência e Tecnologia (Câmpus de Sorocaba), 2017. 1. Modernização. 2. Pequenas centrais hidrelétricas. 3. Automação. 4. Teleoperação. Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho". Instituto de Ciência e Tecnologia (Câmpus de Sorocaba). II. Título. Tiago Francisco de Oliveira Scalon Estudo de caso: Modernização e otimização de pequenas centrais hidrelétricas visando diminuição de custos IMPORTANTE: ESSE É APENAS UM TEXTO DE EXEMPLO DE FOLHA DE APROVAÇÃO. VOCÊ DEVERÁ SOLICITAR UMA FOLHA DE APROVAÇÃO PARA SEU TRABALHO NA SECRETARIA DO SEU CURSO (OU DEPARTAMENTO). Trabalho aprovado. Sorocaba , DATA DA APROVAÇÃO: Galdenoro Botura Jr Orientador Professor Convidado 1 Professor Convidado 2 Sorocaba 2017 Dedico este trabalho aos meus pais que sempre deram o melhor deles para que eu pudesse dar o meu. Agradecimentos Agradeço a minha irmã Aline por sempre ter me incentivado a buscar meus sonhos. Agradeço a minha namorada Larissa Carrijo por todo apoio e incentivo que me deu durante esses anos de faculdade e que foram de grande valia para que eu conseguisse chegar até o fim dessa jornada. Agradeço a todos os amigos de república que tive o prazer de compartilhar muitos momentos bons, sempre com companheirismo e muitas risadas, sem os quais minha estadia esses anos em Sorocaba não teria sido tão divertida. Um sincero obrigado a todos: Vet, Tulio, Luke, Murilo, Madeira, Capi Jr, Daiane, Mega, Patriota, Brandão, Lucas, Diego, Akita e Nakajima. Agradeço a todos os amigos que fiz na 8ª turma de ECA e que pretendo levar para a vida toda. Agradeço ao Professor Galdenoro pela orientação neste trabalho e em todas matérias que tive a oportunidade de ter com o mesmo. “A mente não tem limite. Quando a mente pode antever o fato de que você pode rea- lizar algo, você realmente pode, desde que acredite nisso 100%.” Arnold Schwarzenegger Resumo Este trabalho tem como objetivo elaborar uma proposta de padronização para projetos de automação de pequenas centrais hidrelétricas, e otimizar a solução de forma que o sistema atenda aos requisitos operacionais e de performance, do cliente e da ONS que é a agência que regulamenta esse mercado de geração de energia. O desenvolvimento deste trabalho é baseado no estudo e análise de um caso real de projeto de modernização de uma pequena central hidrelétrica. Além do projeto, foram pesquisados trabalhos que tratavam sobre diversos temas tais como: Moderniza- ção de usinas hidrelétricas, custos envolvidos no projeto e construção de pequenas centrais hidrelétricas e operação remota de centrais. Utilizando todo o conhecimento aprendido das propostas apresentadas pelos respectivos autores e todo conhecimento aprendido no dia a dia fazendo propostas de automação para pequenas e grandes centrais hidrelétricas, o trabalho conclui com a apresentação de uma solução otimizada para pequenas centrais hidrelétricas que atende a diminuição dos custos de hardware, diminuição dos custos operacionais através da possibilidade de operação remota e desassistida, e satisfazer as exigências de operação impostas pela ONS. Palavras-chave: Pequenas centrais hidrelétricas, modernização, operação remota, automação, otimização. Abstract This work aims to prepare a standardization proposal for automation projects for small hydropower plants, and to optimize the solution so that the system meets the operational and performance requirements of the client and ONS, which is the agency that regulates this market of power generation. The development of this work is based on the study and analysis of a real case of modernization of a small hydropower plant. In addition to the project, research was done on topics such as: Modernization of hydroelectric plants, costs involved in the design and construction of small hydroelectric plants and remote operation of power plants. Using all the knowledge from the proposals presented by the respective authors and all the knowledge acquired in the day to day making proposals of automation for small and large hydroelectric power plants, the work concludes with the presentation of an optimized solution for small hydropower plants that attends the reduction of costs Reduction of operating costs through the possibility of remote and unmanned operation, and to meet ONS ‘operating requirements. Keywords: Small hydropower plants, modernization, remote operation, automation, optimization. Lista de ilustrações Figura 1 – Sistema interligado nacional SIN . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Figura 2 – PCH de acumulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Figura 3 – PCH fio d‘água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Figura 4 – Esquema de uma PCH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Figura 5 – Principais motivos para modernização de usinas . . . . . . . . . . . 37 Figura 6 – Organização dos centros de controle e supervisão ONS . . . . . . . 47 Figura 7 – Solução padrão para UHE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Figura 8 – Solução padrão para PCH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 Figura 9 – O&M x Potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 Figura 10 – O&M x Idade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 Lista de tabelas Tabela 1 – Empreendimentos em operação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Tabela 2 – Empreendimentos em construção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Tabela 3 – Empreendimentos com construção não iniciada . . . . . . . . . . . 22 Tabela 4 – Divisão custos de uma usina hidrelétrica . . . . . . . . . . . . . . . 27 Tabela 5 – Divisão custos de uma PCH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Tabela 6 – Despesas pré-operacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 Tabela 7 – Investimento em ativos fixos em reais . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Tabela 8 – Custos O&M PCHs em R$/MWh . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Tabela 9 – Lista de materias solução padrão PCH . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Lista de abreviaturas e siglas ANEEL Agência nacional de energia elétrica BIG Banco de informações de geração CA Corrente alternada CC Corrente contínua CD Concentrador de dados CGH Centrais geradoras hidrelétricas CLP Controlador lógico programável CNOS Centro nacional de operação do sistema COD Centro de operação de distribuição COG Centro de operação de geração COI Centro de operação da instalação COL Centro de operação local COR Centro de operação regional COS Centro de operação do sistema COSR Centro de operação regional do sistema COT Centro de operação de transmissão DMZ Demilitarized Zone EOL Central geradora eólica GD Geração distribuída GE General Eletric IED Intelligent electronic device IHM interface Homem MáquinaMO Mensagens operativas MTBF Mean time between fail MTTR Mean time to repair Oamp;M Operação e manutenção ONS Operadora nacional do sistema elétrico PCH Pequena central hidrelétrica PLC Programabble Logic Controller PTP Precision time protocol RBE Report by exception RT Regulador de tensão RV Regulador de velocidade SDSC Sistema de supervisão e controle SIN Sistema interligado nacional SNTP Sync network time protocol SOE Sequence of events SSC Sistema de supervisão e controle SSCL Sistema de supervisão e controle local TI Tecnologia da informação UAC Unidade de aquisição e controle UFV Central geradora solar fotovoltaica UHE Usina hidrelétricas UTE Usina termelétrica UTN Usina termonuclear UTR Unidade terminal remota Lista de símbolos GW Giga Watt h Hora km² Kilômetro quadrado KWh kilowatt hora kW Kilowatt Mb Megabyte m Metro ms Milissegundo MVar Mega Watt MWh Mega watt hora MW Mega Watt R$ Reais Sumário 1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 2 REVISÃO DA LITERATURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 2.1 Setor energético no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 2.2 Definição PCH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 2.3 Custos PCH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 2.4 Modernização PCH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 2.5 Automação PCH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 2.5.1 Serviços Auxiliares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 2.5.2 Supervisão e Automação de uma PCH . . . . . . . . . . . . . . . . 39 2.6 Centros de operação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 2.7 Protocolos elétricos de comunicação . . . . . . . . . . . . . . . . 52 2.7.1 Protocolo DNP 3.0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 2.7.2 Protocolo IEC 60870-5-104 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 2.8 Cyber security . