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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO E EMPREENDEDORISMO
GWAZA MUTHINI 
Tema: Contexto Internacional e Experiências de Reforma na Administração Pública
Curso de Licenciatura em Administração Pública
Cadeira: Administração Pública
1- Introdução
A existência de uma profunda diversidade cultural, regimes políticos diferentes e formações históricas específicas que existem de país para país imprime em cada um deles uma feição única, o que explica as variações sobre os objectivos, estilos administrativos, funções e papel da administração pública no mundo.
O estudo da Administração Pública ocorre, numa perspectiva comparada, sendo que desde o parlamentarismo ao presidencialismo, dos modelos de funcionários de confiança aos modelos de burocracia plena e permanente, culturas e sociedades diferentes propiciam opções e estratégias institucionais diferenciadas de organização política e de acção pública.
1.1- Contexto Internacional
A reforma e modernização da Administração Pública é uma questão central da agenda política mundial. A sua origem remonta aos finais dos anos 70 do século XX.
Pode dizer-se que desde então se desenvolveram duas correntes políticas no que se refere à reforma e modernização da Administração Pública.
Uma, que defende o princípio do bom funcionamento do mercado versus mau funcionamento do Estado, o desmantelamento do Estado ou a eliminação progressiva do seu papel, pondo em causa a intervenção pública, mesmo nas áreas sociais.
Atribui benefícios a tudo quanto é privado, seja pela entrega de serviços, seja pela adopção de modelos de gestão privada.
Esta corrente é apoiada por instituições internacionais como o Fun-do Monetário Internacional, o Banco Mundial, a Organização Mundial do Comércio e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.
Assuas orientações levam a impor modelos idênticos para todos os países, sem atender às diferentes realidades sociais, económicas e culturais, bem como a introduzir restrições orçamentais, a liberalizar os mercados e a privatizar os serviços públicos.
Insere-se nesta política o Acordo Geral de Comércio e Serviços, negociado no seio da Organização Mundial do Comércio, que pretendeu levar às últimas consequências a liberalização dos serviços públicos, quer os de tipo comercial —telecomunicações, transportes, energia — quer os de carácter social, como a saúde, a educação, a segurança social e acultura.
A filosofia subjacente às negociações consistiu em tratar os serviços públicos como um negócio, o que levanta a questão de saber se no futuro haverá lugar para serviços públicos não lucrativos.
A outra corrente é contrária às soluções propostas pelo consenso de Washington; reclama não o desmantelamento do aparelho estatal, mas um Estado que enfrente os novos desafios da sociedade pós-industrial, capaz de garantir o cumprimento de contratos económicos e com força bastante para assegurar os direitos sociais e a competitividade de cada país na cena internacional.
Estudos insuspeitos, têm concluído que houve um erro estratégico da adopção indiscriminada da privatização dos serviços ou da sua gestão, sem atender às realidades sociais e culturais de cada país.
O Relatório de 1997 do BIRD — Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento, por exemplo, defende a existência de um Estado que seja instrumento indispensável à promoção do desenvolvimento económico, social e político.
Por seu turno, as conclusões do último Fórum Económico Mundial de Davos (Suiça), reconhecem que cada país deve aplicar as políticas económicas e sociais que considere mais adequadas, sem ter de seguir regras ortodoxas.
Contundente é Henry Mintzberg (1996), ao afirmar que:
· Se foi longe demais na ideia de gerir o Estado à maneira empresarial;
· Que nos negócios privados nem tudo é bom, como no sector público nem tudo é mau;
· Que o sector privado também deve aproveitar algumas das virtualidades da gestão pública;
· Que existem sectores que devem continuar no domínio público não podendo, pois, ser tratados como negócios — investigação, educação e saúde.
Em face do fenómeno da globalização, é essencial para as economias dos países desenvolvidos a estabilidade, o crescimento e o bom funcionamento das economias dos países em desenvolvimento;
Aqueles só têm a ganhar contribuindo, bilateral e multilateralmente, para a implementação de políticas que abram as economias dos países em desenvolvimento e as integrem no sistema económico mundial.
É, no entanto, preciso entender que os benefícios da globalização, a nível nacional, só se concretizam se houver confiança entre os parceiros eos países financiadores do desenvolvimento.
As políticas daqueles devem ser credíveis, tendo em vista assegurara erradicação da pobreza, a obtenção do crescimento económico e a promoção do desenvolvimento.
As parcerias público-privadas foram reconhecidas como instrumentos para a formação de ambientes favoráveis ao normal funcionamento das empresas e à atracção do aumento do investimento, factor essencial à criação de riqueza e de emprego, pois:
· Alargaram a base de conhecimento para o diálogo sobre políticas entre o meio empresarial e o sector público;
· Permitiram definir melhor o bem comum e as formas de o alcançar em cada país.
O interesse em melhorar o ambiente relativamente à actividade privada e em criar confiança entre parceiros e financiadores dos países em desenvolvimento explica que se fale em PPPDs — Parcerias Público-Privadas para o Desenvolvimento, podendo aplicar-se a todos os países desejosos de vencerem o desafio da boa governação e de desenvolverem os seus sectores privados, havendo já casos de sucesso, como o do Botswana.
Referência Bibliográfica
SOARES, Elias Farinha. (2004). Contexto Internacional e Experiências de Reforma na Administração Pública; 2ª Edicção.
20/04/2021
Linda Abílio Macamo
 
INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO E EMPREENDEDORISMO
 
GWAZA MUTHINI 
 
T
ema:
 
Contexto Internac
ional e Experiências de Reforma 
na Administração Pública
 
Curso de Licenciatura em Administração Pública
 
Cadeira: Administração Pública
 
 
1
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Introdução
 
A existên
cia de uma profunda diversidade 
cultural,
 
regimes políticos diferentes e 
formações 
hi
stóricas especí
?
cas que existem 
de país par
a país imprime em cada um deles 
uma feição 
ún
ica, o que explica as variações 
sobre os objec
tivos, estilos administrativos, 
funções e pa
pel 
da administração públ
ica no 
mundo.
 
O estudo da Adm
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va comparada, sendo que desde o 
parlament
arismo ao presidencialismo, dos 
modelos de funcionário
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?
ança aos 
modelos 
de
 
burocracia plena e permanente, 
culturas e socieda
des diferentes propiciam opções 
e 
estratégias 
institucionais diferenciadas de 
organizaç
ão política e de acção pública.
 
1.1
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Contexto Internacional
 
A reforma e modernização da A
dministração 
Pública 
é uma questão central da agenda 
política 
mu
ndial. A sua origem remonta aos finais
 
dos anos 70 do século XX.
 
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ode dizer
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se que desde então se 
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reforma e modernização da Adm
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blica.
 
Uma,
 
que defende o princípio do bom 
fun
cionamento do mercado versus
 
mau 
funcionamento 
do Estado, o 
desmantela
mento do Estado ou a eliminação 
progressiva
 
do seu papel, pondo em 
causa a 
intervenção 
pública, mesmo
 
nas áreas socia
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Atribui benefíci
os a tudo quanto é 
privado, seja
 
pela entrega
 
de serviços, seja pela ad
opção de 
modelos de 
gest
ão privada
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GWAZA MUTHINI 
Tema: Contexto Internacional e Experiências de Reforma na Administração Pública 
Curso de Licenciatura em Administração Pública 
Cadeira: Administração Pública 
 
1- Introdução 
A existência de uma profunda diversidade cultural, regimes políticos diferentes e formações 
históricas especí?cas que existem depaís para país imprime em cada um deles uma feição 
única, o que explica as variações sobre os objectivos, estilos administrativos, funções e papel 
da administração pública no mundo. 
O estudo da Administração Pública ocorre, numa perspectiva comparada, sendo que desde o 
parlamentarismo ao presidencialismo, dos modelos de funcionários de con?ança aos modelos 
de burocracia plena e permanente, culturas e sociedades diferentes propiciam opções e 
estratégias institucionais diferenciadas de organização política e de acção pública. 
1.1- Contexto Internacional 
A reforma e modernização da Administração Pública é uma questão central da agenda política 
mundial. A sua origem remonta aos finais dos anos 70 do século XX. 
Pode dizer-se que desde então se desenvolveram duas correntes políticas no que se refere à 
reforma e modernização da Administração Pública. 
Uma, que defende o princípio do bom funcionamento do mercado versus mau funcionamento 
do Estado, o desmantelamento do Estado ou a eliminação progressiva do seu papel, pondo em 
causa a intervenção pública, mesmo nas áreas sociais. 
Atribui benefícios a tudo quanto é privado, seja pela entrega de serviços, seja pela adopção de 
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