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Guia Pratico Manejo Nutricional do Prematuro_Versao Online

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Prévia do material em texto

Dra. Rita de Cássia Silveira Dr. Paulo Nader
Pediatra Neonatologista
Professor Adjunto de Pediatria do curso 
de Medicina da Universidade Luterana do Brasil 
Gestor da Pediatria e Neonatologia 
do Hospital Universitário Canoas
Doutorado em Biologia Celular 
e Molecular na ULBRA
Coordenador da residência 
do Hospital Universitário Canoas
Pediatra Neonatologista 
Professora Titular do Departamento de Pediatria 
da Faculdade de Medicina da UFRGS 
Preceptora da residência médica de pediatria 
e de neonatologia no Hospital de Clínicas 
de Porto Alegre (HCPA)
Coordenadora do Ambulatório da Neonatologia do HCPA
Membro Eletivo da Society for Pediatric Research
Chefe do Serviço de Neonatologia do HCPA
GUIA PRÁTICO
MANEJO 
NUTRICIONAL 
DO PREMATURO
Material técnico-científico destinado exclusivamente a profissionais da saúde. Proibida a distribuição/reprodução total e/ou parcial.
Manejo Nutricional do Prematuro - Guia Prático01
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 03
1. PREPARO PARA A ALTA HOSPITALAR DO PREMATURO
1.1 Sumário de alta
1.2 Critérios para alta do recém-nascido prematuro 
1.3 Especialidades envolvidas no seguimento do prematuro
1.4 Pontos-chave para garantir a alta segura
04
06
07
08
09
2. ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL DO CRESCIMENTO DO PREMATURO
2.1 Idade corrigida (IC)
2.2 Avaliação do crescimento
2.3 Curvas de crescimento
2.4 Recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria
2.5 Sinais de alerta de déficit de crescimento
2.6 Classificação dos prematuros 
10
10
10
12
13
13
15
3. MANEJO NUTRICIONAL DO PREMATURO PÓS-ALTA
3.1 Manejo prático dos requerimentos nutricionais do paciente prematuro 
3.2 Como podemos monitorar a síndrome metabólica no prematuro?
3.3 Macronutrientes
3.4 Micronutrientes
3.5 Importância do aleitamento materno
3.6 Condutas na impossibilidade do aleitamento materno
3.7 Qualidade da alimentação complementar
3.8 Pontos-chave sobre o manejo nutricional do prematuro pós-alta
17
17
19
20
20
22
22
23
23
4. EXPECTATIVAS DO DESENVOLVIMENTO ESPERADO DO PREMATURO
4.1 Sintomas de dificuldades alimentares na prematuridade
4.2 Orientações para prevenção das dificuldades alimentares na introdução alimentar
4.3 Pontos-chave do desenvolvimento esperado do prematuro
24
26
27
27
5. ANEXOS
Tabela I. Valor estimado de circunferência abdominal (crianças de origem americana-europeia)
Tabela II. Valor estimado de circunferência abdominal (crianças de origem afro-americana)
Tabela III. Valor estimado de circunferência abdominal (crianças de origem mexicano-americana)
Tabela IV. Valor estimado de circunferência abdominal (crianças de etnias combinadas)
Curvas de Fenton
Curvas Intergrowth
28
28
29
30
31
32
34
6. REFERÊNCIAS 38
02
O nascimento prematuro representa um momento delicado na vida de milhares de famílias e, a cada ano, cerca 
de 15 milhões de bebês nascem prematuramente no mundo. No Brasil, de acordo com os dados do Ministério 
da Saúde, 11,5% dos bebês nascem prematuros (cerca de 300 mil por ano), percentual que coloca o Brasil entre 
os 10 países com maior número de nascimentos prematuros no mundo.
Nos últimos anos, as melhorias nos cuidados perinatais e neonatais aumentaram a sobrevivência dos prema-
turos, e tem se discutido cada vez mais sobre como garantir uma boa qualidade de vida para esses lactentes. 
Nesse contexto, a nutrição adequada é um dos pilares fundamentais nessa etapa tão complexa, já que lactentes 
com um bom estado nutricional apresentam melhor sobrevida e melhores desfechos no futuro.
A terapia nutricional visa recuperar e atingir todo o potencial de crescimento e desenvolvimento desse lactente, 
com satisfatório desenvolvimento cognitivo e motor e, em longo prazo, prevenir doenças crônicas não transmis-
síveis. No entanto, a nutrição adequada na prematuridade ainda é um tema de alta complexidade e um grande 
desafio da neonatologia, por se tratar de um grupo muito vulnerável e sem homogeneidade clínica devido às 
diferentes idades gestacionais e doenças associadas, as quais precisam de avaliação e recomendações nutri-
cionais diferenciadas.
É importante ressaltar que a nutrição adequada é mais do que a simples entrega de nutrientes, é uma interven-
ção complexa que envolve não apenas os componentes funcionais da dieta, mas também aspectos sensoriais e 
sociocomportamentais, que devem ser abordados de maneira holística e com uma equipe multidisciplinar, para 
que seja possível obter melhores resultados.
 
Esse guia traz, de forma prática, as mais recentes recomendações nutricionais, com o objetivo de 
contribuir com o dia a dia do pediatra no manejo nutricional do prematuro e garantir que este sempre 
receba o melhor aporte nutricional por ml em todas as fases da jornada da prematuridade. 
Esse material recebeu chancela da Sociedade Brasileira de Pediatria.
INTRODUÇÃO
Manejo Nutricional do Prematuro - Guia Prático03
1. PREPARO PARA A ALTA HOSPITALAR DO PREMATURO
O plano da alta de um recém-nascido prematuro (RNPT) é muito importante, sendo uma etapa fundamental 
na continuidade da assistência integral que o bebê recebeu na internação em Unidade de Cuidado Intensivo 
Neonatal (UCIN). Esse processo requer uma abordagem da equipe multidisciplinar, incluindo: neonatologista, 
pediatra, enfermeiro, nutricionista, assistente social, psicólogo, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e o mais importan-
te: a família da criança.
Avaliar o ambiente físico domiciliar e psicossocial é uma parte importante do processo de alta. A equipe clínica 
é responsável por garantir que as investigações e os testes de triagem apropriados tenham sido concluídos, 
que os problemas médicos tenham sido resolvidos e que um plano de acompanhamento esteja em vigor no 
momento da alta para casa.
 
As crianças são consideradas aptas para a alta quando estiverem clinicamente estáveis e 
maduras sob o ponto de vista fisiológico, que inclui: capacidade de manter a temperatura 
corporal, estabilidade respiratória e curva de peso ascendente. A família é fundamental 
para o processo de planejamento da alta e vital para seu sucesso. O envolvimento da família 
com os cuidados do recém-nascido desde o momento da internação melhora a confiança 
dos pais e diminui a ansiedade. 
 
A transição da internação neonatal em cuidados mínimos para a casa pode ser estressante para a criança e 
para a família. Assim, é importante preparar a família para a alta do RNPT, os pais precisam assimilar os cui-
dados garantindo a disponibilidade dos recursos necessários. Isso pode ajudar a aliviar muitos dos temores 
que os pais têm de levar para casa seu filho prematuro. O convívio mais intenso dos pais dentro da unidade 
de internação neonatal (se possível, permanecendo também no período noturno) tende a reduzir o número de 
reinternações pós-alta.
Os critérios de alta do prematuro internado em uma unidade neonatal devem ser individualizados, mas os cri-
térios mínimos exigidos estão vinculados ao seu peso, usualmente ao redor de 1800 a 2200 g, e às condições 
clínicas estáveis. Esta variação de peso está associada às comorbidades encontradas em cada paciente. Irá 
variar conforme a idade gestacional e peso de nascimento, assim como pela presença de outras patologias 
associadas (displasia broncopulmonar, paralisia cerebral, entre outras). 
Os cuidados com a nutrição devem ser garantidos, tais como: amamentação ao seio como primeira opção de 
escolha e/ou uso de fórmulas infantis, quando indicado. Para alta hospitalar, a via de administração da dieta 
deve ser preferencialmente a via oral e, para isso, deve ser assegurado que o prematuro possua uma boa suc-
ção. Em situações especiais, alguns prematuros necessitam de uso de sonda nasogástrica ou gastrostomia. 
Nestes casos deverá haver um treinamento dos pais e cuidadores para o manejo da sonda e sobre como ter 
acesso em situações de urgência, nos casos de deslocamento da mesma. 
Toda criança que apresentar dificuldades alimentares deve ser avaliada pelas equipes de fonoaudiologia e nu-
trição antes da altahospitalar. Os pais devem estar treinados e devem ter compreendido o plano alimentar que 
está sendo trabalhado. Este planejamento deverá ser comunicado ao pediatra ou médico que irá acompanhar 
o bebê após a alta.
04
A meta do ganho de peso neste período e imediatamente após a alta deve ser ao redor de 20 a 30 g/dia com 
uma ingestão calórica ao redor de 100 a 120 kcal/kg/dia. O volume deverá ser de pelo menos 180 ml/kg/dia. 
Em situações especiais em que a restrição hídrica é necessária, o plano alimentar deve ser revisto. Se não houver 
necessidade de restrição hídrica, em crianças com livre demanda, a ingesta pode variar em até 220 ml/kg/dia. 
Ingesta menor que 160 ml/kg/dia de leite é considerada insuficiente.
Nos prematuros, para um sucesso maior na amamentação e redução das internações hospitalares após a 
alta, é recomendada a permanência da mãe junto de seu filho pelo maior tempo possível durante a internação 
(método Canguru). 
Tipo de 
alimentação
Instruções 
sobre o preparo 
de fórmula 
infantil, quando 
necessário
Metas de 
ganho de peso 
planejadas para 
acompanhamento
Forma de 
oferecimento
Intervalo entre 
as mamadas
Volume
Tipo de alimentação
• No caso de amamentação exclusiva ao seio materno, será de livre demanda, tendo a garantia de 
ganho ponderal adequado antes da alta hospitalar.
• No uso de leite humano ou leite materno ordenhado, não devem ser usados aditivos a partir de 1800 g 
(alta sem nenhum aditivo).
Na impossibilidade do aleitamento materno:
• O uso de fórmula infantil para prematuros (~80 kcal/100 ml) em geral deve ser feito até o prematuro 
atingir aproximadamente 1800 g. 