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 3 MATERIAIS E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 4.1 Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 4.2 Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 5 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 5.1 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 5.2 Trabalhos futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 ANEXOS 78 15 1 Introdução O crescimento populacional e o avanço tecnológico, geram um aumento da demanda de energia cada vez maior. Quando o crescimento da demanda ultrapassa a capacidade de geração do sistema de energia, torna-se necessário a construção de novas unidades de geração de grande porte e também de sistemas para a transmissão e distribuição desta nova parcela de energia. Tal modelo passou a ser questionado com o surgimento de novas tecnologias que promovem a redução do custo da energia gerada, e também por grandes obras de geração geram muitos impactos ambientais associados à sua implantação. Com isso, a geração distribuída passou a ser cada vez mais valorizada. O uso do modelo de geração distribuída da energia tem vantagens tanto para o consumidor final, quanto para as empresas de geração e transmissão de energia, sendo algumas dessas vantagens consequência da proximidade aos centros consumidores. Algumas das vantagens da utilização da geração distribuída são: criação de reservas de geração e menores perdas na rede de transmissão/distribuição, maior estabilidade ao sistema, redução dos riscos de planejamento, dos investimentos e do tempo para implantação das centrais, devido ao tamanho reduzido das mesmas, aumento da confiabilidade do fornecimento de energia aos consumidores próximos à produção local por criar uma fonte menos suscetível a falhas na transmissão e distribuição, garantindo a continuidade do fornecimento. É de interesse mundial a geração de energia através de fontes renováveis e que resultem em mínimo impacto ao meio ambiente, priorizando a geração sustentável, esta é uma das principais vantagens no uso das PCHs. Em tempos onde é discutida a diminuição da emissão de gases do efeito estufa na atmosfera , já existem PCHs que comercializam créditos de carbono, provando sua sustentabilidade. As PCHs contribuem ainda, com a diminuição da emissão de gases de efeito estufa ao serem uma alternativa para diminuir a utilização de fontes térmicas fósseis que ainda são responsáveis por boa parte da geração no Brasil. Outra importante vantagem seria que é um tipo de fonte de geração que se enquadra perfeitamente no modelo de geração distribuída, possibilitando um melhor atendimento às necessidades de carga de pequenos centros urbanos e regiões rurais, pois complementa o fornecimento realizado pelo sistema interligado. Podemos citar ainda: custo acessível, menor tempo de construção já que as obras civis necessárias são pequenas comparadas a grandes usinas, disponibilidade de tecnologias eficientes, redução nas perdas do sistema elétrico e desenvolvimento regional. Fatores como a idade das pequenas centrais hidrelétricas, muitas com mais de Capítulo 1. Introdução 16 30 anos, e o aumento da consciência ambiental, a modernização e a repotenciação de pequenas centrais hidrelétricas tornam-se alternativas realmente atraentes para atender à crescente demanda de energia no Brasil, que segundo dados da (ANEEL, 2008) aumenta em torno de 4 a 5% ano, contribuindo com a eficiência e confiabili- dade do sistema de energia, com menores investimentos e impactos ambientais em relação a construção de novas pequenas centrais hidrelétricas.Alguns dos benefícios conseguidos com a modernização são: a redução de paradas não programadas e de manutenções corretivas, a possibilidade de operar a usina de forma “desassistida” e automática, bem como o aumento da vida útil dos equipamentos, possibilitando assim uma redução dos custos com manutenção e operação que hoje compõem a maior parte do gasto na operação de uma pequena central hidrelétrica. Após muitos anos em operação, os sistemas de uma usina podem apresen- tar problemas que comprometam a geração de energia. Além da queda na geração, existem novos requisitos e necessidades a serem cumpridas pela geradora de ener- gia, como por exemplo a lista de pontos que deve ser disponibilizada para controle remoto da ONS que opera o SIN, tema que será abordado mais detalhado mais para frente. Uma forma de resolver isso é através das modernizações. Segundo (MENDES, 2011) elas podem recuperar os índices de qualidade dos sistemas e também incluir novos recursos neles. A falta de peças sobressalentes, a obsolescência dos equipa- mentos, a baixa disponibilidade e os altos custos são frequentemente as forças que levam as concessionárias de energia ao processo de modernização das usinas. Nas pequenas centrais hidrelétricas, os recursos investidos para o processo de automação ou semi-automação são disponibilizados levando em conta qual será a redução dos custos operacionais destas instalações (maior parte recursos humanos) e pelo ganho de receita em virtude do acréscimo de energia comercializada. Pode haver alguns casos onde a implantação deste sistema não seja economicamente viável. Por isso as empresas que fazem automação de PCH estão sempre em busca de soluções técnicas que satisfaçam as necessidades e requisitos do processo de geração, porém com custos menores quando comparados a grandes usinas. O objetivo final do trabalho é elaborar uma solução de hardware de automação que possibilite automatizar uma pequena central hidrelétrica, para trazer todas as vantagens da automação, tais como operação automática da usina e redução dos gastos com O&M, que possa cumprir com todas as exigências impostas pela ONSpara a operação e manutenção de uma PCH, além de melhorar a performance e produção de energia, porém com um custo reduzido, para ser mais competitivo no mercado e para poder tornar o processo de modernização economicamente viável e atrativo. 17 2 Revisão da Literatura 2.1 Setor energético no Brasil O grande parque de geração de energia elétrica no Brasil é formado princi- palmente pelas seguintes fontes de geração: hidráulica, eólica, térmica e solar. As características geográficas e físicas do território brasileiro foram determinantes para que a maior parte da geração de energia elétrica fosse proveniente de um sistema hidrotérmico com a predominância hidráulica. Em conjunto com a geração hidráulica temos a parcela restante que corresponde as termoelétricas que tem o objetivo de complementar o atendimento do Sistema Interligado Nacional nos períodos onde a uma menor quantidade de chuvas e os reservatórios apresentam um nível mais baixo, e para suprir necessidades locais quando ocorrem restrições na transmissão. Os pro- dutores de energia elétrica no Brasil são atualmente classificados em três grupos: empresas concessionárias de geração, auto produtores e produtores independentes, sendo que os dois últimos grupos são compostos por pessoa jurídica ou empresas reunidas em consórcio, que recebam concessão e autorização para produzir energia, diferenciando-se no fato que os auto produtores geram energia somente para consumo próprio enquanto os produtores independentes geram toda ou parte da energia para comercialização. Segundo dados do Banco de informações de geração (BIG, 2017), a capacidade de geração elétrica no Brasil foi de 151 GW, sendo que 98 GW se refere a capacidade de geração hidrelétrica (64,6%). De acordo com (ANEEL, 2008) , no Atlas de Energia Elétrica do Brasil, 3ª edição, o potencial hidráulico do parque gerador brasileiro é de cerca de 260 GW, envolvendo 15% das reservas mundiais de água doce disponível. No entanto apenas um quarto do potencial é utilizado atualmente. Boa parte de todo esse potencial não utilizado está concentrado na Região Amazônica, que por questões ambi- entais possui limitações para a exploração do potencial hídrico para empreendimentos de geração de energia elétrica. O potencial de geração dos rios nacionais é aproveitado através da construção de reservatórios e de usinas hidrelétricas de grande (UHE) e pequeno (PCH) porte, classificação feita por potencial instalado, e podendo ser classificadas como isoladas ou em cascata. Há ainda as centrais geradoras hidrelétricas (CGH), que são usinas hidrelétricas com potência de geração instalada igual ou inferior a 3 MW. Este grande sistema de reservatórios tem importante influência econômica, hidrológica, ecológica e social. Em muitas regiões do país, esses ecossistemas são utilizados como base para o desenvolvimento regional. Os empreendimentos hidrelétricos segundo (BIG, 2017) , Capítulo 2. Revisão da Literatura 18 tanto as grandes usinas como as pequenas usinas hidrelétricas são responsáveis por 64,6% da produção nacional de energia elétrica, o que corresponde a 98 GW. Outra grande fonte de geração de energia elétrica são termoelétricas que, se- gundo dados do (BIG, 2017), são divididas por tipos de combustíveis: fóssil, biomassa e outros, e energia nuclear. Dentre os combustíveis fósseis temos os óleos combustível, diesel e ultra viscoso, os gases natural e de refinaria, e o carvão mineral. A soma da potência total instalada dessas termoelétricas que consomem estes combustíveis representam 70,8% da capacidade total das usinas termelétricas em operação no país. As usinas termelétricas que utilizam biomassa como fonte de energia (consumindo carvão vegetal, resíduo de madeira, bagaço de cana-de-açúcar, casca de arroz, licor negro e biogás) correspondem a 27,1% da capacidade total. Os demais combustíveis classificados como “outros” totalizavam 2,1% da capacidade total das usinas terme- létricas e são constituídos por: gás de alto forno, gás de processo, enxofre, efluente gasoso e gás siderúrgico. A capacidade de geração das usinas nucleares Angra I e II tem uma participação de 1,31%, correspondendo a 2 GW . Apesar do expressivo potencial eólico, divulgado no Atlas do Potencial Eólico Brasileiro (ANEEL, 2008), o país ainda explora pouco este potencial, representando hoje 6,96% da capacidade total instalada, com 10,3 GW, agindo como complemento sazonal entre regimes de vento e hidrológico, em especial na região Nordeste. A radiação solar pode ser utilizada diretamente como fonte de energia térmica e, também, pode ser convertida em energia elétrica. Recentemente têm sido investido no aproveitamento da energia solar no Brasil, particularmente por meio de sistemas fotovoltaicos de geração de eletricidade, porém ainda é uma fonte de geração muito pouco aproveitada se levado em conta todo o potencial de geração que poderia oferecer de forma limpa. Atualmente segundo (BIG, 2017) , há 44 usinas fotovoltaicas em operação no país, contribuindo com 0,02% da energia elétrica total produzida. Capítulo 2. Revisão da Literatura 19 Tabela 1 – Empreendimentos em operação Tipo Quantidade Potência Outorgada (kW) Potência