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AVALIAÇÃO-NUTRICIONAL-

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2 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3 
1 INDICADORES DE DISTRIBUIÇÃO DE GORDURA CORPORAL ....................... 4 
2 MÉTODOS OBJETIVOS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ................................. 14 
3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NOS CICLOS DA VIDA ........................................ 27 
3.1 Nutrição na Gestação e Lactação ....................................................................... 28 
3.2 Avaliação nutricional de recém-nascidos, lactentes e pré-escolares .................. 38 
3.3 Avaliação nutricional adolescentes ..................................................................... 47 
3.4 Avaliação Nutricional do Adulto .......................................................................... 49 
3.5 Avaliação nutricional do idoso ............................................................................. 54 
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INDICADORES DE DISTRIBUIÇÃO DE GORDURA CORPORAL 
A forma no qual a gordura se distribui pelo organismo é mais importante que a 
gordura corporal total na determinação do risco individual de patologias de acordo 
com as pesquisas científicas sobre o assunto. Dessa forma, em indivíduos obesos ou 
com tendência à obesidade é fundamental dispor de indicadores definindo esse tipo 
de distribuição. 
Denomina-se distribuição de gordura corporal do tipo androide (obesidade 
superior) quando o tecido adiposo está concentrado na região abdominal e ginoide 
(obesidade inferior) quando esse tecido se concentra mais na região dos glúteos, 
quadris e coxas. É de relevância clínica identificar a distribuição de gordura, portanto 
a obesidade androide está associada ao desenvolvimento de doenças 
cardiovasculares e metabólicas (CARRIQUIRI, 2003). 
 
 Circunferência da cintura: É medida no ponto médio entre o rebordo costal 
inferior e a crista ilíaca ântero-superior. Sua medida está altamente associada ao 
risco cardiovascular, sendo considerada como normalidade valores menores que 
94 cm para homens e 80 cm para mulheres. 
 Circunferência do quadril: É considerada a maior medida passando-se pelos 
trocânteres. Já foi muito utilizada para a realização da relação cintura/quadril, 
possuindo consistente associação com risco cardiovascular (valores de 
normalidade: RCQ ≤ 0,95 em homens e ≤ 0,85 em mulheres), porém vem 
deixando de ser usada, a medida da circunferência da cintura tem demonstrado 
uma correlação mais legítima. 
 Relação cintura-quadril (RCQ): O cálculo é feito a partir das medidas da cintura 
e do quadril para verificar o risco de doenças cardiovasculares. Essa é outra 
medida podendo ser aferida com o auxílio de uma fita métrica. A relação cintura-
quadril é calculada dividindo a medida da circunferência da cintura em centímetros 
pela medida da circunferência do quadril em centímetros. O índice de corte para 
risco cardiovascular é igual ou maior que 0,85 para mulheres e 0,90 para homens 
um número mais alto demonstra maior risco, quanto menor o valor da relação, 
melhor. 
 
 
5 
 
A avaliação da composição corporal permite diagnosticar possíveis 
anormalidades nutricionais proporcionando maior eficiência nas intervenções. O 
acompanhamento longitudinal dos componentes corporais, de massa magra e 
gordura corporal possibilita compreender suas modificações resultantes de várias 
alterações metabólicas, além de identificar de forma precoce os riscos à saúde 
associados a níveis excessivamente altos ou baixos de gordura corporal total e a 
perda de massa muscular. 
A composição corporal é usada juntamente com outros fatores de avaliação 
para fornecer uma descrição precisa da saúde geral de um indivíduo. As diferenças 
no tamanho do esqueleto e a proporção da massa corporal magra podem contribuir 
para as variações de peso corporal entre os indivíduos de altura similar. Por exemplo, 
atletas musculosos podem ser classificados como sobrepeso, pois seu excesso de 
massa muscular, não sua massa adiposa, aumenta seu peso. 
Os adultos mais velhos tendem a ter densidade óssea menor e massa corporal 
magra reduzida e, portanto, podem pesar menos do que os adultos mais jovens da 
mesma altura. A variação na composição corporal existe entre os diferentes grupos 
populacionais assim como dentro do mesmo grupo. A maioria dos estudos de 
composição corporal realizadas em brancos podem não ser válidas para outros 
grupos étnicos. 
A determinação da composição corporal tem grande importância na prática 
clínica e na avaliação de populações, devido, principalmente, à associação da gordura 
corporal com diversas alterações metabólicas. Estudos demonstram que a quantidade 
de tecido adiposo e sua distribuição corporal estão associadas a elevados valores de 
pressão arterial, dislipidemias, com concentrações superiores de triglicerídeos e 
reduzidas de colesterol de alta densidade (HDL), intolerância à glicose e resistência 
insulínica, as quais contribuem para a elevação do risco cardiovascular. 
Diante da influência da quantidade de gordura corporal no estado de saúde 
dos indivíduos, são indispensáveis métodos capazes de avaliar, de forma precisa e 
confiável, a quantidade de gordura corporal em relação à massa corporal total. A 
escolha do método a ser utilizado dependerá de quais compartimentos se pretende 
determinar e de aspectos como, custo, validade, aplicabilidade do método e grau de 
treinamento necessário ao avaliador. 
 
 
6 
 
Bioimpedância elétrica 
A bioimpedância elétrica (BIA) é um método de avaliação nutricional, que 
realiza a análise da composição corporal, por meio da resistência e a reactância dos 
compartimentos corporais a correntes elétricas de baixa voltagem. Através de 
equações preditivas, o método é apropriado para estimar a porcentagem de gordura 
corporal e massa magra. Contudo, requer atenção, pois sua utilização possui 
limitações referentes as alterações hídricas corporais. 
A BIA está indicada na análise da composição corporal de pacientes com 
Índice de Massa Corporal (IMC) entre 16 e 34 kg/m2, passíveis de aferição de peso e 
estado adequado de hidratação. 
No quadro 1 estão descritas, de maneira resumida, as principais vantagens e 
limitações da BIA. 
Quadro 1 – Vantagens e limitações da utilização da Bioimpedância. 
 
Fonte: Heyward; Stolarczyk; Costa (2000). 
 
 
7 
 
Parâmetros bioquímicos 
 
A importância pelos marcadores bioquímicos como ajudantes na avaliação do 
estado nutricional surge na medida em que evidenciam alterações bioquímicas 
antecipadamente, anteriores às lesões celulares ou orgânicas. Contudo, alguns 
fatores e condições podem limitar o uso desses indicadores, como utilizaçãode 
algumas drogas, condições ambientais, estado fisiológico, estresse, injúria e processo 
inflamatório. 
No entanto, tais indicadores possuem restrições por sofrerem influência de 
várias patologias, pela sua baixa especificidade para os problemas nutricionais, pela 
interação droga/nutriente e pela ingestão recente, entre outras causas. Deste modo, 
é recomendado não aplicar, isoladamente, os indicadores bioquímicos para 
estabelecer o diagnóstico nutricional. 
A avaliação do estado nutricional é importante para o diagnóstico da 
desnutrição, principalmente nas fases iniciais ou ainda quando há dúvidas na 
interpretação de dados subjetivos. Tem como objetivo identificar a presença 
de distúrbios nutricionais, possibilitando intervenção adequada e/ou precoce, 
de modo a promover a recuperação e/ou manutenção das condições de 
saúde e nutrição do indivíduo (BRASIL, 2005). 
 
Proteínas séricas 
As proteínas são fundamentais para as finalidades reguladoras e estruturais. 
Um homem adulto de referência (70kg) tem 10 a 13 kg de proteínas retendo funções 
estruturais, reguladoras e mediadoras da resposta imune. Não existe estoque de 
proteínas dispensáveis no corpo humano. Sendo assim, a perda da mesma resulta 
em ausência de elementos estruturais essenciais, assim como perda de funções. A 
maioria das proteínas humanas estão ligadas no músculo esquelético, 
compreendendo cerca de 30% a 50% das proteínas totais, seguida das viscerais 
(18%). 
 Albumina: Sua principal função é manter a pressão coloidosmótica do plasma 
sanguíneo e carrear pequenas moléculas. Apesar de muito utilizada na prática 
clínica, sua vida média a torna um índice pouco sensível às rápidas variações do 
https://www.sinonimos.com.br/antecipadamente/
 
 
8 
 
estado nutricional do indivíduo. O intervalo de tempo para repetir a dosagem deve 
ser no mínimo de 20 dias. 
Os valores de referência para albumina estão descritos abaixo: 
 
Normal Depleção leve Depleção moderada Depleção grave 
3,5g/dL 3,0 a 3,5g/dL 2,4 a 2,9g/dL < 2,4g/dL 
 
 Transferrina: Possui como função transportar o ferro do plasma. Apresenta 
como limitações o fato de estar incorporada na carência de ferro, hepatites agudas 
e sangramentos crônicos. Apresenta-se reduzida em várias anemias, doenças 
hepáticas crônicas, neoplasias, por ser uma proteína de fase aguda negativa, na 
presença de processo inflamatório e infeccioso. Os valores de referência para essa 
proteína estão descritos abaixo: 
Depleção leve Depleção moderada Depleção grave 
150- 200 mg/dL 100- 150 mg/dL <100 mg/dL 
 
 Pré- albumina: É responsável pelo transporte de hormônios da tireoide, mas 
geralmente é saturada com a proteína carreadora do retinol e com a vitamina A. 
Possui vida média curta o que a torna um índice bastante sensível para a 
identificação da restrição proteico ou energética. Seus valores de referência são: 
Normal Depleção leve Depleção moderada Depleção grave 
20mg/dL 10-15mg/dL 5-10mg/dL <5mg/dL 
 
 Proteína transportadora de retinol: Transporta a vitamina A na forma retinol. 
Sua vida média curta a torna um índice muito sensível para a identificação da 
restrição proteica ou energética. 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Índice Creatinina-Altura (ICA) 
O índice de creatinina-altura é a medida indireta da massa muscular e do 
nitrogênio corporal. É utilizado para estimar a massa muscular, sendo assim um 
indicador de catabolismo proteico, apresentando correlação positiva entre ICA, área 
muscular do braço (AMB) e massa corporal magra. É calculado a partir do volume 
urinário de 24 horas. Considerações sobre a taxa de excreção de creatinina urinária 
relacionada à massa muscular do indivíduo: 
 A creatinina é um metabólito derivado da hidrólise não enzimática da creatina e 
da fosfocreatina Ela é um composto encontrado quase exclusivamente no tecido 
muscular (98%) e é sintetizada a partir dos aminoácidos glicina e arginina, no 
fígado, pâncreas, cérebro, baço, glândula mamária e rim, indo depois para os 
músculos. Sua síntese depende das vitaminas B12 e ácido fólico. 
 Considerando que o conteúdo de creatina no músculo é constante, quando um 
indivíduo consome uma dieta livre de creatinina, o pool muscular é igual ao 
excretado, possibiltando a análise do compartimento proteico somático. 
 Uma vez formada, a creatinina não possui função biológica específica e é 
excretada via renal. 
 