• A fórmula infantil de transição pode ser usada a partir de 1800 g e mantida até a idade gestacional 
corrigida de 52 semanas. Prematuros que fizeram o uso de nutrição parenteral prolongada e/ou fa-
zem uso de diuréticos e apresentam crescimento limitado podem se beneficiar com a fórmula de 
transição se não estiverem sendo amamentados. O uso de fórmula de transição assegura melhor 
mineralização óssea e ganho ponderal mais estável.
Volume da alimentação
• Meta de ingesta média 160-180 ml/kg/dia.
• Ingesta menor que 160 ml/kg/dia é considerada abaixo da ideal.
Aspectos que devem ser considerados no planejamento nutricional da alta hospitalar:
Manejo Nutricional do Prematuro - Guia Prático05
No plano alimentar de alta devem estar descritos:
Métodos de alimentação
• As vias de alimentação podem ser: amamentação, uso de copinho, mamadeira, uso de sonda oro ou 
nasogástrica, gastrostomia ou uma combinação dos métodos.
Avaliação da alimentação e do crescimento
• A alimentação é considerada insuficiente quando a criança não consegue se alimentar totalmente 
por via oral, podendo ser por fadiga ou falha na coordenação.
• Analisar a pega da mama nos casos de amamentação.
• Analisar o crescimento adequado (ganho de peso diário, crescimento e aumento do perímetro 
cefálico semanal).
• Considerar crescimento adequado quando o peso é > 20 g/dia, comprimento > 1 cm/semana 
e perímetro cefálico > 0,5 cm/semana. Valores inferiores a estas taxas são considerados como 
crescimento inadequado.
Suplementação no momento da alta hospitalar:
• Vitamina D: 800 UI/dia em prematuros extremos.
• Ferro: inicia com 30 dias: 4 mg/kg/dia ( < 1000 g ao nascimento) ou 3 mg/Kg/dia nos demais 
prematuros.
• Zinco: Sulfato de zinco (10 mg/ml): 0,5 - 1 mg/kg/dia VO (iniciar com 36 semanas até 6 meses da IC). 
1.1 Sumário de alta
• Deve incluir os dados maternos e do pré-natal, do nascimento, das intercorrências clínicas na UCIN, nu-
trição e crescimento, identificação de problemas não resolvidos e exame físico completo com antropo-
metria.
• Fornecer aos pais os exames de imagem realizados durante a hospitalização. 
• A primeira consulta deve ser programada nas primeiras 72 horas após a alta.
• Entregar por escrito aos pais um cronograma de seguimento personalizado com as datas de controle 
médico.
• Indicar as consultas com especialista e avaliações periódicas do crescimento e desenvolvimento.
• Indicar os locais para onde devem se dirigir em caso de urgência. 
• Programar os exames ambulatoriais com as datas a serem realizadas.
• Entregar todas as medicações prescritas com a posologia, data de início e término e assegurar que pais 
e/ou responsáveis estão aptos para administrar as medicações. 
• Programar as imunizações conforme o calendário vacinal do Ministério da Saúde e indicar a adminis-
tração do Anticorpo Monoclonal (Palivizumabe), quando for o caso.
• Estimular o aleitamento materno como o melhor alimento para o RNPT egresso da UCIN e, nas situa-
ções especiais, entregar por escrito o preparo e a forma de administração da fórmula infantil indicada.
• Comunicar à Atenção Primária a família com risco social e psicológico.
• Programar as visitas domiciliares para avaliação e apoio aos pais.
06
RECÉM-NASCIDO MÃE & FAMÍLIA EQUIPE
Ganhou peso nos últimos 3 dias 
antes da alta Mãe segura e motivada Avaliar risco social e psicológico
Em aleitamento materno exclusivo 
ou mãe e família habilitadas a 
realizar a complementação com 
fórmula infantil
Seguros em relação à 
amamentação ou ao preparo 
de fórmula infantil, quando 
necessário
Observação da mamada e do 
preparo de fórmula infantil, 
quando necessário
Mantendo temperatura axilar 
adequada: aferida com bebê 
totalmente vestido em berço 
comum com temperatura 
ambiente entre 20°C e 25°C
Pais aptos nos cuidados: higiene, 
prevenção de infecção e morte 
súbita
Orientar posição supina para 
dormir e cuidados gerais de 
puericultura
Função cardiorrespiratória estável 
por 5 dias sem uso de xantinas
Habilitados a reconhecer situações 
de risco (apneia e cianose)
Revisar e treinar a família na 
administração de medicações
As imunizações foram 
administradas
Família comunicada das 
imunizações realizadas
Revisar imunizações programadas 
antes da alta e orientar as 
próximas imunizações
Foi realizada a triagem 
neonatal biológica
Família ciente da realização da 
triagem
Conferir a realização do teste 
neonatal biológico
O estado hematológico foi 
avaliado e, se necessário, foi 
indicada a terapia apropriada
Família apta a administrar a 
terapia nos casos de alterações 
hematológicas
Revisar a realização do estado 
hematológico
Foi realizada a avaliação auditiva e 
a fundoscopia Família ciente dos resultados
Comunicar os resultados à família 
e orientar o acompanhamento
Correção de hérnia inguinal, 
quando for o caso
Família orientada dos sinais de 
aparecimento de hérnia inguinal
Esclarecer a família quanto aos 
sinais de aparecimento de hérnia
Com diagnóstico de hemorragia 
cerebral ou outra alteração 
neurológica
Orientação em relação aos 
cuidados domiciliares e quadro 
clínico evolutivo
Conferir avaliação neurológica e 
exames de imagem (cópia dos 
resultados aos pais)
Foram passadas orientações sobre 
o transporte seguro do bebê até o 
seu domicílio
Família orientada em relação 
ao assento adequado para o 
transporte
Orientar o uso de assento 
apropriado para o carro
1.2 Critérios para alta do recém-nascido prematuro 
A tabela abaixo mostra os principais pontos que devem ser considerados na alta hospitalar.
Manejo Nutricional do Prematuro - Guia Prático07
1.3 Especialidades envolvidas no seguimento do prematuro
Os bebês prematuros, principalmente os classificados como prematuros extremos, necessitam de acompa-
nhamento por pelo menos 3 a 5 anos, e em algumas situações o acompanhamento pode ser necessário até a 
adolescência. O envolvimento de uma equipe multidisciplinar nesse processo garante um acompanhamento 
mais completo.
Neuropediatra: Os prematuros, principalmente os extremos, apresentam hemorragia peri-intra-
ventricular ou outras lesões isquêmicas, podendo levar a crises convulsivas ou a algum grau de 
paralisia cerebral. A intervenção precoce auxilia no prognóstico.
Pneumopediatra: Os prematuros com displasia broncopulmonar necessitam de acompanha-
mento desua função pulmonar e acompanhamento dos quadros sibilantes desta população.
Cardiologista Pediátrico: Em pacientes com cardiopatia ou com complicações do ductus arte-
riosus, o acompanhamento se faz necessário.
Oftalmologista pediátrico: É necessário o acompanhamento oftalmológico desde a UTI Neo 
para avaliação e diagnóstico da retinopatia da prematuridade, assim como outras deficiências 
visuais.
Psicólogo: O suporte aos pais e a necessidade de diagnóstico precoce de alterações comporta-
mentais (ex.: TDDH) auxiliam no prognóstico.
Gastropediatra: Em algumas situações, prematuros apresentam quadro de enterocolite necro-
sante com ressecção de parte do intestino. A necessidade de avaliação com investigação e die-
tas especiais torna necessária a participação deste profissional.
Fonoaudiologista: Muitos prematuros necessitam de suporte ao desenvolvimento da sucção e 
apresentam problemas de linguagem. Uma avaliação da fonoaudiologia, com exames comple-
mentares, permite uma intervenção precoce para melhorar o prognóstico.
Fisioterapeuta: A participação deste profissional, desde a UTI Neo, é fundamental. Exercícios 
respiratórios e estimulação motora nos prematuros extremos são muitas vezes necessárias após 
a alta hospitalar.
Nutricionista: Responsável por realizar o aconselhamento e acompanhamento do aleitamento 
materno e alimentação complementar, além do manejo de situações que requerem dieta espe-
cífica e/ou de dificuldades alimentares.
08
1.4 Pontos-chave para garantir a alta segura
1. Prematuro com estabilidade fisiológica (temperatura, respiração).
2. Segurança que pais e/ou cuidadores estão treinados, com conhecimento e 
habilidade para alimentá-lo, prestar os cuidados básicos do dia a dia e de prevenção, 
administrar medicações e detectar sinais e sintomas de doenças.
4. Garantir o acesso ao seguimento ambulatorial para monitorização 
do crescimento, do desenvolvimento e intervenção preventiva e terapêutica.
3. Plano de alta concluído e tomadas as providências relativas ao cuidado domiciliar. 
Manejo Nutricional do Prematuro - Guia Prático09
2. ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL DO CRESCIMENTO
DO PREMATURO
O acompanhamento de prematuros após a alta hospitalar requer uma abordagem multidisciplinar para que 
os atrasos de desenvolvimento ou crescimento sejam diagnosticados precocemente e seja possível intervir de 
maneira rápida, melhorando o prognóstico nestes bebês de alto risco. Isso contribui para uma melhor qualidade 
de vida não só dos prematuros, mas também de suas famílias. Para isso, é importante o pediatra estar inteira-
do de todas as intercorrências do seu paciente, através de um sumário de alta completo, em que os planos de 
intervenção após a alta estejam explícitos.
 
Parâmetros como crescimento e desenvolvimento devem ser avaliados 
sistematicamente em todas as consultas. 
Doenças associadas à prematuridade podem interferir no bom crescimento e desenvolvimento. É importante 
que o pediatra atue junto à equipe multidisciplinar e mantenha a família inteirada de todas as condutas e plane-
jamento dos próximos passos. Para este processo, é necessário considerar as seguintes variáveis:
Idade que a criança teria se tivesse nascido de 40 semanas. A idade corrigida deve ser usada em todos os be-
bês nascidos prematuros. Este cálculo permite avaliar os marcos de desenvolvimento (maturidade neurológica) 
e as metas de crescimento. Deve ser usado no acompanhamento ambulatorial até os 3 anos de vida. Todas as 
avaliações e decisões devem ser baseadas na idade corrigida, também denominada idade pós-concepcional. A 
idade corrigida pode ser determinada pela seguinte fórmula:
Portanto, neste exemplo, após 3 meses o prematuro terá 40 semanas. Quando este prematuro estiver com 6 
meses de idade cronológica, serão descontados 3 meses; ele terá, então, 3 meses de idade corrigida.
