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PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DE OBRAS VIÁRIAS Materiais Preparados para Pavimentação: Principais Materiais ou Misturas Granulares; Misturas Asfálticas a Quente para Camadas de Revestimento. Objetivos do aprendizado: Discernir entre as nomenclaturas de materiais granulares, emprego e forma de aplicação em pavimentação. Definir o concreto asfáltico usinado a quente (CBUQ) sua aplicação e execução. Definir as demais misturas asfálticas a quente e suas aplicações. Índice Principais materiais ou misturas granulares. Misturas asfálticas a quente para camadas de revestimento. Conteúdos Bica Corrida (BC) Material britado retirado diretamente do britador secundário, sem peneiramento ou classificação, para aplicação direta na pista; Empregado, normalmente, em bases e sub-bases. Dosagem: Determinada através de ensaio do CBR; Deve ser conferida em campo. Principais materiais ou misturas Bica Corrida (BC) Execução: Transporte para a pista; Espalhamento com motoniveladora ou espalhador de agregado, umedecimento com caminhão-pipa e homogeneização do material com grade de disco; Compactação com rolo de pneus de 2,5 t por roda com pressão de até 0,7 MPa, ou rolo liso metálico (vibratório ou não), de 3 t ou mais. Principais materiais ou misturas Brita Graduada Simples (BGS) Resultante de mistura de agregados britados, peneirados e classificados resultando em uma mistura bem graduada. Material estabilizado granulométrica e mecanicamente. Empregado em camadas de base e sub-base. Dosagem: Por seleção da faixa granulométrica. Ensaio de compactação para determinação da umidade ótima. Não se aplica o ensaio do CBR, pois este material já se trata do padrão (CBR=100%). Principais materiais ou misturas Brita Graduada Simples (BGS) Execução: Usinagem em usina de solos ou agregados, com mais de dois silos, gravimétrica com inserção de água durante a mistura. Transporte para a pista. Espalhamento com motoniveladora ou espalhador de agregados. Compactação com rolo de pneus de 2,5 t por roda com pressão de até 0,7 MPa, ou rolo liso metálico (vibratório ou não), de 3 t ou mais. Principais materiais ou misturas Macadame Hidráulico (MH) Resultante da compactação de agregados graúdos seguida do preenchimento de seus vazios por agregados miúdos, normalmente pó-de-pedra. Realizado com auxílio de varrição, aspersão de água e compactação. Não apresentando dosagem é empregado em camadas de base ou sub-base (espessura ente 10 a 15cm). Principais materiais ou misturas Macadame Hidráulico (MH) Execução: Espalhamento do agregado graúdo com pás carregadeira e motoniveladora; Compactação do agregado graúdo com rolos lisos metálicos (10 a 12t). Espalhamento e varrição do pó-de-pedra preenchendo os vazios. Nova compactação da camada com rolo vibratório. Segundo espalhamento de agregados miúdos com aspersão de água por caminhão-pipa. Compactação final. Principais materiais ou misturas Macadame Seco (MS) Camada de materiais granulares obtidos do britador primário preenchida com elevado esforço de compactação por brita de graduação uniforme ou graduada. Empregado em camadas de sub-base e base. Não apresenta dosagem como o MH Recomenda-se dimensões máximas entre 10 a 15 cm e mínima de 5 cm para os agregados graúdos. Camadas entre 10 a 20 cm com controle visual do acabamento. Principais materiais ou misturas Macadame Seco (MS) Execução: Espalhamento do agregado graúdo com pá-carregadeira e motoniveladora. Compactação do agregado graúdo com rolo liso metálico vibratório. Espalhamento do agregado miúdo, o mais seco possível sobre os agregados graúdos. Compactação enérgica com rolo vibratório pesado. Principais materiais ou misturas Paralelepípedos (PAR) Pedras aparelhadas de faces opostas aproximadamente paralelas com dimensões aproximadas de 22 a 28 cm de comprimento, 11 a 15 cm de largura e 13 a 15 cm de altura. Assentadas sobre base granular ou cimentada recoberta por camada de areia (coxim) de aproximadamente 30 cm. Rejuntamento com areia grossa ou pó-de-pedra e emulsão de ruptura rápida ou com argamassa de cimento e areia. Controle com réguas e visual. Principais materiais ou misturas Paralelepípedos (PAR) Execução: Execução da camada de areia sobre a base acabada. Assentamento manual dos paralelepípedos, com apiloamento, mantendo um afastamento entre os mesmos de aproximadamente 1,5 cm. Espalhamento do material de rejuntamento sobre a superfície, promovendo o enchimento das juntas e remoção do excedente através de varrição. Compressão por rolo liso metálico (10 a 12 t). No caso de rejuntamento com emulsão de ruptura rápida, a mesma é feita em seguida, com auxílio da “caneta” do caminhão espargidor lançando-se nova camada de material de enchimento com remoção do excesso. Principais materiais ou misturas Solo