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MEDICINA - 4º SEMESTRE 14 de setembro de 2019 PESQUISA EM SAÚDE N1 ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE: - É um processo analítico sintético, que analisa e sintetiza o banco de dados, a fim de explicar o perfil de saúde-doença de uma população, incluindo os danos ou problemas de saúde, assim como os seus determinantes, que facilitam a ident ificação de necessidades e prioridades em saúde, a identificação de i n t e r v e n ç õ e s e d e p r o g r a m a s apropriados e a avaliação de impacto. - Informação → tomada de decisão → ação em saúde coletiva. - A ASIS pode ser entendida como um dos instrumentos de saude coletiva baseada em ev idenc ias em um movimento espiralar de ação, produção de dados, informações, conhecimento e sua interferência para a modificação da ação. I. Fases e tipos de ASIS: - Eixo estratégico: facilitar o processo participativo, o empoderamento dos atores envolvidos e a institucionalização da prática. - Eixo metodológico: procedimentos científicos especialmente dotados. II. Quais as características desejáveis dos indicadores utilizados para a ASIS? - Relevância dos indicadores. - Validade: desejável que se disponha de medidas tão “próximas” quanto possível do conceito abstrato ou da demanda pol í t ica que lhes deram or igem. Corresponde ao grau de proximidade entre o conceito e a medida, isto é, a sua capacidade de refletir, de fato, o conceito abstrato a que o indicador se p r o p õ e a “ s u b s t i t u i r ” o u “ o p e r a c i o n a l i z a r ” . ↝ E x e m p l o : mortalidade infantil. O quanto eu interferi naquele problema, ele terá reflexo no indicador. Eu consigo impactar na mortalidade infantil fazendo o que? Isso tem uma validade e um reflexo. ↝ o quanto ele tem de valor para aferir o impacto que foi feito. ↝ o quanto o indicador reflete uma política pública que eu estou realizando. - Confiabilidade: importante para legitimar o uso do indicador. É uma propriedade r e l a c i o n a d a à q u a n t i d a d e d o levantamento dos dados usados no cômputo. Tem mais haver com o quanto o indicador realmente reflete naquele problema. ↝ Ex: em caso de sífilis, é mais confiável pegar o número de casos em gestantes infectadas e em neonatais contaminados com a bactéria do que na base de dados de adultos infectados, porque, apesar da doença ser de notificação obrigatória, a maioria dos adultos e dos médicos não avisam; já em bebes, os médicos notificam. ↝ Exemplo: os dados de dengue possuem pouca confiabilidade, porque não são todos os dados de dengue que são notificados e tem muita sub-notificação também. ↝ Exemplo: violência doméstica também possuí pouca confiabilidade pois é pouco reportado. - Cobertura populacional: sempre que possível deve-se procurar empregar indicadores de boa cobertura territorial o u p o p u l a c i o n a l , q u e s e j a m representativos da realidade empírica em análise. Essa é uma das características interessantes dos indicadores sociais produz idos a par t i r dos censos PAULA R. C. PENTEADO 1 MEDICINA - 4º SEMESTRE 14 de setembro de 2019 demográficos, o que os tornam tão importantes para o planejamento público no país. - Sensibilidade e especificidade: o quanto que as variações ocorridas na saude da população conseguem refletir nos indicadores. É muito importante dispor de medidas sensíveis e específicas às ações previstas nos programas, que possibilitem avaliar rapidamente os efeitos (ou não efeitos) de determinada intervenção. A sensibilidade diz respeito a capacidade do indicador refletir mudanças importantes se as condições que afetam a dimensão social referida se alteram. ↝ Exemplo: a nova incidência de sarampo está relacionada com a queda da cobertura vacinal? Não, pois a queda da cobertura vacinal já está ocorrendo há dois anos. A