Avaliação da Competência Imunológica 
Existe uma consistente relação entre estado nutricional e sistema 
imunológico. A alimentação inadequada provoca a diminuição do substrato para a 
produção de imunoglobulinas e células de defesa, sua síntese fica diminuída 
proporcionalmente ao estado nutricional. Com isso, a avaliação imunológica pode 
auxiliar na identificação das alterações nutricionais. 
 No hemograma, o teste para avaliar a competência imunológica é a contagem 
total de linfócitos (CTL) ou linfocitometria, que determina as reservas imunológicas 
momentâneas, indicando as condições do mecanismo de defesa celular orgânica. 
Pode ser calculada a partir do leucograma. Uma das limitações da CTL é que a mesma 
sofre influência de fatores não nutricionais como infecções, algumas patologias 
(cirrose, hepatite, queimaduras, entre outros) e medicações. 
https://www.sinonimos.com.br/analise/
 
 
10 
 
Consumo alimentar 
 
As avaliações do consumo alimentar são realizadas para subsidiar a 
elaboração e implementação de um plano nutricional, e devem fazer parte de um 
protocolo assistencial de avaliação nutricional, cujo objetivo deve ser estimar se a 
ingestão alimentar está adequada ou insuficiente e identificar hábitos ou ingestão 
excessiva de alimentos com baixo teor de nutrientes. 
A avaliação individualizada do consumo alimentar requer inicialmente um 
propósito claramente definido para orientar a escolha do método de pesquisa. Fatores 
como o estado geral do indivíduo, a evolução do quadro clínico e os motivos da 
necessidade de orientação nutricional orientam a escolha do método de avaliação do 
consumo alimentar. 
Em relação a vitamina C, folato, cálcio, potássio, zinco e fibras, apresentam 
ingestão inadequada, ou seja, abaixo de 50%, o que já era esperado por se 
tratarem de nutrientes presentes em frutas e vegetais frescos, alimentos 
geralmente escassos na alimentação do idoso (MULLER; NITSCHKE, 2005) 
Assim, no contexto da prática clínica, podem ser identificados três objetivos 
distintos para a avaliação do consumo alimentar: a avaliação quantitativa da ingestão 
de nutrientes, do padrão alimentar individual, do consumo de alimentos ou grupos 
alimentares. A definição, pelo profissional, de mais de um objetivo pode levar à 
necessidade de aplicação de mais de um método, é preciso notar que isso pode 
resultar em uma consulta nutricional longa e exaustiva. 
Métodos retrospectivos 
São métodos que colhem a informação do passado imediato ou a longo prazo 
e estão associados à alimentação habitual, ou seja, com o consumo padrão no qual o 
indivíduo mantém rotineiramente em um período de tempo prolongado. Para esta 
investigação, utilizam-se a frequência alimentar, história dietética e recordatório de 
24h periódico/seriado. 
Segundo Busnello (2007), a deficiência vitamínica é a falta de suprimento de 
uma vitamina para atender às necessidades de um organismo, a mesma se inicia com 
a diminuição celular e tecidual da forma ativa da vitamina. 
 
 
11 
 
Recordatório 24 horas (R24h) 
O R24h consiste em definir e quantificar todos os alimentos e bebidas 
ingeridas no período anterior à entrevista, podendo ser as 24 horas precedentes ou, 
mais comumente, o dia anterior. O questionamento sobre o dia anterior geralmente 
facilita a recordação, pois o sujeito pode usar vários parâmetros durante a entrevista, 
como o horário em que acordou ou foi dormir ou sua rotina de trabalho, por exemplo. 
Além de descrever o tipo de alimento consumido, é necessário responderdetalhadamente sobre o tamanho e o volume da porção consumida. Para favorecer 
esse processo, o profissional poderá utilizar álbuns de fotografias, modelos 
tridimensionais de alimentos ou de medidas caseiras. O alimento pode ser registrado 
em unidades específicas, como: uma fatia, uma banana média, uma bala, um pacote 
de biscoito. Essa forma de quantificação tem se aprimorado bastante, pois conta com 
softwares, tabelas de medidas caseiras, álbuns fotográficos possuindo diferentes 
formas de porcionamento e marcas comerciais de alimentos tradicionais. 
O método recordatório de 24 horas de coleta de dados exige que os indivíduos 
se lembrem especificamente dos alimentos ingeridos e das quantidades consumidas 
nas últimas 24 horas. As informações são então analisadas pelo indivíduo ou 
profissional que as solicitou. Os problemas comumente associados a este método de 
coleta de dados incluem: 
 Uma incapacidade de recordar com precisão os tipos e as quantidades de 
alimentos ingeridos; 
 Uma dificuldade em determinar se o dia que está sendo descrito representa o 
consumo típico de um indivíduo; 
 A tendência do indivíduo de superestimar ou subestimar o consumo alimentar. 
 
História dietética ou história alimentar 
Trata de uma ampla entrevista que determina descrever a ingestão dos 
alimentos sob as concepções qualitativa e quantitativa, na qual é recolhido 
informações referentes aos hábitos alimentares atuais e passados, tratamento 
dietético anterior, modificações nas condições de vida e na ingestão alimentar, 
 
 
12 
 
preferências, intolerâncias e aversões alimentares. Além destes aspectos, são 
observados também fatores como estilo de vida (tabagismo, consumo de álcool e 
sedentarismo) e uso de medicamentos e/ou suplementos. A análise pode incluir o 
recordatório de 24h, registro alimentar (se possível) ou o questionário de frequência 
alimentar. É bastante útil em atendimentos de primeira consulta. No quadro 2 mostra 
suas vantagens e limitações . 
Quadro 2 – Vantagens e limitações da história alimentar. 
 
Fonte: Kamimura (2005). 
Métodos prospectivos 
São aqueles que registram informações presentes e estão associados à dieta 
atual, ou seja, ao consumo alimentar em um curto período de tempo corrente. Os 
métodos utilizados dentro dessa categoria são o recordatório 24h, registro alimentar 
diário, pesagem da dieta e o orçamento familiar. 
Registro alimentar estimado 
O indivíduo registra, no momento de consumo, todo o alimento e bebidas 
ingeridos em um período que varia de um dia a uma semana. Costuma-se utilizar o 
registro de três dias, incluindo um dia do final de semana. As quantidades ingeridas 
 
 
13 
 
são estimadas em medidas caseiras pelo indivíduo e depois convertidas em gramas 
(CAMARGOS et al., 2015). No quadro 3 mostra suas vantagens e desvantagens. 
Quadro 3 – Vantagens e limitações do registro alimentar por estimativa. 
 
Fonte: Kamimura (2005). 
Registro alimentar pesado 
 
A confiabilidade e validade dos métodos de consumo alimentar são 
significativamente importantes na prática nutricional. Quando a atenção está voltada 
para a dieta, os indivíduos podem alterar consciente ou inconscientemente a sua 
ingestão ou simplificar o registro ou impressionar o entrevistador, diminuindo assim a 
validade das informações. A validade das informações dos métodos de consumo 
alimentar de indivíduos obesos muitas vezes é questionável, porque eles tendem a 
subestimar a ingestão. O mesmo pode ser verdade para as crianças, indivíduos com 
transtornos alimentares, gravemente enfermos, aqueles que abusam de drogas ou 
álcool, indivíduos confusos e aqueles cujo consumo é imprevisível. 
O registro alimentar pesado é semelhante ao registro alimentar estimado, 
porém, ao invés de utilizar medidas caseiras, os alimentos são pesados. Esse método 
aumenta a precisão do tamanho das porções e consequentemente dos nutrientes 
ingeridos, porém, exige tempo, pode restringir a escolha dos alimentos, o consumo 
pode ser alterado nos dias de registro, apresenta um custo elevado e é de difícil 
aplicabilidade na rotina. 
 
