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WBA0438_v1.0 CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA APRENDIZAGEM EM FOCO 2 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Autoria: Eugenio Montoto Leitura crítica: Gisele Zanardi Polizel A Contabilidade é uma ciência social considerada a linguagem dos negócios, o objetivo da contabilidade é a elaboração de um conjunto de informações que possam ser úteis para que os usuários da informação contábil possam tomar decisões sobre a entidade (empresa) em questão. A contabilidade tributária é um ramo da Contabilidade focada na gestão dos tributos e entende-se por gestão dos tributos muito mais do que o registro correto, mas uma visão ampla que nos leva à crítica de como evitar o tributo ou como reduzir seu valor ou postergar seu pagamento de forma lícita. Esta disciplina evidencia que a contabilidade tributária só pode ser praticada em sua plenitude no contexto de uma entidade se ocorrer o envolvimento multidisciplinar de todas as áreas que têm poder para alterar os fatos que alteram a gestão dos tributos. A disciplina também apresenta os conceitos de elisão e evasão fiscal, que são conceitos que definem o que é lícito e o que é ilícito em termos de procedimentos contábeis. Esta disciplina também apresenta os principais tributos inerentes às operações de compra e venda, patrimônio e resultado. Por fim, também será apresentado um caso prático de planejamento tributário envolvendo a decisão de opção pelo regime de imposto de renda a adotar, considerando diversos cenários. 3 A disciplina é apresentada em quatro temas, e no que diz respeito a cada tema, você encontrará um texto designado como “Leitura digital”, que é uma apresentação do tema de forma mais detalhada e uma “Aprendizagem em foco”, que trata de um resumo da “Leitura digital” com um incremento de algo novo. Conteúdo programático 1: “Contabilidade e tributação”. Conteúdo programático 2: “A lógica dos tributos e sua contabilização”. Conteúdo programático 3: “Fenômenos tributários e os impactos nas demonstrações contábeis”. Conteúdo programático 4: “Planejamento tributário”. Esperamos que a disciplina possa contribuir para ampliação da sua visão no que diz respeito ao universo tributário. INTRODUÇÃO Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática profissional. Vem conosco! TEMA 1 Contabilidade e tributação ______________________________________________________________ Autoria: Eugenio Montoto Leitura crítica: Gisele Zanardi Polizel 5 DIRETO AO PONTO A contabilidade no Brasil A contabilidade no Brasil sofreu uma grande transformação a partir de 2008 até dezembro de 2017. A contabilidade, antes, era muito influenciada por normas fiscais e sequer o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) tinha poderes formais para editar normas contábeis. Os profissionais do setor faziam refletir nas demonstrações contábeis todas as orientações oriundas de normas tributárias, distorcendo a real situação financeira, econômica e patrimonial das entidades. Com a promulgação da Lei nº 11.638/07, a Lei nº 6.404/76 foi harmonizada em relação às normas internacionais IAS/IFRS. Já tinha sido criado, em 2005, um órgão designado Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, a partir de 2008, o CPC passou a ser o representante formal brasileiro na convergência do Brasil às normas IAS/IFRS, emitidas pelo IASB. O IASB é uma entidade internacional que possui adesão das principais nações do mundo e de onde surgem os padrões internacionais para elaboração de relatórios contábeis financeiros. Figura 1 – Escopo de cada órgão Fonte: desenvolvido pelo autor. 6 O CPC traduz e harmoniza as normas IAS/IFRS com as particularidades brasileiras, em seguida, o CFC oficializa sua aplicação geral e obrigatória. As bases do sistema tributário no Brasil Tributo é uma obrigação instituída por lei que, basicamente, tem seu fato gerador quando uma pessoa física ou jurídica obtém renda de qualquer natureza ou posse de propriedades. Não se pode confundir tributo com penalidade ou multa. As espécies de tributos no Brasil arrecadados pela União, pelos estados, municípios e Distrito Federal são os impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições parafiscais ou especiais. O que diferencia as espécies tributárias entre si é a destinação dos recursos. Figura 2 – Taxonomia dos tributos Fonte: desenvolvido pelo autor. 7 Os impostos não possuem vinculação de aplicação, isto é, os recursos podem ser aplicados livremente pelo ente arrecadador, é claro, respeitando as leis orçamentárias. As taxas são cobradas para que um serviço específico seja prestado. As contribuições de melhoria só podem ser cobradas se promovem a valorização imobiliária com relação direta em investimento e valorização. Os empréstimos compulsórios podem ser instituídos para atender a despesas decorrentes de calamidade pública, guerra ou sua iminência ou investimento público de caráter urgente e de interesse nacional. As contribuições especiais ou parafiscais não possuem objetivo de financiar os gastos públicos, mas regular ou distribuir a riqueza nacional, citamos como exemplos as contribuições para o INSS, PIS, Pasep, FGTS e as contribuições das categorias profissionais. Referências bibliográficas MARQUES, H. J. Direito tributário. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MONTOTO, E. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. PARA SABER MAIS Tributos não cumulativos: os impostos, como regra geral têm a capacidade de serem não cumulativos, cito como exemplos o ICMS, o IPI, o PIS e o Cofins. Esses tributos possuem a capacidade de não se acumularem na cadeia produtiva, isto é, o valor pago em tributos na aquisição de mercadorias para revenda não faz parte do custo das mercadorias, ele pode ser recuperado na venda, o valor contábil para estoque das mercadorias é o preço deduzido dos tributos. Vamos exemplificar utilizando o ICMS. 8 Exemplo: uma empresa revendedora de alimentos adquiriu um lote de mercadorias no valor de R$ 100.000,00 com alíquota de ICMS de 18%. Vendeu 100% deste lote de mercadorias no mesmo mês pelo valor de R$ 150.000,00 e, como opera no mesmo estado do fornecedor, a alíquota do ICMS na venda foi a mesma. Tabela 1 – Registro na aquisição das mercadorias Valor da Tabela aquisição R$ 100.000,00 ICMS de 18% (ICMS a recuperar – direito) R$ 18.000,00 Valor contábil do estoque R$ 82.000,00 Fonte: elaborada pelo autor. Tabela 2 – Registro da venda das mercadorias Receita bruta (DRE) R$ 150.000,00 (-) ICMS de 18% (ICMS sobre vendas) R$ 27.000,00 Receita líquida R$ 123.000,00 Fonte: elaborada pelo autor. Tabela 3 – Tributo (ICMS) a recolher ao estado ICMS sobre vendas R$ 27.000,00 ICMS a recuperar R$ 18.000,00 Valor a recolher no mês seguinte desta operação R$ 9.000,00 Fonte: elaborada pelo autor. 9 O valor de ICMS pago na aquisição é um direito que é usado para diminuir o valor a ser recolhido. Referências bibliográficas MARQUES, H. J. Direito tributário. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MONTOTO, E. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. TEORIA EM PRÁTICA Uma indústria fabricante de tintas adquiriu 500 latas de tinta de alta resistência, essa tinta será utilizada para a pintura dos pisos de sua fábrica por sua durabilidade e resistência, também será utilizada como matéria-prima no processo produtivo das tintas de marca própria e, por último, uma parte do lote será estocado, com o objetivo de atender clientes especiais que não possuem acesso ao fabricante original. Cada lata de tinta tem preço unitário no valor de R$ 200,00, o IPI (Imposto de Produtos Industrializados) do fornecedor é de 20% (vinte por cento) e não está incluso no preço. O ICMS incluso no preço tem alíquota de 18% (dezoito porcento). O PIS (Programa de Integração Social) tem alíquota de 1,65% (um vírgula sessenta e cinco por cento) e o Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) tem alíquota de 7,6% (sete vírgula seis por cento). 10 Lorem ipsum dolor sit amet Autoria: Nome do autor da disciplina Leitura crítica: Nome do autor da disciplina Destino da aquisição (natureza das operações): 100 latas para consumo interno, 200 latas para revenda e 200 latas para utilizar no processo de manufatura. a. Qual o valor do registro contábil da aquisição das latas de tinta? b. Qual o valor correspondente aos tributos? c. Qual o valor desembolsado na aquisição? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 Este é um artigo detalhado que apresenta todo o cenário, desde o início da criação das normas internacionais, assim como o ambiente brasileiro antes e após a adoção das normas IAS/IFRS pelo Brasil e destaca a adoção obrigatória a partir de 2010. Também aborda algumas das principais mudanças e deixa clara que a convergência se deu de uma forma não traumática. ANTUNES, M. T. P. et. al. A adoção no Brasil das normas internacionais de contabilidade IFRS: o processo e seus impactos na qualidade da informação contábil. Revista de Economia e Relações Internacionais, v. 10, n. 20, p. 5-19, jan. 2012. Indicações de leitura 11 Indicação 2 Este é um artigo objetivo e completo sobre toda a conceituação de tributos, assim como suas espécies e competências tributárias. Você entenderá a discussão em torno das teorias de classificação, isto é, teoria tripartida e teoria pentapartida. MEDEIROS, F. B. S. Conceito de tributo e as espécies tributárias. Portal Âmbito Jurídico, Publicado em: 1 dez. 2016. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. O Brasil possui cerca de 7 milhões de empresas, deste total, cerca de 100.000 são sociedades anônimas. Por que a Lei nº 6.404/76, também designada como Lei das Sociedades Anônimas, sendo uma lei para uma parcela tão pequena em relação ao total de empresas, é considerada a base da contabilidade brasileira? 