especificidade é a capacidade do indicador em refletir alterações estritamente relacionadas às mudanças ocorridas na dimensão social analisada. ↝ Exemplo: a nova incidência de sarampo tem especificidade para identificar o novo surto de sarampo. Ou seja, só ocorre surto de sarampo se tem queda da cobertura vacinal. - Transparência metodológica: saber como é construída a informação. É certamente um atributo fundamental p a r a q u e o i n d i c a d o r g o z e d e legitimidade nos meios técnicos e científicos, ingrediente indispensável para sua legitimidade política e social. Os procedimentos de construção dos ind icadores devem ser c laros e t r a n s p a r e n t e s , a s d e c i s õ e s metodológicas just ificadas, e as escolhas subjetivas - invariavelmente frequentes - explicitadas de forma objetiva. ↝ Exemplo: qual base de dados é mais confiável, a da sífilis ou a da AIDS? Para saber qual é mais confiável, é necessário saber como esses dados são gerados, e o processo por trás de tudo; porque para a AIDS é muito mais notificado pois para ser tratadas é necessário o boletim de notificação compulsória, diferentemente da sífilis que para ser tratada não é necessário a notificação e pode-se encontrar em q u a l q u e r f a r m á c i a m e d i a n t e apresentação de receita o tratamento para a doença. - Periodicidade e factibilidade: com qual periodicidade é possível fazer o SENSO? Com qual periodicidade é possível de fazer o relatório da dengue? Para que se possa acompanhar a mudança social, avaliar o efeito de programas sociais implementados, corrigir eventuais d istorções de implementação, é necessár io que se d isponha de indicadores levantados com certa regularidade. - Desagregação: o quanto se consegue chegar em níveis menores de agregados populacionais. Também é preciso que os indicadores se refiram, tanto quanto possível, aos grupos sociais de interesse ou à população alvo dos programas, isto é , d e v e s e r p o s s í v e l c o n s t r u i r indicadores sociais referentes a espaços g e o g r á fi c o s r e d u z i d o s , g r u p o s s o c i o d e m o g r á fi c o s , o u g r u p o s vulneráveis específicos. - Comparabilidade: é uma característica desejável, de modo a permitir a inferência de tendências e a avaliar efeitos de eventuais programas sociais implementados. Se tiver uma mesma metodologia, mesma definição de caso e mesmo processo de coleta, são dados comparáveis e pode-se utilizar em dados de analise. É definida entre frágil e alta. ↝ Exemplo: se quiser comparar o número de nascimento em campinas com o de outra cidade pelo SIH, é incomparável, pois se quiser pegar o dado de nascidos PAULA R. C. PENTEADO 2 MEDICINA - 4º SEMESTRE 14 de setembro de 2019 deve-se pegar o SINASC, se quiser pegar o custo das internações por nascimento, pode-se pegar o SIH. - Os dados secundários, como SIM, SINASC, SINAN e SIH favorecem atributos relevantes da análise de situação de saúde (ASIS), como: oportunidade e continuidade das análises, precisão e validade externas, entre outros. A vantagem de se usar dados secundários é a de já estarem disponíveis, as coberturas são amplas, m u i t o s d e l e s s ã o u n i v e r s a i s e populacionais, possui continuidade na coleta, alguns pode-se conseguir os d a d o s n o m i n a i s , c u s t o z e r o e confiabilidade bem alta. - SIM - sistemas de informação sobre mortalidade. Para a obtenção regular de dados sobre mortalidade no país. - SINASC - sistema de informações sobre nascidos vivos. Visa reunir informações ep idem io lóg i cas re f e ren tes aos nascimentos informados em todo território nacional. - SINAN - sistema de informação de agravos de notificação. O Sinan é a l imentado, pr incipalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória. - S IH - s i s temas de in fo rmações hospitalares do SUS. Com a finalidade de registrar todos os atendimentos provenientes de internações hospitalares que foram financiadas pelo SUS, e a partir desteprocessamento, gerar relatórios para que os gestores possam f a z e r o s p a g a m e n t o s d o s estabelecimentos de saúde. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE: - Conceito do SIS: pode ser entendido como um instrumento para adquirir, organizar e analisar dados necessários à definição de problemas e riscos para a saúde, avaliar a eficácia, eficiência e influência que os serviços prestados possam ter no estado de saúde da população, além de contribuir para a produção de conhecimento acerca da saúde e dos assuntos a ela ligados. - Os SIS deve fornecer indicadores em 3 grandes áreas principais: • Determinantes de saude: dados socioeconômicos aos genéticos. • Indicadores sobre sistema e serviços de saúdeL infra e cifrão. • Indicadores sobre situação de saúde: mortalidade/qualidade de vida. - Etapas: 1ª etapa é a coleta de dados, depois 2ª etapa, o processamento e nesse processamento entramos com a análise dos dados, 3ª etapa é a decisão e controle sobre as informações organizadas. - Principais sistemas de informações em saúde: SIM, Sinasc, Sinan, SIH SUS, SIA SUS, Siab. I. SIM: sistema de informação sobre mortalidade: - O SIM na análise de situação de saúde: apesar de serem medidas negativas, as medidas de mortalidade são ainda muito utilizadas como indicadores de saúde, pois podem refletir a situação atual e as mudanças de saúde dos grupos populacionais. - Tipos de medidas: relativas aos níveis de mortalidade (magnitude); relativas as causas de mortalidade (perfil). - Taxa geral (bruta) de mortalidade: como medida do risco de morte por PAULA R. C. PENTEADO 3 MEDICINA - 4º SEMESTRE 14 de setembro de 2019 todas as causas, a TGM ou TBM é um indicador pouco sensível para análise da situação de saude das populações. • Obs: para controlar a influência da estrutura etária na interpretação das taxas gerais, ut i l izam-se taxas padronizadas por idade. - Taxa específica de mortalidade por idade (mx): obs. as taxas podem ser c a l c u l a d a s p a r a c a d a s e x o separadamente. - Taxa de mortalidade em menores de 5 anos - temos 2 medidas principais: • TMM5= óbitos em menores de 5 anos de idade no ano x 1000 / nascidos vivos no ano. • TMI= óbitos em menores de 1 ano de idade/local/ano x 1000 / nascidos vivos/local/ano. • OBS: a TMI indica o risco de um nascido vivo vir a falecer antes de completar 1 ano de idade. - Como os óbitos infantis não se distr ibuem de maneira uniforme, convencionou-se analisá-los segundo 2 componentes principais: • Taxa de mortalidade neonatal = óbitos de menores de 28 dias x 1000/ número de nascidos vivos. • OBS: subdivide-se em taxa de mortalidade neonatal precoce (óbitos de crianças menores de 7 dias de vida) e taxa de mortalidade neonatal tardia (óbitos infantis de crianças de 7 dias a 27 dias de vida). - Taxa de mortalidade perinatal: • Mortes perinatais são definidas na CID-10 como o conjunto dos óbitos de crianças com menos de 7 dias de vida e das perdas fetais após a 22 semana de gestação ou com peso ao nascer >500g. Ou seja, perdas fetais classificadas como intermediárias ou tardias. • Mortes perinatais x 1000 / nascidos vivos + perdas fetais intermediárias e tardias. - Razão de mortalidade materna (RMM): • Considera-se como óbito ou morte materna a morte de uma mulher enquanto está grávida ou nos 42 dias seguintes ao término da gravidez, independente da sua duração ou local, devido a qualquer causa relacionada ou agravada pela gravidez ou pela atenção a ela, mas não por causas acidentais ou incidentais. • RMM= óbitos por causas maternas no ano e local x 100000/ nascidos vivos no ano e local. - Mortalidade por causa: temos 2 medidas. • Mortalidade proporcional por causa: representa