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e-Book 1 Geisa Paulette CONTABILIDADE E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Sumário INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3 FORMA DE REMUNERAÇÃO DOS SÓCIOS ����� 4 Conceitos e formas de remuneração dos sócios – pró-labore ������������������������������������������������������������������������������ 4 Conceitos, cálculos e contabilização dos Juros sobre Capital Próprio, Distribuição de Lucros e Dividendos��������� 8 Conceitos, cálculos e contabilização do MEI (Micro- empreendedor Individual) �������������������������������������������������� 18 Conceitos, cálculos e contabilização do EIRELI (Em- presa Individual de Responsabilidade Limitada) e Sociedade Limitada Unipessoal����������������������������������������� 27 Sociedade Limitada Unipessoal����������������������������������������� 31 Divisão da tributação brasileira e regimes de tributação dos impostos sobre a renda no Brasil ������������������������������� 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS ��������������������������������������������40 3 INTRODUÇÃO Neste módulo, você estudará sobre a relação entre Contabilidade e Planejamento Tributário� É de suma importância conhecer as tratativas fiscais e como elas serão escrituradas na contabilidade, onde as informa- ções deverão ser idênticas� Abordaremos aqui as possíveis remunerações dos sócios, evidenciando a carga tributária, a legislação vigente, e as formas de sociedade individual� Ao final, conseguiremos analisar vantagens e desvantagens das constituições societárias, as retiradas de pró-labore e as distribuições de lucros� 44 FORMA DE REMUNERAÇÃO DOS SÓCIOS Na legislação vigente, podemos definir várias formas de remuneração dos sócios� Neste tópi- co, você conhecerá as formas de recebimento de valores por sociedades constituídas por mais de um sócio, assim como as empresas individuais� Cada situação trará uma perspectiva financeira e fiscal, observando as vantagens e desvantagens ao final do estudo. CONCEITOS E FORMAS DE REMUNERAÇÃO DOS SÓCIOS – PRÓ-LABORE O que é pró-labore O termo “pró-labore”, proveniente do latim, signi- fica “pelo trabalho” e consiste na remuneração de sócios por atividades exercidas na empresa, normalmente, sob sua administração� Somente os sócios que trabalham na empresa podem receber o pró-labore� Os que não exercem atividades – aqueles que são somente acionistas – podem retirar apenas o lucro apurado no período, também denominado “Distribuição de lucro”� 55 Incidência de encargos Para a legislação brasileira, o pró-labore não é enquadrado como salário e, portanto, possui en- cargos diferentes dos colaboradores da empresa� Porém, não está isento de recolhimentos ao fisco. Sobre o pró-labore, também não é obrigatório o pagamento de benefícios, como 13º salário, férias, e FGTS, a não ser que esteja definido pelos sócios no contrato social, sendo, assim, opcional� Segundo o decreto nº 3.048/99, que define o Regulamento da Previdência Social por meio do artigo 9º, os sócios que administram empresas são considerados contribuintes obrigatórios, deixando claro que os sócios-administradores não podem optar apenas pela retirada de lucro� O valor mínimo de pró-labore deve ser de um sa- lário-mínimo vigente e a forma correta de calcular o valor a ser pago para o sócio-administrador é pesquisar qual seria o salário ao se contratar um colaborador que exerça a mesma atividade na administração� Normalmente, a incidência do INSS sobre o pró- -labore é de 11%, mas pode ser aumentada, se a empresa for optante pelo Lucro Presumido ou Real e, ainda, se o sócio possuir carteira assinada ou for administrador em outra empresa� 66 Já o cálculo do IRRF se dá por meio da tabela progressiva, utilizando os valores recebidos de pró-labore como base de cálculo� A sistemática para recolhimento é a retenção na fonte, em que o sócio receberá o valor líquido, sen- do o resultado entre o valor do pró-labore menos INSS e IRRF� Vale o comentário aqui que, como as tabelas são progressivas, pode haver faixa de isenção de IRRF� Para o pró-labore há, ainda, a aplicação de 20% so- bre o valor bruto, a título de contribuição patronal� Portanto, a empresa terá encargo sobre o valor recebido pelo sócio� Essa alíquota não é aplicada a empresas do Simples Nacional� Registro de pró-labore O registro do pró-labore é feito através de uma folha, bem parecida com a de pagamento de salários� Nela constará o valor bruto do pró-labore, assim como as retenções de INSS e IRRF (se houver, para este último)� Se houver contribuição patronal, também estará destacada no relatório� O sócio recebe um recibo constando os mesmos valores do registro em folha e, em caso de neces- sidade de comprovação de renda, o contador da empresa emitirá um demonstrativo próprio, no qual constem os valores recebidos� 77 Contabilização do pró-labore A contabilização da folha de pró-labore será feita em contas do grupo de despesas administrativas� Com base no resumo de folha de pró-labore, com valores hipotéticos, vamos efetuar a contabilização� Tabela 1: Resumo de folha de pró-labore� Proventos Valor Descontos Valor Pró-labore 10�000 INSS 1�100 IRRF 2�500 Total Proventos 10�000 Total Descontos 3�600 Líquido a Pagar 6�400 Fonte: Elaboração própria� Contribuição Patronal – 20% – 2�000 Lançamentos Contábeis 1 – Valor do pró-labore bruto D – Pró-labore (Despesa Administrativa) 10�000 C – Pró-labore a pagar (Passivo Circulante) 10�000 2 – Valor do desconto de INSS D – Pró-labore a pagar (Passivo Circulante) 1�100 C – INSS a recolher (Passivo Circulante) 1�100 3 – Valor do desconto de IRRF D – Pró-labore a pagar (Passivo Circulante) 2�500 C – IRRF a recolher (Passivo Circulante) 2�500 88 4 – Valor do INSS Patronal D – INSS s/ pró-labore (Despesa Administrativa) 2�000 C – INSS a recolher (Passivo Circulante) 2�000 CONCEITOS, CÁLCULOS E CONTABILIZAÇÃO DOS JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO, DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS E DIVIDENDOS Conceito de Juros sobre Capital Próprio Juros sobre capital próprio (JCP) é uma das tra- tativas adotadas para a remuneração dos sócios� Dessa forma, o valor destinado ao Juros poderá ser contabilizado como despesa, diminuindo o lucro e, consequentemente, alterando a base de cálculo do IR e CS para as empresas de lucro real� Os sócios não são isentos de valores recebidos de JCP, uma vez que a tributação desses valores se dá no momento do pagamento pela empresa, com retenção na fonte de IR� A alíquota é de 15% e deve ser recolhido até o 3º (terceiro) dia útil subsequente ao decêndio de ocorrência do fato gerador (pagamento ou crédito)� O efetivo pagamento ou crédito dos juros depen- de da existência de lucro do exercício (antes da dedução dos juros), ou de lucros acumulados e 99 reservas de lucros� O montante deve ser igual ou superior a duas vezes os juros a serem pagos ou creditados� Portanto, segundo a legislação, os JCP não podem ultrapassar 50% do lucro líquido do exercício, nem 50% dos lucros acumulados e reservas de lucro de períodos anteriores� Devem ser consideradas as seguintes contas do Patrimônio Líquido, para efetuar o cálculo dos juros: y Capital social – com todas as espécies de ações; y Reservas de capital e de lucros; y Ações em tesouraria; e y Prejuízos acumulados� Entendemos, então, com base no parágrafo acima, que para o cálculo dos juros remuneratórios não poderão ser considerados os valores: y da reserva de reavaliação de bens e direitos; y da reserva especial; y da reserva de reavaliação capitalizada, em relação às parcelas não realizadas; y dos ajustes de avaliação patrimonial� (Lei nº 11�638/07)� Os valores acima só poderão ser considerados se forem adicionados ao lucro líquido para deter- minação do lucro real, que servirá de base para o cálculo de Imposto de Renda e Contribuição Social� 1010 A seção XV do Regulamento do Imposto de Renda (RIR), Decreto 9�580/2018,trata exclusivamente de Juros sobre o capital próprio� Exemplo prático de cálculo de Juros sobre Capital Próprio Dados para análise: Tabela 2: Dados para cálculo do JCP� Capital Social 3�900�000 Reserva de Reavaliação 650�000 Outras Reservas 455�000 Lucros Acumulados 1�300�000 Total do PL 6�305�000 Fonte: Elaborado pela autora� y Lucro do exercício antes dos JCP – 780�000 y Taxa anual da TJLP – 12% Cálculo dos JCP Tabela 3: Cálculo do JCP� (+) Total do PL 6�305�000 (-) Reserva de Reavaliação (650�000) (=) Base de cálculo 5�655�000 (X) Alíquota TJLP 12% SAIBA MAIS 1111 (=) Juros sobre capital próprio 678�600 Fonte: Elaborado pela autora� Análise da dedutibilidade para adequação legal: 50% do lucro líquido do exercício (780�000 X 50%) = 390�000 50% dos lucros acumulados (1�300�000 X 50%) = 650�000 O valor máximo que pode ser distribuído como JCP é 650�000, uma vez que 678�600 (valor total do JCP) ultrapassa o estipulado em lei� Leva-se sempre em consideração o valor máximo possível para distribuição� Se o valor de JCP fosse menor que o máximo es- tipulado em lei, poderia ser distribuído totalmente� Contabilização dos Juros sobre Capital Próprio Com base no exemplo acima, a contabilização fica da seguinte maneira: D – Despesas financeiras – JCP 650.000 C – JCP a Pagar (Passivo Circulante) 650�000 D – JCP a Pagar (Passivo Circulante) 97�500 C – IRRF a recolher (Passivo Circulante) 97�500 1212 Conceito de Distribuição de Lucros O lucro é a remuneração do capital aplicado pelo sócio na empresa, diferente do pró-labore, que é a remuneração pelo trabalho do sócio� Ele é calculado