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Contabilidade e Planejamento Tributário

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e-Book 1
Geisa Paulette
CONTABILIDADE 
E PLANEJAMENTO 
TRIBUTÁRIO
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3
FORMA DE REMUNERAÇÃO DOS SÓCIOS ����� 4
Conceitos e formas de remuneração dos sócios – 
pró-labore ������������������������������������������������������������������������������ 4
Conceitos, cálculos e contabilização dos Juros sobre 
Capital Próprio, Distribuição de Lucros e Dividendos��������� 8
Conceitos, cálculos e contabilização do MEI (Micro-
empreendedor Individual) �������������������������������������������������� 18
Conceitos, cálculos e contabilização do EIRELI (Em-
presa Individual de Responsabilidade Limitada) e 
Sociedade Limitada Unipessoal����������������������������������������� 27
Sociedade Limitada Unipessoal����������������������������������������� 31
Divisão da tributação brasileira e regimes de tributação 
dos impostos sobre a renda no Brasil ������������������������������� 33
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS ��������������������������������������������40
3
INTRODUÇÃO
Neste módulo, você estudará sobre a relação entre 
Contabilidade e Planejamento Tributário� É de suma 
importância conhecer as tratativas fiscais e como elas 
serão escrituradas na contabilidade, onde as informa-
ções deverão ser idênticas�
Abordaremos aqui as possíveis remunerações dos 
sócios, evidenciando a carga tributária, a legislação 
vigente, e as formas de sociedade individual�
Ao final, conseguiremos analisar vantagens e 
desvantagens das constituições societárias, as 
retiradas de pró-labore e as distribuições de lucros�
44
FORMA DE REMUNERAÇÃO 
DOS SÓCIOS
Na legislação vigente, podemos definir várias 
formas de remuneração dos sócios� Neste tópi-
co, você conhecerá as formas de recebimento de 
valores por sociedades constituídas por mais de 
um sócio, assim como as empresas individuais� 
Cada situação trará uma perspectiva financeira e 
fiscal, observando as vantagens e desvantagens 
ao final do estudo.
CONCEITOS E FORMAS DE 
REMUNERAÇÃO DOS SÓCIOS – 
PRÓ-LABORE
O que é pró-labore
O termo “pró-labore”, proveniente do latim, signi-
fica “pelo trabalho” e consiste na remuneração 
de sócios por atividades exercidas na empresa, 
normalmente, sob sua administração�
Somente os sócios que trabalham na empresa 
podem receber o pró-labore� Os que não exercem 
atividades – aqueles que são somente acionistas 
– podem retirar apenas o lucro apurado no período, 
também denominado “Distribuição de lucro”�
55
Incidência de encargos
Para a legislação brasileira, o pró-labore não é 
enquadrado como salário e, portanto, possui en-
cargos diferentes dos colaboradores da empresa� 
Porém, não está isento de recolhimentos ao fisco.
Sobre o pró-labore, também não é obrigatório o 
pagamento de benefícios, como 13º salário, férias, 
e FGTS, a não ser que esteja definido pelos sócios 
no contrato social, sendo, assim, opcional�
Segundo o decreto nº 3.048/99, que define o 
Regulamento da Previdência Social por meio do 
artigo 9º, os sócios que administram empresas são 
considerados contribuintes obrigatórios, deixando 
claro que os sócios-administradores não podem 
optar apenas pela retirada de lucro�
O valor mínimo de pró-labore deve ser de um sa-
lário-mínimo vigente e a forma correta de calcular 
o valor a ser pago para o sócio-administrador é 
pesquisar qual seria o salário ao se contratar um 
colaborador que exerça a mesma atividade na 
administração�
Normalmente, a incidência do INSS sobre o pró-
-labore é de 11%, mas pode ser aumentada, se a 
empresa for optante pelo Lucro Presumido ou Real 
e, ainda, se o sócio possuir carteira assinada ou 
for administrador em outra empresa�
66
Já o cálculo do IRRF se dá por meio da tabela 
progressiva, utilizando os valores recebidos de 
pró-labore como base de cálculo� 
A sistemática para recolhimento é a retenção na 
fonte, em que o sócio receberá o valor líquido, sen-
do o resultado entre o valor do pró-labore menos 
INSS e IRRF� Vale o comentário aqui que, como 
as tabelas são progressivas, pode haver faixa de 
isenção de IRRF�
Para o pró-labore há, ainda, a aplicação de 20% so-
bre o valor bruto, a título de contribuição patronal� 
Portanto, a empresa terá encargo sobre o valor 
recebido pelo sócio� Essa alíquota não é aplicada 
a empresas do Simples Nacional�
Registro de pró-labore
O registro do pró-labore é feito através de uma folha, 
bem parecida com a de pagamento de salários� Nela 
constará o valor bruto do pró-labore, assim como 
as retenções de INSS e IRRF (se houver, para este 
último)� Se houver contribuição patronal, também 
estará destacada no relatório�
O sócio recebe um recibo constando os mesmos 
valores do registro em folha e, em caso de neces-
sidade de comprovação de renda, o contador da 
empresa emitirá um demonstrativo próprio, no qual 
constem os valores recebidos�
77
Contabilização do pró-labore
A contabilização da folha de pró-labore será feita 
em contas do grupo de despesas administrativas� 
Com base no resumo de folha de pró-labore, com 
valores hipotéticos, vamos efetuar a contabilização�
Tabela 1: Resumo de folha de pró-labore�
Proventos Valor Descontos Valor
Pró-labore 10�000 INSS 1�100
IRRF 2�500
Total 
Proventos
10�000 Total Descontos 3�600
Líquido a Pagar 6�400
Fonte: Elaboração própria�
Contribuição Patronal – 20% – 2�000
Lançamentos Contábeis
1 – Valor do pró-labore bruto
D – Pró-labore (Despesa Administrativa) 10�000
C – Pró-labore a pagar (Passivo Circulante) 10�000
2 – Valor do desconto de INSS
D – Pró-labore a pagar (Passivo Circulante) 1�100
C – INSS a recolher (Passivo Circulante) 1�100
3 – Valor do desconto de IRRF
D – Pró-labore a pagar (Passivo Circulante) 2�500
C – IRRF a recolher (Passivo Circulante) 2�500
88
4 – Valor do INSS Patronal
D – INSS s/ pró-labore (Despesa Administrativa) 2�000
C – INSS a recolher (Passivo Circulante) 2�000
CONCEITOS, CÁLCULOS E 
CONTABILIZAÇÃO DOS JUROS 
SOBRE CAPITAL PRÓPRIO, 
DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS E 
DIVIDENDOS
Conceito de Juros sobre Capital Próprio
Juros sobre capital próprio (JCP) é uma das tra-
tativas adotadas para a remuneração dos sócios�
Dessa forma, o valor destinado ao Juros poderá 
ser contabilizado como despesa, diminuindo o 
lucro e, consequentemente, alterando a base de 
cálculo do IR e CS para as empresas de lucro real�
Os sócios não são isentos de valores recebidos 
de JCP, uma vez que a tributação desses valores 
se dá no momento do pagamento pela empresa, 
com retenção na fonte de IR� A alíquota é de 15% 
e deve ser recolhido até o 3º (terceiro) dia útil 
subsequente ao decêndio de ocorrência do fato 
gerador (pagamento ou crédito)�
O efetivo pagamento ou crédito dos juros depen-
de da existência de lucro do exercício (antes da 
dedução dos juros), ou de lucros acumulados e 
99
reservas de lucros� O montante deve ser igual ou 
superior a duas vezes os juros a serem pagos ou 
creditados� Portanto, segundo a legislação, os 
JCP não podem ultrapassar 50% do lucro líquido 
do exercício, nem 50% dos lucros acumulados e 
reservas de lucro de períodos anteriores�
Devem ser consideradas as seguintes contas do 
Patrimônio Líquido, para efetuar o cálculo dos juros:
 y Capital social – com todas as espécies de ações;
 y Reservas de capital e de lucros;
 y Ações em tesouraria; e
 y Prejuízos acumulados�
Entendemos, então, com base no parágrafo acima, 
que para o cálculo dos juros remuneratórios não 
poderão ser considerados os valores:
 y da reserva de reavaliação de bens e direitos;
 y da reserva especial;
 y da reserva de reavaliação capitalizada, em 
relação às parcelas não realizadas;
 y dos ajustes de avaliação patrimonial� (Lei nº 
11�638/07)�
Os valores acima só poderão ser considerados 
se forem adicionados ao lucro líquido para deter-
minação do lucro real, que servirá de base para o 
cálculo de Imposto de Renda e Contribuição Social�
1010
A seção XV do Regulamento do Imposto de Renda (RIR), 
Decreto 9�580/2018,trata exclusivamente de Juros 
sobre o capital próprio�
Exemplo prático de cálculo de Juros sobre Capital 
Próprio
Dados para análise:
Tabela 2: Dados para cálculo do JCP� 
Capital Social 3�900�000
Reserva de Reavaliação 650�000
Outras Reservas 455�000
Lucros Acumulados 1�300�000
Total do PL 6�305�000
Fonte: Elaborado pela autora�
 y Lucro do exercício antes dos JCP – 780�000
 y Taxa anual da TJLP – 12%
Cálculo dos JCP
Tabela 3: Cálculo do JCP�
(+) Total do PL 6�305�000
(-) Reserva de Reavaliação (650�000)
(=) Base de cálculo 5�655�000
(X) Alíquota TJLP 12%
SAIBA MAIS
1111
(=) Juros sobre capital próprio 678�600
Fonte: Elaborado pela autora�
Análise da dedutibilidade para adequação legal:
50% do lucro líquido do exercício (780�000 X 50%) 
= 390�000
50% dos lucros acumulados (1�300�000 X 50%) = 
650�000
O valor máximo que pode ser distribuído como 
JCP é 650�000, uma vez que 678�600 (valor total 
do JCP) ultrapassa o estipulado em lei� Leva-se 
sempre em consideração o valor máximo possível 
para distribuição�
Se o valor de JCP fosse menor que o máximo es-
tipulado em lei, poderia ser distribuído totalmente�
Contabilização dos Juros sobre Capital Próprio
Com base no exemplo acima, a contabilização fica 
da seguinte maneira: 
D – Despesas financeiras – JCP 650.000
C – JCP a Pagar (Passivo Circulante) 650�000
D – JCP a Pagar (Passivo Circulante) 97�500
C – IRRF a recolher (Passivo Circulante) 97�500
1212
Conceito de Distribuição de Lucros
O lucro é a remuneração do capital aplicado pelo 
sócio na empresa, diferente do pró-labore, que é 
a remuneração pelo trabalho do sócio�
Ele é calculado anualmente quando o balanço é 
fechado e, posteriormente, distribuído aos sócios, 
podendo ser de acordo com a participação no ca-
pital social ou de forma diferente da participação 
do capital social, desde que exista um acordo 
entre os sócios�
A distribuição de lucros é isenta de impostos, uma 
vez que o lucro já foi tributado na pessoa jurídica 
que o apurou�
Para chegar ao valor de lucro que poderá ser dis-
tribuído aos sócios há duas opções:
1 – Fazer escrituração contábil;
2 – Calcular o valor do Lucro Presumido, conforme 
legislação�
O que pode acontecer é que o valor do Lucro Pre-
sumido pode ser menor do que o apurado pela 
escrituração contábil�
Levando-se em conta que a escrituração contábil 
é obrigatória para todas as empresas, conforme 
citado pelo Conselho Federal de Contabilidade 
1313
(CFC), é válido que seja feita para apuração dos 
valores a serem retirados pelos sócios�
A Distribuição de Lucros deve ser feita anualmente, 
sendo possível a antecipação de lucros� Para isso, 
deve-se calcular o lucro da empresa até o mês em 
que está sendo realizada a antecipação e transferir 
da conta corrente da empresa para a conta corrente 
do sócio� Porém, para que essa operação seja vali-
dada, a empresa deve estar com todos os registros 
contábeis, fiscais e financeiros em ordem. Caso 
contrário, a distribuição do lucro será tributada, 
sendo entendida como pró-labore� Vale destacar 
que os lucros só podem ser distribuídos se eles 
existirem na empresa� (Lei nº 9�249/95 – art�10)
O artigo 1�008 da Lei 4�357/1964 cita: “Caso a 
empresa tenha débitos federais, municipais ou 
estaduais, não poderá realizar distribuição de 
lucros, estando então sujeita a multa de 50% do 
valor distribuído”�
Contabilização da Retirada de Lucro
A contabilização da retirada de lucro apenas reflete 
a transferência de valores monetários (dinheiro) 
da conta da empresa para a conta do sócio�
1414
É preciso atentar se estamos contabilizando uma 
antecipação de distribuição de lucro ou já efeti-
vando a distribuição de lucro no final do período.
