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2019 Noções De Economia Manual do Curso de Administração Pública ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO i Direitos de autor (copyright) Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais em vigor no País. Instituto superior de Ciências e Educação a Distância (isced) Direcção de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão Rua Dr. Almeida Lacerda, No 212 Ponta - Gêa Beira - Moçambique Telefone: +258 23 323501 Cel: +258 82 3055839 Fax: 23323501 E-mail: isced@isced.ac.mz Website: www.isced.ac.mz http://www.isced.ac.mz/ ii Agradecimentos O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) agradece a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: Autor Héuler da Graça Domingos Caetano Coordenação Design Financiamento e Logística Revisão Científica e Linguística Ano de Publicação Local de Publicação Direcção Académica Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED) Héuler da Graça Domingos Caetano e Mauro Juvandes da Silva 2019 ISCED – BEIRA iii Índice Visão geral 1 Benvindo à Disciplina/Módulo de Noções de Economia .................................................. 1 Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1 Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 2 Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2 Ícones de actividade ......................................................................................................... 3 Habilidades de estudo ...................................................................................................... 4 Precisa de apoio? .............................................................................................................. 6 Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 6 Avaliação ........................................................................................................................... 7 TEMA – I: INTRODUÇÃO AOS PROBLEMAS ECONÓMICOS 9 UNIDADE TEMÁTICA 1.1. Introdução e conceitos de economia ...................................... 9 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 12 Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 13 UNIDADE TEMÁTICA 1.2. Os problemas da organização económica ............................. 14 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 16 Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 16 UNIDADE TEMÁTICA 1.3. A fronteira de possibilidade de produção ............................. 17 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 20 Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 19 Exercícios do TEMA ......................................................................................................... 19 TEMA – II: MERCADOS: A OFERTA E A PROCURA. 23 UNIDADE TEMÁTICA 2.1. O mercado ............................................................................. 23 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 28 Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 29 UNIDADE TEMÁTICA 2.2. A procura ............................................................................... 30 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 33 Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 34 UNIDADE TEMÁTICA 2.3. A oferta .................................................................................. 35 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 38 Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 40 Exercícios do TEMA ......................................................................................................... 41 TEMA – III: A FORMAÇÃO DE PREÇOS 43 UNIDADE TEMÁTICA 3.1. A formação de preços ............................................................ 43 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 48 Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 47 TEMA – IV: MERCADO DE FACTORES 50 iv UNIDADE TEMÁTICA 4.1. Mercado de factores.............................................................. 50 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 58 Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 58 TEMA – V: AS IMPERFEIÇÕES DO MERCADO 61 UNIDADE TEMÁTICA 5.1. As imperfeições do mercado ................................................. 61 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 62 Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 62 TEMA – VI: TEORIA DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 64 UNIDADE TEMÁTICA 6.1. Teoria do comportamento do consumidor ........................... 64 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 73 Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 73 TEMA – VII: TEORIA DO EQUILBRIO GERAL 74 UNIDADE TEMÁTICA 7.1. Teoria do equilíbrio geral ...................................................... 75 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 77 Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 78 TEMA – VIII: INTRODUÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS DE MACROECONOMIA 81 UNIDADE TEMÁTICA 8.1. Introdução e conceitos básicos de macroeconomia ............. 81 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 84 Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 84 UNIDADE TEMÁTICA 8.2. Os agentes económicos ......................................................... 85 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .....................................................................................87 Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 86 UNIDADE TEMÁTICA 8.3. Os objectivos da macroeconomia e os trade-offs entre ....... 87 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 92 Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 92 UNIDADE TEMÁTICA 8.4. Os instrumentos da política macroeconómica ...................... 93 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 95 Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 96 Exercícios do TEMA ......................................................................................................... 97 TEMA – IX: A CONTABILIDADE NACIONAL. 99 UNIDADE TEMÁTICA 9.1. Introdução à contabilidade nacional e conceitos básicos ..... 99 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 101 Exercícios para AVALIAÇÃO .......................................................................................... 102 UNIDADE TEMÁTICA 9.2. A contabilidade nacional: a medição do produto da economia ...................................................................................................................................... 103 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 108 Exercícios para AVALIAÇÃO .......................................................................................... 108 UNIDADE TEMÁTICA 9.3. PIB real vs PIB nominal: os índices de preços ...................... 109 v Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 107 Exercícios para AVALIAÇÃO .......................................................................................... 110 Exercícios do TEMA ....................................................................................................... 114 TEMA – X: O RENDIMENTO E O GASTO 116 UNIDADE TEMÁTICA 10.1. O rendimento e o gasto ..................................................... 117 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 119 Exercícios para AVALIAÇÃO .......................................................................................... 119 TEMA – XI: A MOEDA E AS TAXAS DE JUROS 119 UNIDADE TEMÁTICA 11.1. Origens, tipo e funções da moeda ..................................... 122 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 125 Exercícios para AVALIAÇÃO .......................................................................................... 126 UNIDADE TEMÁTICA 11.2. A demanda e a oferta por moeda ..................................... 127 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 131 Exercícios para AVALIAÇÃO .......................................................................................... 132 UNIDADE TEMÁTICA 11.3. Taxas de juro ...................................................................... 