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Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 1 Corpo uterino Útero formado por camadas: endométrio (camada funcional e por baixo camada basal) e miométrio. Há presença de glândulas de muco para que seja mais fácil o escorregamento do espermatozoide e como proteção para evitar infecções na região do corpo do útero. Endometrite É uma inflamação da região do endométrio. Quando ocorre quebra da barreira de muco do útero. Pode ser aguda ou crônica, essa variação está relacionada ao agente causador. De origem bacteriana ou fungo à inflamação aguda, com predominância de neutrófilos, formação de pus. Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis são as mais frequentes causadoras. Outras causas, como restos ovulares, presença de corpo estranho como DIU à inflamação crônica se mantem dentro do corpo de útero, com predominâncias de plasmócitos e linfócitos. Traz como consequência febre, dor abdominal, alterações menstruais e podendo ter sangramento uterino anormal. Pode ainda ter secreção vaginal e infertilidade. Sangramento uterino disfuncional Nem todo sangramento é causado por inflamação de corpo de útero. Não há presença de lesão orgânica primária. Sangramento anormal à não há relação com o ciclo menstrual. Fator desencadeante: dependendo da faixa etária. o Se não atingiu a puberdade (pré-puberdade): pode ser resultado de puberdade precoce devido ação anormal de hormônios, pode ser problema no hipotálamo, hipófise ou de origem ovariana, levando a produção de secreção hormonal precoces. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 2 o Adolescentes: ciclos anovulatórios é aquele no qual não houve processo de ovulação, havendo quebra do ciclo menstrual normal e consequente sangramento da região uterina. o Mulheres em fase reprodutiva: complicações em grávidas (aborto, gravidez ectópica, doença tromboblástica), leiomioma, adenomiose, ciclo anovulatórios, pólipos, disfunção ovulatória como fase luteal inadequada, uso de anticoncepcional oral. o Peri-menopausa: ciclos anovulatórios, perda irregular do epitélio (descamação irregular) da região endometrial, carcinoma, hiperplasia e pólipos. o Pós-menopausa: carcinoma, hiperplasia, pólipos, atrofia da região endometrial. Para se falar de sangramento uterino disfuncional, é necessário excluir qualquer outras causa. Se não encontrado alterações hiperplásicas, pólipos e câncer que explicam o porquê está sangrando, daí vemos a possiblidade de ser um sangramento disfuncional. Os ciclos anovulatórios podem ocorrer devido a alterações endócrinas (doença tireóidea, suprarrenal ou tumores hipofisários); lesões ovarianas (ovários policísticos ou tumores); e distúrbios metabólicos sistêmicos (obesidade, desnutrição grave ou doença sistêmica crônica). Adenomiose É quando temos a presença de tecido endometrial proliferando em direção à camada muscular. Ocorre devido a causas desconhecidas. Presença de células endometriais da camada mucosa dentro da camada muscular à adenomiose. Ocorre redução da capacidade anatômica normal dessa parte do útero. Em geral as células presentes no endométrio respondem aos hormônios, podendo haver proliferação nessas regiões a depender do ciclo menstrual; quando em fase secretora, pode haver acúmulo de secreções dentro da parede do útero. Ocorre tanto na peri como pós menopausa. Sintomas: desconforto menstrual, dor pélvica, dispareunia (dor genital durante ou após o sexo). Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 3 Endometriose É quando vemos a proliferação do tecido endometrial fora do útero. Está muito relacionado a dor pélvica crônica na mulher. 10% das mulheres em idade reprodutiva apresentam esse quadro clínico com dor crônica. É uma causa de infertilidade. É multifocal, podendo ser associado a estruturas pélvicas (ovários, fundo de saco de Douglas, ligamento uterinos, tubas uterinas e septo vaginal) ou até em outros sítios como cavidade peritoneal, tecidos periumbilicais, linfonodos, pulmões, coração, musculo esquelético e osso. Como explicar? 4 teorias: o Da regurgitação: as células são deslocadas do útero em direção a tuba uterina e da tuba ao peritônio e do peritônio aos diversos locais. É a mais aceita. o Metástase benigna: não possuem alterações genéticas compatíveis com malignidade. Células se deslocam via metástase benigna. o Metaplásica: células de outros locais por estímulos diversos passam a modificar e apresentar células maduras de outros tecidos. o Das células tronco / progenitoras extrauterinas: células progenitoras que ficaram em diversas regiões durante a fase de desenvolvimento fetal e passam a apresentar essas características. Essas células estão sob ação de hormônios e reagem ao ciclo menstrual da mulher. Hiperplasia do endométrio Quando ocorre aumento tecidual do endométrio e acaba acarretando diminuição da luz do endométrio. Proliferação exagerada do endométrio, em decorrência do excesso de estrógeno em relação a progesterona, quando suficientemente prolongado. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 4 Pode ser causado por: obesidade (quanto mais obesa, maior a quantidade de estrógeno sérico circulante, levando a concentração elevada e constante, estimulando de forma crônica), falhas na ovulação, administração prolongada de esteroides estrogênicos sem oposição da progesterona e lesões produtoras de estrógeno nos ovários. É uma importante lesão precursora de carcinoma do endométrio, do tipo endometrióide. Sob ação do estrógeno, o endométrio cresce muito mais do que deveria, reduzindo a luz do útero. Altamente perigoso porque o crescimento exacerbado pode levar a acúmulo de mutações genéticas e podendo levar ao carcinoma. Quando não há modificações celulares na hiperplasia do endométrio, somente proliferação, o risco de progressão a carcinoma é baixo. Quando a hiperplasia está relacionada a atipias, há alto risco de progressão ao carcinoma. Neoplasias do endométrio 1. Pólipos endometriais: São benignos. Podem ter dificuldade para engravidar. Crescimentos localizados na região endometrial. Na maioria das vezes são pedunculados. Ocorre proliferação de túbulos e células mucoides presentes. Podem ser lesões precursoras de câncer? Raramente podem ser sede de carcinomas. 2. Câncer de endométrio: Atinge faixa etária de 55 a 65 anos de idade, devido a não renovação do tecido uterino. É raro antes dos 40 anos devido a renovação constante do tecido endometrial durante o processo de menstruação. O tipo mais comum é o carcinoma endometrióide. Seguido por carcinoma seroso. O endometrióide é mais comum nas fases pré e peri-menopausa. O seroso é mais comum na pós menopausa. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 5 Figura 1. Saber o comparativo entre esses dois carcinomas. Patogenia: • Carcinoma endometrióide: associado ao excesso de estrogênio, nas mulheres peri menopausa, o crescimento anormal do endométrio leva a acúmulo de mutações nas proteínas PTEN envolvidas no reparo dos erros de DNA. o Fatores de risco: obesidade, DM, HAS, infertilidade, exposição ao estrógeno sem oposição (sem progesterona), quadro de ovários policísticos, ciclos menstruais irregulares, menarca precoce (mais tempo de ação do estrógeno), menopausa tardia. Mutações presentes na síndrome de Cowden e Lynch havendo mutações nos genes de reparo do DNA. Mutações do gene TP53 é mais incomum no carcinoma endometrióide, assim como negativo para p16.. o Mais comum, menos agressivo. o Evolução: glândulas normais à acúmulo de estrógeno à presença de mutação do PTEN à lesões pré cancerígenas à acúmulo de mutações genéticas à carcinoma in situ à carcinoma endometrióide à pode haver ainda presença de carcinoma misto quando há presença de mutação no gene TP53 à carcinoma seroso + carcinomaendometrióide. o Graus histológico (FIGO): grau 1 (células bem diferenciadas), grau 2 (presença de células com atipia), grau 3 (pouco diferenciado, presença de atipias, Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 6 modificações na correlação núcleo-citoplasma, não chegando a apresentar padrão anaplásico). Figura 2. A corresponde a grau 1 e B corresponde a grau 3. o Exemplo à Anatomopatológico lesão de grau 2: invasão de 70% da espessura endometrial; presença de invasão linfovascular (é normal? Sim, porque é câncer e pode acarretar invasão vascular e linfonodos); endométrio adjacente à neoplasia com hiperplasia complexa e atipia (hiperplasia pode levar ao desenvolvimento de câncer e provavelmente esse câncer surgiu de uma hiperplasia). Colo uterino e tubas uterinas livres de neoplasia. Presença de metástases em 1/4 linfonodos pélvicos e em 2/3 linfonodos para-aórticos devido a invasão linfovascular. o Prognóstico: • Carcinoma seroso: surgem quando o endométrio está em processo de atrofia. A presença do estrógeno não é mais constante devido a ausência do ciclo menstrual, havendo redução do tecido endometrial e de glândulas mucosas. Menos comum, mas mais agressivo. Positividade para TP53 e p16. o Fatores de risco: não está associado ao estrógeno sem oposição e à hiperplasia endometrial. Está relacionado a mutações no gene supressor de tumor TP53. o Mutação no TP53 à crescimento do tecido e proliferação invasiva intensa. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 7 Figura 3. Carcinoma Seroso. Na imagem D há presença de coloração para evidenciar a presença de mutações no gene TP53 e as áreas em marrom são as que possuem mutações. Manifestações clínicas: sangramento irregular (fora do período da menstruação) ou na pós menopausa; aumento de volume uterino. Se for carcinoma endometrióide há mais lentidão de desenvolvimento de metástases e o prognóstico é melhor; no carcinoma seroso o prognóstico depende do estadiamento e o prognóstico é pior. Neoplasias de origem no músculo liso do miométrio 1. Leiomioma: Pode ter presença do crescimento neoplásico dentro da camada muscular propriamente dita (intramural); de forma subserosa; protruindo em direção do endométrio produzindo lesões submucosas. Pode causar sangramentos anormais, infertilidade e até abortamento prematuro. É uma lesão benigna mais presente que acomete a região de corpo de útero. Não apresenta riscos para a mulher. Pode apresenta rum volume bem grande no momento da sua descoberta. Acomete 30-50% das mulheres em idade reprodutiva. Mais frequente em raça negra. Existe uma relação desta neoplasia com anormalidades cromossômicas, como rearranjo do cromossomo 6 e 12, e mutações no gene MED12, mas não são ligadas a malignização e sim ao crescimento descontrolado. A presença de estrogênios como nos contraceptivos orais pode levar ao estímulo do crescimento dessas lesões. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 8 Aspectos clínicos: menorragia, dismenorreia, sensação de peso na pelve, constipação intestinal, incontinência urinária, abortos de repetição, leiomioma parido. Figura 4. Lesão de tamanho grande. Se continua tendo o crescimento do tecido, pode haver comprometimento dos órgãos adjacentes devido ao efeito de massa. 2. Leiomiossarcoma: Lesão maligna. De neoplasias malignas de útero, essa é a menos prevalente. Acometimento entre 40 e 69 anos, em média 51 anos. Na maioria as vezes é um surgimento “de novo”. Raramente surgem de um leiomioma pré- existente. São solitários e volumosos. Ocorre pós menopausa. Prognostico ruim Sintomas: sangramento vaginal. Estadiamento TNM. Patologia de tubas uterinas Salpingite Inflamação na salpinge. Podem ser agudas ou crônicas. Agudas com predomínio de neutrófilos e a crônica ao um aumento de plasmócitos. Leva a um quadro de infertilidade quando não tratada devido a formação de aderências e fibrose, impossibilitando a passagem dos óvulos. Pode eventualmente levar a um acúmulo de líquidos e edema à hidrossalpinge. Dificulta ao deslocamento do espermatozoide e fecundação, aumentando o grau de infertilidade. Mais comum a hidrossalpinge em quadro agudos. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 9 Salpingite crônica: pode ser causada devido a tuberculose com formação de granuloma. Prenhez tubária Implantação do feto na camada muscular da tuba uterina. Não é compatível com a gravidez normal. Se ele continuar crescendo, o aumento de volume leva a um rompimento da tuba e consequente hemorragia e morte da mãe. Patologia ovariana I A neoplasia maligna da tuba pode ser transmitida ao ovário por contiguidade. Os ovários são os locais onde ocorrem maturação dos gametas femininos. Ocorre diferenciação do ovócito primário em secundário. Todas as células de gametas femininos já estão pré-formadas desde o nascimento da mulher; ou seja, não há como ter formação de novos gametas. Dentro dos ovários vá presença de vários folículos (ovócito primário envolto por epitélio estratificado). Na região medular há presença de vasculatura. Apenas 1 folículo entra em maturação, os demais entram em atresia e será consumido por macrófagos. A maturação dos oócitos leva a produção de estrógeno que está envolvido na diferenciação do endométrio. Como fase final da maturação do folículo há estímulo do LH, ocorrendo contração de fibras musculares ao redor do folículo, rompimento do córtex do ovário e ambos permitem a saída do ovócito em direção as tubas uterinas e preparado para a fecundação. O corpo lúteo passa a produzir progesterona e para a produzir estrógeno. Não havendo fecundação, ocorre a atresia do corpo lúteo, formando o corpo albicans e tecido cicatricial. Com o tempo o corpo albicans é substituído por fibras colágeno. Endometriose ovariana Tecido endometrial em alguma região que não no corpo do útero, como pleura, pericárdio, intestino, bexiga, ovários, vagina, colo do útero, regiões cicatriciais. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 10 Se for encontrado mucosa do corpo do útero dentro do ovário é endometriose ovariana. Esse processo pode ser analisado por videolaparoscopia. A mulher que tem endometriose ovariana, tem dores abdominais intensas e muito bem reguladas pelo ciclo menstrual (progesterona) ou depois do período menstrual (estrógeno). Dor durante a pós as relações sexuais, disúria, fadiga, infertilidade, sangramento importante, náuseas, diarreia e constipação. Quando há presença desse tecido em outros locais, o espessamento desse tecido leva a neovascularização e sangramento. Afeta mulheres em idade reprodutiva por conta da presença do ciclo menstrual e variação de hormônios causando a dor e retração dos tecidos. No ovários é relativamente comum. A associação entre endometriose e câncer de ovário tem sido descrita. A presença dessa lesão favorece a neoplasia maligna do ovário. Figura 5. Presença do endométrio dentro do ovário. Presença de células glandulares, tecido conjuntivo e estromal relacionados com o desenvolvimento do endométrio. A presença desses tecidos glandulares pode formar os cistos endometrióticos, que são acúmulos do muco através da ativação da glândula e do estroma. É chamado de cisto de chocolate porque há presença de quadros de hemorragia constantes e contínuos, formando os cistos endometrióticos ou de chocolate por conta da presença de sangue. Cisto endometriótico ou de chocolate: associado a modificações do endométrio com proliferação das glândulas e liberação de muco, além disso, a neovascularização pode causar sangramentos e o sangue ficar acumulado dentro do ovário. Presença de macrófagos com hemossiderina. A presença desse desenvolvimento constante vai promover regiões de descamação, Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado23/05/2021 pág. 11 regiões císticas, e conforme a doença evolui, o tecido ovariano é substituído e atrofiado à difícil diferenciação do cisto de chocolate, avaliar então a presença de macrófagos com hemossiderina. Lesões císticas O cisto de chocolate não é caracterizado como uma lesão cística porque é consequência da endometriose. Lesões císticas são cistos verdadeiros à região envolvida por epitélio onde há acúmulo de substâncias em seu interior. 1. Cistos de inclusão epitelial: Presença de glândulas e pequenos cistos dentro do córtex do ovário. A presença desses cistos vai formar os cistos de inclusão epitelial. Podem estar associados a quadro de dor abdominal. Podem ser visualizados por US. Ter presença de tecido glandular e substância amorfa rodeado por um epitélio simples em microscopia. 2. Cistos funcionais: Pode ser causado pelo desenvolvimento do cisto folicular, onde pode ocorrer: uma parte dos folículos sofre atresia, mas se porventura não atrofiarem, eles podem permanecer no ovário formando Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 12 cistos. O folículo produz hormônio estrógeno, consequentemente a mulher com o cisto folicular funcional vai estar constantemente produzindo e secretando estrógeno. O estrógeno age sobre vários tecidos, como tubas uterinas e útero. Por outro lado, pode acontecer de ocorrer a ovulação, e o corpo lúteo formado não sofre regressão para corpo albicans na ausência da fecundação. Se essa regressão não ocorrer mesmo na ausência de fecundação, pode haver formação do cisto lúteo que apresenta conteúdo hemorrágico em seu interior. A mulher neste caso estará produzindo e secretando progesterona constantemente. Cistos funcionais: cisto folicular e cisto lúteo. Ocorre desregulação total no ciclo menstrual e muitas dores. 3. Ovários policísticos: Características clínicas: ovários esclerocísticos, oligoamenorréia e ciclos anovulatórios, infertilidade, manifestações androgênicas, obesidade e resistência a insulina. Preenchidos por substância amorfa. Influenciam no desenvolvimento dos oócitos. Ocorre aumento na produção do LH, e isso vai fazer com que a ativação do desenvolvimento dos folículos passa a atingir vários folículos ao mesmo tempo, acarretando sobrecarga da ativação das células da teca e da estimulação de hormônios femininos, podendo dar o quadro de hiperandrogenismo (hirsutismo, acnes, alopecia dependente de andrógeno), diminuição da progesterona, atresia folicular acarretando ciclos menstruais anovulatórios associados a infertilidade. Alterações a longo prazo do endométrio estão associados a um aumento do risco de câncer do endométrio. Dor abdominal importante, as vezes debilitante. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 13 Torção ovariana (anexial) Pode ocorrer quando ovários está instável à algo ocorreu na região do estroma tornando-o mais instável, como presença de massas que deslocam o ovário promovendo a torção, exemplos: cistos dermoides ovarianos, cistos paraovarianos, cistos foliculares amplos, massas entre 5-10 cm. A torção leva forte intensidade de dor abdominal inferior e pélvica inespecífica, intermitente ou sustentada, acompanhada de náuseas e vômitos; por conta de presença de infarto hemorrágico. Pode acarretar hidrossalpingite com áreas hemorrágicas ovarianas. Simula dor de apendicite. Salpingo-ooforite A torção ovariana também pode ser alvo de inflamação/infecção, causando salpingo-ooforite à presença de várias células de sistema imune invadindo tecido ovariano, promovendo inflamação do tecido ovariano. Pode estar relacionada a hidrossalpingite e torção. A bactéria mais comum é a Actinomyces. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 14 Acarretam alteração desregulação do ciclo, mal-estar geral, dor pélvica, presença de abscessos com drenagem para o peritônio causando peritonite. Tumores ovarianos Diagnosticadas principalmente durante o período reprodutivo, em sua maioria são benignas. As malignas ocorrem em sua maior parte em mulheres pós-período fértil. Classificação de acordo com o tecido envolvente: Quando há desenvolvimento da célula tumoral no ovário, originamos lesões de características benignas, borderline ou malignas. Dentro das lesões de ovário, há modificação tecidual com formação Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 15 de células e tecidos simulares a outras regiões do órgão reprodutor feminino. Exemplo: as mucinosas se assemelham ao epitélio endocervical do útero; endometrióide se assemelha ao útero, etc. De forma geral, os tumores de epitélio de revestimento representam o maior percentual à podem ser: neoplasia do tipo serosa que se assemelha a tuba uterina; endometrióide quando se assemelha ao epitélio endometrial; mucoso quando se assemelha a endocérvice. A localização pode ser superficial ou intracística. Pode ser benigna, borderline ou maligna. Cistadenomas Tem como hipótese diagnóstica diferencial as lesões císticas. Macroscopicamente: crescimento cístico com volume relativamente grande. Podem ser de 2 tipos: o Mucinoso quando o epitélio é colunar produtor de muco, ocorre em qualquer faixa etária com predomínio de 50 anos; não é invasivo; ao crescer na superfície do ovário, pode se romper naturalmente ou traumaticamente; macroscopicamente apresenta consistência gelatinosa; dependendo do momento do diagnóstico, pode ser que atinja até 50kg. Lesões unilaterais; únicas ou múltiplas. o Seroso quando o epitélio se assemelha ao da tuba uterina; encontrada em mulheres na faixa da fase reprodutiva; assintomático; achado incidental; lesão volumosa quando encontrada; pode causar dores pélvicas crônicas principalmente quando promove a contorção do ovário. Pode ser múltipla mais comumente; superfície é bem fina; em microscopia, há formação de papilas na face interna do cisto (cistadenoma seroso papilífero). Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 16 Neoplasias ovarianas limítrofes ou tumores borderline Presença de áreas de excrescência. Quando em corte, apresentam grande número de proliferações das células epiteliais para dentro da região cística (se assemelham a couve-flor). Em microscopia apresenta leve grau de displasia, como atipias nucleares, podendo haver mais associação a malignidade. Presença de parede do cisto com proliferações de tecidos para a luz do cisto, correspondentes a projeções papilífera em grande quantidade (excrescências). Cura com retirada do tumor borderline cirurgicamente e impedimento da progressão para malignidade. Existe risco de invasão tecidual, e espalhamento para região de pelve e abdômen. Desenvolvimento é relativamente lento, com sobrevida maior de 5 anos após a retirada. 34% das mulheres que apresentam tumores borderline apresentam bilateralmente, mas com sua maioria sendo unilateral. Podem variar em tamanho a depender do momento do diagnóstico. Em US podemos verificar a presença de tecido cístico com crescimento papilar (excrescências) em seu interior. Esses tumores podem ser invasivos e podem se implantar no peritônio e outras regiões que não a ovariana. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 17 Carcinomas ovarianos Está entre as 10 mais prevalentes do trato genital feminino. Fatores de risco para câncer de ovário: • Reposição hormonal – pós menopausa. A exposição ao ovário aos vários ciclos menstruais anovulatórios pode levar a formação de cistos e posterior formação de carcinoma • Obesidade • Fatores familiares • Síndromes genéticas Lynch II (síndrome de Lynch tipo 2 – mutações genéticas observadas são as mesmas do câncer de colón retal não polipoide). • Síndromes genéticas BRCA-1 e BRCA-2 – ligadas ao câncer de mama. A endometriose forma cistos dentrodo ovário e pode ter relação a um maior risco de aparecimento de câncer do ovário. Quanto maior a idade, maior o risco de câncer de ovário. Dependendo do tipo do câncer, a idade pode ser menor. A nuliparidade aumenta a chance de a mulher desenvolver o câncer de ovário. Outro fator associado a menor risco de câncer de ovário é a amamentação e a cirurgia de laqueadura. São encontrados menores taxas de desenvolvimento de câncer nessas mulheres; redução de cerca de 7%. Fator protetivo. Neoplasias ovarianas 1ªs: podem surgir de basicamente 3 tipos celulares – epitelial, estromal e de células germinativas. Podendo ser benignas, borderline ou então malignas. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 18 Características microscópicas que caracterizam tumor borderline: áreas de excrecência (proliferativas) com displasia e não apresenta invasão do estroma. No tumor borderline, como ter certeza de que é benigno e não maligno? Por ter áreas de proliferação, displasia, mas não invadir o estroma. Os carcinomas/cistadenocarcinoma/adenocarcinoma de origem epitelial têm capacidade e irão invadir o estroma. Os metastáticos não têm origem no ovário, não sendo um tumor primário. Origem epitelial Subtipos – baseados na morfologia e genética molecular: • Carcinoma seroso de alto grau: >70%. Associado a mutações no gene BRCA-1 e BRCA- 3 e mutações no gene P53. Explica as altas taxas de proliferação e a agressividade. • Carcinomas endometrioides: 10%. Relacionadas ao gene HNPCC e PTEN (síndrome de Lynch II). • Carcinomas de células claras: 10%. Não há associação evidente ao um gene. • Carcinomas mucinosos: 3-4%. Associado ao gene K-ras, associados a neoplasias do intestino. • Carcinomas serosos de baixo grau: <5%. Tem mutação relacionada ao K-ras, associados a neoplasias do intestino. É até difícil de diferenciar a origem do tumor, por apresentar muitas metástases, inclusive, principalmente, do intestino. Figura 6. Se temos um cisto endometrióide, também podemos ter a formação de atipias e proliferação das células formando um tumor limítrofe que pode progredir para uma neoplasia maligna endometrióide. Segundo o tipo de lesão que dá início, podemos ter Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 19 um carcinoma seroso de baixo grau, ou endometrióide ou mucinoso ou um seroso de alto grau. E ainda ter a migração de células das fímbrias. 1. Carcinoma tubário intra-epitelial seroso – STIC: Difícil diagnóstico. Muitas vezes diagnosticado acidentalmente. Pode ser a origem de um dos canceres de ovário. Ocorre displasia com formação de carcinoma intra-epitelial que, geralmente, não ocorre invasão do estroma. Pode eventualmente progredir para um carcinoma invasivo, porém, comumente ele é intra-epitelial e não invasivo. Isso ocorre porque nos STIC, apesar de não ocorrer invasão do estroma, as células displásicas destacam-se e se implantam sob a superfície dos ovários dando origem a tumor primário de ovário. Se desenvolvem para carcinoma ovariano epitelial. 2. Carcinoma seroso de alto grau: Surgem a partir do STIC e de células do cistos de inclusão. Normalmente progridem a partir de um tumor limítrofe. Os cistos de inclusão se formam no momento da cicatrização do óvulo. A entrada de células da fímbria das tuba uterinas pode dar origem a cistos de inclusão também. A partir dos cistos há malignização ou então implantação direta do STIC. Presença de atipias e maior áreas de proliferação com presença de áreas de necrose bastante importante. A necrose é devido ao seu crescimento muito rápido sem acompanhamento dos vasos sanguíneos, ocorrendo hipóxia e necrose. As células neoplásicas são pleomórficas. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 20 3. Carcinoma seroso de baixo grau: É um tipo cuja células se formam ninhos de células neoplásicas que se distribuem de forma aleatória, geralmente formando as fendas com áreas de tecido estromal entre os ninhos (A). Alguns podem ter proliferação de fibras colágenas grandes. Presença de áreas de microcalcificação concêntricas, formando lâminas, chamadas de corpos de Psamoma (B), muito mais observado em carcinoma de alto grau, mas podendo ser encontrados no de baixo grau também. Presença de uniformidade nos núcleos dos carcinomas de baixo grau. 4. Carcinoma de células claras: São tumores que podem ser grandes, com componente cístico e áreas de necrose. Citoplasma claro com núcleo excêntrico e hipercromáticos. Muito relacionado com endometriose. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 21 Neoplasias de células germinativas do ovário As neoplasias de células germinativas: • Disgerminoma: 2ª e 3ª década de vida, podendo estar associado a disgenesia da gônada. Maioria é unilateral. • Teratoma. • Yolk sac tumor – tumor do seio endodérmico. Figura 7. O Germinoma se origina das células germinativas. Os carcinomas embrionários se originam de algum problema de diferenciação na linhagem germinativa. O Teratoma se origina de células embrionárias e tem tecidos que se desenvolvem a partir dos 3 folículos germinativos. 1. Disgerminoma: Tumor sólido, pode ser multilobulada. Surgem das células germinativas. É a contraparte feminino do seminoma. É um tumor relativamente raro, em torno de 2% de incidência em mulheres mais velhas. Associados a uma faixa etária menor, e quando está associado a uma faixa etária menor, ele tem uma taxa de incidência de 10%. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 22 Microscopicamente: células globosas, núcleo bastante amplo e claro, presença de linfócitos maduros, presença de feixes fibrosos. 