A avaliação do crescimento dos prematuros durante a internação hospitalar e após a alta hospitalar é um 
procedimento rotineiro e que envolve a obtenção de medidas antropométricas. Devem ser comparadas com 
os dados fornecidos por gráficos ou tabelas padronizadas, de acordo com a idade gestacional e o sexo, sendo 
apresentados em curvas de crescimento, na forma de percentil ou escore Z.
40 semanas 
(idade gestacional em semanas)
40 semanas - 28 semanas = 12 semanas (correspondente a 3 meses)Exemplo:
A idade gestacional do prematuro 
no nascimento (em semanas)
Idade 
corrigida– =
2.1 Idade Corrigida (IC)
2.2 Avaliação do crescimento
10
As medidas mais frequentes utilizadas na avaliação de crescimento são:
 
A definição da adequação do crescimento da 
criança prematura, para intervenções, precisa 
considerar as várias medições (peso, estatura 
e perímetro craniano e suas relações), do cres-
cimento até o momento da avaliação. O cres-
cimento adequado corresponde a uma curva 
paralela à curva padrão comparativa (canal de 
crescimento), representada nos gráficos de peso, 
estatura e perímetro craniano, como no exemplo 
ao lado.
É preciso considerar a história clínica perinatal, 
a evolução na internação, a presença das com-
plicações da prematuridade para interpretação 
dos resultados e tomada de decisões. Os des-
vios deste canal de crescimento devem ser diagnosticados e investigados o mais precocemente possível. 
Atingir o canal de crescimento é individualizado e multifatorial, além dos aspectos genéticos e alimentares, as 
comorbidades associadas também podem influenciar. Por isso, é importante que o pediatra que faz o acom-
panhamento no ambulatório receba a nota de alta bem completa, para identificar possíveis dificuldades no 
crescimento.
Devem ser registrados peso, estatura e perímetro cefálico a cada retorno, plotados na curva de crescimento de 
referência adequada, assim como registrar na curva de escore Z. 
A avaliação do crescimento deve ser feita por meio de medidas periódicas nas consultas:
Primeira consulta 7 a 10 dias após a alta
Acompanhamentos mensais até 6 meses de idade corrigida
Acompanhamentos bimestrais 6 meses aos 12 meses de idade corrigida
Acompanhamentos trimestrais 13 aos 24 meses
Acompanhamentos semestrais 2 a 4 anos de idade cronológica
Acompanhamentos anuais dos 4 anos até a puberdade
Manejo Nutricional do Prematuro - Guia Prático11
Peso Comprimento Perímetro cefálico 
22
60
55
Co
mp
rim
ent
o
50
45
40
35
30
C
en
tím
et
ro
s
25
24 26 28 30 32 34 36 38 40
97%
90%
50%
10%
3%
Idade gestacional (semanas)
ca
na
l d
e
cr
es
ci
m
en
to
Para o monitoramento do crescimento pós-natal de prematuros, existem curvas construídas por diferentes 
metodologias:
• Curvas de crescimento intrauterino baseadas nas estimativas ultrassonográficas de peso 
fetal ao longo da gestação.
• Curvas de crescimento intrauterino, de peso, comprimento e perímetro cefálico, ao nascer, 
para cada idade gestacional.
• Curvas de acompanhamento do peso, comprimento e perímetro cefálico, no período pós-natal, 
por metodologias combinadas.
 
A definição de qual curva utilizar pode ser um desafio. A metodologia utilizada na construção das curvas difere 
em aspectos fundamentais relacionados ao desenho do estudo, à seleção da amostra, ao tratamento estatístico 
realizado e à validação, ou seja, o quanto a curva representa o crescimento ideal dos recém-nascidos prema-
turos.
 
Dois tipos de curvas de crescimento para prematuros devem ser consideradas, as chamadas curvas de referên-
cia e as curvas padrão. Ambas podem ser construídas a partir do crescimento intrauterino e/ou pós-natal. As 
curvas de referência descrevem o crescimento de uma amostra de crianças, sem caracterizá-las como sendo 
um padrão de normalidade a ser seguido, estando entre elas as que descrevem o crescimento pós-natal dos 
prematuros. 
As curvas padrão indicam o padrão de crescimento “normal” de uma população, portanto, um modelo a ser se-
guido. São exemplos de curvas padrão as curvas de crescimento intrauterino baseadas no peso de nascimento 
em diferentes IG e as construídasa partir de medidas fetais realizadas pelo ultrassom ao longo da gestação. 
• Curvas de referência, utilizando cortes transversais de peso, comprimento e perímetro cefálico 
das populações estudadas ao nascimento, de acordo com a idade gestacional, que refletem 
o crescimento intrauterino: Lubchenco e cols., Fenton e cols., NICMC-UK, Horbar e cols.;
• Curvas de referência, construídas a partir do acompanhamento longitudinal pós-natal, 
dos parâmetros do crescimento: NICHD US - Ehrenkranz, Cole e cols.;
• Curva padrão, longitudinal, predominantemente pós-natal: Intergrowth 21th.
2.3 Curvas de crescimento
12
O déficit de crescimento após a alta hospitalar deve ser diagnosticado o mais 
precocemente possível, pois pode levar a problemas no desenvolvimento. 
Importante estar atento também ao excesso de ganho ponderal que pode 
causar problemas na idade adulta, como a síndrome metabólica. No primeiro 
ano de idade corrigida, observa-se uma aceleração do peso e comprimento, 
mas sem que consiga atingir escores adequados. 
Os prematuros poderão ser acompanhados com as curvas de crescimento pós-natal da Intergrowth, que estão 
disponíveis em português para peso, comprimento e perímetro cefálico. Estas curvas são prescritivas, multiétnicas, 
utilizaram a melhor metodologia antropométrica e se ajustam perfeitamente às curvas da OMS. 
Devem ser utilizadas até 64 semanas pós-concepcionais, quando o acompanhamento das crianças deve ser 
transferido para as curvas da OMS/Ministério da Saúde. Para prematuros com menos de 32 semanas de ida-
de gestacional, a recomendação atual é considerar, no monitoramento do crescimento, o canal atingido com a 
estabilização do peso após a perda inicial, desde que dentro dos limites fisiológicos de no máximo 15% do peso 
ao nascer nos prematuros extremos. 
Portanto, a definição do canal de crescimento a ser seguido é dada pelo peso atingido quando recomeça o ga-
nho de peso, e não pelo peso ao nascer.
2.4 Recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria
2.5 Sinais de alerta de déficit de crescimento
Manejo Nutricional do Prematuro - Guia Prático13
• Curvas de Fenton: As curvas de Fenton 2013, construídas a partir de uma revisão sistemática e metanálise, 
incluem valores de peso, perímetro cefálico e comprimento de recém-nascidos de países desenvolvidos e 
proporcionam valores próximos ao padrão que se iniciam nas 24 semanas de idade gestacional e terminam 
nas 50 semanas de idade corrigida, seguindo com a curva da OMS de 2006. São específicas para gênero 
e estratificadas em percentis. Fornecem dados sobre medianas e desvio padrão permitindo o cálculo do 
escore Z. Além das curvas, em percentis, os autores disponibilizam um programa para cálculo dos escores 
Z e dos percentis, de acordo com a IGc, no endereço http:/ucalgary.ca/fenton.
• Curvas Intergrowth: O projeto multicêntrico internacional Intergrowth produziu curvas longitudinais 
prescritivas de crescimento a partir de 27 semanas, incluindo prematuros de gestações de baixo ris-
co. A idade gestacional foi medida de forma acurada pela combinação da ultrassonografia precoce e, 
quando disponível, a data da última menstruação. As medidas antropométricas foram realizadas usan-
do técnica padronizada; foram excluídos recém-nascidos com restrição de crescimento intrauterino. 
A limitação da curva é o número pequeno de prematuros abaixo de 33 semanas incluídos no estudo. Neste 
estudo foi incluído um total de 201 prematuros, sendo 28 abaixo de 34 semanas. No delineamento longitu-
dinal, 159 prematuros incluídos na amostra foram pesados e medidos sete ou mais vezes. As curvas pres-
critivas do Intergrowth são robustas para prematuros a partir de 33 semanas. A metodologia de construção 
das curvas e o fato de incluir população de gestantes de recém-nascidos brasileiros a diferencia das demais, 
nos parecendo a melhor forma atual de acompanhamento do crescimento dos prematuros.
A seguir, características de algumas das curvas:
14
É importante salientar que a criança poderá recuperar o peso e o comprimento mais lentamente, atingindo a 
normalidade nas curvas de referência entre 2 e 3 anos. Geralmente, o comprimento atinge a normalidade ao 
redor de 2 anos, e o peso com 3 anos de IC. Os casos de RN extremo baixo peso (PN < 1.000 g) e/ou extremos 
prematuros (IG < 28 semanas) podem necessitar de mais tempo para essa recuperação. 
A avaliação do crescimento do recém-nascido prematuro (principalmente do PIG), que provavelmente sofreu 
restrição do crescimento intrauterino (RCIU), é obtida pela comparação da medida individual através do gráfico 
respectivo da população, permitindo estabelecer a avaliação do estado nutricional deste prematuro. Dessa for-
ma, é possível fornecer informações em relação a quantidade e qualidade do crescimento intrauterino.
Em contraste, os prematuros que apresentam maior catch-up nos primeiros anos, especialmente em relação ao 
seu peso, poderão ter maior risco de desenvolver hipertensão arterial, diabetes tipo II e doença cardiovascular 
no futuro. Essas crianças diagnosticadas no ambulatório devem ser monitoradas com a medida da pressão 
arterial e controle de glicemia, colesterol e triglicérides. Nestes casos, deve ser iniciada precocemente a inter-
venção dietética, permitindo prevenir ou minimizar esses riscos.
Os prematuros cuja curva de crescimento não atinge os escores mínimos da normalidade, apresentan-
do achatamento ou padrão descendente, requerem investigação. Os grupos de maior risco são: peso 
de nascimento < 850 gramas, idade gestacional < 28 semanas, portadores de displasia broncopulmo-
nar e os PIG. Nesses casos pode ocorrer um pior prognóstico neurológico nos prematuros com cresci-
mento insuficiente ou aumento exagerado do perímetro cefálico nos primeiros meses de vida.