 
14 
 
2 MÉTODOS OBJETIVOS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
Avaliação nutricional é um método de diagnóstico clínico muito utilizado para 
determinar as melhores dietas e as recomendações alimentares a um paciente com 
algum tipo de patologia. É importante sempre manter a ingestão de nutrientes 
equivalente à necessidade fisiológica, pois a falta ou o excesso podem gerar 
problemas, como infecções, insuficiência cardíaca, hipertensão arterial, acidente 
vascular cerebral, entre outros (ACUNA; CRUZ, 2004). 
A avaliação do estado nutricional tem por objetivo identificar os distúrbios 
nutricionais e possibilitar a intervenção adequada. O nutricionista deve conhecer os 
objetivos gerais do tratamento médico, efetuar a avaliação e consultar os dados 
clínicos para determinar um diagnóstico nutricional. Com esses dados, deverá definir 
o nível de assistência em nutrição requerido, de acordo com o risco e a condição 
clínica do paciente. 
Os métodos objetivos de avaliação nutricional são considerados indicadores 
diretos do estado nutricional do indivíduo podendo fornecer tantas informações sobre 
a ingestão alimentar do paciente quanto, a relação da dieta com o aparecimento de 
algumas doenças além de ser universalmente aplicável e ter um baixo custo. Porém, 
podem apresentar desvantagens em relação a exigir um profissional treinado para a 
aplicação e sofrer alterações que não fossem devido ao estado nutricional 
propriamente dito. 
A comparação do consumo habitual com as recomendações de 
micronutrientes, mediante o cálculo da prevalência de inadequação da 
ingestão, tem sido uma estratégia utilizada nos inquéritos de saúde e nutrição 
internacionais para identificar os indivíduos em situação de risco às 
deficiências nutricionais (FISBERG, 2013, p. 223). 
A antropometria é um método que permite classificação do peso, da estatura e 
de outras medidas do corpo humano. Ela representa um importante recurso para a 
avaliação do estado nutricional do indivíduo e também fornece dados para o 
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento saudável de crianças e 
adolescentes. 
O uso de indicadores antropométricos na análise do estado nutricional de 
indivíduos ou coletividades é a mais adequada e viável para ser adotada em serviços 
 
 
15 
 
de saúde, considerando as suas vantagens como: baixo custo, a simplicidade de 
realização, sua facilidade de aplicação e padronização, amplitude dos aspectos 
analisados, além de não ser invasiva. A avaliação antropométrica é um método de 
investigação em nutrição baseado na medição das variações físicas de alguns 
segmentos ou da composição corporal como um todo. É aplicável em todas as fases 
da vida e permite a classificação de indivíduos e grupos segundo o seu estado 
nutricional. 
Uma outra vantagem adicional da utilização de indicadores antropométricos é 
a grande quantidade de ferramentas e recursos metodológicos e técnicos já 
disponíveis para a análise da situação nutricional de indivíduos ou populações e, 
principalmente, para comunicação e comparação dos resultados. Dessa forma, o 
método antropométrico estimula o agrupamento dos diagnósticos individuais e permite 
traçar o perfil nutricional dos grupos de situação nutricional mais vulnerável em faixas 
etárias, regiões ou em nível nacional. A seguir serão mostrados alguns itens que 
compõem o método antropométrico. 
Peso 
O peso corresponde à somatória de todos os componentes corporais e reflete 
no equilíbrio proteico-energético do indivíduo. Apesar de ser uma das medidas mais 
simples de ser pesquisada ainda é excessivamente negligenciada pelos profissionais 
da saúde. Adiante, serão descritas algumas considerações sobre o peso corporal: 
 
Peso atual: Para a sua obtenção, em uma balança calibrada de plataforma ou 
eletrônica, o indivíduo deverá posicionar-seem pé, no centro da base da balança, 
descalço e com roupas leves. 
Peso usual: É utilizado como referência na avaliação das mudanças recentes de peso 
e em casos onde a aferição do peso atual está impossibilitada. 
Peso ideal ou desejável: O modo mais prático para o cálculo do peso ideal ou 
desejável é pela utilização do índice de massa corporal (IMC) é calculada a partir da 
equação 1. 
 
 
 
16 
 
Equação 1: 
Peso ideal ou desejável = IMC desejado x estatura (m)2 
 
Adequação do peso: A porcentagem de adequação do peso ideal ou desejável é 
calculada a partir da equação 2. 
Equação 2: 
Adequação do peso (%) = peso atual x 100 ÷ peso ideal 
 
Na tabela 1, é apresentado a classificação do estado nutricional de acordo com 
a adequação do peso. 
Tabela 1 – Classificação do estado nutricional segundo adequação do peso. 
 
Fonte: Blackburn & Thornton (1979). 
Peso ajustado: É o peso ideal corrigido para a determinação da necessidade 
energética e de nutrientes quando a adequação do peso for inferior a 95% ou superior 
a 115%. É obtida por meio da equação 3. 
Equação 3: 
Peso ajustado = (peso ideal- peso atual) x 0,25 + peso atual 
 
Peso ideal para amputados: Com a finalidade de corrigir o peso corporal ideal de 
amputados, deve-se subtrair o peso da extremidade amputada do peso ideal 
calculado. A figura 1 mostra as porcentagens do peso correspondentes a cada 
seguimento do corpo: 
 
 
17 
 
Figura 1 – Porcentagens de peso. 
 
Fonte: Modelo proposto por Osterkemp (1995). 
Estimativa de peso: É possível estimar o peso por meio da equação 4 de Chumlea 
et al. (1988): 
Equação 4: 
 
 
Mudança de peso: A perda de peso involuntária compõe uma relevante informação 
para avaliar a gravidade do problema de saúde haja vista sua elevada correlação com 
 
 
18 
 
a mortalidade. A determinação da variação de peso é realizada por meio da equação 
5. 
Equação 5: 
Perda de peso (%)= (peso usual- peso atual) x 100 ÷ peso usual 
 
Na tabela 2 apresenta o significado da perda de peso em relação ao tempo. 
Tabela 2 – Perda de peso em relação ao tempo. 
 
Fonte: Blackburn; Thornton (1979). 
Estatura 
 
Estatura é definida como o tamanho ou altura de um ser humano. Sua aferição 
deve ser realizada, preferencialmente, de forma direta através de um estadiômetro. O 
método para medição da estatura deve obedecer às seguintes etapas: 
1. O paciente deve permanecer de pé ereto, com os braços estendidos ao longo 
do corpo, a cabeça erguida, olhando para um ponto fixo na altura dos olhos; 
2. Com os calcanhares, ombros e nádegas em contato com o 
antropometria/parede; 
3. Com os ossos internos dos calcanhares se tocando, assim como a parte interna 
de ambos os joelhos, os pés unidos mostram um ângulo reto com as pernas; 
4. Abaixar a parte móvel do equipamento, fixando-a contra a cabeça, com pressão 
satisfatória para comprimir o cabelo. Retirar o paciente, quando tiver certeza de 
que o mesmo não se moveu; 
5. Realizar a leitura da estatura, sem soltar a parte móvel do equipamento. 
 
 
19 
 
A partir do peso e da estatura, é possível calcular o (IMC), o qual é utilizado em 
associação (ou não) a outras variáveis antropométricas na avaliação do estado 
nutricional de populações (ANJOS, 1992). É importante ressaltar que após os 
quarenta anos de idade ocorre uma redução fisiológica da estatura de 1,0 a 2,5 cm 
por década, decorrentes da diminuição dos discos intervertebrais, achatamento das 
vértebras e acentuação da cifose dorsal, lordose e escoliose. 
Nem sempre temos em mãos os instrumentos necessários para a efetivação 
do método antropométrico ou o paciente encontra-se incapaz de submeter ao 
procedimento, como por exemplo, pacientes acamados. Desta forma, podemos lançar 
mão de cálculos de estimativas de peso, altura e composição corporal conforme 
veremos a seguir: 
Altura do joelho: o indivíduo deverá estar em posição supina ou sentado o mais 
próximo possível da extremidade da cadeira, com o joelho esquerdo flexionado em 
ângulo reto. O comprimento entre o calcanhar e a superfície anterior da perna na altura 
do joelho pode ser medido utilizando uma régua de medir crianças ou com um 
calibrador específico para isso. Tal método é indicado principalmente para utilização 
em idosos e obtido, de acordo com o gênero, por meio da equações 6 de Chumlea et 
al. (1988): 
Equação 6: 
 
 
Extensão dos braços: Os braços devem ficar estendidos formando um ângulo reto 
com o corpo. Deve-se medir a distância entre os dedos médios das mãos utilizando-
se uma fita métrica flexível. A medida obtida corresponde à estimativa de estatura do 
indivíduo. 
Estatura recumbente: O indivíduo deverá estar em posição supina e com o leito 
horizontal completo. Deve-se marcar o lençol na altura da extremidade da cabeça e 
da base do pé no lado direito do indivíduo com o auxílio de um triângulo, e medir a 
distância entre as marcas utilizando uma fita métrica flexível. 
 
 
20 
 
 
Índice de Massa Corporal (IMC) 
 
Nos procedimentos de diagnósticos nutricionais de adultos, a Vigilância 
Alimentar e Nutricional recomenda o uso da classificação do IMC proposta pela 
Organização Mundial da Saúde (OMS). As vantagens de se usar tal método para 
avaliação nutricional de adultos são: 
 Facilidade de obtenção e padronização das medidas de peso e altura, não requer 
a informação da idade para o cálculo; 
 Possui alta correlação com a massa corporal e indicadores de composição 
corporal do indivíduo; 
 Não exige comparação com curvas de referência. Outra característica a ser 
ressaltada é a sua capacidade de predição de riscos de morbimortalidade, 
especialmente em seus limites extremos. 
 
Para o cálculo do IMC, adota-se a equação 7. 
Equação 7: 
 
A tabela 3 apresenta os pontos de corte estabelecidos para adultos, segundo o 
IMC. 
Tabela 3 – Pontos de corte estabelecidos para adultos. 
 
Fonte: World Health Organization (WHO), 1995. 
 