Fiscalizada (kW) % CGH 604 517.024 517.695 0.34 CGH 421 10.316.138 10.564.542 6.96 PCH 435 4.962.787 4.951.503 3.26 UFV 44 27.761 23.761 0.02 UHE 219 101.138.278 92.605.229 61.02 UTE 2950 42.842.137 41.110.638 27.09 UTN 2 1.990.000 1.990.000 1.31 Total 4675 161.794.125 151.763.368 100 BIG - Banco de informações de geração Geração distribuída Segundo (VERGILIO, 2012), apesar do termo geração distribuída parecer ser algo novo para nós, seu uso começou graças a Thomas A. Edison que em 1882, criou o primeiro sistema de geração de energia em Nova York. A primeira central de geração de energia elétrica foi construída na Rua Pearl Street, provia energia para aproximadamente 59 clientes em uma área de 1km². Basicamente, este é o conceito mais simples de geração distribuída: uma fonte de geração localizada próxima à carga.Com o desenvolvimento dos transformadores, o uso da corrente alternada logo conquistou seu espaço possibilitando o atendimento de cargas distantes do local de geração. Surgiram assim, grandes sistemas de energia que apresentavam maior confiabilidade, desde usinas geradoras de energia elétrica a sistemas de transmissão capazes de atender a demandas de proporções continentais, como é o caso do Sistema Interligado Nacional, apresentado na Figura 1. Capítulo 2. Revisão da Literatura 20 Figura 1 – Sistema interligado nacional SIN BIG - Banco de informações de geração O crescimento populacional e o avanço tecnológico, geram um aumento da demanda de energia cada vez maior. Quando o crescimento da demanda ultrapassa a capacidade de geração do sistema de energia, torna-se necessário a construção de novas unidades de geração de grande porte, e também de sistemas para a trans- missão e distribuição desta nova parcela de energia. Tal modelo passou a ser ques- tionado com o surgimento de novas tecnologias que promovem a redução do custo da energia gerada, além dos inúmeros impactos ambientais associados à sua im- plantação. Com isso, a geração distribuída passou a ser cada vez mais valorizada. Segundo (VERGILIO, 2012) há dois conceitos distintos de possibilidade da atuação da GD: fonte de energia e reserva descentralizada. Atuando como fonte de energia, o intuito é gerar energia para cargas próximas, seja para autoconsumo (industrial, Capítulo 2. Revisão da Literatura 21 predial, público – hospitais, aeroportos), com ou sem produção de excedentes ex- portáveis, seja para suprir necessidades locais de distribuição de energia. Já como reserva descentralizada a GD tem o intuito de atender várias necessidades do sistema, tais como: excesso de demanda de ponta, melhoria das condições qualitativas do fornecimento em regiões com problemas de atendimento e cobertura de apagões. O uso da geração distribuída apresenta vantagens tanto para o consumidor final, quanto para a concessionária de energiae o gerador, sendo algumas dessas vantagens em virtude da proximidade aos locais de consumo. (VERGILIO, 2012) cita entre as vantagens do uso da geração distribuída as seguintes vantagens: existência de reservas de geração e diminuição das perdas na rede de transmissão/distribuição, proporcionando maior estabilidade ao sistema; redução dos riscos de planejamento, dos investimentos e do tempo para implantação de novas centrais, devido ao tamanho reduzido das mesmas; podem ser implementados geradores de emergência; aumento da confiabilidade do suprimento aos consumidores próximos à produção local por adici- onar fonte não sujeita a falhas na transmissão e distribuição, garantindo a continuidade do mesmo. Além de suprir a energia localmente, a GD desempenha um papel impor- tante para o conjunto do Sistema Interligado, até mesmo quando não é despachada, pois aumenta as reservas de potência junto a essas cargas, reduzindo os riscos de instabilidade e aumentando a confiabilidade do suprimento. Mas o uso da GD também tem algumas desvantagens , como maior complexidade da coordenação da proteção do SIN, maior necessidade de planejamento e operação do sistema elétrico, aumento da complexidade em administrar o sistema , contratual e comercial; o aumento do custo de geração de energia e também no custo de manutenção das centrais geradoras de energia em virtude da quantidade e distância entre as mesmas. Futuro da geração no Brasil Segundo (EPE, 2017) até 2050, a demanda por energia elétrica no Brasil deve triplicar. Para (COSTA, 2015) atendê-la com um sistema confiável, sustentável e acessível aos consumidores é um desafio. E ao mesmo tempo, apresenta uma série de boas oportunidades não só de negócio, mas de desenvolvimento da indústria nacional, de formação de mão de obra qualificada e de inclusão social. Segundo números de (COSTA, 2015), até 2020, projetos de produção descentralizada de energia - em unidades menores, mais ágeis e próximas de quem vai usar a força produzida - receberão investimentos da ordem de US$ 200 bilhões em todo o mundo. Trata-se de uma boa opção no Brasil para complementar a oferta de energia em horários de pico em indústrias. Segundo dados da (AMCHAM, 2016) os investimentos do setor elétrico devem chegar perto de 500 bilhões de reais até 2026, de acordo com Wilson Ferreira Junior, presidente da Eletrobras. “Estamos falando de 75 mil MW Capítulo 2. Revisão da Literatura 22 (megawatts) a serem instalados nos próximos dez anos, o que equivale a quase oito usinas de Itaipu. Para geração dessa energia, os investimentos necessários devem chegar a 270 bilhões.Segundo (BIG, 2017) está prevista para os próximos anos uma adição de 24.620.283 kW na capacidade de geração do País, proveniente dos 236 empreendimentos atualmente em construção e mais 584 em empreendimentos com construção não iniciada. Tabela 2 – Empreendimentos em construção Tipo Quantidade Potência Outorgada (kW) % CGH 2 1.298 0.01 EOL 151 3.549.100 38.81 PCH 28 373.411 4.08 UFV 21 616.000 6.74 UHE 7 1.922.100 21.02 UTE 27 1.332.502 14.57 UTN 1 1.350.000 14.76 Total 236 9.144.411 100 BIG - Banco de informações de geração 2017 Tabela 3 – Empreendimentos com construção não iniciada Tipo Quantidade Potência Outorgada (kW) % CGH 43 36.631 0.24 EOL 181 4.155.070 26.85 PCH 123 1.591.030 10.28 UFV 90 2.364.397 15.28 UHE 8 731.540 4.73 UTE 138 6.597.154 42.63 Total 583 15.475.872 100 BIG - Banco de informações de geração 2017 Capítulo 2. Revisão da Literatura 23 2.2 Definição PCH Inicialmente a Resolução n° 394 de 04/12/1998 da ANEEL caracterizava como PCH toda a usina hidrelétrica de pequeno porte cuja capacidade instalada fosse supe- rior a 1 MW e inferior a 30 MW, com área de reservatório inferior a 3 km2. Por meio da Lei n° 13.097/2015, que, entre outros assuntos, alterou a legislação do setor elétrico, foram feitas mudanças na regulação das autorizações para as PCHs. A principal alte- ração foi aumentar a capacidade mínima dos projetos desses empreendimentos de 1 MW para 3 MW. De acordo com a nova legislação, o aproveitamento de potencial hi- dráulico destinado a produção independente ou autopromoção de energia, mantidas as características de PCH, passou a ser de potencia superior a 3MW e igual ou inferior a 30 MW. Segundo (MINASENERGIA, 2015) uma PCH típica normalmente opera a fio d’água, isto é, o reservatório não permite a regularização do fluxo d’água. Com isso, em ocasiões de estiagem, a vazão disponível pode ser menor que a capacidade das turbinas, causando ociosidade. Em outras situações, as vazões do rio são maiores que a capacidade nominal das maquinas, permitindo que parte da água passe pelo vertedouro. Apesar de normalmente as PCHs operarem a fio d’água, em alguns casos pode contar com um reservatório do tipo fio d’água ou de acumulação e ser classificada pela área do reservatório, segundo o manual de Diretrizes para Estudos e Projetos de PCHs (ELETROBRAS, 2000). Figura 2 – PCH de acumulação MINASENERGIA As usinas a fio d’água são utilizadas quando as vazões de estiagem do rio são iguais ou maiores que a vazão necessária para atender ao valor nominal de potência instalada das turbinas. Nesse caso, despreza-se a área do reservatório criado pela Capítulo 2. Revisão da Literatura 24 barragem. Esse tipo de PCH apresenta a não necessidade de estudos de regulariza- ções das vazões e facilidades na elaboração do projeto. As PCHs de acumulação são utilizadas quando a vazão de estiagem do rio é inferior a necessária para operação nominal das turbinas ou quando é necessário o controle das vazões de cheia a fim de se evitar as inundações e para contenção da água. Figura 3 – PCH fio d‘água MINASENERGIA Funcionamento e descrição de uma PCH As PCHs são construídas geralmente em rios de pequeno e médio porte que possuam desníveis significativos o suficiente para gerar potência hidráulica para mo- vimentar as turbinas da usina, a turbina por sua vez acionará o gerador elétrico, transformando a energia cinética de rotação em energia elétrica. A energia gerada então é levada, dos terminais do gerador até o transformador elevador, onde sua tensão será elevada e levada por meio de linhas de transmissão, até os centros de consumo. A tensão precisa ser elevada para reduzir as perdas através dos fios condutores das linhas de transmissão. Os principais componentes que compõem a estrutura civil de uma PCH, e suas respectivas funções, são citados a seguir: • Reservatório: acumula água para regularizar o rio e garantir a vazão mínima para funcionamento das turbinas. • Vertedouro: controla o nível do reservatório impedindo que a água passe por cima da barragem, danificando sua estrutura e inunde as instalações. • Barragem: tem a função de reter a água, criando artificialmente um desnível. No caso das PCHs podem ter a função de acumulação, ou só de desviar parte da vazão para o canal de adução. Capítulo 2. Revisão da Literatura 25 • Tomada d’água: estrutura, geralmente construída de concreto, responsável