Destacam-se algumas situações críticas que indicam tópicos de alerta:
DÉFICIT DE 
CRESCIMENTO
BAIXO RENDIMENTO 
ESCOLAR
DÉFICIT DE ATENÇÃO 
E HIPERATIVIDADE
SIBILÂNCIA 
RECORRENTE
SÍNDROME 
METABÓLICA
2.6 Classificação dos prematuros: 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a classificação de prematuridade é definida como lactentes 
nascidos com idade gestacional inferior a 37 semanas. Mas vale destacar que mesmo os prematuros tardios 
possuem características bem diferentes de prematuros de muito baixo preso. Com o avanço da tecnologia 
na neonatologia, o limite de viabilidade aumentou nas faixas de idade gestacional inferior a 28 semanas. Esta 
população (prematuros extremos) possui a maior morbidade e mortalidade neonatal. A maior parte, hoje, dos 
problemas de desenvolvimento, nutricionais, entre outros, situa-se nesta faixa de peso inferior a 1000 g e com 
idade gestacional inferior a 28 semanas. Este conhecimento sobre a classificação da prematuridade é funda-
mental para o manejo e acompanhamento das crianças prematuras. 
Abaixo, a classificação dos prematuros, com suas características principais:
• Prematuros extremos: São os bebês que nascem com 28 semanas e peso inferior 
a 1000 g e que apresentam uma grande mortalidade e morbilidade. As dificuldades 
nutricionais se apresentam pela necessidade de crescimento e desenvolvimento ex-
trauterino. Devem ser tratados como uma urgência nutricional, com nutrição paren-
teral e nutrição enteral precoce. Situação em que o leite materno é fundamental e, na 
sua ausência, as fórmulas infantis especiais para prematuro. Trata-se da população 
de maior risco para sequelas pulmonares, neurológicas (paralisia cerebral, surdez) e 
visual. Este grupo populacional no seguimento ambulatorial poderá necessitar de in-
tervenção antecipada em relação a estimulação precoce. Cuidados em relação ao es-
tado nutricional devem ser tomados. O excesso de ganho ponderal pode levar a sín-
drome metabólica e ganho ponderal insuficiente pode levar a problemas cognitivos.
• Prematuros de Muito Baixo Peso (PMBP): São bebês que nascem com peso inferior a 
1500 g eidade gestacional inferior a 32 semanas. Trata-se da população de risco para 
mortalidade neonatal, complicações respiratórias, metabólicas e nutricionais. Necessi-
tam maior controle a nível ambulatorial, com atendimento de equipe multidisciplinar.
• Prematuros tardios: Correspondem aos bebês nascidos com idade gestacional entre 
34 e 36 semanas e 6 dias. Usualmente possuem mais de 2000 g e frequentemente 
são manejados erroneamente como recém-nascidos a termo. Possuem maior difi-
culdade para amamentação, têm maior risco para icterícia neonatal, distúrbios me-
tabólicos e reinternação hospitalar. Necessitam de um cuidado maior nos primeiros 
meses de vida em relação ao seu ganho ponderal. Não devem ser considerados como 
recém-nascidos a termo sob o ponto de vista de manejo na alta e nos primeiros me-
ses de vida.
Manejo Nutricional do Prematuro - Guia Prático15
16
Nos primeiros meses de idade corrigida ocorre uma aceleração da velocidade de crescimento com recuperação 
inicial do perímetro cefálico, seguida do comprimento, e, finalmente, do peso. Alcançado o ponto de estabilidade 
de crescimento após a recuperação, a criança atinge seu canal de crescimento dentro da curva de referência e, 
assim, prossegue com o padrão próprio da criança, mantendo-se paralelo aos canais da referida curva. 
Para avaliar mais adequadamente o crescimento dos RNMBP é importante diferenciar os RN adequados para 
a idade gestacional (AIG) e saudáveis, nos quais estes fenômenos ocorrem dentro dos dois primeiros anos de 
vida. Entretanto, aproximadamente 15% ainda estão, aos três anos de idade, com o peso abaixo da média. Para 
os RN pequenos para a idade gestacional (PIG), a ordem de recuperação dos dados antropométricos é igual à 
dos AIG. Entretanto, aos 3 anos de idade, 50% deles apresentam peso menor que a média para a idade.
3. MANEJO NUTRICIONAL DO PREMATURO PÓS-ALTA
3.1 Manejo prático dos requerimentos nutricionais do paciente prematuro 
O leite materno é o padrão ouro nutricional. Na impossiblidade deste, a fórmula infantil de transição após a alta 
é a recomendação mais atual. Deve ser utilizada até alcançar o percentil (canal de crescimento) de nascimento, 
ou seja, conclusão da recuperação.
A alimentação complementar deve ser iniciada de acordo com a idade corrigida , respeitando-se a maturidade 
neurológica da criança. A idade corrigida média de início é aos 6 meses; somente em casos excepcionais ini-
cia-se antes desse período.
A criança nascida prematura apresenta necessidades nutricionais distintas daquela que nasceu a termo. Por 
isso, é fundamental conhecer os requerimentos nutricionais do prematuro para adequado crescimento e desen-
volvimento no período mais crítico da vida: os primeiros anos.
Esse requerimento é variável de acordo com a idade gestacional, peso de nascimento e o momento da vida da 
criança, ou seja, a sua idade pós-natal cronológica e corrigida. 
Na tabela abaixo são apresentadas de forma resumida as recomendações de energia, proteína, cálcio e fósfo-
ro, de acordo com o grau da prematuridade. 
As variações das recomendações nutricionais são amplas porque há um requerimento nutricional que é depen-
dente da necessidade de crescimento compensatório.
Considerar o ganho de peso como parâmetro de crescimento não repercurte exatamente a qualidade nutri-
cional. Com base na oferta adequada de macro e micronutrientes podemos monitorar o delicado balanço da 
composição nutricional do paciente. Entretanto, para a oferta adequada de macro e micronutrientes para cres-
cimento normal, precisamos ter a monitorização do crescimento de forma longitudinal. 
REQUERIMENTOS
PREMATUROS 
EXTREMOS
(abaixo de IG=29 
semanas)
PREMATUROS 
DE 29 A 34 
SEMANAS
PREMATUROS 
TARDIOS
34,6 A 38 
SEMANAS
A TERMO PÓS-ALTA
Energia (kcal/kg) 120-140 110-130 110-130 90-110 105-125
Proteínas (g/kg) 3,5-4,0 3,0-4,0 3,0-3,6 1,5-2,3 2,8-3,2
Cálcio (mg/kg) 120-180 120-160 70-140 80-100 100-120
Fósforo (mg/kg) 60-90 60-90 35-90 35-75 35-75
Manejo Nutricional do Prematuro - Guia Prático17
O monitoramento do crescimento deve ser abrangente, conforme recomendado para bebês a termo, e deve 
incluir avaliações do peso, comprimento pós-natal, perímetro cefálico, relação peso/comprimento e, se possível, 
gordura e massa livre de gordura. 
Um melhor entendimento sobre o crescimento pós-natal dos RNPT após a alta hospitalar torna-se necessário, 
devido às implicações na saúde futura desses recém-nascidos. 
A presença de crescimento acelerado após um período de restrição, fenômeno intitulado como catch-up, au-
menta a preocupação com a síndrome metabólica no futuro. O monitoramento deve ser individualizado, mas 
de forma geral há parâmetros que servem de orientação para a avaliação nas consultas.
A fase de crescimento rápido é no primeiro semestre de idade corrigida, quando o requerimento de energia do 
prematuro é 20% maior que o de seus pares nascidos a termo, em função do maior metabolismo basal e mais 
baixo coeficiente de absorção de gorduras e carboidratos. A meta é 100-120 kcal/kg/dia e, quando o cresci-
mento é acima dessa meta, se associa com síndrome metabólica mais tarde na vida. Já no segundo semestre 
Mais importante do que definir a melhor curva a ser usada no monitoramento do crescimento do 
prematuro, é determinar a velocidade de crescimento da criança, e para tal é necessária a realização 
de medidas longitudinais periódicas.
O papel do pediatra nas consultas envolve principalmente:
• Usar as curvas antropométricas padrão: peso, comprimento/estatura e perímetro cefálico. 
As curvas de crescimento disponíveis (Fenton e Intergrowth 21st) podem ser usadas para avaliar bebês pre-
maturos até 64 semanas de idade pós-menstrual (idade corrigida de 6 meses), momento em que eles se 
sobrepõem, sem necessidade de qualquer ajuste, com as curvas da OMS. Há lacunas nutricionais remanes-
centes para prematuros abaixo de 32 semanas com o uso da Intergrowth, ficando a mesma reservada para 
avaliar os prematuros moderados e tardios, acima de 33 semanas de idade gestacional. A curva de Fenton 
(meninas e meninos) tem sido recomendada até 64 semanas de idade pós-menstrual para prematuros com 
menos de 32 semanas de idade gestacional. A Academia Americana de Pediatria não recomenda o uso da 
Intergrowth abaixo de 36 semanas de idade gestacional. 
• Usar curvas antropométricas complementares: Perímetro Braquial (PB); Peso/Estatura (P/E), Circunferên-
cia Abdominal (CA) e pregas cutâneas.
• Encaminhar para realização da avaliação da composição corporal apenas em situações especiais. A com-
posição corporal poderá ser estimada por pletismografia pelo equipamento PED POD ou por densitometria 
de composição corporal, que é realizada em um equipamento chamado densitômetro, através da absorção 
de raios-X de dupla energia (DEXA ou DXA), medindo a densidade de massas magra (músculos), gordurosa 
e óssea do corpo inteiro e em distribuições específicas. Na prática médica diária, a avaliação da composição 
corporal não tem sido utilizada na rotina. A despeito disso, é sabido que prematuros têm menos massa 
magra e mais massa gorda que seus pares nascidos a termo.
18
de idade corrigida, esse requerimento energético reduz significativamente, sendo em média de 75 kcal/kg/dia 
no prematuro que não tem nenhuma morbidade maior ou necessidade de retorno ao hospital. A busca por um 
crescimento mais harmônico e linear se torna a meta ao final do primeiro ano de vida. 
A prevenção da síndrome metabólica é um desafio na prática clínica do pediatra, associada a um aumento na 
mortalidade global de 1,5 vez e mortalidade por doença cardiovascular 2,5 vezes maior. 
