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Definição Representações sociais da deficiência: professores, alunos, comunidade educacional. Legislação e inclusão: direitos humanos, direitos das pessoas com deficiência. Deficiências: características, aspectos inclusivos, acadêmico, deficiência e docência. Propósito Analisar e compreender o processo inclusivo, a partir do conhecimento sobre algumas deficiências, preconceitos e ações inclusivas. Objetivos Módulo 1 Identificar as Representações Sociais que circulam nos ambientes educacionais, reproduzindo preconceitos e provocando evasões. Módulo 2 Discutir a legislação da Educação Inclusiva Brasileira. Módulo 3 Descrever as características das seguintes deficiências: Deficiência Intelectual, Deficiência Visual, Deficiências Múltiplas. Módulo 4 Reconhecer as características e orientações sobre Deficiência Auditiva e Deficiências Físicas. Módulo 1 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA (D)EFICIÊNCIA INTRODUÇÃO Estatísticas oficiais nos informam que o número de alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE) no Ensino Superior é bastante reduzido, comparado aos alunos ditos “normais”. Você pode confirmar (ou não) esta informação, recordando-se de sua graduação ou de outro curso de pós-graduação. Na época em que realizava seu curso, quantos alunos com deficiência você encontrou em sua trajetória acadêmica? Parece ter-se tornado comum ouvir do docente dizer que não sabe como lidar com a pessoa com deficiência ou, melhor dizendo, isto nos faz acreditar que as pessoas com deficiência não chegam ao curso superior em consequência das representações sociais que circulam no ambiente escolar, imputando ao aluno com deficiência a sua menos valia e consequentemente, a sua desistência na continuidade dos estudos. Que representações são estas que auxiliam a perpetuar a condição de exclusão das pessoas com deficiência nos meios acadêmicos, a ponto de não as encontrarmos, ou encontrá-las em número tão deduzido no Ensino Superior? file:///G:/Drives%20compartilhados/YDS_PA/0605_Fabrica_Conteudo/_PUB/05_Concepcoes/player/curso/00059/img/imagem_de_card1.jpg Nesta aula, abordaremos a Teoria das Representações Sociais que envolvem este tema, de forma a esclarecer possíveis motivos da diferença apontada pelas pesquisas, esclarecendo e fundamentando para um fazer docente propício à inclusão. A sociedade contemporânea apresenta um salto sensível com relação ao conceito de inclusão do deficiente, comparando com o processo desenvolvido durante séculos a respeito deste tema. 1 Ao longo de muito tempo, as pessoas diferentes eram banidas, exiladas, consideradas como loucas e até mesmo sacrificadas. Somente durante o século passado, (anos 40/50), políticas voltadas aos direitos das pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (NNE) passaram a fazer parte das pautas oficiais das Políticas Públicas. 2 Na Antiguidade, as políticas de exclusão deram lugar a políticas de segregação. Em um processo moroso, que levava muitos séculos, os debates chegaram a movimentos de integração, chegando aos nossos dias, como Políticas de Inclusão. 3 Hoje, crianças deficientes já não são mais jogadas de penhasco ou abandonadas em florestas. Também não mais são segregadas em asilos ou ainda apenas medicadas, como se estas fossem doentes. 4 Entretanto, o preconceito permanece e parece agravar-se no ambiente educacional uma vez que as instituições, por sua vez, afirmam não saber “lidar” com pessoas diferentes em seu cotidiano. Ambiente educacional Na relação inclusão/exclusão, estão contidos inúmeros processos ambíguos que podem manifestar-se explícita, como também subjetivamente. Quando o docente afirma estar despreparado, subentende-se um possível comportamento de afastamento deste aluno, por desconhecimento das ações a serem tomadas, para que a inclusão se efetive. Uma conclusão imediata e inegável dessa situação é a de que o fracasso escolar existe, tem a força da exclusão de alunos e alunas do ambiente educacional e, muito provavelmente da sociedade, de maneira geral, e em particular dos alunos com deficiência. Parte-se da pressuposição de que as representações sociais da deficiência expressas pelos professores, por orientarem suas práticas educativas e seus comportamentos em sala de aula, possibilitariam explicar, ainda que parcialmente, os fenômenos da exclusão de pessoas com deficiência do mundo estudantil e particularmente no Ensino Superior, tornando visíveis alguns mecanismos condutores da exclusão social de jovens e adultos com deficiências. impedindo-os de alcançar oportunidades educativas como todos os cidadãos. Podemos constatar, através da história da pessoa com deficiência e a história da Educação Especial, que a sociedade ao longo de sua trajetória, construiu uma determinada cultura ultrajante em relação às pessoas com deficiência. A manutenção desta cultura parece ainda estar presente na sociedade em que vivemos. Isto porque, ao nascer a criança se insere em um mundo que já está dado e herda os valores pré-estabelecidos. Valores tais como normalidade e anormalidade – diferenças e igualdades – são naturalmente adquiridos. A sociedade, a partir de uma visão hegemônica que determina o belo e o feio, inculca desde muito cedo, principalmente através da mídia, o ideal de beleza e perfeição. Neste sentido, deixa de considerar a complexidade humana e não legitima o que foge aos padrões estabelecidos. Assim, as pessoas que se afastam da pseudonormalidade, tendem a ser excluídas do convívio social. Cabe-nos, então, reflexão, através do aprofundamento no conhecimento do tema e ações no sentido de transformar esta lógica excludente do nosso convívio social e acadêmico. Os dados publicados pelo Ministério da Educação e Cultura informam que em 2018, apenas 0,5% das pessoas com deficiência conseguiram chegar ao universo do Ensino Superior. (não encontramos dados de anos mais recentes). Os dados por si só já se justificam e é por este motivo que entendemos a importância de conhecermos o que pensam, sentem e expressam os professores do Ensino Superior sobre a inclusão da pessoa com deficiência, para refletidamente nos posicionar em relação a ações e pensamentos que deveremos ter, ao encontrarmos com uma pessoa com deficiência em nossa sala de aula. E, nesse contexto, talvez possamos pensar na Teoria das Representações Sociais como uma possível opção para o desvelamento de algumas questões importantes, imbricadas no fenômeno da exclusão escolar. Vamos, então, conhecer um pouco sobre esta teoria (Teoria das Representações Sociais), para entendermos a força do pensamento do senso comum, nas ideias e atitudes dos grupos. AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS Segundo Mazzotti (2011), é nas rotinas diárias, nos contatos com os amigos, grupos, no trabalho ou em casa que nos manifestamos sobre os diferentes eventos sociais que nos circundam, emitindo nossos julgamentos. É desse permanente movimento das comunicações que surge o que Moscovici convencionou chamar de “universos consensuais”: “que vão gerar as representações sociais, as quais, por sua vez, também serão comunicadas, passando de simples opiniões a verdadeiras teorias do senso comum.” (MAZZOTTI, 2011) Assim, são sociais as representações porque nos comunicamos, estamos partilhando nosso mundo com os outros. Logo, as representações sociais: file:///G:/Drives%20compartilhados/YDS_PA/0605_Fabrica_Conteudo/_PUB/05_Concepcoes/player/curso/00059/img/imagem_de_card18.jpg “nos guiam no modo de nomear e definir conjuntamente os diferentes aspectos da realidade diária, no modo de interpretar esses aspectos, tomar decisões e, eventualmente, posicionarmo-nos frente a eles de forma defensiva.” (JODELET, 2011) É nesse sentido que entendemos que as representações têm origem a partir dos discursos, isto é, das comunicações que os grupos estabelecem entre si, tornando-se mensagens cristalizadas e quepassam a orientar o comportamento e a atitude dos grupos. Essas representações, portanto, funcionam como recortes do mundo real e passam a ter o peso da verdade. Comunicações que os grupos estabelecem entre si Então, se quisermos reconhecer as representações sociais de determinado grupo, ou a “realidade” desses grupos, precisamos nos deter em uma análise cuidadosa sobre o que falam, de quem falam e como falam. Ou melhor dizendo, estarmos atentos às comunicações que circulam, pois “as representações sociais são assim, o suporte dos atos comunicativos” (VALLA, 2015). A noção de representação social foi inicialmente pensada pelo psicólogo francês Serge Moscovici em 1961 em um estudo sobre a Representação Social da Psicanálise, retomando o conceito de representações sociais proposto por Durkheim. Com este trabalho,Segundo Valla (2015), Moscovici inicia uma interminável busca pela compreensão de questões como: Por que e quando se elabora uma representação social? Como constrói, o homem, a realidade? As reflexões sobre estas questões propõe conceituar as representações sociais como: Um conjunto de conceitos, proposições e explicações criado na vida cotidiana no decurso da comunicação interindividual. São o equivalente, na nossa sociedade, aos mitos e sistemas de crenças das sociedades tradicionais, pode ainda ser visto como a versão contemporânea do senso comum. (MOSCOVICI, 2015) Segundo Spink (2015), as representações sociais aproximam-se das correntes que estudam o senso comum, por tratar-se de um estudo que contempla o conhecimento prático, porém, nem por isso mesmo menos legítimo, dada sua importância a vida social e os esclarecimentos que oportunizam. Aprofundando-se nos estudos realizados por Moscovici, Jodelet (2015), uma de suas principais