anualmente quando o balanço é fechado e, posteriormente, distribuído aos sócios, podendo ser de acordo com a participação no ca- pital social ou de forma diferente da participação do capital social, desde que exista um acordo entre os sócios� A distribuição de lucros é isenta de impostos, uma vez que o lucro já foi tributado na pessoa jurídica que o apurou� Para chegar ao valor de lucro que poderá ser dis- tribuído aos sócios há duas opções: 1 – Fazer escrituração contábil; 2 – Calcular o valor do Lucro Presumido, conforme legislação� O que pode acontecer é que o valor do Lucro Pre- sumido pode ser menor do que o apurado pela escrituração contábil� Levando-se em conta que a escrituração contábil é obrigatória para todas as empresas, conforme citado pelo Conselho Federal de Contabilidade 1313 (CFC), é válido que seja feita para apuração dos valores a serem retirados pelos sócios� A Distribuição de Lucros deve ser feita anualmente, sendo possível a antecipação de lucros� Para isso, deve-se calcular o lucro da empresa até o mês em que está sendo realizada a antecipação e transferir da conta corrente da empresa para a conta corrente do sócio� Porém, para que essa operação seja vali- dada, a empresa deve estar com todos os registros contábeis, fiscais e financeiros em ordem. Caso contrário, a distribuição do lucro será tributada, sendo entendida como pró-labore� Vale destacar que os lucros só podem ser distribuídos se eles existirem na empresa� (Lei nº 9�249/95 – art�10) O artigo 1�008 da Lei 4�357/1964 cita: “Caso a empresa tenha débitos federais, municipais ou estaduais, não poderá realizar distribuição de lucros, estando então sujeita a multa de 50% do valor distribuído”� Contabilização da Retirada de Lucro A contabilização da retirada de lucro apenas reflete a transferência de valores monetários (dinheiro) da conta da empresa para a conta do sócio� 1414 É preciso atentar se estamos contabilizando uma antecipação de distribuição de lucro ou já efeti- vando a distribuição de lucro no final do período. Vamos contabilizar as duas situações, utilizando valores fictícios. Exemplo 1: Contabilização de antecipação de distribuição de lucro No mês X, a empresa fez a antecipação de lucro para o sócio H, no valor de 1.200. Verificou-se que foi apurado o valor de 1�400 de lucro no período� D – Antecipação de Distribuição de Lucro (Ativo Circulante) 1�200 C – Banco conta Movimento (Ativo Circulante) 1�200 Assim que o lucro for apurado ao final do exercício, precisaremos contabilizar o valor distribuído no Patrimônio Líquido� Em dezembro, a empresa apurou o lucro total de 7�800� Distribuiu aos sócios 7�800, levando em consideração o valor distribuído anteriormente� D – Reserva de lucros / Lucros Acumulados (Pa- trimônio Líquido) 1�200 1515 C – Antecipação de Distribuição de Lucro (Ativo Circulante) 1�200 D – Reserva de lucros / Lucros Acumulados (Pa- trimônio Líquido) 6�600 C – Banco conta Movimento (Ativo Circulante) 6�600 Exemplo 2: Contabilização da distribuição efetiva de lucro No final do ano de XX, foi apurado na empresa ABC o lucro de 9�750, o qual será todo distribuído aos sócios� D – Reserva de lucros / Lucros Acumulados (Pa- trimônio Líquido) 9�750 C – Banco conta Movimento (Ativo Circulante) 9�750 Porém, pode acontecer de a empresa apurar lucro e querer distribuir aos sócios, contudo, o pagamento só vai ocorrer no próximo período� Então, faz-se necessário contabilizar a provisão do pagamento no exercício de apuração do lucro� 1616 Exemplo 3: Provisão da Distribuição de Lucro No final do ano de YY, foi apurado na empresa XZD o lucro de 11�100, o qual será distribuído no seu montante, porém pago no próximo ano� D – Reserva de lucros / Lucros Acumulados (Pa- trimônio Líquido) 11�100 C – Distribuição de Lucro a Pagar (Passivo Circu- lante) 11�100 Conceito de Dividendos Dividendos são valores distribuídos na forma de remuneração aos acionistas, por ocasião do en- cerramento do exercício, quando há lucro apurado em Sociedades Anônimas� Os valores podem ser pagos na forma de dinheiro, ações ou direitos de propriedades, sempre propor- cional à quantidade de ações do investidor, sendo a periocidade especificada no estatuto da empresa. De acordo com o artigo 202 da Lei 6�404/76 (Lei das S/As), que regula esse tema, o estatuto social determinará a porção mínima dos lucros que devem ser distribuídos, sendo obrigatório, por lei, distribuir dividendos ao final de cada exercício. Muitas empresas adotam um percentual mínimo de 25%, mas existem outras que adotam percentuais 1717 menores ou maiores, e não há um limite mínimo exato estabelecido por lei� Dentro do conceito de dividendos, temos a boni- ficação e o dividendo especial extraordinário. A bonificação (bônus) é paga em forma de ações, proporcionalmente ao número de papéis adquiridos� Já o dividendo especial extraordinário é distribuí- do com base em acontecimentos inesperados no decorrer do exercício que aumentam a receita e o caixa da empresa� Exemplo: venda de ativo� No Brasil, os dividendos são isentos de imposto de renda, uma vez que as empresas já foram tri- butadas em suas operações e, por isso, tributar os dividendos seria uma espécie de bitributação� Contabilização de dividendos Como há necessidade de apuração do lucro para distribuição dos dividendos, normalmente, o pa- gamento se dá no período seguinte à apuração� Portanto, a contabilização ficará assim: D – Reserva de lucros / Lucros Acumulados (Pa- trimônio Líquido) C – Dividendos a Pagar (Passivo Circulante) 1818 A Resolução CFC 1�398/2012 trata a ITG 08 – Conta- bilização da Proposta de Pagamento de Dividendos� CONCEITOS, CÁLCULOS E CONTABILIZAÇÃO DO MEI (MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL) Conceitos de MEI, SIMEI e respectivos tributos A sigla MEI significa Micro Empreendedor Individual e é uma tratativa adotada para que os trabalhadores informais fiquem dentro da legalidade, com carga tributária reduzida� O profissional cadastrado como MEI passa a ter CNPJ, ou seja, tem facilidades com a abertura de conta bancária, no pedido de empréstimos, e na emissão de notas fiscais, além de ter obrigações e direitos de uma pessoa jurídica� Para ser MEI, algumas regras precisam ser seguidas: y Exercer profissionalmente atividade econô- mica organizadapara a produção ou a circulação de bens ou de serviços (art� 966 do Código Civil); y Auferir receita bruta acumulada nos anos-ca- lendário anterior e em curso de até R$ 81�000,00 SAIBA MAIS 1919 (oitenta e um mil reais)� No caso de início de ati- vidade, o limite deve ser de R$ 6�750,00 (seis mil setecentos e cinquenta reais) multiplicado pelo número de meses compreendidos entre o mês de início de atividade e o final do respectivo ano-ca- lendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro; y Exercer tão somente as ocupações constantes do Anexo XI da Resolução CGSN nº 140, de 2018; y Possuir um único estabelecimento; y Não participar de outra empresa como titular, sócio ou administrador; y Não contratar mais de um empregado, que só poderá receber 1 (um) salário-mínimo previsto em lei federal ou estadual ou o piso salarial da categoria profissional, definido em lei federal ou por convenção coletiva da categoria; y Não guardar, cumulativamente, com o contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade; y Não realizar suas atividades mediante cessão ou locação de mão de obra� Para a constituição como microempreendedor individual (MEI) e optante pelo Sistema de Reco- lhimento em Valores Fixos Mensais dos Tributos Abrangidos pelo Simples Nacional (SIMEI), deve-se acessar o Portal do Empreendedor e informar os 2020 dados pessoais do empreendedor individual para a sua formalização� Como já citado, a carga tributária de um MEI é diferenciada por ser reduzida� A alíquota é de 5% do limite mensal do salário-mínimo e mais R$ 1,00 (um real), a título de ICMS, caso seja comerciante e/ou R$ 5,00 (cinco reais), a título de ISS, caso seja prestador de serviço� O pagamento pode ser feito por meio de débito automático, on-line, ou emis- são do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS)� Diferentemente do que ocorre com os demais optantes pelo Simples Nacional, o optante pelo Simei é isento dos seguintes tributos: y IRPJ y CSLL y Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins e IPI (exceto se incidentes na importação) y Contribuição previdenciária patronal (exceto se contratar empregado) Assim como acontece com a opção pelo Simples Nacional, a opção pelo Simei não exclui a incidência de outros tributos, por exemplo: y IOF; y Impostos sobre a Importação e Exportação; y Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins e IPI incidentes na importação; 2121 y ITR; y Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável, bem como relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação de bens do ativo per- manente, ou relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa jurídica a pessoas físicas; y FGTS; y Contribuição previdenciária relativa ao empregado� A opção pelo Simei também não é suficiente para dispensar a obrigatoriedade de reter IRPJ, CSLL, Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins, conforme a legislação federal de regência desses tributos� No que se refere ao pagamento dos tributos, O MEI tem as seguintes opções para emitir o DAS-MEI: y por meio do respectivo Programa Gerador – PGMEI; y por meio do APP do MEI para celular; y através do Totem Sebrae; ou y incluir em Débito Automático� A Lei Complementar nº 126, de 2006, no caput do art� 18-A cita: “De qualquer modo, o