Não podemos resolver um problema sem primeiro conhecê-lo, assim, torna-se fundamental obter diagnóstico 
precoce da síndrome metabólica (SM), ou pelo menos do risco de desenvolvê-la mais tarde na adolescência. 
Aos dois anos de idade corrigida do prematuro é recomendado avaliar para predizer o risco de SM. É considera-
do sugestivo de SM apresença de alteração em três ou mais dos seguintes critérios: circunferência abdominal 
≥ percentil 90, glicemia de jejum ≥ 100 mg/dl, triglicerídeos ≥ 110 mg/dl, HDL colesterol ≤ 40 mg/dl e pressão 
arterial ≥ percentil 90. 
Os exames laboratoriais devem ser coletados em jejum aos dois anos de idade corrigida. A circunferência ab-
dominal (CA) deve ser aferida usando uma fita métrica (em cm) colocada ao nível da cicatriz umbilical, no final 
da expiração da criança e na posição de ortostatismo. O valor de ponto de corte maior ou igual ao percentil 90 
para o gênero e a idade foi considerado alterado, de acordo com percentis (ANEXOS) obtidos dos dados do 
estudo de Fernández JR et al. publicado em 2004. 
A pressão arterial deve ser aferida no membro superior direito, com manguito de tamanho adequado e com a 
criança na posição sentada e o mais tranquila possível, o que aos dois anos de idade pode ser desafiador para o 
pediatra. Na avaliação da pressão arterial utiliza-se os valores de tabela conforme percentil de estatura, a idade 
e o gênero conforme diretrizes do grupo de Trabalho de Hipertensão em Crianças e Adolescentes NHBPEP 
(National High Blood Pressure Education Program). 
A preocupação com déficit de crescimento e nutricional tem implicações no neurodesenvolvimento do pre-
maturo. Embora o ganho de peso seja um parâmetro importante e relativamente simples de medir, mudanças 
no peso não equivalem necessariamente a mudança no padrão de crescimento, e os ganhos proporcionais no 
crescimento linear e do perímetro cefálico são essenciais para otimizar os resultados do desenvolvimento.
O crescimento acelerado é risco para síndrome metabólica, 
o crescimento lento é risco para atraso do desenvolvimento.
A prevenção da falha de crescimento é o ideal. Entretanto, quando ocorre a falha de crescimento, reconheci-
mento, identificação de fatores contribuintes e intervenção apropriada são necessários. A identificação da causa 
de um crescimento vacilante ou da falha de crescimento e deficiência de nutrientes determinará a intervenção 
mais eficaz. Pode haver necessidade de volumes enterais maiores em algumas situações e a oferta de volumes 
de 190-200 ml/kg/dia é segura e pode melhorar o estado nutricional geral e também o crescimento do perí-
metro cefálico, desde que não tenha a necessidade de restrição hídrica, como no caso de um prematuro com 
displasia broncopulomar.
Em alguns casos, pode ser necessária a suplementação de energia e macronutrientes. Se as necessidades 
energéticas forem altas e o peso estiver estático, suplementação de 25–35 kcal/kg/dia, que é o custo energé-
3.2 Como podemos monitorar a síndrome metabólica no prematuro?
Manejo Nutricional do Prematuro - Guia Prático19
3.3 Macronutrientes
3.4 Micronutrientes
tico do crescimento, geralmente é suficiente para atingir o crescimento esperado. 
Na prevenção de déficits nutricionais, os macro e micronutrientes exercem um papel fundamental na qualidade 
nutricional diária. Macronutrientes referem-se a carboidratos, gorduras e proteínas, enquanto micronutrientes 
incluem oligoelementos, eletrólitos e vitaminas.
As proteínas têm importante papel na estrutura celular e como componentes de enzimas e neurotransmisso-
res. Durante os primeiros 6 meses de idade, as recomendações mínimas de proteínas são 0,58 g/kg/dia e de 
6 a 36 meses 0,66 g/kg/dia. 
O leite humano tem mais de 400 proteínas com uma variedade de funções, como antimicrobiana, atividades 
imunomoduladoras ou estimulação de absorção de nutrientes. A deficiência de proteínas pode levar a déficit 
no crescimento e atraso no desenvolvimento, já a ingestão exagerada de proteínas induz a ganho de peso mais 
rápido durante a infância e obesidade no futuro.
Os requerimentos de suplementação de micronutrientes são variáveis com a taxa de aleitamento materno, se 
exclusivo e mais ou menos predominante. Em seguida temos uma lista dos principais micronutrientes:
• Ferro 
Todo recém-nascido prematuro cujo peso de nascimento é de 1000 a 1500 gramas deverá receber 3 mg de 
ferro elementar/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida, durante todo o primeiro ano de vida, de forma profi-
lática. Após este período, no mínimo 1 mg/kg/dia de ferro mais um ano, na ausência de anemia. No caso de 
prematuros com peso inferior a 1000 gramas, a dose preventiva de anemia é 4 mg de ferro elementar/kg/dia, 
iniciando com 30 dias de vida, durante todo o primeiro ano de vida e, após, mais um ano com prevenção de 
ferro 1 mg/kg/dia. Importante lembrar que na presença de anemia ferropriva o tratamento é 5 mg/kg/dia de 
ferro elementar.
• Vitamina A
Tem papel imunológico, melhora da função visual e auxilia no crescimento e diferenciação do epitélio pulmonar. 
A dose preconizada pelo ESPGHAN é de 400-1000 mcg/kg/dia (1 mcg = 3,3 UI, ou seja, de 1330-3330 UI/
kg/dia). Caso a dieta não contenha as doses diárias recomendadas, pode ser necessária a suplementação de 
vitamina A.
Exigências nutricionais, com base na necessidade média estimada desse grupo popu-
lacional específico, são definidas como o tipo e a quantidade de nutrientes necessários 
para manter a saúde, o crescimento e o desenvolvimento normais. No entanto, como 
os prematuros não constituem uma população homogênea, seus requisitos devem ser 
individualizados com base em sua condição clínica e estágio de desenvolvimento.
20
• Vitamina C
Atua como antioxidante e na síntese de colágeno, além de modular a absorção e estoque de ferro. Em prematu-
ros a absorção oral de vitamina C é pobre, devido à baixa concentração de sais biliares e de enzimas pancreá-
ticas. De acordo com o ESPGHAN, a recomendação varia de 11-46 mg/kg/dia.
• Ácido fólico
A dose necessária é de 22-100 mcg/kg/dia. A quantidade de ácido fólico aumenta cerca de 10 vezes com a 
duração da amamentação, atingindo os valores recomendados quando em aleitamento materno. As fórmulas 
infantis para pré-termo têm uma quantidade superior de folato. A suplementação do prematuro com ácido 
fólico, além do ofertado pelo leite, ainda é controversa. Entretanto, as necessidades nutricionais mínimas nos 
primeiros 6 meses são 65 mg/dia e aumentam progressivamente com a idade; tanto que de 12 a 36 meses as 
necessidades são de 100 mg/dia. 
• Vitamina D
Atua no metabolismo do cálcio e do fósforo, contribuindo para o crescimento e a mineralização óssea. Prematuros 
constituem um dos grupos de risco para hipovitaminose D, por isso a importância da suplementação. A dose pode 
variar de 400 a 800 - 1000 UI, mas a recomendação mais aceita tem sido de 800 UI/dia. 
• Vitamina B12 
Nos primeiros 6 meses de vida a necessidade é 0,4 mg/dia; de 6 a 12 meses, varia de 0,5 a 0,8 mg/dia e, após, 
até 1 mg/dia. 
• Vitamina E
É essencial para a manutenção da estrutura e função do sistema nervoso da retina e do músculo esquelético. A 
deficiência geralmente é observada precocemente, com cerca de 6 a 8 semanas de vida. Recomenda-se 2,2 a 
11 mg/kg/dia. Há necessidade de suplementação em muitos casos, mas não rotineiramente. Foi recomendada 
a sua administração nos prematuros como prevenção dos efeitos tóxicos do oxigênio, na etiologia da Displasia 
Broncopulmonar, retinopatia da prematuridade e hemorragia intraventricular.
• Zinco 
A necessidade estimada é de aproximadamente 400 µg/kg para aqueles bebês que nascem com peso entre 
1500 g a 2500 g. Necessidades de zinco são maiores quando o peso de nascimento é inferior 1500 g, devido a 
taxas de crescimento mais rápidas. A recomendação é iniciar com zinco enteral para todo prematuro em alei-
tamento materno com 36 semanas de idade corrigida e manter até os 6 meses de idade corrigida. 
• Cálcio e fósforo
A suplementação de cálcio e fósforo é reservada aos prematuros com Doença Metabólica Óssea, não sendo 
recomendada de rotina.
Manejo Nutricional do Prematuro - Guia Prático21
3.5 Importância do aleitamento materno
3.6 Condutas na impossibilidade do aleitamento materno 
O leite materno contém muitos componentes bioativos que podem trazer benefíciosà saúde dos prematuros, 
como: arginina, colina, glutamina, MFGM ou oligossacarídeos, células imunes e níveis variados de bactérias 
e seus metabólitos. Todos esses componentes desempenham um papel importante no desenvolvimento de 
um intestino saudável, promovendo uma microbiota intestinal favorável ao desenvolvimento do sistema imu-
nológico. A estrutura de oligossacarídeos no leite humano é variável entre as nutrizes, de acordo com fatores 
genéticos, regiões geográficas, estágios de lactação e com a suplementação 
probiótica materna durante os estágios finais da gestação.
Há um grande número de fatores de crescimento que agem na maturação 
gastrointestinal presentes no leite materno. O Fator de Crescimento Epidér-
mico (EGF) é um desses fatores; promove maturação da mucosa intestinal 
e auxilia na função de barreira intestinal, tão necessária na criança nascida 
prematura. A despeito do leite materno ser o padrão ouro nutricional, é fre-
quente um ganho ponderal menor nos lactentes prematuros em aleitamento 
materno exclusivo, apenas suplementado com micronutrientes. O leite ma-
terno pode não ser suficiente em todas as necessidades do prematuro, e 
é aditivado na internação e na fase de crescimento rápido. No seguimento 
ambulatorial, a prática de aumentar a ingestão de energia dos prematuros 
amamentados pelo uso preferencial de leite posterior, ou adicionando óleo 
ou carboidratos ao leite humano sem adição de proteína, está contraindicado, pois promove apenas deposição 
de gordura, sem ganho adequado de massa magra, do comprimento e do perimetro cefálico.