colaboradoras, procura estabelecer melhor o conceito e os processos formadores das representações sociais. Segundo ela, as representações sociais são modalidades de conhecimento elaboradas pelo conjunto de indivíduos, cujo principal objetivo é a construção de uma realidade (re)conhecida e, de certa forma, aceita por todos. Segundo a mesma autora, o fenômeno das representações sociais se apresenta de múltiplas e variadas formas. Por exemplo, poderá apresentar-se através de imagens que condensam um conjunto de significações; através de referências que permitam interpretar o que acontece, e mesmo dar um sentido ao inesperado; ou ainda, podem se apresentar como categorias que servem para classificar as circunstâncias, os fenômenos, os indivíduos com os quais se tem negócios; ou ainda, sob todas essas formas em conjunto. Podemos entender, que de maneira geral, os argumentos apresentados nos levam a considerar as representações sociais de um dado grupo como um conjunto de símbolos e significados que entram em “jogo” nas relações cotidianas. Essas reflexões esboçam e propõem uma atitude, uma maneira de defrontar com um conjunto de problemas que envolve a educação. Talvez, o estudo das representações sociais possa contribuir, de forma ampla, para a compreensão deste fenômeno que vem se apresentando há tanto tempo como insuperável. De modo mais específico, a descrição, a análise e explicações das múltiplas dimensões, formas, processos e funcionamento das representações sociais da deficiência produzidas no contexto acadêmico pelos professores poderão ajudar a entender as diferentes significações, que são por eles atribuídas às experiências cotidianas nos meios educacionais. De acordo com Alves (2015) em sua tese de doutorado: “Especificamente com relação aos estudos que vêm sendo desenvolvidos sobre RS de inclusão de Pessoas com Deficiência, este têm-se concentrado, em sua maioria, no segmento da Educação Fundamental e são raros os que consideram a Educação Superior, o que ocorre, possivelmente, em razão de ser ainda inexpressiva a inserção de estudantes com deficiência nesse nível de ensino em nosso País.” Assim, em uma investigação científica, constante de sua tese de doutorado, Alves (2015) apresenta um quadro de análise das falas do cotidiano educacional de professores do Ensino Superior, que abaixo reproduziremos, para alargar a compreensão da análise de uma pesquisa em representações sociais. Classe Fala das professoras entrevistadas Participativos Professora 2: De uma forma geral, são participativos. Todas são mulheres, nunca quiseram ficar além do horário, ou mesmo vir outro dia para que eu esclarecesse dúvidas. Não sei se por vergonha, ou horário apertado, ou se realmente não querem. Em sala participam, se relacionam bem com os colegas. Atenção diferenciada Professora 4: No caso dos alunos surdos que tive, dei atenção diferenciada para estimulá-los a permanecer estudando e acreditando nas suas potencialidades. Um deles passou na Universidade Federal enquanto fazia faculdade particular. Indiquei fonoaudiólogo e psicólogo para um acompanhamento específico que sentiu efeito. E a aluna que tenho atualmente, procurei dar algumas orientações de como se organizar para estudar na medida em que as notas estavam sempre baixas, entre 1,5 e 2,0 e também procurei estimulá-las a fazer perguntas durante a aula, sempre que necessário, mas, isto raramente aconteceu. Colegas sem deficiência tentam integrá-los Professora 3: A participação - nas atividades é bastante ativa, existe um cuidado por parte dos colegas para fazê-la se sentir parte do grupo. A presença do intérprete é fundamental. Existe um processo de invisibilidade, lamentavelmente, por parte de alguns colegas professores. Presença de intérprete, Processo de invisibilidade Professora 5: A participação, nas atividades, é bastante ativa, existe um cuidado por parte dos colegas para fazê-la se sentir parte do grupo. A presença do intérprete é fundamental. Existe um processo de invisibilidade, lamentavelmente, por parte de alguns colegas professores. Situação de conflito Professora 1: No meu caso, mesmo trabalhando com o segmento das pessoas com deficiência há algum tempo, ainda me vejo em situações de conflito quando preciso adaptar uma avaliação, ou diferenciar a correção das questões dissertativas, no caso específico da aluna surda. Penso que mesmo com a limitação auditiva ela vai ser professora, alfabetizadora e precisa dominar a Língua Portuguesa na modalidade escrita. Mas, se não teve oportunidade de aprender enquanto cursou a Educação Básica e nem agora na Educação Superior, como ela poderá ter proficiência em uma Língua que não conhece. Quadro 28 | Positividade, as dificuldades e barreiras a serem enfrentadas pelas Pessoas com Deficiência. Segundo as análises do quadro propostas por Oliveira (2016), o discurso da professora entrevistada, com relação à participação, parece estar claro que pouco adianta o acesso ao meio universitário, se essas pessoas não conseguem se sentir à vontade a ponto de participar. Não podemos esquecer do longo tempo de exclusão a que essas pessoas foram submetidas ao longo do tempo. Logo, este desafio cabe a cada um dos docentes, promover de alguma forma, a participação de todos em seus momentos de aula. Entendemos que a necessidade de intérprete em sala de aula é de fundamental importância e esta parte da ação, faz parte da estrutura da universidade com esta preocupação. O que não nos chama atenção é o fato da professora se referir aos “processos de invisibilidade”, dos alunos com deficiência. Parece-nos que torná-los invisíveis, nos faz sentir como se não precisássemos agir e compreender a importância de nos colocar no lugar do outro. É melhor ignorar. Dá trabalho refletir e tomar uma atitude a favor da inclusão. Recomendação Bem, este é apenas um recorte do importante trabalho que foi apresentado na tese de doutorado de Denise de Oliveira Alves. Caso você tenha interesse em conhecer toda a pesquisa, procure no seu navegador: ALVES, Denise de Oliveira. Inclusão de pessoas com deficiência na educação superior:representações sociais que produzem sentidos e (re)desenham cenários. O estudo que apresentamos, sobre as RS acerca da deficiência nos ambientes acadêmicos universitários apresentaram algumas diferenças o que pode ser observado nas falas dos professores registradas no quadro. Contudo eis uma reflexão que se faz necessária: sabemos da responsabilidade do docente para além da simples “formação” do aluno. Nesta responsabilidade insere-se a autonomia, o despertar do interesse pela pesquisa para dar significado ao mundo e a si mesmo. Não é compreensivo que o professor se refira à participação como algo menos importante. A consciência educativa exige do docente o questionamento constante sobre qual o significado de sua prática pedagógica e para qual tipo de sociedade servirá suas ações pedagógicas. Agora, um recado especial para você: analisando as representações sociais que compartilha sobre a deficiência, entenderá melhor suas práticas pedagógicas e talvez, possa chegar à conclusão de que a inclusão não poderá estar apartada de seus ensinamentos, é o que esperamos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste módulo, você entrou em contato com a Teoria das Representações Sociais como a teoria do senso-comum. Isto, é, sobre a comunicação que circula nos grupos e muito especialmente em nosso estudo, sobre as representações sociais da deficiência junto aos professores do Ensino Superior. As pesquisas, nesta área, ainda são reduzidas, talvez pelo pequeno número de alunos que conseguem chegar ao Ensino Superior, mas não menos importante. Mas, a partir de uma pesquisa científica, você pode ter contato com um recorte bastante necessário para a compreensão das representações que circulam no meio acadêmico, ainda que seja uma abordagem inicial, para você. Atenção Sabemos com precisão que muitas das ações necessárias a uma prática efetivamente inclusiva dependem de ações políticas. Entretanto, no seu espaço político que é a sala de aula, cabe ao professor potencializar ações para que a inclusão seja efetivada. Vídeo Acesse o material digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado 1. Sobre a teoria das representações sociais, do psicólogo social Serge Moscovici, considere: I. A teoria das representações sociais estuda o conhecimento do senso comum (consensual) com o propósito de descrever, explicar e interpretar os fenômenos sociais que ocorrem na vida cotidiana. II. A teoria das representações sociais tem sido utilizada nas pesquisas interessadas em compreender como se dá a construção do conhecimento científico (reificado). III. É correto afirmar que a teoria das representações sociais se refere a descrição de abordagens especificamente quantitativas sobre o que se fala, sem necessidade de interpretação. IV – O objeto de estudos das representações sociais é a imagem, a comunicação, o diálogo e as histórias de vida dos sujeitos levantadas a partir de entrevistas pessoais, classificadas e apresentada por categorias. Está correto afirmar que: a) A resposta correta é II. b) A resposta correta é I. c) A resposta correta é I e II. d) A resposta correta é I, II e II. 2. Somente durante o século passado (anos 40/50), políticas voltadas aos direitos das pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (NNE) passaram a fazer parte das pautas oficiais das Políticas Públicas. Acerca do tratamento dispensado às pessoas com deficiência, podemos afirmar que: a) Na Antiguidade, políticas de exclusão deram origem às políticas de segregação. b) Na Antiguidade, políticas de segregação deram origem a políticas de exclusão. c) Na atualidade, as políticas públicas referem-se à institucionalização. d) Na atualidade, políticas públicas para pessoas com deficiência referem-se à integração. e) Na Antiguidade, assim como na atualidade, as políticas referem-se à inclusão. 