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AULA 2 INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR AULA 2

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Definição 
Representações sociais da deficiência: professores, alunos, comunidade educacional. 
Legislação e inclusão: direitos humanos, direitos das pessoas com deficiência. 
Deficiências: características, aspectos inclusivos, acadêmico, deficiência e docência. 
Propósito 
Analisar e compreender o processo inclusivo, a partir do conhecimento sobre algumas 
deficiências, preconceitos e ações inclusivas. 
Objetivos 
Módulo 1 
Identificar as Representações Sociais que circulam nos ambientes educacionais, 
reproduzindo preconceitos e provocando evasões. 
Módulo 2 
Discutir a legislação da Educação Inclusiva Brasileira. 
Módulo 3 
Descrever as características das seguintes deficiências: Deficiência Intelectual, 
Deficiência Visual, Deficiências Múltiplas. 
Módulo 4 
Reconhecer as características e orientações sobre Deficiência Auditiva e Deficiências 
Físicas. 
 
Módulo 1 
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA 
(D)EFICIÊNCIA 
INTRODUÇÃO 
Estatísticas oficiais nos informam que o número de alunos com Necessidades 
Educacionais Especiais (NEE) no Ensino Superior é bastante reduzido, comparado aos 
alunos ditos “normais”. Você pode confirmar (ou não) esta informação, recordando-se de 
sua graduação ou de outro curso de pós-graduação. Na época em que realizava seu 
curso, quantos alunos com deficiência você encontrou em sua trajetória acadêmica? 
Parece ter-se tornado comum ouvir do docente dizer que não sabe como lidar com a 
pessoa com deficiência ou, melhor dizendo, isto nos faz acreditar que as pessoas com 
deficiência não chegam ao curso superior em consequência das representações sociais 
que circulam no ambiente escolar, imputando ao aluno com deficiência a sua menos valia 
e consequentemente, a sua desistência na continuidade dos estudos. 
Que representações são estas que auxiliam a perpetuar a condição de exclusão das 
pessoas com deficiência nos meios acadêmicos, a ponto de não as encontrarmos, ou 
encontrá-las em número tão deduzido no Ensino Superior? 
 
file:///G:/Drives%20compartilhados/YDS_PA/0605_Fabrica_Conteudo/_PUB/05_Concepcoes/player/curso/00059/img/imagem_de_card1.jpg
Nesta aula, abordaremos a Teoria das Representações Sociais que envolvem este tema, 
de forma a esclarecer possíveis motivos da diferença apontada pelas pesquisas, 
esclarecendo e fundamentando para um fazer docente propício à inclusão. 
A sociedade contemporânea apresenta um salto sensível com relação ao conceito de 
inclusão do deficiente, comparando com o processo desenvolvido durante séculos a 
respeito deste tema. 
1 
 
Ao longo de muito tempo, as pessoas diferentes eram banidas, exiladas, consideradas 
como loucas e até mesmo sacrificadas. Somente durante o século passado, (anos 40/50), 
políticas voltadas aos direitos das pessoas com Necessidades Educacionais Especiais 
(NNE) passaram a fazer parte das pautas oficiais das Políticas Públicas. 
 
 
2 
 
Na Antiguidade, as políticas de exclusão deram lugar a políticas de segregação. Em um 
processo moroso, que levava muitos séculos, os debates chegaram a movimentos de 
integração, chegando aos nossos dias, como Políticas de Inclusão. 
 
 
3 
 
Hoje, crianças deficientes já não são mais jogadas de penhasco ou abandonadas em 
florestas. Também não mais são segregadas em asilos ou ainda apenas medicadas, 
como se estas fossem doentes. 
 
 
4 
 
Entretanto, o preconceito permanece e parece agravar-se no ambiente educacional uma 
vez que as instituições, por sua vez, afirmam não saber “lidar” com pessoas diferentes em 
seu cotidiano. 
Ambiente educacional 
Na relação inclusão/exclusão, estão contidos inúmeros processos ambíguos que podem 
manifestar-se explícita, como também subjetivamente. Quando o docente afirma estar 
despreparado, subentende-se um possível comportamento de afastamento deste aluno, 
por desconhecimento das ações a serem tomadas, para que a inclusão se efetive. 
Uma conclusão imediata e inegável dessa situação é a de que o fracasso escolar 
existe, tem a força da exclusão de alunos e alunas do ambiente educacional e, muito 
provavelmente da sociedade, de maneira geral, e em particular dos alunos com 
deficiência. 
Parte-se da pressuposição de que as representações sociais da deficiência expressas 
pelos professores, por orientarem suas práticas educativas e seus comportamentos em 
sala de aula, possibilitariam explicar, ainda que parcialmente, os fenômenos da 
exclusão de pessoas com deficiência do mundo estudantil e particularmente no Ensino 
Superior, tornando visíveis alguns mecanismos condutores da exclusão social de jovens 
e adultos com deficiências. impedindo-os de alcançar oportunidades educativas como 
todos os cidadãos. 
 
Podemos constatar, através da história da pessoa com deficiência e a história da 
Educação Especial, que a sociedade ao longo de sua trajetória, construiu uma 
determinada cultura ultrajante em relação às pessoas com deficiência. A manutenção 
desta cultura parece ainda estar presente na sociedade em que vivemos. 
Isto porque, ao nascer a criança se insere em um mundo que já está dado e herda os 
valores pré-estabelecidos. Valores tais como normalidade e anormalidade – diferenças e 
igualdades – são naturalmente adquiridos. A sociedade, a partir de uma visão 
hegemônica que determina o belo e o feio, inculca desde muito cedo, principalmente 
através da mídia, o ideal de beleza e perfeição. 
Neste sentido, deixa de considerar a complexidade humana e não legitima o que foge aos 
padrões estabelecidos. Assim, as pessoas que se afastam da pseudonormalidade, 
tendem a ser excluídas do convívio social. 
Cabe-nos, então, reflexão, através do aprofundamento no conhecimento do tema e ações 
no sentido de transformar esta lógica excludente do nosso convívio social e acadêmico. 
Os dados publicados pelo Ministério da Educação e Cultura informam que em 2018, 
apenas 0,5% das pessoas com deficiência conseguiram chegar ao universo do Ensino 
Superior. (não encontramos dados de anos mais recentes). 
 
Os dados por si só já se justificam e é por este motivo que entendemos a importância de 
conhecermos o que pensam, sentem e expressam os professores do Ensino Superior 
sobre a inclusão da pessoa com deficiência, para refletidamente nos posicionar em 
relação a ações e pensamentos que deveremos ter, ao encontrarmos com uma pessoa 
com deficiência em nossa sala de aula. 
E, nesse contexto, talvez possamos pensar na Teoria das Representações Sociais como 
uma possível opção para o desvelamento de algumas questões importantes, imbricadas 
no fenômeno da exclusão escolar. 
 
Vamos, então, conhecer um pouco sobre esta teoria (Teoria das Representações 
Sociais), para entendermos a força do pensamento do senso comum, nas ideias e 
atitudes dos grupos. 
AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS 
Segundo Mazzotti (2011), é nas rotinas diárias, nos contatos com os amigos, grupos, no 
trabalho ou em casa que nos manifestamos sobre os diferentes eventos sociais que nos 
circundam, emitindo nossos julgamentos. 
É desse permanente movimento das comunicações que surge o que Moscovici 
convencionou chamar de “universos consensuais”: 
“que vão gerar as representações sociais, as quais, por sua vez, também serão 
comunicadas, passando de simples opiniões a verdadeiras teorias do senso comum.” 
(MAZZOTTI, 2011) 
Assim, são sociais as representações porque nos comunicamos, estamos partilhando 
nosso mundo com os outros. Logo, as representações sociais: 
file:///G:/Drives%20compartilhados/YDS_PA/0605_Fabrica_Conteudo/_PUB/05_Concepcoes/player/curso/00059/img/imagem_de_card18.jpg
“nos guiam no modo de nomear e definir conjuntamente os diferentes aspectos da 
realidade diária, no modo de interpretar esses aspectos, tomar decisões e, 
eventualmente, posicionarmo-nos frente a eles de forma defensiva.” 
(JODELET, 2011) 
É nesse sentido que entendemos que as representações têm origem a partir dos 
discursos, isto é, das comunicações que os grupos estabelecem entre si, tornando-se 
mensagens cristalizadas e quepassam a orientar o comportamento e a atitude dos 
grupos. Essas representações, portanto, funcionam como recortes do mundo real e 
passam a ter o peso da verdade. 
Comunicações que os grupos estabelecem entre si 
Então, se quisermos reconhecer as representações sociais de determinado grupo, ou a 
“realidade” desses grupos, precisamos nos deter em uma análise cuidadosa sobre o 
que falam, de quem falam e como falam. Ou melhor dizendo, estarmos atentos às 
comunicações que circulam, pois “as representações sociais são assim, o suporte dos 
atos comunicativos” (VALLA, 2015). 
 
A noção de representação social foi inicialmente pensada pelo psicólogo francês Serge 
Moscovici em 1961 em um estudo sobre a Representação Social da Psicanálise, 
retomando o conceito de representações sociais proposto por Durkheim. Com este 
trabalho,Segundo Valla (2015), Moscovici inicia uma interminável busca pela 
compreensão de questões como: Por que e quando se elabora uma representação 
social? Como constrói, o homem, a realidade? 
As reflexões sobre estas questões propõe conceituar as representações sociais como: 
Um conjunto de conceitos, proposições e explicações criado na vida cotidiana no decurso 
da comunicação interindividual. São o equivalente, na nossa sociedade, aos mitos e 
sistemas de crenças das sociedades tradicionais, pode ainda ser visto como a versão 
contemporânea do senso comum. 
(MOSCOVICI, 2015) 
Segundo Spink (2015), as representações sociais aproximam-se das correntes que 
estudam o senso comum, por tratar-se de um estudo que contempla o conhecimento 
prático, porém, nem por isso mesmo menos legítimo, dada sua importância a vida social e 
os esclarecimentos que oportunizam. 
Aprofundando-se nos estudos realizados por Moscovici, Jodelet (2015), uma de suas 
principais colaboradoras, procura estabelecer melhor o conceito e os processos 
formadores das representações sociais. Segundo ela, as representações sociais são 
modalidades de conhecimento elaboradas pelo conjunto de indivíduos, cujo principal 
objetivo é a construção de uma realidade (re)conhecida e, de certa forma, aceita por 
todos. 
Segundo a mesma autora, o fenômeno das representações sociais se apresenta de 
múltiplas e variadas formas. Por exemplo, poderá apresentar-se através de imagens 
que condensam um conjunto de significações; através de referências que permitam 
interpretar o que acontece, e mesmo dar um sentido ao inesperado; ou ainda, podem se 
apresentar como categorias que servem para classificar as circunstâncias, os 
fenômenos, os indivíduos com os quais se tem negócios; ou ainda, sob todas essas 
formas em conjunto. 
 