 
21 
 
Como o IMC não distingue o peso associado ao músculo ou à gordura corporal, 
deve-se investigar a composição corporal, principalmente quando os valores de IMC 
estiverem nos limites ou fora da normalidade. Também é importante a interpretação 
dos pontos de corte do IMC em associação com outros fatores de risco. 
Esta medida representa a soma das áreas constituídas pelos tecidos ósseis, 
musculares e gordurosos do braço. Para a sua obtenção, o braço a ser avaliado deve 
estar flexionado em direção ao tórax, formando um ângulo de 90º. Localizar e marcar 
o ponto médio entre o acrômio e o olecrano. Solicitar ao indivíduo que permaneça com 
o braço estendido ao longo do corpo com a palma da mão voltada para a coxa. 
Contornar o braço com a fita flexível no ponto marcado de forma ajustada evitando 
compressão da pele ou folga. O resultado obtido é comparado aos valores de 
referência do NHANES I (National Health and Nutrition Examination Survey). A 
adequação da CB pode ser determinada por meio da equação 8: 
Equação 8: 
 
Dobras Cutâneas 
As dobras cutâneas são medidas utilizando um aparelho denominado 
adipômetro, paquímetro ou plicômetro. Seus valores podem sugerir a composição 
corporal do indivíduo, porém vem cada vez menos sendo utilizadas, pelo advento de 
técnicas mais modernas e acuradas. 
O adipômetro deve ser segurado com a mão direita enquanto a dobra cutânea 
é levantada com a mão esquerda. Isto não alterará os resultados das medidas. Deve-
se cuidar para que apenas a pele e o tecido adiposo sejam separados, a prega é 
mantida tracionada até que a medida seja completada. A medida é feita, no máximo, 
até 4 segundos após feito o tracionamento da dobra cutânea. 
Para a aferição correta das dobras cutâneas é importante levar em 
consideração as seguintes informações: 
 Ser realizado por profissionais treinados e habilitados; 
 
 
22 
 
 Repetir o procedimento três vezes, utilizando o valor médio das medidas; 
 O pacientedeve estar despido no local da medida; 
 Em pacientes obesos ou edemaciados os valores perdem confiabilidade; 
 Os dados são melhor avaliados em série, perdendo importância a avaliação 
pontual; 
 Os aparelhos devem estar calibrados e exercer uma pressão de 10g/mm2; 
 Preferencialmente o lado avaliado deve ser o não dominante. 
A seguir veremos a descrição das medidas de dobras cutâneas da forma que 
são utilizadas com maior frequência: 
Dobra Cutânea Tricipital: é medida no mesmo ponto médio localizado para 
a medida da circunferência braquial. O indivíduo deve estar em pé, com os braços 
estendidos confortavelmente ao longo do corpo. O adipômetro deve ser segurado com 
a mão direita. O examinador deve posicionar-se atrás do indivíduo. A dobra cutânea 
tricipital é realizada com o dedo polegar e indicador, aproximadamente 1 cm do nível 
marcado e as extremidades do adipômetro são fixadas no nível marcado. 
 
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V 
Dobra Cutânea Subescapular: o local a ser medido é justamente no ângulo 
inferior da escápula. Para localizar o ponto, o examinador deve apalpar a escápula, 
percorrendo seus dedos inferior e lateralmente, ao longo da borda vertebral até o 
ângulo inferior ser identificado. É necessário colocar os braços para trás, para que 
 
 
23 
 
seja identificado mais facilmente o ponto. A dobra cutânea é destacada na diagonal, 
inclinada aproximadamente num ângulo de 45º com o plano horizontal. 
 
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V 
Dobra Cutânea Bicipital: é medida segurando a dobra na vertical, na face 
anterior do braço, sobre o ventre do bíceps (o ponto a ser marcado coincide com o 
mesmo nível da marcação para a 3 aferição da circunferência do braço / dobra 
cutânea tricipital. A dobra é levantada verticalmente 1cm superior à linha marcada 
(que junta a face anterior do acrômio e o centro da fossa antecubital). As extremidades 
do adipômetro são posicionadas na linha marcada. O antropometrista deve 
posicionar-se de frente ao avaliado, ambos em pé. 
 
 
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V 
 
 
24 
 
Dobra Cutânea Supra-ilíaca: é medida na linha axilar média imediatamente 
superior à crista ilíaca. Alinha-se num ângulo de 45º com o plano horizontal. O 
adipômetro é aplicado a 1 cm dos dedos que seguram a dobra. 
 
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V 
Dobra Cutânea Supra-espinhal: é medida de 5 a 7cm acima da espinha ilíaca. 
Alinha-se num ângulo de 45° com o plano horizontal. O adipômetro é aplicado a 1cm 
dos dedos que seguram a dobra. 
 
 
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V 
 
 
25 
 
Dobra Cutânea Abdominal: É determinada paralelamente ao eixo do corpo, 
dois centímetros a direita da borda da cicatriz umbilical. 
 
 
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V 
Dobra Cutânea da Coxa: É determinada entre o ponto médio entre ligamento 
inguinal e a borda superior da patela, na face anterior da coxa. Esta medida deve ser 
feita na direção do eixo longitudinal do corpo. 
 
 
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V 
 
 
26 
 
Dobra Cutânea do Peitoral: É uma medida oblíqua em relação ao eixo 
longitudinal, na metade da distância entre a linha axilar anterior e o mamilo para 
homens, e a um terço da distância da linha axilar anterior, para mulheres. 
 
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V 
Dobra Cutânea Axilar Média: É localizada no ponto de intersecção entre a 
linha axilar média e uma linha imaginária transversal na altura do apêndice xifóide do 
esterno. A medida é realizada obliquamente ao eixo longitudinal, com o braço do 
avaliado deslocado para trás, a fim de facilitar a obtenção da medida. 
 
 
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V 
 
 
27 
 
Dobra Cutânea da Panturrilha: O avaliado deve estar sentado com a 
articulação do joelho em flexão de 90º, o tornozelo em posição anatômica e o pé sem 
apoio. A dobra é pinçada no ponto de maior perímetro da perna, com o polegar da 
mão esquerda apoiado na borda medial da tíbia. 
 
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V 
A lógica para a medida das dobras cutâneas baseia-se no fato de que 
aproximadamente metade do conteúdo corporal total da gordura fica localizada nos 
depósitos adiposos existentes diretamente debaixo da pele. Essa gordura localizada 
está diretamente relacionada com a gordura total. Lohman; Roche; Martorell (1988) 
afirmaram que um dos meios mais práticos para a avaliação da composição corporal 
é o uso das dobras cutâneas, isso porque 50 a 70% da gordura corporal está 
localizada subcutaneamente, e algumas dobras cutâneas têm mostrado relação com 
a adiposidade corporal total. 
3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NOS CICLOS DA VIDA 
A avaliação do estado nutricional envolve o exame das condições físicas do 
indivíduo, o seu comportamento e os componentes bioquímicos dos nutrientes 
ingeridos, bem como a qualidade e a quantidade deles. Também, é compreendido 
durante os ciclos da vida, a avaliação nutricional deve direcionar a sua análise para 
 
 
28 
 
diferentes parâmetros que estão em constante mudança, o nutricionista necessita 
estabelecer o diagnóstico nutricional respeitando a idade e a fisiologia do paciente. 
O estado nutricional de um indivíduo é determinado pelo seu nível mais básico 
de ingestão dietética e conforme os requisitos de nutrientes celulares são satisfeitos. 
Contudo, ele é suscetível a inúmeros fatores biológicos e sociais que o afetam de 
forma direta ou indireta. Assim, o estado nutricional reflete o equilíbrio nutricional do 
organismo, por meio de um conjunto de indicadores específicos. A verificação do 
tamanho, forma e composição corporal assumiu um significado importante para a 
saúde pública, devido ao aumento na prevalência mundial da obesidade e a sua 
relação com a morbidade e mortalidade (SHAMAH et al., 2019). 
3.1 Nutrição na Gestação e Lactação 
A geração de uma vida é um momento especial não somente para a mãe, mas 
também para toda a família. Assim, há uma grande preocupação do setor de saúde 
quanto aos cuidados maternos nesse período. Entre os cuidados de grande 
importância está a nutrição materna, incluindo não somente o estado nutricional, mas 
também o consumo alimentar, estando este diretamente relacionado ao crescimento 
e à saúde do bebê. Portanto, avaliar a condição nutricional da gestante em todas as 
etapas do processo gestacional faz parte de um pré-natal adequado e voltado à 
prevenção de agravos durante a gestação (VENTURI, 2022). 
A prática profissional do atendimento à gestante deve considerar o grande 
aumento da obesidade feminina em todo o mundo, sem esquecer que ainda existe a 
desnutrição, e essas são duas condições nutricionais que se refletem diretamente na 
condição de saúde materna e do bebê, elevando o risco de doenças e agravos como 
diabetes e a hipertensão gestacional, parto prematuro, entre outros. 
Os cuidados nutricionais com a gestante merecem uma atenção especial e 
constante no sentido de fazer jus à nobreza desta situação fisiológica. A fase 
gestacional é o período de maior vulnerabilidade biológica do ciclo reprodutivo da 
mulher e traz diversas alterações para o organismo materno, não só fisiológicas e 
físicas, mas emocionais, comportamentais e alimentares. Todas estas alterações 
trazem reflexos para a saúde da gestante e do bebê. Os profissionais de saúde 
 
 
29 
 
envolvidos no atendimento às gestantes precisam entender estas alterações e se 
munir de conhecimentos e práticas, podendo ajudar e orientar as mulheres nesta 
importante fase da vida ( ALVES, 2010). 
A gestação é um período em que ocorrem rápidas mudanças fisiológicas para 
que o corpo consiga gestar um bebê saudável. Nesse período de muitos cuidados, 
aumenta às necessidades nutricionais da mãe, e a alimentação materna é um fator 
importante para o adequado desenvolvimento do embrião. Logo, uma mulher 
desnutrida tende a gerar um bebê mais desnutrido e com uma taxa de mortalidade 
infantil mais elevada. Já a obesidade materna pode aumentar o risco de diversas 
complicações,como diabetes e hipertensão gestacional, parto prematuro e abortos 
espontâneos, defeitos congênitos e macrossomia fetal, além de afetar negativamente 
a saúde do filho quando adulto (DHANASHREE; ASHWINI; MUBASHIR, 2020). 
Como o estado nutricional materno afeta diretamente a saúde da gestante e do 
bebê, diversas diretrizes foram lançadas para o adequado manejo da obesidade e 
desnutrição na gestação, incluindo abordagem para a intervenção dietética e também 
para controle de peso. O acompanhamento e controle de peso gestacional é realizado 
utilizando indicadores antropométricos. 
Antropometria é um método universalmente aplicável, com a vantagem de 
não ser invasivo e ter baixo custo, além de apresentar relação direta com o 
perfil nutricional e o bem-estar da gestante e possibilitar prognósticos de 
situações de risco (AMORIM; LACERDA; KAC, 2007, documento online). 
Os dados usados para realizar a antropometria são o peso e a estatura. Com 
esses dados, é realizado o cálculo do índice de massa corporal (IMC), que é colocado 
em gráficos para diagnosticar se a gestante está classificada, abaixo do peso, 
eutrófica, com sobrepeso ou obesa. 
Para uma avaliação nutricional adequada, é importante que o profissional 
conheça a altura e o peso pré-gestacional, pois assim é possível ter um indicador do 
estado nutricional pregresso, enquanto o ganho de peso durante a gestação é um 
indicador do estado nutricional atual. Essas são as formas mais comuns de realizar o 
monitoramento do estado nutricional durante o período gestacional. 
É importante considerar a medida da estatura materna, a mesma é um 
indicador que possibilita avaliar o risco de baixo peso do bebê ao nascer, risco de 
 