12 a. Porque o Comitê de Pronunciamentos definiu tal orientação no CPC 00. b. Porque as sociedades anônimas representam a maior parcela do PIB. c. Porque é uma determinação do Conselho Federal de Contabilidade. d. Porque é uma determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). e. Porque, desde 1977, o regulamento do imposto de renda passou a exigir que todas as empresas que fossem optantes pelo lucro real teriam que fazer as três principais demonstrações de acordo com a Lei nº 6.404/76. 2. Assinalar dentre as assertivas a única que contém apenas tributos de competência da União. a. IPI, ISS, PIS e INSS. b. IPTU, ITCMD e IR. c. IPI, IE, II e IR. d. ITBI, ISS e ICMS. e. ICMS, ISS e CSL. GABARITO Questão 1 - Resposta E Resolução: Desde o regulamento do IR de 1977, todas as empresas, independente da constituição jurídica, devem fazer contabilidade como se S.A 13 Questão 2 - Resposta C Resolução: IPI é o Imposto sobre Produtos Industrializados, IE significa Imposto de Exportação, II significa Imposto de Importação, e IR, Imposto de Renda, todos de atribuição exclusiva da União. TEMA 2 A lógica dos tributos e sua contabilização ______________________________________________________________ Autoria: Eugenio Montoto Leitura crítica: Gisele Zanardi Polizel 15 DIRETO AO PONTO 1. Tributos mais relevantes Os tributos mais relevantes na vida das empresas são os tributos sobre as compras, vendas e os serviços, mas existem outros também relevantes, como os tributos relacionados com o pessoal, lucro, importações e exportações, patrimônio e operações financeiras. O cálculo dos tributos sobre as operações envolvendo as compras e as vendas também dependem da capacidade da empresa de ser contribuinte do tributo específico e da natureza das operações. Figura 1 – Áreas de tributação Fonte: elaborada pelo autor. 16 2. A lógica dos tributos 2.1. Tributos sobre as compras e as vendas A lógica do IPI, ICMS, PIS e Cofins possui similaridades, abaixo apresentamos as regras gerais e mais comuns: Regra 1 – Regra do consumo: não existe direito a crédito de tributos na aquisição para consumo. Regra 2 – Regra do IPI: (2.1) quando uma indústria adquire matéria-prima para industrialização, sempre existe o direito ao crédito do IPI, calculado sobre o preço; (2.2) quando o adquirente for utilizar o item para comercializar, o IPI deve integrar o valor do estoque; (2.3) não existe direito de crédito na aquisição para USO. Regra 3 – Regra do ICMS: em aquisição para revenda ou manufatura, sempre existe direito ao crédito tributário calculado sobre o preço. Regra 4 – Regra do PIS/Cofins: em aquisição para revenda ou manufatura, sempre existe o crédito e deve ser calculado sobre o preço sem ICMS. 2.2. Tributos sobre operações com serviços Na aquisição de serviços, o ISS não gera direito a crédito, o PIS e o Cofins geram direito a crédito da mesma forma que em operações com produtos e mercadorias. 17 2.3. Tributos sobre a folha de pagamento Os tributos incidentes sobre a folha de pagamento se subdividem entre os tributos descontados dos empregados, como a previdência e imposto de renda retido, e os gastos adicionais da empresa sobre a folha de pagamentos, como a previdência parte do empregador, FGTS. Além desses tributos principais, existem outros gastos extras das empresas, como salário-educação, seguro de acidentes de trabalho e as contribuições para o sistema S. Referências bibliográficas MARQUES, H. J. Direito tributário. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MONTOTO, E. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2017. REZENDE, A. J.; PEREIRA, C. A.; ALENCAR, R. de. Contabilidade tributária: entendendo a lógica dos tributos e seus reflexos sobre os resultados da empresa. São Paulo: Atlas, 2010. PARA SABER MAIS A pessoa jurídica pode recolher imposto de renda em três modalidades, lucro real, lucro presumido e lucro arbitrado, de acordo com o art. 44 do CTN. 18 De acordo com o art. 257 RIR/2018, as empresas com receita bruta acima de 78 milhões estão obrigadas a adotar o lucro real, que será nosso objeto de estudo neste tópico. Para determinação da receita bruta, devemos excluir o IPI, as vendas canceladas e os descontos incondicionais. A base de cálculo para o imposto de renda no lucro real não é o lucro contábil, as despesas e as receitas registradas para apuração do lucro contábil devem estar em consonância com as normas contábeis e existem situações em que o regulamento do imposto de renda (RIR/2018) não reconhece algumas despesas e receitas contábeis. É necessário fazer ajustes no lucro contábil para determinar o “lucro real”, esses ajustes são as chamadas exclusões ou inclusões para apuração do lucro tributável (lucro real sob a ótica fiscal). Por exemplo, despesas com brindes e despesas com multas. Essas despesas não são consideradas despesas sob a ótica fiscal e receitas oriundas de equivalência patrimonial, reversões de provisões não dedutíveis e outras não são receitas tributáveis sob a ótica fiscal. Se o resultado operacional de