pela captação de água do reservatório. • Canal de adução: sua função é levar a água do reservatório da tomada d’água à câmara de carga. • Câmara de carga: elemento que liga o canal de adução ao conduto forçado. • Conduto forçado: conduz a água sob pressão do trecho mais inclinado até a casa de máquinas, onde irá movimentar as turbinas. • Casa de máquinas: onde são instalados os grupos geradores (turbina e gerador elétrico) e os equipamentos de controle; em alguns casos pode abrigar ainda os equipamentos elétricos de transmissão. • Canal de fuga: devolve ao leito do rio a vazão de água que passou pela turbina. Alguns dos principais componentes podem ser observados na figura abaixo, que representa o esquema de operação de uma PCH. Figura 4 – Esquema de uma PCH CERPCH Vantagens das PCHs e importância no setor brasileiro de energia É de interesse mundial a utilização de fontes renováveis para a produção de energia e, de preferência, que resultem em mínimo impacto ao meio ambiente, priori- zandoa geração sustentável; esta é uma das principais vantagens no uso das PCHs. Capítulo 2. Revisão da Literatura 26 Em tempos onde é discutida a diminuição da emissão de gases (CO2, CH4, entre outros) na atmosfera terrestre, já existem PCHs que comercializam créditos de carbono, provando sua sustentabilidade. Contribuem, ainda, com a diminuição da emissão de gases de efeito estufa ao substituir fontes térmicas fósseis que ainda são responsá- veis por boa parte da geração no Brasil. (VERGILIO, 2012) diz que outra importante vantagem seria a descentralização na geração de energia, possibilitando um melhor atendimento às necessidades de carga de pequenos centros urbanos e regiões rurais, pois complementa o fornecimento realizado pelo sistema interligado. Podemos citar ainda: custo acessível, prazo reduzido de construção devido às obras civis de pequeno porte, disponibilidade de tecnologias eficientes, redução nas perdas do sistema elétrico e desenvolvimento regional. As facilidades oferecidas pela Legislação têm papel significativo; dentre os bene- fícios, podemos citar: necessidade apenas de autorização da ANEEL para implantação; redução de 50% para as tarifas de uso dos sistemas elétricos de transmissão e dis- tribuição; garantida participação nas vantagens técnicas e econômicas da operação interligada; isenção do pagamento da compensação financeira pelo uso dos recursos hídricos. Comparando com as UHEs, as PCHs tem vantagens e desvantagens. Por serem menores,são mais baratas de construir e levam menos tempo para serem construídas, trazem retorno mais rápido do investimento, causam um dano ambiental menor por serem construções menores e principalmente por não terem reservatório ou quando tem a área alagada é muito pequena quando comparada ao de uma UHE ,podem ser construídas em rios com menor vazão e assim possibilitando o aproveitamento para geração de rios que não comportam uma UHE, tem incentivos fiscais que as UHE não tem , além de ter menos burocracia para serem liberadas para construção e operação. 2.3 Custos PCH Quando falamos dos custos envolvidos na construção de pequenas centrais hidrelétricas podemos de forma simplificada dividir os custos em três principais grupos que compõem os custos da usina,que são: equipamentos eletro-mecânicos, obras civis e sócios-ambientais. Esta divisão também se aplica a repotenciacao ou modernização, obviamente com custos relativamente menores devido ao fato que muitos dos custos principalmente com obras civis e equipamentos pesados não entram nos custos de repotenciação ou modernização, ou tem um custo bem menor do que em usinas em construção. A Tabela a seguir apresenta a atual composição de custos para a construção de novas usinas hidrelétricas (UHE, PCH e CGH) e, para titulo de comparação, e a próxima tabela apresenta a composição de custos,especificamente, para uma pequena Capítulo 2. Revisão da Literatura 27 usina hidrelétrica. Tabela 4 – Divisão custos de uma usina hidrelétrica Item de custo % do custo total Custo direto 85,5 Meio ambiente 13,3 Obras civis 40,6 Equipamentos 31,6 Custo indireto 14,5 Custo total 100 EPE - Empresa de pesquisa energética Tabela 5 – Divisão custos de uma PCH Item de custo Custos médios (R$/kW) % do custo total Obras civis e componentes hidromecânicos 2153 42 Componentes eletromecânicos, acessórios e linhas de transmissão 1600 30 Equipamentos diversos 103 2 Custos indiretos 870 17 Custos financeiros 465 9 Custos totais 5150 100 OLIVEIRA,M Abaixo segue uma descrição mais detalhada de cada um dos três grupos que compõem os custos de uma pequena central hidrelétrica: • Custos com equipamentos eletro-mecânicos: Compreende os custos, principal- mente, com: turbinas e geradores; ensaios, montagem e comissionamento de turbinas e geradores; transformadores ; comportas, condutos forçados, grades Capítulo 2. Revisão da Literatura 28 de proteção, equipamentos elétricos, relés de proteção, automação, equipamen- tos dos serviços auxiliares,bombas, instalação e montagem dos equipamentos elétricos e mecânicos e acessórios. • Custos com obras civis: Engloba os custos, principalmente, com: construção da barragem, diques, vertedouro, obras para desvio do rio (ensecadeiras, galerias, tuneis), tomada d’água, casa de força, além da infraestrutura de acesso (estradas e pontes), subestação, benfeitorias na área da usina, entre outros. • Custos sócios-ambientais: Inclui custos, principalmente, com: aquisição de terre- nos e benfeitorias, relocações de infraestrutura e população e programas socio- ambientais, como limpeza do reservatório, conservação da fauna e flora e apoio a comunidades indígenas e tradicionais. Para demonstrar o peso de cada um dos itens relacionados acima, segue abaixo demonstrativo dos custos de construção da PCH caçador no Rio Grande do sul de 25MW, os dados foram retirados do trabalho de (MORAES, 2010): Tabela 6 – Despesas pré-operacionais Consolidação projeto básico 530.000 Projeto executivo 1.550.000 Administração 1.300.000 Engenharia do proprietário 1.700.000 Seguros de engenharia 905.000 Seguro garantia 1.368.000 Licenciamentos 90.000 Topografia 80.000 Total em R$ 7.523.000 MORAES,B Investimentos em ativos fixos: Capítulo 2. Revisão da Literatura 29 Tabela 7 – Investimento em ativos fixos em reais Acesso 7.500.000 Meio ambiente 4.950.000 Programas ambientais 1.750.000 Compra de terras 1.800.000 Recuperação das áreas alagadas 800.000 Desmatamento do lago 600.000 Obras civis 51.864.610 Barragem/Tomada d’água 9.000.000 Casa de força 7.150.000 Subestação 286.680 Desvio do rio 820.000 Outros 4.920.000 Concretagem túnel e muretas 475.000 Cimento, aço, brita e areia 6.855.000 Execução dos túneis 15.700.000 Chaminé de equilíbrio 830.000 Tratamentos (encostas) 5.300.000 Serviços diversos 527.930 Equipamentos eletromecânicos 28.355.788 Capítulo 2. Revisão da Literatura 30 Acesso 7.500.000 Turbinas e geradores 12.800.000 Equipamentos hidromecânicos 4.850.000 Auxiliares mecânicos 1.370.000 Elétrica 5.200.000 Instalação e montagem 4.135.788 Linha de transmissão 2.841.000 Contingência 2.865.342 Investimento em ativos fixos 98.376.740 MORAES, B Vemos que os custos com obras civis realmente representam em torno de 50% do custo total do empreendimento e os equipamentos eletromecânicos em torno de 30% sendo que quase metade disso vem dos custos das turbinas e geradores. Também podemos ver que a PCH caçador segue o padrão de custos para PCH ficando o investimento a cada MW entre 4 e 6 milhões de reais. Custos O&M Os custos operacionais de uma pequena central hidrelétrica é formado por todos os custos e encargos necessários para a operação e manutenção da usina, (MORAES, 2010) enumera os seguintes custos operacionais: • “ Manutenção e Operação: despesas referentes a serviços rotineiros de manu- tenção e operação da usina. São gastos operacionais, como custos e salários da produção, e também envolvem os desembolsos necessários para a manuten- ção, como inspeções, gastos com conservação da usina e estradas, óleo diesel, extintores, entre outros. • Peças Sobressalentes: como qualquer empresa, algumas máquinas e peças se desgastam com o tempo, as peças precisarão estar devidamente armazenadas no almoxarifado, para que a geração não pare por qualquer problema. • Ferramentas: também devem ser adquiridas no início da operação comercial. Capítulo 2. Revisão da Literatura 31 • Seguros: anualmente deverá ser contratado o seguro para cobertura de ris- cos operacionais/lucro cessante que assegurara o empreendedor contra algum prejuízo ocasionado pela parada da operação da usina. • Despesas Ambientais: além do primeiro projeto enviado a FEPAM, surgirão outras necessidades ambientais que serão realizadas durante o período de operação comercial. • Despesas Administrativas: servem de apoio a atividade fim do projeto, gastos com telefonia, informática, centro de controle, manutenção de veículos, combustível, hotel, correios. • Tarifas de Uso do Sistemade Distribuição: será paga a Taxa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) mensalmente. Esta taxa é cobrada de acordo com o kW instalado. As PCHs tem uma vantagem nesse quesito, já que como forma de incentivo o Governo Federal decretou que seja dado 50% de desconto. O valor pago depende da distribuidora da região. O cálculo e feito dessa forma: TUSD x Energia Instalada (kW) x 50%; • Taxa de Fiscalização da ANEEL: é cobrada uma taxa fixa mensal de 0,5% sobre a receita bruta pela ANEEL.” De (SILVA, 2009) 1º seminário da ANEEL CEMAT podemos tirar os dados sobre custo de O&M de algumas PCHs,segue abaixo: Tabela 8 – Custos O&M PCHs em R$/MWh PCH Pessoal Material Serv. terceiros Depreciação Outros Total Juína (4,53 MW) 9,71 1 2,56 12,01 2,18 27,45 Braço Norte(5,49 MW) 5,06 1,53 2,54 10,69 0,15 19,97 Casca III (12,42 MW) 8,8 0,81 3,74 11,46 2,5 27,31 Primavera (7,81 MW) 4,33 0,82 2,54 8,84 0,11 16,64 Eletrobras Podemos notar que desconsiderando os custos referentes a depreciação, os custos com pessoal são mais da metade do custo de O&M, mostrando que o gasto com pessoal é o mais relevante na operação e manutenção das usinas. Segundo estudo Capítulo 2. Revisão da Literatura 32 do (MELO; CASTRO, 2006) os custos de O&M variam de acordo com a idade da Usina,quanto mais velha a usina maiores os custos, são inversamente proporcionais ao nível de modernidade da usina e também inversamente a potência total, como podemos verificar no anexo 1. 