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4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Histopatologia UCXI Mamas Histologia da Mama Função; aleitamento materno – inúmeros benefícios para a mãe e para o bebê Cada glândula mamária consiste em 15 a 25 lóbulos de glândulas tubuloalveolares compostas (apócrinas – a secreção inclui uma porção celular arrancada), cuja função é secretar leite. Lóbulos: separado dos vizinhos por tecido conjuntivo denso e muito tecido adiposo (estroma), é na realidade uma glândula individualizada com seu próprio ducto excretor, chamado ducto galactóforo Na mama pré-púbere: muito estroma de tecido conectivo frouxo Na puberdade ocorre o aumento e desenvolvimento mamário. Há crescimento do estroma, desenvolvimento lóbulo-acinar e ramificação dos ductos por conta dos efeitos hormonais – nos homens, permanece plana. o Os ciclos ovulatórios entre estrogênio e progesterona levam a esse aumento o Maior parte ocorre após a puberdade porém segue até os 30 anos Na mulher adulta, a estrutura característica da glândula - o lóbulo - desenvolve-se a partir das extremidades dos menores ductos o O desenvolvimento final ocorre somente com a gestação o O lóbulo consiste em vários ductos intralobulares que se unem em um ducto interlobular terminal (mulher não lactente) Ductos: medem 2 a 4,5 cm de comprimento, emergem independentemente no mamilo, que tem 15 a 25 aberturas, cada uma com aproximadamente 0,5 mm de diâmetro O aumento das mamas durante a puberdade resulta do acúmulo de tecido adiposo e conjuntivo, além de certo crescimento e ramificação dos ductos galactóforos O revestimento dos duetos galactóforos e duetos interlobulares terminais é formado por epitélio simples cuboide, envolvido por células mioepiteliais. Ductos galactóforos: epitélios o Internamente: estratificado colunar ou cuboide o Externamente: epitélio estratificado pavimentoso Ductos interlobulares e lóbulos/alvéolos: epitélio simples cúbico ou colunar envolto por células mioepiteliais o Células mioepiteliais: abraçam as unidade secretoras das glândulas; localizadas entre a lâmina basal e as células o Filamentos de actina, miosina e queratina – função contrátil Célula mioepitelial: Ácinos se agrupam → formam lóbulos → levam o leite para os ductos interlobulares → desembocam em ductos extralobulares → saída pela papila 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Estroma mamário: dá sustentação; pode ser adiposo, fibroso ou ambos. Estroma fibroso: predomina em mulheres mais jovens, porém a quantidade de gordura corporal, gestações e genética interferem Estroma adiposo: mulheres mais velhas Glândula mamária em repouso, ductos galactóforos imersos em tecido conjuntivo: Lactação: crescimento de alvéolos, ductos galactóforos se ramificam, secreção no interior dos alvéolos (setas); há intenso crescimento devido à estrógenos, progesterona, prolactina e lactogênio humano. 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Completa formação das unidades alveolares terminais Células epiteliais aumentam em tamanho e volume, citoplasma vacuolizado secretório Os alvéolos são ativamente secretores na lactação – citoplasma vacuolizado, gotículas de lipídeos Há também número grande de vacúolos contendo caseínas e outras proteínas do leite, como lactalbumina e IgA Após o período lactacional ocorre regressão Alvéolos sofrem degeneração por apoptose Células liberadas nos lúmens dos alvéolos Fragmentos retirados por macrófagos Menopausa → tendência à involução devido ao estímulo hormonal reduzido Apresentações Clínicas Mastalgia ou Mastodinia: relacionada com ciclo menstrual, raramente é neoplásico Inflamação: mais comum em período lactacional Descarga papilar: a secreção do mamilo pode indicar neoplasia; quando bilateral e em pouca quantidade, provavelmente benigna; quando unilateral e hemorrágica, há maior risco de malignidade Massas palpáveis: sempre devem ser investigadas – maioria benignas Risco de Malignidade Aumenta com a idade (risco de um nódulo ser maligno é de 10% em mulheres antes dos 40, aumentando para 60% após os 50 anos) Rastreamento mamográfico – detecção das neoplasias mais precocemente, ainda não palpáveis Ultrassom Técnicas Diagnósticas Principais Punção aspirativa por agulha fina: retira as células para análise Biópsia por agulha Grossa/Core Biópsia: quando é um nódulo muito suspeito, é melhor ir direto pra ela; análise histológica – retira um fragmento para análise – mais específica Exame transoperatório ou congelação: retirado um segmento de mama/tecido e fazem a análise ainda durante a cirurgia. Exame da peça cirúrgica O diagnóstico da patologia mamária depende da origem do tumor – epiteliais, mioepiteliais, estromais, estromais + epiteliais Processos inflamatórios Mastites: infecções, doenças autoimunes ou reações do tipo corpo estranho. o Agudas: mais comum na lactação; causada por S. aureus (pode haver abcesso, laceração) o Granulomatosa: pode ser idiopática, tuberculose, fungos o Linfocítica: associada ao DM o Corpo estranho: prósteses 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Reação do tipo corpo estranho: próteses de silicone; fragmentos de silicone no tecido Neoplasias estromais São diferenciadas pelo tipo de estroma: interlobulares e intralobular. Intralobulares: estroma + epitélio (bifásicas); proliferação de fibroblastos lobulares, o que estimula a proliferação reativa de células epiteliais. o Fibroadenomas: é o mais comum; benigno; pacientes jovens; conforme os fibroblastos se proliferam, empurram os ductos e lóbulos dando um aspecto de ductos em fenda; nódulos bem delimitados; firme à macroscopia o Tumor filoide: mais raro; supercrescimento estromal; nódulos bolhosos; variante mais agressiva do fibroadenoma; padrão de crescimento em “folha”; pode ser benigno/maligno, precisa ser totalmente retirado; OBS.: não são diferenciados por PAAF Interlobular: estroma “puro”, apenas tecido conjuntivo. Apenas de origem mesenquimal. o Hemangiomas: o Lipomas 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 o Sarcomas o Angiosarcoma: tumor maligno de vasos sanguíneos; geralmente associado a histórico de CA prévio, tratamento radioterápico local Lesões epiteliais benignas não proliferativas Sem risco de desenvolver neoplasia; única camada de células epiteliais (sem proliferação) + mioepiteliais. Frequentemente metaplasia apócrina; podem formar nódulos e microcalcificações Principais: cistos, fibroses e adenoses Alterações fibrocísticas da mama = metaplasia apócrina + ectasia ductal + cistos + fibrose estromal Metaplasia apócrina: Ectasia ductal e cistos: Fibrose Estromal Lesões epiteliais proliferativas sem atipias Tem um risco ligeiramente maior pra câncer Hiperplasia Ductal Usual ou sem atipias: ducto preenchido por células proliferadas e sem atipias Adenose esclerosante: proliferação de ácinos distorcidos em meio a estroma fibroso e com esclera 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Alterações de células colunares sem atipias: Lesão esclerosante complexa ou cicatriz radial: Papiloma intraductal: proliferação de aspecto papilar com eixos conjuntivos revestidos por células proliferadas. Podem ser únicos ou múltiplos, de vários tamanhos, com diferentes graus de atipias. Geralmente necessitam de excisão; Lesões epiteliais benignas proliferativas com atipias Risco moderadamente elevado de desenvolver carcinoma (13-17%) – são pré-neoplásicas. Risco bilateral. Hiperplasia lobular atípica Hiperplasia ductal atípica: morfologicamente igual ao CDIS, porém em menor dimensão, poucos ductos ou até 2mm Neoplasias epiteliais malignas Carcinoma mamário:é a neoplasia mais comum nas mulheres, exceto câncer de pele não melanoma, e principal causa de óbito. O risco de câncer de mama ao longo da vida é de 1 em 8 para as mulheres que vivem até os 90 anos nos Estados Unidos. Quase todas as doenças malignas da mama são adenocarcinomas (>95%). Subdivisão de acordo com o painel Hormonal - painel prognóstico (Imunohistoquímica (IHQ) fundamental em TODOS os casos de carcinoma invasivo mamário) Aleitamento materno: levemente protetor Hormônio mais relevante para o prognóstico e tratamento do câncer de mama: estrogênio Oncogene que tem grande relevância prognóstica e terapêutica em um subgrupo de tumores mamários: HER-2 Fatores de risco: Parentes de 1° Grau com histórico de CA de mama Mutação em genes supressores de tumor Menarca precoce e menopausa tardia Gestações mais tardias/nulíparas Doenças proliferativas das mamas com atipias Histórico de radiação ionizante Obesidade, ingestão de álcool Reposição hormonal pós menopausa 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Painel Hormonal – Imunohistoquímica RE – receptor de estrogênio RP – receptor de progesterona HER2 – receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 ERBB2 – oncogene Ki-67 – índice de proliferação celular Subclassificação: importante para diferenças morfológicas, resposta ao tratamento e prognóstico RE positivo (HER2 negativo; 50%-65% dos cânceres). HER2 positivo (RE positivo ou negativo, 10%-20% dos cânceres). Triplo negativo (RE, RP e HER2 negativos, 10%-20% dos cânceres). o Outra classificação: luminal A, luminal B, HER enriquecido, basal-like, etc Patogenia: Genética: mutações em células da linhagem germinativa (herdadas) → BRCA1 e BRCA2 – genes supressores de tumor o Codificam proteínas necessárias para o reparo de certos tipos de danos ao DNA o Maior risco de Ca de mama e ovário o A maioria dos portadores desenvolve câncer de mama até os 70 anos de idade o BRCA2 – tumores RE+; BRCA1 - triplo negativos Cânceres esporádicos: o Mutação somática BRCA raramente observado (BRCA1 inativado) o Mutação de TP53 comum o Via de sinalização PI3KAKT o Mutação de HER2 (Amplificação) - receptor de tirosina quinase - promove a proliferação celular e se opõe à apoptose Neoplasias altamente proliferativas Hoje: terapia alvo – melhor prognóstico Influências hormonais: estrogênio o A maioria dos carcinomas mamários é “estrogênio-dependente” o Estrogênio → estimula a produção de fatores de crescimento, que promovem o desenvolvimento do tumor o Importância comprovada pelo benefício dos tratamentos com antagonistas de estrogênios (p. Ex Tamoxifeno) Morfologia: classificados quanto à invasão ou não (in situ ou invasivos) e subtipos. Carcinoma ductal in situ ou ductal intraepiteial: não ultrapassa a membrana basal; padrões sólido, cribiforme, micropapilar, comedo-carcinoma; microcalcificações Carcinoma ductal invasivo ou Carcinoma mamário invasivo de tipo não-especial: padrão morfológico mais comum, de 70-80% dos casos; não se enquadra em nenhuma outra variante; aspecto histológico varia com o grau; a maioria forma túbulos, tem moderada atipia nuclear; origem da unidade ducto-lobar terminal (=lobular) 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Grau 1 – bem diferenciado Grau 2 – mais frequente Grau 3 – pouco diferenciado Carcinoma Lobular in situ ou neoplasia lobular não invasiva: não se estadia como carcinoma; expande os lóbulos. Carcinoma Lobular Invasivo: de 10-15% dos casos, sendo o 2° mais frequente; exibe na maioria das vezes perda de expressão da E-caderina (proteína responsável pela adesão entre células); Células invadem isoladamente ou formando colunas de filas indianas de células; pode haver “lesão em alvo” na microscopia. Carcinoma Tubular: 5% dos casos; mais de 90% da neoplasia com arquitetura tubular, baixo grau nuclear e prognóstico excelente 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Carcinoma com características medulares: 5% dos casos; tripo-negativo; lesões bem-delimitadas, nódulos que podem ser confundidos com lesões benignas; células altamente pleomórficas em blocos, cercados por acentuado infiltrado linfocitário (LT); pacientes com mutação de BRCA1; Carcinoma mucinoso/coloide: 5% dos casos; blocos neoplásicos “boiando” em lagos de mucina; mais de 50% do tumor precisa ter esse padrão Doença de Paget do mamilo: origem de células de um CDIS em ductos lactíferos, que migram para a região do mamilo. Pode exibir exsudato ou eritema perimamilar. 1-4% dos casos. Células isoladas ou ninhos subindo na epiderme do mamilo – disseminação pagetoide Carcinoma inflamatório: diagnóstico clínico; mama edemaciada, eritematosa, com massa difusa e aspecto de casca de laranja. Altamente agressivo, geralmente carcinomas pouco diferenciados. Estadiamento avançado. 