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Ana Luiza Bittencourt 
DIREITO EMPRESARIAL I 
Direito Comercial - Educação Histórica e Teoria da Empresa 
Origens históricas 
Primórdios da civilização: o homem usava força física; desfrutava da natureza; extraía elementos. 
Antiguidade: melhor enfrentamento dos obstáculos; união faz a força; surgimento da troca como satisfação das 
carências; surgimento do comércio por meio do ESCAMBO; ampliação da troca para outros grupos. 
- Problemas do escambo: falta de equivalência entre as mercadorias > surgimento da MOEDA-MERCADORIA (2500 a.C) 
Bens úteis que faziam o papel de elemento comum de troca e avaliação dos demais bens: 
• Sal: origem do vocabulário salário (Roma antiga: além de raro, era utilizado para conservar alimentos). 
• Gado: origem do vocábulo pecúnia/dinheiro. 
Surgimento do Direito: 
- Evolução do comércio e necessidade de regular sua prática. 
- Sociedade Romana: não regia o direito comercial; “jus civile” > regia o relacionamento dos cidadãos nos limites da 
cidades. 
- A palavra comércio tem origem no latim: cum + merx = ‘mercari’, que significa: “comprar e vender”, ou seja, “ato de 
mercancia.” 
- Fases da evolução do direito comercial: 
1ª FASE: Período Subjetivo-Corporativista (séc. XII a XVI). 
- As normas eram embasadas nos usos e costumes dos comerciantes. 
- Predominância das comunas ou corporações que agregavam alfaiates, ferreiros, sapateiros, ourives..., de forma 
fechada, controlando o preço, qualidade e quantidade dos produtos. 
- O sujeito era o burguês; o matriculado em dada corporação de ofício. 
2ª FASE: Fase da Judicialização (séc. XVI a XVIII) / Legalização. 
- Inglaterra: tribunais “common law” (legais) 
- França: tribunais do Estado Nacional (decisões ainda eram embasadas nos costumes e usos das corporações). 
- Surgimento das Sociedades Anônimas – S/As. 
3ª FASE: Período Objetivo dos Atos de Comércio (séc. XVIII): 
- Queda do feudalismo em consequência das cruzadas; 
- Surgimento da burguesia, do liberalismo e a revolução industrial, fazendo ruir as corporações; 
- Surgimento do Código Napoleônico – 1807 (Código Comercial Francês) com as seguintes categorias: 
o Dicotomia (separação) dos direitos comercial e civil. 
o Adoção dos “atos de comércio” impondo o deslocamento da figura do COMERCIANTE para a dos ATOS DE 
COMÉRCIO > o direito comercial transformou-se em um ramo do direito aplicável a determinados atos, não a 
determinadas pessoas. A partir desse momento, a legislação comercial enumerava uma série de atos de 
comércio, tão imprescindíveis para o desenvolvimento do Estado que mereceram uma proteção especial. 
- O sujeito passou a se chamar de comerciante. 
Atos de comércio no Brasil: 
- Brasil Colônia > não havia direito comercial próprio; vigorava a “lei da razão” 
- Vinda de D. João VI > surgimento do 1º corpo legislativo em matéria comercial, em 1850, com o Código Comercial do 
Império; criação do Banco do Brasil. 
4ª FASE: O Direito Comercial como Direito de Empresa (Teoria da Empresa) 
- A proteção do direito comercial deixa de recair sobre os atos de comércio e passa a recair sobre a empresa. 
- Código Civil Italiano – 1942: 
o Unificação dos materiais de direito civil, comercial e trabalhista em um único corpo legislativo. 
o Passou a definir EMPRESÁRIO, tendo a EMPRESA como sinônimo de ATIVIDADE. 
- O Código Civil de 2003 unificou o tratamento legislativo (em um único código) passando a tratar das normas de 
direito de empresa, adotando expressamente a TEORIA DA EMPRESA, a exemplo do Código Civil Italiano, definindo: 
o EMPRESA: atividade econômica organizada para produção, serviço e comércio. 
o EMPRESÁRIO: art. 966/CC > é aquele que, sozinho, organiza a produção, ou circulação de bens ou comércio. 
Se for 2 ou mais pessoas que se juntam para montar uma empresa, são chamados de empreendedores. 
o SUAS OBRIGAÇÕES 
o FORMAS E MODOS DE CONSTITUIÇÃO 
- O sujeito do direito comercial passou a se chamar de empresário. 
Obs.: Para que tenha proteção do direito empresarial, é preciso ser empresário. 
Obs.: Ilimitação empresarial > o patrimônio do empresário não pode ser confundido com o patrimônio da empresa. 
HOJE: A relação com o direito compreende – Art. 966/CC. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou 
artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de 
empresa. 
o PRODUÇÃO 
o INTERPOSIÇÃO OU INTERMEDIAÇÃO DE CIRCULAÇÃO DE BENS 
o SERVIÇOS

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