A prematuridade é um fator de risco para falha na prática do aleitamento materno, mesmo com as estratégias 
para seu incentivo. As razões são múltiplas, e uma das principais é o estresse materno e afastamento dos pri-
meiros cuidados ao filho pela permanência na UTI. A produção de leite pode ser suprimida quando as mães 
sofrem dos vários estresses relacionados ao parto prematuro. Hormônios do estresse são responsáveis por 
reduzir a lactação e inibir a síntese de prolactina. A falta de estimulação dos mamilos das mães, pelo fato do seu 
bebê estar doente ou por ser fisicamente imaturo e, por consequência, sem a sucção adequada, compromete o 
reflexo de descida do leite. 
Quando há impossibilidade do leite materno ou necessidade de complementar a nutrição, o fornecimento de 
fórmula infantil enriquecida com nutrientes, após a alta hospitalar, melhora o crescimento. Quando os requisitos 
de energia são atendidos, a oferta de proteína em torno de 2,5-3 g/100 kcal até cerca de uma idade corrigida de 
6 meses parece resultar em maior crescimento com massa corporal magra, ganho adequado de comprimento 
e de perímetro cefálico. 
As fórmulas de transição pós-alta podem ser introduzidas desde a maternidade, quando o prematuro atingir 
1800 g, para preparo e adaptação para a alta hospitalar. Essa fórmula fornece uma densidade de nutrientes 
com valores intermediários entre as fórmulas infantis para prematuros internados e fórmulas para lactentes 
saudáveis, com cerca de 74 kcal/100 ml, 1,8 g de proteína/100 ml e conteúdo variável de minerais, vitaminas e 
oligoelementos. O tempo de uso ainda carece de futuros estudos para determinar exatamente, mas é possível 
22
que nas situações de maior gravidade nutricional, como na displasia broncopulmonar, possa ser mais longo, até 
9 meses de vida. Uma das grandes vantagens das fórmulas de transição pós-alta é o crescimento linear, ganho 
adequado de peso e de mineralização óssea. 
A recomendação é optar por fórmulas infantis desenvolvidas com o objetivo de se assemelhar à composição e 
funcionalidade do leite humano. Vale lembrar que a fórmula infantil é vista como uma alternativa para os bebês 
que não podem ser (totalmente) amamentados, uma vez que a alimentação com leite humano sempre será a 
meta inigualável para a nutrição e o desenvolvimento infantil.
Em torno dos 6 meses de idade corrigida é necessário introduzir alimentos sólidos para atender às necessi-
dades nutricionais do lactente para um correto crescimento e desenvolvimento. A alimentação complementar 
deve ser quantitativa e qualitativamente adequada para cada criança. 
3.7 Qualidade da alimentação complementar
3.8 Pontos-chave sobre o manejo nutricional do prematuro pós-alta
• O monitoramento do crescimento deve ser contínuo: avaliando peso, 
comprimento, perímetros cefálico e braquial sistematicamente. 
• Observar a velocidade de crescimento do prematuro.
• Na prevenção de déficits nutricionais, os macro e micronutrientes 
são necessários na qualidade nutricional diária do prematuro.
• O leite materno é o padrão-ouro. Na sua impossibilidade, as fórmulas infantis 
podem fornecer nutrientes em quantidades adequadas para a faixa etária.
Manejo Nutricional do Prematuro - Guia Prático23
O neurodesenvolvimento de prematuros é muito sensível à nutrição nas primeiras semanas de vida, e esses 
efeitos são críticos nas fases iniciais da vida e, possivelmente, na vida adulta. O desenvolvimento cerebral e 
cerebelar é mais afetado pela privação nutricional por volta do nascimento, o que reflete na conectividade si-
náptica que ocorre antes do terceiro ano de vida. 
A nutrição está positivamente associada ao ganho de peso adequado (nem muito, nem pouco), com aumento 
dos volumes cerebrais e maturação da substância branca na ressonância magnética em idade equivalente ao 
termo, refletindo no melhor desempenho do neurodesenvolvimento na infância. Portanto, a nutrição ideal como 
uma ferramenta importante para melhorar resultados do neurodesenvolvimento é um desafio permanente nas 
consultas de seguimento após a alta dos prematuros.
O apoio nutricional deve se concentrar na prevenção da interrupção do fornecimento de nutrientes críticos, 
avaliação do estado nutricional e correção do déficit que a criança nascida prematura possa estar apresentando, 
assim que possível.
No recém-nascido prematuro, o cérebro é o órgão metabolicamente mais demandante, consumindo uma enor-
me quantidade de energia e nutrientes para sua função, programação de crescimento e amadurecimento. Um 
conceito muito atual é o de neuronutrição, em que cada nutriente tem uma ação especifica no cérebro em 
desenvolvimento do prematuro. 
A ingestão de micronutrientes, especialmente ferro, é necessária para o de-
senvolvimento ideal do cérebro. No entanto, o momento e a dosagem ade-
quada para a maioria dos micronutrientes permanecem indefinidos. 
Os carboidratos, principalmente a glicose, são a principal fonte de combus-
tível para o cérebro. A demanda de energia cerebral é peculiarmente mais 
elevada para o prematuro logo após seu nascimento, pois os prematuros têm 
baixos estoques de glicogênio e menor capacidade gliconeogênica. 
Enquanto o recém-nascido a termo utiliza entre 4 e 8 mg/kg/min de glicose, os 
prematuros precisam de taxas de infusão de glicose próximas a 12 mg/kg/min 
para manter a normoglicemia e o crescimento. A ingestão calórica precoce im-
pacta não apenas no crescimento, mas também no neurodesenvolvimento.
4. EXPECTATIVAS DO DESENVOLVIMENTO ESPERADO 
DO PREMATURO
24
NEURONUTRIÇÃO
NUTRIENTE IMPACTO ESTRUTURA CEREBRAL
Energia e proteína
Multiplicação e diferenciação 
celular, sinaptogênese, fatores de 
crescimento 
Córtex, hipocampo, global cerebral
Ferro Mielina, síntese de monoaminas, metabolismo glial
Substância branca cerebral e 
hipocampo
Zinco Síntese DNA, neurotransmissores Sistema nervoso autônonomo, hipocampo, cerebelo
Cobre Neurotransmissores, metabolismo glial, antioxidação Cerebelo
LcPUFAS Sinaptogênese Retina, córtex
Taurina/Colina Neurotransmissores, metilinização do DNA, mielina
Região global, hipocampo e substância 
branca cerebral
 Adaptado de Cooke R.W.I. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed 2006; Am J Clin Nutr. 2008 Apr;87(4):921-8
Algumas deficiências nutricionais são críticas ao neurodesenvolvimento: dentre os LcPUFAS, considera-se o 
Ômega 3 (DHA) responsável pelas interações oligodendríticas edesenvolvimento da retina, e o Ômega 6 (ARA) 
responsável pela mielinização, sendo importante para a transmissão das sinapses. Um cérebro prematuro está 
em processo de mielinização, e a deficiência de ácidos graxos agrava o processo. 
Maior ingestão calórica e proteica em prematuros está associada a uma maior massa livre de gordura (um 
marcador-chave para o crescimento de órgãos) e melhor resultado de neurodesenvolvimento. Déficits de pro-
teína e energia na nutrição de prematuros se associam a outras deficiências nutricionais e também à privação 
psicossocial. Tais interações impactam no desenvolvimento estrutural do cérebro, interrompendo o neurode-
senvolvimento e afetando negativamente o desempenho cognitivo. 
A vitamina D induz o fator de crescimento nervoso, promove crescimento de neuritos e inibe a apoptose neuro-
nal no hipocampo. Assim, uma deficiência durante a fase crítica do neurodesenvolvimento pode causar distúr-
bios comportamentais de memória e de aprendizagem mais tarde na vida.
Importante reforçar que a qualidade nutricional é o marcador, e não o ganho ponderal satisfatório. Nesse sen-
tido, é crescente o consenso pautado em evidências científicas sobre a importância em adotar estratégias 
para minimizar o risco da disbiose e estimular adequada colonização intestinal por bifidobactérias, de forma a 
No quadro abaixo podemos ver os mecanismos 
da neuronutrição e o seu impacto no cérebro.
Manejo Nutricional do Prematuro - Guia Prático25
modular a microbiota intestinal, permitindo que se torne similar àquela dos lactentes em aleitamento materno 
e agregando qualidades que impactam no cérebro em desenvolvimento. Dessa forma, na impossibilidade do 
leite materno, o melhor benefício para o desenvolvimento é agregar fórmulas infantis que contenham nutrientes 
adequados à etapa evolutiva do prematuro.
O pediatra deve reforçar para a família que o leite materno é sempre a primeira escolha na alimentação do 
prematuro, proporcionando melhor desempenho no neurodesenvolvimento. É importante estimular, se possível, 
que a mãe procure oferecer o leite materno, e o suporte para que possa amamentar o bebê prematuro o maior 
tempo possível. 
Como crescimento e desenvolvimento são processos integrados e contínuos, é fundamental monitorar os parâ-
metros de crescimento em todas as consultas pediátricas. Durante o primeiro ano de idade corrigida é esperada 
aceleração da velocidade de crescimento de todos os parâmetros (peso, comprimento e perímetro cefálico), ca-
racterizada pela mudança do escore Z nas curvas de referência. O perímetro cefálico (PC) é o primeiro parâme-
tro a apresentar recuperação. Se a curva de crescimento não se aproxima dos escores mínimos da normalidade, 
apresentando achatamento ou padrão descendente, requer investigação. Os casos de crescimento insuficiente 
ou exagerado do PC nos primeiros meses de vida é um sinal de alerta para atraso do desenvolvimento, mere-
cendo atenção redobrada e intervenção. 
As dificuldades alimentares são cerca de 40% mais prevalentes entre os prematuros, quando comparados 
aos seus pares nascidos a termo. O conhecimento dos marcos do desenvolvimento críticos para aquisição das 
habilidades motoras orais auxilia no diagnóstico das dificuldades alimentares ao longo do primeiro ano de vida, 
à medida que a criança passa de uma dieta à base de líquidos (ou seja, leite humano ou fórmula infantil) para 
os primeiros alimentos complementares, e depois para alimentos mais complexos. Como as habilidades ne-
cessárias para comer com sucesso mudam, os sintomas dos problemas também mudam ao longo do tempo. 