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Infiltração difusa e oclusão dos vasos linfáticos da derme; dificuldade de retorno do líquido intersticial Estadiamento de carcinomas mamários invasivos Todos os subtipos são graduados (túbulos, núcleo e mitoses) Existem outras variantes mais raras (apócrino, micropapilar, metaplásico) Estadiamento (AJCC 8a. edição): pTNM pT = tamanho do tumor pN = quantidade de linfonodos pM = presença de metástases à distância ypTNM quando há histórico de quimioterapia neoadjuvante Mamas masculinas Não desenvolve lóbulos ou ácinos, apenas ductos Ginecomastia (aumento das mamas masculinas) Em torno de 1% dos cânceres de mama são em pacientes masculinos Morfologia semelhante Vulva e Vagina Histologia Vagina: camadas mucosa, muscular e adventícia; epitélio escamoso ou pavimentoso estratificado não ceratinizado – pode haver mínima ceratinização Genitália externa/Vulva/Pudendo Feminino: clitóris, pequenos e grandes lábios (mesmo revestimento da pele), glândulas que secretam muco e substâncias bactericidas. Epitélio estratificado escamoso Glândulas vestibulares maiores/de Bartholin: epitélio colunar simples Glândulas vestibulares menores/de Skene: em volta do clitóris e da uretra As patologias da vagina e genitália externa feminina são similares, geralmente, às doenças do colo uterino 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Podem ser doenças inflamatórias, infecciosas, displasia e neoplasia (rara) Qualquer coisa que inflame a vulva é chamada de vulvite Métodos diagnósticos das patologias da vagina e vulva: Juntamente ao Papanicolau – citologia cérvico-vaginal É feita também a inspeção da vulva e da parede vaginal Biópsia quanto necessário Vulvite Inflamatória Maioria dos distúrbios inflamatórios Uma das causas é a reação à fator exógeno, como dermatite de contato ou alérgica, sabonetes, cremes, sabão em pó, entre outros. Vulvite Inflamatória: dermatite eczematosa de contato ou alérgica, podendo ocorrer em qualquer local; apresentam-se como pápulas/placas crostosas bem definidas, eritematosas e exsudativas Pele com edema (espongiose), vesícula (acúmulo de líquido), hiperceratose, infiltrado de linfócitos/eosinófilos na derme Vulvites Infecciosas Candidíase: 5-10% tem como flora comensal – podem causar infecção quando há um desequilíbrio hormonal, queda da imunidade ou alteração do pH Cursa com leucorreia, prurido, placas esbranquiçadas Na lâmina: Hifas (compridas) e conídeos (bolinhas) Trichomonas vaginalis: é uma IST que cursa com corrimento aquoso abundante verde-acinzentado e bolhoso. Pode ser detectado em cerca de 10% das mulheres assintomáticas Na lâmina: protozoários circulados 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Gardnerella: vaginose bacteriana queatinge mais comumente vagina e colo uterino Corrimento abundante, odor característico Diagnóstico clínico ou pela citologia (preventivo) → cocos ou coco-bacilos supracitoplasmáticos (chamadas de clue cells) Cada risquinho = 1 bactéria; Células azuis: células normais; células roxas: anormais (bactérias em volta) Células escamosas normais poligonais, com citoplasma coberto de pequenos microorganismos cocobacilares compatíveis com G. vaginalis. – CLUE CELL Sífilis primária: Treponema pallidum – espiroqueta Diagnóstico: raramente feito através de biópsia Cancro firme, ulcera, bem delimitado – infecciona outras pessoas; Ocorre no sítio de inoculação (geralmente vulva, 3 semanas após contato) Regride em 3-6 semanas se não tratado Lâmina: linfócitos, plasmócitos, macrófagos; e superfície ulcerada (neutrófilos) HPV: causa os condilomas acuminados, neoplasias intravaginais e alguns tipos de câncer Morfologia: colo uterino (coilocitose, atipias nucleares) HPV 6 e 11 (baixo risco) HPV 16 e 18 (alto risco) Morfologia: não conseguimos ver o vírus, mas sim o efeito que ele causa na célula – coilócitos o Célula com um halo perinuclear, atipias nucleares (aumentado, hipercromáticos, desigual), binucleação 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Herpes: principal: HSV-2; forma lesões vesiculosas, dolorosas e recorrentes (sempre que diminui a imunidade) Células multinucleadas, núcleos grandes de aspecto em “vidro fosco” com reforço periférico Inclusões virais – não é o vírus, mas sim as alterações que ele causa na célula N. gonorrhoeae: diagnóstico clínico/laboratorial; Não costuma ser biopsiado Actinomyces: bactéria filamentosa; coloniza o DIU, pode ser usado em cavidade oral, orofaringe, pode ser assintomático Molusco contagioso ou poxvírus: pode estar relacionado à contato sexual (mas não necessariamente), em qualquer região do corpo Pápulas com ponto central “umbilicação” Lâmina: inclusões virais típicas, intracitoplasmáticas eosinofílicas Cisto de Glândula de Bartholin Afecções da glândula de Bartholin se dão devido à obstrução dos ductos excretores Cisto ou Bartholinite – pode causar abcesso Lâmina: Cisto revestido por epitélio escamoso, transicional (urotelial) ou colunar. Glândulas residuais em volta 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Distúrbios epiteliais não neoplásicos Líquens: grupo de doenças que podem acontecer em qualquer lugar do corpo, podem causam placas brancas, eritemas, lesões descamativas, pápulas, etc Pele grossa, avermelhada ou escurecida, descamando e leve brilho da superfície cutânea Líquen Escleroso ou Líquen esclero-atrófico: o mais característico da genitália; clínica: placas brancas e lisas com aspecto atrófico, podem coalescer Pode ocorrer também em homens Importância: mulheres pós-menopausa e pré- púberes Pode haver estreitamento do intróito vaginal Apesar de benigno, pode evoluir para CEC Provável etiologia autoimune (indício: participação de células T ativadas, e correlação com outras doenças autoimunes) Líquen esclero-trófico (tem esclera + atrofia); epiderme delgada + desaparece cristas interpapilares + zona acelular na derme superficial + edema + fibrose dérmica + infiltrado celular inflamatório mononuclear em faixa Líquen Simples Crônico: pode ocorrer em qualquer local do corpo; surge após coceira; Leucoplasia ou placas eritematosas Também é chamada de “Neurodermite” ou “Neurodermatite” (ato de coçar pode ser inconsciente, em momentos de stress/tensão, o que leva a mais irritação e hiperplasia da pele) Espessamento da pele (hiperplasia), cristas papilares aumentadas, hiperceratose, infiltração de linfócitos na derme Outros quadros dermatológicos da vulva: Psoríase Líquen Plano Doença de Behçet Tumores de anexos