Vamos contabilizar as duas situações, utilizando 
valores fictícios.
Exemplo 1: Contabilização de antecipação de 
distribuição de lucro
No mês X, a empresa fez a antecipação de lucro 
para o sócio H, no valor de 1.200. Verificou-se que 
foi apurado o valor de 1�400 de lucro no período�
D – Antecipação de Distribuição de Lucro (Ativo 
Circulante) 1�200
C – Banco conta Movimento (Ativo Circulante)
 1�200
Assim que o lucro for apurado ao final do exercício, 
precisaremos contabilizar o valor distribuído no 
Patrimônio Líquido�
Em dezembro, a empresa apurou o lucro total de 
7�800� Distribuiu aos sócios 7�800, levando em 
consideração o valor distribuído anteriormente�
D – Reserva de lucros / Lucros Acumulados (Pa-
trimônio Líquido) 1�200
1515
C – Antecipação de Distribuição de Lucro (Ativo 
Circulante) 1�200
D – Reserva de lucros / Lucros Acumulados (Pa-
trimônio Líquido) 6�600
C – Banco conta Movimento (Ativo Circulante)
 6�600
Exemplo 2: Contabilização da distribuição efetiva 
de lucro
No final do ano de XX, foi apurado na empresa 
ABC o lucro de 9�750, o qual será todo distribuído 
aos sócios�
D – Reserva de lucros / Lucros Acumulados (Pa-
trimônio Líquido) 9�750
C – Banco conta Movimento (Ativo Circulante)
 9�750
Porém, pode acontecer de a empresa apurar lucro e 
querer distribuir aos sócios, contudo, o pagamento 
só vai ocorrer no próximo período� Então, faz-se 
necessário contabilizar a provisão do pagamento 
no exercício de apuração do lucro�
1616
Exemplo 3: Provisão da Distribuição de Lucro
No final do ano de YY, foi apurado na empresa XZD 
o lucro de 11�100, o qual será distribuído no seu 
montante, porém pago no próximo ano�
D – Reserva de lucros / Lucros Acumulados (Pa-
trimônio Líquido) 11�100
C – Distribuição de Lucro a Pagar (Passivo Circu-
lante) 11�100
Conceito de Dividendos
Dividendos são valores distribuídos na forma de 
remuneração aos acionistas, por ocasião do en-
cerramento do exercício, quando há lucro apurado 
em Sociedades Anônimas�
Os valores podem ser pagos na forma de dinheiro, 
ações ou direitos de propriedades, sempre propor-
cional à quantidade de ações do investidor, sendo a 
periocidade especificada no estatuto da empresa.
De acordo com o artigo 202 da Lei 6�404/76 (Lei 
das S/As), que regula esse tema, o estatuto social 
determinará a porção mínima dos lucros que devem 
ser distribuídos, sendo obrigatório, por lei, distribuir 
dividendos ao final de cada exercício.
Muitas empresas adotam um percentual mínimo de 
25%, mas existem outras que adotam percentuais 
1717
menores ou maiores, e não há um limite mínimo 
exato estabelecido por lei�
Dentro do conceito de dividendos, temos a boni-
ficação e o dividendo especial extraordinário. A 
bonificação (bônus) é paga em forma de ações, 
proporcionalmente ao número de papéis adquiridos� 
Já o dividendo especial extraordinário é distribuí-
do com base em acontecimentos inesperados no 
decorrer do exercício que aumentam a receita e o 
caixa da empresa� Exemplo: venda de ativo�
No Brasil, os dividendos são isentos de imposto 
de renda, uma vez que as empresas já foram tri-
butadas em suas operações e, por isso, tributar 
os dividendos seria uma espécie de bitributação�
Contabilização de dividendos
Como há necessidade de apuração do lucro para 
distribuição dos dividendos, normalmente, o pa-
gamento se dá no período seguinte à apuração� 
Portanto, a contabilização ficará assim:
D – Reserva de lucros / Lucros Acumulados (Pa-
trimônio Líquido)
C – Dividendos a Pagar (Passivo Circulante)
1818
A Resolução CFC 1�398/2012 trata a ITG 08 – Conta-
bilização da Proposta de Pagamento de Dividendos�
CONCEITOS, CÁLCULOS E 
CONTABILIZAÇÃO DO MEI 
(MICROEMPREENDEDOR 
INDIVIDUAL)
Conceitos de MEI, SIMEI e respectivos 
tributos
A sigla MEI significa Micro Empreendedor Individual 
e é uma tratativa adotada para que os trabalhadores 
informais fiquem dentro da legalidade, com carga 
tributária reduzida�
O profissional cadastrado como MEI passa a ter 
CNPJ, ou seja, tem facilidades com a abertura de 
conta bancária, no pedido de empréstimos, e na 
emissão de notas fiscais, além de ter obrigações 
e direitos de uma pessoa jurídica�
Para ser MEI, algumas regras precisam ser seguidas:
 y Exercer profissionalmente atividade econô-
mica organizadapara a produção ou a circulação 
de bens ou de serviços (art� 966 do Código Civil); 
 y Auferir receita bruta acumulada nos anos-ca-
lendário anterior e em curso de até R$ 81�000,00 
SAIBA MAIS
1919
(oitenta e um mil reais)� No caso de início de ati-
vidade, o limite deve ser de R$ 6�750,00 (seis mil 
setecentos e cinquenta reais) multiplicado pelo 
número de meses compreendidos entre o mês de 
início de atividade e o final do respectivo ano-ca-
lendário, consideradas as frações de meses como 
um mês inteiro;
 y Exercer tão somente as ocupações constantes 
do Anexo XI da Resolução CGSN nº 140, de 2018;
 y Possuir um único estabelecimento;
 y Não participar de outra empresa como titular, 
sócio ou administrador;
 y Não contratar mais de um empregado, que 
só poderá receber 1 (um) salário-mínimo previsto 
em lei federal ou estadual ou o piso salarial da 
categoria profissional, definido em lei federal ou 
por convenção coletiva da categoria;
 y Não guardar, cumulativamente, com o contratante 
do serviço, relação de pessoalidade, subordinação 
e habitualidade;
 y Não realizar suas atividades mediante cessão 
ou locação de mão de obra�
Para a constituição como microempreendedor 
individual (MEI) e optante pelo Sistema de Reco-
lhimento em Valores Fixos Mensais dos Tributos 
Abrangidos pelo Simples Nacional (SIMEI), deve-se 
acessar o Portal do Empreendedor e informar os 
2020
dados pessoais do empreendedor individual para 
a sua formalização�
Como já citado, a carga tributária de um MEI é 
diferenciada por ser reduzida� A alíquota é de 5% 
do limite mensal do salário-mínimo e mais R$ 1,00 
(um real), a título de ICMS, caso seja comerciante 
e/ou R$ 5,00 (cinco reais), a título de ISS, caso seja 
prestador de serviço� O pagamento pode ser feito 
por meio de débito automático, on-line, ou emis-
são do Documento de Arrecadação do Simples 
Nacional (DAS)�
Diferentemente do que ocorre com os demais 
optantes pelo Simples Nacional, o optante pelo 
Simei é isento dos seguintes tributos:
 y IRPJ
 y CSLL
 y Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins e IPI 
(exceto se incidentes na importação)
 y Contribuição previdenciária patronal (exceto 
se contratar empregado) 
Assim como acontece com a opção pelo Simples 
Nacional, a opção pelo Simei não exclui a incidência 
de outros tributos, por exemplo:
 y IOF;
 y Impostos sobre a Importação e Exportação;
 y Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins e IPI 
incidentes na importação;
2121
 y ITR;
 y Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou 
ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda 
fixa ou variável, bem como relativo aos ganhos de 
capital auferidos na alienação de bens do ativo per-
manente, ou relativo aos pagamentos ou créditos 
efetuados pela pessoa jurídica a pessoas físicas;
 y FGTS;
 y Contribuição previdenciária relativa ao empregado�
A opção pelo Simei também não é suficiente para 
dispensar a obrigatoriedade de reter IRPJ, CSLL, 
Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins, conforme 
a legislação federal de regência desses tributos�
No que se refere ao pagamento dos tributos, O MEI 
tem as seguintes opções para emitir o DAS-MEI:
 y por meio do respectivo Programa Gerador 
– PGMEI;
 y por meio do APP do MEI para celular;
 y através do Totem Sebrae; ou 
 y incluir em Débito Automático�
A Lei Complementar nº 126, de 2006, no caput do 
art� 18-A cita: “De qualquer modo, o MEI está obri-
gado a pagar o valor mensal previsto pelo Simei, 
porque esse valor é fixo e independe do exercício 
de atividade e do volume de receita”�
2222
Então, vale dizer que, a partir do momento em que 
o MEI for optante pelo Simei, ele deverá recolher 
os valores do DAS-MEI, ainda que esteja inativo ou 
que tenha receita zero�
Obrigações fiscais, legais e contábeis do 
MEI
Conforme Resolução CGSN nº 140, nos artigos 
106, 108 e 109, as obrigações acessórias previstas 
para o MEI são:
 y Emitir documento fiscal para destinatários 
inscritos no CNPJ, salvo se o destinatário emitir 
nota fiscal de entrada de mercadorias;
 y Manter Relatório Mensal de Receitas Brutas 
para comprovação das receitas, no qual deverão 
ser anexadas as notas fiscais de entrada de mer-
cadorias e serviços tomados, bem como as notas 
fiscais emitidas de vendas ou prestação de serviços;
 y Apresentar Declaração Anual para o MEI 
– DASN-Simei;
 y Prestar informações relativas a terceiros, nos 
casos de contratação de funcionário�
Em relação ao Relatório Mensal de Receitas Brutas, 
a obrigação do MEI é mantê-lo, para apresentação 
apenas quando solicitado pelo Fisco�
Eventual inatividade do MEI não o desobriga de 
apresentar a DASN-Simei, pois o MEI que deixar 
2323
de apresentar a DASN-Simei ou que a apresentar 
com incorreções ou omissões ou, ainda, que a 
apresentar fora do prazo fixado, será intimado a 
apresentá-la ou a prestar esclarecimentos, conforme 
o caso, no prazo estipulado pela autoridade fiscal, 
e estará sujeito a multa�
O fato de ser MEI não é suficiente para obrigar ou 
desobrigar o contribuinte de apresentar declaração 
de imposto de renda pessoa física� Caso ele se 
enquadre em qualquer das hipóteses de obriga-
toriedade de declarar, de acordo com a legislação 
federal pertinente, deverá fazê-lo� Caso contrário, não�
O MEI só está desobrigado de apresentar GFIP e 
RAIS se não contratar empregado� 
O MEI fica dispensado da escrituração dos livros 
fiscais, contábeis e da Declaração Eletrônica de 
Serviços (DES), assim como de emitir nota fiscal 
para consumidor pessoa física� Porém, estará 
obrigado à emissão quando o destinatário da 
mercadoria ou serviço for cadastrado no CNPJ, 
salvo quando esse destinatário emitir nota fiscal 
de entrada� Independentemente da dispensa de 
emissão de nota fiscal, o MEI deve sempre adquirir 
mercadorias ou serviços com documento fiscal.
