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Técnicas de Tratamento de Resíduos Material Teórico Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Marcus Vinícius Carvalho Arantes Revisão Técnica: Prof.a Dr.a Eloá Cristina Figueirinha Pelegrino Revisão Textual: Prof.ª Me. Fátima Furlan • Introdução • Resíduos de Serviços de Saúde (RSS): Definições • Identificação / Simbologia para o Gerenciamento dos RSSs • Segregação/Acondicionamento para o gerenciamento dos RSSs • Técnicas de Tratamento para os RSSs • Destinação e Disposição Final dos RSSs • Considerações Finais Caro (a) aluno (a) nessa unidade serão abordadas as principais técni- cas de tratamento aplicáveis aos resíduos de serviços de saúde (RSS), estratificados nos seguintes grupos de resíduos: – Grupo A: Biológicos ou Potencialmente Infectantes; – Grupo B: Químicos; – Grupo C: Rejeitos Radioativos; – Grupo D: Resíduos Comuns (resíduos, orgânico e reciclável, e rejeitos não recicláveis); – Grupo E: Resíduos Perfurocortantes. A abordagem dos temas supracitados será realizada por meio do ma- terial didático da unidade I, vídeo-aula e material complementar. É importante salientar que o estudo do material didático deve ser com- plementado com o acesso ao material de vídeo-aula. OBJETIVO DE APRENDIZADO Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material dewww cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: Técnicas de Tratamento Contextualização Para iniciarmos esta unidade, indico-lhe a visualização do material audiovisual, intitulado como “Descarte irregular de lixo hospitalar ameaça à saúde pública”. O presente material foi desenvolvido pelo “Programa Fantástico” do canal Rede Globo, e esta disponível no link logo abaixo. Essa matéria expõe os descartes ilegais de resíduos de serviços de saúde ocorridos nas cidades pertencentes às regiões sudeste, centro-oeste e nordeste do Brasil. https://youtu.be/aQBiJt5s9hk Ex pl or 8 9 Introdução Na unidade anterior foram descritas as técnicas de tratamento aplicáveis aos resíduos classificados como perigosos, elencando as suas principais características e especificidades. Pudemos observar que os resíduos perigosos oferecem grandes riscos à saúde pública e à qualidade ambiental, exigindo, portanto, que esses materiais sejam submetidos a diversos processos de tratamento. Na presente Unidade serão descritas as técnicas de gerenciamento e tratamento aplicáveis a outro grupo de resíduos também denominados como perigosos, os resíduos de serviços de saúde (RSS). Durante muito tempo o gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (RSSs) caracterizou-se como um tema de importância secundária para os diversos gestores e responsáveis por tomadas de decisões. Não haviam, até então, leis, normas ou políticas de gestão de resíduos de serviços de saúde. Ou seja, não haviam instrumentos normativos e diretrizes consolidadas para nortearem o gerenciamento desse grupo de resíduos. Entretanto, a partir da década de 90 o gerenciamento dos RSSs passou a ser debatido com maior ênfase na comunidade acadêmica e nos demais âmbitos da sociedade, levando-se em consideração os seguintes aspectos: » Risco Ambiental; » Biossegurança; » Gerenciamento de resíduos. Dentre os diversos instrumentos normativos existentes relacionados ao gerenciamento dos RSSs, o presente material didático será embasado nas seguintes normas ambientais: » Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 306, de 7 de dezembro de 2004: Dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (RSSsww); » Resolução CONAMA nº 358, de 28 de abril de 2005: Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. Figura 1 e 2 9 UNIDADE Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: Técnicas de Tratamento É importante salientar que as normas supracitadas apontam diretrizes e regras relativas à etapa de “Tratamento” dos RSSs. Essa etapa compõe um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), sendo precedida por diversas etapas importantes responsáveis pelo adequado gerenciamento dos RSSs Logo, para fins didáticos, os métodos de tratamento aplicáveis aos RSSs serão compostos por três etapas importantes de gerenciamento, tais como: I. Identificação; II. Segregação/Acondicionamento; III. Tratamento; IV. Destinação ou Disposição Final. Em suma, essas quatro etapas de gerenciamento de RSSs são importantes para a implementação de um adequado sistema de tratamento, isto é, cada etapa exerce um significativo grau de importância. Resíduos de Serviços de Saúde (RSS): Definições Para fins didáticos, o presente material didático adotará a seguinte definição de resí- duos de serviços de saúde, preconizada pela Resolução CONAMA nº 358/05 como: “Todos aqueles resultantes de atividades exercidas nos serviços de saúde que, por suas características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final”. É oportuno acrescentar que os RSSs apresentam um elevado grau de periculosidade à saúde humana e à qualidade ambiental devido às suas características biológicas e físico químicas, e sobretudo aos riscos associados ao manuseio desses resíduos, tais como: » Risco biológico; » Risco químico; » Risco físico; » Risco ergonômico; » Risco de acidentes. Portanto, os RSSs podem ser tipificados como resíduos perigosos pois detêm também as seguintes características: Inflamabilidade, Corrosividade, Reatividade, Toxicidade e Patogenicidade. E ainda de acordo com as Resoluções nº 306/04 da ANVISA e nº 358/05 do CONAMA os RSSs podem ser divididos nos seguintes grupos: 10 11 Grupo A: Resíduos conhecidos como os Resíduo Biológicos ou Potencial- mente Infectantes, sendo um grupo de resíduos que apresenta risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos. O