2. Teratoma maduro: Quando maduro é uma neoplasia de característica benigna. Responsável pela presença de ¼ das neoplasias do ovário. Presença de componentes dos 3 folhetos embrionários. Pode ser uma neoplasia sólida ou cística. Apresenta estruturas semelhantes as originais. Figura 8. Neoplasia cística. Formado por componentes do endoderma, do tipo maduro à podem ser chamados de cistodermóide. Tem por característica componentes de 2-3 folhetos embrionários, se diferenciando em estruturas organoides não bem formadas, como pelos, dentes, cabelo, revestimento epitelial, tecido gorduroso, ossos. A. Teratoma STRUMA OVARII: prova É o Teratoma em que tem no mínimo 50% de constituintes de tecido tireoidianos. 3. Yolk Sac – TUMOR DO SEIO ENDODÉRMICO: Acomete mulheres mais jovens, normalmente menor de 30 anos. Neoplasia maligna agressiva. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 23 Apresenta achado histológico associado chamado corpúsculo de Schiller-Duval, que é uma projeção papilífera das células neoplásicas em direção a um espaço rodeado de células neoplásicas. Dentro da projeção há presença de feixe fibrovascular com vaso sanguíneo no seu centro. Produz substância hialina dentro das células neoplásicas que auxiliam na sua identificação, que é a alfa-fetoproteína (marcador tumoral importante). Apresenta bom prognóstico no tratamento, apesar de ser maligna. Neoplasias do estroma/cordão sexual do ovário Neoplasias das células estromais: • Fibroma. • Tecoma: ocorrem mais comumente na pós menopausa. Podem ser grandes ou pequeno, sólidos ou não. Podem ser funcionais. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 24 • Tumor de células granulosas: ocorrem mais comumente na pós menopausa. Podem ser grandes ou pequeno, sólidos ou não. Podem ser funcionais. • Tumor de sertoli-Leydig: muito masculinizante. 1. Fibroma ovariano: Neoplasia benigna. Geralmente unilateral. Sólida com coloração esbranquiçada. Muitas vezes fasciculado. Pode atingir grandes extensão e levar a compressão das estruturas adjacentes. Pode levar ao surgimento da síndrome de Meigs: condição em queo fibroma ovariano leva a formação de ascite e hidrotórax em metade dos casos. 2. Tecoma: Neoplasia maligna. Pode ser funcional das células da teca produtoras de estrógeno. Essa produção de estrógeno pode aumentar o risco de a paciente desenvolver uma hiperplasia ou neoplasia maligna do endométrio por conta dos níveis elevados de estrógeno. Tumor sólido, amarelado por deposição lipídica. No interior das células há depósitos de lipídeos. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 25 3. Tumor de células da granulosa: Ocorre em praticamente todas as idades. Porém a maioria acomete mulheres pré e pós menopausa. Tumor produtivo de estrógeno, levando essa mulher à sangramento uterino disfuncional. Pode ser sólido, presença de áreas necróticas com hemorragia. Microscopicamente: disposição de células neoplásicas ao redor de espaços vazios formando folículos. Na grande maioria dos casos, ele tem características benignas, mas tem potencial para malignização. 4. Tumor de sertoli-Leydig: Tumor raro. Funcional e masculinizante. Produz características clínicas masculinas. Acometem mais jovens. Apresentam: amenorreia, hipertrofia de clitóris, hirsutismo, acne, alteração da voz. Tumor sólido. Histologicamente é bastante variado, com as células neoplásicas com comportamento maligno ou benigno. Potencial de malignização é baixo. Com a remoção do tumor, pode ter o retorno e melhora das alterações masculinas. Neoplasias secundárias (metastáticas) para o ovário Podem ser: • Adenocarcinoma colônico metastático: adenocarcinoma proveniente do cólon. • Tumor de Krukenberg. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 26 Leito bastante comum de metástases de outros órgãos para os ovários. Ocorre em idade avançada. Em sua maioria das vezes são bilaterais. Geralmente são massas solidas branco-acinzentadas com até 20 cm. Células tumorais são anaplásicas (células indiferenciadas com alto risco metastático) formando cordões e glândulas dispersas no fundo fibroso e produtoras de mucina. Os locais de origem são principalmente do TGI, mama e pulmão. Disseminação local das neoplasias malignas do ovário: pode se disseminar e liberar células neoplásicas para a cavidade abdominal onde se implantam na cavidade, na bexiga. Pode ainda ocorrer metástase via linfática à metástases de origem ovariana. 1. Adenocarcinoma colônico metastático: Bilaterais e sólidas. Provenientes do cólon. Microscopicamente: proliferação das células em formato de guirlanda com áreas de necrose. 2. Tumor de Krukenberg: prova Na maioria das vezes a sua origem é gástrica (metástases oriundas do estômago em 75% dos casos), seguido por cólon e mamas. Mulheres em câncer terminal apresentam chance de 30% de ter essa neoplasia. O sítio primário pode passar despercebido, sendo este tumor o dominante. É uma neoplasia metastática do ovário caracterizada pela presença de anéis de sinete. Citoplasma repleto de mucina, com núcleos periféricos. São muito comuns em neoplasias malignas cujas células têm sua origem em células mucinosas, como as intestinais e gástricas. O que é? Neoplasia metastática do ovário caracterizada pela presença de anéis de sinete, podendo ser de origem intestinal, mas na maioria das vezes é de origem gástrica. Normalmente é bilateral e sólido. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 27 Caso clínico Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 28 HD: luteoma gravídico. São tumores ovarianos sólidos, benignos, compostos por massas hiperplásicas de grandes células luteínicas. Regridem e desaparecem após o parto. Podem ser descobertos acidentalmente no momento da cesariana ou outra cirurgia por motivos não relacionados. Mulheres grávidas com luteoma podem ter concentrações séricas aumentadasde testosterona, diidrotestosterona e androstenediona. Hirsutismo materno ou virilização são observados em aproximadamente 30–35% das mulheres com luteomas relacionados à gravidez, sugerindo que as concentrações séricas de andrógenos muitas vezes não são significativamente elevadas ou a ação dos andrógenos é atenuada. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 29 Hematopatologia I Os órgãos linfóides são: MO (produção de maturação), timo (produção de maturação); desencadeamento inicial da RI adquirida - linfonodos, baço (poupa branca), anel de Waldeyer, placas de Peyer (localizadas no íleo terminal), e MALT. Quando o indivíduo tem um quadro infeccioso sistêmico, o baço reage para combater o quadro infeccioso e pode ficar com o seu tamanho aumentado e ter esplenomegalia. A MO pode responder com que haja maior produção de células hematolinfóides e hematopoiéticas. O Timo regride com o decorrer da vida do paciente. Se o individuo tiver uma porta de entrada nas peles e mucosas, os linfonodos costumam estar reativos à porta de entrada, porque os microrganismos aproveitam aquela entrada para causar infecção à linfonodos regionais responsivos. Outras circunstâncias sistêmicas que podem levar ao aumento dos linfonodos em várias topografias do corpo, como localizados (linfadenomegalias) ou ainda generalizadas como em infecções virais e neoplasias linfóides. Se o individuo tiver um linfoma, não Hodgkin por exemplo, eles podem ter linfócitos aumentado menos espalhados às custas de células linfoides malignas, podem ainda fazer os baços ficarem aumentados de tamanho porque essas células aumentadas se espalham para esses órgãos. As células linfoides malignas podem atacar ainda a medula óssea, sendo necessário à sua biopsia para estadiamento do câncer. Quando o indivíduo tem uma doença da linhagem hematopoiética, podemos ter neoplasias que envolvem não só linfócitos, mas também podem envolver hemácias e outros granulócitos. Porém, algumas lesões envolvem as duas linhagens, como leucemias/linfomas porque não existe um compartimento separado das 2. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 30 As células precursoras totipotentes: Linfonodos Os linfonodos têm cápsula à podem ter alterações do hilo linfonodal em condições metastáticas. Existem tecidos linfóides em que é muito comum se ver presentes no tecido adiposo, porém sem cápsulas à não são linfonodos. Nos centros germinativos há presença de muitos linfócitos B e na área paracortical de linfócitos T. As lesões secundárias podem começar acometendo pequena parte do linfonodo, linfonodo inteiro ou ainda ser tão volumoso que causa erosão na capsula e invasão das partes moles (recidiva local). Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 31 Possuem vasos linfáticos aferentes e eferentes: possível entender por que nessa drenagem de linfa, podemos encontrar microrganismos, células neoplásicas, entre outras. Terão contato inicial e tardio com o microrganismo. Nessa região é onde ocorre a apresentação do antígeno às células de defesa para ampliação da resposta imunológica. Os linfonodos podem estar aumentados em doenças autoimunes ainda à linfadenomegalias reacionais. Figura 9. Entre um folículo e outro, há áreas interfoliculares onde há predomínio de linfócitos T, presença de centros germinativos com predomínio de linfócitos B. Os carcinomas e metástases começam abaixo da cápsula do linfonodo. Quando infiltrado por microrganismos para a apresentação dos antígenos, os linfócitos uma vez ativados, caem em uma vênula do endotélio alto, e eles ativados entram nas veias e vão através do sistema de drenagem se disseminar para o organismo. As linfadenomegalias podem ser manifestação de várias situações. Uma determinada situação pode cursar com aumento dos linfonodos, e esse aumento pode decorrer de processos inflamatórios, suspeitas para neoplasias de origem linfóide ou metastática, ou ainda processosreacionais. Aumento dos linfócitos na região inguinal podem ser de consistência firme e elásticos, significando que muitas vezes batemos os pés e criando uma porta de entrada para patógenos ou até mesmo somente uma reação inflamatória do pododáctilo e estimular o linfonodo inguinal à quando se bate os pés muitas vezes, causa linfonodomegalia de repetição e provocar fibrose. Câncer de pênis pode também dar linfonodomegalia inguinal. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 32 Os linfonodos podem estar aumentados, mas não podem passar de 6 meses, pois pode indicar algum processo cancerígeno à alarmante. Realizar punção aspirativa para descartar a possibilidade de um linfonodo fibrosado por conta de processo inflamatório de repetição. Os linfomas de Hodgkin apresentam disseminação diferente do não Hodgkin. Importante realizar avaliação por imagem para descartar presença de linfonodomegalia em outras partes do corpo. Figura 10. Alargamento do pescoço, a direita é maior do que a esquerda. Cisto? Pouco frequente desse tamanho. Tumor? Bócio? Figura 11. Necessário correlacionar: dor? Consistência? Borda? Formato? Mobilidade? Neoplasia é firme, bordas indefinidas e fixas. Figura 12. Linfoma de Burkitt: relação com o vírus EBV. Essa massa volumosa com extensão do tórax à indicativo de malignidade. Podemos ter massas volumosas assim que comprimem vias aéreas superiores causando a sua obstrução. Exame ouro: biópsia. As linfadenopatias podem ter várias causas: bacterianas, fúngicas, virais (EBV, citomegalovírus), doença da arranhadura do gato (bartonella sp – linfonodos axilares), doenças Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 33 autoimunes (artrite reumatoide, LES), origem linfóide (linfomas Hodgkin e não Hodgkin, linfomas), doenças de depósito, endocrinopatias, e doenças metastáticas de outros sítios. 1. LINFADENITES: Processos inflamatórios levando a linfonodos aumentados, podendo ser infecciosos ou não. Podem ser: • Linfadenite inespecífica aguda • Linfadenite inespecífica crônica • Linfadenite granulomatosa. Quando emitir um laudo e fala-se: linfadenite ou linfadenopatia inespecífica à não denuncia a causa daquele processo. Quando se fala linfadenite granulomatosa à pensar em tuberculose, paracoccidioidomicose, Wegner e sarcoidose (autoimune). Em linfadenite inespecífica aguda, temos predomínio de células: neutrófilos. Podem ainda causar necrose liquefativa. Podem ainda formar abscessos e fistulizar com drenagem da supuração. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 34 Em linfadenites inespecíficas crônicas: linfócitos, macrófagos. As linfadenites mesentéricas são um terror. As crianças podem apresentar dor abdominal e febre. Após quadros infecciosos, inclusive do TRS, após vírus, podem causar inflamação do mesentério, deixando uma dúvida se ela tem ou não linfadenite mesentérica ou apendicite aguda à os quadros de linfadenite mesentéricas são reversíveis com resolução espontânea. Diagnóstico diferencial com apendicite. • Linfadenites granulomatosas: Podem ser infecciosas: paracoco, TB com presença de necrose caseosa (à necrotizante). Podem ainda ter origem autoimune: sarcoidose (SEM presença de necrose à não necrotizante) e Granulomatose de Wegner (à necrotizante). Nos granulomas, em caso de TB, presença de necrose caseosa, bacilos, debris celulares, macrófagos modificados, linfócitos que forma colar periférico ao redor do granuloma, com objetivo de conter a infecção. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 35 Figura 13. Presença de granulomas. À esquerda podemos ver os granulomas com presença de necrose caseosa à TB e Granulomatose de Wegner. E do lado direito podemos ver granuloma com células gigantes NÃO necrotizante à sarcoidose. Podemos ainda ter infecções fúngicas, como paracoccidioidomicose, principalmente em ambientes rurais. O paracoco pode dar disfunção na região acometida, como na região da laringe. O paracoco não atravessa a barreira placentária. Apresentará brotamentos com aspecto de timão, e presença de células gigantes. 2. HIPERPLASIA LINFOIDE: Podem decorrer das populações celulares ali presentes, como padrão folicular, com predomínio de linfócitos B. Outras vezes podemos ter a expansão da área interfolicular (Padrão interfolicular ou parafolicular) com predomínio de linfócitos T. Outras vezes podem ter padrão sinusal com aumento dos macrófagos teciduais. Decorre de processo inflamatório ou infecções regionais, regride sozinho ao desaparecer a doença. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 36 • Padrão folicular: Podem ter diversas origens: SIDA, toxoplasmose, sífilis, artrite reumatoide, síndrome de Sjögren (autoimune que cursa com ressecamento de mucosas e escleras), doença de Kimura, doença de Castleman, transformação progressiva dos centros germinativos, hiperplasia folicular reacional inespecífica. Padrão folicular: presença de folículos linfóides de tamanho diferente. Existe possibilidade de distinção com outra patologia, como linfoma folicular. Se eles forem de tamanhos diferentes à hiperplasia linfoide; se forem do mesmo tamanho à biópsia para descartar linfoma. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 37 Figura 14. Centro germinativo à macrófagos de corpos tingíveis com presença de restos celulares no seu interior à significativo de benignidade. • Padrão paracortical ou interfolicular: Podem ter diversas origens: mononucleose infecciosa, proliferação imunoblástica reacional, estado pós vacina, hipersensibilidade a fármacos, linfadenopatia angioimunoblástica, hiperplasia paracortical inespecífica. A mononucleose infecciosa é causada pelo EBV. É conhecida como doença do beijo. Dá um padrão de hiperplasia paracortical. Cursa com linfadenomegalia podendo dar adenite. Cursa com um quadro sistêmico febre, mal-estar, linfadenite com material esbranquiçado em superfície, dor a palpação dos linfonodos. É uma doença causada pelo EBV, sendo que crianças costumam ter o contato mais frequente, e geralmente em determinadas populações os quadros são mais presentes nos adultos jovens. Uma vez tendo o vírus, ela pode transmitir para a outra pessoa através da saliva. Tente a ser uma doença autolimitada. Pode causar aumento dos linfonodos podendo ser confundida com Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 38 linfoma; microscopicamente, pode ser mais confundida ainda com linfoma, realizar então teste imunológico para Epstein-Barr IgM e IgG. Quando temos um quadro em adultos jovens com manifestações sistêmicas à mononucleose infecciosa ou linfoma. Disseminação: saliva, interfamiliar, contaminação dos dedos, brinquedos contaminados. Período de incubação: 4 a 6 semanas. Em indivíduos imunossuprimidos pode haver queda de imunidade com queda dos linfócitos T, se isso ocorrer, o EBV pode causar LPSNC do tipo não Hodgkin. A doença de Rosai-Dorfman causa expansão tecidual acima do órbita. Na punção, foi visualizado macrófagos e células linfocitárias dentro do citoplasma (histiócitos) à empiropolese. Histiocitose e empiropolese forma uma massa que pode acometer região de cabeça e outros órgãos. Ocorre regressão espontânea, mas se não houver, tratar com corticoide. Baço É um órgão linfo-hematopoiético. Pode lisar hemácias do doador. Na anemia falciforme, o baço pode começar a lisar hemácias defeituosas. Pode estar acometido por várias situações: hipertensão porta, linfoma, entre outras. Ele apresenta a poupa branca – linfócitos, e poupa vermelha – hemácias. Pode ficar aumentado com mononucleose infecciosa e pode haver rotura da capsula esplênica. Pode ainda estar aumentado por congestão no caso de hipertensão porta por cirrose hepática; Medicina SLM – T7C Paula R. C.Penteado 23/05/2021 pág. 39 deposição de amiloides; esquistossomose; linfoma; infecções generalizadas; sepse; entre outras diversas causas. Nunca puncionar baço porque causa laceração esplênica com choque hipovolêmico. O baço normal tem em torno de 200-300 gramas e mede em torno de 10cm no maior eixo. Tem capsula lisa, não apresenta opalescência. Nos indivíduos com quadros repetitivos de processos inflamatórios na cavidade abdominal e infecção por repetição o baco pode ter deposição de fibrina e causar esplenite. Em esplenomegalia (congestiva) por hipertensão porta, o que se expandirá será a poupa vermelha porque há dificuldade de drenagem sanguínea, sendo acumulado sangue no baço e por isso ele aumentará de volume. É secundário a uma doença sistêmica. A causa mais comum está associada a um aumento crônico do sistema portal (hipertensão portal) que impede o fluxo sanguíneo normal e causando a congestão do baço. • Hiperesplenismo: Costuma cursar com a tríade: esplenomegalia, citopenia (anemia, leucopenia, plaquetopenia), reversão da citopenia após a esplenectomia. O hiperesplenismo primário é diferente do secundário. Pode estar aumentado em: leucemias agudas e crônicas, linfomas, mieloma múltiplo, doenças mieloproliferativas crônicas, hipertensão portal (esquistossomose e cirrose), hemocromatose, ICC, septicemia, endocardite bacteriana, mononucleose infecciosa, hepatite, paracoco, anemia hemolítica, sarcoidose, amiloidose. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 40 Malignidades hematológicas Quando se tem suspeita de malignidade de via hematológica, é necessário realizar anamnese detalhada, com punção aspirativa, biópsia do linfonodo e de medula óssea (avaliação de infiltração do linfoma na medula óssea à causando expansão da medula óssea, caracterizando uma doença sistêmica) e mielograma. Se ele apresentar linfadenomegalias superficiais e profundas, biopsiar linfonodos superficiais. Figura 15. Biópsia de medula óssea. Conforme o indivíduo envelhece, os adipócitos tomam maior espaço. Podemos ter indivíduos que apresentam massas cervicais, linfadenomegalias. Os linfomas podem se manifestar com febre persistente ou recorrente, prurido pelo corpo (TNF), aumento de linfonodos na região do pescoço e virilha, cansaço, suor noturno, perda de peso significativa e falta de apetite. Segundo INCA, podemos observar que o linfoma diferente entre mulheres e homens. O não Hodgkin é o mais agressivo e perde em posição para outras malignidades. Na classificação, os linfomas podem ser: • Hodgkin: oriundos de células B. • Não Hodgkin: oriundos de células B, T e NK. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 41 Figura 16. Notar a expansão que denuncia a presença de linfoma. Principais diferenças entre os dois tipos de linfomas: Hodgkin e Não Hodgkin. Linfomas de Hodgkin costumam se proliferar por contiguidade. No linfoma de Hodgkin existe quase sempre acometimento linfonodal, ao contrário do linfoma não Hodgkin. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 42 Os linfomas não Hodgkin pode cursar com leucemias – leucemização: saída das células do sistema linfóide malignas presentes na corrente sanguínea. • Linfoma Hodgkin: Importante nesses casos de linfoma de Hodgkin realizar raio x de tórax de PA e Perfil: notamos alargamento do mediastino, denunciando presença de massa, ainda demonstrar presença de linfonodo aumentado. Apresentam células neoplásicas de Reed-Sternberg. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 43 Comum em jovens e adolescentes. Com bom prognóstico normalmente. Possui 5 subtipos: • Esclerose nodular. • Celularidade mista. • Rico em linfócitos. • Depleção linfocitária. • Predominância linfocitária. Os subtipos de linfoma de Hodgkin do tipo de esclerose nodular é o mais frequentemente encontrado. Bandas de colágenos permeando a proliferação linfóide. Presença de células reed- sternberg. Formas clássicas à EBV + Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 44 O subtipo de linfoma Hodgkin de celularidade mista: mais comum em homens do que em mulheres, com pico de incidência maior em adultos maiores de 55 anos. O subtipo de linfoma Hodgkin de predominância linfocitária: mais comum em jovens e homens; incomum; linfadenomegalia cervical, axilar ou mediastinal. Não há presença de eosinófilos ao fundo. Linfoma primário esplênico: presença de massas confluentes esbranquiçadas por acometimento de linfoma de Hodgkin no braço. Pode lacerar. Evidencia piora do estadiamento clínico. Pode haver acometimento dos linfonodos, esplênico, hepático, medula óssea e ainda de outros tecidos. Pode progredir para neoplasias mais agressivas. Sintomas B: febre alta vespertina inexplicada; sudorese noturna excessiva e/ou perda de peso importante inexplicada de mais de 10% do peso corporal normal. Relacionados a um pior prognóstico. • Metástases da medula óssea: Os sítios primários mais comuns das metástases são: próstata e mama. Ainda podem ser: carcinoma de pequenas células pulmonares, Neuroblastoma, e sarcoma de Ewing. Quando a acometimento de medula óssea, pode haver colabamento da vertebra e causar aplegia. Hematopatologia II Leucemização do linfoma: ocorre quando as células do linfoma deixam de estar dentro do sistema linfático, ocorre progressão da doença com a invasão de estruturas, como linfonodos regionais e órgãos extranodais. Quando ele atinge o baço, ocorre disseminação para a corrente sanguínea. leucemização = células do linfoma na corrente sanguínea. Alguns tipos de linfoma surgem em locais fora dos linfonodos, e são os sítios extranodais. As neoplasias leucocitárias foram dívidas segundo critérios morfológicos e moleculares em: linfoides, mieloides e histiocíticas. Quando falamos de linfomas, são neoplasias que se originam a partir dos precursores linfoides. Neoplasias linfóides: leucemia (neoplasia, principalmente, da medula óssea e as vezes de sangue periférico), linfoma (Hodgkin e não Hodgkin), neoplasias plasmocitárias (plasmócitos). Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 45 Neoplasias linfóides: Suspeitar da sua presença a partir de aspectos clínicos e o diagnostico é feito com exame histológico dos linfonodos e de outros tecidos. De 85-90% dessas neoplasias, temos as células precursoras como células B. Os pacientes que apresentam imunodeficiência têm maior risco de desenvolver essa neoplasia principalmente quando não infectados por vírus oncogênico. Frequente associação com anormalidade imunes: suscetibilidade à infecção e autoimunidade. Então esses pacientes que têm neoplasia linfoide, ele tem alterações das células imunes, porque ocorre falha na produção das células imunes porque a neoplasia ataca a medula óssea, tornando então o paciente suscetível às infecções. Outra coisa é o paciente desenvolver estágios de autoimunidade. Linfoma não Hodgkin: São prevalentes na população e alguns deles são agressivos. Tem preferência pelo sexo masculino e raça branca. Apresentam aspectos histológicos variados. Esses linfomas vêm aumentando progressivamente, cerca de 3-4% ao ano. São linfomas originados em células B em sua maioria. A classificação é imunofenotípica, porque ocorre reconhecimento mais específico de linfomas de células B e T. cada um representando peculiaridades quanto ao comportamento clínico e resposta ao tratamento quimioterápico. O prognóstico tem que ser levado em consideração o tipo histológicos e o estadiamento. O tipo histológico pode se dividir em linfomas indolentes (linfoma folicular e MALT), linfomas agressivos (linfomas difusos de grandes células) e linfomas altamente agressivos (linfoma de Burkitt e linfoma linfoblástico – acomete mais comumente crianças):Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 46 Basicamente tempos 3 tipos, os indolente são os linfomas que se instalam sem manifestações clínicas, são insidiosos e vai progredindo ao longo do tempo durante anos; a sobrevida média depende de 5-10 anos; apesar de ter seu crescimento menos rápido, ele tem resposta muito ruim à quimioterapia, sendo considerado incurável, é dito para esse tipo de linfoma, temos uma sobrevida baixa. Em contrapartida os linfomas agressivos, se não tratados, tem progressão muito rápida, com crescimento muito rápido, porém eles respondem muito bem a quimioterapia, portanto as taxas de cura são muito altas, com 40-85% de cura, a depender dos tipos histológicos; se não forem tratados o óbito é certo em curto período de tempo. Linfoma folicular: Segundo tipo mais comum de LNH no Brasil. As células neoplásicas tendem a formar folículos. A idade média de acometimento é de 60 anos. Tem origem nas células B do centro germinativo, por isso acabam tendendo a formar agregados de folículos linfoides normais. Está associado a translocações do gene Bcl-2 que participa da apoptose, então quando ele está super expresso a apoptose não ocorre de forma adequada, diminuindo a apoptose. Clinicamente, ele se manifesta como linfoadenomegalias generalizadas e indolores. Esses pacientes que desenvolvem o linfoma folicular, tem alterações nos linfonodos, mas não apresentam manifestações clínicas. Podem acometer TGI, SNC e testículo, mas geralmente acometem somente linfoadenomegalias. Podem ainda acometer a medula óssea, através de nódulos linfóides paratrabeculares (não é difuso). É incurável e com curso indolente. Apresenta baixa taxa de proliferação, e quando diagnosticado já está grande, não respondendo mais à quimioterapia. Sobrevida de 7-9 anos. Pode haver transformação para linfoma difuso de grandes células B em 30-50%, correlacionado com a translocação do gene c-MYC, passando a ser linfoma agressivo podendo ser fatal em poucos meses, se for feito o tratamento, tem taxa de remissão em 80% dos casos e cura em 50% dos casos. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 47 Como diferenciar o linfoma NH de uma hiperplasia: usamos a imunohistoquímica, onde não há expressão do Bcl-2 na hiperplasia. Linfoma da zona marginal: Se originam de células B localizadas na zona marginal. Podem ser localizadas em linfonodos, baço, mucosa do TGI (tecido linfoide associado a mucosa – MALT – placas de Payer) e orofaringe (nas tonsilas). Sinônimo – linfoma de MALT (tecido linfóide associado a mucosa). Patogênese nas localizações extranodais: linfomas MALT gastrointestinais são os mais incidentes, principalmente no estômago, porque nessas localizações extranodais temos uma histologia associado a imunidade por um agente infeccioso, então pode ser observado o surgimento de linfomas em glândulas salivares na doença de Sjogren, tireoidite de Hashimoto e na gastrite crônica com Helicobacter pylori por longos períodos que induz intenso infiltrado linfóide nessas áreas; vemos uma associação do processo inflamatório crônico e intenso com produção de radicais livres podendo levar a formação de lesões no DNA com mutação e acarretar no linfoma MALT no estômago = ainda temos um processo dependente de mutação no linfócito T helper para que haja permanência do processo = pacientes tratados com antibiótico terapia e erradicação da H. pylori ocorre regressão do linfoma MALT. Os linfomas MALT podem permanecer localizados por muito tempo. No início ocorre reação imuno policlonal e depende das citocinas produzidas pelo T helper à estágio em que o tratamento com antibióticos pode levar a regressão do linfoma MALT; mas a partir Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 48 da transformação monoclonal, não há mais regressão. Se ocorrer erradicação do agente agressor, a cura é muito boa. Linfoma difuso de grandes células B: É o primeiro linfoma mais