2424
Baixa e Desenquadramento do SIMEI
Não podemos confundir desenquadramento do 
Simei com baixa do MEI�
No desenquadramento, o contribuinte sai do Simei, 
mas mantém sua inscrição no CNPJ� Ou seja, o MEI 
pode ser desenquadrado do Simei e permanecer 
existindo como empresário individual, no Simples 
Nacional ou não� Já a baixa do MEI equivale à sua 
extinção, com baixa de sua inscrição no CNPJ�
O desenquadramento por opção do MEI poderá 
ser realizado a qualquer tempo, mas só produzirá 
efeitos a partir de 1º de janeiro do ano calendário 
subsequente� Já se a comunicação for feita no 
mês de janeiro, o desenquadramento produzirá 
efeitos nesse mesmo ano-calendário�
A obrigatoriedade do desenquadramento mediante 
comunicação dar-se-á por opção do MEI ou obri-
gatoriamente quando:
 y exceder no ano-calendário imediatamente 
anterior ou no ano-calendário em curso o limite 
de receita bruta previsto no § 1º do artigo 18-A da 
Lei Complementar nº 123, de 2006 (R$ 81�000,00, 
a partir de janeiro/2018);
 y exceder no ano-calendário de início de atividade 
o limite proporcional previsto no § 2º do art� 18-A 
da Lei Complementar nº 123, de 2006 (R$ 6�750,00 
multiplicados pelo número de meses compreendido 
2525
entre o início de atividade e o final do respectivo 
ano-calendário, a partir de janeiro/2018);
 y exercer atividade não constante no Anexo XI 
da Resolução CGSN nº 140, de 2018;
 y possuir mais de um estabelecimento;
 y participar de outra empresa como titular, sócio 
ou administrador;
 y contratar mais de um empregado ou pagar a 
ele mais que um salário-mínimo ou o piso salarial 
da categoria profissional;
 y incorrer em alguma das situações previstas 
para exclusão do Simples Nacional�
Será desenquadrado automaticamente do Simei 
o microempreendedor individual que promover a 
alteração de dados no CNPJ que importem em: 
 y alteração para natureza jurídica distinta de 
empresário individual;
 y inclusão de atividade econômica não permitida 
pelo CGSN;
 y abertura de filial.
O desenquadramento produzirá efeitos a partir do 
mês subsequente ao da ocorrência da situação 
impeditiva�
Distribuição de lucros
São considerados isentos do imposto sobre a renda,na fonte e na declaração de ajuste do beneficiário, 
2626
os valores efetivamente pagos ou distribuídos ao 
Microempreendedor Individual – MEI, optante pelo 
Simples Nacional, exceto os que corresponderem 
a pró-labore ou aluguéis�
A isenção fica limitada ao valor resultante da 
aplicação, sobre a receita bruta mensal, no caso 
de antecipação de fonte, ou da receita bruta total 
anual, tratando-se de Declaração de Ajuste Anual, 
dos percentuais de apuração do Lucro Presumido, 
mencionados no artigo 15, da Lei nº 9�249, de 26 
de dezembro de 1995�
O limite acima não se aplica na hipótese de o mi-
croempreendedor individual manter escrituração 
contábil que evidencia lucro superior àquele limite�
Vale lembrar que o MEI não está obrigado a ter 
escrituração contábil, porém, se optar por distribuir 
valor maior que o apurado no cálculo de lucro pre-
sumido, terá de ter os livros contábeis em ordem�
2727
CONCEITOS, CÁLCULOS E 
CONTABILIZAÇÃO DO EIRELI 
(EMPRESA INDIVIDUAL DE 
RESPONSABILIDADE LIMITADA) 
E SOCIEDADE LIMITADA 
UNIPESSOAL
Conceito de EIRELI
EIRELI é a sigla de Empresa Individual de Respon-
sabilidade Limitada� Trata-se de um tipo societário, 
criada pela Lei nº 12�441, em 2011, com o objetivo 
de legalizar o empresário individual como socie-
dade limitada, eliminando a figura do sócio, sendo 
uma das alternativas para os que não podem ser 
enquadrados como MEI�
A separação do patrimônio empresarial do privado 
se dá como uma das principais características da 
EIRELI� Porém, é importante destacar que essa se-
paração patrimonial é válida apenas se o titular da 
empresa não tiver praticado qualquer tipo fraude 
ou ato ilícito comprovado�
A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada 
– EIRELI poderá ser constituída tanto por pessoa 
natural quanto por pessoa jurídica, nacional ou 
estrangeira� Do ato constitutivo da EIRELI formada 
por pessoa natural deverá constar cláusula com 
a declaração de que o seu titular não participa 
de nenhuma outra empresa dessa modalidade� A 
2828
constituição de EIRELI por pessoa jurídica impede 
a constituição de outra com os mesmos sujeitos 
naturais integrantes a titular, em respeito ao dis-
posto no § 2º do art� 980-A do Código Civil�
O capital social, que deverá ser totalmente inte-
gralizado, não será inferior a 100 (cem) vezes o 
maior salário-mínimo vigente no país, sendo des-
necessária a atualização do capital por alteração 
e/ou decisão do titular, quando houver mudanças 
no valor instituído pelo Governo Federal�
É vedada a contribuição ao capital que consista 
em prestação de serviços, assim como o objeto 
que inclua a atividade de advocacia�
Na razão social deverá constar o termo EIRELI, 
porém, sem a obrigatoriedade de constar o nome 
do proprietário�
Não há limite de faturamento para uma EIRELI, 
mas é necessário levar em consideração o regime 
tributário escolhido�
Obrigações fiscais e contábeis de uma EIRELI
Uma EIRELI pode escolher entre os três regimes 
tributários a seguir:
 y Lucro Presumido
 y Lucro Real
2929
 y Simples Nacional
As obrigações fiscais e contábeis para as empre-
sas EIRELI são as mesmas citadas na lei das S/
As, no Regulamento do Imposto de Renda, e nas 
legislações específicas do Ministério do Trabalho.
Como iremos tratar dessas leis e normas em mo-
mento específico, vou apenas elencar algumas 
obrigações, independentemente do tipo de tribu-
tação escolhido:
 y Escrituração Contábil
 y Escrituração Fiscal
 y Registro de Empregados
 y GEFIP / SEFIP
 y DIRF
Fazer a escrituração contábil da empresa é obriga-
tório, pois os documentos/demonstrativos gerados 
são exigidos por lei para verificar regularmente 
se a empresa está em dia e pagando os devidos 
impostos�
As informações extraídas das demonstrações 
contábeis são relevantes para:
 y orientação e escolha do regime tributário mais 
adequado para a empresa;
 y manutenção do registro da empresa junto aos 
órgãos governamentais;
3030
 y garantia da conformidade com a legislação 
fiscal, trabalhista e previdenciária;
 y fornecimento de dados para previsões finan-
ceiras, como o fluxo de caixa e o capital de giro;
 y precificação do produto;
 y análise de indicadores financeiros;
 y comprovação de lucro ou prejuízo para retirada 
de valores pelos sócios
Conforme o item Perguntas Frequentes do site do 
CFC, temos a seguinte pergunta sobre a contabili-
zação das empresas:
Pergunta: A escrituração contábil é obrigatória para 
todas as entidades, inclusive micro e pequenas 
empresas?