MEI está obri- gado a pagar o valor mensal previsto pelo Simei, porque esse valor é fixo e independe do exercício de atividade e do volume de receita”� 2222 Então, vale dizer que, a partir do momento em que o MEI for optante pelo Simei, ele deverá recolher os valores do DAS-MEI, ainda que esteja inativo ou que tenha receita zero� Obrigações fiscais, legais e contábeis do MEI Conforme Resolução CGSN nº 140, nos artigos 106, 108 e 109, as obrigações acessórias previstas para o MEI são: y Emitir documento fiscal para destinatários inscritos no CNPJ, salvo se o destinatário emitir nota fiscal de entrada de mercadorias; y Manter Relatório Mensal de Receitas Brutas para comprovação das receitas, no qual deverão ser anexadas as notas fiscais de entrada de mer- cadorias e serviços tomados, bem como as notas fiscais emitidas de vendas ou prestação de serviços; y Apresentar Declaração Anual para o MEI – DASN-Simei; y Prestar informações relativas a terceiros, nos casos de contratação de funcionário� Em relação ao Relatório Mensal de Receitas Brutas, a obrigação do MEI é mantê-lo, para apresentação apenas quando solicitado pelo Fisco� Eventual inatividade do MEI não o desobriga de apresentar a DASN-Simei, pois o MEI que deixar 2323 de apresentar a DASN-Simei ou que a apresentar com incorreções ou omissões ou, ainda, que a apresentar fora do prazo fixado, será intimado a apresentá-la ou a prestar esclarecimentos, conforme o caso, no prazo estipulado pela autoridade fiscal, e estará sujeito a multa� O fato de ser MEI não é suficiente para obrigar ou desobrigar o contribuinte de apresentar declaração de imposto de renda pessoa física� Caso ele se enquadre em qualquer das hipóteses de obriga- toriedade de declarar, de acordo com a legislação federal pertinente, deverá fazê-lo� Caso contrário, não� O MEI só está desobrigado de apresentar GFIP e RAIS se não contratar empregado� O MEI fica dispensado da escrituração dos livros fiscais, contábeis e da Declaração Eletrônica de Serviços (DES), assim como de emitir nota fiscal para consumidor pessoa física� Porém, estará obrigado à emissão quando o destinatário da mercadoria ou serviço for cadastrado no CNPJ, salvo quando esse destinatário emitir nota fiscal de entrada� Independentemente da dispensa de emissão de nota fiscal, o MEI deve sempre adquirir mercadorias ou serviços com documento fiscal. 2424 Baixa e Desenquadramento do SIMEI Não podemos confundir desenquadramento do Simei com baixa do MEI� No desenquadramento, o contribuinte sai do Simei, mas mantém sua inscrição no CNPJ� Ou seja, o MEI pode ser desenquadrado do Simei e permanecer existindo como empresário individual, no Simples Nacional ou não� Já a baixa do MEI equivale à sua extinção, com baixa de sua inscrição no CNPJ� O desenquadramento por opção do MEI poderá ser realizado a qualquer tempo, mas só produzirá efeitos a partir de 1º de janeiro do ano calendário subsequente� Já se a comunicação for feita no mês de janeiro, o desenquadramento produzirá efeitos nesse mesmo ano-calendário� A obrigatoriedade do desenquadramento mediante comunicação dar-se-á por opção do MEI ou obri- gatoriamente quando: y exceder no ano-calendário imediatamente anterior ou no ano-calendário em curso o limite de receita bruta previsto no § 1º do artigo 18-A da Lei Complementar nº 123, de 2006 (R$ 81�000,00, a partir de janeiro/2018); y exceder no ano-calendário de início de atividade o limite proporcional previsto no § 2º do art� 18-A da Lei Complementar nº 123, de 2006 (R$ 6�750,00 multiplicados pelo número de meses compreendido 2525 entre o início de atividade e o final do respectivo ano-calendário, a partir de janeiro/2018); y exercer atividade não constante no Anexo XI da Resolução CGSN nº 140, de 2018; y possuir mais de um estabelecimento; y participar de outra empresa como titular, sócio ou administrador; y contratar mais de um empregado ou pagar a ele mais que um salário-mínimo ou o piso salarial da categoria profissional; y incorrer em alguma das situações previstas para exclusão do Simples Nacional� Será desenquadrado automaticamente do Simei o microempreendedor individual que promover a alteração de dados no CNPJ que importem em: y alteração para natureza jurídica distinta de empresário individual; y inclusão de atividade econômica não permitida pelo CGSN; y abertura de filial. O desenquadramento produzirá efeitos a partir do mês subsequente ao da ocorrência da situação impeditiva� Distribuição de lucros São considerados isentos do imposto sobre a renda,na fonte e na declaração de ajuste do beneficiário, 2626 os valores efetivamente pagos ou distribuídos ao Microempreendedor Individual – MEI, optante pelo Simples Nacional, exceto os que corresponderem a pró-labore ou aluguéis� A isenção fica limitada ao valor resultante da aplicação, sobre a receita bruta mensal, no caso de antecipação de fonte, ou da receita bruta total anual, tratando-se de Declaração de Ajuste Anual, dos percentuais de apuração do Lucro Presumido, mencionados no artigo 15, da Lei nº 9�249, de 26 de dezembro de 1995� O limite acima não se aplica na hipótese de o mi- croempreendedor individual manter escrituração contábil que evidencia lucro superior àquele limite� Vale lembrar que o MEI não está obrigado a ter escrituração contábil, porém, se optar por distribuir valor maior que o apurado no cálculo de lucro pre- sumido, terá de ter os livros contábeis em ordem� 2727 CONCEITOS, CÁLCULOS E CONTABILIZAÇÃO DO EIRELI (EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA) E SOCIEDADE LIMITADA UNIPESSOAL Conceito de EIRELI EIRELI é a sigla de Empresa Individual de Respon- sabilidade Limitada� Trata-se de um tipo societário, criada pela Lei nº 12�441, em 2011, com o objetivo de legalizar o empresário individual como socie- dade limitada, eliminando a figura do sócio, sendo uma das alternativas para os que não podem ser enquadrados como MEI� A separação do patrimônio empresarial do privado se dá como uma das principais características da EIRELI� Porém, é importante destacar que essa se- paração patrimonial é válida apenas se o titular da empresa não tiver praticado qualquer tipo fraude ou ato ilícito comprovado� A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI poderá ser constituída tanto por pessoa natural quanto por pessoa jurídica, nacional ou estrangeira� Do ato constitutivo da EIRELI formada por pessoa natural deverá constar cláusula com a declaração de que o seu titular não participa de nenhuma outra empresa dessa modalidade� A 2828 constituição de EIRELI por pessoa jurídica impede a constituição de outra com os mesmos sujeitos naturais integrantes a titular, em respeito ao dis- posto no § 2º do art� 980-A do Código Civil� O capital social, que deverá ser totalmente inte- gralizado, não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no país, sendo des- necessária a atualização do capital por alteração e/ou decisão do titular, quando houver mudanças no valor instituído pelo Governo Federal� É vedada a contribuição ao capital que consista em prestação de serviços, assim como o objeto que inclua a atividade de advocacia� Na razão social deverá constar o termo EIRELI, porém, sem a obrigatoriedade de constar o nome do proprietário� Não há limite de faturamento para uma EIRELI, mas é necessário levar em consideração o regime tributário escolhido� Obrigações fiscais e contábeis de uma EIRELI Uma EIRELI pode escolher entre os três regimes tributários a seguir: y Lucro Presumido y Lucro Real 2929 y Simples Nacional As obrigações fiscais e contábeis para as empre- sas EIRELI são as mesmas citadas na lei das S/ As, no Regulamento do Imposto de Renda, e nas legislações específicas do Ministério do Trabalho. Como iremos tratar dessas leis e normas em mo- mento específico, vou apenas elencar algumas obrigações, independentemente do tipo de tribu- tação escolhido: y Escrituração Contábil y Escrituração Fiscal y Registro de Empregados y GEFIP / SEFIP y DIRF Fazer a escrituração contábil da empresa é obriga- tório, pois os documentos/demonstrativos gerados são exigidos por lei para verificar regularmente se a empresa está em dia e pagando os devidos impostos� As informações extraídas das demonstrações contábeis são relevantes para: y orientação e escolha do regime tributário mais adequado para a empresa; y manutenção do registro da empresa junto aos órgãos governamentais; 3030 y garantia da conformidade com a legislação fiscal, trabalhista e previdenciária; y fornecimento de dados para previsões finan- ceiras, como o fluxo de caixa e o capital de giro; y precificação do produto; y análise de indicadores financeiros; y comprovação de lucro ou prejuízo para retirada de valores pelos sócios Conforme o item Perguntas Frequentes do site do CFC, temos a seguinte pergunta sobre a contabili- zação das empresas: Pergunta: A escrituração contábil é obrigatória para todas as entidades, inclusive micro e pequenas empresas? Resposta: Sim, os profissionais de contabilidade estão obrigados a aplicar a ITG 2000, aprovada pela Resolução CFC nº 1�330/11� O item 2 da referida Interpretação determina que a mesma deve ser adotada por todas as enti- dades, independente da natureza e do porte, na elaboração da escrituração contábil, observadas as exigências da legislação e de outras normas aplicáveis, se houver� Já em relação à remuneração dos sócios, podemos elencar a retirada de pró-labore, a distribuição de lucro e o recebimento de juros sobre capital próprio� 3131 SOCIEDADE LIMITADA UNIPESSOAL A MP 881/2019 convertida na lei 13�874/2019 institui esse novo