uma empresa no primeiro trimestre de 2020 for R$ 100.000,00, e para obtenção deste lucro tiverem sido computadas despesas com brindes de R$ 5.000,00, despesas com multas de trânsitode R$ 2.000,00, receita de equivalência patrimonial de R$ 13.000,00 e reversão de provisão no valor de R$ 4.000,00, o lucro tributável será determinado da seguinte forma: Tabela 1 – Livro de apuração do lucro real (Lalur) LALUR (Livro de Apuração do Lucro Real) Ajuste Resultado operacional R$ 100.000,00 Adição (+) Despesa com brindes R$ 5.000,00 19 Adição (+) Despesas com multas R$ 2.000,00 Exclusão (-) Receita de equivalência (R$ 13.000,00) Exclusão (-) Receita de reversão (R$ 4.000,00) Base Lucro tributável (LUCRO REAL) R$ 90.000,00 Fonte: elaborada pelo autor. O cálculo do imposto de renda pode ser trimestral ou anual. Na hipótese trimestral, devemos aplicar 15% sobre R$ 90.000,00 = R$ 13.500,00 e mais 10% sobre o excedente da média mensal de R$ 20.000,00. O excedente foi R$ 30.000,00, ou seja, o valor do tributo de R$ 90.000,00, deduzido de R$ 60.000,00 (R$ 20.000,00 x 3 meses). O imposto excedente será 10% de R$ 30.000,00 = R$ 3.000,00. O imposto total a pagar no trimestre seria de R$ 16.500,00. Referências bibliográficas FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2017. REZENDE, A. J.; PEREIRA, C. A.; ALENCAR, R. de. Contabilidade tributária: entendendo a lógica dos tributos e seus reflexos sobre os resultados da empresa. São Paulo: Atlas, 2010. 20 TEORIA EM PRÁTICA Uma empresa situada no estado de São Paulo, optante pelo lucro real trimestral, apresentou no primeiro trimestre de 2020 os seguintes dados: Tabela 2 – Demonstração do resultado (DRE) Demonstração do resultado Receita bruta R$ 500.000,00 (-) Tributos sobre as vendas ICMS ? PIS ? Cofins ? Receita líquida ? (-) CMV (R$ 172.075,00) Resultado bruto ? Despesas (R$ 100.000,00) Pessoal (R$ 80.000,00) Multas de trânsito (R$ 20.000,00) Outras receitas R$ 80.000,00 Equivalência patrimonial R$ 80.000,00 Resultado operacional ? 21 Imposto de renda ? Resultado líquido Fonte: elaborada pelo autor. Determinar o imposto de renda (IR) a pagar. Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 Sugiro a leitura do item 4 da parte II do livro citado. Nele, você poderá estudar com mais detalhes os tributos sobre receita (IPI, ICMS, PIS e Cofins). Atenção nos quadros-resumos apresentados pelo autor, onde são descritos a espécie, competência, fato gerador, classificação e outras características dos tributos estudados. REZENDE, A. J.; PEREIRA, C. A.; ALENCAR, R. de. Contabilidade tributária: entendendo a lógica dos tributos e seus reflexos sobre os resultados da empresa. São Paulo: Atlas, 2010. Indicação 2 Também sugiro a leitura do item 4 da parte II do livro citado a seguir. Nele, você encontrará outros aspectos relativos ao Indicações de leitura 22 ICMS, como o tratamento na transferência de mercadorias entre a matriz e filiais e entre filiais (item 4.4), não incidência (item 4.5), tratamento do ICMS na importação (item 4.14), vedação de crédito (item 4.16), prescrição do crédito (item 4.18), substituição tributária (item 4.22) e outros. SOUZA, E. P. de. Contabilidade tributária: aspectos práticos e conceituais. São Paulo: Gen/Atlas, 2018. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Uma empresa comercial situada no estado de São Paulo adquiriu mercadorias R$ 10.000,00 para revenda de uma distribuidora de São Paulo. Realizou a venda de todo o lote no mesmo mês pelo valor de R$ 14.400,00, para um cliente situado no Rio de Janeiro. O vendedor é uma empresa optante do lucro real. Qual é o lucro bruto e o CMV? a. R$ 3.899,32. b. R$ 4.058,34. 23 c. R$ 4.065,33. d. R$ 4.225,34. e. R$ 4.325,32. 2. Uma empresa comercial situada em São Paulo adquire pelo preço de R$ 10.000 itens para revenda, o vendedor é uma indústria de São Paulo. O IPI é de 20% e ambas são optantes do lucro real. Qual o valor de registro de estoque pela empresa compradora? a. R$ 9.275,00. b. R$ 9.256,50. c. R$ 9.562,50. d. R$ 9.156,50. e. R$ 9.526,50. GABARITO Questão 1 - Resposta B Resolução: O ICMS na aquisição de 18% - R$ 1.800,00. No cálculo do PIS e Cofins, é necessário abater o valor do ICMS, assim temos: PIS 1,65% - R$ 135,30 e Cofins 7,6% - R$ 623,20. O ICMS na venda é de 12% - R$ 1.728,00, o PIS 1,65% no valor de R$ 209,09, e a Cofins, 7,6% no valor de R$ 963,07. A receita líquida de venda será de R$ 11.499,84 que, deduzida do custo de R$ 7.441,50, resulta em R$ 4.058,34 de lucro bruto. Questão 2 - Resposta B Resolução: O valor para estoque é R$10.000 + IPI (R$ 2.000) - ICMS (R$1.800,00) - PIS e Cofins sobre [(Preço + IPI - 24 ICMS) = R$ 10.200] = R$ 10.000 + R$ 2.000 - R$ 1.800,00 - R$ 168,30 (PIS) - R$ 775,20 (Cofins) = R$ 9.256,50. TEMA 3 Introdução à gestão de riscos ______________________________________________________________ Autoria: Eugenio Montoto Leitura crítica: Gisele Zanardi Polizel 26 DIRETO AO PONTO Os tributos que provocam os