133 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 135 Exercícios para AVALIAÇÃO .......................................................................................... 135 Exercícios do TEMA ....................................................................................................... 136 EXERCÍCIOS GERAIS PARA AVALIAÇÃO DO MÓDULO 119 Exercícios gerais para AVALIAÇÃO do módulo ............................................................. 138 1 Visão geral Benvindo à Disciplina/Módulo de Noções de Economia Objectivos do Módulo Ao terminar o estudo deste módulo de Noções de Economia, o estudante deverá ser capaz de: saber explicar alguns aspectos básicos e fundamentais da microeconomia e da macroeconomia. Objectivos Específicos ▪ Identificar os problemas da organização económica; ▪ Explicar como é que os mercados ajudam a solucionar os problemas da organização económica; ▪ Diferenciar a oferta da procura bem como os seus determinantes; ▪ Apresentar como é que os preços são formados; ▪ Explicar as variáveis que determinam a procura e a oferta nos mercados de factores de produção; ▪ Apresentar as falhas do mercado; ▪ Mostrar como é que os consumidores realizam as suas opções de escolhas; ▪ Explicar o equilíbrio geral; ▪ Definir alguns conceitos básicos da macroeconomia; ▪ Apresentar as várias ópticas de mensuração do Produto Interno Bruto (PIB); ▪ Ilustrar o modelo Keynesiano; ▪ Listar os tipos e funções da moeda; ▪ Explicar o papel da taxa de juros na economia. 2 Quem deveria estudar este módulo Este módulo foi concebido para estudantes do 1º ano do curso de Administração Pública do ISCED e outros. Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o manual. Como está estruturado este módulo Este módulo de Noções de Economia, para estudantes do 1º ano do curso de licenciatura em Administração Pública, à semelhança dos restantes do ISCED, está estruturado como se segue: Páginas introdutórias ▪ Um índice completo. ▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo, como componente de habilidades de estudos. Conteúdo desta Disciplina / módulo Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma introdução, objectivos, conteúdos. No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só depois é que aparecem os exercícios de avaliação. Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e actividades práticas, incluído estudo de caso. 3 Outros recursos A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si, num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus estudos. Auto-avaliação e Tarefas de avaliação Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, exercícios que mostram apenas respostas. Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das terefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo aserem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de avaliação é uma grande vantagem. Comentários e sugestões Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico- Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. Pode ser que graças as suas observações que, em gozo de confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser melhorado. Ícones de actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. 4 Habilidades de estudo O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a aprender. Aprender aprende-se. Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, procedendo como se segue: 1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura. 2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as de estudo de caso se existirem. IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc. É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior. Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é 5 juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos de cada tema, no módulo. Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama- se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades obrigatórias. Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual obrigatório pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz! Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que está a se formar. Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar durante a semana; face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: a colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado não conhece ou não lhe é familiar. 6 Precisa de apoio? Caro estudante temos a certeza que por uma ou por outra razão, o material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página trocada ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, sms, e-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a preocupação. Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc. As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa. O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida em que lhe permite situar, em termos do grau de aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade temática, no módulo. Tarefas (avaliação e auto-avaliação) O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e auto−avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da disciplina/módulo. Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. 7 Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor. O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a realização dos trabalhose seu autor (estudante do ISCED). Avaliação Muitos perguntam: como é possível avaliar estudantes à distância, estando eles fisicamente separados e muito distantes do docente/tutor! Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e consistente. Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de avaliação. Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de frequência para ir aos exames. Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) trabalhos e 1 (um) (exame). Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como ferramentas de avaliação formativa. Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das referências bibliográficas utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de Avaliação. 1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 9 TEMA – I: INTRODUÇÃO AOS PROBLEMAS ECONÓMICOS UNIDADE Temática 1.1. Introdução e conceitos da economia UNIDADE Temática 1.2. Os problemas da organização económica UNIDADE Temática 1.3. A Fronteira de possibilidades de Produção UNIDADE TEMÁTICA 1.1. Introdução e conceitos da economia Introdução Muitas mudanças vêm acontecendo na sociedade. Avanços têm ocorrido em diversas áreas levando ao aumento dos níveis de consumo, aumento da quantidade de produtos disponíveis para os consumidores, maiores investimentos em tecnologia e comunicação, dentre outros, que implica a necessidade de raciocinar de forma correcta para dar resposta a esses assuntos. A Economia cobre todos os tipos de assuntos, mas no essencial está dedicada a compreensão de como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos. Porque razão as pessoas se preocupam com o défice orçamental do estado? Porque se preocupam com a inflação? Com as taxas de juros? Com o desemprego? Com o dinheiro, ou simplesmente moeda? Estas e muitas outras perguntas fazem universo de muitas questões que nós iremos abordar nesta unidade temática Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos • Definir economia; • Identificar os problemas de natureza económica e relacioná-los com situações do dia-a-dia; • Entender os fundamentos da escassez e necessidades ilimitadas; • Compreender a fronteira de possibilidades de produção Conceito de economia Ao longo do último meio século, o estudo da economia expandiu-se e passou a englobar um vasto leque de temas. Eis alguns dos principais temas: • A economia explora o comportamento dos mercados financeiros; incluindo taxas de juros, taxas de câmbio e cotações de acções. • Examinam-se as razões porque algumas pessoas, ou países, tem rendimentos elevados, enquanto outros são pobres; está 10 intimamente ligada na análise das formas para a redução da pobreza sem prejudicar a economia; • Estuda os ciclos económicos – as flutuações no crédito, desemprego e a inflação – bem como as políticas para os