a proporção de mortes ocorridas por uma causa em relação ao total de mortes. • É útil indicar a importância relativa de determinada causa em relação ao quadro total de mortalidade. • Mortalidade proporcional por causa = óbitos por determinada causa no ano x100/ total de óbitos no ano. PAULA R. C. PENTEADO 4 MEDICINA - 4º SEMESTRE 14 de setembro de 2019 - A declaração de óbito como fonte do SIM: • Ocorrência do óbi to - médico preenche o DO (3 vias). • São causas de morte a serem registradas no atestado médico: “ todas as doenças , a fecçoes mórbidas ou lesos que produziram a morte ou contribuíram para esta e as c i rcunstancias do acidente ou violência que produziram quaisquer de tais lesões”. • A definição não inclui sintomas e modos de morrer, tais como para cardíaca ou parada respiratória. DADOS DEMOGRÁFICOS: - As informações sociodemográficas são de suma importância no processo de planejamento e tomada de decisão. O conhecimento da interação entre as tendências de crescimento, migração e e s t r u t u r a e t á r i a d a p o p u l a ç ã o . Planejamento da distribuição de bens e serviços e para o atendimento das demandas sociais. - É importante que saibamos o tamanho da população. - A população do brasil é de 190 milhões de habitantes e há uma tendência de que chega a 213 milhões de habitantes e quando chegar nesse número, que ela estagne. A maioria da população residente está na área urbana. - A distr ibuição por sexo é muito importante, temos uma prevalência de mulheres, que é reflexo da historia, desempenho da mulher da sociedade. Isso influi na taxa de fecundidade. Razão de sexos: nº de homens x100 nº de mulheres ↳Quando o número é menor de 100 é que a predominância é do sexo feminino. - Uma forma bastante ilustrativa de representar a estrutura da população por idade e sexo é por meio da pirâmide etária. - Depende de cada país e de cada população existe uma conformação nas pirâmides. Em uma grande concentração de indivíduos de 0-19 anos significa que tem uma alta natalidade. Se tem uma diminuição na concentração de idosos significa uma baixa expectativa de vida. Se o meio da pirâmide é afinalado, mais ou menos entre os 19-64 anos significa que há alta mortalidade. Estas são c a r a c t e r í s t i c a s d e p a í s e s subdesenvolvidos como a África. • Na pirâmide dos países europeus a base da pirâmide é pequena, o meio é grande e o ápice também é maior. - No brasil está diminuindo a taxa de fecundidade (quantidade de filhos das mulheres), diminuindo a mortalidade, e as mulheres estão envelhecendo mais. - Brasil 1980 x 2010 x 2050: o país está ficando mais velho, com predominância de mais meninas, mulheres viverão mais. PAULA R. C. PENTEADO 5 MEDICINA - 4º SEMESTRE 14 de setembro de 2019 - Estes índices funcionam para saber se o país é mais desenvolvido ou menos. A taxa de natalidade na África é muito maior, na América latina já decresceu, mas nos estados unidos é 4x menor. - Fecundidade: o estado conjugal, a idade do inicio da vida sexual, a frequência estão relacionados com a fecundidade, assim como o número de abortos. • Em 2000 x 2010 vemos que as mulheres em idade fértil existe um aumento na faixa de idade de que estão tendo filhos. - Em relação ao senso demográfico, temos o IBGE que cuida. A contagem da população também é o IBGE e ocorre entre sensos. - O envelhecimento populacional: existe uma tendência das pessoas a viverem mais com mais idades, e também de idosas de viverem mais nesse período idoso, ou seja, de morrerem mais tarde, mais velhas ainda. - Daqui 20 anos os velhos estarão muito mais velhos, terá menos taxa de natalidade. EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA: - Procura responder as perguntas: quem? pessoa. Quando? tempo. Onde? lugar. - A epidemiologia analítica, por outro lado, busca os determinantes do processo