2.4 Modernização PCH Fatores como a idade das pequenas centrais hidrelétricas, muitas com mais de 30 anos, e o aumento da consciência ambiental, a modernização e a repotenciação de pequenas centrais hidrelétricas tornam-se alternativas realmente atraentes para atender à crescente demanda de energia no Brasil, que segundo dados da (ANEEL, 2008) aumenta em torno de 4 a 5% ano, contribuindo com a eficiência e confiabilidade do sistema de energia, com menores investimentos e impactos ambientais em relação a construção de novas pequenas centrais hidrelétricas. A geração de energia elétrica, através de pequenas centrais hidrelétricas, se- gundo (RIBEIRO, 2005) tornou-se mais comum no Brasil a partir da década de 30 e posteriormente década de 80. Se por um lado a instalação de novas pequenas centrais propiciam o incremento de energia renovável e não poluente ao sistema elétrico brasi- leiro, por outro, suas construções causam impactos ambientais que devem ser levados em conta na prospecção de novas usinas. Segundo (RIBEIRO, 2005) o crescente aumento da consciência ambiental pela sociedade, de que a preservação da natureza é uma das bases do desenvolvimento sustentável, acrescentada da necessidade de melhorar o desempenho das centrais hidrelétricas com baixo impacto ambiental, motiva a consideração das práticas de modernização e repotenciação. O conceito de modernização para (RIBEIRO, 2005) pode ser explicado como sendo a substituição de tecnologia, ou seja, a troca de equipamentos de controle analógicos por equipamentos de controle digitais, substituição dos componentes eletro- mecânicos antigos dos geradores e turbinas por novos componentes com tecnologias mais recentes, substituição de componentes mecânicos por componentes hidráulicos, os quais irão proporcionar um aumento da confiabilidade do sistema, sem que ocorra um acréscimo de potência instalada à central. Por outro lado, entende-se a repoten- ciação como sendo o aumento da potência instalada, acompanhada ou não de uma modernização. A busca em aumentar a confiabilidade dos equipamentos e do sistema de forma geral e o aumento da geração total de energia, tornam a modernização e a repotenciação, atrativas alternativas de investimentos, com custos menores que os da construção de novas centrais, devido a diminuição muitas vezes total de custos com Capítulo 2. Revisão da Literatura 33 obras civis.Alguns dos benefícios conseguidos com a modernização são: a redução de paradas não programadas e de ações corretivas, a possibilidade de operação “desassistida”, bem como o aumento da vida útil dos equipamentos, possibilitando assim uma redução dos custos com manutenção e operação. A análise econômica é um fator importante na decisão de se modernizar uma usina , considerando a idade das centrais que necessitam de manutenção mais minuci- osa e prolongada por fatores de obsolescência e mão de obra qualificada. O aumento de geração torna-se outro fator importante, na maioria dos casos, não gerando custos com desapropriação, da construção da barragem e demais estruturas civis. Outro ponto positivo de um processo de modernização e o fato de que o projeto e a fabricação dos equipamentos são executados com a central em operação e, por meio de paradas programadas, permite a execução da modernização ou repotenciação em períodos onde os custos do processo podem ser menores em virtude da indisponibilidade. (RIBEIRO, 2005) cita como causa da alta indisponibilidade de algumas unidades geradoras mais antigas e que usam tecnologias analógicas e mecânicas e possuem boa parte do processo sem qualquer automação, a constante necessidade de manutenção e reparos em equipamentos antigos, que cada vez mais são mais difíceis de manter por falta de peças de reposição e mão de obra qualificada, além das paradas não programadas por quebras dos equipamentos. (RIBEIRO, 2005) relata em um relatório que antes dos trabalhos de modernização, o número de paradas não programadas e programadas resultaram índices de disponibilidade abaixo de 73 %. Após a completa realização da modernização, tendo em vista dados sobre o comportamento normal das unidades, os índices de disponibilidade atingirão patamares em torno de 98%, representando um aumento de 25%. Após discutir as conceituações e considerações de vários autores sobre a moder- nização de usinas hidrelétricas, (PINTO, 2009) afirma que o processo de modernização não possui, de forma sistemática, uma metodologia especifica definida para sua analise e avaliação, apesar de envolver, frequentemente, despesas anuais, superiores aquelas gastas no processo rotineiro de manutenção. Contudo reforça que a modernização permite uma sobrevida de 30 anos de uma central hidrelétrica, a um custo médio de aproximadamente 14% do custo de uma nova central, com custos de O&M reduzidos. É possível fazer a modernização sem repotenciação, porém é muito improvável que se realize uma repotenciação sem um processo de modernização junto, visto que os ganhos com a repotenciação dependem parcial ou integralmente das condições dos controles e outros equipamentos da central, já que os processos são interligados e não dependem de apenas um equipamento, mas sim do conjunto. Um levantamento elaborado por (AMARAL, 1999), considerou que havia no Brasil em torno de 1.858 PCH‘s (na época do estudo a legislação caracterizava como Capítulo 2. Revisão da Literatura 34 PCH as centrais com mais de 1MW instalado,então muitas dessas PCHs citadas hoje são classificadas com CGH, identificadas e que correspondiam a uma capacidade total instalada de 1.111,3 MW. Deste total, 1.089 centrais tinham suas condições operacio- nais desconhecidas, 428 estavam abandonadas, 7 centrais encontravam-se em fase de reativação, 3 estavam sendo reformadas e apenas 331 centrais, correspondendo a 604,7 MW, encontravam-se em operação. O custo gerado pela indisponibilidade deve ser considerado na análise de viabili- dade econômica de um processo de modernização. Como o tempo de indisponibilidade parcial ou integral da central, durante a implementação das mudanças, gera custos por a receita estar parcialmente ou totalmente comprometida durante o processo, o custo de indisponibilidade poderá pesar substancialmente no custo total da modernização, podendo ate inviabilizá-la. O tempo de indisponibilidade na usina gerado pelo processo de modernização,é curto se comparado ao tempo necessário para construção de uma nova PCH podendo variar, teoricamente, de 2 a 12 meses. Uma vantagem na modernização das PCHs em relação as UHEs, é que para UHEs como o montantede energia que é comercializado é muito maior em relação a uma PCH e o tempo de parada para se fazer uma modernização também é maior visto pelas proporções da usina e dos equipamentos, tornando os custos de indisponibilidade um fator muito mais relevante para as UHE do que para as PCHs. Motivação Após muitos anos em operação, os sistemas de uma usina podem apresen- tar problemas que comprometam a geração de energia. Além da queda na geração, existem novos requisitos e necessidades a serem cumpridas pela geradora de ener- gia, como por exemplo a lista de pontos que deve ser disponibilizada para controle remoto da ONS que opera o SIN, tema que será abordado mais detalhado mais para frente. Uma forma de resolver isso é através das modernizações, segundo (MENDES, 2011) elas podem recuperar os índices de qualidade dos sistemas e também incluir novos recursos neles. A falta de peças sobressalentes, a obsolescência dos equipamen- tos, a baixa disponibilidade e os altos custos são frequentemente as forças que levam as concessionárias de energia ao processo de modernização das usinas. Existem além dos motivos já citados anteriormente para modernizar os sistemas das centrais, outros que (MENDES, 2011) lista como sendo: • “ acompanhar o estado da arte e usar novas tecnologias disponíveis no mercado; • melhorar a supervisão, com a aquisição de mais estados binários e variáveis analógicas e também com IHM mais amigável e flexível; • aumentar a visibilidade e a comunicação com outros sistemas; Capítulo 2. Revisão da Literatura 35 • facilitar a operação, até mesmo automatizar algumas atividades que eram manu- ais; • possibilitar operação remota plena, concentrando a supervisão e o controle; • melhorar as respostas estática e dinâmica do processo de geração de energia elétrica; • diminuir a indisponibilidade programada, aumentando o período e reduzindo o tempo de parada para manutenções periódicas (preventivas); • diminuir a indisponibilidade forçada (devido a falhas); • reduzir custos de manutenção; • aperfeiçoar a operação da instalação reduzindo o numero de operadores neces- sários (e reduzir custos de operação); • aumentar a segurança operacional, para as pessoas e instalações; • possibilitar a renovação do quadro de empregados (devido as aposentadorias, por exemplo); • estender o tempo de vida útil da instalação com melhor desempenho (em conjunto com medidas similares nos outros sistemas e equipamentos); • usar sensores e atuadores mais modernos (melhores que os antigos); • aumentar a potencia e geração de energia, trabalhando mais próximo dos limites.” Ao trocar um sistema de automação elétrica convencional ou