Resposta: Sim, os profissionais de contabilidade 
estão obrigados a aplicar a ITG 2000, aprovada 
pela Resolução CFC nº 1�330/11�
O item 2 da referida Interpretação determina que 
a mesma deve ser adotada por todas as enti-
dades, independente da natureza e do porte, na 
elaboração da escrituração contábil, observadas 
as exigências da legislação e de outras normas 
aplicáveis, se houver�
Já em relação à remuneração dos sócios, podemos 
elencar a retirada de pró-labore, a distribuição de 
lucro e o recebimento de juros sobre capital próprio�
3131
SOCIEDADE LIMITADA 
UNIPESSOAL
A MP 881/2019 convertida na lei 13�874/2019 
institui esse novo formato empresarial�
A Sociedade Limitada Unipessoal (SLU) permite a 
abertura de uma empresa sem a necessidade de 
um capital mínimo, com garantia do patrimônio 
particular permanecer protegido e sem sócios�
Portanto, é uma facilidade para profissionais dei-
xarem a informalidade, sem a obrigatoriedade de 
terem sócios ou capital social integralizado alto� 
Há a possiblidade de abertura de mais de uma em-
presa pelo sócio e as atividades não são restritas�
Poderá ser definida no ato de constituição, saída 
de sócios da sociedade, por meio de alteração 
contratual, bem como por meio de transformação, 
fusão, cisão, conversão e outras situações�
Uma observação a ser feita sobre um capital social 
(inicial) reduzido é que, se a empresa tiver prejuí-
zos, poderá não conseguir pagá-los, diferente das 
possibilidades da EIRELI, que são maiores para 
esse tipo de situação�
O DREI – Departamento Nacional de Registro 
Empresarial e Integração – divulgou a Instrução 
Normativa 63, de 11/06/2019, considerando os 
termos da MP 881, ainda não convertida em lei, 
3232
orientando os procedimentos no arquivamento dos 
pedidos de constituição e alteração do contrato 
social para a Sociedade Limitada Unipessoal�
Assim, dispõe a IN 63/2019 que a Sociedade Li-
mitada Unipessoal:
(i) deverá adotar, como nome empresarial, o nome 
civil do sócio único, de forma completa (podendo 
ser abreviado o prenome) acrescido da expressão 
limitada, por extenso ou abreviada;
(ii) o ato constitutivo do sócio único observará as 
disposições previstas na lei para o contrato social 
da sociedade limitada;
(iii) as decisões do sócio único deverão ser con-
solidadas em documento escrito, dispensando 
publicação, exceto em caso de redução do capital 
social, quando excessivo em relação ao objeto da 
sociedade;
(iv) na hipótese de falecimento do sócio único, a 
sucessão dependerá de autorização judicial enquan-
to não concluída a partilha ou a escritura pública 
de partilha de bens, a exemplo do que ocorre em 
relação ao herdeiro do titular de EIRELI;
(v) sua extinção se opera pelo distrato do contrato 
social�
3333
Importante deixar claro que regras quanto à ca-
pacidade e aos impedimentos para ser sócio se 
mantêm como Sociedade Limitada�
Todas as obrigações acessórias, assim como a 
escolha da melhor forma de tributação são iguais 
das empresas do tipo EIRELI�
DIVISÃO DA TRIBUTAÇÃO 
BRASILEIRA E REGIMES DE 
TRIBUTAÇÃO DOS IMPOSTOS 
SOBRE A RENDA NO BRASIL
Divisão Tributária
Conforme o Código Tributário Nacional (CTN), 
no art� 3, entende-se por tributo toda prestação 
pecuniária compulsória em moeda ou cujo valor 
nela se possa exprimir, que não constitua sanção 
de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada�
Ainda no CTN, artigo 5º, e na Constituição Federal, 
artigo 145º,os tributos são assim divididos:
1) Impostos;
a) Taxas, cobradas em razão do exercício do poder 
de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, 
de serviços públicos específicos e divisíveis, pres-
tados ao contribuinte ou postos à sua disposição;
3434
b) Contribuição de melhoria, decorrente de obras 
públicas;
c) Contribuições especiais;
d) Empréstimos compulsórios�
O sistema tributário brasileiro consiste no recolhi-
mento de tributos, com o objetivo de subsidiar as 
ações do governo, envolvendo os serviços presta-
dos à população, a melhoria da infraestrutura das 
entidades governamentais, e o pagamento dos 
servidores públicos�
Normalmente, os tributos são cobrados do cidadão 
direta ou indiretamente pelo governo, seja durante 
a aquisição/utilização de algum produto ou serviço, 
tanto de empresas públicas como privadas�
Entretanto, devido à falta de unificação da legisla-
ção tributária, existe a complexidade do sistema 
tributário nacional�
Os tributos são divididos nas três esferas 
governamentais�
I� Tributos federais
São os tributos arrecadados pela União com o 
objetivo de pagar gastos públicos nas áreas de 
saúde, segurança e educação, e podem ser utili-
zados para aumentar ou diminuir o consumo de 
3535
determinados bens e serviços, tendo a União maior 
controle sobre a economia do país�
 y Exemplos de tributos federais: 
 y Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
 y Imposto sobre Operações Financeiras (IOF);
 y Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ);
 y Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF);
 y Programa de Integração Social e Programa 
de Formação do Patrimônio do Servidor Público 
(PIS/PASEP);
 y Contribuição para o Financiamento da Seguri-
dade Social (COFINS)�
II� Tributos estaduais
Os tributos estaduais são regulamentados pelos 
governos estaduais, sendo a utilização definida 
pelo próprio�
Os tributos estaduais são:
 y Imposto sobre Circulação de Mercadorias e 
Serviços (ICMS);
 y Imposto sobre a Propriedade de Veículos Au-
tomotores (IPVA);
 y Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e 
Doação (ITCMD)�
III� Tributos municipais
3636
Os tributos municipais são de competência das 
prefeituras e os valores arrecadados são utilizados 
para sanar as despesas com a folha de pagamento 
e demais custos para a manutenção dos gastos 
públicos�
São tributos municipais:
 y Imposto sobre Transmissão de Bens Inter 
Vivos (ITBI);
 y Imposto sobre Serviços (ISS);
 y Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial 
Urbana (IPTU)�
A União é a responsável por recolher a maior parte 
dos tributos no Brasil, cabendo a ela administrar a 
repartição dessa receita, distribuindo aos Estados 
e ao Distrito Federal (ente federativo autônomo) 
– e esses, por sua vez, aos Municípios – os valo-
res com o objetivo de diminuir as desigualdades 
econômicas regionais�
Regime de Tributação
Regime de Tributação é a forma com que o con-
tribuinte deve tributar seus resultados, operações, 
rendimentos ou rendas�
Para as empresas possuidoras de CNPJ temos três 
tipos básicos de regimes, o qual será escolhido 
entre as atividades permitidas e a legislação, que 
pode obrigar a adotar um deles� São:
3737
Lucro Presumido – tem como base o faturamento 
da empresa e a presunção de lucro conforme o tipo 
de atividade (Comércio, Indústria ou Prestação de 
Serviço);
Lucro Real – tem como base o lucro contábil para 
apuração do IRPJ e a CSLL e as compras e vendas 
para PIS e COFINS;
Simples Nacional – utiliza a receita bruta do mês 
e acumulada do ano para cálculo de guia única 
para recolhimento�
Algumas limitações são dadas para se enquadrar 
no Lucro Presumido, e ainda mais restrições quando 
falamos no enquadramento ao Simples Nacional� 
Já em outros casos, a empresa está obrigada a 
optar pelo Lucro Real�
O Imposto de Renda Pessoa Física parte da tributação 
da renda auferida pelo indivíduo em determinado 
período. Ao final dele, o contribuinte é obrigado a 
declarar toda a renda, segregando-a entre tipos 
específicos, se houver tratamentos diferenciados 
na tributação�
Na mesma declaração de rendas, o contribuinte 
informa gastos específicos que podem ser abati-
dos do montante total a ser pago (denominados 
deduções)� Algumas rendas podem ser isentas de 
tributação, o que também diminui a renda tributável� 
3838
Ao final, sobre o montante tributável, são aplicadas 
alíquotas escalonadas, de modo a definir o valor 
devido ou a restituir�
Para esse cálculo, é apresentada pelo Fisco Fe-
deral a tabela de cálculo progressivo, na qual são 
escalonadas por faixas as rendas, assim como as 
alíquotas e os valores a deduzir�
Os valores também informados pelo Fisco Federal, 
a título de Dependentes, também abatem o valor 
a recolher�
Todos os anos, a Receita Federal apresenta as 
regras de obrigatoriedade de entrega de declara-
ção de Imposto de Renda Pessoa Física, o prazo 
de entrega e condições, assim como a lista de 
perguntas e respostas para a melhor apresentação 
da obrigação�
Juntamente com o Imposto de Renda Retido da 
Fonte – o qual é retido pelo empregador por meio 
da folha de pagamento e recolhido ao fisco através 
de DARF –, há também o desconto de INSS, que 
se destina ao financiamento da aposentadoria.