em questão, ou seja: por quê? Qual a distribuição de tal doença? Como ela ocorre? Ela mais levanta hipóteses. - A epidemiologia descritiva é o estudo da distribuição de frequência das doenças e dos agravos à saúde coletiva em função de variáveisligadas ao tempo, ao espaço - ambientes e populacionais - à pessoas, possibilitando o detalhamento do perfil, com vistas para a saúde. - Podem descrever semelhanças ou diferenças nas medidas de frequência de um evento ou condições em saúde segundo variações nas características das pessoas estudadas, do lugar avaliado ou do tempo ou período considerado. - Usos: medir risco, medir tendências de indicadores de saúde, gerar hipóteses, monitorar políticas públicas de saúde. - Delineamentos mais comuns: série de casos, ecológicos, transversais, estudos de prognóstico. - Pessoa - em quem ocorre: idade, sexo, grupo étnico, rel igião, condições socioeconômicas, estado civil. • Características de pessoas - idade: como o desfecho se distribui nos vários estratos etários? Semelhanças e diferenças. • Características de pessoas - religião: a interpretação é semelhante aa grupos étnicos (comportamento de aspectos culturais). • Carac te r í s t i cas de pessoas - ocupação: pode indicar a um fator específico (exemplo: asbesto, sílica). Pode indicar status sócioeconômico (trabalho manual X trabalho não manual; nível de qualificação). PAULA R. C. PENTEADO 6 MEDICINA - 4º SEMESTRE 14 de setembro de 2019 • Características de pessoa - condição socioeconômica: renda, ocupação, escolaridade. • Característica de pessoas - estado civil: solteiro/ casado/ divorciado/ viúvo. Com parceiro (a)/sem parceiro (a). - Lugar: qual é a freqüência do desfecho de uma ou mais localidades? • Objetivos: conhecer os riscos a que a população está exposta, por viver em certas regiões ou por visitá-las. Fornecer subsídios para explicações causais - que podem sugerir hipóteses etiológicas. Definir as prioridades de i n t e r v e n ç ã o - a c o m p a r a ç ã o geográfica permite o ordenamento das regiões segundo a magnitude dos respectivos indicadores de saude. Avaliar o impacto das intervenções - interpretar a relação causal entre determinadas ações e nível de morbimortalidade. - Tempo - quando ocorre? epidemia, tendência secular, variações cíclicas, variações sazonais, aval iação de internação. • Epidemia: representa a ocorrência de um agravo acima do esperado para o período. • Tendencia secular: refere-se a analise das mudanças na freqüência de uma doença por longo período de tempo, em geral, décadas. • Variações cíclicas: variações no comportamento das doenças em ciclos. • Var iações sazona is : fenômeno considerado é periódico e reprete-se sempre na mesma estação do ano. • Avaliação de intervenção. DESIGUALDADES EM SAÚDE E MEDIDAS DE RISCO: - Distribuição de renda: os índices tem sido utilizados também nos estudos de desigualdades em saúde. - Existe uma curda chamada de Lorenz, e dentro da curva indica a diagonal da igualdade e a curva de Lorenz (é a que dá o índice de Gini). É um gráfico de frequência acumulada que compara a distribuição uniforme esperada no caso de completa. Quanto mais a curva de Lorenz se distanciar da diagonal, mais ela será desigual, e quanto mais se aproximar, mais igualdade terá o pais. - O índice de Gini é o cálculo entre a diagonal da igualdade e a curva de Lorenz. Teoricamente ele varia de 0 a 1; se está próximo de 0, está em maior igualdade, e mais próximo de 1, maior a desigualdade. Índice de Gini na Dinamarca é de 0,25 e do Reino Unido é de 0,31; isso indica que a Dinamarca é menos desigual do que o Reino Unido. • O brasil está com um índice de Gini de cerca de 0,5-0,55. Atém a época de 2015, tínhamos os melhores índices em relação a igualdade, mas depois de 2015, o índice de Gini começa a se aproximar de 1, o que indica