formato empresarial� A Sociedade Limitada Unipessoal (SLU) permite a abertura de uma empresa sem a necessidade de um capital mínimo, com garantia do patrimônio particular permanecer protegido e sem sócios� Portanto, é uma facilidade para profissionais dei- xarem a informalidade, sem a obrigatoriedade de terem sócios ou capital social integralizado alto� Há a possiblidade de abertura de mais de uma em- presa pelo sócio e as atividades não são restritas� Poderá ser definida no ato de constituição, saída de sócios da sociedade, por meio de alteração contratual, bem como por meio de transformação, fusão, cisão, conversão e outras situações� Uma observação a ser feita sobre um capital social (inicial) reduzido é que, se a empresa tiver prejuí- zos, poderá não conseguir pagá-los, diferente das possibilidades da EIRELI, que são maiores para esse tipo de situação� O DREI – Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração – divulgou a Instrução Normativa 63, de 11/06/2019, considerando os termos da MP 881, ainda não convertida em lei, 3232 orientando os procedimentos no arquivamento dos pedidos de constituição e alteração do contrato social para a Sociedade Limitada Unipessoal� Assim, dispõe a IN 63/2019 que a Sociedade Li- mitada Unipessoal: (i) deverá adotar, como nome empresarial, o nome civil do sócio único, de forma completa (podendo ser abreviado o prenome) acrescido da expressão limitada, por extenso ou abreviada; (ii) o ato constitutivo do sócio único observará as disposições previstas na lei para o contrato social da sociedade limitada; (iii) as decisões do sócio único deverão ser con- solidadas em documento escrito, dispensando publicação, exceto em caso de redução do capital social, quando excessivo em relação ao objeto da sociedade; (iv) na hipótese de falecimento do sócio único, a sucessão dependerá de autorização judicial enquan- to não concluída a partilha ou a escritura pública de partilha de bens, a exemplo do que ocorre em relação ao herdeiro do titular de EIRELI; (v) sua extinção se opera pelo distrato do contrato social� 3333 Importante deixar claro que regras quanto à ca- pacidade e aos impedimentos para ser sócio se mantêm como Sociedade Limitada� Todas as obrigações acessórias, assim como a escolha da melhor forma de tributação são iguais das empresas do tipo EIRELI� DIVISÃO DA TRIBUTAÇÃO BRASILEIRA E REGIMES DE TRIBUTAÇÃO DOS IMPOSTOS SOBRE A RENDA NO BRASIL Divisão Tributária Conforme o Código Tributário Nacional (CTN), no art� 3, entende-se por tributo toda prestação pecuniária compulsória em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada� Ainda no CTN, artigo 5º, e na Constituição Federal, artigo 145º,os tributos são assim divididos: 1) Impostos; a) Taxas, cobradas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, pres- tados ao contribuinte ou postos à sua disposição; 3434 b) Contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas; c) Contribuições especiais; d) Empréstimos compulsórios� O sistema tributário brasileiro consiste no recolhi- mento de tributos, com o objetivo de subsidiar as ações do governo, envolvendo os serviços presta- dos à população, a melhoria da infraestrutura das entidades governamentais, e o pagamento dos servidores públicos� Normalmente, os tributos são cobrados do cidadão direta ou indiretamente pelo governo, seja durante a aquisição/utilização de algum produto ou serviço, tanto de empresas públicas como privadas� Entretanto, devido à falta de unificação da legisla- ção tributária, existe a complexidade do sistema tributário nacional� Os tributos são divididos nas três esferas governamentais� I� Tributos federais São os tributos arrecadados pela União com o objetivo de pagar gastos públicos nas áreas de saúde, segurança e educação, e podem ser utili- zados para aumentar ou diminuir o consumo de 3535 determinados bens e serviços, tendo a União maior controle sobre a economia do país� y Exemplos de tributos federais: y Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); y Imposto sobre Operações Financeiras (IOF); y Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ); y Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF); y Programa de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP); y Contribuição para o Financiamento da Seguri- dade Social (COFINS)� II� Tributos estaduais Os tributos estaduais são regulamentados pelos governos estaduais, sendo a utilização definida pelo próprio� Os tributos estaduais são: y Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); y Imposto sobre a Propriedade de Veículos Au- tomotores (IPVA); y Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD)� III� Tributos municipais 3636 Os tributos municipais são de competência das prefeituras e os valores arrecadados são utilizados para sanar as despesas com a folha de pagamento e demais custos para a manutenção dos gastos públicos� São tributos municipais: y Imposto sobre Transmissão de Bens Inter Vivos (ITBI); y Imposto sobre Serviços (ISS); y Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)� A União é a responsável por recolher a maior parte dos tributos no Brasil, cabendo a ela administrar a repartição dessa receita, distribuindo aos Estados e ao Distrito Federal (ente federativo autônomo) – e esses, por sua vez, aos Municípios – os valo- res com o objetivo de diminuir as desigualdades econômicas regionais� Regime de Tributação Regime de Tributação é a forma com que o con- tribuinte deve tributar seus resultados, operações, rendimentos ou rendas� Para as empresas possuidoras de CNPJ temos três tipos básicos de regimes, o qual será escolhido entre as atividades permitidas e a legislação, que pode obrigar a adotar um deles� São: 3737 Lucro Presumido – tem como base o faturamento da empresa e a presunção de lucro conforme o tipo de atividade (Comércio, Indústria ou Prestação de Serviço); Lucro Real – tem como base o lucro contábil para apuração do IRPJ e a CSLL e as compras e vendas para PIS e COFINS; Simples Nacional – utiliza a receita bruta do mês e acumulada do ano para cálculo de guia única para recolhimento� Algumas limitações são dadas para se enquadrar no Lucro Presumido, e ainda mais restrições quando falamos no enquadramento ao Simples Nacional� Já em outros casos, a empresa está obrigada a optar pelo Lucro Real� O Imposto de Renda Pessoa Física parte da tributação da renda auferida pelo indivíduo em determinado período. Ao final dele, o contribuinte é obrigado a declarar toda a renda, segregando-a entre tipos específicos, se houver tratamentos diferenciados na tributação� Na mesma declaração de rendas, o contribuinte informa gastos específicos que podem ser abati- dos do montante total a ser pago (denominados deduções)� Algumas rendas podem ser isentas de tributação, o que também diminui a renda tributável� 3838 Ao final, sobre o montante tributável, são aplicadas alíquotas escalonadas, de modo a definir o valor devido ou a restituir� Para esse cálculo, é apresentada pelo Fisco Fe- deral a tabela de cálculo progressivo, na qual são escalonadas por faixas as rendas, assim como as alíquotas e os valores a deduzir� Os valores também informados pelo Fisco Federal, a título de Dependentes, também abatem o valor a recolher� Todos os anos, a Receita Federal apresenta as regras de obrigatoriedade de entrega de declara- ção de Imposto de Renda Pessoa Física, o prazo de entrega e condições, assim como a lista de perguntas e respostas para a melhor apresentação da obrigação� Juntamente com o Imposto de Renda Retido da Fonte – o qual é retido pelo empregador por meio da folha de pagamento e recolhido ao fisco através de DARF –, há também o desconto de INSS, que se destina ao financiamento da aposentadoria. 39 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste módulo, conseguimos analisar as formas de recebimento de valores que podem ser utilizados pelos sócios, assim como contabilizá-las� Utilizamos exemplos práticos para cálculos dos Juros sobre Capital Próprio e os contabilizamos por meio dos dados apurados� Aprendemos a diferenciar e a conceituar os tipos de empresa MEI, EIRELI e SLU� A divisão tributária e os regimes tributários tam- bém foram descritos para serem utilizados nas empresas explicitadas� Referências Bibliográficas & Consultadas ANDRADE FILHO, E� O� Imposto de renda das empresas� 13� ed� São Paulo: Atlas, 2018� [Minha Biblioteca] CHIEREGATO, R� et al� Manual de contabilidade tributária� 14� ed� São Paulo: Atlas, 2014 [Minha Biblioteca] FABRETTI, L� C� et al� Contabilidade tributária� 16� ed� São Paulo: Atlas, 2016� [Minha Biblioteca] HARADA, K� B� Código tributário nacional� São Paulo: Rideel, 2016� [Biblioteca Virtual] HAUSER, P� Contabilidade tributária: dos conceitos a aplicação� Curitiba: InterSaberes, 2017� [Biblioteca Virtual] MACHADO, L� H� M� Sistema financeiro nacional� São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015� [Biblioteca Virtual] MARION, J�C� Contabilidade básica� 7� ed� São Paulo: Atlas, 2010� OLIVEIRA, L� M� et al� Manual de contabilidade tributária: textos e testes com respostas� 14� ed� Atlas, 2015� [Minha Biblioteca] OPTANTE SIMEI – 2020� Disponível em: https:// www�gov�br/receitafederal/pt-br/servicos/ simples-nacional/optante-simei� Acesso em: 12 nov� 2020� SANTOS, C� Simples nacional� 6� ed� Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2019� [Biblioteca Virtual] https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/servicos/simples-nacional/optante-simei https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/servicos/simples-nacional/optante-simei