39
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste módulo, conseguimos analisar as formas de 
recebimento de valores que podem ser utilizados 
pelos sócios, assim como contabilizá-las�
Utilizamos exemplos práticos para cálculos dos 
Juros sobre Capital Próprio e os contabilizamos 
por meio dos dados apurados�
Aprendemos a diferenciar e a conceituar os tipos 
de empresa MEI, EIRELI e SLU�
A divisão tributária e os regimes tributários tam-
bém foram descritos para serem utilizados nas 
empresas explicitadas�
Referências Bibliográficas 
& Consultadas
ANDRADE FILHO, E� O� Imposto de renda das 
empresas� 13� ed� São Paulo: Atlas, 2018� [Minha 
Biblioteca]
CHIEREGATO, R� et al� Manual de contabilidade 
tributária� 14� ed� São Paulo: Atlas, 2014 [Minha 
Biblioteca]
FABRETTI, L� C� et al� Contabilidade tributária� 
16� ed� São Paulo: Atlas, 2016� [Minha Biblioteca]
HARADA, K� B� Código tributário nacional� São 
Paulo: Rideel, 2016� [Biblioteca Virtual]
HAUSER, P� Contabilidade tributária: dos 
conceitos a aplicação� Curitiba: InterSaberes, 
2017� [Biblioteca Virtual]
MACHADO, L� H� M� Sistema financeiro nacional� 
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015� 
[Biblioteca Virtual]
MARION, J�C� Contabilidade básica� 7� ed� São 
Paulo: Atlas, 2010�
OLIVEIRA, L� M� et al� Manual de contabilidade 
tributária: textos e testes com respostas� 14� ed� 
Atlas, 2015� [Minha Biblioteca]
OPTANTE SIMEI – 2020� Disponível em: https://
www�gov�br/receitafederal/pt-br/servicos/
simples-nacional/optante-simei� Acesso em: 12 
nov� 2020�
SANTOS, C� Simples nacional� 6� ed� Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2019� [Biblioteca Virtual]
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/servicos/simples-nacional/optante-simei
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/servicos/simples-nacional/optante-simei
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/servicos/simples-nacional/optante-simei
e-Book 2
Geisa Paulette
CONTABILIDADE 
E PLANEJAMENTO 
TRIBUTÁRIO
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3
IRPJ: SIMPLES NACIONAL E LUCRO 
ARBITRADO���������������������������������������������������� 4
Tipos de sociedades que podem ingressar no 
Simples Nacional ������������������������������������������������������������������ 4
Tributos que integram o Simples Nacional ������������������������� 8
Tabelas de Atividades Econômicas 
do Simples Nacional ����������������������������������������������������������� 10
Cálculos e contabilização do Simples Nacional ��������������� 17
Conceitos e requisitos para ingressar no Lucro 
Arbitrado ������������������������������������������������������������������������������ 21
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS ��������������������������������������������29
3
INTRODUÇÃONeste módulo, você aprenderá os conceitos, trata-
tivas, cálculo e contabilização do regime tributário 
denominado Simples Nacional� É o regime mais 
utilizado para as micro e pequenas empresas�
Iremos abordar também o lucro arbitrado, conhe-
cendo as regras e motivos para adoção desse 
regime de tributação�
44
IRPJ: SIMPLES NACIONAL 
E LUCRO ARBITRADO
Iniciando o tema Simples Nacional, precisamos 
destacar a Lei Complementar nº 123/2006, que 
prevê todas as condições necessárias para iniciar 
esse regime diferenciado, objetivando a simplifi-
cação e o favorecimento�
Compete ao Comitê Gestor do Simples Nacional 
(CGSN) regulamentar as tratativas do Simples 
Nacional�
Acesse o site: http://www�planalto�gov�br/ccivil_03/
leis/lcp/lcp123�htm e tenha todos os detalhes e as 
atualizações da Lei do Simples Nacional�
TIPOS DE SOCIEDADES QUE 
PODEM INGRESSAR NO SIMPLES 
NACIONAL
Para o ingresso no Simples Nacional é necessário 
o cumprimento das seguintes condições:
 y enquadrar-se na definição de microempresa 
ou de empresa de pequeno porte;
 y cumprir os requisitos previstos na legislação; e
SAIBA MAIS
55
 y formalizar a opção pelo Simples Nacional�
A Lei Complementar considera, como porte:
 y Microempresa (ME): receita bruta igual ou 
inferior, em cada ano-calendário, a R$ 360�000,00 
(trezentos e sessenta mil reais); e
 y Empresa de Pequeno Porte (EPP): em cada ano-
-calendário, receita bruta superior a R$ 360�000,00 
(trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior 
a R$ 4�800�000,00 (quatro milhões e oitocentos 
mil reais)�
Considera-se receita bruta o produto da venda de 
bens e serviços nas operações de conta própria, 
o preço dos serviços prestados e o resultado nas 
operações em conta alheia, excluídas as vendas 
canceladas e os descontos incondicionais concedi-
dos� (Base legal: art� 3º, § 1º, da Lei Complementar 
nº 123, de 2006)
As receitas financeiras, apuradas em aplicações de 
renda fixa ou variável não são somadas às Receitas 
Brutas para cálculo do Simples Nacional�
FIQUE ATENTO
66
É claro que a Lei traz muitos benefícios para as 
empresas, porém, restringe a utilização do regime 
tributário para:
 y Empresa que participe de outra pessoa jurídica;
 y Empresa que seja filial, sucursal, agência ou 
representação, no país, de pessoa jurídica com 
sede no exterior;
 y Empresa com sócio que tenha outra empresa 
participante do Simples Nacional;
 y Empresa em que o sócio participe com mais de 
10% (dez por cento) do capital de outra empresa 
não optante do Simples Nacional e não ultrapasse 
o limite da Receita Bruta acima citada;
 y Empresa em que o sócio seja administrador, 
na qual a receita bruta global ultrapasse o limite;
 y As Cooperativas, exceto as de consumo;
 y As empresas com objeto social relacionadas 
a financeiras e afins;
 y As empresas resultantes de cisão ou qualquer 
outra forma de desmembramento de pessoa 
jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) 
anos-calendário anteriores;
 y As Sociedades Anônimas (S/A);
 y As empresas criadas para prestação de ser-
viço em que o sócio tenha, com o contratante do 
serviço, relação de pessoalidade, subordinação e 
habitualidade;
 y As empresas que explorem atividades de 
prestação de serviços de assessoria creditícia, 
77
gestão de crédito, seleção e riscos, administração 
de contas a pagar e a receber, gerenciamento de 
ativos e afins;
 y As empresas que tenham sócios domiciliados 
no exterior;
 y As empresas cujo capital participe da adminis-
tração pública, direta ou indireta, independente da 
esfera governamental;
 y As empresas que possuam débitos com o Ins-
tituto Nacional do Seguro Social (INSS) ou com as 
Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, 
cuja exigibilidade não esteja suspensa;
 y As empresas que prestem serviços de transpor-
te intermunicipal e interestadual de passageiros, 
exceto quando na modalidade fluvial ou quando 
possuir características de transporte urbano ou 
metropolitano ou realizar-se sob fretamento con-
tínuo em área metropolitana para o transporte de 
estudantes ou trabalhadores;
 y Empresa que seja geradora, transmissora, dis-
tribuidora ou comercializadora de energia elétrica;
 y As empresas que exerçam atividades de impor-
tação ou fabricação de automóveis e motocicletas;
 y As empresas que tenham como atividade a 
importação de combustíveis;
 y As empresas que exerçam atividades de produ-
ção ou venda no atacado de: cigarros, cigarrilhas, 
charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, 
munições e pólvoras, explosivos e detonantes, 
88
cervejas sem álcool e bebidas alcoólicas (exceto, 
a partir de 2018, as produzidas ou vendidas no 
atacado por micro e pequenas cervejarias, micro e 
pequenas vinícolas, produtores de licores e micro 
e pequenas destilarias);
 y As empresas que realizem cessão ou locação 
de mão de obra;
 y As empresas que se dediquem ao loteamento 
e à incorporação de imóveis; locação de imóveis 
próprios, exceto quando se referir à prestação de 
serviços tributados pelo ISS; e
 y As empresas sem inscrição ou com irregula-
ridade em cadastro fiscal federal, municipal ou 
estadual, quando obrigatórias�
Verifique todas as condições para a opção do Sim-
ples Nacional� Nem sempre a situação tributária ou a 
atividade empresarial estará apta para adoção desse 
regime tributário�
TRIBUTOS QUE INTEGRAM O 
SIMPLES NACIONAL
Por meio de um documento único de arrecadação 
(DAS), o Simples Nacional integra os seguintes 
tributos:
FIQUE ATENTO
99
 y Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica 
(IRPJ);
 y Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
 y Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
 y Contribuição para o Financiamento da Seguri-
dade Social (COFINS);
 y Contribuição para o PIS/Pasep;
 y Contribuição Patronal Previdenciária (CPP);
 y Imposto sobre Operações Relativas à Circulação 
de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços 
de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de 
Comunicação (ICMS);
 y Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza 
(ISS)�
Vale lembrar que o pagamento do Simples Nacional 
não exclui a incidência de outros tributos e que 
devem ser recolhidos à parte, por exemplo:
 y Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio 
e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobi-
liários (IOF);
 y Imposto sobre a Importação (II);
 y Imposto sobre a Exportação (IE);
 y Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural 
(ITR) etc�
Mesmo para alguns tributos listados, teremos 
situações com recolhimentos à parte do Simples 
1010
Nacional, por exemplo, o PIS/Pasep, a Cofins e o 
IPI sobre importação�
Os percentuais de cada tributo incluído no Simples 
Nacional dependem do tipo de atividade e da recei-
ta bruta da empresa optante e, obrigatoriamente, 
todos os Estados e Municípios participam dessa 
modalidade�
TABELAS DE ATIVIDADES 
ECONÔMICAS DO SIMPLES 
NACIONAL
A Lei Complementar nº 123, de 2006, trouxe vários 
anexos para demonstrar as alíquotas e como será 
distribuído o valor do Simples para os tributos nele 
incluídos�
Em 2016, a Lei Complementar nº 155/2016 vem 
alterar a Lei 123/2006, principalmente no que diz 
respeito aos anexos e às formas de cálculo por 
atividade�
Abaixo, apresentamos as tabelas em vigor:
Anexo I – Comércio
Tabela 1: Anexo 1 – Simples Nacional�
Receita Bruta em 12 meses Alíquota 
(%)
Valor a deduzir 
(R$)
1ª Faixa Até 180�000,00 4,00% -
2ª Faixa De 180�000,01 a 
360�000,00
7,30%w 5�940,00
1111
Receita Bruta em 12 meses Alíquota 
(%)
Valor a deduzir 
(R$)
3ª Faixa De 360�000,01 a 
720�000,00
9,50% 13�860,00
4ª Faixa De 720�000,01 a 
1�800�000,00
10,70% 22�500,00
5ª Faixa De 1�800�000,01 a 
3�600�000,00
14,30% 87�300,00
6ª Faixa De 3�600�000,01 a 
4�800�000,00
19,00% 378�000,00
Fonte: Lei Complementar nº 155/2016�
Anexo II – Indústria
Tabela 2: Anexo 2 – Simples Nacional�
Receita Bruta em 12 meses Alíquota 
(%)
Valor a deduzir 
(R$)
1ª Faixa Até 180�000,00 4,50% -
2ª Faixa De 180�000,01 a 
360�000,00
7,80% 5�940,00
3ª Faixa De 360�000,01a 
720�000,00
10,00% 13�860,00
4ª Faixa De 720�000,01 a 
1�800�000,00
11,20% 22�500,00
5ª Faixa De 1�800�000,01 a 
3�600�000,00
14,70% 85�500,00
6ª Faixa De 3�600�000,01 a 
4�800�000,00
30,00% 720�000,00
Fonte: Lei Complementar nº 155/2016�
Anexo III – Locação de bens móveis e prestação 
de serviços não relacionados no parágrafo 5º C 
do artigo 18
1212
 y creche, pré-escola e estabelecimento de ensino 
fundamental, escolas técnicas, profissionais e de 
ensino médio, de línguas estrangeiras, de artes, 
cursos técnicos de pilotagem, preparatórios para 
concursos, gerenciais e escolas livres;
 y agência terceirizada de correios;