que aumentou a desigualdade no Brasil, ou seja, há acúmulo de dinheiro na mão de poucas pessoas. - Inequ idades: são des igua ldades desnecessárias ou evitáveis. São diferenças nos níveis de saúde de g r u p o s p o p u l a c i o n a i s d i s t i n t o s socialmente, consideradas injustas ou emanadas de alguma forma de injustiça, e que são desnecessárias e evitáveis. - Medindo as desigualdades: indicadores de estrutura (referem-se às condições físicas, humanas e organizacionais me PAULA R. C. PENTEADO 7 MEDICINA - 4º SEMESTRE 14 de setembro de 2019 que o cuidado se dá, avalia a quantidade de hospitais, quantidade d faculdades da saúde, entre outros), indicadores de resultado (avalia o produto final de atenção que modifica a situação de saúde de uma população, como a taxa de mortalidade infanti l , taxas de letalidade por doenças, taxas de incidência de sífilis congênita, e são os TABNET, SIM, SINASC, SIH, e SINAN), indicadores de processo (referem-se ao como fazer, dizem respeito à inter- relação entre prestador e receptor dos cuidados. - Principais medidas: • Risco relativo ou razão de taxas: é a razão ent re os coefic iente de inc idência entre os indiv íduos expostos e não expostos (expostos são os indivíduos em uma pior condição, e os não expostos são os que estão em uma melhor condição). Quando se quer comparar um exposto com um não exposto é necessário fazer a divisão dos expostos sobre os não expostos: . Exemplo: para comparar o coeficiente de mortalidade entre o nordeste e o centro-oeste, daria: 15,69/13,79 = 1,13 ↝ ou seja, o nordeste tem uma probabilidade de mortes infantis 13% maior do que na região centro-oeste. • Variáveis sugeridas para identificação de diferença de risco: idade, sexo, escolaridade, estado civil, raça/cor, ocupação, moradia. - EXERCÍCIOS: 1. A taxa de suicídio entre os homens estão aumentados, principalmente em homens maiores de 75 anos, quando comparados com o de mulheres. 2. Taxa de suicídio por ano no Brasil no período de 2000 a 2016: ao passar dos anos, quem comete mais suicídio são os de 40 a 59 anos. No ano de 2013 a 2016, a taxa de suicídio aumentou nas idades de 20 a 39 anos. 3. Taxa de risco relativo: taxa de mortal idade por acidente de trânsito. 0-19 anos: 2,41 ↝ nos diz que os homens tem um risco relativo de 2,41 vezes maior de ter acidentes de transito em relação as mulheres. 20-29 anos: 5,78 ↝ nos diz que os homens tem um risco relativo de 5,78 vezes maior de ter acidentes de transito em relação as mulheres. 30-39 anos: 7,68 ↝ nos diz que os homens tem um risco relativo de 7,68 vezes maior de ter acidentes de transito em relação as mulheres. 40-49 anos: 5,41 ↝ nos diz que os homens tem um risco relativo de 5,41 vezes maior de ter acidentes de transito em relação as mulheres. 50-59 anos: 4,69 ↝ nos diz que os homens tem um risco relativo de 4,69 vezes maior de ter acidentes de transito em relação as mulheres. 60+: 3,11 ↝ nos diz que os homens tem um risco relativo de 3,11 vezes maior de ter acidentes de transito em relação as mulheres. Para chegar nesses resultados: exposto ñ exposto A faixa etária que tem um risco maior de ter um acidente de transito é entre 30 e 39 anos. 4. Nascidos vivos entre as regiões do brasil: avaliar o acesso que a mãe tem ao pré-natal. Para este cálculo, neste caso, avaliaremos de 7 a mais consultas. Realizar a comparação e x p o s t o Na o . e x p o s t o PAULA R. C. PENTEADO 8 MEDICINA - 4º SEMESTRE 14 de setembro de 2019 percentual entre regiões e número de consultas. Exemplo: região norte ↝ 149091 / 306127 = 48,7%, em comparação com o sul ↝ 305528 / 390628 = 78.2%; então, podemos dizer que as mães da região sul tiveram mais acesso ao pré natal quando comparado com as mães da região norte. PAULA R. C. PENTEADO 9 PESQUISA EM SAÚDE N1
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