maiores impactos econômicos e financeiros nas empresas são os tributos sobre a receita, patrimônio e renda. Nosso foco nesta etapa do curso é estudar alguns tributos sobre o patrimônio (IPVA e IPTU) e sobre a renda (IRPJ e CSLL). O IPVA é de competência dos estados e Distrito Federal, e incide sobre a propriedade de veículos automotores. A alíquota sobre veículos a gás ou álcool ou eletricidade é de 3%, e para veículos a gasolina é de 4%. O tributo deve ser lançado como despesa antecipada no início do ano e ser apropriado como despesa a cada mês do ano. O IPTU é de competência dos municípios e Distrito Federal e incide sobre o valor venal de propriedade, domínio ou posse de bem imóvel localizado em zona urbana. Os imóveis comerciais têm cobrança próxima a 1%, e os comerciais, em torno de 1,5%. Embora o tributo seja cobrado no início do ano, ele deve ser registrado como despesa antecipada e apropriado como despesa a cada mês. O imposto de renda da pessoa jurídica (IRPJ) possui três modalidades de cálculos: 27 Figura 1 – Modalidades de cálculo do IRPJ Fonte: elaborada pelo autor. Na modalidade lucro real, o contribuinte apura o tributo a pagar com base em seu efetivo lucro sob a ótica fiscal (lucro real). O lucro real é determinado a partir do lucro calculado, adotando- se as normas contábeis e, sobre este, aplicam-se exclusões ou inclusões para obter o lucro fiscal (lucro real). Esta diferença de enfoque existe porque o fisco não considera como despesa fiscal alguns itens que são considerados despesas contábeis, como multas, por exemplo. Na modalidade lucro presumido, o contribuinte apura o lucro presumido a partir de percentuais sobre sua receita bruta e sobre este lucro presumido é aplicado 15% para determinar o imposto a pagar. Na modalidade lucro arbitrado, o tributo a pagar é arbitrado pela autoridade fiscal, esse tributo a pagar, normalmente, é baseado nas regras do lucro presumido com um adicional de 20%. 28 A contribuição sobre o lucro líquido (CSLL) também possui a modalidade real ou presumida, sempre acompanhando a mesma opção da empresa pelo imposto de renda. É um tributo que é calculado aplicando-se 9% sobre o lucro tributável. No caso da CSLL real, também é necessário realizar inclusões e exclusões sobre o resultado contábil, a legislação do CSLL não é exatamente a mesma do IRPJ lucro real, mas é próxima. Na CSLL presumido, deve ser determinado o lucro presumido (12% para atividades industriais, serviços hospitalares e transporte e 32% para serviços em geral), sobre estelucro presumido deve ser aplicado o percentual de 9%. Tanto no IRPJ como na CSLL na modalidade real, é possível a utilização de estoques de prejuízos (prejuízos fiscais acumulados), essa utilização é limitada a 30% da base de cálculo do lucro real. As demonstrações contábeis que mais evidenciam tributos são o balanço patrimonial, demonstração do resultado e demonstração do valor adicionado. No balanço patrimonial (BP), o impacto dos tributos deve ser observado nos direitos tributários estabelecidos com os tributos a recuperar e os tributos diferidos e as obrigações tributárias com os tributos a pagar no passivo circulante e não circulante. Na demonstração do resultado (DRE), podemos observar tributos que são apenas deduções na receita (tributos sobre vendas), tributos como custos dos produtos (CPV), tributos como despesas e tributos sobre a renda (IRPJ e CSLL). Na demonstração do valor adicionado (DVA), percebemos o peso ou a importância dos tributos no total da riqueza gerada pela entidade. 29 Referências bibliográficas MARQUES, H. J. Direito tributário. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MONTOTO, E. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2017. REZENDE, A. J.; PEREIRA, C. A.; ALENCAR, R. de. Contabilidade tributária: entendendo a lógica dos tributos e seus reflexos sobre os resultados da empresa. São Paulo: Atlas, 2010. PARA SABER MAIS Vamos nos aprofundar na DVA, ela é construída a partir da demonstração do resultado (DRE). A DVA possui duas partes bem distintas, o cálculo da geração do valor adicionado e o cálculo da distribuição do valor adicionado. Tabela 1 – Determinação da geração do valor adicionado I. Receita na DVA (com tributos) Faturamento com tributos + ganhos de capital (-) PCLD (+) reversão de PCLD (+) receita relativa a ativos gerados internamente (soma de custos) II. Insumos (com tributos) Valor do CMV ou CPV com tributos respectivos + materiais + serviços + perdas em ativos - reversões de perdas em ativos. III. Valor adicionado bruto (I - II) 30 IV. Retenção de valor adicionado (depreciação, amortização e exaustão) V. Valor adicionado líquido (III - IV) VI. Valor adicionado recebido em transferência Aluguéis, dividendos de avaliadas pelo custo, ganhos ou perdas de equivalência, juros de empréstimos e aplicações, royalties, etc. VII. Valor adicionado total = V + VI Fonte: elaborada pelo autor. Tabela 2 – Determinação da distribuição do valor adicionado I. Valor distribuído ao pessoal próprio (empregados) Salários, horas extras, décimo terceiro, férias, comissões, prêmios, gratificações, participações, salário-educação, benefícios e FGTS II. Valor distribuído aos governos Tributos efetivamente pagos aos governos Federal, Estadual e Municipal III. Valor distribuído aos terceiros Aluguéis pagos, juros pagos... IV. Valor distribuído aos sócios ou retidos Lucro líquido do exercício ou dividendos distribuídos (JCP) e lucro retido Fonte: elaborada pelo autor. 