3. Hoje, crianças deficientes já não são mais jogadas de penhasco ou abandonadas em florestas. Também não mais são segregadas em asilos ou ainda apenas medicadas, como se estas fossem doentes. Analise os parágrafos que seguem, para assinalar o pensamento correto em relação às pessoas com deficiência. a) As pessoas com deficiência encontram, nas escolas, tratamentos adequados às suas deficiências e recebem a terminalidade de seus estudos. b) Jovens e adultos estão chegando cada vez mais ao mundo universitário. As estatísticas demonstram que este avanço vem acontecendo de forma satisfatória. c) Os alunos com deficiência estão incluídos nos sistemas de ensino, porém não conseguem avançar em seus estudos e alcançar a universidade. d) Os professores estão capacitados para receberem os alunos com deficiência, porém a estrutura acadêmica não se preocupou com esta população. e) As universidades, de maneira geral, estão preparadas para receber os alunos com deficiência, porém não há professor especializado para este atendimento. Módulo 2 LEGILAÇÃO SOBRE A INCLUSÃO INTRODUÇÃO Você sabia que temos um número inestimável de brasileiros com algum tipo de deficiência? Segundo dados do IBGE, cerca de 47 milhões de brasileiros fazem parte de uma estatística de pessoas com deficiência. Deste total, 16 milhões são crianças, que estão ou estarão nos bancos escolares e futuramente, quiçá, estarão nos ambientes universitários. Pessoas com deficiência Considerando o aumento desta população não só no Brasil, países de todo o mundo passaram a preocupar-se com a Educação Inclusiva, modificando e aprimorando suas práticas para atender pessoas com deficiência, tão maltratadas, vilipendiadas, durante tantos séculos. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2006, foi a principal inspiradoras das mudanças em nosso País. Assim, o Ministério da Educação (MEC), impulsionado por esta grande Convenção, lançou a Política Nacional de Educação na Perspectiva da Educação Inclusiva no ano de 2008. Esta Política Brasileira teve como objetivo criar diretrizes de políticas e práticas didáticas destinadas a uma nova forma para o fazer pedagógico destinado à inclusão escolar. Neste módulo, trataremos sobre a Legislação voltada para a inclusão das pessoas com deficiência. Afinal, você professor, deverá ser um dos principais conhecedores destes direitos para poder auxiliar seus alunos, também sobre suas garantias constitucionais. É certo que estas informações não serão pedagógicas, mas informações para que um líder, como você é, possa esclarecer seus liderados a respeito de suas possibilidades. Então, vamos lá, conversar sobre a Legislação da Educação Inclusiva. file:///G:/Drives%20compartilhados/YDS_PA/0605_Fabrica_Conteudo/_PUB/05_Concepcoes/player/curso/00059/img/imagem_de_card19.png 1 A preocupação com a inclusão de pessoas com deficiência no cenário educacional teve início, como já nos referimos, inspirada nos movimentos mundiais sobre o tema. No Brasil, especificamente, esta preocupação se voltava para a Educação Básica. Aos poucos foram estendendo-se ao Ensino Fundamental. A prova disto é que os professores do Ensino Fundamental, em particular no segmento de 1º ao 5º ano, parecem estar mais preparados ou mesmo sensibilizados com relação a necessidade de incluir seus alunos com deficiência. 2 Já no Ensino Médio, as falas da “não preparação” avolumam-se, aliando ao fato de que pouquíssimos alunos conseguem alcançar este segmento da educação. 3 Em contrapartida, difícil encontrar uma sala de aula nas séries iniciais do Ensino Fundamental que não tenha um ou mais alunos com deficiência e consequentemente, no Ensino Superior, tornam-se raros os casos de deficiência. Preocupante estes dados, não é mesmo? A entrada na faculdade costuma ser o sonho de tantos jovens e por que os jovens com deficiência não participam desse objetivo? Esta é uma pergunta para você se fazer e somente assim, refletidamente, auxiliarna transformação deste quadro. Veja bem: como estimular a participação de pessoas com deficiência no mercado de trabalho se uma das principais exigências é o certificado do 3º Grau e esta população não se encontra no universo acadêmico. Algumas providências importantes vêm sendo tomadas pelos governos brasileiros, no sentido de ampliar o acesso e permanência dessas pessoas no meio universitário, tais como sistema de cotas, exigências no cadastramento de cursos universitários como facilidade de acesso, recursos tecnológicos, entre outros. Providências Estas providências merecem nosso respeito, porém não são suficientes para que a inclusão no ambiente acadêmico seja uma realidade. Este estudante com deficiência necessita ter acesso aos recursos próprios para que possa desenvolver-se com autonomia, sem necessita da ajuda constante de outros colegas. O percurso acadêmico destes alunos deverá ser pleno de oportunidades de crescimento integral de conhecimentos, para que possa inserir-se no mercado de trabalho em condições produtivas das demais pessoas. A partir destas considerações, podermos entender que o “sistema de cotas” oferecido pelo governo também não poderá ser um ato confirmativo do fracasso da Educação Básica para estas pessoas e todas aquelas que podem usufruir delas? No ano de 2015, no dia 06 de julho foi instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência – ESTATATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. Segundo o Estatuto em seu Art.1º: É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegura e a promover em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberardes fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. Recomendação Caso você tenha interesse em conhecer o Estatuto da Pessoa com Deficiência, veja sua publicação de domínio público, realizando no navegador busca pelo título: LBI – Lei Brasileira de Inclusão – Lei no.13.146 de 06b de julho de 2015. É importante destacar que esta Lei determina em seu Art. 27, constante no mesmo Estatuto, que a pessoa com deficiência terá direito à educação em todos os níveis de ensino brasileiro, considerando suportes e acessos necessários, durante toda sua vida, o que implica em entendermos que o Ensino Superior está explicitamente relacionado à esta determinação. Determinação Esta determinação acrescenta, ainda, que os itens necessários a este processo de inclusão deverão constar em no Projeto Institucional da instituição e que este deverá estar disponível a toda comunidade acadêmica. Precisamos levar em conta o que Machado (2008) pontua, ao lembrar que a inclusão dos alunos somente ocorrerá a partir de uma consciência acolhedora e que esta atitude é até mais importante do que a acessibilidade arquitetônica. Machado Segundo esta autora, a transformação da prática docente na compreensão das necessidades especiais através de atitudes sociais inclusivas constitui-se ações prioritárias para o crescimento pedagógico destes alunos. Logo, entende-se a necessita das adaptações na estrutura física, assim como na cultura do espaço como um todo para que o aluno com deficiência possa beneficiar-se das oportunidades cognitivas oferecidas pela instituição para o crescimento do indivíduo, tanto como cidadão quanto como profissional apto a atuar no mercado. De maneira geral, são apontadas as barreiras arquitetônicas e metodológicas, como promotoras do impedimento da permanência destes alunos na Universidade. É correto afirmar que estas barreiras se constituem como motivos impeditivos, mas não podemos esquecer que a equipe pedagógica, incluindo professores, tutores e os próprios companheiros de turma serão de grande importância no processo de inclusão, uma vez que poderão atuar como mediadores para que estas pessoas se sintam acolhidas e incluídas, felizes e tenham estímulos para continuar seu desenvolvimento cognitivo. Os estudantes com deficiência queixam-se de que os professores desconhecem as necessidades especiais deles e não trocam informações a respeito daqueles alunos, dificultando a continuidade do trabalho pedagógico. MAZZONI; TORRES; ANDRADE (2000 apud OMOTE, 2016). Por este motivo, você terá no próximo módulo, um resumo das principais deficiências que poderão ser encontradas em sua sala de aula e poderá aprimorar a pesquisa para um melhor e mais profundo conhecimento. Para melhor compreensão e pesquisa, apresentamos a seguir um resumo das principais Leis da inclusão, segundo Marta Gil (2017): ANO LEI/PORTARIA/RESOLUÇÃO Art/Lei DETERMINAÇÃO 1988 Constituição Federal Brasileira 205 Educação direito de todos. Desenvolvimento integral da pessoa para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho. Igualdade de condições de acesso e permanência na escola como um princípio. Oferecimento do Atendimento Educacional Especializado (AEE) preferencialmente em escolas regulares. 1994 Portara MEC 1.793 Inclusão de conteúdos relativos aos aspectos éticos, políticos e educacionais da normalização e integração da pessoa portadora de necessidades especiais nos currículos de formação de docentes. 1996 LDB Lei 93/94/96 Atendimento aos educandos com necessidades especiais, critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial para fins de apoio técnico e financeiro pelo poder público 1999 3.298 16 A educação especial é definida como uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino. 22001 CNE/CEB nº 2 CNE/CP nº 9 Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem- se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. 