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Prof.ª Tharsila Maynardes Dallabona Fariniuk Planejamento e Sustentabilidade Urbana Aula 5 A Oferta de Água nos Municípios Brasileiros Oito grandes bacias hidrográficas Disponibilidade hídrica: vazão de rios e variabilidade climática Regime de chuvas: elemento fundamental Abastecimento de água no Brasil 4.466 massas d’água/reservatórios no Brasil Fonte: Elaborado com base em Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, 2020. Irrigação 1549 Hidroeletricidade 966 Abastecimento urbano 793 Contenção da mineração 442 Percentual da população sem acesso à rede de abastecimento de água, por região Fonte: Elaborado com base em Instituto Trata Brasil, 2021. 50,3% 49,9% 15,9% 35,8% 16,1% Atendimento Suficiente para as necessidades humanas Suficiente para exercer as atividades econômicas Que permita conservar os ecossistemas aquáticos Que equilibre a dinâmica entre períodos de secas e de cheias Segurança hídrica: demandas 1 2 3 4 5 6 Fatores determinantes para o consumo de água Fonte: Elaborado com base em Instituto Trata Brasil, 2020. Variável dependente Volume de água consumido Variável independente Demografia Fatores econômicos Fatores técnicos Fatores sociais Fatores culturais e religiosos Ações de combate à insegurança hídrica Fonte: Elaborado com base em Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, 2020. Tempo Tipo de ação Descrição Longo prazo Soluções estruturantes Investimento em infraestrutura e legislação Planejamento por prioridades de uso Planejamento de mais longo prazo considerando demandas territoriais Médio prazo Alocação negociada Articulação institucional e setorial Regulamentação das operações Legislação e regulamentações Curto prazo Restrição ou suspensão de uso Medidas extremas de rodízio e/ou revezamento para utilização dos recursos Soluções paliativas Soluções pontuais e/ou paliativas Crescimento de 25% Necessidade de três unidades extras do Sistema Cantareira até 2040 (trata brasil, 2020) Demanda de água no Brasil até 2040 Nelson Antoine /Shutterstock Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) Assegurar à atual e às futuras gerações A necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos A utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável Objetivos do PNRH – 1997 A prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais Incentivar e promover a captação, a preservação e o aproveitamento de águas pluviais 7 8 9 10 11 12 Instrumentos do PNRH – 1997 •Reconhecimento e valorização da água como bem econômico e social •Incentivo ao uso racional do recurso •Financiamento da infraestrutura e de programas que compõem o PNRH •Banco de dados para a gestão e acesso à informação •Descentralização da informação e integração dos sistemas •Atualização permanente dos dados para acesso de todos os cidadãos •Diagnóstico da situação dos recursos hídricos, com base em análises de expansão territorial e populacional •Balanço entre disponibilidades e demandas e metas de racionalização do uso de água •Classificação segundo os usos preponderantes, a fim de assegurar medidas de mais qualidade e de combate à poluição •Assegurar o controle quali e quantitativo do uso de água •Derivação, captação e distribuição, aproveitamento de potencial energético Cobrança pelo uso da água Sistema de informações sobre recursos hídricos Planos de recursos hídricos Classificação dos corpos de água Outorga do direito de uso da água Criação do PNRH Gestão em caráter permanente de construção Participação popular Atuação multidisciplinar Elaboração do panorama até 2020 Resolução n. 58/2006 16 prioridades sintetizadas em Planejamento de longo prazo para uso racional e conservação das águas Aprimorar a disponibilidade dos recursos hídricos Propor ações para áreas vulneráveis e mitigação de ocorrências extremas (secas, inundações, etc.) PNRH 2016-2020 Ampliar o acesso à informação e o conhecimento sobre recursos hídricos Fortalecer a participação social nos processos decisórios Integrar as políticas hídricas com as políticas de saneamento e setoriais Vulnerabilidade climática Crescimento da demanda e intensificação de conflitos pelo uso da água Crescimento da poluição hídrica Demandas por novas alternativas de oferta de água Demanda por aprimoramento na infraestrutura hídrica O novo PNRH: 2022-2040 Premissa de integração de planos: horizonte 2040 Fonte: Elaborado com base em Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, 2020. PNRH 2022- 2040 Programa Nacional