Podemos entender, que de maneira geral, os argumentos apresentados nos levam a 
considerar as representações sociais de um dado grupo como um conjunto de símbolos e 
significados que entram em “jogo” nas relações cotidianas. 
Essas reflexões esboçam e propõem uma atitude, uma maneira de defrontar com um 
conjunto de problemas que envolve a educação. Talvez, o estudo das representações 
sociais possa contribuir, de forma ampla, para a compreensão deste fenômeno que vem 
se apresentando há tanto tempo como insuperável. 
De modo mais específico, a descrição, a análise e explicações das múltiplas dimensões, 
formas, processos e funcionamento das representações sociais da deficiência produzidas 
no contexto acadêmico pelos professores poderão ajudar a entender as diferentes 
significações, que são por eles atribuídas às experiências cotidianas nos meios 
educacionais. 
De acordo com Alves (2015) em sua tese de doutorado: 
“Especificamente com relação aos estudos que vêm sendo desenvolvidos sobre RS de 
inclusão de Pessoas com Deficiência, este têm-se concentrado, em sua maioria, no 
segmento da Educação Fundamental e são raros os que consideram a Educação 
Superior, o que ocorre, possivelmente, em razão de ser ainda inexpressiva a inserção de 
estudantes com deficiência nesse nível de ensino em nosso País.” 
Assim, em uma investigação científica, constante de sua tese de doutorado, Alves (2015) 
apresenta um quadro de análise das falas do cotidiano educacional de professores do 
Ensino Superior, que abaixo reproduziremos, para alargar a compreensão da análise de 
uma pesquisa em representações sociais. 
Classe Fala das professoras entrevistadas 
Participativos Professora 2: De uma forma geral, são participativos. Todas são 
mulheres, nunca quiseram ficar além do horário, ou mesmo vir 
outro dia para que eu esclarecesse dúvidas. Não sei se por 
vergonha, ou horário apertado, ou se realmente não querem. Em 
sala participam, se relacionam bem com os colegas. 
Atenção 
diferenciada 
Professora 4: No caso dos alunos surdos que tive, dei atenção 
diferenciada para estimulá-los a permanecer estudando e 
acreditando nas suas potencialidades. Um deles passou na 
Universidade Federal enquanto fazia faculdade particular. Indiquei 
fonoaudiólogo e psicólogo para um acompanhamento específico 
que sentiu efeito. E a aluna que tenho atualmente, procurei dar 
algumas orientações de como se organizar para estudar na 
medida em que as notas estavam sempre baixas, entre 1,5 e 2,0 
e também procurei estimulá-las a fazer perguntas durante a aula, 
sempre que necessário, mas, isto raramente aconteceu. 
Colegas sem 
deficiência tentam 
integrá-los 
Professora 3: A participação - nas atividades é bastante ativa, 
existe um cuidado por parte dos colegas para fazê-la se sentir 
parte do grupo. A presença do intérprete é fundamental. Existe 
um processo de invisibilidade, lamentavelmente, por parte de 
alguns colegas professores. 
Presença de 
intérprete, 
Processo de 
invisibilidade 
Professora 5: A participação, nas atividades, é bastante ativa, 
existe um cuidado por parte dos colegas para fazê-la se sentir 
parte do grupo. A presença do intérprete é fundamental. Existe 
um processo de invisibilidade, lamentavelmente, por parte de 
alguns colegas professores. 
Situação de conflito Professora 1: No meu caso, mesmo trabalhando com o 
segmento das pessoas com deficiência há algum tempo, ainda 
me vejo em situações de conflito quando preciso adaptar uma 
avaliação, ou diferenciar a correção das questões dissertativas, 
no caso específico da aluna surda. Penso que mesmo com a 
limitação auditiva ela vai ser professora, alfabetizadora e precisa 
dominar a Língua Portuguesa na modalidade escrita. Mas, se não 
teve oportunidade de aprender enquanto cursou a Educação 
Básica e nem agora na Educação Superior, como ela poderá ter 
proficiência em uma Língua que não conhece. 
Quadro 28 | Positividade, as dificuldades e barreiras a serem enfrentadas pelas 
Pessoas com Deficiência. 
Segundo as análises do quadro propostas por Oliveira (2016), o discurso da professora 
entrevistada, com relação à participação, parece estar claro que pouco adianta o acesso 
ao meio universitário, se essas pessoas não conseguem se sentir à vontade a ponto de 
participar. Não podemos esquecer do longo tempo de exclusão a que essas pessoas 
foram submetidas ao longo do tempo. Logo, este desafio cabe a cada um dos docentes, 
promover de alguma forma, a participação de todos em seus momentos de aula. 
Entendemos que a necessidade de intérprete em sala de aula é de fundamental 
importância e esta parte da ação, faz parte da estrutura da universidade com esta 
preocupação. 
O que não nos chama atenção é o fato da professora se referir aos “processos de 
invisibilidade”, dos alunos com deficiência. Parece-nos que torná-los invisíveis, nos faz 
sentir como se não precisássemos agir e compreender a importância de nos colocar no 
lugar do outro. É melhor ignorar. Dá trabalho refletir e tomar uma atitude a favor da 
inclusão. 
 
 Recomendação 
Bem, este é apenas um recorte do 
importante trabalho que foi apresentado na 
tese de doutorado de Denise de Oliveira 
Alves. Caso você tenha interesse em 
conhecer toda a pesquisa, procure no seu 
navegador: ALVES, Denise de Oliveira. 
Inclusão de pessoas com deficiência na 
educação superior:representações sociais 
que produzem sentidos e (re)desenham 
cenários. 
 
O estudo que apresentamos, sobre as RS acerca da deficiência nos ambientes 
acadêmicos universitários apresentaram algumas diferenças o que pode ser observado 
nas falas dos professores registradas no quadro. 
Contudo eis uma reflexão que se faz necessária: sabemos da responsabilidade do 
docente para além da simples “formação” do aluno. Nesta responsabilidade insere-se a 
autonomia, o despertar do interesse pela pesquisa para dar significado ao mundo e a si 
mesmo. 
Não é compreensivo que o professor se refira à participação como algo menos 
importante. A consciência educativa exige do docente o questionamento constante sobre 
qual o significado de sua prática pedagógica e para qual tipo de sociedade servirá suas 
ações pedagógicas. 
Agora, um recado especial para você: analisando as representações sociais que 
compartilha sobre a deficiência, entenderá melhor suas práticas pedagógicas e talvez, 
possa chegar à conclusão de que a inclusão não poderá estar apartada de seus 
ensinamentos, é o que esperamos. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Neste módulo, você entrou em contato com a Teoria das Representações Sociais como a 
teoria do senso-comum. Isto, é, sobre a comunicação que circula nos grupos e muito 
especialmente em nosso estudo, sobre as representações sociais da deficiência junto aos 
professores do Ensino Superior. 
As pesquisas, nesta área, ainda são reduzidas, talvez pelo pequeno número de alunos 
que conseguem chegar ao Ensino Superior, mas não menos importante. 
Mas, a partir de uma pesquisa científica, você pode ter contato com um recorte bastante 
necessário para a compreensão das representações que circulam no meio acadêmico, 
ainda que seja uma abordagem inicial, para você. 
 Atenção 
Sabemos com precisão que muitas das 
ações necessárias a uma prática 
efetivamente inclusiva dependem de 
ações políticas. Entretanto, no seu espaço 
político que é a sala de aula, cabe ao 
professor potencializar ações para que a 
inclusão seja efetivada. 
 
 
Vídeo 
Acesse o material digital para assistir ao vídeo. 
Verificando o aprendizado 
1. Sobre a teoria das representações sociais, do psicólogo social Serge Moscovici, 
considere: 
I. A teoria das representações sociais estuda o conhecimento do senso comum 
(consensual) com o propósito de descrever, explicar e interpretar os fenômenos sociais 
que ocorrem na vida cotidiana. 
II. A teoria das representações sociais tem sido utilizada nas pesquisas interessadas em 
compreender como se dá a construção do conhecimento científico (reificado). 
III. É correto afirmar que a teoria das representações sociais se refere a descrição de 
abordagens especificamente quantitativas sobre o que se fala, sem necessidade de 
interpretação. 
IV – O objeto de estudos das representações sociais é a imagem, a comunicação, o 
diálogo e as histórias de vida dos sujeitos levantadas a partir de entrevistas pessoais, 
classificadas e apresentada por categorias. 
Está correto afirmar que: 
a) A resposta correta é II. 
b) A resposta correta é I. 
c) A resposta correta é I e II. 
d) A resposta correta é I, II e II. 
2. Somente durante o século passado (anos 40/50), políticas voltadas aos direitos das 
pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (NNE) passaram a fazer parte 
das pautas oficiais das Políticas Públicas. 
Acerca do tratamento dispensado às pessoas com deficiência, podemos afirmar que: 
a) Na Antiguidade, políticas de exclusão deram origem às políticas de segregação. 
b) Na Antiguidade, políticas de segregação deram origem a políticas de exclusão. 
c) Na atualidade, as políticas públicas referem-se à institucionalização. 
d) Na atualidade, políticas públicas para pessoas com deficiência referem-se à 
integração. 
e) Na Antiguidade, assim como na atualidade, as políticas referem-se à inclusão. 
3. Hoje, crianças deficientes já não são mais jogadas de penhasco ou abandonadas 
em florestas. Também não mais são segregadas em asilos ou ainda apenas 
medicadas, como se estas fossem doentes. 
Analise os parágrafos que seguem, para assinalar o pensamento correto em relação às 
pessoas com deficiência. 
a) As pessoas com deficiência encontram, nas escolas, tratamentos adequados às 
suas deficiências e recebem a terminalidade de seus estudos. 
b) Jovens e adultos estão chegando cada vez mais ao mundo universitário. As 
estatísticas demonstram que este avanço vem acontecendo de forma satisfatória. 
c) Os alunos com deficiência estão incluídos nos sistemas de ensino, porém não 
conseguem avançar em seus estudos e alcançar a universidade. 
d) Os professores estão capacitados para receberem os alunos com deficiência, 
porém a estrutura acadêmica não se preocupou com esta população. 
e) As universidades, de maneira geral, estão preparadas para receber os alunos com 
deficiência, porém não há professor especializado para este atendimento. 
Módulo 2 
LEGILAÇÃO SOBRE A INCLUSÃO 
INTRODUÇÃO 
Você sabia que temos um número inestimável de brasileiros com algum tipo de 
deficiência? 
Segundo dados do IBGE, cerca de 47 milhões de brasileiros fazem parte de uma 
estatística de pessoas com deficiência. Deste total, 16 milhões são crianças, que estão 
ou estarão nos bancos escolares e futuramente, quiçá, estarão nos ambientes 
universitários. 
 