2001 CNE/CEB nº 17 No item 4, afirma que a inclusão na rede regular de ensino não consiste apenas na permanência física desses alunos junto aos demais educandos, mas representa a ousadia de rever concepções e paradigmas, bem como de desenvolver o potencial dessas pessoas. 2002 Lei 10436 Reconhece a língua de sinais como meio legal de comunicação e expressão, bem como outros recursos de expressão a ela associados. Portaria MEC nº 2.678: aprova o projeto da grafia braille para a língua portuguesa, recomenda seu uso em todo o território nacional e estabelece diretrizes e normas para a utilização, o ensino, a produção e a difusão do Sistema Braille em todas as modalidades de ensino. 2003 3.284 Dispõe sobre os requisitos de acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência, para instruir os processos de autorização e de reconhecimento de cursos e de credenciamento de instituições. 2005 Programa de acessibilidade no Ensino Superior (Programa incluir): propõe ações que garantem o acesso pleno de pessoas com deficiência às instituições federais de Ensino Superior (ifes). O programa tem como principal objetivo fomentar a criação e a consolidação de núcleos de acessibilidade nessas unidades, os quais respondem pela organização de ações institucionais que garantam a integração de pessoas com deficiência à vida acadêmica, eliminando barreiras comportamentais, pedagógicas, arquitetônicas e de comunicação. 2007 Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE): recomenda a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, a implantação de salas de recursos multifuncionais e a formação docente para o atendimento educacional especializado (AEE). Decreto nº 6.094 Site externo: implementa o Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, que destaca a garantia do acesso e permanência no ensino regular e o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos para fortalecer a inclusão educacional nas escolas públicas. 2009 Decreto executivonº 6.949: promulga a Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência e seu protocolo facultativo. Resolução MEC CNE/CEB nº 4: institui as diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na educação básica, modalidade educação especial. Afirma que o AEE deve ser oferecido no turno inverso da escolarização, prioritariamente nas salas de recursos multifuncionais da própria escola ou em outra escola de ensino regular. 2011 Plano nacional dos direitos da pessoa com deficiência (Plano viver sem limite) no art. 3º, estabelece a garantia de um sistema educacional inclusivo como uma das diretrizes. Ele se baseia na Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência, que recomenda a equiparação de oportunidades. O plano tem quatro eixos: educação, inclusão social, acessibilidade e atenção à saúde. O eixo educacional prevê: • Implantação de salas de recursos multifuncionais, espaços nos quais é realizado o AEE; • Programa escola acessível, que destina recursos financeiros para promover acessibilidade arquitetônica nos prédios escolares e compra de materiais e equipamentos de tecnologia assistiva; • Programa caminho da escola, que oferta transporte escolar acessível; • Programa nacional de acesso ao ensino técnico e emprego (Pronatec), que tem como objetivo expandir e democratizar a educação profissional e tecnológica no país; • Programa de acessibilidade no Ensino Superior (Incluir); • Educação bilíngue – Formação de professores e tradutores-intérpretes em Língua Brasileira de Sinais (Libras); • BPC na escola. Decreto nº 7.611 : declara que é dever do Estado garantir um sistema educacional inclusivo em todos os níveis e em igualdade de oportunidades para alunos com deficiência; aprendizado ao longo da vida; oferta de apoio necessário, no âmbito do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação, entre outras diretrizes. Nota Técnica MEC/SEESP/GAB nº 06: dispõe sobre avaliação de estudante com deficiência intelectual. Estabelece que cabe ao professor do atendimento educacional especializado a identificação das especificidades educacionais de cada estudante de forma articulada com a sala de aula comum. Por meio de avaliação pedagógica processual, esse profissional deverá definir, avaliar e organizar as estratégias pedagógicas que contribuam com o desenvolvimento educacional do estudante, que se dará junto com os demais na sala de aula. É, portanto, importantíssima a interlocução entre os professores do AEE e da sala de aula regular. 2012 7.750 Programa um computador por aluno (PROUCA) e o regime especial de incentivo a computadores para uso educacional (REICOM). Estabelece que o objetivo é promover a inclusão digital nas escolas das redes públicas de ensino federal, estadual, distrital, municipal e nas escolas sem fins lucrativos de atendimento a pessoas com deficiência, mediante a aquisição e a utilização de soluções de informática. 2013 CNE/CEB nº 2 Aplicação de “terminalidade específica” nos cursos técnicos integrados ao ensino médio: “O IFES entende que a ‘terminalidade específica’, além de se constituir como um importante recurso de flexibilização curricular, possibilita à escola o registro e o reconhecimento de trajetórias escolares que ocorrem de forma específica e diferenciada”. 2015 Lei nº 13.146 O capítulo IV aborda o direito à educação, com base na Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência, que deve ser inclusiva e de qualidade em todos os níveis de ensino; garantir condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras. O AEE também está contemplado, entre outras medidas. 2016 Lei nº 13.409 Dispõe sobre a reserva de vagas para pessoas com deficiência nos cursos técnico de nível médio e superior das instituições federais de ensino. As pessoas com deficiência serão incluídas no programa de cotas de instituições federais de educação superior, que já contempla estudantes vindos de escolas públicas, de baixa renda, negros, pardos e indígenas. O cálculo da cota será baseado na proporcionalidade em relação à população, segundo o censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Legislação Federal Brasileira ANO TÍTULO REFERÊNCIAS 1990 Declaração de Jomtien (Tailândia) Destacou os altos índices de crianças e jovens sem escolarização e propôs transformações nos sistemas de ensino, visando assegurar a inclusão e a permanência de todos na escola. 1994 Declaração de Salamanca (Espanha) “(…) o nosso compromisso para com a Educação para Todos, reconhecendo a necessidade e urgência do providenciamento de educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino”. 1999 Convenção da Guatemala Trouxe o princípio da não discriminação, que recomenda “tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais”. Ou seja, é preciso garantir direitos iguais de participação, de aprendizagem, de trabalho, entre outros. Nesse sentido, se for necessário oferecer recursos, metodologias ou tratamento diferenciado visando proporcionar condições adequadas, a indicação é que sejam mobilizados todos os investimentos que assegurem a equiparação de oportunidades. Esta não é uma ação discriminatória; ao contrário, ela visa promover o acesso, fazendo um movimento de inclusão fundamentado no princípio da diversidade, para o qual a diferença é uma realidade, não um problema. A Convenção vigora no Brasil desde setembro de 2001, quando foi aprovada pelo Senado com o Decreto legislativo nº 198 Site externo. 2006 Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência Assegura que pessoas com deficiência desfrutem os mesmos direitos humanos de qualquer outra pessoa: elas são capazes de viver suas vidas como cidadãos plenos, que podem dar contribuições valiosas à sociedade, se tiverem as mesmas oportunidades que os outros têm. O artigo 24, que aborda a educação, é claro: “Para efetivar esse direito sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades, os Estados Partes assegurarão sistema educacional inclusivo em todos os níveis. 2013 Relatório situação mundial da infância Realizado pelo Unicef (2013), o documento traz informações qualitativas e quantitativas sobre a inclusão de crianças e adolescentes na educação, inclusive no Brasil. Referências internacionais Agora, conheceremos os objetivos do desenvolvimento sustentável. Segundo o site da Wikipédia: ONU significa: “Organização das Nações Unidas (ONU), ou simplesmente Nações Unidas. Assim, em janeiro de 2012, a ONU organizou a Conferência das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável, realizada no Rio de Janeiro. Esta Conferência discutiu e determinou os objetivos para o enfrentamento dos desafios impeditivos do desenvolvimento dos seres humanos em nosso País. Vale lembrar que esta equipe, intitulada UNCT (sigla inglesa), encontra-se presente em vários países, com a nobre função de auxiliar na superação das fragilidades apresentas nas áreas ambientais, econômicas e políticas. No Brasil, a equipe traçou 17 objetivos e 169 metas em diferentes áreas que apresentam carências específicas e entre elas encontra-se a educação inclusiva, com o propósito de desenvolver aprendizagem qualitativa ao longo da vida para todos. Apresentaremos, a seguir, a metas relacionada e as expectativas de efetivação: 4 - “Educação de qualidade: “Assegurar a educação inclusiva, e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”. Meta 4.1 “Até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino primário e secundário livre, equitativo e de qualidade, que conduza a resultados de aprendizagem relevantese eficazes.” Meta 4.5 “Até 2030, eliminar as disparidades de gênero na educação e garantir a igualdade de acesso a todos os níveis de educação e formação profissional para os mais vulneráveis, incluindo as pessoas com deficiência, povos indígenas e as crianças