https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/servicos/simples-nacional/optante-simei e-Book 2 Geisa Paulette CONTABILIDADE E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Sumário INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3 IRPJ: SIMPLES NACIONAL E LUCRO ARBITRADO���������������������������������������������������� 4 Tipos de sociedades que podem ingressar no Simples Nacional ������������������������������������������������������������������ 4 Tributos que integram o Simples Nacional ������������������������� 8 Tabelas de Atividades Econômicas do Simples Nacional ����������������������������������������������������������� 10 Cálculos e contabilização do Simples Nacional ��������������� 17 Conceitos e requisitos para ingressar no Lucro Arbitrado ������������������������������������������������������������������������������ 21 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS ��������������������������������������������29 3 INTRODUÇÃONeste módulo, você aprenderá os conceitos, trata- tivas, cálculo e contabilização do regime tributário denominado Simples Nacional� É o regime mais utilizado para as micro e pequenas empresas� Iremos abordar também o lucro arbitrado, conhe- cendo as regras e motivos para adoção desse regime de tributação� 44 IRPJ: SIMPLES NACIONAL E LUCRO ARBITRADO Iniciando o tema Simples Nacional, precisamos destacar a Lei Complementar nº 123/2006, que prevê todas as condições necessárias para iniciar esse regime diferenciado, objetivando a simplifi- cação e o favorecimento� Compete ao Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) regulamentar as tratativas do Simples Nacional� Acesse o site: http://www�planalto�gov�br/ccivil_03/ leis/lcp/lcp123�htm e tenha todos os detalhes e as atualizações da Lei do Simples Nacional� TIPOS DE SOCIEDADES QUE PODEM INGRESSAR NO SIMPLES NACIONAL Para o ingresso no Simples Nacional é necessário o cumprimento das seguintes condições: y enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte; y cumprir os requisitos previstos na legislação; e SAIBA MAIS 55 y formalizar a opção pelo Simples Nacional� A Lei Complementar considera, como porte: y Microempresa (ME): receita bruta igual ou inferior, em cada ano-calendário, a R$ 360�000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e y Empresa de Pequeno Porte (EPP): em cada ano- -calendário, receita bruta superior a R$ 360�000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4�800�000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais)� Considera-se receita bruta o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedi- dos� (Base legal: art� 3º, § 1º, da Lei Complementar nº 123, de 2006) As receitas financeiras, apuradas em aplicações de renda fixa ou variável não são somadas às Receitas Brutas para cálculo do Simples Nacional� FIQUE ATENTO 66 É claro que a Lei traz muitos benefícios para as empresas, porém, restringe a utilização do regime tributário para: y Empresa que participe de outra pessoa jurídica; y Empresa que seja filial, sucursal, agência ou representação, no país, de pessoa jurídica com sede no exterior; y Empresa com sócio que tenha outra empresa participante do Simples Nacional; y Empresa em que o sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não optante do Simples Nacional e não ultrapasse o limite da Receita Bruta acima citada; y Empresa em que o sócio seja administrador, na qual a receita bruta global ultrapasse o limite; y As Cooperativas, exceto as de consumo; y As empresas com objeto social relacionadas a financeiras e afins; y As empresas resultantes de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores; y As Sociedades Anônimas (S/A); y As empresas criadas para prestação de ser- viço em que o sócio tenha, com o contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade; y As empresas que explorem atividades de prestação de serviços de assessoria creditícia, 77 gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos e afins; y As empresas que tenham sócios domiciliados no exterior; y As empresas cujo capital participe da adminis- tração pública, direta ou indireta, independente da esfera governamental; y As empresas que possuam débitos com o Ins- tituto Nacional do Seguro Social (INSS) ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa; y As empresas que prestem serviços de transpor- te intermunicipal e interestadual de passageiros, exceto quando na modalidade fluvial ou quando possuir características de transporte urbano ou metropolitano ou realizar-se sob fretamento con- tínuo em área metropolitana para o transporte de estudantes ou trabalhadores; y Empresa que seja geradora, transmissora, dis- tribuidora ou comercializadora de energia elétrica; y As empresas que exerçam atividades de impor- tação ou fabricação de automóveis e motocicletas; y As empresas que tenham como atividade a importação de combustíveis; y As empresas que exerçam atividades de produ- ção ou venda no atacado de: cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e pólvoras, explosivos e detonantes, 88 cervejas sem álcool e bebidas alcoólicas (exceto, a partir de 2018, as produzidas ou vendidas no atacado por micro e pequenas cervejarias, micro e pequenas vinícolas, produtores de licores e micro e pequenas destilarias); y As empresas que realizem cessão ou locação de mão de obra; y As empresas que se dediquem ao loteamento e à incorporação de imóveis; locação de imóveis próprios, exceto quando se referir à prestação de serviços tributados pelo ISS; e y As empresas sem inscrição ou com irregula- ridade em cadastro fiscal federal, municipal ou estadual, quando obrigatórias� Verifique todas as condições para a opção do Sim- ples Nacional� Nem sempre a situação tributária ou a atividade empresarial estará apta para adoção desse regime tributário� TRIBUTOS QUE INTEGRAM O SIMPLES NACIONAL Por meio de um documento único de arrecadação (DAS), o Simples Nacional integra os seguintes tributos: FIQUE ATENTO 99 y Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); y Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); y Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); y Contribuição para o Financiamento da Seguri- dade Social (COFINS); y Contribuição para o PIS/Pasep; y Contribuição Patronal Previdenciária (CPP); y Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); y Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)� Vale lembrar que o pagamento do Simples Nacional não exclui a incidência de outros tributos e que devem ser recolhidos à parte, por exemplo: y Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobi- liários (IOF); y Imposto sobre a Importação (II); y Imposto sobre a Exportação (IE); y Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) etc� Mesmo para alguns tributos listados, teremos situações com recolhimentos à parte do Simples 1010 Nacional, por exemplo, o PIS/Pasep, a Cofins e o IPI sobre importação� Os percentuais de cada tributo incluído no Simples Nacional dependem do tipo de atividade e da recei- ta bruta da empresa optante e, obrigatoriamente, todos os Estados e Municípios participam dessa modalidade� TABELAS DE ATIVIDADES ECONÔMICAS DO SIMPLES NACIONAL A Lei Complementar nº 123, de 2006, trouxe vários anexos para demonstrar as alíquotas e como será distribuído o valor do Simples para os tributos nele incluídos� Em 2016, a Lei Complementar nº 155/2016 vem alterar a Lei 123/2006, principalmente no que diz respeito aos anexos e às formas de cálculo por atividade� Abaixo, apresentamos as tabelas em vigor: Anexo I – Comércio Tabela 1: Anexo 1 – Simples Nacional� Receita Bruta em 12 meses Alíquota (%) Valor a deduzir (R$) 1ª Faixa Até 180�000,00 4,00% - 2ª Faixa De 180�000,01 a 360�000,00 7,30%w 5�940,00 1111 Receita Bruta em 12 meses Alíquota (%) Valor a deduzir (R$) 3ª Faixa De 360�000,01 a 720�000,00 9,50% 13�860,00 4ª Faixa De 720�000,01 a 1�800�000,00 10,70% 22�500,00 5ª Faixa De 1�800�000,01 a 3�600�000,00 14,30% 87�300,00 6ª Faixa De 3�600�000,01 a 4�800�000,00 19,00% 378�000,00 Fonte: Lei Complementar nº 155/2016� Anexo II – Indústria Tabela 2: Anexo 2 – Simples Nacional� Receita Bruta em 12 meses Alíquota (%) Valor a deduzir (R$) 1ª Faixa Até 180�000,00 4,50% - 2ª Faixa De 180�000,01 a 360�000,00 7,80% 5�940,00 3ª Faixa De 360�000,01a 720�000,00 10,00% 13�860,00 4ª Faixa De 720�000,01 a 1�800�000,00 11,20% 22�500,00 5ª Faixa De 1�800�000,01 a 3�600�000,00 14,70% 85�500,00 6ª Faixa De 3�600�000,01 a 4�800�000,00 30,00% 720�000,00 Fonte: Lei Complementar nº 155/2016� Anexo III – Locação de bens móveis e prestação de serviços não relacionados no parágrafo 5º C do artigo 18 1212 y creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental, escolas técnicas, profissionais e de ensino médio, de línguas estrangeiras, de artes, cursos técnicos de pilotagem, preparatórios para concursos, gerenciais e escolas livres; y agência terceirizada de correios; y agência de viagem e turismo; y centro de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga; y agência lotérica; y serviços de instalação, de reparos e de manu- tenção em geral, bem como de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais; y transporte municipal de passageiros; y escritórios de serviços contábeis; y produções cinematográficas, audiovisuais, ar- tísticas e culturais, sua exibição ou apresentação, inclusive no caso de música, literatura, artes cêni- cas, artes visuais, cinematográficas e audiovisuais; y fisioterapia; y corretagem de seguros; y arquitetura e urbanismo; y medicina, inclusive