 
30 
 
mortalidade perinatal, neonatal e infantil, além de ser um indicador clínico de 
complicações obstétricas, embora este não seja um fator de risco modificável. A 
medida da estatura pode ser feita apenas uma vez para mulheres adultas. Já para 
gestantes adolescentes, é necessário que seja coletada mais de uma medida. Para 
não haver riscos, recomenda-se considerar como ponto de corte para a altura materna 
150 cm (ZEEGERS et al., 2022). 
Já o peso materno pré-gestacional avalia o risco inicial para um prognóstico 
desfavorável da gestação. Nesse âmbito, a obesidade é fator de risco para diabetes 
e hipertensão. Auxilia também na determinação do ganho de peso recomendado 
durante a gestação e ajuda no direcionamento das intervenções nutricionais nesse 
período (DALFRA; BURLINA; LAPOLLA, 2022). Nas situações em que não é possível 
verificar o peso pré-gestacional, o profissional deve usar o peso autorreferido pela 
gestante, ou então considerar o peso na primeira consulta do pré-natal, desde que 
seja antes do final do primeiro trimestre. 
Com os dados de peso e estatura, é calculado o IMC para então realizar a 
avaliação nutricional da gestante. O IMC é um índice usado para determinar e 
monitorar o ganho de peso, preferencialmente comparado ao estado nutricional pré-
gestacional. O IMC também está correlacionado com as medidas de gordura corporal 
e com fatores de risco metabólicos na gestante, embora ocorra aumento de água 
corporal durante a gestação, tornando a correlação do IMC com as morbidades menos 
robusta. Ainda assim, este é um parâmetro utilizado para o monitoramento do estado 
nutricional na gestação (KIM; AYABE, 2022). 
Em relação aos métodos de classificação de ganho de peso gestacional, 
existem diferenças conforme o país ou a região geográfica. Na América Latina, são 
usadas com frequência as curvas de Atalah e a recomendação revisada do Institute 
of Medicine (IOM). O Ministério da Saúde (BRASIL, 2004) recomenda que a 
classificação do estado nutricional de gestantes brasileiras seja realizado conforme a 
referência de Atalah e o ganho de peso seja estimado pela referência do IOM. 
O IOM publicou diretrizes para a recomendação de ganho de peso em 
gestantes em 1990, e em 2009 essas recomendações foram revisadas e publicadas 
(SIMAS et al., 2013). Nessas diretrizes, a recomendação do ganho de peso 
gestacional deve ser baseada no peso pré-gestacional. Na revisão da recomendação, 
 
 
31 
 
foram alterados os pontos de corte do IMC, sendo considerados os pontos de corte 
da Organização Mundial de Saúde (OMS), considerando valores para identificar e 
tratar sobrepeso e obesidade em adultos. Outra modificação foi a inclusão de uma 
faixa específica para o ganho de peso de mulheres obesas. 
A tabela 4 apresenta as mudanças no ganho de peso gestacional entre as duas 
diretrizes do IOM (1990 e 2009). 
Tabela 4 – Mudanças feitas nas diretrizes do IOM entre os anos de 1990 e 2009. 
 
Fonte: Adaptado de Simas et al. (2013). 
Apesar de muito bem documentada a classificacao do estado nutricional de 
gestantes não é específica para gestantes adolescentes, pois nesta fase da vida já 
ocorre muitas modificações biológicas e inclusive de crescimento. Assim, o Ministério 
da Saúde sugere que: 
Para adolescentes que engravidaram dois ou mais anos após a menarca (em 
geral, maiores de 15 anos), a interpretação dos dados é equivalente a das 
adultas. Para as que engravidaram com menos de dois anos após a menarca, 
é provável que muitas sejam classificadas como de baixo peso. Estas devem 
ter sua altura mensurada em todas as consultas, pois se encontram ainda em 
fase de crescimento. Também nestes casos, o mais importante é 
acompanhar o traçado da curva de IMC por semana gestacional, que deverá 
ser ascendente ao longo das consultas (BRASIL, 2011). 
Outro fator relacionado à saúde materna e fetal é a alimentação. O consumo 
de alimentos saudáveis é essencial durante o período pré-gestacional e gestacional, 
influenciando também a saúde do feto e consequentemente do recém-nascido. A 
 
 
32 
 
alimentação deve ser rica em nutrientes, sendo composta por uma variedade de 
alimentos vegetais e frutas. A ingestão de alimentos processados ou ultraprocessados 
deve ser evitada, pois aumentam o risco de doenças crônicas não transmissíveis, 
afetando diretamente a saúde da mãe e do feto. O consumo aumentado de alimentos 
ricos em açúcar aumenta a incidência de bebês com baixo peso ao nascer, enquanto 
uma alimentação rica em micronutrientes como vitaminas e minerais diminui esse 
risco. 
É importante considerar, quando deficiente, a dieta materna pode levar a 
diversos riscos, como retardo do crescimento intrauterino e alteração da expressão 
de genes, causando uma programação anormal em relação ao desenvolvimento dos 
órgãos e tecidos fetais, elevando o risco da criança ter doenças cardiovasculares e 
metabólicas durante a vida adulta (MARTÍNEZ et al., 2020). 
Assim, é importante monitorar não somente o estado nutricional como condição 
e ganho de peso, mas também os exames laboratoriais da gestante, como uma forma 
de acompanhar se a alimentação está sendo adequada às suas necessidades. Um 
exemplo é a alta prevalência de anemia durante a gestação, sendo diagnosticada por 
exames bioquímicos e também por sinais e sintomas associados a um inquérito 
alimentar, possibilitando então o cruzamento das informações e diagnóstico. Com 
esses dados é possível que o profissional desenvolva um plano alimentar adequado 
às necessidades da gestante, proporcionando-lhe bem-estar e qualidade de vida com 
menores riscos de doenças e agravos durante a gestação e o parto. 
O Ministério da Saúde (BRASIL, 2011) faz recomendações para avaliação do 
estado nutricional de gestantes e como classificá-lo. A primeira delas é que sejam 
monitorados o IMC por semana gestacional e o ganho de peso. 
A classificação do estado nutricional da gestante deve cumprir os seguintes 
passos: 
1. Calcule o IMC utilizando fórmula 1 (sempre considerando a estatura em metros e 
o peso em quilogramas): 
Fórmula 1: 
IMC = peso ÷ (estatura × estatura) 
https://www.sinonimos.com.br/classificacao/
 
 
33 
 
2. Calcule a semana gestacional, utilizandoo dia da última menstruação (DUM). 
Para efeitos de cálculo, ou quando necessário, arredonde a semana gestacional. 
Exemplo: Se uma gestante estiver com 14 semanas e 1, 2 ou 3 dias, deve-se 
arredondar para 14 semanas. Já se estiver com 14 semanas e 4, 5 ou 6 dias, 
arredonda-se para 15 semanas. 
3. Transfira o valor do IMC calculado para a curva de IMC para gestantes, conforme 
apresentada no gráfico 1. Quando encontrar a junção dos pontos entre IMC e 
semana gestacional, terá o diagnóstico da gestante. 
4. Classifique o diagnóstico como baixo peso (BP), adequado (A), sobrepeso (S) ou 
obesidade (O). 
 
Conforme sugerido pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2018), o IMC 
gestacional deve ser acompanhado e registrado na Caderneta de Saúde da Gestante, 
conforme demonstrado na gráfico 1. 
Gráfico 1 – Acompanhamento nutricional da gestante por semana gestacional (IMC) 
 
Fonte: Brasil (2018). 
 
 
34 
 
Outro método de avaliação e acompanhamento é verificar o ganho de peso da 
gestante conforme o IMC pré-gestacional, cumprindo as seguintes etapas: 
 
1. Cálculo do IMC pré-gestacional; 
2. Verificação da recomendação em quilogramas por trimestre de gestação; 
3. Cálculo de quanto a gestante já teve de ganho de peso, comparando com a 
recomendação; 
4. Fornecimento de orientações nutricionais para a gestante. 
Para a etapa 2, de acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2011), as 
diretrizes para o ganho de peso ideal conforme o trimestre gestacional são 
apresentadas na tabela 5. 
Tabela 5 – Ganho de peso (em quilogramas) recomendado durante a gestação 
 
Fonte: Brasil (2011). 
Diagnóstico nutricional da gestante 
O período reprodutivo da mulher é um momento especial por gerar uma nova 
vida, mas ao mesmo tempo requer muitos cuidados em relação à nutrição e aos riscos 
de desenvolvimento de doenças podendo afetar tanto a saúde materna quanto a da 
criança. A nutrição desempenha uma importante função nesse contexto, sendo um 
 
 
35 
 
fator de risco modificável e também um fator que ajuda a mitigar os quadros de 
desnutrição, obesidade e controle de doenças. O ideal seria se a gravidez fosse 
sempre planejada no qual a saúde materna fosse rastreada e possíveis riscos 
minimizados. 
Além disso, o mundo todo vem passando por mudanças no perfil da 
alimentação, tendo ocorrido um aumento no consumo de alimentos com alta 
densidade calórica e pobres em micronutrientes. Aliada a baixos índices de atividade 
física, essa tendência levou a uma mudança no estado nutricional de boa parte da 
população. Mesmo ainda existindo desnutrição em algumas regiões do mundo, a 
obesidade vem ganhando destaque na saúde pública (MIELE et al., 2021). 
Logo, é importante e necessário que o diagnóstico do estado nutricional de 
gestantes seja realizado o mais breve possível, para possibilitar orientações 
nutricionais mais adequadas e eficientes. O Ministério da Saúde recomenda que a 
classificação do estado nutricional de gestantes seja realizada usando o critério de 
IMC por semana gestacional, conforme apresentado anteriormente no gráfico 1 
(BRASIL, 2011). 
 