31 Referências bibliográficas MONTOTO, E. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. REZENDE, A. J.; PEREIRA, C. A.; ALENCAR, R. de. Contabilidade tributária: entendendo a lógica dos tributos e seus reflexos sobre os resultados da empresa. São Paulo: Atlas, 2010. TEORIA EM PRÁTICA A seguir, apresentamos a demonstração de resultado da empresa Vigo S.A., relativa ao exercício findo em dezembro de 2018. Tabela 3 – DRE DRE Valore em R$ milhares Receita bruta 1.000,00 (-) ICMS sobre vendas *1 (120,00) Receita líquida 880,00 (-) Custos das vendas (480,00) Resultado bruto 400,00 (-) Despesas (300,00) Comerciais*2 – R$ 180,00 Administrativas*3 – R$ 100,00 Financeiras – R$ 20,00 32 Outras receitas (ganho de equivalência) 20,00 Resultado operacional 120,00 (-) IRPJ (30,00) (-) Participações dos empregados (12,00) Resultado líquido 78,00 Fonte: elaborada pelo autor. Com base na DRE e nos dados apresentados, elabore a DVA da empresa Vigo referente ao ano de 2018. Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 Ler e estudar a parte dois do livro Contabilidade tributária, do professor Amaury José Rezende, da página 107 até a página 116. Nessas páginas, você poderá aprofundar seus conhecimentos a respeito de tributos sobre o patrimônio. Ler e estudar no mesmo livro da página 121 até a página 173 e você poderá aprofundar seus conhecimentos sobre IRPJ e CSLL. Para acessar o título, procure na Biblioteca Virtual. Indicações de leitura 33 REZENDE, A. J.; PEREIRA, C. A.; ALENCAR, R. de. Contabilidade tributária: entendendo a lógica dos tributos e seus reflexos sobre os resultados da empresa. São Paulo: Atlas, 2010. Indicação 2 Ler e estudar a parte três do livro Contabilidade tributária, do professor Amaury José Rezende, da página 235 até a página 242. Nessas páginas, você poderá aprofundar seus conhecimentos a respeito do impacto dos tributos no balanço patrimonial, na demonstração do resultado e demonstração do valor adicionado. Para acessar o título, procure na Biblioteca Virtual. REZENDE, A. J.; PEREIRA, C. A.; ALENCAR, R. de. Contabilidade tributária: entendendo a lógica dos tributos e seus reflexos sobre os resultados da empresa. São Paulo: Atlas, 2010. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 34 1. Determinada empresa apresentou um lucro tributável já ajustado de R$ 400.000,00. Qual o valor do imposto de renda a pagar na modalidade de lucro real? Assinale a alternativa correta: a. R$ 60.000,00. b. R$ 76.000,00. c. R$ 160.000,00. d. R$ 100.000,00. e. R$ 36.000,00. 2. Qual a CSLL a pagar na modalidade lucro real em uma empresa com R$ 400.000,00 de lucro tributável ajustado e possui R$ 200.000,00 de prejuízos compensáveis? Assinale a alternativa correta: a. R$ 36.000,00. b. R$ 18.000,00. c. R$ 27.000,00. d. R$ 25.200,00. e. R$ 40.000,00. GABARITO Questão 1 - Resposta B Resolução: Sobre R$ 400.000,00, devemos aplicar 15%, então teremos R$ 60.000,00. Devemos aplicar 10% sobre o excedente a R$ 240.000,00/ano, isto é, 10% sobre R$ 35 160.000,00 = R$ 16.000,00, total a pagar: R$ 76.000,00 (R$ 60.000,00 + R$ 16.000,00. Questão 2 - Resposta D Resolução: A base de cálculo para o CSLL é R$ 400.000,00, só poderá ser abatido o limite de 30% deste lucro, isto é, 30% de R$ 400.000,00 = R$ 120.000,00. A base de cálculo, considerando a compensação dos prejuízos acumulados, é R$ 400.000,00 - R$ 120.000,00 = R$ 280.000,00. Então a CSLL a pagar será de 9% de R$ 280.000,00 = R$ 25.200,00. TEMA 4 Planejamento tributário ______________________________________________________________ Autoria: Eugenio Montoto Leitura crítica: Gisele Zanardi Polizel 37 DIRETO AO PONTO Desde que começou a ser medida na década de 1950, a carga tributária vem sendo elevada em relação ao PIB na maioria dos países, passando, em média, de 15% em 1950 para 34,2% em 2017, segundo a OCDE. A média no Brasil em 2017 foi de 32,5%; cabe destacar que foi menor que a média de outros países mais desenvolvidos, como, por exemplo, a Dinamarca, França, Itália e Alemanha. Como comparação, apresentamos também a evolução dos Estados Unidos no quadro abaixo: Tabela 1 – Carga tributária versus PIB Carga tributária versus PIB 2008 2017 Brasil 34,00% 32,50% OCDE 32,90% 34,20% Dinamarca 45,00% 46,50% França 42,50% 46,00% Itália 41,50% 42,00%Alemanha 36,00% 37,50% Estados Unidos 26,00% 27,00% Fonte: elaborada pelo autor. A economia de tributos é fundamental neste cenário, pois há uma grande