de Segurança Hídrica (PSH) Programa Nacional de Revitalização de Bacias Hidrográficas Planos de bacias interestaduais Planos de bacias estaduais DIRETRIZES 13 14 15 16 17 18 “São poucas e incipientes as iniciativas decorrentes de políticas públicas para fomentar o reuso de águas residuárias, como parte de estratégia e instrumentos de saneamento ambiental e gestão sustentável de águas. A escassez hídrica em algumas regiões do país proporcionou algumas oportunidades para iniciativas isoladas, [...] Desafio: políticas públicas [...] por corporações diversas (indústrias, estabelecimentos comerciais e condomínios residenciais) para reuso de águas pluviais, mas será necessário se avançar na promoção do reuso seguro de águas residuárias domésticas, industriais e agrícolas” (Borelli, 2020, p. 10, grifo nosso) Panorama do Saneamento nas Cidades Brasileiras Ciclo do Saneamento Básico Fonte: Elaborado com base em Instituto Trata Brasil, 2018. Tratamento de água Abasteci- mento universal de água Coleta de esgoto Coleta de lixo Drenagem urbana (escoamento /prevenção a inundações) Tratamento de esgoto Participação social (acesso à informação e decisão) 1 2 3 4 5 6 7 Rede geral de esgoto ou pluvial (alternativa mais adequada) Fossas sépticas Fossas rudimentares Destinação em valas ou corpos hídricos Quatro tipologias de acesso ao esgotamento sanitário no Brasil Maksim Safaniuk/Shutterstock Atinge as populações mais vulneráveis Insalubridade em áreas habitacionais Prejuízo aos ecossistemas hídricos Problemas na universalização do acesso Guentermanaus/Shutterstock 19 20 21 22 23 24 Porcentagem da população sem acesso à rede de coleta de esgoto, por região Fonte: Elaborado com base em Instituto Trata Brasil, 2021. 81,2% 62,6% 13,5% 50,2% 37,9% Situação positiva: Nova Iguaçu/RJ, Santo André/SP, Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Ponta Grossa/PR Situação crítica: São João do Meriti, Ananindeua e Santarém/PA (menos de 5% de atendimento total segundo critérios mais adequados) Destaques: levantamento 2021 do Instituto Trata Brasil Lei n. 11.445/2007 Atualização pela Lei n. 14.026/2020 Atualiza prerrogativas da Lei n. 6766/1979 (parcelamento do solo urbano) Plano Nacional de Saneamento Básico Planejamento: para orientação das ações da prestação adequada de serviços Regulação: para normatizar o padrão de qualidade dos serviços e a metodologia de cálculo de tarifas e taxas Fiscalização: para acompanhar a qualidade e o desempenho dos serviços públicos Instrumentos para a gestão do saneamento Prestação de serviços: o atendimento em si, adequado às demandas da comunidade Controle social: acesso à informação, representação e participação na política de saneamento urbano Horizontes de 2023 e 2033 Implantação de um módulo de gestão municipal dentro das hierarquias do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Sinisa) Previsão da coleta de esgoto de 93% dos domicílios brasileiros em áreas urbanas até 2023 Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) 25 26 27 28 29 30 O Impacto das Mudanças Climáticas na Gestão de Recursos Hídricos e Saneamento Pressão sobre o meio ambiente Expansão urbana semplanejamento Ilhas de calor Pouca permeabilidade do solo Efeitos sobre o meio e sobre a sociedade (especialmente camadas menos favorecidas) Origem das mudanças climáticas Deslocamento ou isolamento de populações devido à concentração de recursos Diminuição do acesso à água potável e à produção/distribuição de alimentos Fenômenos meteorológicos acentuados Propagação de doenças devido ao aumento das temperaturas Aumento de conflitos por recursos Algumas consequências das mudanças climáticas Fonte: Elaborado por Fariniuk com base em Iberdrola, s/d. Captação de água: depende do regime de chuvas e vazão dos rios Inundações e desequilíbrios nos sistemas de esgotamento sanitário Mudanças climáticas x hidrologia Narongpon Chaibot/Shutterstock Impactos na gestão dos recursos hídricos e saneamento Fonte: Elaborado com base em Veiga et al., 2019. Fator Consequência Elevação das temperaturas na atmosfera e nos oceanos Alteração nos índices de umidade do ar, intensificando eventos crítico, como chuvas intensas e/ou secas prolongadas Aumento da evaporação e mudança no padrão de circulação de ventos Menor disponibilidade hídrica e aumento da demanda por água Aumento da temperatura das águas e vazão mais baixa Redução da qualidade da água e poluição mais acentuada nos corpos hídricos Intensificação de chuvas Alagamentos e deslizamentos causados