Arenoso Fino Laterítico (SAFL) Solo com comportamento laterítico, segundo a classificação MCT, com porcentagem retida na peneira 200 (0,075 mm) superior a 50% e fração areia constituída de grãos de quartzo. Empregados como camadas de base ou sub-base. Principais materiais ou misturas Solo Arenoso Fino Laterítico (SAFL) Execução: Extração da jazida e transporte para o local de aplicação. Espalhamento. Adição de água e homogeneização com grades de disco ou secagem quando com umidade excessiva. Compactação com rolos pé-de-carneiro. Principais materiais ou misturas Solo-Brita, Solo-Agregado ou Solo Estabilizado Granulometricamente (SB) Mistura de solos com agregados ou material britado mal graduado. São empregados em substituição a camadas de brita graduada, com vantagens econômicas. Os critérios tradicionais de dosagem limitam em cerca de 25% de solo na mistura ou 50% para brita ou agregado descontínuo. Principais materiais ou misturas Solo-Brita, Solo-Agregado ou Solo Estabilizado Granulometricamente (SB) Execução: A mistura pode ser feita em campo com emprego de pá-carregadeira ou de motoniveladora para a distribuição dos agregados. Compactação com rolos vibratórios. Principais materiais ou misturas Solo Saprolítico (SS) Solos residuais jovens, associados à rocha do substrato inferior. Ocorrências: Abundante em áreas da costa brasileira com presença de granitos, no nordeste de Minas Gerais (vale do Jequitinhonha). Conhecidos popularmente como cascalheiras. Principais materiais ou misturas Solo Saprolítico (SS) Condições de uso: Empregados como encontrados, desde que com grãos resistentes e sem excesso de finos. Necessita de correção da umidade natural quando da compactação. Principais materiais ou misturas Solo Laterítico Concrecionado (SLC) Resultantes da cimentação por óxidos de ferro e alumínio de grãos de solos estáveis, incluindo sílicas e quartzos, no horizonte laterítico dos perfis de solo. Recebe nomes regionais como laterita, piçarra e canga. Principais materiais ou misturas Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) Também designado Concreto Asfáltico (CA) ou Concreto Asfáltico Usinado a Quente (CAUQ). É a mais comum e tradicional mistura asfáltica a quente utilizada. Obtido da mistura e homogeneização a quente e em usina misturadora, contínua ou descontínua de grande, médio ou pequeno porte de: Agregados minerais (naturais ou artificiais, britados ou em sua forma natural), geralmente bem graduados; Material fino de enchimento (fíler: pó-de-pedra, finos calcários ou cimento Portland); Cimento asfáltico de petróleo (CAP). Misturas asfálticas a quente para camadas de revestimento Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) Objetivos da dosagem: Mistura adequadamente trabalhável; Mistura estável sob ação de cargas estáticas ou móveis; Mistura durável, com teor de asfalto adequado; Baixa deformação permanente (trabalhar matriz pétrea e controlar o teor de asfalto); Mistura pouco suscetível à fissuração por fadiga; Possuir vazios (com ar) suficientes e não excessivos. Misturas asfálticas a quentepara camadas de revestimento Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) Misturas asfálticas a quente para camadas de revestimento Possíveis critérios de dosagem de misturas asfálticas Patologia a ser combatida em pista Tipo de dosagem apropriada Exsudação, escorregamento lateral Estabilidade, fluência Deformação plástica em trilhas de rodas Deformação plástica, estática ou dinâmica Fissuração por fadiga Ensaio dinâmico de fadiga Reflexão de fissuras Ensaios combinados de fratura e de fadiga NORMA DNIT 031/2006 - ES Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) Misturas asfálticas a quente para camadas de revestimento Usina de Asfalto em Operação Fonte: http://asfaltodequalidade.blogspot.com.br/2015/09/cbuq-x-pmf.html Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) Misturas asfálticas a quente para camadas de revestimento Esquema de funcionamento de uma Usina de Asfalto a Quente Fonte: http://asfaltodequalidade.blogspot.com.br/2015/09/cbuq-x-pmf.html Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) Misturas asfálticas a quente para camadas de revestimento USINAS FIXAS DE DOSAGEM DESCONTÍNUA Fonte: http://asfaltodequalidade.blogspot.com.br/2012/10/usinas-de-asfalto.html Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) Misturas asfálticas a quente para camadas de revestimento USINAS FIXAS DE DOSAGEM DESCONTÍNUA Fonte: http://asfaltodequalidade.blogspot.com.br/2012/10/usinas-de-asfalto.html “O processo de dosagem é descontínuo pois há interrupção do processo. Este ciclo de dosar, interromper a dosagem, misturar e descarregar o material asfáltico é conhecido como batelada. Embora seja o processo mais preciso, uma usina gravimétrica apresenta dificuldades logísticas para transporte e montagem. Cabe a cada empresa analisar os prós e contras antes de escolher qual é o modelo mais adequado para sua demanda.” Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) Misturas asfálticas a quente para camadas de revestimento USINAS FIXAS DE DOSAGEM DESCONTÍNUA Fonte: https://www.focusmixplant.com/products/104.html Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) Misturas asfálticas a quente para camadas de revestimento ESQUEMA DE USINAS FIXAS DE DOSAGEM DESCONTÍNUA Fonte: https://www.focusmixplant.com/products/104.html Camada Porosa de Atrito (CPA) Também conhecida como concreto asfáltico poroso. Concreto asfáltico drenante ou porosa (aberta). Finalidade de obtenção de superfície altamente drenante, evitando formação de poças e/ou filmes de água sobre a superfície bem como o spray do veículo anterior para o posterior. Obtido com uma mistura descontínua (mal graduada) de agregados, com ou sem fíler, aumentando a porcentagem de vazios. Processo de degradação maior que nas misturas mais fechadas, por diminuir as ligações causadas pelo CAP, o que provoca a ruptura entre o CAP e o agregado. Misturas asfálticas a quente para camadas de revestimento Stone Matrix Asphalt (SMA) Concreto asfáltico usinado a quente preparado com agregados de granulometria mais graúdos, cúbicos e uniforme, com poucos finos com maior contato face a face, preenchidos com mástique asfáltico. Mástique asfáltico é uma mistura entre areia artificial de britagem de rochas, o fíler, o ligante asfáltico (CAP) e fibras de celulose ou minerais. O CAP pode ser modificado com polímeros para redução da deformação plástica e melhoria do comportamento à fadiga das misturas asfálticas. Misturas asfálticas a quente para camadas de revestimento Stone Matrix Asphalt (SMA) Modificado com borracha presta-se a absorver excessos de ligante, que provocam escorrimento durante o transporte e exsudação. Devido à ausência de finos em quantidade, a textura superficial se torna mais rugosa, servindo como uma rede de microdrenagem superficial, evitando formação de lâminas d’água e melhorando a aderência, por contato, dos pneus com os agregados superficiais. Misturas asfálticas a quente para camadas de revestimento Pré-Misturado a Quente (PMQ) Misturas asfálticas semelhantes ao CBUQ. Elaboradas sem introdução de material de enchimento. Composto por apenas dois tipos de agregados. Misturas mais abertas. Utilizado, preferencialmente, como camada de ligação ou regularização. Processo de aplicação: Executado com vibro-acabadora para distribuição e pré-compactação, da mesma forma que o CAUQ. Pode ser espalhado com motoniveladora desde que se tome cuidado para não segregar o material. Misturas asfálticas a quente para camadas de revestimento Areia Asfalto a Quente (AAQ) Mistura de areia, fíler e asfalto preparada a quente em usina aquecida. Utilizada como revestimento, regularização e base de pavimentos asfálticos. Misturas asfálticas a quente para camadas de revestimento Distribuições granulométricas para misturas areia-asfalto Abertura da peneira (mm) Porcentagem passante Faixa A Faixa B 9,5 100 - 4,8 80 – 100 100 2,0 60 – 95 90 – 100 0,42 16 – 52 40 – 90 0,18 4 – 15 10 – 47 0,075 2 – 10 0 - 7 Fonte: Balbo Areia Asfalto a Quente (AAQ) Processo de aplicação: Executado com vibro-acabadora para distribuição e pré-compactação, da mesma forma que o CAUQ. Pode ser espalhado com motoniveladora desde que se tome cuidado para não segregar o material. Compactação com rolos de pneus. Misturas asfálticas a quente para camadas de revestimento Microrrevestimento Asfáltico a Quente (MRAQ ou MCAQ) Camada delgada (2 a 3 cm) de mistura asfáltica a quente. CAP modificado com polímero. Agregados de distribuição contínua. Mistura fina e impermeável sem função estrutural. Mais empregado para manutenção preventiva de revestimentos asfálticos ou macadames betuminosos. Misturas asfálticas a quente para camadas de revestimento Microrrevestimento Asfáltico a Quente (MRAQ ou MCAQ) Misturas asfálticas a quente para camadas de revestimento Faixa granulométrica para o MRAQ Abertura da peneira Porcentagem que passa 4 100 8 80 – 100 16 50 – 90 30 30 – 60 50 20 – 45 100 10 – 25 200 5 – 15 Fonte: Balbo Dados de elaboração desta apresentação Elaboração: Antônio Bráulio de Oliveira e Silva Filho. Base de sequência e informação: Livro Pavimentação Asfáltica materiais, projeto e restauração de José Tadeu Balbo. Demais fontes: Citadas/indicadas no local onde aparecem. Professor: Antônio Bráulio de Oliveira e Silva Filho (71)3330-4646 - Coordenação antonio.braulio@unifacs.br PRÓXIMO ASSUNTO Materiais Preparados para Pavimentação. Tratamentos Superficiais. Revestimento por Penetração de Asfalto. Misturas Asfálticas a Frio. Imprimação, Pinturas Selantes e Pintura de Ligação.
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