moderar; • Estuda o comércio e as finanças internacionais e os impactos da globalização, e analisa os temas ligados com as aberturas das fronteiras ao livre comércio; • Questiona como às políticas governamentais podem ser usadas para atingir objectivos importantes, tais como um rápido crescimento económico, o pleno emprego, a estabilidade do nível de preços e uma justa repartição de rendimentos. É uma longa lista de temas, mas em todas as definições acima identificamos um tema comum: “A economia é o estudo da forma como as sociedades utilizam recursos escassos para produzir bens e serviços com valor para os distribuir entre indivíduos diferentes” (Samuelson & Nordhaus, 2012, p.4). Em síntese ela se ocupa das questões relacionadas aa satisfação das necessidades dos indivíduos e da sociedade. Se pensarmos na definição acima encontramos duas ideias-chave que persistem em torno da ciência económica: que os recursos são escassos e que os mesmos devem ser utilizados de forma eficiente. Se pudéssemos pensar num mundo sem escassez e com recursos ilimitados, as pessoas não se preocupariam em ampliar os seus rendimentos porque teriam tudo o que quisessem; as empresas não necessitariam de se preocupar com o custo do trabalho; os governos não necessitariam de se preocupar com os impostos, despesas e ate mesmo com poluição. Além disso, cada um poderia ter tanto quanto lhe apetecesse. No entanto, nenhuma sociedade atingiu ao cenário descrito acima, pois o mundo é um mundo de escassez, numa situação em que o ser humano tem desejos ilimitados aos bens. Dada a existência de desejos ilimitados, é importante que uma economia faça o melhor uso dos seus recursos limitados. Isso leva-nos aa noção fundamental de eficiência. A eficiência económica exige que uma economia produza a mais elevada combinação de quantidade e qualidade de bens e serviços dada a sua tecnologia e recursos escassos. Uma economia produz eficientemente quando um bem-estar económico de nenhum indivíduo pode ser melhorado, a menos que o bem-estar económico de outro indivíduo tenha piorado. A lógica da economia 11 Todas as ciências possuem uma forma de analisar os fenómenos a sua volta como forma de arranjar uma plausível explicação. Tal técnica é denominada de abordagem científica. A vida económica também é bastante complexa, sendo a economia uma ciência, os economistas, para explicar os diversos fenómenos económicos, usam uma abordagem cientifica baseada em: • Observação – observação dos registos históricos constitui uma das fontes mais ricas da economia; • Análise económica – uma abordagem que parte de pressupostos que permitem deduzir logicamente algumas previsões económicas; • Análise estatística – o entendimento perfeito da economia baseia-se no uso de dados económicos e da análise estatística e econométrica. • Experiências – os economistas fazem experiencias controladas com vista ao estudo dos fenómenos económicos. Dado que muitas relações económicas são complexas, importa alertar para algumas falácias ou armadilhas mais comuns encontradas no raciocínio económico: 1. A falácia de post hoc - Um erro vulgar nos estudos de relações de causa e efeito é a falácia de post hoc. O facto do acontecimento A ocorrer antes do acontecimento B não prova que o acontecimento A seja a causa do B. Assumir este raciocínio como verdadeiro é cometer a falácia de post hoc. 2. A Falácia da agregação - O conjunto nem sempre é a soma das partes. Este é um erro conceptual de que verdadeiro para uma parte é verdadeiro para o conjunto. 3. Falha em (esquecimento de) manter o resto constante (Ceteris Paribus) - A maior parte dos problemas económicos envolve várias forças que interagem simultaneamente. Portanto, se quisermos analisar o efeito de uma variação numa variável sobre a outra, devemos manter os restantes factores constantes. 4. A Subjectividade - Talvez o maior obstáculoao domínio da derive da Subjectividade que levamos para o mundo que nos rodeia. De acordo com Vasconcelos (2011), ao analisar as questões económicas devemos distinguir cuidadosamente as questões de facto das questões de juízo de valor. Assim podemos subdividir a economia em dois aspectos, a saber: 1. Economia positiva que trata de questões que podem ser resolvidas com recurso a análise e a dados empíricos. Descreve os factos de uma economia. 12 Exemplo: porque razão os médicos ganham mais que um trabalhador domestico? As taxas de juros elevadas reduzem a inflação? 2. Economia normativa que envolve preceitos éticos, morais e normas de equidade. Enquanto a análise económica pode aprofundar tais questões, ao analisar as prováveis consequências, as respostas apenas podem ser resolvidas com debates e decisões acerca dos valores fundamentais da sociedade. Exemplo: deve o desemprego aumentar para assegurar que a inflação dos preços não seja demasiado rápida? Tornou-se a distribuição de rendimentos em Moçambique demasiado desigual? Sumário Nesta Unidade temática 1.1. vimos que a economia se preocupa com a alocação eficiente dos recursos escassos que o mundo dispõe, num cenário de necessidades e desejos ilimitados das pessoas. Também, aprofundamos sobre a lógica da economia concretamente no que diz respeito aa sua abordagem científica, bem como para o alerta de armadilhas no raciocínio económico face a complexidade das relações e da vida económica. Distinguimos duas áreas específicas de questões ligadas a economia: a economia positiva e a economia normativa Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 1. O que estuda a economia? 2. Porquê a escassez é um conceito fundamental em economia? 3. Quais são as principais armadilhas do raciocínio económico? 4. O que se entende por eficiência económica? 5. Analise as características da abordagem científica utilizada pela economia. RESPOSTAS: Ver unidade temática Exercícios para AVALIAÇÃO Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso). 1. A economia é o estudo da forma como as sociedades utilizam recursos escassos para produzir bens e serviços com valor para os distribuir entre indivíduos diferentes 13 2. Em síntese, a economia se ocupa das questões relacionadas à satisfação das necessidades dos indivíduos e da sociedade 3. A eficiência económica exige que uma economia produza a menor combinação de quantidade e qualidade de bens e serviços dada a sua tecnologia e recursos escassos. 4. A Falácia da agregação afirma que o maior obstáculo ao domínio da derive da Subjectividade que levamos para o mundo que nos rodeia. 5. Dada a existência de desejos ilimitados, é importante que uma economia faça o melhor uso dos seus recursos limitados. 6. A Subjectividade afirma que se quisermos analisar o efeito de uma variação numa variável sobre a outra, devemos manter os restantes factores constantes. 7. A vida económica é bastante simples, sendo a economia uma ciência, os economistas, para explicar os diversos fenómenos económicos, usam uma abordagem filosófica. RESPOSTAS: 1V; 2V; 3F; 4F; 5V; 6F; 7F Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha 1. Ao analisar as questões económicas devemos distinguir cuidadosamente as questões de facto das questões de juízo de valor. Assim podemos subdividir a economia em dois aspectos, a saber: a) Economia Positiva e Economia Mista; b) Economia Normativa e Economia Positiva; c) Economia Normativa e Economia de Mercado; d) Economia de Mercado e Economia Dirigida; 2. Se quisermos analisar o efeito de uma variação numa variável sobre a outra, devemos manter os restantes factores constantes, estamos diante de: a) Ceteris Paribus; b) Falácia da agregação; c) Falácia de post hoc; d) Subjectividade. 3. O conjunto nem sempre é a soma das partes, diz respeito a: a) Ceteris Paribus; b) Falácia da agregação; c) Falácia de post hoc; d) Subjectividade. RESPOSTAS: 1B; 2A; 3B 14 UNIDADE TEMÁTICA 1.2. Os problemas da organização económica Introdução A essência da ciência económica consiste em compreender a realidade da escassez e, de seguida, conceber como organizar a sociedade de um modo a corresponder ao uso mais eficiente dos recursos. O facto dos recursos estarem disponíveis em quantidades limitadas e as necessidades serem praticamente ilimitadas, leva, inevitavelmente aa escolha. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos • Identificar os problemas de natureza económica e relacioná-los com situações do dia-a-dia; • Entender os fundamentos da escassez e necessidades ilimitadas; Os problemas da organização económica Qualquer sociedade humana, ou seja, um país tem que se defrontar com algumas questões ou problemas económicos fundamentais. Dada escassez dos recursos ou factores de produção, associada às necessidades ilimitadas do homem, a necessidade de escolher fica evidente, daí que se originam os chamados problemas económicos fundamentais a que todas as sociedades devem dar resposta: o que e quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir? (Mochón, 2007). Vejamos como se desmembram esses problemas: 1. O quê e quanto produzir? Dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de escolher, dentro do leque de possibilidades de produção, quais produtos serão produzidos e as respectivas quantidades a serem fabricadas; 2. Como produzir? A sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção serão utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente. A concorrência entre os diferentes produtores acaba decidindo como serão produzidos os bens e serviços. Os produtores escolherão, entre os métodos mais eficientes, aquele que tiver o menor custo de produção possível; 3. Para quem produzir? 15 A sociedade terá também de decidir como seus membros participarão da distribuição dos resultados de sua produção. A distribuição da renda dependerá não só da oferta e da demanda nos mercados de serviços produtivos, ou seja, da determinação dos salários, das rendas da terra, dos juros e dos benefícios do capital, mas também da repartição inicial da propriedade e da maneira como ela se transmite por herança. O modo como as sociedades resolvem os problemas económicos fundamentais depende da forma da organização económica do país, ou seja, do sistema económico de cada nação. Existem diferentes formas de uma sociedade responder as questões acima, visto que as mesmas se encontram organizadas em sistemas económicos e a própria ciência económica por sua vez estuda os vários mecanismos que uma sociedade pode usar para aplicar os seus recursos escassos. Em geral, podemos distinguir duas formas fundamentais de organizar uma economia. Num extremo, o governo toma a maioria das decisões económicas, sendo aqueles que estão no topo da hierarquia que dirigem toda economia (economia dirigida). No outro extremo, as decisões são tomadas nos mercados, onde os indivíduos ou empresas trocam bens e serviços, através de transacções que envolvem pagamentos em dinheiro (economia de mercado). Segundo Samuelson e Nordhaus (2012), nenhuma sociedade contemporânea se enquadra completamente numa destas formas extremas de organização económica. Em vez disso, tem sido adoptada uma forma mista com elementos de uma economia de mercado e elementos de uma economia dirigida (economia mista). Sumário Nesta Unidade temática 1.2. abordamos que as sociedades ao enfrentarem o facto dos recursos serem escassos relativamente as necessidades, uma economia tem de decidir como funcionar, fazendo escolhas, do quê e quanto? como? para quem? produzir adoptando uma forma mista de organização e funcionamento dosistema económico. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 1. Quais são os principais problemas da organização económica. 2. Quais são as principais formas de organização do sistema económico? 3. O que é uma economia mista 4. Comente a seguinte afirmação: “O modo como as sociedades resolvem os problemas económicos 16 fundamentais depende da forma da organização económica do país, ou seja, do sistema económico de cada nação”. 5. É verdade que o problema económico reside no facto de os recursos serem escassos face as necessidades que são ilimitadas? Justifique a sua resposta. RESPOSTAS: Ver unidade temática Exercícios para AVALIAÇÃO Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso). 1. Qualquer sociedade humana, ou seja, um país tem que se defrontar com algumas questões ou problemas económicos fundamentais. 2. Dada a abundância de recursos, se originam os chamados problemas económicos. 3. Os produtores escolherão, entre os métodos mais eficientes, aquele que tiver o maior custo de produção possível. 4. A concorrência entre os diferentes produtores acaba decidindo como serão produzidos os bens e serviços. 5. O modo como as sociedades resolvem os problemas económicos fundamentais não depende da forma de organização económica do país. 6. A sociedade contemporânea tem adoptado uma forma mista de organização económica com elementos de uma economia de mercado e elementos de uma economia dirigida (economia mista). RESPOSTAS: 1V; 2F; 3F; 4V; 5F; 6V Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha 1. Os problemas fundamentais da economia são? a) O quê e onde? como? para quem? produzir; b) O quê e quanto? como? para quem? produzir; c) O quê e quanto? onde? para quem? produzir; d) O quê e quanto? como? onde? produzir; 2. Quando o governo toma a maioria das decisões económicas, sendo aqueles que estão no topo da hierarquia que dirigem toda economia, estamos diante de: a) Economia Positiva; b) Economia Normativa; c) Economia Dirigida; d) Economia de Mercado 3. Quando a sociedade terá de escolher quais recursos de produção serão utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente, estamos diante do problema: a) O quê produzir? b) Quanto produzir? c) Como produzir? 17 d) Para quem produzir? 4. Quando sociedade terá também de decidir como seus membros participarão da distribuição dos resultados de sua produção, estamos diante do problema: a) O quê produzir? b) Quanto produzir? c) Como produzir? d) Para quem produzir? RESPOSTAS: 1B; 2C; 3C; 4D UNIDADE TEMÁTICA 1.3. A fronteira de possibilidades de produção Introdução As decisões que todos os dias todos nós tomamos têm um propósito, que é o de satisfazer necessidades ou contribuir para o bem-estar próprio ou daqueles que nos estão próximos. Na vida aprendemos desde cedo que não podemos ter tudo o que queremos. Da mesma forma, as possibilidades de consumo de cada país são limitadas pelos recursos e pela tecnologia que dispõem. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos • Entender os fundamentos da escassez e necessidades ilimitadas; • Compreender a fronteira de possibilidades de produção • Dominar a construção da FPP A fronteira de possibilidades de produção Para ilustrar a questão da escassez de recursos e as alternativas que as sociedades dispõem para resolver seus problemas económicos fundamentais é preciso escolher entre os diferentes tipos de bens e as quantidades a serem produzidas de cada um deles. Por exemplo, um agricultor precisa decidir quais quantidades de soja e milho serão plantadas, ou seja, ele precisa escolher uma alternativa produtiva entre as possíveis combinações. Na verdade, o que ocorre é que esse agricultor dispõe de um conjunto de factores produtivos (terra, capital, mão de obra, etc.) e deve decidir quais desses recursos serão utilizados para produzir soja e quais serão utilizados para produzir milho. Para as sociedades resolverem seus problemas económicos fundamentais, a teoria económica apresenta dois importantes conceitos: a Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP) e o custo de oportunidade (Samuelson & Nordhaus, 2012). 