laboratorial, e enfermagem; y odontologia e prótese dentária; y psicologia, psicanálise, terapia ocupacional; y acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clínicas de nutrição e de vacinação e bancos de leite� 1313 Tabela 3: Anexo 3 – Simples Nacional� Receita Bruta em 12 meses Alíquota (%) Valor a deduzir (R$) 1ª Faixa Até 180�000,00 6,00% - 2ª Faixa De 180�000,01 a 360�000,00 11,20% 9�360,00 3ª Faixa De 360�000,01 a 720�000,00 13,50% 17�640,00 4ª Faixa De 720�000,01 a 1�800�000,00 16,00% 35�640,00 5ª Faixa De 1�800�000,01 a 3�600�000,00 21,00% 125�640,00 6ª Faixa De 3�600�000,01 a 4�800�000,00 33,00% 648�000,00 Fonte: Lei Complementar nº 155/2016� Anexo IV – Prestação de serviços constantes no parágrafo 5º C do artigo 18 y construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, bem como decoração de interiores; y serviço de vigilância, limpeza ou conservação; y serviços advocatícios� Tabela 4: Anexo 4 – Simples Nacional� Receita Bruta em 12 meses Alíquota (%) Valor a deduzir (R$) 1ª Faixa Até 180�000,00 4,50% - 2ª Faixa De 180�000,01 a 360�000,00 9,00% 8�100,00 3ª Faixa De 360�000,01 a 720�000,00 10,20% 12�420,00 1414 Receita Bruta em 12 meses Alíquota (%) Valor a deduzir (R$) 4ª Faixa De 720�000,01 a 1�800�000,00 14,00% 39�780,00 5ª Faixa De 1�800�000,01 a 3�600�000,00 22,00% 183�780,00 6ª Faixa De 3�600�000,01 a 4�800�000,00 33,00% 828�000,00 Fonte: Lei Complementar nº 155/2016� Anexo V – Prestação de serviços constantes no parágrafo 5º I do artigo 18 y administração e locação de imóveis de terceiros; y academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais; y academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes; y elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvol- vidos em estabelecimento do optante; y licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação; y planejamento, confecção, manutenção e atuali- zação de páginas eletrônicas, desde que realizados em estabelecimento do optante; y empresas montadoras de estandes para feiras; y laboratórios de análises clínicas ou de pato- logia clínica; 1515 y serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos e métodos óticos, bem como ressonância magnética; y serviços de prótese em geral; y serviços de comissaria, de despachantes, de tradução e de interpretação; y engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia, geodésia, testes, suporte e análises téc- nicas e tecnológicas, pesquisa, design, desenho e agronomia; y representação comercial e demais atividades de intermediação de negócios e serviços de terceiros; y perícia, leilão e avaliação; y auditoria, economia, consultoria, gestão, orga- nização, controle e administração; y jornalismo e publicidade; y agenciamento, exceto de mão de obra; y outras atividades do setor de serviços que tenham por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, desde que não sujeitas à tributação na forma dos Anexos III ou IV� Tabela 5: Anexo 5 – Simples Nacional� Receita Bruta em 12 meses Alíquota (%) Valor a deduzir (R$) 1ª Faixa Até 180�000,00 15,50% - 1616 Receita Bruta em 12 meses Alíquota (%) Valor a deduzir (R$) 2ª Faixa De 180�000,01 a 360�000,00 18,00% 4�500,00 3ª Faixa De 360�000,01 a 720�000,00 19,50% 9�900,00 4ª Faixa De 720�000,01 a 1�800�000,00 20,50% 17�100,00 5ª Faixa De 1�800�000,01 a 3�600�000,00 23,00% 62�100,00 6ª Faixa De 3�600�000,01 a 4�800�000,00 30,50% 540�000,00 Fonte: Lei Complementar nº 155/2016� Apesar de ser chamado de SIMPLES NACIONAL, as informações contidas na legislação devem ser bem analisadas e cálculos comparativos de outros regimes tributários devem ser feitos, pois nem sempre é vantagem optar pelo Simples Nacional, dependendo da atividade e do faturamento da empresa� É importante considerar também o que acarreta o desenquadramento do Simples Nacional� Se houver débito junto à Receita Federal, incluindo o INSS, a empresa é notificada e tem 30 dias de prazo para contestar a exclusão ou regularizar a dívida, que poderá ser parcelada� Caso isso não ocorra, a empresa será excluída do Simples Nacional a partir do próximo ano� REFLITA 1717 E temos duas situações específicas que resultam na exclusão, no mês seguinte ao fato: y se durante o ano-calendário as despesas su- perarem 20% dos lucros no mesmo período, com exceção do primeiro ano de atividade; y se durante o ano-calendário o valor de compra de mercadorias for superior a 80% das receitas do mesmo período, também com exceção do primeiro ano de atividade� A última situação de exclusão é sobre a emissão de notas fiscais. Existe a obrigatoriedade de emissão destas, podendo ser excluída a empresa que não cumprir essa atividade� CÁLCULOS E CONTABILIZAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL Com o objetivo de facilitar o cálculo do imposto a ser recolhido, há a disponibilidade pelo Comitê Gestor e a obrigatoriedade, por parte do contribuinte, da utilização de sistema eletrônico, denominado como PGDAS – D� As informações do PGDAS-D têm caráter declaratório, constituindo confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos tributos e contribuições que não tenham sido recolhidos, e deverão ser fornecidas FIQUE ATENTO 1818 à Secretaria da Receita Federal do Brasil até o venci- mento do prazo para pagamento dos tributos devidos no Simples Nacional em cada mês, relativamente aos fatos geradores ocorridos no mês anterior� O valor a ser recolhido mensalmente pelas empresas optantes pelo Simples Nacional será o resultado da aplicação da alíquota efetiva sobre a receita bruta mensal auferida (regime de competência) ou recebida (regime de caixa), conforme opção feita pelo contribuinte� Regime de Competência – é o que apropria receitas e despesas ao período de sua realização, independen- temente do efetivo recebimento das receitas ou do pagamento das despesas� Regime de Caixa – é o regime contábil que apropria as receitas e despesas no período de seu recebimento ou pagamento, respectivamente, independentemente do momento em que são realizadas� Para chegar à alíquota efetiva, faz-se o seguinte processo: 1) Verifica-se a receita bruta acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao do período de apu- ração (RBT12)� Não se confunde com a Receita Bruta Acumulada (RBA) de janeiro até o período deREFLITA 1919 apuração, que serve para identificar se a empresa ultrapassou o limite máximo de receita bruta para permanecer no Simples Nacional� 2) Conhecida a RBT12, consulta-se, no Anexo em que devem ser tributadas as receitas, a faixa de receita bruta a que ela pertence. E, identificada a faixa de receita bruta, descobre-se a alíquota nominal e a parcela a deduzir� 3) Conhecida a RBT12, a alíquota nominal e a parcela a deduzir, calcula-se a alíquota efetiva, que é o resultado de: [(RBT12 × alíquota nominal) – parcela a deduzir]/RBT12 Os detalhes citados acima são apenas para in- formação de como calcular o tributo, pois não há necessidade de cálculo manual, já que, ao acessar o portal do Simples Nacional com os dados de acesso previamente cadastrados, será solicitado somente o valor da receita do mês e o sistema informará o valor a recolher, devendo ser emitida a Guia (DAS) para pagamento� A contabilização do Simples Nacional a recolher pode ser efetuada de duas formas� A primeira, e mais comum, é lançar em apenas uma conta a despesa e o passivo, utilizando o valor total do DAS. Então, ficaria assim: 2020 D – Simples Nacional (Dedução da Receita) C – Simples a Recolher (Passivo Circulante) A segunda forma é lançar por tipo de tributo, utili- zando a tabela de partilha da LC nº 123/2006, para cada um deles� Por exemplo: D – ICMS (Dedução da Receita) D – PIS (Dedução da Receita) D – Cofins (Dedução da Receita) D – IRPJ (Dedução da Receita) D – CSLL (Dedução da Receita) C – Simples a Recolher Nesse caso, a contabilização dará muito mais tra- balho, pois o valor total do DAS deverá ser rateado para cada conta de Dedução da Receita� O valor do rateio dos impostos inseridos no DAS é apresentado no Portal do Simples Nacional� Independentemente da forma escolhida, os valo- res lançados tanto na Despesa quanto no Passivo serão iguais� 2121 Lembre-se sempre de utilizar o regime de competência para a contabilização do Simples Nacional� CONCEITOS E REQUISITOS PARA INGRESSAR NO LUCRO ARBITRADO O lucro arbitrado também é uma forma de cál- culo para IRPJ e CSLL� Ele é mais utilizado pelas Autoridades Tributárias, mas pode também ser utilizado pelo contribuinte, desde que conhecida a Receita Bruta� O lucro arbitrado não é uma forma de sanção, e sim uma forma de cálculo de tributo a ser reco- lhido pela empresa� Então, faz-se necessária a comprovação de valores de receitas, que é a base de cálculo dos tributos� Os tributos devidos com base nos critérios do lucro arbitrado deverão ser recolhidos trimestralmente, quando: y a escrituração obrigatória apresentada pelo contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tor- nem imprestável para: FIQUE ATENTO 2222 � identificar a efetiva movimentação finan- ceira, inclusive bancária; ou � determinar o lucro real; y o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou deixar de apresentar o Li- vro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a movimentação financeira, inclusive bancária, quando optar pelo lucro presumido e não mantiver escrituração contábil regular; y o contribuinte optar indevidamente pelo lucro presumido; y o representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de escriturar e apurar o lucro da sua ati- vidade separadamente do lucro do residente ou domiciliado no exterior; y