cutâneos, como o hidradenoma papilífero Condilomas Acuminados Lesões verrucosas, geralmente múltiplas, podem acometer qualquer local da superfície anogenital e são pré-neoplásicas Histopatologia: coilocitose (atipias nucleares e halos perinucleares) 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Mais de 90% positivos para HPV 6 ou HPV 11 (baixo risco) – lesão intraepitelial escamosa de baixo grau HPV Papilomavírus humano Comum IST (prevalência de até 82%) Vírus carcinogênico, associado a CA de colo uterino, Vulva/vagina, pênis, região anal, orofaringe, etc + lesões precursoras Carcinoma Vulvar São incomuns – 3% das neoplasias do sistema genital feminino, mais comum em idosas 90% - Carcinomas de células escamosas (CEC) Pode ou não estar relacionado com HPV (só muda a etiologia e a progressão) Relacionado ao HPV (menos comum): de alto risco (16 principalmente); é precedida por lesões precursoras; a progressão para carcinoma invasivo pode levar anos o Tabagismo e imunodepressão Não relacionado ao HPV (mais comum): história de alterações epiteliais reativas o Lesão sútil precede – atipias restritas e ceratinização o Se não tratada – CEC ceratinizado, bem diferenciado o Na dúvida pode ser feita pesquisa do HPV por testes moleculares (captura híbrida ou hibridização in situ por exemplo) Relacionado ao HPV: Evolui para CEC invasivo: Não relacionado ao HPV: Geralmente o carcinoma vulvar demora anos para evoluir, raramente dá metástases e quando presentes, atinge primeiramente os linfonodos. Tratamento: vulvectomia radical ou parcial, dependendo do tamanho da lesão Doença de Paget extramamária Proliferação de células intraepiteliais (disseminação pagetoide) Na vulva, a minoria está associada a um tumor (10- 20%), diferentemente da mama 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Origem de células progenitoras da epiderme Clínica: Placa crostosa, descamativa, eritematosa, lembrando dermatite Lâmina: células grandes com citoplasma finamente granular, abundante e pálido, além de vacúolos citoplasmáticos ocasionais, se infiltram na epiderme (sobem), sozinhas ou em grupos + citoplasma repleto de mucina Células globulosas e claras, que sobem a epiderme Vaginites Inflamação comum, geralmente transitória Leucorreia Bactérias, fungos, parasitas – alguns são comensais Vaginite atrófica: menopausa; ressecamento e desconforto Vaginite atrófica: células atróficas + inflamatórias Alterações pré-neoplásicas NIVAS (vaginais) – 1, 2 e 3 – prefere-se chamar de LIEBG (baixo grau) ou LIEAG (alto grau) Importante: investigar o canal vaginal e sempre coletar citologia do local; Neoplasias da Vagina CEC vagina: incomum, mesmos fatores de risco da vulva e colo (HPV); acomete mais > 60 anos; o CEC em si é igual à outros locais do corpo Adenocarcinoma de Células Claras: subtipo mais comum de adenocarcinoma na vagina (porém ainda assim é muito raro) Atualmente não se vê mais mulheres usando o dietilestilbestrol – estrogênio que estava relacionado com esse tipo de câncer o Era usado pelas grávidas como prevenção de ameaça de aborto Pode ocorrer também em ovário, endométrio, bexiga 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Sarcoma botrioide ou Rabdomiossarcoma embrionário: Raro É um sarcoma (tumor mesenquimal maligno) Origem de tecido muscular estriado Massas polipoides, geralmente em lactentes e crianças < 5 anos Colo Uterino Células normais: Cervicites São comuns, podem causar leucorreia (secreção vaginal) e serem ou não infecciosas. Flora anormal da vagina: aeróbios, anaeróbios vaginais incidentais, estreptococos, estafilococos, enterococos, Escherichia coli e Candida spp Chlamydia tracomatis (40%) Ureaplasma urealyticum T. vaginalis Neisseria gonorrhoeae HSV-2 (herpes genital - transmissão vertical) AlgunsHPV – DST o As lesões de colo de útero, como as causadas pela cervicite, são as preferidas pelo vírus HPV Pólipo endocervical Alteração benigna da mucosa endocervical, que se prolifera e se exterioriza pelo canal do colo do útero Sintomas: sangramentos e dor Tratamento: excisão Podem acometer ectocérvice As glândulas podem dilatar e formar cistos Pode ter metaplasia escamosa Epitélio colunar simples secretor: 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Neoplasias do colo uterino Maioria das neoplasias de colo uterino é de origem epitelial e associado ao HPV – principalmente na zona de transição. Maior atividade e divisão celular Transição do epitélio escamoso glicogenado maduro para células escamosas metaplásicas imaturas e para o epitélio glandular endocervical colunar Patogenia: HPV tem tropismo pelas células escamosas imaturas na zona de transição Maioria das infecções é transitória – depende da imunidade Lesões intraepiteliais, precursoras da maior parte dos carcinoma invasivos de colo uterino Exames: captura híbrida (material do preventivo, mas a carga viral precisa ser alta) e hibridização in situ Tratamento: conização Fatores de risco para lesões intraepiteliais: Idade precoce da 1ª relação sexual Múltiplos parceiros sexuais (sem preservativos) Parceiro com múltiplos parceiros sexuais (sem preservativos) Infecção persistente por HPV de alto risco – parceiro(a) está infectado HPV: É um vírus DNA polimerases que entra nas células hospedeiras para poder replicar seu genoma; Vírions na superfície da mucosa escamosa: o Normal: maturação elimina vírions e inibe a reprodução viral. o Lesões: produz oncoproteínas virais E6 e E7, grupos de “alto risco” inibem Tp53 e RB – a partir da infecção dos genes supressores de tumor. E6 e E7: oncoproteínas do colo do útero e em outros locais que são susceptíveis a infecção por HPV (p. ex., vulva, pênis, orofaringe). Impedem a apoptose no ciclo celular Tipos 16 e 18 (alto risco), dos casos de LIE e carcinoma cervical. Persistência e integração ao DNA da célula hospedeira HPV de baixo risco (tipos 6 e 11) – condilomas – DNA viral epissômico livre (não entra no DNA). Comum em crianças Lesões de alto grau podem não progredir para câncer invasivo. Estado imune e hormonal, coinfecção por outros agentes sexualmente transmissíveis – carcinogênese – aquisição de mutações somáticas – oncogenes como os genes supressores de tumores. A integração viral: quando o vírus entra no DNA o Aumento expressão E6 e E7 pelo próprio vírus o HPV – próximo a um