Lactação 
Durante a lactação, assim como em outros momentos fisiológicos, o estado 
nutricional deve ser avaliado segundo indicadores antropométricos, dietéticos, 
bioquímicos, clínicos e funcionais. Ainda que uma importante limitação seja a 
ausência de padrões de referência para este momento (DAL BOSCO; CONDE, 2013). 
Atribui-se ao leite materno a prevenção de mais de 6 milhões de mortes em 
crianças menores de 12 meses a cada ano. Se a amamentação adequada (exclusiva 
até 6 meses e parcial até o final do primeiro ano de vida) fosse praticada 
universalmente, mais de 2 milhões de mortes (de um total de 9 milhões) poderiam ser 
evitadas ( ALVES,2010). No quadro 5 é apresentado as vantagens do aleitamento 
materno. 
 
 
 
 
 
36 
 
Quadro 5 – Vantagens do aleitamento materno. 
 
Fonte: Alves (2010). 
Observe que são muitas as vantagens em relação à saúde física da mãe e do 
bebê, porém tão nobres quanto essas são as vantagens em relação ao vínculo afetivo 
e emocional fortalecido entre mãe e filho. 
A perda de peso após o parto é geralmente maior nos primeiros três meses e 
naquelas que amamentam ao seio exclusivamente. A taxa média de perda de peso 
esperada durante a lactação é de 0,5 a 1 Kg/mês. Estudos mostram nutrizes com 
sobrepeso podem perder até 2 Kg/mês sem prejuízos no volume de leite produzido e 
no crescimento da criança, não sendo recomendadas perdas superiores a este valor. 
Dietas com redução de 500 Kcal/dia associadas a exercícios físicos proporcionam 
perda de peso e de massa gorda, sem efeitos no volume e composição do leite bem 
como velocidade de crescimento (DAL BOSCO; CONDE, 2013). 
A perda de peso segura recomendada durante a lactação encontra-se na tabela 
6: 
 
 
37 
 
Tabela 6 – Perda de peso durante a lactação. 
 
Fonte: Schuch (2010). 
A avaliação nutricional de mulheres que amamentam é baseada no controle de 
peso e no cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) (lembre-se: IMC = Peso 
(Kg)/Altura(m2 ). Deve-se atentar para cuidados específicos em mulheres com IMC 
abaixo de 20,3Kg/m2 com 1 mês de pós-parto, pois são consideradas de baixo peso 
podendo comprometer a produção de leite e as reservas nutricionais (ALVES, 2010). 
Em populações subdesenvolvidas, com extremo grau de desnutrição, já foram 
demonstradas variações na composição do leite resultantes de uma baixa 
disponibilidade de alimentos, perda de peso pós-parto e depleção dos estoques de 
energia maternos. Isso também é observado em populações bem nutridas onde a 
composição do leite humano é afetada pela alimentação da mãe (variações no 
conteúdo total de gorduras, vitaminas entre outros, em função da ingestão materna), 
porém nunca o suficiente para torná-lo inadequado para o bebê. 
De maneira geral, espera-se perda de peso materna gradativa ao longo dos 6 
meses de amamentação exclusiva, pois há um gasto energético intenso para 
produção de leite diariamente. As reservas maternas acumuladas durante a gestação 
são utilizadas para a produção de leite, cuja produção média é algo em torno de 
850ml/dia nos primeiros 6 meses. 
Neste período, a recomendação é manter a alimentação balanceada, com 
alimentos que já são hábituais. Dietas restritivas podem afetar a produção de leite e 
contribuir para o desmame precoce. Recomenda-se um adicional de 500Kcal diárias 
na alimentação da nutriz para garantir boa produção de leite, com exceção das que já 
estão de sobrepeso ( SCHUCH, 2010). 
 
 
38 
 
Quanto às crendices de que a produção de leite é afetada por determinados 
alimentos (canjica, cerveja preta, cuscuz), os profissionais de saúde que prestam 
assistência às nutrizes têm por responsabilidade esclarecer estas ideias, em alguns 
casos podem ser prejudiciais ao balanceamento e ao valor nutritivo das refeições. Não 
se deve incentivar o consumo de álcool, nem fumo e orientar a quantidade permitida 
de café (máximo 100ml/dia). 
Portanto o que contribui para uma boa produção de leite é simplesmente 
alimentação quantitativa e qualitativamente balanceada, com alimentos variados e de 
todos os grupos, boa ingestão hídrica com mínimo de 4 copos de água/dia, ambiente 
tranquilo, mãe emocionalmente segura e certa de sua capacidade de amamentar. A 
produção de leite é afetada negativamente por dietas hipocalóricas e estresse 
materno. 
Há uma preocupação atual quanto ao conteúdo de ácidos graxos essenciais da 
família ômega-3 no leite materno, tendo em vista os inúmeros benefícios no 
desenvolvimento do sistema nervoso e da retina da lactente. Há estudos que 
comprovam o aumento da ingestão pela mãe de alimentos ricos nesta gordura 
promove incremento nas quantidades presentes no leite materno. Incentivar, portanto, 
a ingestão de peixes 3 vezes por semana, sendo a sardinha uma opção barata e 
acessível. Outras fontes são o salmão,arenque, cavala, tilápia e atum. 
3.2 Avaliação nutricional de recém-nascidos, lactentes e pré-escolares 
A avaliação nutricional de recém-nascidos, lactentes e pré-escolares se dá a 
partir da análise e interpretação de parâmetros relacionados à história nutricional e 
alimentar, ao exame físico, à antropometria e ao exame bioquímico desses grupos 
etários. A situação alimentar e nutricional de pacientes pediátricos é diagnosticada, 
principalmente, em razão do acompanhamento do padrão de crescimento desta 
população, que tem seu desenvolvimento intimamente vinculado às condições de 
saúde e nutrição. Sendo assim, a avaliação nutricional adequada na infância, torna-
se, ainda, mais importante, pois pode atuar no tratamento precoce e no apoio à 
prevenção de distúrbios de cunho alimentar e nutricional, bem como no risco de 
morbimortalidade (BRASIL, 2002). 
 
 
39 
 
Recém-nascido é o termo utilizado para denominar a criança desde o seu 
nascimento até o 28º dia de vida. Esta fase se caracteriza pelo período neonatal, no 
qual a maturidade neurológica é um importante indicador da idade gestacional e da 
atenção que deverá ser dada. Neste momento da vida estão presentes, 
principalmente, os reflexos generalizados e involuntários (BRASIL, 2011). 
Além do acompanhamento quanto à evolução do crescimento e do peso, são 
priorizadas as informações relativas aos cuidados gerais do neonato que, por vezes, 
não são de conhecimento aprofundado dos pais e cuidadores. Com intuito de ajudar 
neste processo inicial, o serviço de saúde oferece a chamada caderneta de saúde da 
criança, desenvolvida pelo Ministério da Saúde. 
A caderneta da criança é, geralmente, utilizada já na maternidade a fim de 
favorecer o registro de dados referentes aos primeiros dias de vida, como também o 
armazenamento seguro e concentrado das informações relevantes durante todo o 
período da infância, até os nove anos. Os pais terão posse de um documento completo 
sobre o crescimento e desenvolvimento da criança que deverá ser preenchido a cada 
atendimento pediátrico, reunindo as curvas de crescimento, os esquema de vacinação 
e as mais variadas orientações de cuidado em saúde para cada fase desse estágio 
da vida (BRASIL, 2018a, 2018b). 
A história ou anamnese nutricional global contempla questões relacionadas ao 
histórico de saúde e doença dos familiares da criança e de cunho socioeconômico e 
cultural, bem como sobre o estilo de vida da família e o vínculo do binômio mãe e filho. 
No que diz respeito à qualidade de vida da família, questiona-se sobre as condições 
de moradia, saneamento, escolaridade e ocupação dos pais ou cuidadores. 
Informações sobre a gestação devem ser levantadas, como a realização de consultas 
durante o pré-natal, intercorrências ao longo da gestação, o uso de medicamentos, 
suplementos vitamínicos, álcool e drogas. 
A respeito do próprio recém-nascido, se procura conhecer a idade gestacional, 
o peso ao nascer e as possíveis intercorrências perinatais. Aspectos relacionados à 
presença e frequência de regurgitações, bem como ao hábito intestinal e aspecto das 
fezes devem ser questionados aos pais ou cuidadores. 
Nesta fase, com relação à história alimentar, é necessário que o profissional de 
saúde priorize informações sobre o aleitamento materno, podendo, inclusive, ocorrer 
 
 
40 
 
a observação sobre a mamada com a finalidade de ajustar e corrigir possíveis 
dificuldades ou problemas relacionados ao posicionamento, pega e sucção durante a 
amamentação. Ainda, sobre a alimentação, é importante saber se o aleitamento 
materno é exclusivo e de livre demanda ou se o bebê já recebe, equivocadamente, 
algum outro tipo de alimento (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2009). 
 