em situação de vulnerabilidade.” Meta 4.7 “Construir e melhorar instalações físicas para educação, apropriadas para crianças e sensíveis às deficiências e ao gênero e que proporcionem ambientes de aprendizagem seguros, não violentos, inclusivos e eficazes para todos.” Percebemos assim, que a preocupação com a inclusão escolar, felizmente, alcança o mundo inteiro e a partir a leitura e compreensão do resumo apresentado, entendemos que todos os cidadãos brasileiros possuem o direito à Educação para que se desenvolvam de forma saudável, exercendo a plena cidadania e aptos à inserção mercadológica. Assim consequentemente, o Ensino Superior que é o nível educacional sequencial à Educação Básica seguirá a mesma determinação declarada no Art. 205 da Constituição Federal Brasileira, tornando a pessoa com deficiência qualificada para colaborar com o desenvolvimento de nossa sociedade. Desenvolvimento de nossa sociedade Desta forma, a pessoa com deficiência deverá ser compreendida como um ser humano com as características da diversidade humana, o que é uma condição de todos, afinal somos todos diferentes. Logo, o conceito de escola inclusiva que queremos que seja uma bandeira, também dos docentes do Ensino Superior, é aquela que acolhe alunos com e sem deficiências em sala, oferecendo as condições necessárias (humanas e estruturais), beneficiando a todos e proporcionando o desenvolvimento cognitivo que favoreça as aprendizagens necessárias. Vale acrescentar, que os estabelecimentos do Ensino Superior precisam estar preparados para o recebimento de pessoas, todas diferentes, mantendo-as e estimulando sua autonomia. Ensino Superior Entendendo que todas as etapas de ensino, de acordo com compromisso brasileiro firmado com a Convenção Internacional do Direito das Pessoas com Deficiência, necessitam observar, rigorosamente, os preceitos da inclusão, o Ensino Superior deverá obedecer às exigências legais no que se refere às adaptações do patrimônio institucional, assim como a infraestrutura de acesso e recursos, além da preparação do seu corpo docente e administrativo, para a compreensão, acolhimento e respeito às pessoas com deficiência que transitarem em seus espaços. Percebemos a partir da análise da Legislação Vigente sobre os direitos das pessoas com deficiência que houve avanços consideráveis relacionados ao tema. Entretanto, muito ainda há que se fazer. A legislação não alcança o comportamento humano, melhor dizendo, se não houver a conscientização e sensibilidades suficiente para a implementação efetiva do processo de inclusão, apenas a legislação não conseguirá atingir o objetivo. É necessário um comprometimento coletivo com as causas dos direitos humanos das pessoas com deficiência. E como já afirmamos anteriormente, você professor/professora, deverá ser um agente propagador destas ações. CONSIDERAÇÕES FINAIS • Você passeou comigo e tomou conhecimento do Estatuto da Pessoa com Deficiência: LBI – Lei Brasileira de Inclusão – Lei no.13.146 de 06b de julho de 2015. E pôde inteirar-se da Legislação Brasileira da Inclusão, através dos tempos. • Reforçamos, também, a apresentação de referência sobre os documentos estrangeiros que se constituíram como motivadores de mudanças na Legislação Brasileira em favor da pessoa com deficiência: Declaração de Jomtien (Tailândia), Declaração de Salamanca (Espanha) , Convenção da Guatemala, Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência; Relatório situação mundial da infância. • Entrou em contato com as orientações referentes aos direitos das pessoas com deficiência, constantes da relação dos “Objetivos do Desenvolvimento Sustentável do Terceiro Setor”. • Vimos que todos os níveis da Educação Brasileira necessitam estar preparados de forma estrutural, considerando recursos e acessos, além da preparação de seu corpo administrativo e docente para o recebimento de pessoas com deficiência. • Destacamos a importância das determinações da Legislação Brasileira do direito à Educação das pessoas com deficiência em todos os níveis da Educação Brasileira, isto é, Educação Básica, passando pelo Ensino Médio até o Ensino Superior. • Ratificamos a importância do seu comprometimento e sensibilidade na luta pela Inclusão. Vídeo Acesse o material digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado 1. Assinale a alternativa que apresenta o primeiro documento oficial a tratar da educação como direito de todos. a) Constituição Federal de 1988. b) Declaração de Salamanca. c) Convenção da Guatemala. d) LDB 9394/96. e) LDB 5692/71. 2. A Implantação de salas de recursos multifuncionais, espaços nos quais é realizado o Atendimento Educacional Especializado foi determinado por qual documento oficial? a) Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental. b) Estatuto da Pessoa com Deficiência. c) Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. d) Relatório da Situação Mundial da Infância. e) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96. 3. E m janeiro de 2012, a ONU organizou a Conferência das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável realizada no Rio de Janeiro. Esta Conferência discutiu e determinou os objetivos para o enfrentamento dos desafios impeditivos do desenvolvimento dos seres humanos em nosso País. Leia as metas que seguem e assinale a que se refere corretamente aos objetivos da Conferência das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável. a) Até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino fundamental livre, equitativo e de qualidade. b) Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem até o ensino médio. c) Até 2040, eliminar as disparidades de gênero na educação e garantir a igualdade de acesso a todos os níveis de educação e formação profissional para os mais vulneráveis. d) Construir e melhorar instalações físicas para educação básica, apropriadas para crianças e sensíveis às deficiências e ao gênero e) Até 2030, garantir que todos os alunos completem o ensino primário e secundário livre, equitativo e de qualidade. Módulo 3 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL, DEFICIÊNCIA VISUAL, DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS INTRODUÇÃO O que é ser “normal”, o que é ser “anormal”? Você já parou para se perguntar sobre isto? A palavra normal entrou para o senso comum, tornou-se corriqueira e a ouvimos como resposta a várias perguntas. Quando alguém pergunta, por exemplo: como foi o seu dia e você não está muito disposto a explicar, responde: foi normal. Ou: como você resolveu este exercício? Normal. Poderíamos dar outros exemplos da forma como o “normal” tornou-se substituto de tantas expressões. Daí, que quando tenta-se classificar um ser humano (como se o humano pudesse ser classificado como os animais em vertebrados e invertebrados, mamíferos ou ovíparos e assim por diante) fala-se este é normal, aquele é doentinho. O “doentinho” é um artifício substituto de “coitadinho”. Não, ele não é doentinho, não é coitadinho e sim um ser humano que como todos os outros, apresenta características diferentes. Somos todos diferentes. Somos criaturas únicas, por isso as diferenças. Bem, essas diferenças podem também, ser chamadas de deficiências. Mas preste atenção: o ser humano não é deficiente, possui sim deficiência. Como já comentamos anteriormente, também não “portam”. Não falamos mais “portadores de deficiência”. A compreensão humana da condição do outro evoluiu e é importante que você compreenda isto. A pessoa tem uma deficiência, é o correto. Os jogos paralímpicos nos levam a refletir sobre as deficiências. Como estes atletas são guerreirose superadores das condições adversas, oriundas de sua própria constituição. Dão show tão maravilhoso de superação que podemos perguntar, quem é o deficiente, não é mesmo? Mas vamos lá, conhecer mais de perto, algumas deficiências, suas características básicas e as recomendações oficiais para a prática pedagógica. DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Até há pouco tempo, a Deficiência Intelectual (DI) era encontrada nos tratados sobre o assunto, como Deficiência Mental (DM). Esta nomenclatura (DM) encontra-se no Código Internacional das Doenças – CID 10 editado em 1989. Em dezembro de 2013, foi editada uma versão do Manual Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), conhecida como DSM-V. Neste documento, as características do que se chamava de retardo mental passaram a ser denominadas como Deficiência Intelectual (DI). Bem, em princípio pode parecer confuso, mas a seguir, diferenciamos estes dois documentos. O que é o CID? Segundo o site medicina.net, trata-se de uma: “Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (também conhecida como Classificação Internacional de Doenças – CID) publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS)” e tem como objetivo “padronizar a codificação de doenças e outros problemas relacionados à saúde”. E o que é o DSM? O DSM é considerado “uma bíblia” para os profissionais da saúde, principalmente para os psiquiatras. O dicionário Wikipedia o define como: “O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM é um manual diagnóstico e estatístico feito pela Associação Americana de Psiquiatria para definir como é feito o diagnóstico de transtornos mentais”. Resumindo O CID aponta as características. O DSM trata dos diagnósticos das doenças, por isso ser intitulado de “a bíblia dos médicos”. Neste sentido, ambos os documentos tratam de traçar diretrizes orientadoras utilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com os objetivos de investigações epidemiológicas. Entretanto, como você pode verificar pelos dados acima, o CID 10 tem como última edição o ano de 1989 e o DSM-V, o ano de 