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1 42 1 Profª Tharsila Maynardes Dallabona Fariniuk Planejamento e Sustentabilidade Urbana Aula 6 42 2 Desafios para o Planejamento Urbano no Brasil 42 3 5.570 municípios (2020) Municípios < 1.000 habitantes e Megalópoles > 12 milhões de habitantes Estatuto da Cidade = regulamentação federal (não considera todas as particularidades municipais) Um panorama dos desafios em gestão urbana ErenMotion/shutterstock 42 4 Maiores e menores municípios, por população Fonte: Elaborado por Fariniuk com base em IBGE (2020) e Gazeta do Povo (2019) 1 1 0 5 4 21 1 78 69 34 5 95 10 11 49 68 3 6 233 143 101 106 231 1 0Nº de municípios com menos de 5 mil habitantes Municípios com mais de 1 milhão de habitantes 42 5 Desafios para planejar as cidades do futuro Fonte: Elaborado por Fariniuk com base em Piva e Menezes (2016)3 Cidades compartilhadas e regulamentadas • Cidade cumprindo sua função social e urbanística Soluções tecnológicas estratégicas • Soluções reais e viáveis • Dados abertos e cidadãos inteligentes Escala humana: cidades para pessoas • Cidades vivas e abertas Cidades acolhedoras e inclusivas • Combate às desigualdades e acolhimento frente às crises migratórias 42 6 Espaços mais sustentáveis, mesmo em cenários de expansão urbana Resolução do déficit habitacional Regulamentação da economia compartilhada nos setores habitacional e de transportes Cidades compartilhadas Maciej Bledowski/shutterstock 1 2 3 4 5 6 2 42 7 Não apenas como marketing urbano, mas sim como respostas reais a problemas reais Estratégias de utilização de dados Soluções tecnológicas estratégicas jamesteohart/shutterstock 42 8 Planejamento urbano voltado para o bem-estar do indivíduo Planejar para a escala de caminhabilidade e de percepção do espaço Cidades pensadas para a escala humana DedMityay/shutterstock 42 9 Regulamentação jurídica e institucional Pouco regulamentada no caso de municípios menores Capacidade institucional limitada Descentralização da administração urbana que não veio acompanhada de uma distribuição de recursos equivalente Três questões sobre organização institucional (AKAISHI, 2011) 42 10 Gestão participativa pouco voltada à escala local Embora induzida pela lei federal, nem sempre consegue refletir as demandas e particularidades do recorte 42 11 Estudo da rede urbana (trocas, fluxos e redes) Estudo das escalas dos espaços urbanos (reconsideração de conceitos como metrópoles, cidades médias, cidades periféricas etc.) Estudos interurbanos (produção do espaço urbano, áreas verdes etc.) Formação econômica e social do espaço (economia urbana) (Töws et al., 2010) Desafios para pesquisas na área 42 12 Adensamento Populacional, Política Habitacional e Periferização 7 8 9 10 11 12 3 42 13 Não é apenas a falta de espaço ou de moradia, mas também a precariedade ou inadequação das moradias existentes Indicar as assimetrias sociais Insalubridade dos espaços e prejuízos ao meio ambiente Déficit habitacional Hans Denis Schneider/shutterstock 42 14 Breve histórico da política habitacional Fonte: Elaborado por Fariniuk com base em Motta (2006), FJP (2017) e Gonçalves et al. (2019) •Século XIX: política higienista e primeiras tentativas de solução da precarização da moradia Primeiras intervenções •Primeiras legislações com traços de fomento a políticas sociaisAnos 1930 •Criação do SFH – Sistema Financeiro de Habitação e do BNH – Banco Nacional de Habitação: organização institucional e financeira para aquisição de casa própria Anos 1960 •Expansão do BNH e criação das COHABs – “mercado popular” de habitações Anos 1960 (2ª metade) •Reformulações e fortalecimento das COHABsAnos 1970 42 15 Fonte: Elaborado por Fariniuk com base em Motta (2006), FJP (2017) e Gonçalves et al. (2019) •Criação financeira afeta também o sistema habitacional; extinção do BNH Anos 1980 •Programas Habitar Brasil, Morar Município, PAIHAnos 1990 •Estatuto da Cidade e orientações do FMI. Criação do Ministério das Cidades Anos 2000 •Política Nacional de Habitação – PNH e criação do Programa Minha Casa minha Vida 2004 a 2009 42 16 Propostas para uma política sustentável Fonte: Elaborado