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Quilombolas em Alagoas: Luta e Resistência

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes
Jornalismo Cultural 
Noturno
Anne Kely de Oliveira Alves
Quilombolas
Alagoas tem 66 comunidades certificadas com remanescentes quilombolas, elas estão distribuídas em 31 municípios, outros 14 quilombos ainda estão sendo identificados, as famílias moram em casa de taipas e comem o que plantam a maioria são analfabetos e nunca foram a uma consulta médica. 
Alagoas mantem viva a memoria de zumbi dos palmares, mas mesmo com essa representatividade os quilombolas enfrentam racismo, miséria e vivem em comunidades isoladas com quase nenhuma qualidade de vida, sem direito a saúde e a educação, vivem em situações precárias muitas vezes sem ter um local adequado para fazer as suas necessidades.
As comunidades quilombolas foram estabelecidas no Brasil durante o processo de ocupação do território nacional por colonizadores europeus, no decorrer do período de colonização, os antigos quilombos eram formados em sua maioria por negros fugidos do sistema escravista, no entanto, poderia encontrar nestes quilombos: brancos, índios, ladrões, padres, vendedores, donos de tabernas, escravos que viviam em senzalas entre outras pessoas que mantinham relações comerciais com os quilombolas. Desmistificando a ideia de isolamento total dos quilombos, pois os mesmos necessitavam deste contato com a sociedade circundante, para obter gêneros alimentícios que não eram produzidos nas terras que habitavam.
O Nordeste é a região do Brasil que concentra o maior número de localidades quilombolas, no Nordeste também, é onde está localizado o maior número de territórios quilombolas oficialmente reconhecidos, dos estados brasileiros, Alagoas é o nono colocado em número de localidades quilombolas.
Mesmo com as disposições legais conquistadas nos últimos anos, a realidade prática das comunidades quilombolas ainda é de luta e resistência pela garantia dos seus direitos.
De acordo com o Ministério da Saúde, apenas 32,8% dos domicílios rurais dos quilombolas estão ligados à rede de distribuição de água, enquanto que 67,2% dessa população capta água de chafarizes e poços. O que demonstra que os serviços de saneamento oferecidos aos quilombos apresentam um déficit de cobertura.
Os direitos dos quilombolas podem ser interpretados como o direito de existir e viver a partir do modo de vida próprio desses grupos, A conquista desses direitos representa uma vitória a esse grupo étnico-racial que por muito tempo sofreu não apenas com a escravidão, mas com as perseguições e invasões às suas terras.
Mas sabemos que a realidade dos remanescentes de quilombos ainda não é a ideal. Cabe ao Estado concretizar o direito à propriedade dessas comunidades, mas a luta contra expropriações de terras ainda se faz presente em suas vidas, a violência e violação de direitos contra esses povos é um problema a ser enfrentado.

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