oncogene de célula hospedeira, como o MYC, levando também a sua superexpressão. Coilócitos: patognomônico do HPV 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 LIE: lesão intraepitelial escamosa Início da carcinogênese, precede carcinoma invasor por décadas ou anos Incidência máxima 30 anos (literatura) Carcinoma invasivo 45 anos (literatura) LIE baixo grau – LIEBG (NIC I): maioria regride, poucas evoluem para LIEAG. Não é tratada como lesão maligna. Mais comum. o Maioria regride (60%) LIE alto grau – LIEAG (NIC II e III): alto risco de progressão para carcinoma, mas a maior parte não progride, podendo regredir. Tratamento depende da histologia Diagnóstico precoce pelo exame de Papanicolau – esfregaços Captura Híbrida (30 anos ou mais – Estados Unidos) Vacina contra o HPV para os tipos 6, 11, 16 e 18 e a mais recentemente contra o tipo 9 Maioria assintomática, exame alterado na colposcopia (Schiller, ácido acético) ou Papanicolau. LIEBG: sem tratamento. LIEAG: biópsia ou exérese. o Ambas acompanhamento clínico e citológico. LIEBG: coilócitos; LIEAG (esquerda): núcleo maior, halo começa a desaparecer; LIEAG (direita): carcinoma com células bem atípicas Carcinoma Invasivo do Colo Uterino: CEC – 75%, pico aos 45 anos (desenvolve-se de 10 a 15 anos após LIE) Adenocarcinoma e carcinomas adenoescamosos mistos – 20%. Carcinomas neuroendócrinos de pequenas células – menos de 5%. Fatores de risco da progressão de LIE para carcinoma: tabagismo e HIV Papanicolaou e biópsia – únicas maneiras de monitorar o avanço da LIE para carcinoma in situ e carcinoma invasor. Tumores que atingem a zona de transformação, podem ser exofíticos ou não, visíveis e que invadem. Micro: Células escamosas atípicas em projeções ou grupos que invadem o estroma associadas a desmoplasia. Minimamente diferenciado a bem diferenciados com produção de pérolas córneas. Metástases menos de 1% para tumores menores que 3 mm de profundidade, mais de 10% quando a invasão excede 3 mm Igual ao CEC de outros lugares do corpo 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Útero Pode atingir endométrio (glândulas e estroma) ou miométrio (musculatura lisa). Sangramento uterino disfuncional: pólipos endometriais, leiomiomas, hiperplasia endometrial e carcinoma endometrial: menorragia (sangramento profuso ou prolongado no período menstrual), metrorragia (sangramento irregular entre os períodos menstruais) ou sangramento pós-menopausa. Disfuncional: ausência de lesão orgânica, anovulação, desequilíbrio no eixo hipotálamo/hipófise/ ovário, alterações adrenais, tumores hipofisários, tumores ovarianos, ovários policísticos, distúrbios metabólicos – obesidade, desnutrição Endometrite Inflamação que pode ser aguda (neutrófilos) ou crônica (linfócitos e plasmócitos). o Na menstruação: é normal ter neutrófilos Doença inflamatória pélvica (DIP) Outros microorganismos: N. gonorrhoeae ou C. trachomatis (folículos linfoides). Produtos retidos por aborto ou parto. Corpo estranho – DIU muito associado à leucorreia por endometrite Se não tratadas, podem evoluir para doenças como: granulomas, salpingite e peritonite tuberculosa Sintomas: febre, dor abdominal, alterações menstruais e risco para infertilidade e gestação ectópica – lesões e cicatrizes Adenomiose Parênquima endometrial dentro do miométrio (tecido endometrial dentro do útero) Hipertrofia do miométrio. Sintomas: menorragia, dismenorreia e dor pélvica. Histologicamente, igual à endometriose Endometriose Parênquima endometrial em qualquer lugar fora do útero/do miométrio (tubas, intestinos, reto, ovários, abdome, cicatriz cesárea, bexiga, saco de Douglas, ligamentos, septo retovaginal). 10% mulheres em período reprodutivo. É uma causa de infertilidade Refluxo/regurgitação, "metástase benigna", metaplasia do mesotélio, células tronco extrauterinas Nódulos marrom-avermelhados, conteúdo "achocolatado". Massas maiores. Alterações cíclicas, fibrose, aderências Pólipo endometrial A maioria são lesões sésseis – 0,5 a 3 cm de diâmetro, benignas. Cavidade uterina ou colo uterino. Endométrio semelhante ao da camada basal, muitas vezes com pequenas artérias musculares. Glândulas normais, podem estar dilatadas. Menopausa. Sangramento uterino anormal. Hiperplasia endometrial Proliferação de glândulas endometrial exagerada – hiperplasia, precursor do carcinoma de endométrio Não é considerada uma neoplasia Estrogênio em excesso e por tempo prolongado: o Obesidade, falta de ovulação, tumores produtores de estrogênio, ovário policístico o Hiperplasia sem atipias: baixo risco de progressão para carcinoma – 1 a 3% o Hiperplasia com atipias: neoplasia intraepitelial endometrial – risco de 20 a 25% Inativação gene supressor tumoral PTEN – hiperplasias com atipia (aproximadamente 50%) e em carcinomas endometrioides (superior a 70%) – lesão precursora do carcinoma endometrial do tipo endometrioide. 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Endométrio anovulatório ou desordenado exibindo glândulas dilatadas: Hiperplasia sem atipia,caracterizada por ninhos de glândulas agrupadas Hiperplasia com atipia, vista como aglomerados glandulares e atipia celular Carcinoma endometrial Câncer mais frequente no sistema genital feminino 55 – 65 anos, raro abaixo dos 40 anos Carcinoma endometrioide e seroso. o Outros tipos menos comuns de carcinoma endometrial: carcinoma de células claras e o tumor mulleriano misto (carcinossarcoma) Podem invadir miométrio, vasos, linfonodos regionais Vários tipos histológicos: mucinosa, tubária (ciliada) e escamosa Metastatiza mais lentamente: linfonodos regionais e locais mais distantes. Prognóstico pior para carcinomas serosos, depende fortemente do estadiamento A esquerda: tipo endometrioide, grau 1, infiltrando o miométrio e crescendo em um padrão granular. A direita: tipo endometrioide, grau 3, exibindo padrão de crescimento predominantemente sólido A esquerda: carcinoma seroso do endométrio, com formação de papilas e atipia citológica marcante. A direita: coloração imuno-histoquímica mostrando acúmulo de p53, um achado associado à mutação do gene TP53 Leiomioma Benigno, de células musculares lisas. 