 y agência de viagem e turismo;
 y centro de formação de condutores de veículos 
automotores de transporte terrestre de passageiros 
e de carga;
 y agência lotérica;
 y serviços de instalação, de reparos e de manu-
tenção em geral, bem como de usinagem, solda, 
tratamento e revestimento em metais;
 y transporte municipal de passageiros;
 y escritórios de serviços contábeis;
 y produções cinematográficas, audiovisuais, ar-
tísticas e culturais, sua exibição ou apresentação, 
inclusive no caso de música, literatura, artes cêni-
cas, artes visuais, cinematográficas e audiovisuais;
 y fisioterapia;
 y corretagem de seguros;
 y arquitetura e urbanismo;
 y medicina, inclusive laboratorial, e enfermagem;
 y odontologia e prótese dentária;
 y psicologia, psicanálise, terapia ocupacional;
 y acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clínicas 
de nutrição e de vacinação e bancos de leite�
1313
Tabela 3: Anexo 3 – Simples Nacional�
Receita Bruta em 12 meses Alíquota (%) Valor a deduzir 
(R$)
1ª Faixa Até 180�000,00 6,00% -
2ª Faixa De 180�000,01 a 
360�000,00
11,20% 9�360,00
3ª Faixa De 360�000,01 a 
720�000,00
13,50% 17�640,00
4ª Faixa De 720�000,01 a 
1�800�000,00
16,00% 35�640,00
5ª Faixa De 1�800�000,01 
a 3�600�000,00
21,00% 125�640,00
6ª Faixa De 3�600�000,01 
a 4�800�000,00
33,00% 648�000,00
Fonte: Lei Complementar nº 155/2016�
Anexo IV – Prestação de serviços constantes no 
parágrafo 5º C do artigo 18
 y construção de imóveis e obras de engenharia 
em geral, inclusive sob a forma de subempreitada, 
execução de projetos e serviços de paisagismo, 
bem como decoração de interiores;
 y serviço de vigilância, limpeza ou conservação;
 y serviços advocatícios�
Tabela 4: Anexo 4 – Simples Nacional�
Receita Bruta em 12 meses Alíquota (%) Valor a deduzir 
(R$)
1ª Faixa Até 180�000,00 4,50% -
2ª Faixa De 180�000,01 a 
360�000,00
9,00% 8�100,00
3ª Faixa De 360�000,01 a 
720�000,00
10,20% 12�420,00
1414
Receita Bruta em 12 meses Alíquota (%) Valor a deduzir 
(R$)
4ª Faixa De 720�000,01 a 
1�800�000,00
14,00% 39�780,00
5ª Faixa De 1�800�000,01 
a 3�600�000,00
22,00% 183�780,00
6ª Faixa De 3�600�000,01 
a 4�800�000,00
33,00% 828�000,00
Fonte: Lei Complementar nº 155/2016�
Anexo V – Prestação de serviços constantes no 
parágrafo 5º I do artigo 18
 y administração e locação de imóveis de terceiros;
 y academias de dança, de capoeira, de ioga e 
de artes marciais;
 y academias de atividades físicas, desportivas, 
de natação e escolas de esportes;
 y elaboração de programas de computadores, 
inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvol-
vidos em estabelecimento do optante;
 y licenciamento ou cessão de direito de uso de 
programas de computação;
 y planejamento, confecção, manutenção e atuali-
zação de páginas eletrônicas, desde que realizados 
em estabelecimento do optante;
 y empresas montadoras de estandes para feiras;
 y laboratórios de análises clínicas ou de pato-
logia clínica;
1515
 y serviços de tomografia, diagnósticos médicos 
por imagem, registros gráficos e métodos óticos, 
bem como ressonância magnética;
 y serviços de prótese em geral;
 y serviços de comissaria, de despachantes, de 
tradução e de interpretação;
 y engenharia, medição, cartografia, topografia, 
geologia, geodésia, testes, suporte e análises téc-
nicas e tecnológicas, pesquisa, design, desenho e 
agronomia;
 y representação comercial e demais atividades de 
intermediação de negócios e serviços de terceiros;
 y perícia, leilão e avaliação;
 y auditoria, economia, consultoria, gestão, orga-
nização, controle e administração;
 y jornalismo e publicidade;
 y agenciamento, exceto de mão de obra;
 y outras atividades do setor de serviços que 
tenham por finalidade a prestação de serviços 
decorrentes do exercício de atividade intelectual, 
de natureza técnica, científica, desportiva, artística 
ou cultural, que constitua profissão regulamentada 
ou não, desde que não sujeitas à tributação na 
forma dos Anexos III ou IV�
Tabela 5: Anexo 5 – Simples Nacional�
Receita Bruta em 12 meses Alíquota (%) Valor a deduzir 
(R$)
1ª Faixa Até 180�000,00 15,50% -
1616
Receita Bruta em 12 meses Alíquota (%) Valor a deduzir 
(R$)
2ª Faixa De 180�000,01 a 
360�000,00
18,00% 4�500,00
3ª Faixa De 360�000,01 a 
720�000,00
19,50% 9�900,00
4ª Faixa De 720�000,01 a 
1�800�000,00
20,50% 17�100,00
5ª Faixa De 1�800�000,01 
a 3�600�000,00
23,00% 62�100,00
6ª Faixa De 3�600�000,01 
a 4�800�000,00
30,50% 540�000,00
Fonte: Lei Complementar nº 155/2016�
Apesar de ser chamado de SIMPLES NACIONAL, as 
informações contidas na legislação devem ser bem 
analisadas e cálculos comparativos de outros regimes 
tributários devem ser feitos, pois nem sempre é vantagem 
optar pelo Simples Nacional, dependendo da atividade 
e do faturamento da empresa�
É importante considerar também o que acarreta 
o desenquadramento do Simples Nacional� Se 
houver débito junto à Receita Federal, incluindo o 
INSS, a empresa é notificada e tem 30 dias de prazo 
para contestar a exclusão ou regularizar a dívida, 
que poderá ser parcelada� Caso isso não ocorra, 
a empresa será excluída do Simples Nacional a 
partir do próximo ano�
REFLITA
1717
E temos duas situações específicas que resultam 
na exclusão, no mês seguinte ao fato:
 y se durante o ano-calendário as despesas su-
perarem 20% dos lucros no mesmo período, com 
exceção do primeiro ano de atividade;
 y se durante o ano-calendário o valor de compra 
de mercadorias for superior a 80% das receitas do 
mesmo período, também com exceção do primeiro 
ano de atividade�
A última situação de exclusão é sobre a emissão de 
notas fiscais. Existe a obrigatoriedade de emissão 
destas, podendo ser excluída a empresa que não 
cumprir essa atividade�
CÁLCULOS E CONTABILIZAÇÃO DO 
SIMPLES NACIONAL
Com o objetivo de facilitar o cálculo do imposto 
a ser recolhido, há a disponibilidade pelo Comitê 
Gestor e a obrigatoriedade, por parte do contribuinte, 
da utilização de sistema eletrônico, denominado 
como PGDAS – D�
As informações do PGDAS-D têm caráter declaratório, 
constituindo confissão de dívida e instrumento hábil e 
suficiente para a exigência dos tributos e contribuições 
que não tenham sido recolhidos, e deverão ser fornecidas 
FIQUE ATENTO
1818
à Secretaria da Receita Federal do Brasil até o venci-
mento do prazo para pagamento dos tributos devidos 
no Simples Nacional em cada mês, relativamente aos 
fatos geradores ocorridos no mês anterior�
O valor a ser recolhido mensalmente pelas empresas 
optantes pelo Simples Nacional será o resultado 
da aplicação da alíquota efetiva sobre a receita 
bruta mensal auferida (regime de competência) 
ou recebida (regime de caixa), conforme opção 
feita pelo contribuinte�
Regime de Competência – é o que apropria receitas e 
despesas ao período de sua realização, independen-
temente do efetivo recebimento das receitas ou do 
pagamento das despesas� 
Regime de Caixa – é o regime contábil que apropria as 
receitas e despesas no período de seu recebimento ou 
pagamento, respectivamente, independentemente do 
momento em que são realizadas�
Para chegar à alíquota efetiva, faz-se o seguinte 
processo:
1) Verifica-se a receita bruta acumulada nos 12 
(doze) meses anteriores ao do período de apu-
ração (RBT12)� Não se confunde com a Receita 
Bruta Acumulada (RBA) de janeiro até o período deREFLITA
1919
apuração, que serve para identificar se a empresa 
ultrapassou o limite máximo de receita bruta para 
permanecer no Simples Nacional�
2) Conhecida a RBT12, consulta-se, no Anexo 
em que devem ser tributadas as receitas, a faixa 
de receita bruta a que ela pertence. E, identificada 
a faixa de receita bruta, descobre-se a alíquota 
nominal e a parcela a deduzir�
3) Conhecida a RBT12, a alíquota nominal e a 
parcela a deduzir, calcula-se a alíquota efetiva, que 
é o resultado de:
[(RBT12 × alíquota nominal) – parcela a deduzir]/RBT12
Os detalhes citados acima são apenas para in-
formação de como calcular o tributo, pois não há 
necessidade de cálculo manual, já que, ao acessar 
o portal do Simples Nacional com os dados de 
acesso previamente cadastrados, será solicitado 
somente o valor da receita do mês e o sistema 
informará o valor a recolher, devendo ser emitida 
a Guia (DAS) para pagamento�
A contabilização do Simples Nacional a recolher 
pode ser efetuada de duas formas�
A primeira, e mais comum, é lançar em apenas 
uma conta a despesa e o passivo, utilizando o 
valor total do DAS. Então, ficaria assim:
2020
D – Simples Nacional (Dedução da Receita)
C – Simples a Recolher (Passivo Circulante)
A segunda forma é lançar por tipo de tributo, utili-
zando a tabela de partilha da LC nº 123/2006, para 
cada um deles� Por exemplo:
D – ICMS (Dedução da Receita)
D – PIS (Dedução da Receita)
D – Cofins (Dedução da Receita)
D – IRPJ (Dedução da Receita)
D – CSLL (Dedução da Receita)
C – Simples a Recolher
Nesse caso, a contabilização dará muito mais tra-
balho, pois o valor total do DAS deverá ser rateado 
para cada conta de Dedução da Receita�
O valor do rateio dos impostos inseridos no DAS é 
apresentado no Portal do Simples Nacional�
Independentemente da forma escolhida, os valo-
res lançados tanto na Despesa quanto no Passivo 
serão iguais�
2121
Lembre-se sempre de utilizar o regime de competência 
para a contabilização do Simples Nacional�
CONCEITOS E REQUISITOS 
PARA INGRESSAR NO LUCRO 
ARBITRADO
O lucro arbitrado também é uma forma de cál-
culo para IRPJ e CSLL� Ele é mais utilizado pelas 
Autoridades Tributárias, mas pode também ser 
utilizado pelo contribuinte, desde que conhecida 
a Receita Bruta�
O lucro arbitrado não é uma forma de sanção, e 
sim uma forma de cálculo de tributo a ser reco-
lhido pela empresa� Então, faz-se necessária a 
comprovação de valores de receitas, que é a base 
de cálculo dos tributos�
Os tributos devidos com base nos critérios do lucro 
arbitrado deverão ser recolhidos trimestralmente, 
quando:
 y a escrituração obrigatória apresentada pelo 
contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes 
ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tor-
nem imprestável para:
FIQUE ATENTO
2222
 � identificar a efetiva movimentação finan-
ceira, inclusive bancária; ou
 � determinar o lucro real;
 y o contribuinte deixar de apresentar à autoridade 
tributária os livros e documentos da escrituração 
comercial e fiscal, ou deixar de apresentar o Li-
vro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda 
a movimentação financeira, inclusive bancária, 
quando optar pelo lucro presumido e não mantiver 
escrituração contábil regular;
 y o contribuinte optar indevidamente pelo lucro 
presumido;
 y o representante da pessoa jurídica estrangeira 
deixar de escriturar e apurar o lucro da sua ati-
vidade separadamente do lucro do residente ou 
domiciliado no exterior;
 y o contribuinte não mantiver, em boa ordem e 
segundo as normas contábeis recomendadas, Livro 
Razão ou fichas utilizadas para resumir, totalizar, 
por conta ou subconta, os lançamentos efetuados 
no Diário;
 y o contribuinte não mantiver escrituração na 
forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de 
elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela 
legislação fiscal, nos casos em que se encontre 
obrigado ao lucro real�
O lucro arbitrado será apurado mediante a aplica-
ção de percentuais:
2323
a) sobre a receita bruta quando conhecida, segundo 
a natureza da atividade econômica da empresa;
b) quando desconhecida à receita bruta, sobre 
valores (bases) expressamente fixados pela le-
gislação fiscal.