4.1 Sintomas de dificuldades alimentares na prematuridade 
1º semestre de idade corrigida
Sintomas de disfagia ou aspiração, como 
tosse, engasgos, comprometimento respiratório 
acompanhado de engasgo.
Habilidades alimentares atrasadas, como 
dificuldade de mastigação. Início de comportamentos 
de aversão alimentar, como aumento do estresse, 
choro, irritabilidade ou exigências estritas para o 
sucesso das refeições.
Comportamentos como recusar-se a comer volumes 
apropriados ou variedades de alimentos apropriadas 
ao desenvolvimento.
Seletividade alimentar mais evidente: choro 
e “crises de birra” podem ser observadas.
2º semestre de idade corrigida
Após o 1º ano
Após o 2º ano
26
4.2 Orientações para prevenção de dificuldades alimentares na introdução alimentar
4.3 Pontos-chave do desenvolvimento esperado do prematuro
Lembrar que as aquisições neuromotoras são 
crânio-caudais, e a etapa do desenvolvimento 
deve ser respeitada na evolução dos volumes 
de dieta liquida
Monitorar os seguintes sinais no prematuro: 
incapacidade de se alimentar, letargia, 
alterações de temperatura e manchas/cianose
Introdução da alimentação complementar 
deve ser conforme a idade corrigida para o 
grau da prematuridade
Atentar que normalmente o prematuro entre 
3 e 4 meses de idade corrigida é capaz de 
fazer rolar para 2/3 posterior da língua os 
alimentos semissólidos colocados no 1/3 
anterior da língua. Então, antes dessa fase só 
pode receber dieta liquida (leite materno ou 
fórmula apropriada)
O reflexo de mastigação estará presente 
somente entre 5 e 6 meses de idade corrigida. 
Nesta fase a criança é capaz de controlar 
o reflexo de abrir a boca para dar entrada 
à colher e girar a cabeça para os lados. 
Momento seguro para início da alimentação 
complementar
Postergar início da alimentação complementar 
quando a criança apresenta extremo baixo 
peso (menos de 5 kg de peso no momento)
Não insistir com grandes volumes alimentares, 
lembrando que todo o sistema digestivo
 é imaturo
Reforçar os estímulos sensoriais para a criança 
ter prazer na alimentação
Fazer da refeição um momento de interação 
familiar, eliminando tablets e celulares nesse 
momento
Reforçar com a família a qualidade do 
nutriente, e não a quantidade 
• Apoio nutricional deve se concentrar na prevenção da interrupção do fornecimento de nutrien-
tes críticos, avaliação do estado nutricional e correção do déficit nutricional de acordo com 
a etapa evolutiva.
• Neuronutrição é um conceito que engloba a qualidade ótima nutricional para adequado neuro-
desenvolvimento do prematuro, em que cada nutriente tem sua função específica no cérebro 
em desenvolvimento.
• As dificuldades alimentares são muito prevalentes entre os prematuros e seu reconhecimento 
é crítico para estratégias de prevenção.
• O conhecimento dos marcos do desenvolvimento auxilia no manejo das dificuldades alimenta-
res e deve ser respeitado para introdução da alimentação complementar.
Manejo Nutricional do Prematuro - Guia Prático27
Tabela I. 
Valor estimado da circunferência abdominal para crianças e adolescentes de origem americana-europeia, 
conforme sexo.
5. ANEXOS
Percentis de circunferência abdominal em amostras nacionalmente representativas de crianças e adolescentes 
africanos, europeus-americanos e mexicanos-americanos para estabelecimento da suspeita diagnóstica de 
sindrome metabólica.
Ref. original: Fernández JR, Redden DT, Pietrobelli A, Allison DB. Waist circumference percentiles in nationally representative samples 
of African-American, European-American, and Mexican-American children and adolescents. J Pediatr. 2004 Oct;145(4):439-44. doi: 
10.1016/j.jpeds.2004.06.044. 
Medidas da circunferência abdominal (cm)
Fonte : J Pediatr.2004 ;145:439-44 
Percentil para meninos Percentil para meninas
p10 p25 p50 p75 p90 p10 p25 p50 p75 p90
Idade 
(anos)
2 42.9 46.9 47.1 48.6 50.6 43.1 45.1 47.4 49.6 52.5
3 44.7 48.8 49.2 51.2 54.0 44.7 46.8 49.3 51.9 55.4
4 46.5 50.6 51.3 53.8 57.4 46.3 48.5 51.2 54.2 58.2
5 48.3 52.5 53.3 56.5 60.8 47.9 50.2 53.1 56.5 61.1
6 50.1 54.3 55.4 59.1 64.2 49.5 51.8 55.0 58.8 64.0
7 51.9 56.2 57.5 61.7 67.6 51.1 53.5 56.9 61.1 66.8
8 53.7 58.1 59.6 64.3 71.0 52.7 55.2 58.8 63.4 69.7
9 55.5 59.9 61.7 67.0 74.3 54.3 56.9 60.7 65.7 72.6
10 57.3 61.8 63.7 69.6 77.7 55.9 58.6 62.5 68.0 75.5
11 59.1 63.6 65.8 72.2 81.157.5 60.2 64.4 70.3 78.3
12 60.9 65.5 67.9 74.9 84.5 59.1 61.9 66.3 72.6 81.2
13 62.7 67.4 70.0 77.5 87.9 60.7 63.6 68.2 74.9 84.1
14 64.5 69.2 72.1 80.1 91.3 62.3 65.3 70.1 77.2 86.9
15 66.3 71.1 74.1 82.8 94.7 63.9 67.0 72.0 79.5 89.8
16 68.1 72.9 76.2 85.4 98.1 65.5 68.6 73.9 81.8 92.7
17 69.9 74.8 78.3 88.0 101.5 67.1 70.3 75.8 84.1 95.5
18 71.7 76.7 80.4 90.6 104.9 68.7 72.0 77.7 86.4 98.4
28
Tabela II. 
Valor estimado da circunferência abdominal para crianças e adolescentes de origem afro-americana, 
conforme sexo.
Medidas da circunferência abdominal (cm)
Fonte : J Pediatr.2004;145:439-44 
Percentil para meninos Percentil para meninas
p10 p25 p50 p75 p90 p10 p25 p50 p75 p90
Idade 
(anos)
2 43.2 44.6 46.4 48.5 50.0 43.0 44.6 46.0 47.7 50.1
3 44.8 46.3 48.3 50.7 53.2 44.6 46.3 48.1 50.6 53.8
4 46.3 48.0 50.1 52.9 56.4 46.1 48.0 50.2 53.4 57.5
5 47.9 49.7 52.0 55.1 59.6 47.7 49.7 52.3 56.2 61.1
6 49.4 51.4 53.9 57.3 62.8 49.2 51.4 54.5 59.0 64.8
7 51.0 53.1 55.7 59.5 66.1 50.8 53.2 56.6 61.8 68.5
8 52.5 54.8 57.6 61.7 69.3 52.4 54.9 58.7 64.7 72.2
9 54.1 56.4 59.4 63.9 72.5 53.9 56.6 60.9 67.5 75.8
10 55.6 58.1 61.3 66.1 75.7 55.5 58.3 63.0 70.3 79.5
11 57.2 59.8 63.2 68.3 78.9 57.0 60.0 65.1 73.1 83.2
12 58.7 61.5 65.0 70.5 82.1 58.6 61.7 67.3 75.9 86.9
13 60.3 63.2 66.9 72.7 85.3 60.2 63.4 69.4 78.8 90.5
14 61.8 64.9 68.7 74.9 88.5 61.7 65.1 71.5 81.6 94.2
15 63.4 66.6 70.6 77.1 91.7 63.3 66.8 73.6 84.4 97.9
16 64.9 68.3 72.5 79.3 94.9 64.8 68.5 75.8 87.2 101.6
17 66.5 70.0 74.3 81.5 98.2 66.4 70.3 77.9 90.0 105.2
18 68.0 71.7 76.2 83.7 101.4 68.0 72.0 80.0 92.9 108.9
Manejo Nutricional do Prematuro - Guia Prático29
Tabela III. 
Valor estimado da circunferência abdominal para crianças e adolescentes de origem mexicano-americana, 
conforme sexo.
Medidas da circunferência abdominal (cm)
Fonte : J Pediatr.2004;145:439-44 
Percentil para meninos Percentil para meninas
p10 p25 p50 p75 p90 p10 p25 p50 p75 p90
Idade 
(anos)
2 44.4 45.6 47.6 49.8 53.2 44.5 45.7 48.0 50.0 53.5
3 46.1 47.5 49.8 52.5 56.7 46.0 47.4 50.1 52.6 56.7
4 47.8 49.4 52.0 55.3 60.2 47.5 49.2 52.2 55.2 59.9
5 49.5 51.3 54.2 58.0 63.6 49.0 51.0 54.2 57.8 63.0
6 51.2 53.2 56.3 60.7 67.1 50.5 52.7 56.3 60.4 66.2
7 52.9 55.1 58.5 63.4 70.6 52.0 54.5 58.4 63.0 69.4
8 54.6 57.0 60.7 66.2 74.1 53.5 56.3 60.4 65.6 72.6
9 56.3 58.9 62.9 68.9 77.6 55.0 58.0 62.5 68.2 75.8
10 58.0 60.8 65.1 71.6 81.0 56.5 59.8 64.6 70.8 78.9
11 59.7 62.7 67.2 74.4 84.5 58.1 61.6 66.6 73.4 82.1
12 61.4 64.6 69.4 77.1 88.0 59.6 63.4 68.7 76.0 85.3
13 63.1 66.5 71.6 79.8 91.5 61.1 65.1 70.8 78.6 88.5
14 64.8 68.4 73.8 82.6 95.0 62.6 66.9 72.9 81.2 91.7
15 66.5 70.3 76.0 85.3 98.4 64.1 68.7 74.9 83.8 94.8
16 68.2 72.2 78.1 88.0 101.9 65.6 70.4 77.0 86.4 98.0
17 69.9 74.1 80.3 90.7 105.4 67.1 72.2 79.1 89.0 101.2
18 71.6 76.0 82.5 93.5 108.9 68.6 74.0 81.1 91.6 104.4
30
Tabela IV. 