por Fariniuk com base em Cardoso (2019) Política habitacional fomentando o direito à cidade • Considerar a habitação como uma dimensão forte da política social • Política de resposta às demandas da população, em detrimento de resultados rápidos de mercado Enfrentamento da questão logística da terra • Controle das especulações sobre o espaço urbano • Cumprimento do preceito constitucional de direito à moradia • Projetos de desenvolviment o urbana para viabilização de espaços para moradia Participação e controle social •Representativid ade e efetividade da opinião e mobilização pública •Mobilizações sociais e políticas redistributivas Modelos institucionais inovadores • Soluções de longo prazo capazes de cobrir eventuais oscilações de aparato e de recursos • Estrutura de atribuição e padrões de geração e distribuição de recursos •Modelos adequados aos contextos e suas particularidades Consideração às desigualdades e exclusão social • Considerações sobre qualidade de vida em bairros populares •Ações para sustentabilidade social e ambiental 42 17 “As alterações e permanências nas relações entre os agentes promotores configuraram uma nova forma de produção da casa própria no Brasil, caracterizada por uma forte atuação de grandes empresas e uma presença decisiva tanto de subsídios públicos quanto de capital financeiro, e que propiciou a ampliação do mercado capitalista formal para faixas de rendas médias e baixas (Shimbo, 2017, p. 325, grifo nosso) O papel do mercado 42 18 Smart Governance, Smart People 13 14 15 16 17 18 4 42 19 Modelo European Smart Cities A economia O meio ambiente A mobilidade O morar na cidade A governança As pessoas A dimensão humana nas cidades inteligentes 42 20 3 dimensões da cidade inteligente (Komninos, 2011) Inteligência Humana •Utilização do capital intelectual para o planejamento Inteligência Coletiva •Espaço administrativo (instituições governamentais e sistemas de inovação) Inteligência Artificial •Ambientes virtuais de colaboração e aprendizado •Orquestração, amplificação e instrumentação da inteligência humana/coletiva sdecoret/shutterstock; magic pictures/shutterstock; Denphumi/shutterstock 42 21 As pessoas necessitam cada vez mais de respostas e de informações do entorno, e a cidade é parte desse processo à medida em que deve fornecer e/ou facilitar esse acesso Inteligência coletiva = capacidade de uma pessoa é compartilhada com as outras, criando uma rede de ascensão do conhecimento Inteligência coletiva: Pierre Lèvy 42 22 Faz parte da criação da chamada mentalidade inteligente coletiva É mais ativo na vida pública e na tomada de decisões Exerce seu papel de cobrança das autoridades e instituições O cidadão smart 42 23 Cobra a idoneidade e a transparência nas ações governamentais É também criador de soluções, junto ao poder público 4224 “[...] não temos na nossa cultura a participação social como valor de transformação da realidade que nos cerca Desafios 19 20 21 22 23 24 5 42 25 O cidadão deve ter clara essa compreensão e deixar de ser mero espectador [...] o sucesso ou fracasso de determinada sociedade, dependerá, essencialmente, da necessidade de protagonismo daquele cidadão dito livre e igual, que apropriando-se do direito/dever pactuado, lança-se sobre si a responsabilidade para com a sociedade e para com seus pares” (Alves, 2016, p. 1385-1386, grifo nosso) 42 26 O Uso de Dados no Planejamento Urbano Movimento Civic Hacking 42 27 Hacktivista Cidadãos capacitados para utilizar dadose plataformas abertas que mobilizam pessoas, ideias e ações independentes, constroem aplicativos e geram conhecimento Hacker cívico McLittle Stock/shutterstock 42 28 “I – observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção II – divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações Lei nº 12.627/2011 – Dados Abertos 42 29 III – utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação IV – fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência da administração pública V – desenvolvimento do controle social da administração pública” (Brasil, 2011) 42 30 Ao utilizar as estruturas urbanas e tecnologias digitais, o cidadão cria inputs