até mesmo me- cânico para um sistema numérico digital são obtidas também todas as vantagens descritas por (LIMA, 2002): • Exatidão: Os sistemas digitais como um todo, possuem a vantagem de possuir grande exatidão na realização de medidas de grandezas analógicas. Utilizando filtros e conversores analógicos com grande resolução (de 10 a 16 bits), consegue- se a aquisição de sinais sem nenhum ruído ou interferência. • Confiabilidade: Como se tratam de equipamentos que não possuem partes mecânicas móveis ou excessivos contatos elétricos, não há desgastes no equipa- mento digital, os custos e necessidades de manutenção ficam reduzidos quando comparados aos convencionais analógicos e mecânicos. O próprio equipamento emite alertas em caso de falhas de funcionamento ou problemas de operação, facilitando a manutenção e prevenção. Capítulo 2. Revisão da Literatura 36 • Manutenção: Graças a rotinas internas de autodiagnóstico e checagem, os equipamentos podem emitir alarmes ou sinalização em caso de falhas, indicando os possíveis pontos de defeito, e os meios para reparo. • Versatilidade: Os sistemas analógicos tradicionais possuem determinada função e modo de operação.Um exemplo é o intertravamento de processos, ao invés de se utilizar dispositivos como contatores e relés eletromagnéticos para realizar uma lógica, pode-se utilizar um simples PLC com programação adequada. Em caso de mudança no processo, não é necessário reconstituir toda a lógica de relés, basta reprogramarmos o PLC. Diferentemente dos equipamentos analógicos, os sistemas digitais são versáteis pois podem ser facilmente reconfigurados para novas situações e mudanças na operação. Outro quesito a ser levado em contra é o fato de um sistema digital poder exercer diversas funções. Por exemplo, um mesmo equipamento de proteção diferencial de transformadores pode fazer ainda a proteção de sobrecorrente, monitoração de temperaturas do transformador,detecção de condições de “inrush” para evitar atuação indevida, etc. • Interoperabilidade: Um dos recursos mais notáveis dos equipamentos digitais são suas capacidades de comunicação com os outros equipamentos e subsistemas. Este é um fator importante para permitir a fácil automação do processo. As informações digitais podem ser ainda facilmente armazenadas e eventualmente transmitidas a outros sistemas de operação. Apenas isso muitas vezes já justifica as modernizações de sistemas conven- cionais. Segundo (MENDES, 2011) considerando o custo global de longo prazo, a modernização de usinas hidrelétricas é um investimento lucrativo. Os custos do investi- mento são rapidamente absorvidos pela redução do tempo de indisponibilidade das unidades geradoras. O aumento da eficiência e diminuição dos custos de operação e de manutenção, também contribuem para o retorno do investimento. De modo geral, o investimento é recuperado dentro de 3 a 5 anos ou até mais cedo. Motivos que levam a modernização No trabalho de (MENDES, 2011), ele fez uma pesquisa com as principais empresas do setor de geração de energia elétrica e fez um levantamento de quais eram os principais motivos que levavam a empresa a querer realizar uma modernização em suas centrais hidrelétricas, segue abaixo gráfico: Capítulo 2. Revisão da Literatura 37 Figura 5 – Principais motivos para modernização de usinas M MENDES 2011 Os 2 motivos que ficaram no topo foram obsolescência (não atende novas funções /necessidades) e falta de peças sobressalentes com 97% de peso. Note que, esses dois motivos estão atrelados: a falta de peças sobressalentes e um indicativo que o sistema esta obsoleto. Em seguida, os motivos mais relevantes foram: falta de assistência técnica no mercado, muitos anos em operação e alto custo de manutenção, com em torno de 70% de peso cada. Os dois primeiros também estão associados a obsolescência. O último, em parte, esta associado a falta de peças sobressalentes. Verifica-se que pouco antes do desaparecimento completo das pecas sobressalentes do mercado, o custo delas é bem elevado. Na sequência foi apontado como motivo para a modernização, com 59%, a manutenção demorada - alto MTTR. 2.5 Automação PCH 2.5.1 Serviços Auxiliares A segurança, o bom funcionamento e geração de uma central dependem em grande parte da confiabilidade do fornecimento de energia aos serviços auxiliares. Estes, por sua vez, necessitam de um sistema de alimentação eficiente e continuado, tanto em corrente contínua como em corrente alternada, mesmo em condições de Capítulo 2. Revisão da Literatura 38 parada total ou interrupção de fornecimento externo. As condições para partida, ope- ração e parada de uma central passam necessariamente, pelo bom funcionamento destes serviços. (LIMA, 2002) menciona que os sistemas auxiliares são responsáveis pela alimentação de circuitos fundamentais para o bom funcionamento dos principais componentes da central, dentre os quais pode-se citar: refrigeração de geradores e transformadores, sistema de ar comprimido, unidades de óleo hidráulico, refrigeração de óleo de mancais, circuitos de comando e controle de sistemas térmicos e elétricos, sistema de excitação, etc.Tais sistemas são alimentados em corrente alternada e em corrente contínua. Corrente Alternada O fornecimento de tensão em corrente alternada necessária aos sistemas auxiliares normalmente é proveniente de uma ou duas fontes dealta tensão, para prover uma maior confiabilidade a operação dos sistemas que dependem desse fornecimento. Segundo (LIMA, 2002) os transformadores para serviços auxiliares devem ser dimensionados para atender ao ciclo de carga mais desfavorável, nas diversas condições de operação, não ultrapassar os valores de queda de tensão admissível para continuidade de operação dos motores durante uma transferência automática e atender às condições de ponta de carga sem redução da vida útil. Sendo assim, a seguir são apresentadas algumas configurações adotadas para atender este objetivo: • Conexão aos terminais do gerador à tensão de geração: Faz uso de um transfor- mador abaixador ligado diretamente aos terminais do gerador elétrico e garante elevado grau de segurança, contudo não pode ser usado para a partida, sendo necessária a alimentação de um sistema externo • Conexão dos terminais do gerador através de disjuntor: Neste caso, a partida é viabilizada pelo sistema externo, já que o paralelismo do gerador será efetuado pelo seu disjuntor. • Conexão a partir do sistema principal de alta tensão: Esse esquema toma a tensão do próprio barramento principal, implicando em maiores gastos com a introdução de uma vão adicional à subestação, incluindo o transformador e o disjuntor. • Fontes de geração auxiliares: Esses tipos de arranjos, embora apresentem custos adicionais em obras civis, elétricas e mecânicas, tornam-se alternativas bastante confiáveis por utilizar um grupo diesel-elétrico acionado em casos de emergência Capítulo 2. Revisão da Literatura 39 para partida ou parada de central. (LIMA, 2002) diz que geralmente o emprego de grupos geradores atende a duas situações básicas. A primeira refere-se às emergências: quando há uma interrupção da energia fornecida pela rede externa, fazendo com que o equipamento entre em funcionamento automaticamente, permitindo que a central continue a funcionar. Nesse caso, é comum o abaste- cimento somente de pontos vitais, como as áreas coletivas e de segurança. No segundo caso, é utilizado nos horários de ponta, das 17 às 20 horas, quando o consumo é maior e o custo da energia é alto. Nesse período, o equipamento entra em funcionamento, geralmente, para suprir parte da carga necessária para o abastecimento. Corrente Contínua A necessidade de um sistema simples e de menor custo para o controle das pequenas centrais, nos leva a escolha de um sistema constituído por uma única bateria trabalhando em paralelo com uma unidade retificadora segundo (LIMA, 2002). Quando for necessário uma maior confiabilidade deve-se adotar um sistema com dois carregadores de baterias para dois conjuntos de baterias e barramentos e dois retificadores. 2.5.2 Supervisão e Automação de uma PCH Um dos principais quesitos a ser considerado para se escolher um sistema de supervisão e controle para uma PCH é o custo da solução, e o retorno econômico que ela pode trazer. Basicamente é escolhido entre duas possibilidades: a operação con- vencional, feita de forma manual por operadores ou a automação ou semi-automação da PCH. Com o foco na eficiência e redução de custos da operação e manutenção, a semi-automação ou automação das PCH apresentam algumas vantagens: • Menores custos operacionais comparado a operação convencional. • Mais qualidade no processo. • Melhor utilização dos recursos humanos. • Maior agilidade na operação da usina. • Melhor aproveitamento dos recursos disponíveis. • Maior produtividade. Capítulo 2. Revisão da Literatura 40 Nas pequenas centrais hidrelétricas, os recursos investidos para o processo de automação ou semi-automação são disponibilizados levando em conta qual será a redução dos custos operacionais destas instalações (maior parte recursos humanos) e pelo ganho de receita em virtude do acréscimo de energia comercializada. Pode haver alguns casos onde a implantação deste sistema não seja economicamente viável. Por isso as empresas que fazem automação de PCH estão sempre em busca de soluções técnicas que satisfaçam as necessidades e requisitos do processo de geração, porém com custos menores quando comparados a grandes usinas. A automação ou semi-automação de uma PCH normalmente pode ser dividida em duas partes: • Controle da barragem ou reservatório. • Controle da casa de força e subestação. Semi-Automação da PCH (LIMA, 2002) descreve a operação com semi-automação da central como: “geral- mente as transições de estado até a sincronização da máquina na rede