18 A Fronteira das Possibilidades de Produção (FPP) representa as quantidades máximas de produtos que podem ser eficientemente produzidos por uma economia, dado o seu conhecimento tecnológico e a quantidade de factores de produção disponíveis, isto é, admitindo que todos os recursos estão sendo plenamente utilizados. Trata-se de um conceito teórico, que permite ilustrar como a limitação de recursos leva a necessidade da sociedade fazer opções ou escolhas entre as alternativas de produção. Exemplo: suponhamos que a economia produz apenas dois bens: alimentos e vestuários, nos quais são empregados todos os recursos produtivos, cujas alternativas de produção são as seguintes: Possibilidades Alimentos Vestuários A 100 0 B 60 10 C 0 40 Tabela 1-3.1: Possibilidades de produção Figura 1-3.1: FPP A FPP é o limite máximo de produção, com recursos e tecnologia de que a sociedade dispõe, num dado momento. Dada a escassez, a sociedade deve decidir qual ponto ao longo da curva escolherá: A; B ou C. Evidentemente, o ponto além da fronteira (ponto E) não poderão ser atingidos com os recursos disponíveis. O ponto dentro da curva (ponto D) representa a situação em que a economia não esta empregando todos os recursos que dispõe. A FPP ilustra uma característica fundamental: a economia é uma ciência de escolha. Ou seja, é preciso optar entre diferentes alternativas, pois na vida real sempre nos deparamos com dilemas dos quais precisamos estabelecer prioridades (Mochón, 2007). Custo de oportunidade Se uma economia se encontra sobre a FPP, então todos os recursos estão sendo plenamente utilizados e • E 19 ela está numa situação de um dilema: produzir uma quantidade maior de um bem exigirá necessariamente produzir menos do outro, o que equivale dizer de que tudo tem um custo, que denominamos de custo de oportunidade. O custo de oportunidade é o valor económico da melhor alternativa sacrificada ao se optar pela produção de um determinado bem ou serviço. É de se esperar que os custos de oportunidade sejam crescentes, uma vez que, quando aumentamos a produção de determinado bem, os factores de produção transferidos dos outros produtos se tornam cada vez menos aptos para a nova finalidade, ou seja, a transferência vai ficando cada vez mais difícil e onerosa e o grau de sacrifício vai aumentando. Isto é, os factores de produção são especializados em determinadas linhas de produção e não são completamente adaptáveis a outros usos. Esse facto justifica o formato côncavo da curva de possibilidades de produção: acréscimos iguais na produção de um bem implicam decréscimos cada vez maiores na produção do outro bem. Sumário Nesta Unidade temática 1.3. vimos que diante do facto dos recursos serem escassos e das necessidades serem ilimitadas, a característica fundamental da economia é que ela é a ciência da escolha, daí que essa escolha é representada pela FPP que ilustra o limite máximo de produção, com recursos e tecnologia de que a sociedade dispõe, num dado momento Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 1. Defina a FPP. 2. Defina o custo de oportunidade. 3. Qual é a importância da FPP? 4. O que justifica o formato côncavo da FPP? 5. Comente a seguinte afirmação: “Se uma economia se encontra sobre a FPP, então todos os recursos estão sendo plenamente utilizados e ela está numa situação de um dilema” RESPOSTAS: Ver unidade temática 20 Exercícios para AVALIAÇÃO Perguntas fechadas do tipoV (Verdadeiro) ou F (Falso). 1. A FPP ilustra uma característica fundamental: a economia é uma ciência de custos. 2. Para as sociedades resolverem seus problemas económicos fundamentais, a teoria económica apresenta dois importantes conceitos: a Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP) e a escassez. 3. A FPP permite ilustrar como a ilimitação de recursos leva a necessidade da sociedade fazer opções ou escolhas entre as alternativas de produção. 4. Se uma economia se encontra sobre a FPP, então todos os recursos estão sendo plenamente utilizados. 5. O custo de oportunidade é o valor económico da melhor alternativa sacrificada ao se optar pela produção de um determinado bem ou serviço. 6. Esse facto justifica o formato côncavo da curva de possibilidades de produção: acréscimos iguais na produção de um bem implicam decréscimos cada vez maiores na produção do outro bem. 7. Ao falar da FPP estamos diante de um conhecimento empírico. RESPOSTAS: 1F; 2F; 3F; 4V; 5V; 6V, 7F Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha 1. O valor económico da melhor alternativa sacrificada ao se optar pela produção de um determinado bem ou serviço, denomina-se por: a) Eficiência económica; b) Fronteira de possibilidades de produção; c) Escassez; d) Custo de Oportunidade. 2. Para as sociedades resolverem seus problemas económicos fundamentais, a teoria económica apresenta dois importantes conceitos: a) A Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP) e o custo de oportunidade. b) A escassez e o custo de oportunidade. c) A Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP) e a escassez. d) A Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP) e o custo de produção. 3. Esse facto justifica o formato côncavo da FPP: a) Acréscimos maiores na produção de um bem implicam decréscimos cada vez maiores na produção do outro bem. b) Acréscimos menores na produção de um bem implicam decréscimos cada vez menores na produção do outro bem. 21 c) Acréscimos iguais na produção de um bem implicam decréscimos cada vez maiores na produção do outro bem. d) Acréscimos maiores na produção de um bem implicam decréscimos cada vez menores na produção do outro bem. RESPOSTAS: 1D; 2A; 3C EXERCÍCIOS DO TEMA Exercícios para AVALIAÇÃO Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso). 1. A economia é o estudo da forma como as sociedades utilizam recursos abundantes para produzir bens e serviços com valor para os distribuir entre indivíduos diferentes 2. A premissa Ceteris Paribus afirma que se quisermos analisar o efeito de uma variação numa variável sobre a outra, devemos manter os restantes factores constantes. 3. Dada a escassez de recursos, se originam os chamados problemas económicos. 4. A FPP permite ilustrar como a limitação de recursos leva a necessidade da sociedade fazer opções ou escolhas entre as alternativas de produção. 5. A eficiência económica corresponde ao valor económico da melhor alternativa sacrificada ao se optar pela produção de um determinado bem ou serviço. RESPOSTAS: 1F; 2V; 3V; 4V; 5F. Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha 1. Dada a existência de desejos ilimitados, é importante que uma economia faça o melhor uso dos seus recursos limitados. Isso leva- nos à noção fundamental de: a) Eficiência; b) Fronteira de possibilidades de produção; c) Escassez; d) Custo de Oportunidade. 2. A eficiência económica exige: a) Que uma economia produza a menor combinação de quantidade e qualidade de bens e serviços dada a sua tecnologia e recursos escassos; b) Que uma economia produza a mais elevada combinação de quantidade e qualidade de bens e serviços dada a sua tecnologia e recursos escassos; c) Que uma economia produza a mais elevada combinação de quantidade e qualidade de bens e serviços dada a sua tecnologia e recursos abundantes; 22 d) Que uma economia produza a menor combinação de quantidade e qualidade de bens e serviços dada a sua tecnologia e recursos abundantes. 3. “Trata de questões que podem ser resolvidas com recurso a análise e a dados empíricos. Descreve os factos de uma economia”. Estamos diante de: a) Economia Mista; b) Economia Normativa; c) Economia Positiva; d) Economia de Mercado. 4. A FPP é um conceito teórico que: a) Permite ilustrar como a limitação de recursos leva a necessidade da sociedade fazer opções ou escolhas entre as alternativas de produção; b) Permite ilustrar como a ilimitação de recursos leva a necessidade da sociedade fazer opções ou escolhas entre as alternativas de produção; c) Representa as quantidades mínimas de produtos que podem ser eficientemente produzidos por uma economia; d) Ilustra a questão da abundância dos recursos. 5. Quando as decisões são tomadas nos mercados, onde os indivíduos ou empresas trocam bens e serviços, através de transacções que envolvem pagamentos em dinheiro, estamos diante de: a) Economia Positiva; b) Economia Normativa; c) Economia Dirigida; d) Economia de Mercado. RESPOSTAS: 1A; 2B; 3C; 4A; 5D Referências Bibliográficas 1. Mochón, F. (2007). Princípios de economia. São Paulo; Brasil: Pearson Prentice Hall. 2. Samuelson, P. & Nordhaus, W. (2012). Economia (19ª ed.). NY, EUA: McGraw-Hill. 3. Vasconcelos, M.A.S. (2011). Economia: micro e macro (5ª ed.). São Paulo; Brasil: Atlas Editora. 