O conceito de Receita Bruta é: “produto da venda de 
bens e serviços nas operações de conta própria, o preço 
dos serviços prestados e o resultado nas operações 
em conta alheia, excluídas as vendas canceladas e os 
descontos incondicionais concedidos”�
A base de cálculo do lucro arbitrado será o montante 
determinado pela soma das seguintes parcelas:
1) o valor resultante da aplicação dos percentuais 
variáveis, conforme o tipo de atividade operacional, 
sobre a receita bruta auferida nos trimestres;
2) ao resultado obtido na forma do item 1 deverão 
ser acrescidos os ganhos de capital, os rendimen-
tos e ganhos líquidos auferidos em aplicações 
financeiras (renda fixa e variável), as variações 
monetárias ativas, as demais receitas e todos os 
resultados positivos, inclusive os juros recebidos 
como remuneração do capital próprio, os descontos 
financeiros obtidos, os juros ativos não decorrentes 
FIQUE ATENTO
2424
de aplicações e os demais resultados decorrentes 
de receitas não abrangidas no item anterior;
3) também deverão ser incluídos os valores re-
cuperados correspondentes a custos e despesas, 
inclusive com perdas no recebimento de créditos, 
a não ser que o contribuinte comprove não ter 
deduzido tais valores em período anterior no qual 
tenha se submetido à tributação com base no lucro 
real, ou que se refiram a período a que tenha se 
submetido ao lucro presumido ou arbitrado�
O Lucro Arbitrado poderá ser utilizado como opção para 
recolhimento de Imposto de Renda e Contribuição Social� 
Porém, vale lembrar que seu uso não é muito comum, e 
pode ser um atrativo para as autoridades fiscais.
Os percentuais a serem aplicados sobre a receita 
bruta são:
Tabela 6: Percentuais sobre a Receita Bruta�
Atividades Percentuais
Atividades em geral (RIR/1999, art� 532) 9,6%
Revenda de combustíveis 1,92%
Serviços de transporte (exceto transporte de 
carga)
19,2%
Serviços de transporte de cargas 9,6%
REFLITA
2525
Atividades Percentuais
Serviços em geral (exceto serviços 
hospitalares)
38,4%
Serviços hospitalares, serviços de auxílio diag-
nóstico e terapia; patologia clínica, imagenolo-
gia, anatomia patológica e citopatologia, medi-
cina nuclear e análises e patologias clínicas
9,6%
Intermediação de negócios 38,4%
Administração, locação ou cessão de bens e di-
reitos de qualquer natureza (inclusive imóveis)
38,4%
Factoring 38,4%
Bancos, instituições financeiras e 
assemelhados
45%
Fonte: Receita Federal do Brasil (2020)�
O lucro arbitrado, quando não conhecida a receita 
bruta, será determinado por meio de procedimento 
de ofício, através de autoridade tributária, utilizan-
do-se de uma das seguintes alternativas de cálculo:
Tabela 7: Bases Alternativas�
Bases Alternativas Coeficiente
Lucro real referente ao último período em que a 
pessoa jurídica manteve escrituração, de acor-
do com as leis comerciais e fiscais.
1,5
Soma dos valores do ativo circulante, realizá-
vel a longo prazo e permanente, existentes no 
último balanço patrimonial conhecido�
0,04
Valor do capital, inclusive correção monetária 
contabilizada como reserva de capital, constan-
te do último balanço patrimonial conhecido ou 
registrado nos atos de constituição ou altera-
ção da sociedade�
0,07
Valor do patrimônio líquido constante do último 
balanço patrimonial conhecido�
0,05
2626
Bases Alternativas Coeficiente
Valor das compras de mercadorias efetuadas 
no mês�
0,4
Soma, em cada mês, dos valores da folha de 
pagamento dos empregados e das compras 
de matérias‐primas, produtos intermediários e 
materiais de embalagem�
0,4
Soma dos valores devidos no mês a 
empregados�
0,8
Valor mensal do aluguel� 0,9
Fonte: Receita Federal do Brasil (2020)�
Uma vez conhecida a base de cálculo do lucro 
arbitrado conforme as condições acima citadas, 
a alíquotado Imposto de Renda que incidirá sobre 
essa base de cálculo é de 15% e o adicional será 
calculado com a aplicação do percentual de 10% 
sobre a parcela do lucro que exceder ao valor de R$ 
60�000,00 em cada trimestre, como efetuado para 
o lucro real e presumido� O mesmo acontecerá com 
a contribuição social, que terá a alíquota de 9%�
Não há “vantagem” alguma em se optar pelo Lucro Ar-
bitrado, pois os percentuais de arbitramento são muito 
maiores em relação ao Lucro Real e ao Presumido�
Uma empresa optante pelo Lucro Arbitrado pode 
ter distribuição de lucros para os sócios? Sim, a 
distribuição irá considerar o valor bruto arbitrado, 
REFLITA
2727
ou seja, com os descontos dos impostos e con-
tribuições fiscais. Porém, se a organização fizer a 
divisão de uma quantia maior que o contabilizado, 
esse valor estará sujeito ao Imposto de Renda�
Se houver distribuição de uma quantia maior que o lucro 
apurado, esse valor estará sujeito ao Imposto de Renda�
FIQUE ATENTO
28
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste módulo, analisamos todos os requisitos 
necessários para a utilização do Simples Nacional 
como forma de tributação das empresas, obriga-
toriamente para ME ou EPP�
Entendemos que o fisco criou essa alternativa 
como facilitação dos tributos a recolher, uma vez 
que é emitida guia única para pagamento e que 
o valor é calculado diretamente pelo Portal do 
Simples, indicando apenas o valor da receita bruta 
no período�
O lucro arbitrado foi apresentado como forma 
possível de cálculo para recolhimento de impostos, 
tanto para o contribuinte, quando ele conhece a sua 
receita bruta, como para o agente fiscal, caso as 
informações por ele solicitadas não sejam entregues 
ou foram feitas de forma a atender a legislação�
Ainda sobre o lucro arbitrado, ficou claro que a 
forma de cálculo é bem parecida com a do Lucro 
Presumido ou Estimativa com base na receita 
bruta, mudando somente a alíquota aplicada para 
conhecimento da base e posterior aplicação das 
já conhecidas alíquotas de IR e CSLL�
Referências Bibliográficas 
& Consultadas
ANDRADE FILHO, E� O� Imposto de renda das 
empresas� 13� ed� São Paulo: Atlas, 2018� [Minha 
Biblioteca]
CHIEREGATO, R� et al� Manual de contabilidade 
tributária� 14� ed� São Paulo: Atlas, 2014 [Minha 
Biblioteca]
FABRETTI, L� C� et al� Contabilidade tributária� 
16� ed� São Paulo: Atlas, 2016� [Minha Biblioteca]
HARADA, K� B� Código tributário nacional� São 
Paulo: Rideel, 2016� [Biblioteca Virtual]
HAUSER, P� Contabilidade tributária: dos 
conceitos a aplicação� Curitiba: InterSaberes, 
2017� [Biblioteca Virtual]
MACHADO, L� H� M� Sistema financeiro nacional� 
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015� 
[Biblioteca Virtual]
OLIVEIRA, L� M� et al� Manual de contabilidade 
tributária: textos e testes com respostas� 14� ed� 
Atlas, 2015� [Minha Biblioteca]
SANTOS, C� Simples nacional� 6� ed� Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2019� [Biblioteca Virtual]
e-Book 3
Geisa Paulette
CONTABILIDADE 
E PLANEJAMENTO 
TRIBUTÁRIO
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3
IRPJ: LUCRO PRESUMIDO ����������������������������� 4
Conceitos e objetivos do IRPJ – de acordo com a 
legislação tributária �������������������������������������������������������������� 4
Tipos de sociedades que podem ingressar no Lucro 
Presumido ����������������������������������������������������������������������������� 8
Cálculos e contabilização do IRPJ – Lucro Presumido ���� 11
Cálculos e contabilização do CSLL – Contribuição 
Social sobre o Lucro Líquido para o Lucro Presumido ����� 20
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS ��������������������������������������������27
3
INTRODUÇÃO
Neste módulo, você aprenderá sobre os concei-
tos, objetivos, cálculo e contabilização do regime 
tributário denominado Lucro Presumido�
Por intermédio de posicionamento do Fisco Nacio-
nal, a regra para cálculo do imposto se baseia nas 
receitas brutas e financeiras da empresa, tendo 
tratativas diferenciadas para chegar ao resultado�
44
IRPJ: LUCRO PRESUMIDO
CONCEITOS E OBJETIVOS DO IRPJ 
– DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO 
TRIBUTÁRIA
IRPJ significa Imposto de Renda de Pessoa Jurí-
dica� Ele é calculado sobre o lucro auferido pelas 
empresas, durante o ano-calendário�
Com a mesma base de cálculo do IRPJ, temos 
também a CSLL – Contribuição Social sobre o 
Lucro Líquido, que será descrita brevemente�
A Constituição Federal no seu artigo 153, inciso III, 
define que a União tem o dever de instituir impostos 
sobre a renda e proventos de qualquer natureza� 
Com base na CF, o decreto 9�580/2018 regulamenta 
a tributação, a fiscalização, a arrecadação e a ad-
ministração do Imposto sobre a Renda e Proventos 
de Qualquer Natureza, sendo conhecido como 
Regulamento do Imposto de Renda� Nele, todas as 
informações e obrigatoriedades estão descritas�
O Livro II do RIR traz especificidades sobre as 
Pessoas Jurídicas – de quais são caracterizadas 
até as formas de apuração dos Tributos�
Os contribuintes do IRPJ são:
 y As pessoas jurídicas
 y As empresas individuais
55
As pessoas jurídicas são assim definidas:
 y as pessoas jurídicas de direito privado domici-
liadas no país, sejam quais forem os seus objetos 
sociais, a sua nacionalidade ou os participantes 
em seu capital;
 y as filiais, as sucursais, as agências ou as re-
presentações no país das pessoas jurídicas com 
sede no exterior;
 y os comitentes domiciliados no exterior, quanto 
aos resultados das operações realizadas por seus 
mandatários ou seus comissários no país; e
 y as sociedades em conta de participação (são 
equiparadas)�
Em relação às empresas individuais, essas são 
equiparadas às pessoas jurídicas, podendo ser 
exemplificadas da seguinte forma:
I� o empresário que exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para a produção 
ou a circulação de bens ou de serviços; tendo obri-
gatoriamente o registro no Cadastro Nacional de 
Pessoa Jurídica (CNPJ);
II� as pessoas físicas que, em nome individual, 
explorem, habitual e profissionalmente, qualquer 
atividade econômica de natureza civil ou comer-
cial, com o fim especulativo de lucro, por meio da 
venda a terceiros de bens ou serviços; e
66