são realizadas pelo operador da usina. Após a sincronização, a tomada de carga prefixada pode ser realizada automaticamente pelo sistema de controle. O sistema propõe, ainda, a moni- toração de algumas grandezas críticas, tais como, vibração, temperatura, velocidade, etc, através de sensores adequados, equipamentos de aquisição de dados e indica- dores de painel. Apesar de algumas limitações, essa opção também traz vantagens. De posse de um sistema indicador do funcionamento do sistema, mais moderno, o trabalho do operador se torna mais confiável e eficiente, promovendo a diminuição do número de operações manuais na central.” Apenas algumas variáveis principais do processo são monitoradas através de sensores e indicadores . Esses equipamentos tem a capacidade de armazenar e mostrar o valor desejado da variável de controle, o valor atual e um limite aceitável, tanto mínimo como máximo, que quando atingido aciona um alarme para o operador poder ser avisado. Algumas variáveis normalmente monitoradas são: • Temperatura do enrolamento do estator. • Temperatura dos mancais das máquinas. • Velocidade do gerador. • Temperatura do óleo. • Pressão do óleo. Capítulo 2. Revisão da Literatura 41 • Falta no circuito dos relés. • Nível de carga das baterias. Segundo (LIMA, 2002) nessa semi-automação geralmente são considerados dois procedimentos para a parada das unidades geradoras: parada de emergência, quando existem condições que coloquem em risco a integridade da unidade geradora e a parada automática que acontece com condições operacionais que permitam a parada sem rejeição de carga. Esse procedimento de parada automática permite a parada da unidade geradora de forma suave, evitando golpes de aríete causados pelo fechamento repentino dos circuitos hidráulicos. Automação da PCH (LIMA, 2002) descreve a operação automatizada da central como: “tanto a parada quanto a partida para a sincronização das máquinas são realizadas automatica- mente pelo sistema de controle, independente da presença de operadores. Além disto, em sistemas totalmente automáticos, é possível a realização da otimização da geração considerando as vazões afluentes. Esta otimização pode ser feita pelo sistema de controle do reservatório, cujo objetivo é manter o nível do reservatório na faixa normal ou de equilíbrio, controlando o mesmo através do aumento ou diminuição da geração das máquinas. Geralmente o sistema de controle do reservatório realiza a supervisão do nível do reservatório, as vazões vertida, afluente e turbinada, além de programar a geração das máquinas e o vertimento pelas comportas da barragem, de forma a atender às restrições impostas pelos equipamentos (geração mínima por máquina) ou pela legislação (vazão sanitária). Em situações em que o nível do reservatório atinja limites de atenção, alerta ou emergência, o sistema de controle do reservatório pode acionar as comportas no sentido de reverter a cota para a faixa de operação normal. Essas variáveis podem ser informadas a um CLP localizado na casa de comando próxima à barragem, que será responsável pelo controle e acionamento ON/OFF da comporta. Utilizando-se um CLP, além das funções acima, ele estaria disponível para a realização de futuras aplicações nas imediações do reservatório, tais como o controle da limpeza da grade de proteção da comporta de superfície e o controle ininterrupto de energia, e o controle das comportas de superfície e de entrada de água dos condutos. Em situações de emergência, o sistema de automação deve prover o fornecimento ininterruptode energia, para o controle automático do nível do reservatório, garantindo a disponibilidade do sistema de controle, que deve estar operante sob quaisquer condi- ções, uma vez que as consequências de um mau funcionamento podem causar sérios danos.” Capítulo 2. Revisão da Literatura 42 Regulador de Velocidade Segundo (LIMA, 2002) a função original do regulador de velocidade é manter o grupo gerador em rotação constante a fim de que a frequência da tensão gerada seja mantida em seu valor nominal, atuando sobre a vazão da turbina hidráulica. Sendo a potência gerada função direta da vazão da turbina, o regulador de velocidade desempenha também papel fundamental de controle da potência ativa. Os RV podem ser encontrados com concepção hidromecânica, eletrônica analógica ou digital, sempre utilizando um servo-motor para atuação no distribuidor ou injetor, dependendo do tipo da turbina hidráulica. Os reguladores eletrônicos possuem a vantagem de oferecer a possibilidade de alteração e ajuste de seus parâmetros de maneira fácil, podendo incorporar diferentes funções e limites, principalmente microprocessados. Funções Básicas • Regulação automática de frequência/potência. • Regulação manual para testes e manutenção. • Limitador de abertura da turbina. • Parada parcial sem rejeição de carga. • Sequência automática da partida e parada. • Supervisão de velocidade com relés de saída ajustáveis de 0 a 200% da veloci- dade nominal. • Indicadores de posição do servomotor e de rotação. • Aceleração ajustável na partida da turbina. • Comandos remotos através contatos externos. • Saídas por contatos para interface com circuitos de comando, alarme e proteção. Regulador de Tensão Segundo (LIMA, 2002) o comando para excitatriz, que faz variar a corrente de excitação fornecida ao rotor do alternador, é feito automaticamente pelo regulador automático de tensão, que fica localizado no quadro de comando do sistema. Os reguladores de tensão têm como função principal manter a tensão da armadura em seu valor ajustado, atuando sobre a corrente de excitação do grupo gerador síncrono. Capítulo 2. Revisão da Literatura 43 São elementos fundamentais no controle da potência reativa gerada, principalmente quando se deseja obter uma repartição apropriada da potência entre grupos geradores conectadas a um mesmo barramento. Funções Básicas • Regulação automática de tensão/potência reativa. • Regulação manual de tensão ou corrente de campo. • Compensação de Corrente Reativa. • Limitador de sobre-excitação. • Limitador de sub-excitação. 2.6 Centros de operação Segundo (QUEIROZ, 2010) entende-se por centro de operação um lugar onde se tenha ferramentas e infraestrutura que possibilitem aos operadores supervisionar, controlar e interagir com os sistemas e subsistemas que estejam sob sua hierarquia de comando. O centro de operação de um sistema de geração de energia deve ser provido de recursos para que o operador tenha a capacidade de controlar todos os sistemas e equipamentos que envolvem o processo de geração na usina, desde as geradoras, ser- viços auxiliares até a subestação, sempre tendo em vista a economicidade e segurança da operação, para garantir a continuidade no fornecimento de energia. Os centros de operação são organizados dentro de uma hierarquia de controle e classificados de acordo com sua abrangência de operação. Os centros de menor abrangência são chamados de centro de operação da instalação ou local (COI ou COL) e respondem aos centros hierarquicamente acima , tais como os centros da transmissão, geração ou distribuição (COT, COG e COD), que por sua vez respondem aos centros regionais e de sistema (COR e COS). A evolução dos sistemas computacionais e a necessidade de obter dados e informações de processos produtivos foi responsável pelo aumento da adoção de ferra- mentas de automação. Segundo (QUEIROZ, 2010) a evolução tecnológica associada às facilidades de telecomunicações, tornou possível a comunicação e troca de dados e informações com sistemas remotos, a partir dos sistemas locais de automação que dependendo da sua aplicação podem ou necessitam ser controlado por sistemas remo- tos. Esse controle remoto pode ser o comando de ligar ou desligar um equipamento, o envio de um valor de referência (set-point) de uma variável de controle para que o sistema local opere de forma adequada, segura e de forma mais eficiente se for o caso. Esse procedimento de operação, em que um centro de operação centralizado recebe Capítulo 2. Revisão da Literatura 44 informações e dados de vários COIs ou COLs e pode exercer sobre eles requisições pré-estabelecidas, gera muitos benefícios para o processo de geração, tornando possí- vel a gestão centralizada de recursos, melhorando desta forma a gestão dos recursos envolvidos na operação, sendo recursos diretos e indiretos. O processo de gestão, conforme descrito por (MORAES; TERENCE, 2004), envolve atividades de planejamento, organização, direção, distribuição e controle de recursos de qualquer natureza, com o objetivo de racionalizar e melhorar a eficiência de um sistema, produto ou serviço. A aplicação desse conceito aos centros de operação do setor de geração e transmissão de energia justifica os investimentos em TI e em softwares de gerenciamento de energia. Investir em estrutura para viabilizar os centros de operação remotos é uma decisão estratégica, conforme abordado por (MORAES; TERENCE, 2004) e influencia diretamente no processo de tomada de decisão dos operadores em tempo real. Conforme descrito por (QUEIROZ, 2010) a dinâmica do SIN e o modelo seguido pela ANEEL para remunerar e penalizar as empresas de geração e transmissão de energia levam em conta a disponibilidade e continuidade na geração e transmissão de energia. Portanto a demora para recompor a devida operação dos equipamentos elétricos (linha de transmissão, transformadores, geradores, reatores, bancos de capa- citores, etc.) se torna um dos pontos críticos para a saúde financeira dessas empresas. Com o intuito de maximizar a disponibilidade das usinas e linhas de transmissão as empresas do setor elétrico têm investido em TI e infra-estrutura para facilitar e agilizar o processo de recomposição do sistema. Esse processo tem principalmente o intuito de prover ferramentas