Exame físico 
No exame físico, ocorre a inspeção, palpação, percussão e a auscultação do 
corpo do indivíduo por um profissional treinado. No exame físico nutricional do recém-
nascido, pode-se observar características relativas a distúrbios nutricionais por 
deficiência ou excesso de origem proteica e energética. 
De acordo com Taddei (2011) a desnutrição do tipo marasmática é a mais 
comum no primeiro ano de vida, sendo representada por um emagrecimento 
importante, com a presença de perda de massa muscular. A apatia, falta de energia e 
vigor, também, são encontrados em casos graves de desnutrição. Características 
como cabelos finos podem estar presentes, mas, no recém-nascido, esta observação 
pode ser dificultada pelo fato da pouca quantidade de cabelo que, no geral, igualmente 
apresenta um aspecto naturalmente fino. Com relação à obesidade, de maneira 
oposta, ela é caracterizada pelo excesso de peso e de gordura corporal. 
A anemia ferropriva é um tipo de carência nutricional ocasionada pela 
deficiência de ferro. Nos recém-nascidos, ela não costuma ocorrer, porém os recém 
nascidos prematuros ou de baixo peso se caracterizam como grupo de risco para o 
desenvolvimento de deficiência desse mineral, dado que o ferro é transportado para 
o feto no último trimestre de gestação. 
Outras carências nutricionais como a hipovitaminose A e carência de iodo 
podem ser presentes no recém-nascido, porém suas consequências são observadas 
a longo prazo. Seus sinais e sintomas não são passíveis de constatação, quando a 
criança é ainda recém-nascida (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2009). 
 
 
 
 
 
41 
 
Antropometria 
 
A antropometria é o parâmetro mais utilizado na avaliação nutricional de recém-
nascidos. Com relação a esta avaliação, medidas como estatura, peso, perímetro 
cefálico e torácico são as mais indicadas nas primeiras semanas de vida. 
Em crianças de até dois anos de idade é medido o seu comprimento deitado, 
utilizando-se de um infantômetro ou uma régua antropométrica. A determinação do 
peso, imediatamente, após o nascimento, com a balança pediátrica, se caracteriza 
como o primeiro instrumento de avaliação nutricional. Tal medida aponta para 
possíveis problemas de cunho nutricional que podem ter ocorrido durante a gravidez. 
Portanto, o peso ao nascer reflete tanto a saúde da mãe, quanto a saúde do concepto, 
sendo associado à mortalidade infantil e à desnutrição peso menor que 2.500 gramas, 
referindo-se à classificação baixo peso ao nascer (WORLD HEALTH 
ORGANIZATION, 1995). Confira no Quadro 4 a classificação dada com relação ao 
peso dos recém-nascidos ao nascer. 
Quadro 4 - Classificação do peso ao nascer. 
 
Fonte: Adaptado de World Health organization (1995). 
A prematuridade e o deficit de crescimento intrauterino são situações 
responsáveis por um baixo peso no nascimento. Diversas são as causas que 
justificam um crescimento intrauterino insuficiente, como por exemplo o cigarro, álcool, 
entre outras drogas, hipertensão arterial, doenças infecciosas, idade materna, estado 
nutricional alterado da gestante, curto intervalo entre partos, entre outras. 
Com relação à prematuridade, esta é assim chamada, quando a gestação não 
ocorre dentro do tempo previsto como normal para uma gestação (abaixo de 37 
semanas). Por isso, recém-nascidos prematuros ou pré-termos podem ser 
 
 
42 
 
classificados como pequenos para a idade gestacional, já que não houve tempo 
suficiente para o crescimento adequado. Aqueles prematuros que atingem um peso 
satisfatório para a idade gestacional apresentam melhor prognóstico de saúde. 
Os recém-nascidos considerados a termo (gestação igual ou superior a 37 
semanas), também, podem apresentar crescimento restrito no útero e, portanto, 
acabam classificados como pequenos para a idade gestacional. Eles necessitam de 
maiores cuidados, pois demonstram maior risco de distúrbios nutricionais, seja de 
curto ou longo prazo (LOPEZ; CAMPOS, 2007). 
O peso ao nascer é reduzido de 5 para 10% logo após o nascimento, contudo, 
o reestabelecimento do peso perdido ocorre de 8 a 10 dias. Para se ter um bom 
acompanhamento do ganho, no primeiro mês de vida, é precisoestar atento às 
variações de peso do recém-nascido sendo importante o conhecimento, também, do 
peso da alta hospitalar. 
O perímetro cefálico é medido ao redor da cabeça com fita métrica inelástica, 
sobre o occipício (parte posterior da cabeça), em seu ponto mais proeminente, acima 
da crista supra-orbitária (parte frontal da cabeça). Valores de referência relativos à 
mediana (percentil 50) do perímetro cefálico. Alterações de dois desvios padrões para 
baixo ou para cima, nesta variável, podem indicar problemas de cunho nutricional ou 
não nutricional. Esta medida é, geralmente, utilizada até o 2º ano de vida e diagnostica 
patologias, como a microcefalia e a hidrocefalias, bem como retardo no crescimento 
e desenvolvimento provenientes de prematuridade e má nutrição ( VITOLO, 2008). 
O perímetro torácico pode ser utilizado de maneira isolada, mas é também uma 
medida associada ao perímetro cefálico como indicador de desnutrição. Com o uso 
de fita métrica inelástica, o tórax é mensurado na altura dos mamilos, de modo que se 
forme um ângulo reto com a coluna vertebral. A relação entre perímetro torácico e 
perímetro cefálico, basicamente, é igual a um até os seis meses de vida. Uma relação 
inferior a um é indicativo de desnutrição energético-proteica (VASCONCELOS, 2008). 
 
Exame bioquímico 
No recém-nascido, os exames bioquímicos pertencentes à complementação da 
avaliação nutricional são limitados, principalmente, no que diz respeito à 
 
 
43 
 
disponibilidade de pontos de corte definidos para esta faixa etária em específica. A 
análise laboratorial de proteínas totais e suas frações são passíveis de se realizarem, 
contudo, apresentam restrições, especialmente, para os pré-termos (BROCK; 
FALCÃO, 2008). 
 
Avaliação nutricional do lactente 
 
A criança considerada lactente é aquela que utiliza o leite materno como 
alimentação recomendada, exclusiva ou não, até os dois anos de idade. Mesmo que 
o recém-nascido receba leite materno, ele apresenta uma classificação etária 
específica (0‒28 dias), sendo assim, lactente é aquele no qual se encontra na faixa 
entre os 29 dias de nascido até completar 2 anos de idade. Este é o período da vida 
conhecido como primeira infância, acontecem rápidas e importantes transformações 
no âmbito neuropsicomotor (BRASIL, 2002). 
Com relação ao crescimento normal, durante este estágio da infância, se tem 
a permanência de um crescimento elevado, embora inferior ao encontrado na fase 
intrauterina. Durante seu primeiro ano de vida, especialmente nos primeiros seis 
meses, a criança apresenta maior velocidade de crescimento. Esta velocidade 
diminui, a partir do segundo ano, mas segue importante até os cinco anos de idade. 
O lactente se encontra na fase mais vulnerável com relação ás alterações do 
crescimento. Tais alterações são, predominantemente, de caráter nutricional e 
ambiental. Condições desfavoráveis que gerem desnutrição, por exemplo, podem 
afetar a velocidade de crescimento ou até interrompê-la. Caso o déficit de crescimento 
ocorra no 1º ano de vida ou até mesmo no 2º, ele é suscetível de ser totalmente 
recuperado (crescimento compensatório — catch up) (SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
PEDIATRIA, 2009). 
Exame físico 
O exame físico nutricional empregado nesta fase diz respeito aos possíveis 
sinais e sintomas apresentados pelo lactente podendo ter correlação com o estado de 
alimentação e nutrição. Com relação à desnutrição, a mais predominante é a do tipo 
marasmo, que é caracterizada por deficiência energética proteica equilibrada 
 
 
44 
 
acompanhada de deficiência no crescimento e no peso, atrofia muscular, ausência de 
gordura subcutânea e caquexia. 
Considerando a obesidade, o excesso de peso é a característica mais marcante 
e passa a ser comum nesta fase, em que há a introdução de alimento sólidos, muitas 
vezes, ultraprocessados, como aqueles consumidos pelos adultos da família 
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2009). Os distúrbios nutricionais 
relacionados às vitaminas e aos minerais podem ser mais ou menos aparentes 
dependendo da gravidade relativa à deficiência ou ao excesso. 
 
Antropometria 
Com relação à avaliação antropométrica, o peso do lactente é avaliado em 
balança pediátrica mecânica ou eletrônica e o comprimento, em decúbito dorsal, é 
mensurado por meio do infantômetro ou da régua antropométrica. 
Em referência ao peso, o cálculo do seu incremento, em lactentes, é um 
indicador utilizado na avaliação nutricional. É, também, com base nesse incremento 
que as condutas alimentares podem ser definidas e ajustadas. Durante os primeiros 
meses de vida, o incremento de peso, em gramas, por dia, deve ser analisado de 
acordo com os valores de normalidade propostos para ganho ponderal. Ganho 
ponderal inferior aos valores médios determinados indicam motivo de preocupação e 
vigilância em relação à situação nutricional e, consequentemente, ao crescimento e 
desenvolvimento do lactente. 
A seguir, veja os valores médios para ganho ponderal (g/dia) adequado em 
lactentes (LOPEZ; CAMPOS, 2007): 
 1º trimestre: 700 g/mês — 25 a 30 g/dia; 
 2º trimestre: 600 g/mês — 20 g/dia; 
 3º trimestre: 500 g/mês — 15 g/dia; 
 4º trimestre: 300 g/mês — 10 g/dia. 
 