comum. A idade média é de 64 anos, embora possa ocorrer em crianças e adultos jovens. É um tumor que cresce mais rapidamente em sítio nodal ou extranodal, como baço, fígado, pele, osso, cérebro e tonsilas palatinas. Nessas neoplasias há manifestações clínicas de sintomas B = sudorese noturna excessiva, febre vespertina acima de 38 graus, perda de peso inexplicada com perda de cerca de 10% do peso em 6 meses, podendo dar prurido. Linfoma linfoplasmocítico: Neoplasia de linfócitos B maduros com diferenciação plasmocítica. Acometimento de pessoas entre 60-70 anos, sem destruição óssea. A medula óssea está infiltrada com linfócitos, plasmáticos e linfócitos plasmocitoides, além de hiperplasia de mastócitos. Pode haver acometimento de linfonodos, baço, fígado, raízes nervosas e meninges. Os linfonodos podem estar aumentados em 50% dos pacientes e aumento de fígado e baço. Manifestações clínicas: fraqueza, fadiga e perda de peso. Como ele ocorre de uma célula B que tem diferenciação em plasmócito, temos as células neoplásicas capazes de secretar Ig, principalmente IgM monoclonal porque é uma neoplasia. Quando ocorre aumento da secreção de IgM pelas células neoplásicas, esse excesso de IgM no sangue leva a hemólise das hemácias e hiperviscosidade sanguínea, manifestando alterações clínicas por conta da hemólise e hiperviscosidade, como alterações da visão por conta do acumulo exsudato podendo haver formação de trombose, cefaleia, vertigem, torpor por conta de um fluxo sanguíneo mais lento e sedimentação do fluxo sanguíneo; pode ainda ocorrer hemorragia por falta dos fatores de coagulação, crioglobulinemia resultante da precipitação de macroglobulinas em baixas temperaturas produzindo o fenômeno de Raynaud. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 49 Linfoma de células do manto: Acometem pessoas entre 50-60 anos. 5% dos linfomas NH. Predomínio de incidência entre os homens. Se origina a partir de células B na região do manto (externamente ao centro germinativo). As células neoplásicas se assemelham as células B normais da zona do manto. Padrão agressivo e considerados incuráveis. Se manifesta por linfonodomegalia indolor, generalizada, e em 20-40% dos casos com envolvimento do sangue periférico (leucemização). Pode acometer sítios extranodais como medula óssea, baço, fígado e intestino (produzindo pólipos em delgado ou cólon, chamados de polipose linfomatosa). Prognóstico desfavorável com sobrevida entre 3-4 anos. Linfoma de Burkitt: Neoplasia de linfócitos B maduros do centro germinativo. É um tumor altamente agressivo, com crescimento muito rápido. Acomete mais crianças e adolescentes. Pode haver manifestação em sítios extranodais. Maior incidência em homens e crianças. Apresenta bom prognostico porque responde muito bem à quimioterapia. Pode de manifestar em sítios extranodais. Endêmico: mandíbula, rins, ovários e glândulas adrenais. Esporádico: região ileocecal ou peritônio. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 50 Em linfoma esporádico, há associação com o vírus EBV. As características histológicas entre os 3 são iguais, diferenciando em características clínicas. O aspecto de céu estrelado é característica desse tumor. A direita em imunohistoquímica, temos a proteína Ki67 presente em 100% dos tumores = todas as células de tumor estão se dividindo, então a taxa de proliferação e progressão é muito alta. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 51 Síndrome da veia cava superior: Presente e associadas a linfomas mais agressivos e neoplasias de pulmão. Ocorre compressão da veia cava superior que leva a formação de dilatações de vasos em região de pescoço, produzindo edema em MMSS e MMII. Neoplasias de plasmócitos Aumento monoclonal de Ig (gamopatia monoclonal). Duas causas importantes paraa gamopatia monoclonal é o mieloma múltiplo (lesões múltiplas) e o plasmocitoma (formando massas tumorais ósseas únicas). Macroglobulinemia de Waldenstrom: síndrome com altos níveis de Ig (IgM) resultam em hiperviscosidade do sangue e pode estar associado ao linfoma infoplasmacítico. Plasmocitoma: São tumores unidos de plasmócitos monoclonais sem evidencias clínicas e radiográficas de lesões multifocais. Pode ser solitário ósseo e extraósseo. Tumor solitário, de 3-5% das neoplasias de plasmócitos são plasmocitoma, são lesões solitárias ósseas ou de partes moles. Pode acometer o osso (coluna, costela e crânio) e extraósseo (pulmões, orofaringe, nasofaringe ou seios paranasais). Normalmente progride para mieloma múltiplo, mas é um processo lento e demora muitos anos. Pode elevar proteínas M no sangue ou na urina. Mieloma múltiplo: Envolvimento multifocal dos ossos, podendo acometer linfonodos e pele em fase mais tardia. Tem maior incidência em homens e de origem africana, entre 65-70 anos. Se trata de um tumor de plasmócitos que irão destruir os ossos: coluna > costelas > crânio > pelve > fêmur > clavícula > escápula. As lesões iniciam-se na região da medula óssea e destroem o córtex ósseo, gerando fraturas patológicas (coluna, principalmente). Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 52 Manifestações clínicas: lesões ósseas líticas em várias localizações, conforme o local de incidência. Vão gerar: • dores ósseas; • microfraturas; • hipercalcemia por causa da mobilização do cálcio feita pela reabsorção do cálcio; • fraturas patológicas; • infiltração da medula óssea levando a alteração das células produzidas na medula óssea produzindo sintomas como trombocitopenia levando ao aparecimento de púrpuras na pele, anemia, neutropenia, diminuição da resistência à infecção; • infecções recorrentes; • secreção de paraproteínas por plasmócitos, levando a hiperviscosidade e depósitos de amiloide, levando a insuficiência renal com proteinúria da proteína de Bence Jones (proteína M produzidas pelas células neoplásicas do mieloma múltiplo, são cadeias leves de imunoglobulina produzidas pelas células neoplásicas, causam lesão nos túbulos renais irreversíveis, evoluindo com insuficiência renal). No diagnóstico histopatológico é observado o aumento do número de plasmócitos em 30%, aumento de celularidade, plasmócitos grandes, binucleados com vacúolos citoplasmáticos (células de Mott). Muitas vezes os plasmócitos do mieloma múltiplo. Em doença avançada pode haver plasmócitos neoplásicos em baço, fígado, rins, pulmões e linfonodos. Pode haver deposição amilóide (amiloidose) nos tecidos, principalmente na língua, acarretando macroglossia. Proteinúria e aumento dos níveis sanguíneos de proteína M. Na urina a proteína que está presente apresenta padrão de Bence Jones. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 53 Aspectos clínicos: • efeitos do crescimento de plasmócitos nos tecidos (ossos), produção excessiva de Imunoglobulina, supressão da imunidade humoral normal. • Reabsorção óssea resulta em fraturas patológicas, dor crônica, hipercalcemia (pode gerar confusão, fraqueza, letargia, constipação, poliúria). • Maior risco para infecções bacterianas recidivantes. • Aumento das Igs monoclonais no sangue; e aumento das Igs de cadeia leve (proteína de bence Jones) que causam lesões nas células tubulares renais podendo desenvolver insuficiência renal com o tempo. A Ig mais comum é a IgG, podendo haver produção de IgA. O diagnóstico é radiológico, laboratorial e patológico (biópsia). Prognóstico variável, mas mais comumente desfavorável. Não tem cura. Gamopatia monoclonal de significado indeterminado: Discrasia de plasmócitos mais comum, ocorrendo em cerca de 3% das pessoas acima de 50 anos. Assintomáticos com proteína M sérica < 3 g/dl e plasmócitos entre 10 e 30% da celularidade da medula óssea. Cerca de 1% dos pacientes com essa discrasias desenvolvem mieloma múltiplo por ano. Neoplasias de células T e NK maduras Micose fungoide é um linfoma de células T que acomete a pele, e ela pode acabar infiltrando outros tecidos conforma a progressão da doença. Linfoma T/NK extranodal tipo nasal (granuloma letal da linha média): Tem forte associação com infecção pelo EBV. Mais incidente em homens do que mulheres. Mais comum na Ásia e populações indígenas do México, américas central e do sul. As células neoplásicas invadem a parede arterial acarretando sua destruição, principalmente em orofaringe e nariz. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 54 Linfoma de grandes células anaplásico: É um linfoma de células T, com ou sem translocação do gene ALK: Pode ser ALK + ou ALK -. Envolve linfonodos e sítios extranodais. ALK +: nas primeiras 3 décadas de vida (1.5H:1M). ALK-: adultos (4—65 anos) (1.5H:1M). Doença agressiva, prognóstico pobre Anemia falciforme Não é uma doença neoplásica. É uma anemia hemolítica causada por uma alteração genética da hemoglobina. As hemácias são responsáveis pelo carreamento do oxigênio, possuem normalmente formato bicôncavo. Adequam a sua conformação para que possa passar por vasos e capilares bastante pequenos e chegar nos locais de necessidade. Na anemia falciforme, iremos observar que o problema é a falcização das hemácias, de forma que sua conformação muda para forma de foice e rígida. Ocorre diminuição da massa de eritrócitos com consequente redução na capacidade de transporte de oxigênio no sangue. Classificação: • Fisiopatológica: perda de sangue; deficiência na produção de eritrócitos; aumento da destruição de eritrócitos. • Morfológica: microcíticas; macrocíticas; normocíticas. É uma hemoglobinopatias hereditária recessiva comum. Mutação pontual da ß-globina. Ocorre polimerização de hemoglobina desoxigenada com distorção das hemácias, anemia hemolítica, obstrução microvascular, lesão isquêmica tecidual. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 55 Mutação puntiforme que determina a mutação do ácido glutâmico por valina, formando a globulina S. isso leva a formação de hemoglobinas aparentemente normais quando estão oxigenadas. Quando ocorre a desoxigenação da hemoglobina, as moléculas de hemoglobina S polimerizam e formam um produto consistente que leva a deformação dessa hemoglobina ficando em forma de foice e mais rígida. A falcização é reversível até que em determinado momento ela passa a ser irreversível. O que leva a polimerização e desoxigenação dessas proteínas? Concentrações altas de hemoglobinas; situações de acidose; e desidratação. Paciente com anemia falciforme tem falcização com hemólise – anemia hemolítica crônica. Tem diminuição do seu caráter de mobilidade, ativação de células endoteliais, adesão de eritrócitos e leucócitos, podendo levar a oclusão vascular e isquemia, levando o paciente a ter dores e lesão nos órgãos. Aspectos clínicos: anemia hemolítica, hiperbilirrubinemia (icterícia), reticulocitose compensatória, crise vaso-oclusivas (crises álgicas – devido a hipóxia e infartos nos locais acometidos – ossos, pulmões, fígado, cérebro, baço e pênis). • Síndrome mão-pé. • Síndrome torácica aguda: dor torácica, febre, infiltrados pulmonares. Cálculos biliares pigmentados por conta da bilirrubinemia. Aumento do baço por causa da grande atividade do baço Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 56 e por congestão esplênica. Em processos agudos, ocorre o sequestro esplênico que são crises agudas esplênicas porque o baço sequestra hemoglobinas e sangue, podendo evoluir para choque hipovolêmico. Patologia de ossos e tecido mole Reunião anatomo-clínica é fundamental para o diagnóstico e tomada de condutas em lesões de ossos, articulações e partes moles.Condutas podem variar entre medicamentosas, em especial corticoides, quimioterapia em lesões malignas, retirada ou excisão cirúrgica em casos mais específicos e amputações. Osso normal: 2 porções principais compacto e trabeculado. O compacto reveste de forma geral os ossos e está localizado na parte externa. E o osso esponjoso está internamento e abundante nos ossos longos. Encontrados 3 tipos celulares, osteoblastos (aumenta a matriz do tecido ósseo), osteoclastos (degrada tecido ósseo) e osteocitos. A ação conjunta se osteoblastos e osteoclastos é que proporciona a manutenção óssea. Quando o osteoblasto produz tecido conjuntivo e esse tecido ossifica, vira osteocitos. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 57 Osteomielite Inflamação do tecido ósseo, principalmente quando há presença de agente infeccioso. Pode ter origem exógena, conhecido como infecção óssea do adulto. Começa com uma periostite, passa para uma osteíte e por fim mielite. Se apresenta e desenvolve por extensão e contiguidade, ou seja, ao atingir a primeira camada, ele se infiltra e contamina as camadas mais profundas. Uma das principais causas é produto de cirurgias no osso não assépticas realizadas. A endógena tem origem dentro dos vasos sanguíneos. A infecção primária pode ter origem na região interna do tecido ósseo ou o mais comum é que tenha foco primário a distância e seja transportado até o osso. É mais comum em crianças do sexo feminino. O agente mais frequente é o S. aureus, mas outros agentes como pseudômonas e Klebsiella podem estar envolvidos. Teremos quadros que variam de agudo ao crônico. Quando temos uma fonte exógena, favorece o foco contíguo e, com isso, começa com uma extensão para o osso através do tecido mole até chegar à região medular, virando uma infecção crônica, são quadros mais graves pois a infecção medular já há produção de biofilme bacteriano, portanto são dificilmente acessadas pelo SI ou antimicrobianos. Na via hematogênica, ocorre semeadura inicial para a medula óssea, depois ocorre extensão através do córtex para formar um abscesso subperiósteo e consequente reação perióstea, envoltório, cloaca e seio drenante. Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 58 Ocorre aumento da pressão intraóssea que pode levar a quadro de comprometimento da irrigação e causar necrose óssea. O acúmulo de biofilme bacteriano pode causar uma embolização bacteriana e vasculite. A vasculite também favorece a formação de trombos. Tudo isso compromete a irrigação do tecido e posteriormente necrose óssea. A região necrosada do osso tende a ser separada do restante do tecido ósseo por ação do osteoclasto, conhecida como sequestro ósseo. O tecido necrosado que sofre o sequestro, pode ter algumas alterações, como quadros de reabsorção total onde o osso separado é reabsorvido; pode ainda ter tentativa de eliminação do tecido ósseo via fístulas osteocutâneas; ou então pode estimular uma deposição de tecido ósseo neoformados em volta do tecido ósseo sequestrado, isso é complicado porque ocorre proliferação de bactéria no interior do osso depositado. Figura 17. As bordas do tecido sequestrado são irregulares por conta da ação dos osteoclastos. Quando tempos um quadro agudo de infecção, ocorre predomínio de polimorfonucleares, formada por neutrófilos que estão combatendo a infecção. Na crônica, ocorre substituição dos neutrófilos por mononucleares com predomínio dos linfócitos e plasmócitos. Consequências para o paciente: • Fístulas osteocutâneas. • Deformidades. • Septicemia (microrganismos passam para a circulação sistêmica e replicando dentro dessa circulação). Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 59 • Fraturas patológicas. • Artrite bacteriana. • Transformação maligna primária do tecido ósseo (sarcoma e carcinoma), provavelmente tenha a ver com o estímulo do processo inflamatório crônico e ativação constante do SI. Doenças metabólicas do osso – osteoporose Perda de massa óssea mineralizada. Consequentemente, essa perda leva a uma porosidade do esqueleto, com aumento do espaçamento entre as trabéculas, região compacta é mais fina, portanto, mais suscetível a fraturas. Em análise histopatológica, há redução do quadro de deposição de cálcio e hidroxiapatita, e nessas áreas degradadas ocorre aumento de tecido conjuntivo não mineralizado. Tudo indica que ocorre desequilíbrio entre osteoblasto e osteoclasto. Quando ocorre aumento mais agressivo de osteoclasto, acarreta o quadro de osteoporose. Causas: primárias e secundárias. Nas causas primárias há correlação com a idade, sendo quanto mais velho, mais desequilíbrio ocorre entre essas células; este fator é estimulado na pós- menopausa na mulher com a diminuição do estrogênio. Nas causas secundárias, ocorre através de anormalidades endócrinas que interferem no metabolismo de cálcio (paratormônio) e causas genéticas. Patogenia: a primária é dividida na pós-menopausa e na senil. • Na pós-menopausa é a tipo I; ocorre queda dos estrógenos associados a fatores genéticos e ambientais, promovem a produção e síntese de citocinas do SI (IL-1, IL-6 e TNF) que ativam a ação do osteoclasto e consequente reabsorção do osso e favorecendo a osteoporose, isso estimula o aumento do cálcio intraplasmático e isso diminui a absorção na alimentação e consequente ativação do PTH, virando um quadro vicioso. • A senil é tipo II; a presença do envelhecimento do organismo faz com que as células renais reduzam a produção de alfa-hidroxilase (normalmente, permite a degradação da vitamina D e se associa ao cálcio e permita a internalização) e com isso ocorre Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 60 diminuição da metabolização de vitamina D e consequente diminuição da capacidade de absorção de cálcio e do cálcio plasmático, sendo sinal de estimulação do PTH que aumenta a reabsorção óssea favorecendo o quadro de osteoporose. Fatores de risco: • Falta de exercícios: falta de ativação mecânica promove o quadro de osteoporose. Em pessoas pós-menopausa ou na senilidade, a prática de exercícios físicos é muito indicada. • Idade (osteoporose senil) • Nutrição deficiente ou diminuição de absorção intestinal de cálcio (ativação deficiente de vitamina D). • Deficiência de estrogênio (menopausa): redução dos níveis hormonais aumenta a atividade osteoclástica. • Presença de outros distúrbios endócrinos: hipertireoidismo, hiperparatireoidismo, síndrome de Cushing ou DM. É um distúrbio silencioso. No começo, não teremos grandes sinais clínicos da presença da doença. Quando ocorre aparecimento do primeiro sintoma, pode ter hipersensibilidade generalizada com dor e fraturas. A osteoporose resulta em fraturas e microfraturas (vértebras por compressão, quadril, pelve e úmero, entre outras). Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 23/05/2021 pág. 61 Artrites Osteoartrite (artrose): Doença articular degenerativa mais comum. Associada a senilidade. A cartilagem articular sofre erosão. Não está envolvido com inflamação do tecido articular. Alterações bioquímicas e metabólicas levam ao seu colapso. Podem ser primárias ou secundárias. As primárias são decorrentes do envelhecimento e estão presentes em pessoas com mais de 65 anos. Já as secundárias podem ser devido a trauma, congênito, hemocromatose, obesidade, e estão presentes em jovens. Processo de desenvolvimento: degradação/lesão do tecido cartilaginoso com perda do tecido e infiltração do liquido sinovial na região da cartilagem, progredindo para a região do tecido ósseo e com isso temos a estimulação da neovascularização de tecido ósseo que estimula a formação de um tampão de tecido cartilaginoso que não é mecanicamente estável como o natural e, portanto, tem a tendência de ser eliminado com a ativação da articulação,
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