Pessoas com deficiência 
Considerando o aumento desta população não só no Brasil, países de todo o mundo 
passaram a preocupar-se com a Educação Inclusiva, modificando e aprimorando suas 
práticas para atender pessoas com deficiência, tão maltratadas, vilipendiadas, durante 
tantos séculos. 
 
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, realizada pela Organização 
das Nações Unidas (ONU), em 2006, foi a principal inspiradoras das mudanças em nosso 
País. 
Assim, o Ministério da Educação (MEC), impulsionado por esta grande Convenção, 
lançou a Política Nacional de Educação na Perspectiva da Educação Inclusiva no ano de 
2008. 
Esta Política Brasileira teve como objetivo criar diretrizes de políticas e práticas didáticas 
destinadas a uma nova forma para o fazer pedagógico destinado à inclusão escolar. 
 
Neste módulo, trataremos sobre a Legislação voltada para a inclusão das pessoas com 
deficiência. 
Afinal, você professor, deverá ser um dos principais conhecedores destes direitos para 
poder auxiliar seus alunos, também sobre suas garantias constitucionais. 
É certo que estas informações não serão pedagógicas, mas informações para que um 
líder, como você é, possa esclarecer seus liderados a respeito de suas possibilidades. 
Então, vamos lá, conversar sobre a Legislação da Educação Inclusiva. 
 
file:///G:/Drives%20compartilhados/YDS_PA/0605_Fabrica_Conteudo/_PUB/05_Concepcoes/player/curso/00059/img/imagem_de_card19.png
1 
 
A preocupação com a inclusão de pessoas com deficiência no cenário educacional teve 
início, como já nos referimos, inspirada nos movimentos mundiais sobre o tema. No 
Brasil, especificamente, esta preocupação se voltava para a Educação Básica. Aos 
poucos foram estendendo-se ao Ensino Fundamental. A prova disto é que os professores 
do Ensino Fundamental, em particular no segmento de 1º ao 5º ano, parecem estar mais 
preparados ou mesmo sensibilizados com relação a necessidade de incluir seus alunos 
com deficiência. 
 
 
2 
 
Já no Ensino Médio, as falas da “não preparação” avolumam-se, aliando ao fato de que 
pouquíssimos alunos conseguem alcançar este segmento da educação. 
 
 
3 
 
Em contrapartida, difícil encontrar uma sala de aula nas séries iniciais do Ensino 
Fundamental que não tenha um ou mais alunos com deficiência e consequentemente, no 
Ensino Superior, tornam-se raros os casos de deficiência. 
Preocupante estes dados, não é mesmo? A entrada na faculdade costuma ser o sonho de 
tantos jovens e por que os jovens com deficiência não participam desse objetivo? Esta é 
uma pergunta para você se fazer e somente assim, refletidamente, auxiliarna 
transformação deste quadro. 
Veja bem: como estimular a participação de pessoas com deficiência no mercado de 
trabalho se uma das principais exigências é o certificado do 3º Grau e esta população 
não se encontra no universo acadêmico. 
 
Algumas providências importantes vêm sendo tomadas pelos governos brasileiros, no 
sentido de ampliar o acesso e permanência dessas pessoas no meio universitário, tais 
como sistema de cotas, exigências no cadastramento de cursos universitários como 
facilidade de acesso, recursos tecnológicos, entre outros. 
Providências 
Estas providências merecem nosso respeito, porém não são suficientes para que a 
inclusão no ambiente acadêmico seja uma realidade. Este estudante com deficiência 
necessita ter acesso aos recursos próprios para que possa desenvolver-se com 
autonomia, sem necessita da ajuda constante de outros colegas. O percurso acadêmico 
destes alunos deverá ser pleno de oportunidades de crescimento integral de 
conhecimentos, para que possa inserir-se no mercado de trabalho em condições 
produtivas das demais pessoas. 
 
A partir destas considerações, podermos entender que o “sistema de cotas” oferecido 
pelo governo também não poderá ser um ato confirmativo do fracasso da Educação 
Básica para estas pessoas e todas aquelas que podem usufruir delas? 
No ano de 2015, no dia 06 de julho foi instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa 
com Deficiência – ESTATATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. Segundo o Estatuto 
em seu Art.1º: 
É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa 
com Deficiência), destinada a assegura e a promover em condições de igualdade, o 
exercício dos direitos e das liberardes fundamentais por pessoa com deficiência, visando 
à sua inclusão social e cidadania. 
 
 Recomendação 
Caso você tenha interesse em conhecer o 
Estatuto da Pessoa com Deficiência, veja 
sua publicação de domínio público, 
realizando no navegador busca pelo título: 
LBI – Lei Brasileira de Inclusão – Lei 
no.13.146 de 06b de julho de 2015. 
 
É importante destacar que esta Lei determina em seu Art. 27, constante no mesmo 
Estatuto, que a pessoa com deficiência terá direito à educação em todos os níveis de 
ensino brasileiro, considerando suportes e acessos necessários, durante toda sua vida, o 
que implica em entendermos que o Ensino Superior está explicitamente relacionado à 
esta determinação. 
Determinação 
Esta determinação acrescenta, ainda, que os itens necessários a este processo de 
inclusão deverão constar em no Projeto Institucional da instituição e que este deverá 
estar disponível a toda comunidade acadêmica. 
 
Precisamos levar em conta o que Machado (2008) pontua, ao lembrar que a inclusão dos 
alunos somente ocorrerá a partir de uma consciência acolhedora e que esta atitude é até 
mais importante do que a acessibilidade arquitetônica. 
Machado 
Segundo esta autora, a transformação da prática docente na compreensão das 
necessidades especiais através de atitudes sociais inclusivas constitui-se ações 
prioritárias para o crescimento pedagógico destes alunos. Logo, entende-se a necessita 
das adaptações na estrutura física, assim como na cultura do espaço como um todo 
para que o aluno com deficiência possa beneficiar-se das oportunidades cognitivas 
oferecidas pela instituição para o crescimento do indivíduo, tanto como cidadão quanto 
como profissional apto a atuar no mercado. De maneira geral, são apontadas as 
barreiras arquitetônicas e metodológicas, como promotoras do impedimento da 
permanência destes alunos na Universidade. É correto afirmar que estas barreiras se 
constituem como motivos impeditivos, mas não podemos esquecer que a equipe 
pedagógica, incluindo professores, tutores e os próprios companheiros de turma serão 
de grande importância no processo de inclusão, uma vez que poderão atuar como 
mediadores para que estas pessoas se sintam acolhidas e incluídas, felizes e tenham 
estímulos para continuar seu desenvolvimento cognitivo. 
 
Os estudantes com deficiência queixam-se de que os professores desconhecem as 
necessidades especiais deles e não trocam informações a respeito daqueles alunos, 
dificultando a continuidade do trabalho pedagógico. MAZZONI; TORRES; ANDRADE 
(2000 apud OMOTE, 2016). 
Por este motivo, você terá no próximo módulo, um resumo das principais deficiências 
que poderão ser encontradas em sua sala de aula e poderá aprimorar a pesquisa para 
um melhor e mais profundo conhecimento. 
 
Para melhor compreensão e pesquisa, apresentamos a seguir um resumo das principais 
Leis da inclusão, segundo Marta Gil (2017): 
ANO LEI/PORTARIA/RESOLUÇÃO Art/Lei DETERMINAÇÃO 
1988 Constituição Federal Brasileira 205 Educação direito de todos. 
Desenvolvimento integral da 
pessoa para o exercício da 
cidadania e qualificação para o 
trabalho. Igualdade de condições 
de acesso e permanência na escola 
como um princípio. Oferecimento 
do Atendimento Educacional 
Especializado (AEE) 
preferencialmente em escolas 
regulares. 
1994 Portara MEC 1.793 Inclusão de conteúdos relativos aos 
aspectos éticos, políticos e 
educacionais da normalização e 
integração da pessoa portadora de 
necessidades especiais nos 
currículos de formação de 
docentes. 
1996 LDB Lei 
93/94/96 
Atendimento aos educandos com 
necessidades especiais, critérios de 
caracterização das instituições 
privadas sem fins lucrativos, 
especializadas e com atuação 
exclusiva em educação especial 
para fins de apoio técnico e 
financeiro pelo poder público 
1999 3.298 16 A educação especial é definida 
como uma modalidade transversal 
a todos os níveis e modalidades de 
ensino. 
22001 CNE/CEB nº 2 
CNE/CP nº 9 
 
Os sistemas de ensino devem 
matricular todos os alunos, 
cabendo às escolas organizarem-
se para o atendimento aos 
educandos com necessidades 
educacionais especiais, 
assegurando as condições 
necessárias para uma educação de 
qualidade para todos. 
2001 CNE/CEB nº 17 
 
No item 4, afirma que a inclusão na 
rede regular de ensino não consiste 
apenas na permanência física 
desses alunos junto aos demais 
educandos, mas representa a 
ousadia de rever concepções e 
paradigmas, bem como de 
desenvolver o potencial dessas 
pessoas. 
2002 
 
Lei 
10436 
Reconhece a língua de sinais como 
meio legal de comunicação e 
expressão, bem como outros 
recursos de expressão a ela 
associados. Portaria MEC nº 2.678: 
aprova o projeto da grafia braille 
para a língua portuguesa, 
recomenda seu uso em todo o 
território nacional e estabelece 
diretrizes e normas para a 
utilização, o ensino, a produção e a 
difusão do Sistema Braille em todas 
as modalidades de ensino. 
2003 
 
3.284 Dispõe sobre os requisitos de 
acessibilidade de pessoas 
portadoras de deficiência, para 
instruir os processos de autorização 
e de reconhecimento de cursos e 
de credenciamento de instituições. 
2005 
 
Programa de acessibilidade no 
Ensino Superior (Programa 
incluir): propõe ações que 
garantem o acesso pleno de 
pessoas com deficiência às 
instituições federais de Ensino 
Superior (ifes). O programa tem 
como principal objetivo fomentar a 
criação e a consolidação de 
núcleos de acessibilidade nessas 
unidades, os quais respondem pela 
organização de ações institucionais 
que garantam a integração de 
pessoas com deficiência à vida 
acadêmica, eliminando barreiras 
comportamentais, pedagógicas, 
arquitetônicas e de comunicação. 
2007 
 
Plano de Desenvolvimento da 
Educação (PDE): recomenda a 
acessibilidade arquitetônica dos 
prédios escolares, a implantação de 
salas de recursos multifuncionais e 
a formação docente para o 
atendimento educacional 
especializado (AEE). 
 