Os chamados referenciais antropométricos da infância se apresentam, 
basicamente, em forma de gráficos e tabelas construídos, a partir de pesquisas 
populacionais com indivíduos saudáveis. Estes estudos são realizados com a 
 
 
45 
 
finalidade de desenvolver parâmetros de referências, também conhecidos por valores 
de normalidade para medidas antropométricas. Elas serão utilizadas como base para 
comparação dos valores de uma criança ou grupo que se deseja avaliar. Com base 
nesses valores foram desenvolvidas, portanto, curvas de distribuição do crescimento 
específicas para sexo e faixa etária que associam medidas entre si ou medidas e 
dados demográficos, como a idade. As curvas de crescimento desenvolvidas pela 
Organização Mundial da Saúde (OMS) preveem os seguintes indicadores para fim de 
diagnóstico nutricional: peso por idade, estatura por idade, peso por estatura e Índice 
de Massa Corporal (IMC) por idade. 
Quanto ao perímetro cefálico, é medido com o uso de fita métrica inelástica da 
mesma maneira como é mensurado em recém-nascidos. O mesmo ocorre a respeito 
da medição do perímetro torácico. No que diz respeito à classificação do estado 
nutricional com base na relação entre o perímetro torácico e o perímetro cefálico, a 
partir dos seis meses de vida até os cinco anos, a relação será sempre superior a um. 
Valores inferiores a um caracterizam-se como indicativo de desnutrição proteica e 
energética (VASCONCELOS, 2008). 
A partir do primeiro ano de vida, contemplando, portanto, os lactentes, são 
previstos valores de referência relativos à medida de circunferência do braço ou 
circunferência braquial. Segundo a circunferência do braço, é possível determinar a 
área muscular, com base, também, na utilização de dobras cutâneas, como a dobra 
tricipital (FRISANCHO, 1981; VITOLO, 2008). Valores de normalidade para a dobra 
cutânea subescapular, além da dobra cutânea tricipital foram estabelecidos pela OMS 
para crianças a partir dos três meses de idade (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 
1995). 
 
Exame bioquímico 
 
Com relação aos exames laboratoriais observando o estado nutricional dos 
lactentes, nem todos os parâmetros bioquímicos apresentam pontos de corte 
definidos para crianças até dois anos de idade. Além disso, o nutricionista deve estar 
atento às queixas, aos sinais e aos sintomas apresentados pelo indivíduo com o intuito 
de utilizar esta ferramenta de forma complementar em sua avaliação nutricional. 
 
 
46 
 
Alguns poucos parâmetros estão estabelecidos para recém-nascidos, ou seja, desde 
o nascimento até o primeiro mês de vida, enquanto outros estão estabelecidos para 
lactentes, pré-escolares, escolares e adolescentes.As possíveis deficiências, bem como os excessos de vitaminas e 
oligoelementos, que comprometem o correto funcionamento do organismo humano 
podem ser silenciosas no período inicial do quadro. Antes mesmo do aparecimento 
dos sinais clínicos, os exames bioquímicos são capazes de detectar no sangue as 
alterações relativas, por exemplo, à inadequação da ingestão ou à absorção de um 
dado nutriente. Por esse motivo, tem-se o exame bioquímico como ferramenta 
relevante na prevenção ou tratamento antecipado de distúrbios nutricionais em 
grupos notoriamente de risco. Contudo, deve-se ter atenção às condições clínicas e 
de saúde da criança antes da prescrição do exame, já que situações, como a presença 
de resposta inflamatória ou desequilíbrio hídrico podem alterar, consideravelmente, 
os resultados dos biomarcadores solicitados (VITOLO, 2008). 
 
Avaliação nutricional do pré-escolar 
 
Pré-escolar é a classificação etária recebida por crianças de dois a seis anos. 
Este estágio da infância, também, se caracteriza como segunda infância e revela uma 
autonomia de caráter neuromotor com o aperfeiçoamento de aspectos comunicativos 
e locomotivos (BRASIL, 2002). 
No período que transita entre o 3º ano e o início da puberdade, a criança 
apresenta uma velocidade de crescimento mais estável no qual demostra, de forma 
mais íntima, aos aspectos genéticos e hormonais do que aos ambientais. 
Se até o 2º ano de vida um possível deficit nutricional apresenta grandes 
chances de ser compensado em termos de crescimento e desenvolvimento, na fase 
acima dos dois anos de idade a ocorrência de adversidades e uma consequente 
desnutrição podem apontar para uma reversão menos intensa e provável. 
A criança se apresenta em constante crescimento e desenvolvimento, o 
crescimento infantil é um processo dinâmico que é realizado ao longo do tempo e deve 
ser observado e quantificado diante de múltiplas medidas, em várias ocasiões, 
seguindo orientação conforme a idade, o gênero e a fase de crescimento. 
https://www.sinonimos.com.br/notoriamente/
 
 
47 
 
 Peso: é uma medida de relevância em pediatria devido à fácil obtenção e pela 
alta sensibilidade durante os agravos nutricionais agudos e crônicos (WEFFORT; 
LAMOUNIER, 2009). 
 Estatura: essa medida reflete o estado nutricional atual e pregresso, e sofre 
alteração e recuperação mais lentas (WEFFORT; LAMOUNIER, 2009). 
 Perímetro Cefálico (PC) e torácico (PT): o perímetro cefálico é uma medida bem 
utilizada em pediatria no rastreio de microcefalia, macrocefalia ou hidrocefalia. Em 
termos de avaliação nutricional esta medida só tem valor quando associada ao 
perímetro torácico como indicador de proporção (PT/PC). Ao nascer, a criança 
apresenta PT e PC praticamente idênticos (PT/PC = 1). De seis meses até os 
cinco anos, esta relação deve ser superior a 1 (PT/PC >1). Quando a relação é 
inferior a um pode-se suspeitar de uma desnutrição energético-proteica (DAL 
BOSCO, 2013). 
 Perímetro Braquial: a avaliação nutricional baseada no perímetro braquial é útil 
como instrumento de triagem de crianças de 1 a 5 anos, quando não é viável a 
aferição do peso e estatura (DAL BOSCO, 2013). 
 Circunferência Abdominal: na infância e na adolescência os riscos associados 
ao excesso de gordura abdominal ainda estão pouco definidos. Nos casos de 
obesidade encontrou-se correlação com morbidades como hiperinsulinemia de 
jejum e o aumento das lipoproteínas plasmáticas (WEFFORT; LAMOUNIER, 
2009). 
 Situações Especiais: para crianças com paralisia cerebral e síndrome de down, 
deve-se utilizar as curvas de crescimento específicas para essas populações, 
visto que atendem suas peculiaridades e especificidades. 
3.3 Avaliação nutricional adolescentes 
A adolescência é uma fase que se caracteriza por mudanças, entre elas o 
estirão de crescimento e as alterações na composição corporal. Todas acontecem 
associadas ao processo de maturação sexual, sendo a idade cronológica dos 
acontecimentos podendo variar entre os indivíduos, visto depender de processos 
genéticos, hormonais e ambientais. São considerados adolescentes para os critérios 
 
 
48 
 
de avaliação nutricional no Brasil, independente do estágio do desenvolvimento 
puberal, indivíduos de 10 a 20 anos de idade (PRIORE et al, 2010). 
Nesta fase há aumento de quase todos os órgãos e segmentos corporais, 
sendo que aproximadamente 20 % da estatura e 50% do peso do adulto são ganhos 
nesse período. Os indicadores utilizados para avaliar o estado nutricional de 
adolescentes são os mesmos para as crianças, porém os critérios de aplicação e 
interpretação dos dados são mais complexos. Adolescentes da mesma idade e sexo 
podem se encontrar em diferentes estágios de maturação sexual, o que torna difícil a 
elaboração e utilização de referenciais que privilegiam a grande variação individual 
quanto à época de aparecimento dos acontecimentos pubertários. 
Na adolescência, o IMC é mais adequado do que o peso/altura e peso/idade, 
pois parece refletir melhor as mudanças da forma corporal. O perímetro braquial e as 
dobras cutâneas, como a do tríceps, podem ser medidas complementares, permitindo 
melhor avaliação da gordura corporal. Os passos para o diagnóstico individual são: 
avaliar o adolescente, considerando sua idade em anos e o sexo; proceder à avaliação 
do IMC em percentis e avaliar o estágio de maturação sexual, segundo os critérios de 
Tanner (1962). 
A tabela 7 demonstra as possibilidades para a classificação do estado 
nutricional de acordo com os percentis do IMC. 
 
Tabela 7 – Possibilidades para a classificação do estado nutricional 
 
Fonte: Frisancho (1990), OMS (1995), Sisvan (2004). 
A adolescência é um período marcado por alterações na composição corporal, 
sendo a puberdade o principal fator determinante das mudanças físicas. Tais 
mudanças são caracterizadas por aumento do peso, de massa magra e mineral óssea 
 
 
49 
 
em ambos os gêneros, contudo, o ganho de massa magra é maior no gênero 
masculino, ao passo que o de gordura é geralmente maior nas meninas. Vários 
métodos podem ser utilizados para avaliação da composição corporal, entre eles a 
pesagem hidrostática, tomografia computadorizada, determinação de potássio 40, 
Oxigênio 18, creatinina urinária, impedância bioelétrica e antropometria. 
Os métodos antropométricos têm a vantagem de serem inócuos, de baixo custo 
e de fácil manuseio e transporte. As dobras cutâneas, por exemplo, têm a vantagem 
sobre as medidas de peso e as circunferências pelo fato de medir mais diretamente a 
gordura subcutânea (PRIORE et al, 2010). 
3.4 Avaliação Nutricional do Adulto 
A avaliação nutricional completa do adulto abrange, como nos outros ciclos da 
vida, parâmetros antropométricos, clínicos, bioquímicos e dietéticos. A depender do 
objetivo do profissional de saúde e das condições de atendimento (unidades de saúde 
ou nas residências/comunidades) faz-se a escolha de um ou mais métodos 
associados. Para o rastreamento de doenças crônicas, as aferições dos níveis de 
pressão arterial e dosagens de glicemia de jejum e do perfil lipídico devem fazer parte 
das rotinas, quando possível. 
A avaliação nutricional, nos diferentes ciclos de vida, abrange parâmetros que 
devem ser avaliados e analisados em conjunto, para que se estabeleça o diagnóstico 
nutricional preciso e, com isso, seja estabelecido o plano de intervenção mais 
adequado. Tais parâmetros são compostos por avaliações da história clínica, exame 
físico e antropométrico, além de parâmetros bioquímicos. 
Por se tratar de uma avaliação individualizada, a determinação dos parâmetros, 
que serão utilizados, irá depender do objetivo do profissional de saúde e das 
condições de atendimento. Estabelecidas essas condições, o nutricionista irá realizar 
a escolha de um ou mais métodos associados. 
 
 
 
 
 
 
50 
 
História clínica 
 
De acordo com Silva (2000) para a definição

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