30% a 50% das mulheres em idade reprodutiva. Maioria em mulheres negras. Várias anormalidades cromossômicas diferentes e recorrentes. Os estrogênios e os contraceptivos orais estimulam o crescimento dos leiomiomas Regridem de tamanho na pós-menopausa. Não evoluem para leiomiossarcoma Causa muito comum de sangramento anormal 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Feixes de células musculares lisas de aspecto normal: Leiomiossarcoma Não surgem de um leiomioma prévio – células mesenquimais do miométrio. Maioria solitários, na pós-menopausa. Recorrência é comum. Metástases: geralmente para os pulmões. Taxa de sobrevida de cinco anos de cerca de 40% Quanto mais indiferenciado, pior prognóstico. Massas necrosadas moles e hemorrágicas. Histologia variável Características diagnósticas: o Necrose tumoral o Atipia citológica o Atividade mitótica Patologia das Tubas Uterinas e Ovários Patologias inflamatórias das tubas uterinas Salpingite: Associada a doença inflamatória pélvica (DIP) Gonorreia, Clamídia, Micoplasma, coliformes fecais (como E coli), estreptococos e estafilococos (pós- parto) – os últimos 3 causam sepse Sintomas: febre, dor abdominal inferior ou pélvica e massas pélvicas, resultantes da distensão das tubas com exsudato ou detritos inflamatórios Aderência (gravidez ectópica, esterilidade), abscesso tubo-ovariano Gravidez ectópica e endometriose: também podem causar inflamação nas tubas uterinas Tumores primários de tuba uterina Adenocarcinoma: São muito raros Podem ser local de origem de muitos carcinomas serosos de alto grau Carcinoma seroso intraepitelial tubário (CSIT) nas fímbrias, mutações no TP53 >90%, presentes em mulheres com mutação BRCA1 e BRCA2 o Relação forte entre esses genes e CA de mama e ovário – indicação de mastectomia Podem dar origem aos carcinomas esporádicos ovarianos (não hereditários BRCA1 ou BRCA2) o Mesmo que a mulher tenha a mutação dos BRCA1 ou BRCA2, esse tumor não será relacionado com que Atinge principalmente as fímbrias 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Cistos fisiológicos e não fisiológicos Fisiológicos: cistos foliculares e luteínicos Folículos de Graaf íntegros ou logo após a ruptura (se fecham novamente e formam cistos) o Fazem cirurgia por suspeita de neoplasia Múltiplos, pequenos (1-1,5 cm), superficiais, líquido seroso claro em seu interior. Podem se tornar maiores palpáveis e causar dor pélvica Parede do cisto: células da granulosa ou luteinizadas Rompimento causa dor, hemorragia e abdome agudo → cirurgia Parecem folículos de Graaf, mas não se romperam – vemos eles na superfície dos ovários Não Fisiológicos: síndrome do ovário policístico Ovário repleto de cistos, não tem hormônios suficientes para causar o ciclo menstrual Consequências: hiperandrogenismo, anormalidades menstruais, ovários policísticos, anovulação crônica e diminuição da fertilidade Sintomas: oligomenorreia, hirsutismo, infertilidade e, algumas vezes, obesidade Dobro do tamanho, repletos de cistos subcorticais Ausência de corpo lúteo ou albicante: os folículos NÃO OVULAM, NÃO evolui para folículo de Graaf Pouco estroma Patologias neoplásicas de ovário: epitélio de superfície multipotente ou celômico 90% dos tumores de ovário; relaciona-se com o carcinoma intraepitelial das fímbrias das tubas uterinas Vêm OU das tubas uterinas OU de cistos epiteliais do córtex ovariano Podem sofrer metaplasia ou transformação neoplásica (principalmente metaplasia tubária, epitélio ciliado) Neoplasias benignas geralmente císticas, cistoadenomas ou componente estromal cistoadenofibromas Malignos podem ser císticos cistoadenocarcinomas ou sólidos carcinoma o Cistoadenoma seroso: formado por células de revestimento que produzem líquido citrino, ciliado, superfície lisa o Cistoadenoma mucinoso: formado por células de revestimento que produzem líquido mucinoso, superfície lise o Cistoadenocarcinoma seroso: células de revestimento que produzem líquido citrino, ciliado, pode haver sangue, necrose, vegetações o Cistoadenocarcinoma mucinoso: células de revestimento que produzem líquido mucinoso, pode haver sangue, necrose, vegetações Categoria intermediária: borderline ou limítrofes podem recidivar ou progredir para carcinoma, podem ser serosos ou mucinosos Fatores de risco: nuliparidade, histórico familiar e mutações germinativas, uso prolongado de 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 anticoncepcionais orais diminui o risco, mutações BRCA1 e BRCA2 (CA de mama hereditário) Tumores Serosos: Mais comuns, maioria dos malignos o 60% benignos (30-40 anos) 15% limítrofes e 25% malignos (45-65 anos) Carcinomas Serosos o Baixo grau ou limítrofe: lenta evolução para carcinoma. Mutação em genes que codificam proteínas de sinalização (mutação gene KRAS) o Alto grau: rápido, originado da fímbria uterina (CTIS). Mutação TP53 em 95% dos casos. Genes NF1, RB, BRCA1 e BRCA2 Prognóstico depende do estágio Sobrevida 5 anos em carcinoma restrito a um ovário é de cerca de 90%, cai abruptamente para aquelas com tumores de estágio superior para menos de 40% dependendo do estágio. Tumores limítrofes praticamente 100% de sobrevivência. Mutações nos genes BRCA1/2 tendem a apresentar um melhor prognóstico. Só causa sintomas quando está muito avançado, não causa síndrome paraneoplásica MACRO: o Cistos, esféricos a ovoides, com até 30 a 40 cm de diâmetro. Cerca de 25% dos tumores benignos são bilaterais o BENIGNOS: o revestimento seroso é liso e brilhante. o MALIGNOS: superfície do adenocarcinoma apresenta irregularidades nodulares que correspondem a áreas em que o tumor invadiu a serosa. o Uni ou multiloculados (quantidade de cistos) o Líquido claro seroso + papilas MICRO: o Benignos: única camada de células epiteliais colunares que reveste o cisto ou cistos. Células ciliadas. o Corpos de psammoma (concreções calcificadas laminadas concentricamente) – comuns nas pontas das papilas. o Carcinoma de alto grau, células atípicas, formações papilares complexas e em multicamadas – padrões de crescimento de células malignas – ninhos ou folhas que invadem o estroma ovariano. Disseminam-se por toda a cavidade peritoneal e para os linfonodos regionais (linfonodos periaórticos), metástases linfáticas e hematogênicas distantes são raras. o Tumores limítrofes, que apresentam menos atipias citológicas e tipicamente nenhuma invasão estromal. Podem atingir peritônio – implantes tumorais – “não invasivos”. 