Valor estimado para todas as crianças e adolescentes de etnias combinadas, conforme sexo.
Medidas da circunferência abdominal (cm)
Fonte : J Pediatr.2004;145:439-44 
Percentil para meninos Percentil para meninas
p10 p25 p50 p75 p90 p10 p25 p50 p75 p90
Idade 
(anos)
2 43.2 45.0 47.1 48.8 50.8 43.8 45.0 47.1 49.5 52.2
3 44.9 46.9 49.1 51.3 54.2 45.4 46.7 49.1 51.9 55.3
4 46.6 48.7 51.1 53.9 57.6 46.9 48.4 51.1 54.3 58.3
5 48.4 50.6 53.2 56.4 61.0 48.5 50.1 53.0 56.7 61.4
6 50.1 52.4 55.2 59.0 64.4 50.1 51.8 55.0 59.1 64.4
7 51.8 54.3 57.2 61.5 67.8 51.6 53.5 56.9 61.5 67.5
8 53.5 56.1 59.3 64.1 71.2 53.2 55.2 58.9 63.9 70.5
9 55.3 58.0 61.3 66.6 74.6 54.8 56.9 60.8 66.3 73.6
10 57.0 59.8 63.3 69.2 78.0 56.3 58.6 62.8 68.7 76.6
11 58.7 61.7 65.4 71.7 81.4 57.9 60.3 64.8 71.1 79.7
12 60.5 63.5 67.4 74.3 84.8 59.5 62.0 66.7 73.5 82.7
13 62.2 65.4 69.5 76.8 88.2 61.0 63.7 68.7 75.9 85.8
14 63.9 67.2 71.5 79.4 91.6 62.6 65.4 70.6 78.3 88.8
15 65.6 69.1 73.5 81.9 95.0 64.2 67.1 72.6 80.7 91.9
16 67.4 70.9 75.6 84.5 98.4 65.7 68.8 74.6 83.1 94.9
17 69.1 72.8 77.6 87.0 101.8 67.3 70.5 76.5 85.5 98.0
18 70.8 74.6 79.6 89.6 105.2 68.9 72.2 78.5 87.9 101.0
Manejo Nutricional do Prematuro - Guia Prático31
Curva de crescimento para prematuros – Fenton 
MENINAS
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Data:
60
Idade gestacional (semanas)
24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50
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As curvas se igualam à curva de
crescimento padrão da OMS com
50 semanas.
Fontes: Porção intrauterina - Alemanha
(Voight 2010), Estados unidos (Olsen
2010), Austrália (Roberts 1999), Canadá
(Kramer 2001), Escócia (Bonelli 2008) e
Itália (Bertino 2010), Porção pós-termo -
Padrão de Crescimento da Organização
Mundial da Saúde, 2006. 
Curva de crescimento para prematuros – Fenton 
MENINOS
Manejo Nutricional do Prematuro - Guia Prático33
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Com
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Data:
60
Idade gestacional (semanas)
24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50
97%
90%
50%
10%
3%
97%
90%
50%
10%
3%
97%
90%
50%
10%
3%
As curvas se igualam à curva de
crescimento padrão da OMS com
50 semanas.
Fontes: Porção intrauterina - Alemanha
(Voight 2010), Estados unidos (Olsen
2010), Austrália (Roberts 1999), Canadá
(Kramer 2001), Escócia (Bonelli 2008) e
Itália (Bertino 2010), Porção pós-termo -
Padrão de Crescimento da Organização
Mundial da Saúde, 2006. 
Curva de crescimento para prematuros – Intergrowth
MENINAS
0.0
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8.6
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9.4
9.8
10.2
Pe
so
 (
kg
)
Ref: Villar et al Lancet Glob Heath 2015;3:e681-91. © University of Oxford
2827 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64
2827 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 Semanas
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Manejo Nutricional do Prematuro - Guia Prático37
Introdução
1. Koletzko B, Cheah F-C, Domellöf M, Poindexter BB, Vain N, van Goudoever JB (eds): Nutritional Care of Preterm Infants. Scientific Basis and Practical Guidelines. 
World Rev Nutr Diet. Basel, Karger, 2021.
2. Embleton, N D. “Fifteen-minute consultation: ABCDE approach to nutritional assessment in preterm infants” 2021 Embleton ND. Arch Dis Child Educ Pract Ed 
2021;0:1–6.
3. McCormick MC, Litt JS, Smith VC, Zupancic JA. Prematurity: an overview and public health implications. Annu Rev Public Health. 2011;32:367–79. 
4. Chawanpaiboon, Saifon, et al. “Global, regional, and national estimates of levels of preterm birth in 2014: a systematic review and modelling analysis.” The Lancet 
Global Health 7.1 (2019): e37-e46.
5. March of DIMES, PMNCH, Save the Children, WHO. 2012. Born too soon: the global action report on preterm birth. In: HOWSON, C., KINNEY, M. & LAWN, J. (eds.). 
Geneva: World Health Organization.
6. Leal, Maria do Carmo, et al. “Prevalence and risk factors related to preterm birth in Brazil.” Reproductive health 13.3 (2016): 163-174.
Preparo para a alta hospitalar do prematuro
Acompanhamento ambulatorial do crescimento do prematuro
Manejo nutricional do prematuro pós-alta 
1. American Academy of Pediatrics Committee on Nutrition. Nutritional needs of preterm infants. In: Kleinman RE, Greer FR, editors. Pediatric nutrition handbook. 8th 
ed. Itasca: American Academy of Pediatrics; 2020. 
2. Cerdó T, Diéguez E, Campoy C. Infant growth, neurodevelopment and gut microbiota during infancy: which nutrients are crucial? Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 
2019 Nov;22(6):434-441.
3. Salminen S, Stahl B, Vinderola G, Szajewska H. Infant Formula Supplemented with Biotics: Current Knowledge and Future Perspectives. Nutrients. 2020; 12(7):1952. 
4. Koletzko B, Cheah F-C, Domellöf M, Poindexter BB, Vain N, van Goudoever JB (eds): Nutritional Care of Preterm Infants. Scientific Basis and Practical Guidelines. 
World Rev Nutr Diet. Basel, Karger, 2021, vol 122, pp 191–197.
Expectativas do desenvolvimento esperado do prematuro
1. Silveira RC. Nutrição do pré-termo de muito baixo peso: aspectos gerais e no primeiro ano de vida. In: SILVEIRA RC (ORG). Seguimento Ambulatorial do Pre-
maturo de Risco. Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Neonatologia. 2012. p 30-34. Disponível em: em http://www.sbp.com.br/pdfs/
Seguimento_prematuro_ok.pdf.
2. Koletzko B, Cheah F-C, Domellöf M, Poindexter BB, Vain N, van Goudoever JB (eds): Nutritional Care of Preterm Infants. Scientific Basis and Practical Guidelines. 
World Rev Nutr Diet. Basel, Karger, 2021, vol 122, pp 46–59 (DOI: 10.1159/000514740).
3. Skinner AM, Narchi H. Preterm nutrition, and neurodevelopmental outcomes. World J Methodol. 2021 Nov 20;11(6):278-293.
4. Pados, B.F., Hill, R.R., Yamasaki, J.T. et al. Prevalence of problematic feeding in young children born prematurely: a meta-analysis. BMC Pediatr 21, 110 (2021).
6. REFERÊNCIAS
38
1. American Academy of Pediatrics Committee on Nutrition. Nutritional needs of preterm infants. In: Kleinman RE, Greer FR, editors. Pediatric nutrition handbook. 8th 
ed. Itasca: American Academy of Pediatrics; 2020.
2. Koletzko B, Cheah F-C, Domellöf M, Poindexter BB, Vain N, van Goudoever JB (eds): Nutritional Care of Preterm Infants. Scientific Basis and Practical Guidelines.
World Rev Nutr Diet. Basel, Karger, 2021, vol 122, pp 5-339.
3. Manual da Sociedade Brasileira de Pediatria: seguimento do prematuro de risco. Available: www.sbp.com.br/documentos cientificos/manuais.
4. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Monitoramento do crescimento de RN pré-termos. Departamento Científico de Neonatologia. Disponível em: https://www.
sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2017/03/Neonatologia-Monitoramento-do-cresc-do-RN-pt-270117.pdf.
5. Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia. Nutrologia pediátrica: temas da atualidade em nutrologia pediátrica – 2021. São Paulo: 
SBP; 2021. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Manual_de_atualidades_em_Nutrologia_2021_-_SBP_SITE.pdf.
6. Tratado de Pediatria/organização Sociedade Brasileira de Pediatria – 5.ed.-Barueri{SP}:Manole, 2022. pp 829-847.
1. American Academy of Pediatrics Committee on Nutrition. Nutritional needs of preterm infants. In: Kleinman RE, Greer FR, editors. Pediatric nutrition handbook. 8th 
ed. Itasca: American Academy of Pediatrics; 2020. 
2. Koletzko B, Cheah F-C, Domellöf M, Poindexter BB, Vain N, van Goudoever JB (eds): Nutritional Care of Preterm Infants. Scientific Basis and Practical Guidelines. 
World Rev Nutr Diet. Basel, Karger, 2021, vol 122, pp 5- 339.
3. Manual da Sociedade Brasileira de Pediatria: seguimento do prematuro de risco. Available: www.sbp.com.br/documentos cientificos/manuais.
4. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Monitoramento do crescimento de RN pré-termos. Departamento Científico de Neonatologia. Disponível em: https://www.
sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2017/03/Neonatologia-Monitoramento-do-cresc-do-RN-pt-270117.pdf.
5. Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia. Nutrologia pediátrica: temas da atualidade em nutrologia pediátrica – 2021. São Paulo: 
SBP; 2021. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Manual_de_atualidades_em_Nutrologia_2021_-_SBP_SITE.pdf.
6. Tratado de Pediatria/organização Sociedade Brasileira de Pediatria – 5.ed.-Barueri{SP}:Manole, 2022. pp 829-847.
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O leite materno é o melhor alimento para os lactentes e até o 6° mês deve ser oferecido como fonte ex-
clusiva de alimentação, podendo ser mantido até os dois anos de idade ou mais. As gestantes e nutrizes 
também precisam ser orientadas sobre a importância de ingerirem uma dieta equilibrada com todos os 
nutrientes e da importância do aleitamento materno até os dois anos de idade ou mais. As mães

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