2013. Logo, esta atualização é que serve de base para os estudos sobre os transtornos mentais. Atenção Lembramos a você que já está no ar a versão atualizada do CID, que se tornou CID 11, entretanto, até o presente momento, encontra-se em versão de língua estrangeira. Aguardemos, então, a tradução para nossa língua, para que possamos nos apropriar das atualizações tão importantes, já que as pesquisas em psiquiatria avançam muito rapidamente, nos trazendo conhecimentos importantes a respeito das deficiências. Afinal, o cérebro, este órgão extraordinário, ainda permanece repleto de dados obscuros. Estamos caminhando e evoluindo no conhecimento de suas funções e mecanismos de organização do corpo humano. Por este motivo, a cada dia encontramos novidades, fruto dos resultados das pesquisas. Acredite, dentro de pouco tempo, 10 ou até menos anos, muitos dos conhecimentos que temos sobre ele, tornar-se-ão obsoletos. Bem, a partir destes esclarecimentos, voltemos ao nosso tema que é a Deficiência Intelectual – DI. De acordo com DSM-V, “o retardo mental é substituído por deficiência intelectual. O critério de QI não é a característica central do diagnóstico. O diagnóstico é baseado no nível das funções adaptativas nos domínios social, conceitual e habilidades prática.” (DUARTE, R.C.B) Ainda segundo a mesma autora, “há 4 níveis de severidade: leve, moderada, grave e profunda, baseados nos três domínios do comportamento adaptativo.” COMPORTAMENTO ADAPTATIVO O comportamento adaptativo é a reunião de habilidades conceituais, sociais e práticas que foram aprendidas pelas pessoas para funcionarem em suas vidas diárias (Quadro 1) de acordo com Fusão EF, Vilanova, LCP (APUD DUARTE, R.C.B). CONCEITUAIS Linguagem (receptiva e expressiva), leitura e escrita, raciocínio matemático (p.ex., conceitos de dinheiro) e autodirecionamento, memória. SOCIAIS Interpessoal, responsabilidade, autoestima, seguir regras, obedecer as leis, credibilidade. PRÁTICAS Inclui as atividades de vida diária como comer, usar o banheiro (uso do toalete e tomar banho), vestir-se, controlar os esfincteres e locomover-se; e as atividades instrumentais da vida diária como preparar refeições, cuidar da casa, tomar remédios, lidar com o dinheiro, usar telefones, fazer compras. Quadro 1 | Exemplos de habilidades adaptativas. São os seguintes, os fatores originadores da DI de acordo com o DSM-V: FATORES AMBIENTAIS (pré, peri e pós-natais) Refere-se ao um fator extrínseco que interfere no desenvolvimento do SNC (Sistema Nervoso Central). FATORES PRÉ-NATAIS Infecções congênitas: toxoplasmose, rubéola, tomegalovírus, sífilis, desnutrição intrauterina, malformações cerebrais, exposição da mãe à radiação, intoxicação pelo uso abusivo de álcool na gravidez (síndrome alcoólica fetal), uso de drogas durante a gravidez, como a cocaína, doenças como diabetes mellitus e alterações na tireoide. FATORES PERINATAIS Anoxia perinatal, traumas de parto (distocias de parto), encefalopatia hipóxico-isquêmica, hipoglicemia, prematuridade, baixo peso ao nascer e infecções ao nascimento, hemorragias. FATORES PÓS-NATAIS Infecções do sistema nervoso central, como meningoencefalites e encefalites, traumatismos cranioencefálicos, desmielinização (causas primárias ou secundárias), desnutrição proteico-calórica, radiações, intoxicação por mercúrio e cobre, síndromes epilépticas graves, como a síndrome de West, baixo nível socioeconômico. Agora que você já conheceu a parte funcional da DI, alguns alertas para familiares e professores: Cuidados destinados à família: É muito importante a observação do desenvolvimento da criança pequena. Atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor poderão dar pistas de uma provável DI. Exemplo: atraso na sustentação da cabeça, nos movimentos de rolar, engatinhar, sentar-se, andar e falar. Atenção Mas preste atenção: Doença Mental é diferente de Deficiência Intelectual. Doença Mental Uma pessoa com doença mental necessita de acompanhamento médico, especificamente de um psiquiatra e muito provavelmente necessitará de medicamentos, mas poderá ter a inteligência normal e consequentemente, não apresentará problemas cognitivos. Deficiência Intelectual Já o aluno com DI, poderá não se comportar da maneira adequada, necessitando ser ensinado. A parte cognitiva poderá estar comprometia, havendo necessidade de explicações mais detalhadas para que possa aprender, mas aprenderá certamente. Para você comprovar hipóteses de DI em seu aluno, será necessário sugerir à Coordenação Pedagógica, ou à Direção da instituição, que solicite avaliação de uma equipe multidisciplinar, composta por Médico, Psicólogo e Pedagogo. Assim, um aluno com DI em sala de aula, significa que necessitará uma dedicação especial do docente, incluindo em seu planejamento, práticas pedagógicas adaptadas, para que possa ter oportunidade de desenvolver-se e em muitos casos, conseguir a especialização necessária para competir no mercado. Práticas pedagógicas adaptadas Estas práticas pedagógicas oportunizarão aos alunos com DI compreender e assimilar conhecimentos variados, desenvolver habilidades e competências, ampliando suas potencialidades, conseguindo acompanhar os conteúdos apresentados de forma a acompanhar o rendimento cognitivo da turma. Lembre-se sempre, que um aluno com DI poderá alcançar progresso no desenvolvimento cognitivo caso haja a preocupação do docente em entender suas dificuldades e propor-se a auxiliá-lo pedagogicamente. Até a presente data, não existe a cura para a DI, porém, apesar das dificuldades que apresentam em seu desenvolvimento cognitivo, mesmo de forma mais lenta, conseguirá desenvolver-se e construir conhecimentos para garantir sua inserçãono mercado de trabalho. Professor, não desanime ao encontrar um aluno com DI em sua sala de aula. Dica Lembre-se que você será um veículo muito importante no auxílio à superação das deficiências cognitivas deste aluno. Trate-o com carinho e compreensão e se surpreenderá com seu progresso. Você terá dado sua contribuição a um ser humano, que na maioria das vezes, a escola colabora para diminuir sua autoestima. Fica a “dica”. DEFICIÊNCIA VISUAL - CEGUEIRA E BAIXA VISAO ou VISÃO SUBNORMAL Passamos, agora, a analisar as características dos alunos com deficiência visual. Segundo o NEDESP (Núcleo do Desenvolvimento da Educação Especial): “É considerado cego ou de visão subnormal aquele que apresenta desde ausência total de visão até alguma percepção luminosa que possa determinar formas a curtíssima distância. Na medicina duas escalas oftalmológicas ajudam a estabelecer a existência de grupamentos de deficiências visuais: a acuidade visual (ou seja, aquilo que se enxerga a determinada distância) e o campo visual (a amplitude da área alcançada pela visão).” Classifica-se a DV em dois tipos distintos: os indivíduos com cegueira e os que possuem visão subnormal. Entende-se por cegueira a completa perda de visão e é chamada também de Amaurose. As pessoas com cegueira, apresentam dificuldades para atividades do cotidianas, necessitando de recursos auxiliares. Sua visão é nula, isto é, não há sequer percepção luminosa. Conhecida no meio oftalmológico como “visão zero”. Descrição da cegueira e baixa visão de acordo com o CID 10: Cegueira Sinônimo: Amaurose; Cegueira Legal; Cegueira Monocular. Definição: Incapacidade de enxergar ou ausência da percepção visual. Esta afecção pode ser o resultado de DOENÇAS OCULARES, DOENÇAS DO NERVO ÓPTICO, doenças do QUIASMA ÓPTICO ou DOENÇAS CEREBRAIS que afetam as VIAS VISUAIS ou LOBO OCCIPITAL. Baixa Visão Sinônimo: Visão Reduzida; Visão Subnormal. Definição: Visão considerada inferior à visão normal, representada por padrões aceitos de acuidade, campo visual ou motilidade. A baixa visão geralmente se refere a transtornos visuais causados por doenças que não podem ser corrigidas por refração (ex., DEGENERAÇÃO MACULAR, RETINITE PIGMENTOSA, RETINOPATIA DIABÉTICA etc.). O aluno com cegueira é mais fácil de identificar do que o aluno com baixa visão. O aluno que chega ao ambiente escolar com cegueira, estará presente, de maneira geral, com recursos tais como bengala, ou acessórios o que possibilita o reconhecimento imediato da deficiência. Entretanto, o aluno com Visão Subnormal poderá apresentar dificuldades do professor em sua identificação, o que muitas vezes, poderá ser confundido com dificuldades de aprendizagem, por falta de atenção. Segundo Winebrenner (Apud SHEPER DOS SANTOS), os sintomas mais comuns da deficiência visual – baixa visão, são: • Irritação crônica dos olhos indicada por olhos lacrimejantes, inchados ou remelosos, pálpebras avermelhadas; • Náuseas, dupla visão ou névoas durante ou após a leitura; • Queixas de enevoamento visual e tentativa de afastar com as mãos os impedimentos visuais; • Pestanejamento contínuo, sobretudo durante a leitura; • Hábito de esfregar os olhos, franzir ou contrair o rosto ao olhar objetos distantes; • Inquietação, irritabilidade ou nervosismo excessivo depois de um prolongado e atento trabalho visual; • Inclinação da cabeça para um dos lados durante a leitura; • Cautela excessiva no andar, correr raramente e tropeçar sem razão aparente; • Desatenção anormal durante trabalhos no quadro, mapa, data show, etc.; • Capacidade de leitura por apenas um período bem curto; • Hábito de durante a leitura, segurar o livro muito perto ou muito distante, ou em outra posição incomum, ou ainda fechar ou tampar um olho. Em caso de o aluno já possuir o laudo de deficiência visual, deverá ser encaminhado a programas de educação especial. A publicação do MEC, intitulada “Saberes e práticas da Inclusão – Desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades especiais de alunos cegos com baixa