4° fase MedicinaMaria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Tumores Mucinosos: Células secretoras de mucina, maioria são benignos. 10% são malignos; outros 10% são limítrofes e 80% são benignos. MACRO e MICRO: o Císticas que podem ser indistinguíveis de tumores serosos, o que diferencia – conteúdo cístico maior e multicísticos o Penetração da serosa, áreas sólidas de crescimento – sugestivas de malignidade o Células epiteliais produtoras de mucina revestem os cistos. o Malignos são caracterizados por áreas sólidas, empilhamento (estratificação) das células de revestimento, atipia citológica e invasão estromal. Menos bilaterais – útil para diferenciar adenocarcinoma mucinoso metastático e tumor primário do sistema gastrointestinal (conhecido como tumor de Krukenberg) – massas ovarianas bilaterais. Rompidos podem semear o peritônio, maioria regride espontaneamente. A implantação estável de células tumorais mucinosas no peritônio com produção de grande quantidade de mucina é chamada pseudomixoma peritoneal; maioria pela disseminação metastática dos tumores no sistema gastrointestinal, principalmente no apêndice O prognóstico – pouco melhor que o seroso – depende do estágio, e não do tipo histológico As mutações no gene KRAS são detectadas em aproximadamente 50% dos carcinomas mucinosos ovarianos, não coopera para sua diferenciação dos tumores gastrointestinais metastáticos, que também possuem uma alta frequência de mutações no gene KRAS. Tumores Endometrioides: Podem ser sólidos ou císticos Podem ter associação com endometriose MICRO: caracterizados pela formação de glândulas tubulares, semelhantes àquelas do endométrio, dentro do revestimento dos espaços císticos. o Formas glândulas benignas e limítrofes, mas geralmente são malignos. o Bilateral em cerca de 30% dos casos o 15% a 30% das mulheres portadoras desses tumores de ovário desenvolvem carcinoma de endométrio concomitante. Os que se assemelham ao carcinoma do tipo endometrioide do endométrio, muitas vezes exibem mutações no gene supressor de tumor PTEN, bem como mutações em outros genes que também atuam na estimulação da via de sinalização PI3K-AKT. Tumores de Brenner: Epitélio de superfície ou do epitélio urogenital aprisionado no interior da crista germinal Raro, sólido e geralmente unilateral Constituído por um estroma abundante que contém ninhos de epitélio de transição similar ao do sistema urinário Os ninhos podem ser císticos e revestidos por células colunares secretoras de muco. Geralmente cápsula lisa, branco-acinzentada ao corte, variando desde alguns centímetros até 20 cm de diâmetro Maioria benigna, tanto tumores malignos quanto limítrofes 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Ilhas de epitélio de transição: Outros tumores: células germinativas células estromais do cordão sexual; os mais comuns são teratomas Teratomas 15% a 20% dos tumores do ovário. Duas primeiras décadas de vida, quanto mais jovem a pessoa, maior a probabilidade de malignidade. Mais de 90% são teratomas císticos maduros benignos; a variante maligna é rara. Originários de pelo menos 2 folhetos embrionários Teratomas Císticos Benignos (Maduros): Tecidos maduros – 3 camadas de células germinativas: ectoderma, endoderma e mesoderma. Maioria dos cistos revestidos por epiderme repletos de apêndices anexiais Maioria em mulheres jovens como massas ovarianas ou acidentalmente em radiografias ou varreduras abdominais – focos de calcificação causados por estruturas semelhantes a dentes Mais de 90% são unilaterais, sendo o lado direito mais comumente afetado Raramente excedem 10 cm de diâmetro Ao corte: secreção sebácea e pelos, epiderme com pelos. Projeção nodular – dentes. Podem apresentar osso e cartilagem, ninhos de epitélio brônquico ou gastrointestinal e outros tecidos Infertilidade e são propensas a sofrer torção (em 10% a 15% dos casos). Complicação paraneoplásica rara: a encefalite límbica, que pode se desenvolver em mulheres com teratomas contendo tecido neural maduro que, muitas vezes, regride com a ressecção tumoral Maligniza em cerca de 1% dos casos, geralmente para carcinoma de células escamosas Teratomas Malignos Imaturos: No início da vida, média de detecção clínica aos 18 anos Volumosos, parecem sólidos ao corte, com necrose Raramente estão presentes focos císticos contendo secreção sebácea, pelos MICRO: presença de elementos imaturos ou minimamente diferenciados de cartilagem, osso, músculo, nervos ou outros tecidos Prognóstico depende do grau e do estágio Principal: componente neural 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Teratomas Especializados: Raro Completamente composto por tecido especializado Struma ovarii – tecido tireoidiano maduro – hipertireoidismo Massas ovarianas pequenas, sólidas, unilaterais e de coloração marrom Outros teratomas especializados incluem os tumores carcinoides de ovário, que em raras ocasiões produzem a síndrome carcinoide. Outras patologias ovarianas Endometriose Ovariana: Cistos com conteúdo achocolatado Endométrio dentro do estroma ovariano Causa de infertilidade Doenças da Gestação As doenças da gravidez podem levar a mobimortalidade tanto do feto quanto da mãe, alguns exemplos são: Processos infecciosos da placenta/cordão Gestação ectópica Doença hipertensiva específica da gestação Alterações macroscópicas ou mal desenvolvimento placentário Neoplasias trofoblásticas Histologia da Placenta Macroscopia: Formato de disco placentário Face fetal membranas, cordão umbilical Face materna: cotilédones, insere-se no útero Vilosidades coriônicas: ramificações cortadas transversalmente Circulação: Cordão traz o sangue Espaço interviloso – derivado das lacunas (apenas sangue fetal) Sangue materno chega ali através das artérias espiraladas Trocas por difusão, os sangues não se misturam Citotrofoblasto e Sinciciotrofoblasto: 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Citotrofoblasto mais no começo da gestação, vai desaparecendo Sinciciotrofoblasto predomina ao final da gestação Membranas amniocoriônicas: abaixo do córion ainda há a descídua (endométrio gravídico) Cordão umbilical: Maturação Normal da placenta: Quanto mais avançada a gestação, mais nós sinciciais existem (Sinciciotrofoblasto) Antes: Depois: Infecções das membranas placentárias 2 vias: ascendente e hematogênica Ascendente: é a via mais comum de