III� as pessoas físicas que promovam a incorpo-
ração de prédios em condomínio ou loteamento 
de terrenos�
Para melhor entendimento, não se incluem como 
pessoas físicas citadas no item II:
 y médico, engenheiro, advogado, dentista, vete-
rinário, professor, economista, contador, jornalista, 
pintor, escritor, escultor e outras atividades que 
lhes possam ser assemelhadas;
 y profissões, ocupações e prestação de serviços 
não comerciais;
 y agentes, representantes e outras pessoas sem 
vínculo empregatício que, ao tomar parte em atos 
de comércio, não os pratiquem, todavia, por conta 
própria;
 y serventuários da Justiça, como tabeliães, no-
tários, oficiais públicos, entre outros;
 y corretores, leiloeiros e despachantes, seus 
prepostos e seus adjuntos;
 y exploração individual de contratos de empreita-
da unicamente de lavor, de qualquer natureza, quer 
se trate de trabalhos arquitetônicos, topográficos, 
terraplenagem, construções de alvenaria e outras 
congêneres, quer de serviços de utilidade pública, 
tanto de estudos como de construções; e
 y exploração de obras artísticas, didáticas, cientí-
ficas, urbanísticas, projetos técnicos de construção, 
instalações ou equipamentos, exceto quando não 
77
explorados diretamente pelo autor ou pelo criador 
do bem ou da obra�
O Fisco deixa para o contribuinte escolher uma 
das formas para cálculo do IRPJ, levando em 
consideração o maior benefício ao contribuinte 
(valor menor a ser recolhido)� Porém, a forma de 
cálculo e o resultado a ser pago deverão ser de-
monstrados por meio das obrigações acessórias, 
que normalmente são enviadas anualmente, para 
IRPJ e CSLL�
Os regimes tributários possíveis para cálculo do IRPJ 
são: Simples Nacional, Lucro Presumido, LucroReal e 
Lucro Arbitrado�
Independentemente da opção escolhida, o fisco 
a reconhece no primeiro pagamento do IRPJ por 
meio do código informado no documento de ar-
recadação (DARF). E ela é definitiva para todo o 
ano-calendário, podendo somente ser alterada no 
primeiro cálculo do ano seguinte�
SAIBA MAIS
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A sigla DARF significa Documento de Arrecadação de 
Receitas Federais� Ele é similar a um boleto, é padro-
nizado, e tem como objetivo facilitar o processo de 
declaração para os contribuintes e órgãos da Receita�
TIPOS DE SOCIEDADES QUE 
PODEM INGRESSAR NO LUCRO 
PRESUMIDO
Para o Lucro Presumido, podem optar as pessoas 
jurídicas:
a) cuja receita total no ano-calendário anterior tenha 
sido igual ou inferior a R$ 78�000�000,00 (setenta 
e oito milhões de reais) ou a R$ 6�500�000,00 (seis 
milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo 
número de meses em atividade no ano-calendário 
anterior, quando inferior a 12 (doze) meses;
b) que não estejam obrigadas à tributação pelo 
lucro real em função da atividade exercida ou da 
sua constituição societária ou natureza jurídica�
E quais são as empresas obrigadas ao Lucro Real, 
não podendo, portanto, optar pelo Lucro Presumi-
do? São as seguintes:
c) cuja receita total, no ano-calendário anterior, 
tenha excedido o limite de R$ 78�000�000,00 (seten-
FIQUE ATENTO
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ta e oito milhões de reais) ou de R$ 6�500�000,00 
(seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado 
pelo número de meses do período, quando inferior 
a 12 (doze) meses;
d) cujas atividades sejam de bancos comerciais, 
bancos de investimentos, bancos de desenvolvi-
mento, caixas econômicas, sociedades de crédito, 
financiamento e investimento, sociedades de cré-
dito imobiliário, sociedades corretoras de títulos 
e valores mobiliários, empresas de arrendamento 
mercantil, cooperativas de crédito, empresas de 
seguro privado e de capitalização e entidades de 
previdência privada aberta;
e) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de 
capital oriundos do exterior;
f) que, autorizadas pela legislação tributária, 
queiram usufruir de benefícios fiscais relativos à 
isenção ou redução do imposto de renda;
g) que, no decorrer do ano-calendário, tenham 
efetuado o recolhimento mensal pelo regime de 
estimativa, na forma prevista no art� 32 da IN RFB 
nº 1�700, de 2017;
h) que explorem as atividades de prestação 
cumulativa e contínua de serviços de assessoria 
creditícia, mercadológica, gestão de crédito, sele-
ção e riscos, administração de contas a pagar e a 
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receber, compras de direitos creditórios resultantes 
de vendas mercantis a prazo ou de prestação de 
serviços (factoring);
i) que explorem as atividades de securitização de 
créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio; e
j) as pessoas jurídicas que explorem as ativi-
dades de compra de direitos creditórios, ainda 
que se destinem à formação de lastro de valores 
mobiliários (securitização)�
Vale comentar que a receita bruta citada é referente 
ao ano anterior� Se durante o ano calendário vigente 
o valor for ultrapassado, somente no próximo ano 
calendário é que a empresa não poderá optar pelo 
Lucro Presumido, não sendo excluída dentro do 
próprio ano�
Na hipótese de haver pagamento dos tributos com base 
no lucro presumido e, em relação ao mesmo ano-calendá-
rio, incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração 
pelo lucro real por ter auferido lucros, rendimentos ou 
ganhos de capital oriundos do exterior, deverá apurar o 
IRPJ e a CSLL sob o regime de apuração pelo lucro real 
trimestral a partir, inclusive, do trimestre da ocorrência 
do fato� Tal situação também é possível de ocorrer na 
hipótese de exclusão do Refis de empresa incluída nes-
FIQUE ATENTO
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se programa como sendo do lucro presumido, embora 
obrigada ao lucro real�
No regime de Lucro Presumido, pode-se escolher, 
para cálculo do imposto, o regime de caixa ou de 
competência�
Se for adotado o regime de Competência, deverá 
apurar os tributos incidentes sobre o total da nota 
fiscal, no período em que foi emitida, independen-
temente de quando irá receber�
No caso de adoção do regime de Caixa, a apuração 
será feita conforme os recebimentos de receitas 
no período, independentemente de quando ocorreu 
a emissão da nota fiscal. Esse é um caso em que 
se pode postergar o valor a ser recolhido, quando 
uma empresa tem longo prazo para recebimento 
de suas receitas�
A partir dessas informações, vamos entender me-
lhor como calcular e contabilizar o IRPJ e a CSLL 
com base no Lucro Presumido�
CÁLCULOS E CONTABILIZAÇÃO DO 
IRPJ – LUCRO PRESUMIDO
Lucro Presumido é uma das quatro opções de re-
gime tributário em que a base de cálculo do IRPJ 
e da CSLL são calculadas por meio da Presunção�
1212
Os períodos de apuração são trimestrais, encerra-
dos em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro 
e 31 de dezembro de cada ano-calendário�
As alíquotas de presunção de lucro são divididas 
por atividade e aplicadas sobre o faturamento da 
empresa, da seguinte forma:
Tabela 1: Alíquotas do Lucro Presumido – IRPJ�
Atividades Percentuais (%)
Vendas em Geral 8
Revenda, para consumo, de combustível 
derivado de petróleo, álcool etílico carburan-
te e gás natural
1,6
Serviços de transporte (exceto o de carga) 16
Serviços de transporte de cargas 8
Serviços hospitalares e de auxílio diag-
nóstico e terapia, fisioterapia e terapia 
ocupacional, fonoaudiologia, patologia 
clínica, imagenologia, radiologia, anatomia 
patológica e citopatológia, medicina nuclear 
e análises e patologias clínicas, exames por 
métodos gráficos, procedimentos endos-
cópicos, radioterapia, quimioterapia, diálise 
e oxigenoterapia hiperbárica, desde que a 
prestadora desses serviços seja organizada 
sob a forma de sociedade empresária e 
atenda às normas da Anvisa�
Atividades imobiliárias relativas a lotea-
mento de terrenos, incorporação imobiliária, 
construção de prédios destinados à venda, 
bem como a venda de imóveis construídos 
ou adquiridos para a revenda�
Atividade de construção por empreita-
da com emprego de todos os materiais 
indispensáveis à sua execução, sendo tais 
materiais incorporados à obra�
8
1313
Atividades Percentuais (%)
Prestação de Serviços em geral (exceto 
serviços hospitalares)�
32
Atividades desenvolvidas por bancos co-
merciais, bancos de investimentos, bancos 
de desenvolvimento, agências de fomento, 
caixas econômicas, sociedades de crédito, 
financiamento e investimento, sociedades 
de crédito imobiliário, sociedades corretoras 
de títulos, valores mobiliários e câmbio, dis-
tribuidoras de títulos e valores mobiliários, 
empresas de arrendamento mercantil, coo-
perativas de crédito, empresas de seguros 
privados e de capitalização e entidades de 
previdência privada aberta�
16
Fonte: Receita Federal do Brasil (2020)
No caso de pessoas jurídicas tributadas com base no 
lucro presumido, que, ao invés de manter escrituração 
contábil na forma da legislação comercial, mantenha 
Livro Caixa, escriturando toda sua movimentação finan-
ceira, inclusive bancária, estão dispensadas da entrega 
da ECD� Porém, essa dispensa não se aplica no caso 
de distribuição de lucros acima do limite pela regra de 
presunção� Essa regra é: o valor da base de cálculo do 
imposto, diminuída de PIS, COFINS, IRPJ e CSLL� 
Uma vez conhecida a alíquota de presunção do 
lucro, precisamos entender como aplicá-la�
FIQUE ATENTO
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Cálculo e contabilização com base no 
regime de competência
A Instrução Normativa 1�700/2017, com suas alte-
rações, define que o lucro presumido será determi-
nado mediante aplicação dos percentuais citados 
na tabela acima sobre a receita bruta auferida em 
cada período de apuração trimestral, deduzida das 
devoluções e vendas canceladas e dos descontos 
incondicionais concedidos�
Então, o que compõe a receita bruta é:
I� o produto da venda de bens nas operações de 
conta própria;
II� o preço da prestação de serviços em geral;
III� o resultado auferido nas operações de conta 
alheia; e
IV� as

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