pela alta vazão de várzeas e pela impermeabilização do solo Prolongamento de secas e estiagens Risco de colapso nos sistemas de abastecimento de água Elevação do nível do mar Penetração de água salina nos lençóis e sistemas de abastecimento urbanos Lei n. 12.187/2009 Criação do Plano Nacional de Adaptação Política Nacional de Mudanças Climáticas Sepp photography/Shutterstock 31 32 33 34 35 36 Abastecimento urbano (MMA, 2016, Veiga et al., 2019) Integração dos recursos hídricos com demais setores urbanos Dinâmica disponibilidade x disponibilidade Racionalização do uso e qualidade das águas Impactos na gestão dos recursos hídricos e saneamento Irrigação Planos de contingência Melhoria do monitoramento de previsibilidade sobre a disponibilidade de água para irrigação Tecnologias e métodos mais eficientes para uso otimizado da água Energia Aumento da capacidade de reservação Integração entre reservatórios Soluções locais para geração de energia complementar Medidas para redução de assoreamento de reservatórios Indústria (MMA, 2016, Veiga et al., 2019) Investimento em fontes alternativas de energia, uso racional e reuso de água Tecnologias para redução de poluentes em corpos hídricos Planos de contingência para eventos hidrológicos extremos Qualidade da água e do meio Monitoramento sistemático qualidade da água e do meio Planos de segurança, controle e vigilância Investimentos na recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e no tratamento de efluentes Inovação e Tecnologia na Gestão de Recursos Hídricos 37 38 39 40 41 42 Pela utilização da estratégia em si, em processos de planejamento e produtos Por meio de inovação em nível institucional, em processos de mudança de cultura organizacional Com a adoção de tecnologias propriamente ditas, tais como sensores, placas, drones e ferramentas de medição, fiscalização e monitoramento Gestão hidrológica e sanitária: inovação em três âmbitos Oportunidades de inovação na gestão hidrológica e sanitária Fonte: Elaborado com base em Nascimento e Heller, 2005. Controle de perdas nos sistemas de abastecimento • Recuperação de redes envelhecidas • Micro e macromedição de sistemas de abastecimento Economia do recurso água •Substituição ou adoção de equipamentos hidráulicos de baixo consumo •Aprimoramento de normas técnicas •Estratégias de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) para padrões de desempenho e certificações •Educação para a economia Reaproveitamento dos recursos • Reutilização de água de esgotos domésticos após tratamento para fins não potáveis (irrigação, proteção contra incêndio, etc.) • Reaproveitamento em processos industriais de resfriamento, produção de vapor, etc. Fonte: Elaborado com base em Nascimento e Heller, 2005. Coleta de água da chuva • Tecnologias para captação e consequente diminuição da pressão sobre os recursos locais • Simulações de captação para relação demanda x disponibilidade Redução da poluição difusa de origem • Diagnósticos da relação chuva-vazão • Mitigação de redução dos resíduos sólidos nos sistemas de drenagem pluvial • Tecnologias compensatórias de drenagem pluvial Inovações no sistema de esgotamento sanitário •Tecnologias para operação independente entre redes pluviais, fluviais e de esgotamento •Modelagem matemática para avaliação de efetividade dos sistemas •Capacitação técnica para operação e manutenção dos sistemas Sustentabilidade hídrica de regiões semiáridas Gestão urbana integrada de recursos Impacto das mudanças climáticas na gestão de recursos hídricos Prevenção e controle de eventos extremos Oportunidades de pesquisa em CT&I Metodologias de avaliação da qualidade da água e comportamento dos sistemas Capacitação de recursos humanos na área Infraestruturas, inovação e tecnologias (Tucci; Cordeiro, 2004) Capacitação profissional (interna, inclusive) Arranjos políticos, institucionais e burocráticos Cultural: reação organizacional frente às mudanças Desafios municipais na implantação de novas estratégias 43 44 45 46 47 48 Apropriação e aceite das novas estratégias pela população Criação de ambiente de ideias e não de insegurança (Confederação Nacional dos Municípios, 2015) Eixos condicionantes para o futuro da política hídrica no Brasil Fonte: Elaborado com base em Plansab, 2019. Quadro macroeconômico do Brasil Papel do Estado, legislação e desenvolvimento institucional Gestão e desenvolvimento social Investimentos nos setores hidrológicos e de saneamento Matriz de tecnologia, meio ambiente e disponibilidade hídrica 49 50