visão”, apresenta recomendações metodológicas para aplicação aos conteúdos curriculares e em processos avaliativos, descritos a seguir: Considerar que o aluno com baixa visão pode atingir os objetivos comuns ao grupo em um período maior, para isso, variar a temporalidade dos objetivos, conteúdos e critérios de avaliação. Utilizar-se de procedimentos, técnicas e instrumentos de avaliação diferentes dos usados para a classe, quando necessário, sem prejudicá-lo em relação aos objetivos educacionais estabelecidos para ele. Conceder-lhe tempo suficiente para a realização das tarefas e avaliações, considerando que este aluno é mais moroso para completar suas atividades escolares. Os docentes necessitam de atualizações teórico-práticos suficientes para que possam auxiliar estes alunos e demais estudantes com deficiências. Assim, o MEC/SEEC, (2005) apresenta as seguintes orientações: “Os professores necessitam de apoio para afrontar o desafio de uma escola inclusiva. A nova perspectiva e a prática da educação inclusiva implicam mudanças substanciais na prática educativa. Consequentemente, a formação é uma estratégia fundamental para contribuir para essas mudanças. Todos os docentes precisam ter conhecimentos básicos teórico-práticos em relação à atenção à diversidade, à adaptação do currículo, à avaliação diferenciada e às necessidades educacionais mais relevantes, associadas aos diferentes tipos de deficiência, situações sociais ou culturais.” Recomendação Informações relevantes para implementação da escola inclusiva, você poderá encontrar no livro Educar na Diversidade – Material de Formação Docente, na publicação do MEC, 2006 pdf. DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA Dialogaremos sobre o conceito e características da Deficiência Múltipla (DM). DM trata-se da associação de mais de uma deficiência no mesmo indivíduo. Podem ser associações de deficiências intelectual, visual, auditiva, física, entre outras. A DM apresenta-se como imensa dificuldade para os docentes, uma vez que já se encontram (falas dos próprios educadores) despreparados para atender alunos com uma deficiência, imagine com mais de uma! Mais grave ainda: a associação de duas deficiências não se apresenta como aditiva, isto é: o aluno apresenta DI e DV. Não, esta associação parece ter caráter multiplicativo, ou seja, a combinação de duas deficiências, segundo a literatura pesquisada, poderá dar origem a mais uma deficiência. Os alunos portadores de dupla deficiência, segundo Shaper (2010) poderá apresentar as seguintes associações: • Deficiência física/intelectual (DF/DI) • Deficiência visual/auditiva (DV/DA) • Deficiência visual/física (DV/DF) • Deficiência intelectual/auditiva (DI/DA) • Deficiência intelectual/visual (DI/DV) • Deficiência auditiva/física (DA/DF) Exemplo Por exemplo: o indivíduo que apresenta deficiência física, intelectual ou auditiva, combinada com a deficiência visual poderá apresentar cegueira ou visão subnormal. A associação de três tipos de deficiências associadas, tornarão o atendimento escolar complexo e difícil, sendo necessário a elaboração de programas individualizados elaborados por equipes multidisciplinares. Programas individualizados Estes alunos necessitam de acompanhamento de docentes especializados, ou no mínimo atualizados, para que possam desenvolver-se, conhecer o mundo, recebendo estímulos para o aprimoramento de suas potencialidades. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste módulo, você teve contato com a literatura que explica as características da Deficiência Intelectual, que anteriormente era designada com Deficiência Mental. • Pôde conhecer as iniciativas de organizações médicas que criaram o CID (Código Internacional das Doenças) que se refere à Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (também conhecidacomo Classificação Internacional de Saúde e o DSM, manual diagnóstico e estatístico, feito pela Associação Americana de Psiquiatria para definir como é feito o diagnóstico de transtornos mentais. • Percebeu que a atualização do CID encontra-se na 10 revisão e, por este motivo, intitulado como CID 10. Lembrando que a atualização para o CID 11 estará brevemente sendo traduzida para a Língua Portuguesa e logo o tomaremos como referência. Alguns trechos desta classificação já se encontram traduzidos na internet. • Sobre a DI, apesentamos os fatores causadores, as sugestões pedagógicas e a diferença entre DI e Doença Mental. • Vimos os conceitos de DV e sua subdivisão em cegueira e visão subnormal, suas características e sintomas, além de apresentarmos sugestões pedagógicas. • Por fim, conversamos sobre as Deficiências Múltiplas e suas associações. • Apresentamos orientações sobre a necessidade de uma equipe multidisciplinar para a criação de programas educacionais apropriados para os alunos com DM, em consequência da complexidade apresentada pelos alunos com DM. Esperamos que você possa ter compreendido a enorme responsabilidade que lhe cabe como docente comprometido com a escola inclusiva. Dica Então, a sugestão é: recebendo um aluno com uma deficiência em sua sala de aula, pesquise e estude, sobre a deficiência dele. A cada ano ou semestre, quando você assumir a docência de uma turma, terá motivos para pesquisar sobre alguma deficiência. Não há outra alternativa. Não há uma formação (mestrado ou doutorado) que seja especializado em uma determinada deficiência. Até porque, elas são em números incalculáveis. A cada dia, as pesquisas encontram algumas novidades a respeito. Vamos lembrar um dado importante: até há pouco tempo, os alunos com TDAH começaram a fazer parte do cotidiano da escola. O assunto do dia nas salas dos Professores da Educação Fundamental era: “tenho um aluno com TDAH em minha turma. Não sei o que fazer. Dá muitíssimo trabalho”. Concordamos. Dá muito trabalho mesmo. É necessário conhecimento, respeito, tolerância e amor pelo ser humano. Com o tempo, acreditamos, os professores foram se aperfeiçoando neste transtorno, através de cursos livres, atualizações oferecidas pelas instituições públicas e privadas e da própria prática, além dos medicamentos que acalmam as crianças hiperativas. Hoje, percebemos um outro alvo do desespero dos docentes. Os alunos hiperativos continuam na escola, mas agora, acrescenta-se os com Autismo. E agora, qual o caminho? De novo repetimos, estudar, pesquisar, dedicar-se às causas da educação inclusiva para tornar outro ser humano feliz e ser feliz com os resultados. Vídeo Acesse o material digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado 1. Preencha a lacuna assinalando a palavra de forma a completar corretamente a definição apresentada no DSM-V, sobre a Deficiência Intelectual. O comportamento adaptativo é a reunião de habilidades _________, sociais e práticas que foram aprendidas pelas pessoas para funcionarem em suas vidas diárias. a) Integrativas. b) Cognitivas. c) Conceituais. d) Psicológica. e) Lúdicas. 2. A publicação do MEC, intitulada “Saberes e práticas da Inclusão – Desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades especiais de alunos cegos com baixa visão” (Brasília: MEC, 2006), apresenta recomendações metodológicas para aplicação aos conteúdos curriculares e em processos avaliativos. Assinale a alternativa que apresenta corretamente umas das recomendações. a) Considerar que o aluno com baixa visão pode atingir os objetivos comuns ao grupo em um período maior, para isso, variar a temporalidade dos objetivos, conteúdos e critérios de avaliação. b) Utilizar-se de procedimentos, técnicas e instrumentos de avaliação iguais aos usados para a classe, quando necessário, sem prejudicá-lo em relação aos objetivos educacionais estabelecidos para ele. c) Conceder-lhe tempo suficiente para a realização das tarefas e avaliações, considerando que este aluno é mais desatencioso para completar suas atividades escolares. d) Os docentes necessitam de permanentes atualizações apenas práticas para que se tornem eficientes e consigam auxiliar estes alunos e demais estudantes com deficiências. e) A concepção de uma prática educativa inclusiva necessita de alterações profundas na prática diária cotidiana escolar. Para uma ação efetiva, é necessário que os docentes reconheçam que todos os alunos devem ser tratados da mesma forma. 