infecção o Geralmente bacterianas (micoplasma, bactérias da flora, strepto do grupo B, candida, etc) o Pode levar à ruptura prematura de membranas o Chamadas de corioamnionite o Se houver acometimento do cordão: funisite Corioamnionite: infecção da placenta 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Funisite: infecção da placenta e do cordão umbilical Disseminação hematogênica: disseminação mais rara o Bactérias ou outros microorganismos o Células inflamatórias mais nas vilosidades coriônicas – vilosite ou vilite o Exemplos: sífilis, tuberculose, listeriose, toxoplasmose, vários vírus (CMV, herpes....) o TORCH – podem afetar o feto em desenvolvimento Toxoplasmose Rubéola Citomegalovírus Herpes Simples o COVID pode infectar a placenta: principalmente afetações de mal perfusão vascular (como trombose) Gestação Ectópica Implantação de ovócito fertilizado em qualquer outro local que não o útero 1% do total das gestações 90% das gestações ectópicas ocorrem na tuba uterina (gestação tubária) o Outros locais menos comuns: ovários e cavidade abdominal/peritônio Fatores predisponentes: inflamação crônica ou histórico de inflamação no local (DIP, salpingites), endometriose,etc – porém em 50% não há nenhuma causa anatômica que justifique Desenvolvimento das estruturas normais porém ectópica (saco gestacional, placenta e até embrião) MACRO: tuba distendida, preenchida por sangue e coágulos (hematoma intra-tubário), tecido placentário e embrião MICRO: vilosidades dentro da tuba uterina 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 DHEG ou Pré-eclâmpsia Achados patológicos: Infartos placentários – comuns no final da gestação; resulta de fluxo obstruído ou inadequado de sangue; exemplos: aterose, trombos, condições trombóticas, hematoma retroplacentar, etc Hemorragias retroplacentárias Maturação anormal, mais avançada do que a esperada para a IG Hipovascularização Necrose Fibrinoide Aumento dos nós sinciciais – maturação Necrose: Outras alterações da placenta (macroscópicas) Placenta sucenturiada Placenta bilobulada Placenta gemelar, monocoriônica e monoamniótica Placenta monocoriônica e diamniótica 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Placenta trigemelar Transfusão feto-fetal: feto “doador” menor e mais pálido, feto “receptor” mais corado e um pouco maior; Placenta de quíntuplos Outras alterações do cordão ((macroscópicas) Nós verdadeiros Nós falsos Artéria umbilical única 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Circulares de cordão Cordão marginal ou em raquete: perfusão pode ser prejudicada Inserção velamentosa (nas membranas): pode causar lesões ou ruptura dos vasos, hematomas placentários Doença trofoblásticas gestacional O que é: proliferação anormal do Trofoblasto; há produção de hCG geralmente muito maior que o normal para a IG – diagnóstico e monitorização do tratamento Mola Hidatiforme: massa volumosa de vilosidades coriônicas edemaciadas, às vezes cisticamente dilatadas, lembrando “cachos de uva”. As vilosidades são revestidas por epitélio coriônico variando de normal até altamente pleomórfico (lembrando neoplasia agressiva) Altos níveis de hCG podem causar hiperêmese Mulheres < 20 anos e > 40 anos Histórico de mola prévio predispõe a outras gestações molares Com o US + níveis elevados de hCG + hiperêmese + ausência de BCF, geralmente nos primeiros exames já há o diagnóstico da mola 2 tipos: ambos resultam de fertilização anormal, com excesso de material genético paterno Mola hidatiforme completa: conteúdo genético fornecido por 2 espermatozoides, ou por 1 espermatozoide diploide (anormal), (óvulo sem material) → formando-se células diploides contendo apenas material genético do pai o Células diploides 46, XX ou mais raramente 46, XY o TODAS as vilosidades coriônicas são alteradas o Incompatíveis com a embriogênese – sem partes fetais 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Vilosidades com edema, cistificações – cisternas Massas de cito e Sinciciotrofoblasto proliferadas de forma desordenada e atipias Mola hidatiforme incompleta ou parcial: quase sempre triploide (69, XXY) – com predominância de genes paternos o Um ovócito normal fertilizado por 2 espermatozoides, ou por 1 espermatozoide diploide o Compatível com formação inicial do embrião, podendo ter partes fetais o Vilosidades normais intercaladas com vilosidades alteradas o Macroscopia: não é tão característico de “cachos de uva” Vilosidades normais e alteradas misturadas, com menos atipias e alterações que a mola completa 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Mola invasiva: mola persistente que invade localmente as fibras do miométrio; o 6-10x mais frequente que o coriocarcinoma o Pode fazer embolização/disseminação extra uterina – mas também podem regredir espontaneamente o Mantém a arquitetura de vilosidades anormais da mola, porém que penetram profundamente na parede uterina o Tratamento altamente eficaz com quimioterapia (80% de cura) Coriocarcinoma Neoplasia maligna muito agressiva Pode originar-se das células coriônicas gestacionais ou menos frequentemente das células totipotenciais das gônadas Cerca de 50% origina-se a partir de molas completas, cerca de 25% após aborto, e restante após gestação normal Manifestação: corrimento hemorrágico, altos níveis de beta Massas uterinas hemorrágicas e necróticas, pode predominar a necrose até restar nada de tumor primário (somente as metástases contarão a história) Invasão precoce de miométrio e vasos, metástases geralmente já ao diagnóstico Não há formação de vilosidades coriônicas Diagnóstico: Cito e sinciciotrofoblasto altamente atípico Apesar da natureza agressiva, responde bem à quimioterapia – 90% dos casos (nas gônadas a resposta é mais pobre – provavelmente devido à presença de antígenos paternos no tipo gestacional, que gera uma resposta imune contra antígenos “estranhos”) Micro: células pleomórficas, núcleos atípicos 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Outros tumores placentários Mais raros: Tumor trofoblástico do sítio placentário Tumor trofoblástico epitelioide Corioangioma / corioangiose: “hemangioma de placenta” – proliferação de vasos maior que o normal Metástases de outros tumores, tanto neoplasias da mãe quanto do feto
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