23 TEMA – II: MERCADOS: A OFERTA E A PROCURA. UNIDADE Temática 2.1. O mercado UNIDADE Temática 2.2. A procura UNIDADE Temática 2.3. A oferta UNIDADE TEMÁTICA 2.1. O mercado Introdução A necessidade de realização de trocas comerciais vem desde a formação da sociedade. Nos tempos mais antigos, as trocas eram feitas por produtos, isto é, trocava-se determinada quantidade de mercadoria X com uma certa quantidade de mercadoria Y. Nos dias de hoje, o processo é diferente, troca-se dinheiro por mercadoria. Neste sentido, as mercadorias passam a estar associadas a um determinado valor monetário, preço. O processo de troca dá-se num contexto definido em que, há uma interação entre aquele que detém o dinheiro (o comprador) e aquele que possui a mercadoria (o vendedor), 24 no sentido de determinar-se o preço da mercadoria para que haja, efectivamente, espaço para a realização da troca. Esta interação entre o comprador e o vendedor dá origem ao termo mercado. Nesta unidade temática abordamos acerca do conceito de mercado e outros tópicos relacionados a este, tais como: o papel central dos mercados, o equilíbrio de mercado e como os mercados resolvem os três problemas da organização económica. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos específicos ▪ Definir o mercado; ▪ Conhecer o papel central dos mercados; ▪ Saber quando é que um mercado está em equilíbrio; ▪ Explicar como os mercados resolvem os três problemas da organização económica. Mercado Existem várias definições de mercados. Contudo, em economia o mercado é visto de uma forma diferente daquela que é a forma mais comum (um lugar físico). “Na linguagem comum, a palavra mercado significa um local onde as pessoas compram e vendem bens, como peixes, carne, frutas e vegetais. Em economia, mercado tem um significado mais amplo. Um mercado é qualquer estrutura que permite que compradores e vendedores obtenham informações e façam negócios uns com os outros. Um exemplo é o mercado no qual o petróleo é comprado e vendido – o mercado internacional de petróleo. O mercado internacional de petróleo não é um local, mas a rede formada por produtores de petróleo, usuários de petróleo, atacadistas e corretores que compram e vendem petróleo. No mercado internacional de petróleo, aqueles que tomam as decisões nãose encontram fisicamente. Eles fazem negócio ao redor do mundo por telefone, fax e conexões via computador” (Parkin, 209, p.40). Segundo Samuelson e Nordhaus (2010), “um mercado é um mecanismo pelo qual compradores e vendedores interagem para determinar os preços e trocar bens, serviços e activos” (p.26). Ambos os autores aqui apresentados convergem para um único ponto onde deixa-se claro que mercado não é um local físico, mas sim um contexto onde há uma interação entre as forças do mercado, a procura e a oferta (aspectos que veremos nas próximas duas unidades temáticas), por forma a determinar-se um preço que permita a realização de troca dos produtos. 25 Papel central dos mercados . Os mercados têm em vista a determinação de preços das mercadorias de modo que as trocas possam ser realizadas. Assim sendo, pode-se afirmar que o “papel central dos mercados é o de determinar o preço dos bens” (Samuelson & Nordhaus, 2010, p.26). Um preço representa o valor monetário pelo qual a mercadoria pode ser obtida ou trocada, isto é, quanto vale um bem em termos monetários. Os preços desempenham um papel importante na vida do produtor assim como na do consumidor. Os preços norteiam as decisões destas duas forças num mercado. Quando os preços de um produto estão altos, os consumidores tendem a diminuir a compra deste produto. Por outro lado, para os vendedores este fenómeno constitui um incentivo na medida em que preços mais altos fazem com que se estimule a produção com o intuito de se obter lucros mais elevados nas vendas. Preços mais baixos retraem a produção mas constituem um estímulo para o consumo. Equilíbrio de mercado “Um equilíbrio é uma situação em que forças opostas se contrabalançam. O equilíbrio em um mercado ocorre quando o preço equilibra os planos dos compradores e os dos vendedores” (Parkin, 2009, p.63). Por outro lado, Samuelson e Nordhaus (2010) afirmam que, “um equilíbrio de mercado representa uma estabilidade entre todos os diferentes compradores e vendedores” (p.29). A figura 2-1.1 apresenta uma situação de equilíbrio de mercado. Figura 2-1.1: Equilíbrio de mercado Dizemos que o mercado está em equilíbrio quando as quantidades oferecidas são iguais as quantidades procuradas, isto é, quando exactamente aquilo que os compradores precisam constitui o mesmo que é produzido e oferecido pelo lado dos vendedores (nem mais nem menos). O preço constitui assim um 26 instrumento que tem o poder de criar esta paridade entre as quantidades oferecidas e as procuradas. Preços elevados geraram uma situação de excesso do produto no mercado, uma vez que as quantidades produzidas tendem a ser maiores que as quantidades procuradas. Preços baixos geraram uma situação de escassez do produto no mercado, uma vez que as quantidades produzidas tendem a ser menores que as quantidades procuradas. Assim sendo, como os preços comandam as decisões dos compradores e dos vendedores, existe um preço que faz com que os vendedores, a esse preço, estejam dispostos a vender quantidade X de um determinado produto e os compradores também estejam dispostos a comprar somente essa quantidade, dando origem ao equilíbrio do mercado. Como os mercados resolvem os três problemas da organização económica Na unidade temática 1.2. falou-se acerca de três problemas da organização económica: (1) O quê e quanto produzir; (2) Como produzir e (3) Para quem produzir. Neste tópico vamos ver como é que os mercados resolvem estes problemas. (1) Quais produtos produzir vai depender dos votos monetários dos consumidores nas suas decisões do dia-a-dia. Exemplo: se as pessoas passarem a gastar mais em automóveis, então, muitos vendedores irão inclinar-se mais para esta área de comércio. Como os vendedores são movidos pela maximização do lucro, estes poderão abandonar mercados menos rentáveis e investir neste em que as pessoas estão a apostar o seu voto monetário. (2) Como os produtos são produzidos vai depender da concorrência entre os diferentes produtores. Para os produtores suportarem os preços dos seus concorrentes eles podem optar por usar métodos de produção mais eficientes por forma a ganhar uma vantagem nos custos. Eles podem decidir afinar as suas maquinarias ou ajustar a combinação dos seus factores de produção. (3) Para quem produzir vai depender da oferta e da procura nos mercados de factores de produção. A figura 2-1.2 resume como os três problemas da organização económica são resolvidos. Esta patente nesta figura que o sistema de mercado baseia-se na oferta e na procura para resolver os três problemas fundamentais económicos. 27 Consumidores Proprietários dos factores produtivos Votos monetários dos consumidores Empresas Produtividade dos factores Custos de produção Preços nos mercados de produtos Preços nos mercados de factores (salários, rendas, juros) Mercado de Produtos Mercado de factores Procura Oferta Procura Oferta O quê Como Para quem Calçado Habitação Pizas Pizas Habitação Calçado Trabalho Trabalho Terra Terra Bens de capitais Bens de capitais 28 Figura 2-1.2: Fluxo circular de economia de mercado Os votos monetários dos consumidores (famílias, governo e exterior) interagem com a oferta das empresas no mercado dos produtos, ajudando a determinar o que é produzido. A procura de factores de produção pelas empresas encontra a oferta de trabalho e de outros factores de produção nos mercados de factores determinando os salários, as rendas e os juros; os rendimentos influenciam portanto a quem serão os bens distribuídos. A concorrência das empresas para comprar os factores de produção e vender produtos a mais baixo preço determina como os bens são produzidos (Samuelson & Nordhaus, 2010, p.29). Sumário Nesta Unidade temática 2.1 definimos mercado como um contexto, e não um local físico, onde há uma interação entre a procura e a oferta por forma a determinar-se um preço que vai permitir a realização de troca dos produtos. Neste sentido, vimos que o papel central dos mercados é a determinação dos preços. Os mercados devem estar em equilíbrio. Caso isso não aconteça, haverá uma situação de escassez ou excesso da produção. Para que um mercado esteja em equilíbrio é necessário que a procura seja igual a oferta. Para resolver os três problemas fundamentais económicos, o sistema de mercado baseia-se na oferta e na procura. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 1. Defina o mercado sob o ponto de vista da economia. 2. Explique o que é que acontece no mercado se os preços estiverem muito altos? 3. Explique o que é que acontece no mercado se os preços estiverem muito baixos? 4. Quando é que dizemos que um mercado está em equilíbrio? 5. Como é que os mercados ajudam a solucionar os três problemas fundamentais da economia? RESPOSTAS: Ver unidade temática 29 Exercícios para AVALIAÇÃO Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso). 1. O mercado é um lugar onde são comercializados os produtos. 2. O papel central dos mercados é o de determinar os preços dos produtos. 3. Um mercado está em equilíbrio quando a oferta é maior que a procura. 4. A decisão sobre o quê produzir vai depender dos votos monetários dos consumidores. 5. A decisão sobre para quem produzir vai depender das empresas concorrentes. RESPOSTAS: 1F; 2V; 3F; 4V; 5F. Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha 1. Mercado refere-se a a) Um lugar virtual onde são comercializadas mercadorias; b) Um lugar físico onde são vendidos bens; c) Um mecanismopelo qual compradores e vendedores interagem para determinar os preços e trocar bens, serviços e activos; d) Existência de vendedores de produtos. 2. Se os preços estiverem muito altos, no mercado haverá: a) Escassez do produto; b) Excesso do produto; c) Excesso de procura; d) Nenhum dos fenómenos acima. 3. Se os preços estiverem muito baixos, no mercado haverá: a) Escassez do produto; b) Excesso do produto; c) Excesso de procura; d) Nenhum dos fenómenos acima. 4. Um mercado está em equilíbrio quando a) A oferta é maior que a procura; b) A oferta é menor que a procura; c) A oferta é igual a procura; d) Não há escassez do produto. 5. A decisão sobre o quê produzir vai depender a) Dos votos monetários dos consumidores; b) Das empresas concorrentes; c) Dos rendimentos das empresas; d) Nenhuma das alternativas acima. RESPOSTAS: 1C; 2B; 3A; 4C; 5A 30 UNIDADE TEMÁTICA 2.2. A procura Introdução A oferta e a procura são duas forças que compõem um determinado mercado. Para prever os preços e as quantidades de uma determinada mercadoria é necessário dominar a análise destas duas forças. Ademais, esta análise constitui uma importante ferramenta para explicar certas variações que ocorrem no ambiente económico. Nesta unidade temática começamos por abordar acerca da procura. Deste modo, é possível encontrar nela aspectos como o conceito de procura, a lei da procura, os determinantes da procura e a distinção entre as quantidades procuradas e a procura. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos específicos ▪ Saber definir a procura; ▪ Conhecer a lei da procura; ▪ Conhecer os factores que determinam a procura; ▪ Saber distinguir a procura das quantidades procuradas. Procura Para Vaconcellos e Garcia (2008), “procura pode ser definida como a quantidade de certo bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo” (p.55). Rosseti (2009) refere que, “a procura de determinado produto é determinada pelas várias quantidades que os consumidores estão dispostos e aptos a adquirir, em função de vários níveis possíveis de preços, em dado período de tempo” (p.410). Na definição da procura, ou demanda como alguns autores chamam, devemos tomar em consideração duas variáveis: o preço (P) e a quantidade (Q) procurada. Neste sentido, para cada preço estipulado no mercado existirá sempre uma quantidade procurada. Assim sendo, sempre que os preços oscilarem, as quantidades procuradas também o farão. Desta forma, podemos dizer que a procura refere-se a quantidade que os consumidores desejarão adquirir a um determinado preço de mercado num dado período de tempo. Lei da procura 31 P 6 10 18 22 Q 6,00 5,00 3,00 2,00 D Z Y V U Como vimos na definição da procura, existe uma relação entre os preços e as quantidades procuradas. A lei da procura elucida esta relação e mostra que a mesma é negativa, isto é, mantendo o resto constante, a medida que os preços vão aumentando, as quantidades procuradas serão cada vez mais reduzidas (vão diminuindo). De acordo com Vaconcellos e Garcia (2008), “há uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem, coeteris paribus. É a chamada lei geral da demanda” (p.55). Interpretando a lei da procura temos o seguinte: se todos os outros factores forem mantidos constantes, quanto mais alto for o preço de um bem, menor será a quantidade procurada deste bem, e, quanto mais baixo for o preço de um bem, maior será a quantidade procurada deste bem. A lei da procura pode ser representada numa escala de procura bem como através da curva de procura e/ ou por meio de uma função procura ou equação de procura. Tabela 2-2.1: Escala de procura Figura 2-2.1: Curva de procura Qd = 30 – 4P => Função procura ou equação da procura. A expressão Qd= 30 – 4P mostra que a quantidade procurada é uma função do preço e, o sinal patente no coeficiente associado a variável preço representa a relação negativa existente entre estas duas variáveis. Tanto a escala de procura assim como a curva de procura e a equação da procura mostram uma relação negativa entre as quantidades procuradas e o preço. Pode-se observar nelas que, a medida que o preço vai aumentando, mantendo o resto constante, as quantidades procuradas vão diminuindo expressando a lei da procura. Determinantes da procura O preço do bem X determina a quantidade procurada que será obtida. E, como vimos anteriormente, preços mais elevados diminuem as quantidades procuradas, mantendo o resto constante. Para além do preço do bem, existem outras variáveis que afectam a procura do bem. Samuelson e Nordhaus (2010) apresentam como factores que afectam a procura os seguintes: o rendimento médio dos consumidores; o Preço do bem X (MT) Quantidades procuradas do bem X 2,00 22 3,00 18 5,00 10 6,00 6 32 tamanho da população; o preço do bem substituto; o preço do bem complementar; os gostos ou preferências; influências especiais. Existem muitos outros factores que afectam a procura como é o caso da expectativa futura que os consumidores têm em relação ao preço de um dado bem. Se o rendimento médio dos consumidores aumentar isto fará com que aumente a procura por um bem normal, mantendo o resto constante. Caso o tamanho da população aumente, a procura também aumentará. Se o preço da Pepsi-Cola aumentar, bem substituto da Coca-Cola, a procura pela Coca-Cola também aumenta. Se o preço da gasolina aumentar, bem complementar de automóveis, a procura por automóveis irá diminuir. Caso as pessoas passem a gostar mais de um determinado bem, a procura por esse bem aumenta. Influências especiais – no tempo de frio a procura por sorvetes tende a diminuir. Todas as análises aqui feitas só fazem sentido se formos a manter os restantes factores contantes. A premissa do coeteris paribus deve-se fazer sentir sempre que analisamos o efeito de uma variável sobre a outra. Diferença entre procura e quantidade procurada Existe uma certa diferença entre a procura e a quantidade procurada. “Por procura entende-se toda a escala ou curva que relaciona os possíveis preços a determinadas quantidades” (Vaconcellos & Garcia, 2008, pp.58-59). A figura 2-2.1 é um exemplo de procura – a recta indicada pela letra D representa a procura. “Por quantidade procurada devemos compreender um ponto específico da curva relacionando um preço a uma quantidade” (Vaconcellos & Garcia, 2008, p.59). Ainda na figura 2-2.1, veremos que a quantidade procurada com preço 3,00 MT é 18. Caso o preço aumentasse para 5,00 MT, haveria uma diminuição da quantidade procurada e não da procura. As alterações no preço do bem apenas causam movimentos ao longo da curva da procura e, em nenhum momento fazem deslocar esta curva. Enquanto uma alteração em qualquer um dos determinantes da procura, apresentados no tópico anterior, fazem deslocar a curva da procura para direita (aumentando-a) ou para a esquerda (diminuindo- a). Na figura 2-2.1 vimos que se o preço for de 3,00 MT, então, a quantidade será de 18. Caso o preço aumente para 5,00 MT, a quantidade diminui para 10. Neste caso a procura continua a mesma, só nos movimentamos ao longo da curva de procura do ponto V para Y. A figura 2-2.2 mostra o efeito de um aumento no preço da Pepsi-Cola, bem substituto da Coca-Cola, mantendo os demais factores constantes. 