Decreto nº 6.094 Site externo: 
implementa o Plano de Metas 
Compromisso Todos pela 
Educação, que destaca a garantia 
do acesso e permanência no 
ensino regular e o atendimento às 
necessidades educacionais 
especiais dos alunos para fortalecer 
a inclusão educacional nas escolas 
públicas. 
2009 
 
Decreto executivonº 6.949: 
promulga a Convenção sobre os 
direitos das pessoas com 
deficiência e seu protocolo 
facultativo. 
 
Resolução MEC CNE/CEB nº 4: 
institui as diretrizes operacionais 
para o atendimento educacional 
especializado na educação básica, 
modalidade educação especial. 
Afirma que o AEE deve ser 
oferecido no turno inverso da 
escolarização, prioritariamente nas 
salas de recursos multifuncionais 
da própria escola ou em outra 
escola de ensino regular. 
2011 
 
Plano nacional dos direitos da 
pessoa com deficiência (Plano 
viver sem limite) no art. 3º, 
estabelece a garantia de um 
sistema educacional inclusivo como 
uma das diretrizes. Ele se baseia 
na Convenção sobre os direitos das 
pessoas com deficiência, que 
recomenda a equiparação de 
oportunidades. O plano tem quatro 
eixos: educação, inclusão social, 
acessibilidade e atenção à saúde. 
O eixo educacional prevê: 
• Implantação de salas de 
recursos multifuncionais, 
espaços nos quais é 
realizado o AEE; 
• Programa escola acessível, 
que destina recursos 
financeiros para promover 
acessibilidade arquitetônica 
nos prédios escolares e 
compra de materiais e 
equipamentos de tecnologia 
assistiva; 
• Programa caminho da 
escola, que oferta transporte 
escolar acessível; 
• Programa nacional de 
acesso ao ensino técnico e 
emprego (Pronatec), que 
tem como objetivo expandir 
e democratizar a educação 
profissional e tecnológica no 
país; 
• Programa de acessibilidade 
no Ensino Superior (Incluir); 
• Educação bilíngue – 
Formação de professores e 
tradutores-intérpretes em 
Língua Brasileira de Sinais 
(Libras); 
• BPC na escola. 
Decreto nº 7.611 : declara que é 
dever do Estado garantir um 
sistema educacional inclusivo em 
todos os níveis e em igualdade de 
oportunidades para alunos com 
deficiência; aprendizado ao longo 
da vida; oferta de apoio necessário, 
no âmbito do sistema educacional 
geral, com vistas a facilitar sua 
efetiva educação, entre outras 
diretrizes. 
Nota Técnica MEC/SEESP/GAB 
nº 06: dispõe sobre avaliação de 
estudante com deficiência 
intelectual. Estabelece que cabe ao 
professor do atendimento 
educacional especializado a 
identificação das especificidades 
educacionais de cada estudante de 
forma articulada com a sala de aula 
comum. Por meio de avaliação 
pedagógica processual, esse 
profissional deverá definir, avaliar e 
organizar as estratégias 
pedagógicas que contribuam com o 
desenvolvimento educacional do 
estudante, que se dará junto com 
os demais na sala de aula. É, 
portanto, importantíssima a 
interlocução entre os professores 
do AEE e da sala de aula regular. 
2012 7.750 
 
Programa um computador por 
aluno (PROUCA) e o regime 
especial de incentivo a 
computadores para uso 
educacional (REICOM). Estabelece 
que o objetivo é promover a 
inclusão digital nas escolas das 
redes públicas de ensino federal, 
estadual, distrital, municipal e nas 
escolas sem fins lucrativos de 
atendimento a pessoas com 
deficiência, mediante a aquisição e 
a utilização de soluções de 
informática. 
2013 CNE/CEB nº 2 
 
Aplicação de “terminalidade 
específica” nos cursos técnicos 
integrados ao ensino médio: “O 
IFES entende que a ‘terminalidade 
específica’, além de se constituir 
como um importante recurso de 
flexibilização curricular, possibilita à 
escola o registro e o 
reconhecimento de trajetórias 
escolares que ocorrem de forma 
específica e diferenciada”. 
2015 Lei nº 13.146 
 
O capítulo IV aborda o direito à 
educação, com base na Convenção 
sobre os direitos das pessoas com 
deficiência, que deve ser inclusiva e 
de qualidade em todos os níveis de 
ensino; garantir condições de 
acesso, permanência, participação 
e aprendizagem, por meio da oferta 
de serviços e recursos de 
acessibilidade que eliminem as 
barreiras. O AEE também está 
contemplado, entre outras medidas. 
2016 Lei nº 13.409 
 
Dispõe sobre a reserva de vagas 
para pessoas com deficiência nos 
cursos técnico de nível médio e 
superior das instituições federais de 
ensino. As pessoas com deficiência 
serão incluídas no programa de 
cotas de instituições federais de 
educação superior, que já 
contempla estudantes vindos de 
escolas públicas, de baixa renda, 
negros, pardos e indígenas. O 
cálculo da cota será baseado na 
proporcionalidade em relação à 
população, segundo o censo 2010 
do Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE). 
Legislação Federal Brasileira 
 
ANO TÍTULO REFERÊNCIAS 
1990 Declaração de 
Jomtien 
(Tailândia) 
Destacou os altos índices de crianças e jovens sem 
escolarização e propôs transformações nos sistemas de 
ensino, visando assegurar a inclusão e a permanência de 
todos na escola. 
1994 Declaração de 
Salamanca 
(Espanha) 
“(…) o nosso compromisso para com a Educação para 
Todos, reconhecendo a necessidade e urgência do 
providenciamento de educação para as crianças, jovens e 
adultos com necessidades educacionais especiais dentro 
do sistema regular de ensino”. 
1999 Convenção da 
Guatemala 
Trouxe o princípio da não discriminação, que recomenda 
“tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais”. 
Ou seja, é preciso garantir direitos iguais de participação, 
de aprendizagem, de trabalho, entre outros. Nesse sentido, 
se for necessário oferecer recursos, metodologias ou 
tratamento diferenciado visando proporcionar condições 
adequadas, a indicação é que sejam mobilizados todos os 
investimentos que assegurem a equiparação de 
oportunidades. Esta não é uma ação discriminatória; ao 
contrário, ela visa promover o acesso, fazendo um 
movimento de inclusão fundamentado no princípio da 
diversidade, para o qual a diferença é uma realidade, não 
um problema. A Convenção vigora no Brasil desde 
setembro de 2001, quando foi aprovada pelo Senado com 
o Decreto legislativo nº 198 Site externo. 
2006 Convenção sobre 
os direitos das 
pessoas com 
deficiência 
Assegura que pessoas com deficiência desfrutem os 
mesmos direitos humanos de qualquer outra pessoa: elas 
são capazes de viver suas vidas como cidadãos plenos, 
que podem dar contribuições valiosas à sociedade, se 
tiverem as mesmas oportunidades que os outros têm. O 
artigo 24, que aborda a educação, é claro: “Para efetivar 
esse direito sem discriminação e com base na igualdade 
de oportunidades, os Estados Partes assegurarão sistema 
educacional inclusivo em todos os níveis. 
2013 Relatório situação 
mundial da 
infância 
Realizado pelo Unicef (2013), o documento traz 
informações qualitativas e quantitativas sobre a inclusão de 
crianças e adolescentes na educação, inclusive no Brasil. 
Referências internacionais 
Agora, conheceremos os objetivos do desenvolvimento sustentável. 
Segundo o site da Wikipédia: ONU significa: “Organização das Nações Unidas (ONU), 
ou simplesmente Nações Unidas. 
Assim, em janeiro de 2012, a ONU organizou a Conferência das Nações Unidas sobre o 
desenvolvimento sustentável, realizada no Rio de Janeiro. Esta Conferência discutiu e 
determinou os objetivos para o enfrentamento dos desafios impeditivos do 
desenvolvimento dos seres humanos em nosso País. 
Vale lembrar que esta equipe, intitulada UNCT (sigla inglesa), encontra-se presente em 
vários países, com a nobre função de auxiliar na superação das fragilidades apresentas 
nas áreas ambientais, econômicas e políticas. 
No Brasil, a equipe traçou 17 objetivos e 169 metas em diferentes áreas que 
apresentam carências específicas e entre elas encontra-se a educação inclusiva, com o 
propósito de desenvolver aprendizagem qualitativa ao longo da vida para todos. 
 
Apresentaremos, a seguir, a metas relacionada e as expectativas de efetivação: 
4 - “Educação de qualidade: “Assegurar a educação inclusiva, e equitativa e de 
qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”. 
 
Meta 4.1 
“Até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino primário e 
secundário livre, equitativo e de qualidade, que conduza a resultados de aprendizagem 
relevantese eficazes.” 
 
Meta 4.5 
“Até 2030, eliminar as disparidades de gênero na educação e garantir a igualdade de 
acesso a todos os níveis de educação e formação profissional para os mais vulneráveis, 
incluindo as pessoas com deficiência, povos indígenas e as crianças em situação de 
vulnerabilidade.” 
 