que auxiliem o operador a tomar decisões a fim de tornar mais fácil e ágil a disponibilização dos equipamentos para o SIN. (QUEIROZ, 2010) propõe a divisão organizacional dos centros de operação em três áreas básicas: Pré-operação, Operação em Tempo Real e Pós-Operação.A área de pré-operação segundo (QUEIROZ, 2010) é responsável analisar e liberar inter- venções para manutenção ou de intervenções para atender demandas de empresas externas (outros agentes do SIN e prestadoras de serviço). Além do planejamento de intervenções, a pré-operação fica responsável pela padronização dos procedimentos operacionais de modo a garantir a precisão das manobras, aumentando a confiabili- dade da operação, diminuir riscos ao fornecimento do serviço e erros operativos. Outra função da pré-operação é de elaborar manuais internos para auxiliar na correta opera- ção do sistema, documentos externos encaminhados para os outros agentes do SIN (Mensagens Operativas - MO) e pelo processamento e cumprimento das instruções de operação (IO) emitidas pelo ONS. A operação em tempo real por sua vez, é definida por (QUEIROZ, 2010) como sendo a área responsável pelas atividades diretas da ope- Capítulo 2. Revisão da Literatura 45 ração da usina, que compreende o controle dos limites operativos dos equipamentos, controle de tensão, monitoramento do intercâmbio entre áreas, monitoramento de carga e frequência, dentre outras. É responsável também pelo controle das intervenções e programação das atividades durante sua execução. A pós-operação é definida por (QUEIROZ, 2010) como sendo a área responsável pela análise das ocorrências e perturbações do sistema elétrico, elabora relatórios e estudos com base nos resultados da operação de tempo real. Faz agestão dos bancos de dados, históricos e estatísti- cos, bem como a apuração dos indicadores de qualidade da operação. É função da pós-operação acompanhar, fiscalizar e auditar o trabalho da operação de tempo real. SCADA O Sistema de Supervisão, Controle e Aquisição de Dados, também conhecido como sistema SCADA são sistemas que utilizam softwares para monitorar e supervi- sionar variáveis, dispositivos, e equipamentos de controle conectados a ele através de protocolos de comunicação específicos. De forma genérica o sistema SCADA ou simplesmente SSC permite ao seu operador controlar partes ou o todo de um processo qualquer. Esses sistemas são amplamente difundidos em ambiente industrial em fun- ção das vantagens que ele oferece, como:aumento na qualidade, redução significativa dos custos operacionais e maior desempenho na produção. A qualidade é alcançada à medida que se pode monitorar variáveis do processo produtivo (pressão, temperatura, vazão, etc.). É possível determinar níveis ótimos de operação da planta e, caso esses níveis saiam da faixa aceitável, o SSC poderá gerar alarmes em tela de forma que o operador intervenha no processo produtivo a fim de restaurar o ponto de operação desejado para aquele processo. Uma das maiores vantagens da automação na indústria é a redução nos custos de operação da planta. SOE As listas de alarme e eventos apresentam as ocorrências do sistema de forma cronológica. Defini-se como evento qualquer ocorrência, variação de estado de uma variável ou informação que seja gerada no sistema de automação da planta. Quando é gerado um evento, além da informação sobre a mudança no estado da variável, ele recebe um uma estampa de tempo que traz a informação do instante em que a variação na variável ocorreu (dia, mês, ano, hora, minuto, segundo e milissegundo). A estampa de tempo de um evento é gerada pelo equipamento que fez a aquisição da variá- vel no campo (Relé de Proteção, Unidade de Controle, CLP, UTR, etc.), geralmente este equipamento é sincronizado por um GPS, utilizando pulsos para manter sincronizado o relógio do controlador, normalmente usando protocolos de tempo comuns no mercado, Capítulo 2. Revisão da Literatura 46 tais como o SNTP , IRIG-B e PTP. A precisão para eventos digitais necessária é de 1 ms ou menos de precisão, para atender a requisitos da ONS e para ter uma boa exatidão no sequenciamento dos eventos, e para eventos analógicos temos 5 ms de precisão. Os eventos digitais recebem uma estampa de tempo tanto na subida (1) quanto na descida (0). Já os analógicos são recebem estampa de tempo no caso de falha ou na variação do valor. Segundo (QUEIROZ, 2010) essa estampa permite a organização dos eventos do sistema proporcionando a análise temporal da sequência dos acontecimentos. Alguns processos necessitam desse tipo de tratamento, como por exemplo, aplicações de energia, em que a ordem dos eventos (atuação de proteção de um equipamento, abertura de disjuntor, etc.) é fundamental para a análise de uma perturbação. Essa funcionalidade recebe o nome de SOE (Sequence Of Events) e é possível apenas através de protocolos de comunicação que sejam capazes de trabalhar com estampa de tempo. Os Recursos e Requisitos de Supervisão Os recursos e requisitos de supervisão, bem como os requisitos para quaisquer atividades/áreas do setor elétrico são definidos pelo conjunto de documentos deno- minados procedimentos de Rede. São documentos de caráter normativo elaborados pelo ONS, com participação dos agentes, e aprovados pela ANEEL, que definem os procedimentos e os requisitos necessários à realização das atividades de planejamento da operação eletro energética, administração da transmissão, programação e operação em tempo real no âmbito do SIN.De acordo com (ONS, 2009), “a tele-supervisão é um dos alicerces dos centros de operação do Operador Nacional do Sistema Elétrico e é fundamental para as equipes do NOS executarem suas atribuições” .Nesse documento são estabelecidas as responsabilidades dos agentes e do ONS para a supervisão do sistema elétrico. A Figura abaixo ilustra a organização da infra-estrutura de supervisão e controle do ONS. Nessa figura estão representados alguns níveis hierárquicos de operação. Os concentradores de dados se relacionam com os COSRs do ONS, que por sua vez se relacionam com o CNOS. Em alguns casos é possível o relacionamento direto entre UTR/SSCL com o um COSR do ONS. Para as ligações de CAG, através das quais trafegam informações específicas para o controle automático de geração, é desejável que a comunicação seja diretamente com o COSR do ONS, através de canal de telecomunicação independente daquele utilizado para os dados de supervisão. Capítulo 2. Revisão da Literatura 47 Figura 6 – Organização dos centros de controle e supervisão ONS R Queiroz 2010 A seguir alguns dos recursos exigidos pelo ONS para a interligação de dados de supervisão, retirados de (ONS, 2009): • “Ter seus relógios internos ajustados com exatidão melhor ou igual a 1 milisse- gundo, com sincronismo por GPS; • Ter tempo máximo de reinicialização de 5 (cinco) minutos; • Ser dimensionado para não perder sequência de eventos. Em caso de avalanche de informação, todos os eventos devem ser transferidos para o ONS em até 5 minutos; • Todas as medições devem ser feitas de forma individualizada e transferidas peri- odicamente aos centros de operação; • Os sistemas devem ser projetados para suportar períodos de aquisição de 4 segundos; • O tempo para a transmissão dos dados para o ONS, durante a operação normal do sistema, deve ser de 4 segundos em média. • 98,5% de disponibilidade para UTR ou SSCL de instalações críticas; • 97,5% de disponibilidade para UTR ou SSCL das demais instalações; • 99% de disponibilidade para CD.” Complexidade da Operação Capítulo 2. Revisão da Literatura 48 A operação é realizada em níveis distintos de responsabilidade. (QUEIROZ, 2010) descreve essa operação entre os níveis hierárquicos como: os operadores de uma instalação local são a primeira instância de operação. Normalmente eles recebem o nome de operadores mantenedores. Realizam a manutenção dos equipamentos e, em caso de necessidade podem efetuar comandos localmente sobre os equipamentos. No nível de operação imediatamente superior, seguindo a hierarquia dos agentes, estão os operadores dos centros locais ou centros regionais/sistema (COL, COT, COG, COR/COS). Esse operador tem visibilidade maior que o operador da instalação e é capaz de avaliar a disponibilidade de equipamentos para a recomposição do sistema. O operador do próximo nível está nos COSRs do ONS e a sua função é muito diferente dos operadores de agentes. O operador do ONS se preocupa com questões sistêmicas. É ele quem controla o despacho de geração e as recomposições dos equipamentos. O operador do CNOS define as diretrizes para a operação do sistema e coor- dena os operadores dos COSRs do ONS, que por sua vez, coordenam em tempo real os centros de operação dos agentes. Segundo a (ONS, 2009) os agentes tem a res- ponsabilidade de assegurar a integridade física e bom funcionamento do equipamento. Eles devem seguir os procedimentos e as instruções de operação que são disponibili- zadas pelas ONS, porém não é da responsabilidade do agente a operação sistêmica dos equipamentos. O operador dos centros de controle dos agentes pode monitorar todas as informações disponíveis nos SSCs locais das usinas . Os pontos disponíveis variam desde pequenas atuações de abertura de mini-disjuntores para aquecimento de painéis, passando por alarmes de falta de tensão em motores, problemas no serviço auxiliar, falhas de comunicação com equipamentos de campo, até mesmo a atuação de proteções e bloqueios que podem indisponibilizar equipamentos da rede básica, como as partidas e disparos de proteções, alarmes de atuação de relés de gás em transformadores e desligamentos de disjuntores. Segundo (QUEIROZ, 2010) o ope- rador do ONS recebe um pequeno subconjunto dos pontos citados anteriormente. Como a operação do ONS
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