3. Classifica-se a DV em dois tipos distintos. Assinale a alternativa correta: a) Indivíduos com baixa cegueira e visão subnormal. b) Indivíduos com cegueira moderada e visão normal. c) Indivíduo com cegueira e visão moderada. d) Indivíduo com cegueira total e visão moderada. e) Indivíduos com cegueira e os que possuem visão subnormal. Módulo 4 DEFICIÊNCIA AUDITIVA E DEFICIÊNCIAS FÍSICAS INTRODUÇÃO Já conversamos sobre algumas deficiências. Temos muito ainda há falar. Aqui, neste módulo, você terá um resumo das principais deficiências e incentivo suficiente para continuar sua pesquisa. São muitas as deficiências, transtornos, distúrbios. Estes assuntos demandariam um livro com um número incalculável de páginas. E mais: ele estaria eternamente inconcluso. Em consequência aos estudos e pesquisas sobre o cérebro e o comportamento humano, as atualizações acontecem a todo momento. Encontramos na literatura, deficiências e transtornos raríssimos (hoje, mas amanhã, não temos tanta certeza de que continuarão sendo raros). Por exemplo: Síndrome de Irlen (ou síndrome do papel azul), Síndrome de Edwards, de Down de Jacobs, de Kinefelter, de Patau entre muitas outras. Mas, como não há espaço, tratamos aqui, apenas de algumas, selecionadas entre as mais comuns encontradas no cotidiano educacional. Nossa sugestão é que você continue sua pesquisa, principalmente a partir do recebimento de alunos com alguma delas em sua sala de aula. Faz parte de sua responsabilidade auxiliar na formação do cidadão de forma integral, como nos lembra tão bem Wallon em suas publicações. Além de responsabilidade profissional, entendemos a responsabilidade humana com o outro. Este nosso Planeta necessita de “ativistas da inclusão.” Vamos continuar nossa jornada, conversando sobre desta vez sobre Deficiência Auditiva e as Deficiências Físicas. Comecemos, então. DEFICIÊNCIA AUDITIVA Um aluno com Deficiência Auditiva poderá apresentar problemas de aprendizagem? Sim, claro, caso não esteja sendo acompanhado por médicos e não utilize os devidos acessórios para aparelhos auditivos. Aparelhos auditivos Estes aparelhos (auditivos) constituem-se como dispositivos eletrônicos que visam auxiliar pessoas com perda auditiva parcial ou total. Mas, voltando a resposta à questão inicial. É bom ressaltar, que nossa prática didática cotidiana é, prioritariamente, verbal. Fala o professor, fala o aluno, falam todos. Dessa forma, o aluno com DA poderá sentir-se confuso e não acompanhar a comunicação que se estabelece nas interações diárias. Algumas vezes, esta perda auditiva poderá ser progressiva e quando a pessoa começa a notar, muitos prejuízos na compreensão do que é exposto verbalmente já aconteceram e isto pode ser facilmente confundido com dificuldades de aprendizagem e falta de atenção. Esteja atento. file:///G:/Drives%20compartilhados/YDS_PA/0605_Fabrica_Conteudo/_PUB/05_Concepcoes/player/curso/00059/img/imagem_de_card20.jpg DEFICIÊNCIA AUDITIVA (DA) E SURDEZ Em princípio, vamos esclarecer as diferenças, de acordo com a literatura, entre DA e Surdez. Os deficientes parecem enfrentar grandes problemas em suas interações com outras pessoas. De maneira geral, há muita dificuldade das pessoas em lidar com situações em que se deparam com outro ser humano, com qualquer que seja a deficiência. Este fato é consequência da falta de conhecimento e também pela faltade empatia e compreensão com o outro e este fato, consequentemente contribui para a exclusão. Especificamente em se tratando da perda auditiva a grande dúvida que se apresenta é: Há diferença entre surdez e deficiência auditiva? É possível que você não consiga responder a esta questão. Mas esta não é uma dúvida só sua. A maioria das pessoas também não saberia responder. Certamente, que somente conhecerá a resposta quem conviver com alguém que tenha perda auditiva. Entretanto, é de grande importância conhecer a definição dos dois conceitos, uma vez que os indivíduos com deficiência auditiva e os indivíduos com surdez, apresentam necessidades diferentes, dependendo do grau de acometimento das perdas. Dessa forma, deverá ser empreendia ação diferenciada e individualizada. Vamos lá: as duas terminologias existem e estão corretas. Mas veja suas definições: Segundo o site da Fiocruz: Deficiência auditiva é considerada como a diferença existente entre a desempenho do indivíduo e a habilidade normal para a detecção sonora de acordo com padrões estabelecidos pela American National Standards Institute (ANSI - 1989). Deficiência auditiva Logo, entendemos que deficiente auditivo é aquele que tem alguma perda auditiva o que poderá manter- se como uma perda, ou mesmo chegar a não audição. De maneira geral, as pessoas com DA conseguem comunicar-se através da linguagem oral, considerando que ouviu os sons em algum momento e estes foram guardados na memória. Olha o cérebro agindo! Uma interessante observação, também publicada pelo site da Fiocruz, segundo a Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos – Feneis: “Um indivíduo que já tenha nascido com deficiência auditiva pode levar um ano para aprender a linguagem. Já alguém que ouve bem ou que perdeu a capacidade auditiva depois de adulto, pode levar um pouco mais de tempo para aprender, por ter se habituado à linguagem oral”. Agora, vamos a definição de surdez dada pela Biblioteca Virtual em Saúde do MEC: “Surdez é o nome dado à impossibilidade ou dificuldade de ouvir.” Os alunos com algum problema de audição, em geral, apresentam dificuldade no desenvolvimento da linguagem e podem ingressar na escola sem um diagnóstico médico. O auxílio do professor, na observação atenta, da aprendizagem de seus alunos poderá ser de grande valia, uma vez que estas crianças, tendem a não acompanhar o aprendizado como os demais colegas de turma. Tendem a não acompanhar o aprendizado como os demais colegas de turma Nesses casos, não sendo acompanhado de perto por uma equipe transdisciplinar, formada por otorrino, fonoaudiólogo, psicopedagogo e muitas vezes por psicólogos, além dos prejuízos já descritos, poderá levar o aluno a desenvolver baixa autoestima, não acreditando que seja capaz de acompanhar a aprendizagem, assumindo para si a concepção de “incapaz”. O fracasso escolar e o desencanto da escola (a evasão), são consequências possíveis. Acrescido a este fato, dependendo do caso e grau da surdez, esta poderá ser acompanhada de outros sintomas, como zumbidos, tonteiras e consequentemente falta de equilíbrio. Sobrevivendo a todos os percalços enfrentados pelas questões da surdez ou da deficiência auditiva, o adulto chega à faculdade. Mas, neste caso, já deverá ter sua situação parcialmente resolvida, com a utilização de recursos próprios para melhorar a audição. Mesmo assim, em caso de conhecimento de um aluno com baixa audição ou surdez em sala de aula do espaço acadêmico, haverá necessidade de um atendimento acolhedor e de compreensão por parte do docente. Não se esqueça que a evasão nos meios universitários, também ´vem sendo um problema bastante investigado e a falta de conhecimento e comprometimento do docente universitário poderá ser um dos motivos relevantes para esta triste realidade. AS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) juntamente com o Ministério da Saúde, apuraram a partir de pesquisas realizadas em 2013, que cerca de 6,2% da população brasileira apresenta algum tipo de deficiência. As limitações que estas pessoas são acometidas, poderá ocasionar lentidão no processo de aquisição da aprendizagem, lesões e dependendo do grau da deficiência, poderá haver comprometimento na área neurológica e neuromusculares, entre outros, além das deficiências que poderão ser adquiridas como a hidrocefalia ou a paralisia cerebral. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, considera-se Deficiente Física (DF): “Variedade de condições que afetam os indivíduos em termos de mobilidade, coordenação motora em geral, ou fala, decorrentes de lesões neurológicas, neuromusculares ortopédicas e ainda má formação congênitas ou adquiridas”. (p.25) Tipos de Deficiências Físicas Quando nos referimos à terminologia "deficiência física", logo pensamos em uma pessoa e uma cadeira de rodas, entretanto, as pessoas consideradas como DF não se resumem a uma cadeira de rodas. Precisamos lembrar que a DF pode ser ocasionada por um acidente e por várias outras situações. Segundo o Centro de Estudos e Formação os tipos de DF são: paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação, paralisia cerebral e ostomia. “A deficiência física tem quadros de graus e gravidades variáveis, de acordo com o que foi afetado, assim como o tipo de lesão que ocorreu. Veja aqui a classificação dos tipos de deficiência física de acordo com as lesões.” (CEF). Alguns exemplos: Lesão cerebral pode causar hemiplegias ou paralisia cerebral. Lesão medular causa paraplegias e tetraplegias. Esclerose e esclerose múltipla podem causar patologias degenerativas do sistema nervoso central. Sequelas de queimaduras, doenças osteomusculares e muitas outras podem também causar algum tipo de deficiência. Você sabia? Logo, podemos deduzir, que temos muito pouco conhecimento sobre as deficiências. Mais um exemplo para você se surpreender: a esclerose e as doenças osteomusculares (tendinites, lombalgias, mialgias, entre outras), dependendo do grau, poderão ser consideradas como DF. Acredito que este dado você não conhecia! Estes são pequenos exemplos, pois o universo da DF é muito extenso. Mais um dado para você conhecer ou (re) conhecer: Sequelas de queimaduras, doenças osteomusculares e muitas outras podem também causar algum tipo de deficiência, de acordo com as orientações do CEF. Lembramos ainda, que como consequência de DF severas, a pessoa pode apresentar desordem em sua aparência física, acarretando problemas secundários necessitando de auxílio psicológico para recuperar sua autoestima. Na maioria dos casos, a DF não atinge as funções cognitivas, isto é, apresentam o desenvolvimento da aprendizagem de forma satisfatória e em muitos casos, além do esperado do grupo. Entretanto, necessitam de atenção, compreensão, carinho para que seu desenvolvimento cognitivo seja saudável e o processo de inclusão efetivado. Ressaltamos, que muitas vezes, a atitude do grupo social onde a pessoa com DV está inserida, poderá colaborar ou dificultar a inclusão. Veja alguns exemplos de atitudes que atuam como elementos dificultadores do processo inclusivo de acordo com Schaper dos Santos (2015). a) A curiosidade das pessoas ditas “normais” e as dificuldades que tais pessoas sentem em conviver com algo que não conhecem e não conseguem controlar, podem levar as pessoas que apresentam deficiências físicas a buscar isolamentos. b) O desgaste e o cansaço para a pessoa com deficiência e para a família, provocadas pelas abordagens de reabilitações múltiplas e constantes. ADAPTAÇÕES PARA DF - A Deficiência Física no ambiente de aprendizagem – Escolas, Faculdades e Universidades Adequar a estrutura do prédio da escola é primordial para receber alunos com deficiência física. Rampas, elevadores (quando
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