Meta 4.7 
“Construir e melhorar instalações físicas para educação, apropriadas para crianças e 
sensíveis às deficiências e ao gênero e que proporcionem ambientes de aprendizagem 
seguros, não violentos, inclusivos e eficazes para todos.” 
Percebemos assim, que a preocupação com a inclusão escolar, felizmente, alcança o 
mundo inteiro e a partir a leitura e compreensão do resumo apresentado, entendemos que 
todos os cidadãos brasileiros possuem o direito à Educação para que se desenvolvam de 
forma saudável, exercendo a plena cidadania e aptos à inserção mercadológica. 
Assim consequentemente, o Ensino Superior que é o nível educacional sequencial à 
Educação Básica seguirá a mesma determinação declarada no Art. 205 da Constituição 
Federal Brasileira, tornando a pessoa com deficiência qualificada para colaborar com o 
desenvolvimento de nossa sociedade. 
Desenvolvimento de nossa sociedade 
Desta forma, a pessoa com deficiência deverá ser compreendida como um ser humano 
com as características da diversidade humana, o que é uma condição de todos, afinal 
somos todos diferentes. 
 
Logo, o conceito de escola inclusiva que queremos que seja uma bandeira, também dos 
docentes do Ensino Superior, é aquela que acolhe alunos com e sem deficiências em 
sala, oferecendo as condições necessárias (humanas e estruturais), beneficiando a todos 
e proporcionando o desenvolvimento cognitivo que favoreça as aprendizagens 
necessárias. 
Vale acrescentar, que os estabelecimentos do Ensino Superior precisam estar preparados 
para o recebimento de pessoas, todas diferentes, mantendo-as e estimulando sua 
autonomia. 
Ensino Superior 
Entendendo que todas as etapas de ensino, de acordo com compromisso brasileiro 
firmado com a Convenção Internacional do Direito das Pessoas com Deficiência, 
necessitam observar, rigorosamente, os preceitos da inclusão, o Ensino Superior 
deverá obedecer às exigências legais no que se refere às adaptações do patrimônio 
institucional, assim como a infraestrutura de acesso e recursos, além da preparação do 
seu corpo docente e administrativo, para a compreensão, acolhimento e respeito às 
pessoas com deficiência que transitarem em seus espaços. 
 
Percebemos a partir da análise da Legislação Vigente sobre os direitos das pessoas com 
deficiência que houve avanços consideráveis relacionados ao tema. Entretanto, muito 
ainda há que se fazer. A legislação não alcança o comportamento humano, melhor 
dizendo, se não houver a conscientização e sensibilidades suficiente para a 
implementação efetiva do processo de inclusão, apenas a legislação não conseguirá 
atingir o objetivo. É necessário um comprometimento coletivo com as causas dos direitos 
humanos das pessoas com deficiência. 
E como já afirmamos anteriormente, você professor/professora, deverá ser um agente 
propagador destas ações. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
• Você passeou comigo e tomou conhecimento do Estatuto da Pessoa com 
Deficiência: LBI – Lei Brasileira de Inclusão – Lei no.13.146 de 06b de julho de 
2015. E pôde inteirar-se da Legislação Brasileira da Inclusão, através dos tempos. 
• Reforçamos, também, a apresentação de referência sobre os documentos 
estrangeiros que se constituíram como motivadores de mudanças na Legislação 
Brasileira em favor da pessoa com deficiência: Declaração de Jomtien (Tailândia), 
Declaração de Salamanca (Espanha) , Convenção da Guatemala, Convenção 
sobre os direitos das pessoas com deficiência; Relatório situação mundial da 
infância. 
• Entrou em contato com as orientações referentes aos direitos das pessoas com 
deficiência, constantes da relação dos “Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 
do Terceiro Setor”. 
• Vimos que todos os níveis da Educação Brasileira necessitam estar preparados de 
forma estrutural, considerando recursos e acessos, além da preparação de seu 
corpo administrativo e docente para o recebimento de pessoas com deficiência. 
• Destacamos a importância das determinações da Legislação Brasileira do direito à 
Educação das pessoas com deficiência em todos os níveis da Educação Brasileira, 
isto é, Educação Básica, passando pelo Ensino Médio até o Ensino Superior. 
• Ratificamos a importância do seu comprometimento e sensibilidade na luta pela 
Inclusão. 
Vídeo 
Acesse o material digital para assistir ao vídeo. 
Verificando o aprendizado 
1. Assinale a alternativa que apresenta o primeiro documento oficial a tratar da educação 
como direito de todos. 
a) Constituição Federal de 1988. 
b) Declaração de Salamanca. 
c) Convenção da Guatemala. 
d) LDB 9394/96. 
e) LDB 5692/71. 
2. A Implantação de salas de recursos multifuncionais, espaços nos quais é realizado o 
Atendimento Educacional Especializado foi determinado por qual documento oficial? 
a) Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental. 
b) Estatuto da Pessoa com Deficiência. 
c) Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. 
d) Relatório da Situação Mundial da Infância. 
e) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96. 
3. E m janeiro de 2012, a ONU organizou a Conferência das Nações Unidas sobre o 
desenvolvimento sustentável realizada no Rio de Janeiro. Esta Conferência discutiu e 
determinou os objetivos para o enfrentamento dos desafios impeditivos do 
desenvolvimento dos seres humanos em nosso País. 
Leia as metas que seguem e assinale a que se refere corretamente aos objetivos da 
Conferência das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável. 
a) Até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino 
fundamental livre, equitativo e de qualidade. 
b) Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade e promover 
oportunidades de aprendizagem até o ensino médio. 
c) Até 2040, eliminar as disparidades de gênero na educação e garantir a igualdade 
de acesso a todos os níveis de educação e formação profissional para os mais 
vulneráveis. 
d) Construir e melhorar instalações físicas para educação básica, apropriadas para 
crianças e sensíveis às deficiências e ao gênero 
e) Até 2030, garantir que todos os alunos completem o ensino primário e secundário 
livre, equitativo e de qualidade. 
Módulo 3 
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL, 
DEFICIÊNCIA VISUAL, DEFICIÊNCIAS 
MÚLTIPLAS 
INTRODUÇÃO 
O que é ser “normal”, o que é ser “anormal”? 
Você já parou para se perguntar sobre isto? 
 
A palavra normal entrou para o senso comum, tornou-se corriqueira e a ouvimos como 
resposta a várias perguntas. Quando alguém pergunta, por exemplo: como foi o seu dia e 
você não está muito disposto a explicar, responde: foi normal. Ou: como você resolveu 
este exercício? Normal. Poderíamos dar outros exemplos da forma como o “normal” 
tornou-se substituto de tantas expressões. 
Daí, que quando tenta-se classificar um ser humano (como se o humano pudesse ser 
classificado como os animais em vertebrados e invertebrados, mamíferos ou ovíparos e 
assim por diante) fala-se este é normal, aquele é doentinho. O “doentinho” é um artifício 
substituto de “coitadinho”. Não, ele não é doentinho, não é coitadinho e sim um ser 
humano que como todos os outros, apresenta características diferentes. Somos todos 
diferentes. Somos criaturas únicas, por isso as diferenças. 
Bem, essas diferenças podem também, ser chamadas de deficiências. Mas preste 
atenção: o ser humano não é deficiente, possui sim deficiência. Como já comentamos 
anteriormente, também não “portam”. Não falamos mais “portadores de deficiência”. A 
compreensão humana da condição do outro evoluiu e é importante que você compreenda 
isto. A pessoa tem uma deficiência, é o correto. 
Os jogos paralímpicos nos levam a refletir sobre as deficiências. Como estes atletas são 
guerreirose superadores das condições adversas, oriundas de sua própria constituição. 
Dão show tão maravilhoso de superação que podemos perguntar, quem é o deficiente, 
não é mesmo? 
Mas vamos lá, conhecer mais de perto, algumas deficiências, suas características básicas 
e as recomendações oficiais para a prática pedagógica. 
 
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL 
Até há pouco tempo, a Deficiência Intelectual (DI) era encontrada nos tratados sobre o 
assunto, como Deficiência Mental (DM). Esta nomenclatura (DM) encontra-se no Código 
Internacional das Doenças – CID 10 editado em 1989. 
Em dezembro de 2013, foi editada uma versão do Manual Diagnóstico e Estatística de 
Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), conhecida 
como DSM-V. Neste documento, as características do que se chamava de retardo mental 
passaram a ser denominadas como Deficiência Intelectual (DI). 
Bem, em princípio pode parecer confuso, mas a seguir, diferenciamos estes dois 
documentos. 
 
O que é o CID? 
Segundo o site medicina.net, trata-se de uma: “Classificação Internacional de Doenças e 
Problemas Relacionados à Saúde (também conhecida como Classificação Internacional 
de Doenças – CID) publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS)” e tem como 
objetivo “padronizar a codificação de doenças e outros problemas relacionados à saúde”. 
 
E o que é o DSM? 
O DSM é considerado “uma bíblia” para os profissionais da saúde, principalmente para os 
psiquiatras. O dicionário Wikipedia o define como: “O Manual de Diagnóstico e Estatístico 
de Transtornos Mentais - DSM é um manual diagnóstico e estatístico feito pela 
Associação Americana de Psiquiatria para definir como é feito o diagnóstico de 
transtornos mentais”. 
 Resumindo 
O CID aponta as características. 
O DSM trata dos diagnósticos das 
doenças, por isso ser intitulado de “a bíblia 
dos médicos”. 
Neste sentido, ambos os documentos 
tratam de traçar diretrizes orientadoras 
utilizadas pelo Sistema Único de Saúde 
(SUS) com os objetivos de investigações 
epidemiológicas. 
 
 
Entretanto, como você pode verificar pelos dados acima, o CID 10 tem como última 
edição o ano de 1989 e o DSM-V, o ano de 2013. Logo, esta atualização é que serve de 
base para os estudos sobre os transtornos mentais. 
 Atenção 
Lembramos a você que já está no ar a 
versão atualizada do CID, que se tornou 
CID 11, entretanto, até o presente 
momento, encontra-se em versão de 
língua estrangeira. Aguardemos, então, a 
tradução para nossa língua, para que 
possamos nos apropriar das atualizações 
tão importantes, já que as pesquisas em 
psiquiatria avançam muito rapidamente, 
nos trazendo conhecimentos importantes a 
respeito das deficiências. Afinal, o cérebro, 
este órgão extraordinário, ainda 
permanece repleto de dados obscuros. 
 