o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizadas para resumir, totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário; y o contribuinte não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal, nos casos em que se encontre obrigado ao lucro real� O lucro arbitrado será apurado mediante a aplica- ção de percentuais: 2323 a) sobre a receita bruta quando conhecida, segundo a natureza da atividade econômica da empresa; b) quando desconhecida à receita bruta, sobre valores (bases) expressamente fixados pela le- gislação fiscal. O conceito de Receita Bruta é: “produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos”� A base de cálculo do lucro arbitrado será o montante determinado pela soma das seguintes parcelas: 1) o valor resultante da aplicação dos percentuais variáveis, conforme o tipo de atividade operacional, sobre a receita bruta auferida nos trimestres; 2) ao resultado obtido na forma do item 1 deverão ser acrescidos os ganhos de capital, os rendimen- tos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras (renda fixa e variável), as variações monetárias ativas, as demais receitas e todos os resultados positivos, inclusive os juros recebidos como remuneração do capital próprio, os descontos financeiros obtidos, os juros ativos não decorrentes FIQUE ATENTO 2424 de aplicações e os demais resultados decorrentes de receitas não abrangidas no item anterior; 3) também deverão ser incluídos os valores re- cuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos, a não ser que o contribuinte comprove não ter deduzido tais valores em período anterior no qual tenha se submetido à tributação com base no lucro real, ou que se refiram a período a que tenha se submetido ao lucro presumido ou arbitrado� O Lucro Arbitrado poderá ser utilizado como opção para recolhimento de Imposto de Renda e Contribuição Social� Porém, vale lembrar que seu uso não é muito comum, e pode ser um atrativo para as autoridades fiscais. Os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta são: Tabela 6: Percentuais sobre a Receita Bruta� Atividades Percentuais Atividades em geral (RIR/1999, art� 532) 9,6% Revenda de combustíveis 1,92% Serviços de transporte (exceto transporte de carga) 19,2% Serviços de transporte de cargas 9,6% REFLITA 2525 Atividades Percentuais Serviços em geral (exceto serviços hospitalares) 38,4% Serviços hospitalares, serviços de auxílio diag- nóstico e terapia; patologia clínica, imagenolo- gia, anatomia patológica e citopatologia, medi- cina nuclear e análises e patologias clínicas 9,6% Intermediação de negócios 38,4% Administração, locação ou cessão de bens e di- reitos de qualquer natureza (inclusive imóveis) 38,4% Factoring 38,4% Bancos, instituições financeiras e assemelhados 45% Fonte: Receita Federal do Brasil (2020)� O lucro arbitrado, quando não conhecida a receita bruta, será determinado por meio de procedimento de ofício, através de autoridade tributária, utilizan- do-se de uma das seguintes alternativas de cálculo: Tabela 7: Bases Alternativas� Bases Alternativas Coeficiente Lucro real referente ao último período em que a pessoa jurídica manteve escrituração, de acor- do com as leis comerciais e fiscais. 1,5 Soma dos valores do ativo circulante, realizá- vel a longo prazo e permanente, existentes no último balanço patrimonial conhecido� 0,04 Valor do capital, inclusive correção monetária contabilizada como reserva de capital, constan- te do último balanço patrimonial conhecido ou registrado nos atos de constituição ou altera- ção da sociedade� 0,07 Valor do patrimônio líquido constante do último balanço patrimonial conhecido� 0,05 2626 Bases Alternativas Coeficiente Valor das compras de mercadorias efetuadas no mês� 0,4 Soma, em cada mês, dos valores da folha de pagamento dos empregados e das compras de matérias‐primas, produtos intermediários e materiais de embalagem� 0,4 Soma dos valores devidos no mês a empregados� 0,8 Valor mensal do aluguel� 0,9 Fonte: Receita Federal do Brasil (2020)� Uma vez conhecida a base de cálculo do lucro arbitrado conforme as condições acima citadas, a alíquotado Imposto de Renda que incidirá sobre essa base de cálculo é de 15% e o adicional será calculado com a aplicação do percentual de 10% sobre a parcela do lucro que exceder ao valor de R$ 60�000,00 em cada trimestre, como efetuado para o lucro real e presumido� O mesmo acontecerá com a contribuição social, que terá a alíquota de 9%� Não há “vantagem” alguma em se optar pelo Lucro Ar- bitrado, pois os percentuais de arbitramento são muito maiores em relação ao Lucro Real e ao Presumido� Uma empresa optante pelo Lucro Arbitrado pode ter distribuição de lucros para os sócios? Sim, a distribuição irá considerar o valor bruto arbitrado, REFLITA 2727 ou seja, com os descontos dos impostos e con- tribuições fiscais. Porém, se a organização fizer a divisão de uma quantia maior que o contabilizado, esse valor estará sujeito ao Imposto de Renda� Se houver distribuição de uma quantia maior que o lucro apurado, esse valor estará sujeito ao Imposto de Renda� FIQUE ATENTO 28 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste módulo, analisamos todos os requisitos necessários para a utilização do Simples Nacional como forma de tributação das empresas, obriga- toriamente para ME ou EPP� Entendemos que o fisco criou essa alternativa como facilitação dos tributos a recolher, uma vez que é emitida guia única para pagamento e que o valor é calculado diretamente pelo Portal do Simples, indicando apenas o valor da receita bruta no período� O lucro arbitrado foi apresentado como forma possível de cálculo para recolhimento de impostos, tanto para o contribuinte, quando ele conhece a sua receita bruta, como para o agente fiscal, caso as informações por ele solicitadas não sejam entregues ou foram feitas de forma a atender a legislação� Ainda sobre o lucro arbitrado, ficou claro que a forma de cálculo é bem parecida com a do Lucro Presumido ou Estimativa com base na receita bruta, mudando somente a alíquota aplicada para conhecimento da base e posterior aplicação das já conhecidas alíquotas de IR e CSLL� Referências Bibliográficas & Consultadas ANDRADE FILHO, E� O� Imposto de renda das empresas� 13� ed� São Paulo: Atlas, 2018� [Minha Biblioteca] CHIEREGATO, R� et al� Manual de contabilidade tributária� 14� ed� São Paulo: Atlas, 2014 [Minha Biblioteca] FABRETTI, L� C� et al� Contabilidade tributária� 16� ed� São Paulo: Atlas, 2016� [Minha Biblioteca] HARADA, K� B� Código tributário nacional� São Paulo: Rideel, 2016� [Biblioteca Virtual] HAUSER, P� Contabilidade tributária: dos conceitos a aplicação� Curitiba: InterSaberes, 2017� [Biblioteca Virtual] MACHADO, L� H� M� Sistema financeiro nacional� São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015� [Biblioteca Virtual] OLIVEIRA, L� M� et al� Manual de contabilidade tributária: textos e testes com respostas� 14� ed� Atlas, 2015� [Minha Biblioteca] SANTOS, C� Simples nacional� 6� ed� Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2019� [Biblioteca Virtual] e-Book 3 Geisa Paulette CONTABILIDADE E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Sumário INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3 IRPJ: LUCRO PRESUMIDO ����������������������������� 4 Conceitos e objetivos do IRPJ – de acordo com a legislação tributária �������������������������������������������������������������� 4 Tipos de sociedades que podem ingressar no Lucro Presumido ����������������������������������������������������������������������������� 8 Cálculos e contabilização do IRPJ – Lucro Presumido ���� 11 Cálculos e contabilização do CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido para o Lucro Presumido ����� 20 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS ��������������������������������������������27 3 INTRODUÇÃO Neste módulo, você aprenderá sobre os concei- tos, objetivos, cálculo e contabilização do regime tributário denominado Lucro Presumido� Por intermédio de posicionamento do Fisco Nacio- nal, a regra para cálculo do imposto se baseia nas receitas brutas e financeiras da empresa, tendo tratativas diferenciadas para chegar ao resultado� 44 IRPJ: LUCRO PRESUMIDO CONCEITOS E OBJETIVOS DO IRPJ – DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA IRPJ significa Imposto de Renda de Pessoa Jurí- dica� Ele é calculado sobre o lucro auferido pelas empresas, durante o ano-calendário� Com a mesma base de cálculo do IRPJ, temos também a CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, que será descrita brevemente� A Constituição Federal no seu artigo 153, inciso III, define que a União tem o dever de instituir impostos sobre a renda e proventos de qualquer natureza� Com base na CF, o decreto 9�580/2018 regulamenta a tributação, a fiscalização, a arrecadação e a ad- ministração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza, sendo conhecido como Regulamento do Imposto de Renda� Nele, todas as informações e obrigatoriedades estão descritas� O Livro II do RIR traz especificidades sobre as Pessoas Jurídicas – de quais são caracterizadas até as formas de apuração dos Tributos� Os contribuintes do IRPJ são: y As pessoas jurídicas y As empresas individuais 55 As pessoas jurídicas são assim definidas: y as pessoas jurídicas de direito privado domici- liadas no país, sejam quais forem os seus objetos sociais, a sua nacionalidade ou os participantes em seu capital; y as filiais, as sucursais, as agências ou as re- presentações no país das pessoas jurídicas com sede no exterior; y os comitentes domiciliados