33 Figura 2-2.2: Efeito do aumento do preço da Pepsi-Cola Observando a figura 2-2.2, nota-se que, com o aumento do preço da Pepsi-Cola, a procura pela Coca-Cola aumentou ou deslocou-se para a direita, passando de Do para D1.E, como consequência do aumento da procura, as quantidades procuradas também aumentaram de 8 para 24. Sumário Nesta Unidade temática 2.2 estudamos acerca da procura. Definimos a procura como sendo uma curva que relaciona os preços com as quantidades procuradas. Vimos, também, que, a lei da procura evidencia o seguinte: mantendo o resto constante, existe uma relação negativa ou inversa entre o preço e a quantidade procurada, isto é, a medida que aumentamos o preço de um determinado bem, a sua quantidade procurada tende a diminuir, mantendo o resto constante, e vice-versa. O rendimento médio dos consumidores, o tamanho da população, o preço do bem substituto, o preço do bem complementar, os gostos ou preferências e as influências especiais são factores que determinam a procura por um determinado bem. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 1. Distinga a procura das quantidades procuradas. 2. Represente graficamente a curva da procura e diga porquê é que ela tem uma inclinação negativa. 3. Que impacto exerce, na curva da procura de um bem, uma redução do tamanho da população? Justifique com recurso a gráfico. 4. Liste os determinantes da procura por um bem. 5. Que impacto exerce, na curva da procura de um bem, um aumento do rendimento dos consumidores? Justifique com recurso a gráfico. RESPOSTAS: Ver unidade temática 34 Exercícios para AVALIAÇÃO Perguntas fechadas do tipo V (Verdadeiro) ou F (Falso). 1. O preço não exerce influência sobre a procura mas sim sobre as quantidades procuradas. 2. Se a preferência por um bem diminuir, mantendo o resto constante, a procura por esse bem também vai diminuir. 3. A existência de bens complementares constitui um determinante da procura. 4. Não existe diferença entre a procura e as quantidades procuradas. 5. A lei da procura nos indica uma relação directa ou positiva entre o preço e a quantidade procurada de um bem. RESPOSTAS: 1V; 2V; 3V; 4F; 5F. Perguntas fechadas do tipo Múltipla Escolha 1. Qual das seguintes é uma equação da procura? a) Q = 2Q - 20; b) Q = 15 + 2Q; c) Q = -3Q + 40; d) Q = 40 + 2Q. 2. Qual das seguintes não constitui um determinante da procura? a) O preço do bem substituto; b) A Tecnologia; c) Os gostos; d) O rendimento médio do consumidor. 3. Mantendo os restantes factores constantes, se o preço do bem diminuir: a) A procura vai aumentar; b) A procura vai diminuir; c) A quantidade procurada vai diminuir; d) A quantidade procurada vai aumentar. 4. Mantendo os restantes factores constantes, se o preço do bem complementar de X aumentar, a procura do bem X vai: a) Manter-se inalterada; b) Aumentar; c) Diminuir; d) Nenhuma das alternativas está correcta. 5. A lei da procura nos mostra que a) Existe uma relação negativa entre o preço e a quantidade de um bem, mantendo o resto constante; b) Não existe qualquer relação entre preços e quantidades; c) A curva da procura é positivamente inclinada; d) Existe uma relação directa entre preços e quantidades. RESPOSTAS: 1C; 2B; 3D; 4C; 5A 35 UNIDADE TEMÁTICA 2.3. A oferta Introdução Na unidade passada falamos da procura como uma das forças que compõe o mercado. Nesta unidade temática aborda-se acerca da oferta, a outra força do mercado. Deste modo, nesta unidade temática encontram-se aspectos como o conceito de oferta, a lei da oferta, os determinantes da oferta e a distinção entre as quantidades oferecidas e a oferta. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos específicos ▪ Saber definir a oferta; ▪ Conhecer a lei da oferta; ▪ Conhecer os factores que determinam a oferta; ▪ Saber distinguir a oferta das quantidades oferecidas. Oferta Para Vaconcellos e Garcia (2008), “pode-se conceituar a oferta como as várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo” (p.60). Rosseti (2009) refere que, “a oferta de determinado produto é determinada pelas várias quantidades que os produtores estão dispostos e aptos a oferecer, em função de vários níveis possíveis de preços, em dado período de tempo” (p.420). Na definição da oferta, devemos tomar em consideração duas variáveis: o preço (P) e a quantidade (Q) oferecida. Neste sentido, para cada preço estipulado no mercado existirá sempre uma quantidade que os produtores estarão dispostos a oferecer ao mercado. Assim sendo, sempre que os preços oscilarem, as quantidades oferecidas também o farão. Desta forma, podemos dizer que a oferta refere-se a quantidade que os produtores desejarão oferecer a um determinado preço de mercado num dado período de tempo. Lei da oferta Como vimos na definição da oferta, existe uma relação entre os preços e as quantidades oferecidas. A lei da oferta nos mostra que existe uma relação positiva entre o preço e a quantidade oferecida, isto é, mantendo o resto constante, a medida que os preços vão aumentando, 36 P 7 10 16 19 Q 6,00 5,00 3,00 2,00 S Z Y V U as quantidades oferecidas serão cada vez maiores e vice-versa. De acordo com Vaconcellos e Garcia (2008), “a função oferta mostra uma correlação directa entre quantidade oferecida e nível de preços, coeteris paribus. É a chamada lei geral da oferta” (p.60). Interpretando a lei da oferta temos o seguinte: se todos os outros factores forem mantidos constantes, quanto mais alto for o preço de um bem, maior será a quantidade oferecida deste bem, e, quanto mais baixo for o preço de um bem, menor será a sua quantidade oferecida. A lei da oferta, a semelhança da procura, pode ser representada numa escala de oferta bem como através da curva de oferta e/ ou por meio de uma função oferta ou equação de oferta. Tabela 2-3.1: Escala de oferta Figura 2-3.1: Curva de oferta Qs = 1 + 3P => Função oferta ou equação da oferta. A expressão Qs=1+3P mostra que a quantidade oferecida é uma função do preço e, o sinal patente no coeficiente associado a variável preço representa a relação positiva existente entre estas duas variáveis. Tanto a escala de oferta assim como a curva de oferta e a equação da oferta mostram uma relação positiva entre as quantidades oferecidas e o preço. Pode-se observar nelas que, a medida que o preço vai aumentando, mantendo o resto constante, as quantidades oferecidas vão também aumentando expressando a lei da oferta. Determinantes da oferta O preço do bem X determina a quantidade oferecida que será fornecida no mercado. E, como vimos anteriormente, preços mais baixos aumentam as quantidades oferecidas, mantendo o resto constante. Para além do preço do bem, existem outras variáveis que afectam a oferta do bem. Samuelson e Nordhaus (2010) apresentam como factores que afectam a oferta os seguintes: a tecnologia; o preço dos factores de produção; preços de bens complementares na produção; preços de bens substitutos na produção; política do governo e Preço do bem X (MT) Quantidades oferecidas do bem X 2,00 7 3,00 10 5,00 16 6,00 19 37 influências especiais. Existem muitos outros factores que afectam a oferta como é o caso do número de empresas no mercado. Se existir uma melhoria tecnológica na produção de automóveis, os custos de produção baixam e aumenta a oferta de automóveis. Uma redução dos salários dos trabalhadores de uma indústria de sapatos baixa os custos de produção e aumenta a oferta. A indústria pode decidir se opta por produzir caminhões ou automóveis. Se os preços dos caminhões baixarem, bem substituto de automóveis na produção, a oferta de automóveis aumenta. Se como política o governo decide anular as quotas e os impostos aduaneiros sobre a importação
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