 
Estamos caminhando e evoluindo no conhecimento de suas funções e mecanismos de 
organização do corpo humano. Por este motivo, a cada dia encontramos novidades, fruto 
dos resultados das pesquisas. Acredite, dentro de pouco tempo, 10 ou até menos anos, 
muitos dos conhecimentos que temos sobre ele, tornar-se-ão obsoletos. Bem, a partir 
destes esclarecimentos, voltemos ao nosso tema que é a Deficiência Intelectual – DI. 
De acordo com DSM-V, “o retardo mental é substituído por deficiência intelectual. O 
critério de QI não é a característica central do diagnóstico. O diagnóstico é baseado no 
nível das funções adaptativas nos domínios social, conceitual e habilidades prática.” 
(DUARTE, R.C.B) Ainda segundo a mesma autora, “há 4 níveis de severidade: leve, 
moderada, grave e profunda, baseados nos três domínios do comportamento 
adaptativo.” 
 
COMPORTAMENTO ADAPTATIVO 
O comportamento adaptativo é a reunião de habilidades conceituais, sociais e práticas 
que foram aprendidas pelas pessoas para funcionarem em suas vidas diárias (Quadro 1) 
de acordo com Fusão EF, Vilanova, LCP (APUD DUARTE, R.C.B). 
CONCEITUAIS Linguagem (receptiva e expressiva), leitura e escrita, raciocínio 
matemático (p.ex., conceitos de dinheiro) e autodirecionamento, 
memória. 
SOCIAIS Interpessoal, responsabilidade, autoestima, seguir regras, obedecer as 
leis, credibilidade. 
PRÁTICAS Inclui as atividades de vida diária como comer, usar o banheiro (uso 
do toalete e tomar banho), vestir-se, controlar os esfincteres e 
locomover-se; e as atividades instrumentais da vida diária como 
preparar refeições, cuidar da casa, tomar remédios, lidar com o 
dinheiro, usar telefones, fazer compras. 
Quadro 1 | Exemplos de habilidades adaptativas. 
São os seguintes, os fatores originadores da DI de acordo com o DSM-V: 
FATORES AMBIENTAIS (pré, peri e pós-natais) 
Refere-se ao um fator extrínseco que interfere no desenvolvimento do SNC (Sistema 
Nervoso Central). 
FATORES PRÉ-NATAIS 
Infecções congênitas: toxoplasmose, rubéola, tomegalovírus, sífilis, desnutrição 
intrauterina, malformações cerebrais, exposição da mãe à radiação, intoxicação pelo uso 
abusivo de álcool na gravidez (síndrome alcoólica fetal), uso de drogas durante a 
gravidez, como a cocaína, doenças como diabetes mellitus e alterações na tireoide. 
FATORES PERINATAIS 
Anoxia perinatal, traumas de parto (distocias de parto), encefalopatia hipóxico-isquêmica, 
hipoglicemia, prematuridade, baixo peso ao nascer e infecções ao nascimento, 
hemorragias. 
FATORES PÓS-NATAIS 
Infecções do sistema nervoso central, como meningoencefalites e encefalites, 
traumatismos cranioencefálicos, desmielinização (causas primárias ou secundárias), 
desnutrição proteico-calórica, radiações, intoxicação por mercúrio e cobre, síndromes 
epilépticas graves, como a síndrome de West, baixo nível socioeconômico. 
Agora que você já conheceu a parte funcional da DI, alguns alertas para familiares e 
professores: 
Cuidados destinados à família: É muito importante a observação do desenvolvimento 
da criança pequena. Atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor poderão dar pistas de 
uma provável DI. Exemplo: atraso na sustentação da cabeça, nos movimentos de rolar, 
engatinhar, sentar-se, andar e falar. 
 Atenção 
Mas preste atenção: Doença Mental é 
diferente de Deficiência Intelectual. 
 
Doença Mental 
 
Uma pessoa com doença mental necessita de acompanhamento médico, 
especificamente de um psiquiatra e muito provavelmente necessitará de medicamentos, 
mas poderá ter a inteligência normal e consequentemente, não apresentará problemas 
cognitivos. 
 
Deficiência Intelectual 
 
Já o aluno com DI, poderá não se comportar da maneira adequada, necessitando ser 
ensinado. A parte cognitiva poderá estar comprometia, havendo necessidade de 
explicações mais detalhadas para que possa aprender, mas aprenderá certamente. 
 
Para você comprovar hipóteses de DI em seu aluno, será necessário sugerir à 
Coordenação Pedagógica, ou à Direção da instituição, que solicite avaliação de uma 
equipe multidisciplinar, composta por Médico, Psicólogo e Pedagogo. 
Assim, um aluno com DI em sala de aula, significa que necessitará uma dedicação 
especial do docente, incluindo em seu planejamento, práticas pedagógicas adaptadas, 
para que possa ter oportunidade de desenvolver-se e em muitos casos, conseguir a 
especialização necessária para competir no mercado. 
Práticas pedagógicas adaptadas 
Estas práticas pedagógicas oportunizarão aos alunos com DI compreender e assimilar 
conhecimentos variados, desenvolver habilidades e competências, ampliando suas 
potencialidades, conseguindo acompanhar os conteúdos apresentados de forma a 
acompanhar o rendimento cognitivo da turma. 
 
Lembre-se sempre, que um aluno com DI poderá alcançar progresso no desenvolvimento 
cognitivo caso haja a preocupação do docente em entender suas dificuldades e propor-se 
a auxiliá-lo pedagogicamente. 
Até a presente data, não existe a cura para a DI, porém, apesar das dificuldades que 
apresentam em seu desenvolvimento cognitivo, mesmo de forma mais lenta, conseguirá 
desenvolver-se e construir conhecimentos para garantir sua inserçãono mercado de 
trabalho. Professor, não desanime ao encontrar um aluno com DI em sua sala de aula. 
 Dica 
Lembre-se que você será um veículo 
muito importante no auxílio à superação 
das deficiências cognitivas deste aluno. 
Trate-o com carinho e compreensão e se 
surpreenderá com seu progresso. Você 
terá dado sua contribuição a um ser 
humano, que na maioria das vezes, a 
escola colabora para diminuir sua 
autoestima. Fica a “dica”. 
 
 
DEFICIÊNCIA VISUAL - CEGUEIRA E BAIXA VISAO ou 
VISÃO SUBNORMAL 
Passamos, agora, a analisar as características dos alunos com deficiência visual. 
Segundo o NEDESP (Núcleo do Desenvolvimento da Educação Especial): 
“É considerado cego ou de visão subnormal aquele que apresenta desde ausência total 
de visão até alguma percepção luminosa que possa determinar formas a curtíssima 
distância. Na medicina duas escalas oftalmológicas ajudam a estabelecer a existência de 
grupamentos de deficiências visuais: a acuidade visual (ou seja, aquilo que se enxerga a 
determinada distância) e o campo visual (a amplitude da área alcançada pela visão).” 
Classifica-se a DV em dois tipos distintos: os indivíduos com cegueira e os que possuem 
visão subnormal. Entende-se por cegueira a completa perda de visão e é chamada 
também de Amaurose. As pessoas com cegueira, apresentam dificuldades para 
atividades do cotidianas, necessitando de recursos auxiliares. Sua visão é nula, isto é, 
não há sequer percepção luminosa. Conhecida no meio oftalmológico como “visão zero”. 
Descrição da cegueira e baixa visão de acordo com o CID 10: 
 
Cegueira 
Sinônimo: Amaurose; Cegueira Legal; Cegueira Monocular. 
 
Definição: Incapacidade de enxergar ou ausência da percepção visual. Esta afecção 
pode ser o resultado de DOENÇAS OCULARES, DOENÇAS DO NERVO ÓPTICO, 
doenças do QUIASMA ÓPTICO ou DOENÇAS CEREBRAIS que afetam as VIAS 
VISUAIS ou LOBO OCCIPITAL. 
 
Baixa Visão 
Sinônimo: Visão Reduzida; Visão Subnormal. 
 
Definição: Visão considerada inferior à visão normal, representada por padrões aceitos 
de acuidade, campo visual ou motilidade. A baixa visão geralmente se refere a 
transtornos visuais causados por doenças que não podem ser corrigidas por refração (ex., 
DEGENERAÇÃO MACULAR, RETINITE PIGMENTOSA, RETINOPATIA DIABÉTICA 
etc.). 
O aluno com cegueira é mais fácil de identificar do que o aluno com baixa visão. 
O aluno que chega ao ambiente escolar com cegueira, estará presente, de maneira 
geral, com recursos tais como bengala, ou acessórios o que possibilita o 
reconhecimento imediato da deficiência. 
Entretanto, o aluno com Visão Subnormal poderá apresentar dificuldades do professor 
em sua identificação, o que muitas vezes, poderá ser confundido com dificuldades de 
aprendizagem, por falta de atenção. 
 
Segundo Winebrenner (Apud SHEPER DOS SANTOS), os sintomas mais comuns da 
deficiência visual – baixa visão, são: 
• Irritação crônica dos olhos indicada por olhos lacrimejantes, inchados ou 
remelosos, pálpebras avermelhadas; 
• Náuseas, dupla visão ou névoas durante ou após a leitura; 
• Queixas de enevoamento visual e tentativa de afastar com as mãos os 
impedimentos visuais; 
• Pestanejamento contínuo, sobretudo durante a leitura; 
• Hábito de esfregar os olhos, franzir ou contrair o rosto ao olhar objetos distantes; 
• Inquietação, irritabilidade ou nervosismo excessivo depois de um prolongado e 
atento trabalho visual; 
• Inclinação da cabeça para um dos lados durante a leitura; 
• Cautela excessiva no andar, correr raramente e tropeçar sem razão aparente; 
• Desatenção anormal durante trabalhos no quadro, mapa, data show, etc.; 
• Capacidade de leitura por apenas um período bem curto; 
• Hábito de durante a leitura, segurar o livro muito perto ou muito distante, ou em 
outra posição incomum, ou ainda fechar ou tampar um olho. 
Em caso de o aluno já possuir o laudo de deficiência visual, deverá ser encaminhado a 
programas de educação especial. 
A publicação do MEC, intitulada “Saberes e práticas da Inclusão – Desenvolvendo 
competências para o atendimento às necessidades especiais de alunos cegos com baixa 
visão”, apresenta recomendações metodológicas para aplicação aos conteúdos 
curriculares e em processos avaliativos, descritos a seguir: 
 
Considerar que o aluno com baixa visão pode atingir os objetivos comuns ao grupo em 
um período maior, para isso, variar a temporalidade dos objetivos, conteúdos e critérios 
de avaliação. 
 