participação dos tributos em relação às receitas das 38 empresas, e para que essa economia seja a maior possível, é imprescindível a elaboração do planejamento tributário, que tem como premissa reduzir os custos tributários e, para que aconteça de uma maneira mais assertiva, é necessário envolver as áreas que possam ter participação nas decisões referente aos tributos. Decisões que podem levar a fatos que reduzam o peso dos tributos devem ser decisões lícitas e tomadas antes dos fatos geradores. Neste contexto, surgem os conceitos de elisão e evasão fiscal. Designamos como elisão fiscal o conjunto de medidas lícitas que podem ser tomadas visando a economia de tributos, e de evasão fiscal, o conjunto de medidas que visam retardar, diminuir ou eliminar tributos de formas ilícitas, isto é, fraudulentas, e que se enquadram como crimes de sonegação fiscal. Foi introduzido em 2001 no Código Tributário Nacional (CTN) a chamada “norma antielisão”; esta norma explicitou que a autoridade administrativa pode desconsiderar atos ou negócios que tenham a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador, portanto, trata-se de desconsiderar fatos ilícitos e isso não pode ser considerado elisão, mas evasão. Como as autoridades tributárias estão sempre buscando reduzir o espaço de atuação para economia de tributos, em algumas situações, a linha que separa uma conduta lícita de uma conduta ilícita é tênue, portanto, os profissionais que atuam na gestão e no planejamento tributário devem estar sempre muito atualizados sobre os procedimentos legais, e quando a legislação não for clara, devem tomar decisões apoiadas em aspectos técnicos e que sejam embasados em fortes argumentos. 39 As condutas no planejamento tributário podem ser classificadas em duas vertentes: planejamento sob o prisma estrutural e sob o prisma de objetivos. Do ponto de vista estrutural, o planejamento tributário pode ser operacional ou estratégico. Basicamente, a subclassificação estrutural operacional diz respeito ao envolvimento e à interação de áreas da empresa que podem influenciar nas decisões de ordem tributária. A subclassificação estrutural estratégica diz respeito a ações que influenciarão o impacto tributário, mesmo antes de a empresa existir. Do ponto de vista de objetivos, ele pode ter objetivos práticos mais comuns, o caráter anulatório, omissivo, induzido, optativo ou lacunar. Figura 1 – Planejamento por objetivos Fonte: elaborada pelo autor. 40 O caráter anulatório visa identificar procedimentos que eliminem custos tributários; o caráter omissivo tem por objetivo eliminar um tipo de evento por ser dispendioso; o caráter induzido visa analisar e adotar um caminho possível disponibilizado pelo ente tributante, que permite um custo tributário menor; o caráter optativo é a possibilidade de adoção de uma forma de cálculo que tribute menos; e o caráter lacunar é adotar um caminho de menor custo sempre que existe uma lacuna na legislação. Referências bibliográficas OLIVEIRA, G. O. Contabilidade tributária. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2017. MONTOTO, E. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2019 PARA SABER MAIS Um dos exemplos mais relevantes de planejamento tributário na prática é a opção pelo regime de tributação que todas as empresas devem fazer no início do ano. Vamos exemplificar o caso de uma empresa comercial, neste caso, o lucro presumido é calculado como 8% sobre a receita bruta. Para compreender na essência a diferença entre a opção lucro real e a opção lucro presumido, vamos considerar que não haja diferença entre o pagamento das contribuições sociais PIS e Cofins, dessa forma, ficarão evidenciadas apenas as diferenças referentes ao IRPJ e o CSLL. 41 O exemplo a seguir considera uma receita bruta de R$ 900.000,00. Na tabela a seguir apresentamos os cálculos dos tributos a serem pagos no lucro presumido. O lucro-base na opção lucro presumido será 8% sobre R$ 900.000,00 = R$ 72.000,00; o IR básico é de 15% sobre R$ 72.000,00 = R$ 10.800,00; como o lucro foi superior a R$ 60.000,00, é devido o IR excedente de 10% (R$ 72.000,00 - R$ 60.000,00) = R$ 1.200,00. A CSLL será de 9%, ou seja, R$ 6.480,00. Tabela 2 – Cálculos dos tributos Tributo Alíquota Base de cálculo Valor do tributo IR básico 15% da base de cálculo R$ 72.000,00 R$ 10.800,00 IR excedente 10% do excedente a R$ 60.000,00 R$ 12.000,00 R$ 1.200,00 CSLL 9% da base de cálculo R$ 72.000,00 R$ 6.480,00 R$ 18.480,00 Fonte: elaborada pelo autor. Agora vamos calcular os tributos (IRPJ e CSLL) a serem pagos na opção lucro real em duas hipóteses de lucratividade: hipótese 1, com 8%; e hipótese 2, 20% sobre o faturamento, respectivamente. 