no exterior, quanto aos resultados das operações realizadas por seus mandatários ou seus comissários no país; e y as sociedades em conta de participação (são equiparadas)� Em relação às empresas individuais, essas são equiparadas às pessoas jurídicas, podendo ser exemplificadas da seguinte forma: I� o empresário que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços; tendo obri- gatoriamente o registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ); II� as pessoas físicas que, em nome individual, explorem, habitual e profissionalmente, qualquer atividade econômica de natureza civil ou comer- cial, com o fim especulativo de lucro, por meio da venda a terceiros de bens ou serviços; e 66 III� as pessoas físicas que promovam a incorpo- ração de prédios em condomínio ou loteamento de terrenos� Para melhor entendimento, não se incluem como pessoas físicas citadas no item II: y médico, engenheiro, advogado, dentista, vete- rinário, professor, economista, contador, jornalista, pintor, escritor, escultor e outras atividades que lhes possam ser assemelhadas; y profissões, ocupações e prestação de serviços não comerciais; y agentes, representantes e outras pessoas sem vínculo empregatício que, ao tomar parte em atos de comércio, não os pratiquem, todavia, por conta própria; y serventuários da Justiça, como tabeliães, no- tários, oficiais públicos, entre outros; y corretores, leiloeiros e despachantes, seus prepostos e seus adjuntos; y exploração individual de contratos de empreita- da unicamente de lavor, de qualquer natureza, quer se trate de trabalhos arquitetônicos, topográficos, terraplenagem, construções de alvenaria e outras congêneres, quer de serviços de utilidade pública, tanto de estudos como de construções; e y exploração de obras artísticas, didáticas, cientí- ficas, urbanísticas, projetos técnicos de construção, instalações ou equipamentos, exceto quando não 77 explorados diretamente pelo autor ou pelo criador do bem ou da obra� O Fisco deixa para o contribuinte escolher uma das formas para cálculo do IRPJ, levando em consideração o maior benefício ao contribuinte (valor menor a ser recolhido)� Porém, a forma de cálculo e o resultado a ser pago deverão ser de- monstrados por meio das obrigações acessórias, que normalmente são enviadas anualmente, para IRPJ e CSLL� Os regimes tributários possíveis para cálculo do IRPJ são: Simples Nacional, Lucro Presumido, LucroReal e Lucro Arbitrado� Independentemente da opção escolhida, o fisco a reconhece no primeiro pagamento do IRPJ por meio do código informado no documento de ar- recadação (DARF). E ela é definitiva para todo o ano-calendário, podendo somente ser alterada no primeiro cálculo do ano seguinte� SAIBA MAIS 88 A sigla DARF significa Documento de Arrecadação de Receitas Federais� Ele é similar a um boleto, é padro- nizado, e tem como objetivo facilitar o processo de declaração para os contribuintes e órgãos da Receita� TIPOS DE SOCIEDADES QUE PODEM INGRESSAR NO LUCRO PRESUMIDO Para o Lucro Presumido, podem optar as pessoas jurídicas: a) cuja receita total no ano-calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78�000�000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a R$ 6�500�000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses em atividade no ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses; b) que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real em função da atividade exercida ou da sua constituição societária ou natureza jurídica� E quais são as empresas obrigadas ao Lucro Real, não podendo, portanto, optar pelo Lucro Presumi- do? São as seguintes: c) cuja receita total, no ano-calendário anterior, tenha excedido o limite de R$ 78�000�000,00 (seten- FIQUE ATENTO 99 ta e oito milhões de reais) ou de R$ 6�500�000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; d) cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvi- mento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de cré- dito imobiliário, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguro privado e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; e) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; f) que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruir de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto de renda; g) que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado o recolhimento mensal pelo regime de estimativa, na forma prevista no art� 32 da IN RFB nº 1�700, de 2017; h) que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, sele- ção e riscos, administração de contas a pagar e a 1010 receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); i) que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio; e j) as pessoas jurídicas que explorem as ativi- dades de compra de direitos creditórios, ainda que se destinem à formação de lastro de valores mobiliários (securitização)� Vale comentar que a receita bruta citada é referente ao ano anterior� Se durante o ano calendário vigente o valor for ultrapassado, somente no próximo ano calendário é que a empresa não poderá optar pelo Lucro Presumido, não sendo excluída dentro do próprio ano� Na hipótese de haver pagamento dos tributos com base no lucro presumido e, em relação ao mesmo ano-calendá- rio, incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração pelo lucro real por ter auferido lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior, deverá apurar o IRPJ e a CSLL sob o regime de apuração pelo lucro real trimestral a partir, inclusive, do trimestre da ocorrência do fato� Tal situação também é possível de ocorrer na hipótese de exclusão do Refis de empresa incluída nes- FIQUE ATENTO 1111 se programa como sendo do lucro presumido, embora obrigada ao lucro real� No regime de Lucro Presumido, pode-se escolher, para cálculo do imposto, o regime de caixa ou de competência� Se for adotado o regime de Competência, deverá apurar os tributos incidentes sobre o total da nota fiscal, no período em que foi emitida, independen- temente de quando irá receber� No caso de adoção do regime de Caixa, a apuração será feita conforme os recebimentos de receitas no período, independentemente de quando ocorreu a emissão da nota fiscal. Esse é um caso em que se pode postergar o valor a ser recolhido, quando uma empresa tem longo prazo para recebimento de suas receitas� A partir dessas informações, vamos entender me- lhor como calcular e contabilizar o IRPJ e a CSLL com base no Lucro Presumido� CÁLCULOS E CONTABILIZAÇÃO DO IRPJ – LUCRO PRESUMIDO Lucro Presumido é uma das quatro opções de re- gime tributário em que a base de cálculo do IRPJ e da CSLL são calculadas por meio da Presunção� 1212 Os períodos de apuração são trimestrais, encerra- dos em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário� As alíquotas de presunção de lucro são divididas por atividade e aplicadas sobre o faturamento da empresa, da seguinte forma: Tabela 1: Alíquotas do Lucro Presumido – IRPJ� Atividades Percentuais (%) Vendas em Geral 8 Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburan- te e gás natural 1,6 Serviços de transporte (exceto o de carga) 16 Serviços de transporte de cargas 8 Serviços hospitalares e de auxílio diag- nóstico e terapia, fisioterapia e terapia ocupacional, fonoaudiologia, patologia clínica, imagenologia, radiologia, anatomia patológica e citopatológia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, exames por métodos gráficos, procedimentos endos- cópicos, radioterapia, quimioterapia, diálise e oxigenoterapia hiperbárica, desde que a prestadora desses serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Anvisa� Atividades imobiliárias relativas a lotea- mento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para a revenda� Atividade de construção por empreita- da com emprego de todos os materiais indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra� 8 1313 Atividades Percentuais (%) Prestação de Serviços em geral (exceto serviços hospitalares)� 32 Atividades desenvolvidas por bancos co- merciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, agências de fomento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, dis- tribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, coo- perativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta� 16 Fonte: Receita Federal do Brasil (2020) No caso de pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido, que, ao invés de manter escrituração contábil na forma da legislação comercial, mantenha Livro Caixa, escriturando toda sua movimentação finan- ceira, inclusive bancária, estão dispensadas da entrega da ECD� Porém, essa dispensa não se aplica no caso de distribuição de lucros acima do limite pela regra de presunção� Essa regra é: o valor da base de cálculo do imposto, diminuída de PIS, COFINS, IRPJ e CSLL� Uma vez conhecida a alíquota de presunção do lucro, precisamos entender como aplicá-la� FIQUE ATENTO 1414 Cálculo e contabilização com base no regime de competência A Instrução Normativa 1�700/2017, com suas alte- rações, define que o lucro presumido será determi- nado mediante aplicação dos percentuais citados na tabela acima sobre a receita bruta auferida em cada período de apuração trimestral, deduzida das devoluções e vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos� Então, o que compõe a receita bruta é: I� o produto da venda de bens nas operações de conta própria; II� o preço da prestação de serviços em geral; III� o resultado auferido nas operações de conta alheia; e IV� as
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