Utilizar-se de procedimentos, técnicas e instrumentos de avaliação diferentes dos usados 
para a classe, quando necessário, sem prejudicá-lo em relação aos objetivos 
educacionais estabelecidos para ele. 
 
Conceder-lhe tempo suficiente para a realização das tarefas e avaliações, considerando 
que este aluno é mais moroso para completar suas atividades escolares. 
Os docentes necessitam de atualizações teórico-práticos suficientes para que possam 
auxiliar estes alunos e demais estudantes com deficiências. Assim, o MEC/SEEC, (2005) 
apresenta as seguintes orientações: 
“Os professores necessitam de apoio para afrontar o desafio de uma escola inclusiva. A 
nova perspectiva e a prática da educação inclusiva implicam mudanças substanciais na 
prática educativa. Consequentemente, a formação é uma estratégia fundamental para 
contribuir para essas mudanças. Todos os docentes precisam ter conhecimentos básicos 
teórico-práticos em relação à atenção à diversidade, à adaptação do currículo, à avaliação 
diferenciada e às necessidades educacionais mais relevantes, associadas aos diferentes 
tipos de deficiência, situações sociais ou culturais.” 
 Recomendação 
Informações relevantes para 
implementação da escola inclusiva, você 
poderá encontrar no livro Educar na 
Diversidade – Material de Formação 
Docente, na publicação do MEC, 2006 pdf. 
 
 
DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA 
Dialogaremos sobre o conceito e características da Deficiência Múltipla (DM). 
DM trata-se da associação de mais de uma deficiência no mesmo indivíduo. Podem ser 
associações de deficiências intelectual, visual, auditiva, física, entre outras. 
A DM apresenta-se como imensa dificuldade para os docentes, uma vez que já se 
encontram (falas dos próprios educadores) despreparados para atender alunos com 
uma deficiência, imagine com mais de uma! 
Mais grave ainda: a associação de duas deficiências não se apresenta como aditiva, 
isto é: o aluno apresenta DI e DV. Não, esta associação parece ter caráter 
multiplicativo, ou seja, a combinação de duas deficiências, segundo a literatura 
pesquisada, poderá dar origem a mais uma deficiência. 
Os alunos portadores de dupla deficiência, segundo Shaper (2010) poderá apresentar 
as seguintes associações: 
• Deficiência física/intelectual (DF/DI) 
• Deficiência visual/auditiva (DV/DA) 
• Deficiência visual/física (DV/DF) 
• Deficiência intelectual/auditiva (DI/DA) 
• Deficiência intelectual/visual (DI/DV) 
• Deficiência auditiva/física (DA/DF) 
 
 Exemplo 
Por exemplo: o indivíduo que apresenta 
deficiência física, intelectual ou auditiva, 
combinada com a deficiência visual poderá 
apresentar cegueira ou visão subnormal. 
 
 
A associação de três tipos de deficiências associadas, tornarão o atendimento escolar 
complexo e difícil, sendo necessário a elaboração de programas individualizados 
elaborados por equipes multidisciplinares. 
Programas individualizados 
Estes alunos necessitam de acompanhamento de docentes especializados, ou no 
mínimo atualizados, para que possam desenvolver-se, conhecer o mundo, recebendo 
estímulos para o aprimoramento de suas potencialidades. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Neste módulo, você teve contato com a literatura que explica as características da 
Deficiência Intelectual, que anteriormente era designada com Deficiência Mental. 
• Pôde conhecer as iniciativas de organizações médicas que criaram o CID (Código 
Internacional das Doenças) que se refere à Classificação Internacional de Doenças 
e Problemas Relacionados à Saúde (também conhecidacomo Classificação 
Internacional de Saúde e o DSM, manual diagnóstico e estatístico, feito pela 
Associação Americana de Psiquiatria para definir como é feito o diagnóstico de 
transtornos mentais. 
• Percebeu que a atualização do CID encontra-se na 10 revisão e, por este motivo, 
intitulado como CID 10. Lembrando que a atualização para o CID 11 estará 
brevemente sendo traduzida para a Língua Portuguesa e logo o tomaremos como 
referência. Alguns trechos desta classificação já se encontram traduzidos na 
internet. 
• Sobre a DI, apesentamos os fatores causadores, as sugestões pedagógicas e a 
diferença entre DI e Doença Mental. 
• Vimos os conceitos de DV e sua subdivisão em cegueira e visão subnormal, suas 
características e sintomas, além de apresentarmos sugestões pedagógicas. 
• Por fim, conversamos sobre as Deficiências Múltiplas e suas associações. 
• Apresentamos orientações sobre a necessidade de uma equipe multidisciplinar 
para a criação de programas educacionais apropriados para os alunos com DM, 
em consequência da complexidade apresentada pelos alunos com DM. 
Esperamos que você possa ter compreendido a enorme responsabilidade que lhe cabe 
como docente comprometido com a escola inclusiva. 
 Dica 
Então, a sugestão é: recebendo um aluno 
com uma deficiência em sua sala de aula, 
pesquise e estude, sobre a deficiência 
dele. A cada ano ou semestre, quando 
você assumir a docência de uma turma, 
terá motivos para pesquisar sobre alguma 
deficiência. Não há outra alternativa. 
 
Não há uma formação (mestrado ou doutorado) que seja especializado em uma 
determinada deficiência. Até porque, elas são em números incalculáveis. A cada dia, as 
pesquisas encontram algumas novidades a respeito. 
Vamos lembrar um dado importante: até há pouco tempo, os alunos com TDAH 
começaram a fazer parte do cotidiano da escola. O assunto do dia nas salas dos 
Professores da Educação Fundamental era: “tenho um aluno com TDAH em minha turma. 
Não sei o que fazer. Dá muitíssimo trabalho”. Concordamos. Dá muito trabalho mesmo. 
É necessário conhecimento, respeito, tolerância e amor pelo ser humano. Com o tempo, 
acreditamos, os professores foram se aperfeiçoando neste transtorno, através de cursos 
livres, atualizações oferecidas pelas instituições públicas e privadas e da própria prática, 
além dos medicamentos que acalmam as crianças hiperativas. 
Hoje, percebemos um outro alvo do desespero dos docentes. Os alunos hiperativos 
continuam na escola, mas agora, acrescenta-se os com Autismo. E agora, qual o 
caminho? 
De novo repetimos, estudar, pesquisar, dedicar-se às causas da educação inclusiva para 
tornar outro ser humano feliz e ser feliz com os resultados. 
 
Vídeo 
Acesse o material digital para assistir ao vídeo. 
Verificando o aprendizado 
1. Preencha a lacuna assinalando a palavra de forma a completar corretamente a 
definição apresentada no DSM-V, sobre a Deficiência Intelectual. 
O comportamento adaptativo é a reunião de habilidades _________, sociais e práticas 
que foram aprendidas pelas pessoas para funcionarem em suas vidas diárias. 
a) Integrativas. 
b) Cognitivas. 
c) Conceituais. 
d) Psicológica. 
e) Lúdicas. 
2. A publicação do MEC, intitulada “Saberes e práticas da Inclusão – Desenvolvendo 
competências para o atendimento às necessidades especiais de alunos cegos com 
baixa visão” (Brasília: MEC, 2006), apresenta recomendações metodológicas para 
aplicação aos conteúdos curriculares e em processos avaliativos. 
Assinale a alternativa que apresenta corretamente umas das recomendações. 
a) Considerar que o aluno com baixa visão pode atingir os objetivos comuns ao grupo 
em um período maior, para isso, variar a temporalidade dos objetivos, conteúdos e 
critérios de avaliação. 
b) Utilizar-se de procedimentos, técnicas e instrumentos de avaliação iguais aos 
usados para a classe, quando necessário, sem prejudicá-lo em relação aos 
objetivos educacionais estabelecidos para ele. 
c) Conceder-lhe tempo suficiente para a realização das tarefas e avaliações, 
considerando que este aluno é mais desatencioso para completar suas atividades 
escolares. 
d) Os docentes necessitam de permanentes atualizações apenas práticas para que 
se tornem eficientes e consigam auxiliar estes alunos e demais estudantes com 
deficiências. 
e) A concepção de uma prática educativa inclusiva necessita de alterações profundas 
na prática diária cotidiana escolar. Para uma ação efetiva, é necessário que os 
docentes reconheçam que todos os alunos devem ser tratados da mesma forma. 
3. Classifica-se a DV em dois tipos distintos. Assinale a alternativa correta: 
a) Indivíduos com baixa cegueira e visão subnormal. 
b) Indivíduos com cegueira moderada e visão normal. 
c) Indivíduo com cegueira e visão moderada. 
d) Indivíduo com cegueira total e visão moderada. 
e) Indivíduos com cegueira e os que possuem visão subnormal. 
Módulo 4 
DEFICIÊNCIA AUDITIVA E DEFICIÊNCIAS 
FÍSICAS 
INTRODUÇÃO 
Já conversamos sobre algumas deficiências. Temos muito ainda há falar. Aqui, neste 
módulo, você terá um resumo das principais deficiências e incentivo suficiente para 
continuar sua pesquisa. 
São muitas as deficiências, transtornos, distúrbios. Estes assuntos demandariam um livro 
com um número incalculável de páginas. E mais: ele estaria eternamente inconcluso. Em 
consequência aos estudos e pesquisas sobre o cérebro e o comportamento humano, as 
atualizações acontecem a todo momento. 
Encontramos na literatura, deficiências e transtornos raríssimos (hoje, mas amanhã, não 
temos tanta certeza de que continuarão sendo raros). 
Por exemplo: Síndrome de Irlen (ou síndrome do papel azul), Síndrome de Edwards, de 
Down de Jacobs, de Kinefelter, de Patau entre muitas outras. 
Mas, como não há espaço, tratamos aqui, apenas de algumas, selecionadas entre as 
mais comuns encontradas no cotidiano educacional. 
Nossa sugestão é que você continue sua pesquisa, principalmente a partir do 
recebimento de alunos com alguma delas em sua sala de aula. Faz parte de sua 
responsabilidade auxiliar na formação do cidadão de forma integral, como nos lembra tão 
bem Wallon em suas publicações. 
Além de responsabilidade profissional, entendemos a responsabilidade humana com o 
outro. Este nosso Planeta necessita de “ativistas da inclusão.” 
Vamos continuar nossa jornada, conversando sobre desta vez sobre Deficiência Auditiva 
e as Deficiências Físicas. 
Comecemos, então. 
 