42 Tabela 3 – Cálculos dos tributos (IRPJ e CSLL) Tributo Alíquota Base de cálculo Valor do tributo IR básico 15% da base de cálculo R$ 72.000,00 R$ 10.800,00 IR excedente 10% do excedente a R$ 60.000,00 R$ 12.000,00 R$ 1.200,00 CSLL 9% da base de cálculo R$ 72.000,00 R$ 6.480,00 R$ 18.480,00 Fonte: elaborada pelo autor. Quando o lucro tributável é de 8% ou menor, a opção lucro real será a melhor opção para essa empresa. Tabela 4 – Cálculos dos tributos (IRPJ e CSLL) Tributo Alíquota Base de cálculo Valor do tributo IR básico 15% da base de cálculo R$ 180.000,00 R$ 27.000,00 IR excedente 10% do excedente a R$ 60.000,00 R$ 120.000,00 R$ 12.000,00 CSLL 9% da base de cálculo R$ 180.000,00 R$ 16.200,00 43 R$ 55.200,00 Fonte: elaborada pelo autor. Quando o lucro tributável é superior a 8%, no caso 20%, a opção do lucro real acarretará tributos a pagar em volume muito maior. Referências bibliográficas OLIVEIRA, G. O. Contabilidade tributária. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. MONTOTO, E. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. TEORIA EM PRÁTICA Determinar a melhor opção de imposto de renda entre lucro presumido e lucro real para uma empresa comercial que possui receita bruta trimestral em 2020 estimada em R$ 1.200.000,00. Para esse volume de receita, é estimada uma aquisição de mercadorias com direito a recuperação de PIS e Cofins da ordem de R$ 300.000,00 no trimestre. O lucro operacional previsto, segundo o regulamento do imposto de renda e da contribuição social após as inclusões e exclusões, é de 20% sobre a receita. Determinar também o valor dos tributos IRPJ, CSLL, PIS e Cofins a serem recolhidos em cada opção. Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. 44 LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 O trabalho de conclusão de curso indicado a seguir trata da elisão fiscal como ferramenta para o planejamento tributário. Para tanto, são descritos tanto a finalidade do planejamento tributário em si como também conceitos como elisão fiscal e evasão fiscal. ABRAHÃO, M. A. A elisão fiscal como ferramenta para o planejamento tributário. 2011. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio Econômico, Santa Catarina, 2011. Indicação 2 Recomendo a leitura dos capítulos 6 e 7 do livro Contabilidade tributária, do professor Gustavo Pedro de Oliveira. O capítulo 6 trata das definições, dos conceitos de elisão e evasão, assim como das classificações do planejamento tributário, e o capítulo 7, de alternativas práticas mais comuns de planejamento tributário. OLIVEIRA, G. O. Contabilidade tributária. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. Indicações de leitura 45 QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questõesserão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Quais são os tipos de atuação jurídica no planejamento tributário? Assinale a alternativa correta: a. Optativa, corretiva e garantidora. b. Superveniente, infralegal e preventiva. c. Preventiva, corretiva e especial. d. Superlativa, prerrogativa e especial. e. Preventiva, corretiva e infralegal. 2. A decisão sobre optar pelo lucro presumido ou lucro real deve ser feita no início de cada exercício fiscal. Se em determinada empresa os recolhimentos das contribuições sociais forem os mesmos em qualquer das opções e a empresa for uma empresa industrial, quando a empresa deverá adotar o lucro presumido? Assinale a alternativa correta: 46 a. Quando o lucro tributável for superior a 32% da receita bruta. b. Quando o lucro tributável for inferior a 32% da receita bruta. c. Quando o lucro tributável for superior a 8% da receita bruta. d. Quando o lucro tributável for inferior a 8% da receita bruta. e. Quando o lucro tributável for superior a 16% da receita bruta. GABARITO Questão 1 - Resposta C Resolução: O tipo preventivo refere-se às orientações que o setor jurídico realiza para que as obrigações principais e acessórias sejam cumpridas. O tipo corretivo refere- se aos procedimentos de correção jurídica que precisam ser realizados para minorar o impacto de erros que não deveriam ter sido cometidos. O tipo especial ocorre em função do lançamento de um produto, processos de reestruturação empresarial e outros que envolvem pesquisa, articulação de fatos, estudos dos aspectos jurídicos -fiscais, conclusão e formulação do planejamento. Questão 2 - Resposta C Resolução: Como na opção lucro presumido uma empresa industrial calcula os tributos de IRPJ e CSLL sobre o lucro presumido como 8% da receita bruta, quando o lucro tributável pelo regulamento do lucro real for maior do que 8% da receita bruta, a opção deverá ser pelo lucro presumido. Apresentação da disciplina Introdução TEMA 1 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 2 Direto ao ponto Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 3 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 4 Direto ao ponto Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito Botão TEMA 5: TEMA 2: Botão 158: Botão TEMA4: Inicio 2: Botão TEMA 6: TEMA 3: Botão 159: Botão TEMA5: Inicio 3: Botão TEMA 7: TEMA 4: Botão 160: Botão TEMA6: Inicio 4: Botão TEMA 8: TEMA 5: Botão 161: Botão TEMA7: Inicio 5:
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