que, acumulados aos inputs de outros cidadãos gera um banco de informações sobre como as pessoas se apropriam do espaço urbano Cidadãos geradores ou usuários de dados? jamesteohart/shutterstock 25 26 27 28 29 30 6 42 31 Ciclo dos dados Fonte: Elaborado por Fariniuk (2021) Utilizam Geram Auxiliam Gestão Pública Tomada de decisão DadosServiços Acessam Cidadãos 42 32 Políticas de inclusão e acesso à internet Política de privacidade de dados x política de abertura dos dados Questões de propriedade intelectual Arranjos socioeconômicos associados aos dados Questões de segurança, tais como espionagem ou filtros de conteúdo (fake news) (Morell, 2012) Demandas da gestão pública com dados: 42 33 Marathon + hacker Desafios competitivos Soluções: aplicativos, plataformas etc. Open Data Day Hackathons 24cdesign/shutterstock 42 34 Gestão Antecipada às Tendências: Construindo a Sustentabilidade Urbana 42 35 O planejamento de longo prazo, que prioriza as demandas e extrapola as pressões (políticas e de mercado) que exigem resultados a curto prazo A busca por sanar disparidades territoriais com as diferentes escalas e aos menos favorecidos Desenvolvimento local a partir de práticas de sucesso 42 36 A priorização do local, considerando contextos e particularidades (mesmo que a atuação seja sobre grandes escalas – ao se compartimentar a implementação, sem perder a visão holística, há mais chances de sucesso) Capacidade de autodeterminação, que reafirma potencialidades locais a partir de diagnósticos e análises bem conduzidas nos processos iniciais de planejamento urbano (Sthor; Taylor, 1981) 31 32 33 34 35 36 7 42 37 Fatores de interferência no planejamento Fonte: Elaborado por Fariniuk com base em Najberg e Barbosa (2006) Fatores favoráveis Fatores desfavoráveis Clareza sobre funções e atribuições dos atores Conflitos com a opinião pública sobre a implementação de determinada medida Transparência no momento de expor as expectativas (de todas as partes) Descontinuidade no apoio ou aparato público Disponibilidade suficiente de recursos e tempo Redução de recursos municipais Experiência e comprometimento Altas expectativas sobre a efetivação de uma proposta Viabilidade que justifique as decisões tomadas Tamanho do público-alvo (quanto maior, geralmente é mais difícil a implementação plena de uma política) 42 38 Passo 1 Abertura às tendências e às oportunidades de inovação A gestão do futuro: o que esperamos? VectorMine/shutterstock 42 39 Competências esperadas da gestão eficiente Fonte: Elaborado por Fariniuk com base em Pfeiffer (2000) Fortalecimento da competência administrativa Arcar com compromissos estabelecidos Estoque de credibilidade Eficácia e velocidade: aumento da eficiência Incremento na aprendizagem Equipes com melhor compreensão dos contextos Criação da inteligência institucional coletiva Ambiente promissor à aprendizagem e compartilhamento do conhecimento 42 40 Fonte: Elaborado por Fariniuk com base em Pfeiffer (2000) Melhoria do desempenho organizacional Tomada de decisão: clareza e consistência Protocolos mais adequados às potencialidades e deficiências institucionais Melhoria da comunicação governo-cidadão Gestão fortalecida Planejamento estratégico Ações legitimadas 42 41 “O planejamento e a gestão ambiental devem considerar o equilíbrio entre o homem e seu ambiente como sistemas que interagem de forma complexa, em uma teia de interligação que afeta todo o conjunto. Em um primeiro momento, os planos buscavam atender às necessidades imediatas da oferta urbana (solo, infraestrutura e equipamentos), dando ênfase à infraestrutura e ao uso do solo, sem considerar os aspectos socioambientais Uma reflexão: forças que regem o planejamento para a sustentabilidade 42 42 Atualmente, busca-se atender à demanda urbana, principalmente visando ao bem-estar dos cidadãos e aos critérios de desenvolvimento sustentável, levando em consideração as inter-relações entre a sociedade e a natureza. [...] a gestão urbana deve promover a combinação de ações que promovam a distribuição equânime dos benefícios urbanos com qualidade” (Lima et al., 2019, p. 13, grifo nosso) 37 38 39 40 41 42 8 42 43 43