DEFICIÊNCIA AUDITIVA 
Um aluno com Deficiência Auditiva poderá apresentar problemas de aprendizagem? Sim, 
claro, caso não esteja sendo acompanhado por médicos e não utilize os devidos 
acessórios para aparelhos auditivos. 
Aparelhos auditivos 
Estes aparelhos (auditivos) constituem-se como dispositivos eletrônicos que visam 
auxiliar pessoas com perda auditiva parcial ou total. 
 
Mas, voltando a resposta à questão inicial. É bom ressaltar, que nossa prática didática 
cotidiana é, prioritariamente, verbal. Fala o professor, fala o aluno, falam todos. Dessa 
forma, o aluno com DA poderá sentir-se confuso e não acompanhar a comunicação que 
se estabelece nas interações diárias. 
Algumas vezes, esta perda auditiva poderá ser progressiva e quando a pessoa começa a 
notar, muitos prejuízos na compreensão do que é exposto verbalmente já aconteceram e 
isto pode ser facilmente confundido com dificuldades de aprendizagem e falta de atenção. 
Esteja atento. 
 
 
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DEFICIÊNCIA AUDITIVA (DA) E SURDEZ 
Em princípio, vamos esclarecer as diferenças, de acordo com a literatura, entre DA e 
Surdez. Os deficientes parecem enfrentar grandes problemas em suas interações com 
outras pessoas. De maneira geral, há muita dificuldade das pessoas em lidar com 
situações em que se deparam com outro ser humano, com qualquer que seja a 
deficiência. Este fato é consequência da falta de conhecimento e também pela faltade 
empatia e compreensão com o outro e este fato, consequentemente contribui para a 
exclusão. 
Especificamente em se tratando da perda auditiva a grande dúvida que se apresenta é: 
Há diferença entre surdez e deficiência auditiva? 
É possível que você não consiga responder a esta questão. Mas esta não é uma dúvida 
só sua. A maioria das pessoas também não saberia responder. Certamente, que 
somente conhecerá a resposta quem conviver com alguém que tenha perda auditiva. 
Entretanto, é de grande importância conhecer a definição dos dois conceitos, uma vez 
que os indivíduos com deficiência auditiva e os indivíduos com surdez, apresentam 
necessidades diferentes, dependendo do grau de acometimento das perdas. 
Dessa forma, deverá ser empreendia ação diferenciada e individualizada. 
 
Vamos lá: as duas terminologias existem e estão corretas. Mas veja suas definições: 
Segundo o site da Fiocruz: 
Deficiência auditiva é considerada como a diferença existente entre a desempenho do 
indivíduo e a habilidade normal para a detecção sonora de acordo com padrões 
estabelecidos pela American National Standards Institute (ANSI - 1989). 
Deficiência auditiva 
Logo, entendemos que deficiente auditivo é aquele que tem alguma perda auditiva o que poderá manter-
se como uma perda, ou mesmo chegar a não audição. 
De maneira geral, as pessoas com DA conseguem comunicar-se através da linguagem oral, 
considerando que ouviu os sons em algum momento e estes foram guardados na memória. Olha o 
cérebro agindo! 
Uma interessante observação, também publicada pelo site da Fiocruz, segundo a Federação Nacional de 
Educação e Integração de Surdos – Feneis: “Um indivíduo que já tenha nascido com deficiência auditiva 
pode levar um ano para aprender a linguagem. Já alguém que ouve bem ou que perdeu a capacidade 
auditiva depois de adulto, pode levar um pouco mais de tempo para aprender, por ter se habituado à 
linguagem oral”. 
 
 
Agora, vamos a definição de surdez dada pela Biblioteca Virtual em Saúde do MEC: 
“Surdez é o nome dado à impossibilidade ou dificuldade de ouvir.” 
Os alunos com algum problema de audição, em geral, apresentam dificuldade no 
desenvolvimento da linguagem e podem ingressar na escola sem um diagnóstico médico. 
O auxílio do professor, na observação atenta, da aprendizagem de seus alunos poderá 
ser de grande valia, uma vez que estas crianças, tendem a não acompanhar o 
aprendizado como os demais colegas de turma. 
Tendem a não acompanhar o aprendizado como os demais colegas de turma 
Nesses casos, não sendo acompanhado de perto por uma equipe transdisciplinar, 
formada por otorrino, fonoaudiólogo, psicopedagogo e muitas vezes por psicólogos, 
além dos prejuízos já descritos, poderá levar o aluno a desenvolver baixa autoestima, 
não acreditando que seja capaz de acompanhar a aprendizagem, assumindo para si a 
concepção de “incapaz”. O fracasso escolar e o desencanto da escola (a evasão), são 
consequências possíveis. 
 
Acrescido a este fato, dependendo do caso e grau da surdez, esta poderá ser 
acompanhada de outros sintomas, como zumbidos, tonteiras e consequentemente falta 
de equilíbrio. 
Sobrevivendo a todos os percalços enfrentados pelas questões da surdez ou da 
deficiência auditiva, o adulto chega à faculdade. Mas, neste caso, já deverá ter sua 
situação parcialmente resolvida, com a utilização de recursos próprios para melhorar a 
audição. 
Mesmo assim, em caso de conhecimento de um aluno com baixa audição ou surdez em 
sala de aula do espaço acadêmico, haverá necessidade de um atendimento acolhedor 
e de compreensão por parte do docente. 
 
Não se esqueça que a evasão nos meios universitários, também ´vem sendo um 
problema bastante investigado e a falta de conhecimento e comprometimento do docente 
universitário poderá ser um dos motivos relevantes para esta triste realidade. 
AS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS 
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) juntamente com o Ministério da 
Saúde, apuraram a partir de pesquisas realizadas em 2013, que cerca de 6,2% da 
população brasileira apresenta algum tipo de deficiência. As limitações que estas pessoas 
são acometidas, poderá ocasionar lentidão no processo de aquisição da aprendizagem, 
lesões e dependendo do grau da deficiência, poderá haver comprometimento na área 
neurológica e neuromusculares, entre outros, além das deficiências que poderão ser 
adquiridas como a hidrocefalia ou a paralisia cerebral. 
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, considera-se Deficiente Física 
(DF): 
“Variedade de condições que afetam os indivíduos em termos de mobilidade, 
coordenação motora em geral, ou fala, decorrentes de lesões neurológicas, 
neuromusculares ortopédicas e ainda má formação congênitas ou adquiridas”. 
(p.25) 
Tipos de Deficiências Físicas 
Quando nos referimos à terminologia "deficiência física", logo pensamos em uma pessoa 
e uma cadeira de rodas, entretanto, as pessoas consideradas como DF não se resumem 
a uma cadeira de rodas. Precisamos lembrar que a DF pode ser ocasionada por um 
acidente e por várias outras situações. 
Segundo o Centro de Estudos e Formação os tipos de DF são: paraplegia, paraparesia, 
monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, 
hemiparesia, amputação, paralisia cerebral e ostomia. 
“A deficiência física tem quadros de graus e gravidades variáveis, de acordo com o que foi 
afetado, assim como o tipo de lesão que ocorreu. Veja aqui a classificação dos tipos de 
deficiência física de acordo com as lesões.” (CEF). Alguns exemplos: 
 
Lesão cerebral pode causar hemiplegias ou paralisia cerebral. 
 
Lesão medular causa paraplegias e tetraplegias. 
 
Esclerose e esclerose múltipla podem causar patologias degenerativas do sistema 
nervoso central. 
 
Sequelas de queimaduras, doenças osteomusculares e muitas outras podem também 
causar algum tipo de deficiência. 
 Você sabia? 
Logo, podemos deduzir, que temos muito 
pouco conhecimento sobre as deficiências. 
Mais um exemplo para você se 
surpreender: a esclerose e as doenças 
osteomusculares (tendinites, lombalgias, 
mialgias, entre outras), dependendo do 
grau, poderão ser consideradas como DF. 
Acredito que este dado você não 
conhecia! 
 
 
Estes são pequenos exemplos, pois o universo da DF é muito extenso. 
Mais um dado para você conhecer ou (re) conhecer: Sequelas de queimaduras, doenças 
osteomusculares e muitas outras podem também causar algum tipo de deficiência, de 
acordo com as orientações do CEF. 
Lembramos ainda, que como consequência de DF severas, a pessoa pode apresentar 
desordem em sua aparência física, acarretando problemas secundários necessitando de 
auxílio psicológico para recuperar sua autoestima. 
Na maioria dos casos, a DF não atinge as funções cognitivas, isto é, apresentam o 
desenvolvimento da aprendizagem de forma satisfatória e em muitos casos, além do 
esperado do grupo. Entretanto, necessitam de atenção, compreensão, carinho para que 
seu desenvolvimento cognitivo seja saudável e o processo de inclusão efetivado. 
Ressaltamos, que muitas vezes, a atitude do grupo social onde a pessoa com DV está 
inserida, poderá colaborar ou dificultar a inclusão. 
 
Veja alguns exemplos de atitudes que atuam como elementos dificultadores do processo 
inclusivo de acordo com Schaper dos Santos (2015). 
 
a) A curiosidade das pessoas ditas “normais” e as dificuldades que tais pessoas sentem 
em conviver com algo que não conhecem e não conseguem controlar, podem levar as 
pessoas que apresentam deficiências físicas a buscar isolamentos. 
 
b) O desgaste e o cansaço para a pessoa com deficiência e para a família, provocadas 
pelas abordagens de reabilitações múltiplas e constantes. 
ADAPTAÇÕES PARA DF - A Deficiência Física no 
ambiente de aprendizagem – Escolas, Faculdades e 
Universidades 
Adequar a estrutura do prédio da escola é primordial para receber alunos com deficiência 
física. Rampas, elevadores (quando

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