Grupo A dos RSSs é dividido em cinco subgrupos, exemplificados abaixo: A.1: Culturas e estoques de microrganismos, resíduos de fabricação de pro- dutos biológicos e resíduos de laboratóriosde manipulação genética; » A.2: Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos; » A.3: Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecunda- ção sem sinais vitais; » A.4: Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores; fi ltros de ar e gases aspirados de área contaminada; sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica; peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos, carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação, bolsas transfusionais vazias; » A.5: Órgãos, tecidos, fl uidos orgânicos, materiais perfurocortantes e demais materiais com suspeita ou certeza de contaminação com “príons”. “Príons”: são moléculas proteicas que possuem propriedades infectantes, podendo desencadear doenças como a Encefalopatias espongiformes – “Síndrome da Vaca Loca” Ex pl or Grupo B: Resíduos químicos em estado sólido ou líquido que podem apre- sentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas ca- racterísticas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Os RSSs do grupo B podem ser: 1. Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplá- sicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais; 2. Produtos desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pe- sados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contamina- dos por estes; 3. Efl uentes (esgoto) de processadores de imagem (reveladores e fi xadores); 4. Efl uentes de equipamentos utilizados em análises clínicas; e demais pro- dutos considerados perigosos, conforme classifi cação da NBR-10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, infl amáveis e reativos). 11 UNIDADE Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: Técnicas de Tratamento Grupo C: Rejeitos radioativos são aqueles que correspondem a quaisquer materiais resultante de atividades humanas, que contenha radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de dispensa especificados em Norma da CNEN e para o qual a reutilização é imprópria ou não prevista. Enquadram-se neste grupo quaisquer materiais resultantes de laboratórios de pesquisa e ensino na área de saúde, laboratórios de análises clínicas e serviços de medicina nuclear e radioterapia que contenham radionuclídeos em quantidade superior aos limites de eliminação. Grupo D: Resíduos que não detêm risco biológico, químico ou radiológico à saúde humana ou ao meio ambiente, podendo ser caracterizados como resíduos, orgânico e reciclável, e rejeitos sólidos não recicláveis. Grupo E: Os resíduos pertencentes ao Grupo E são aqueles conhecidos como materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares. Observa-se, por meio das classificações acima, que os RSSs são compostos por cinco grupos complexos, detentores de uma série de resíduos específico. No tópico a seguir serão descritos os mecanismos de identificação (simbologia) aplicados em cada um desses grupos. Identificação / Simbologia para o Gerenciamento dos RSSs No presente tópico serão ilustrados os símbolos utilizados na etapa de “Identificação” dos RSSs, sendo definida pela RDC nº 306/04 como: “Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos RSS”. Veremos a seguir que cada grupo de RSS detém um mecanismo de identificação específico, permitindo o reconhecimento dos resíduos acondicionados (armazenados) em sacos e recipientes. Identificação/Simbologia - Grupo A Os RSSs pertencentes ao Grupo A são identificados pelo símbolo universal de substância infectante presente na norma ABNT NBR 7.500/04. Esse símbolo é composto por um rótulo de fundo branco com um desenho de contornos pretos. 12 13 O referido símbolo pode ser visualizado por meio da ilustração abaixo: Figura 3 Fonte: NBR 7.500/04 Identificação/Simbologia - Grupo B Os RSSs pertencentes ao Grupo B são identificados pelo símbolo de risco também presente na norma ABNT NBR 7.500/04, com a devida descrição de substância química e frases de risco. Isto é, os RSSs do Grupo B detêm diversas características físico químicas (inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade) que podem ser identificadas por meio dos seguintes símbolos: Figura 4 - Símbolos utilizados na identifi cação dos RSSs do Grupo B – Químicos Fonte: NBR 7.500/04 13 UNIDADE Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: Técnicas de Tratamento Identificação/Simbologia - Grupo C Os RSSs pertencentes ao Grupo C são identificados por meio do símbolo internacional que expressa a presença de radiação ionizante. Esse símbolo é conhecido como o trifólio, de cor magenta, em rótulos de fundo amarelo, contornos pretos e acrescido da expressão “Rejeito Radioativo”. O símbolo internacional trifólio pode ser visualizado por meio da ilustração abaixo: Figura 5 e 6- Símbolo internacional utilizado na identifi cação dos RSSs do Grupo C – Trifólio Fonte: NBR 7.500/04 Fonte: SILVA, 1999 Identificação/Simbologia - Grupo D Os RSSs pertencentes ao Grupo são caracterizados como os resíduos não perigosos, ou seja, os resíduos, orgânico e reciclável, e rejeitos sólidos não recicláveis. Logo, a sua identificação pode ser feita conforme os símbolos presentes na Unidade III, ilustrados abaixo: Figura 7 - Símbolos utilizados na identifi cação dos resíduos orgânico e reciclável (A e B) Símbolo utilizado na identifi cação dos rejeitos sólidos não recicláveis (C) Fonte: Do Autor 14 15 Identificação/Simbologia - Grupo E Por fim, os RSSs pertencentes ao Grupo E são identificados com o mesmo símbolo de substância infectante utilizado no Grupo A, acrescidos da inscrição de “Resíduo Perfurocortante”. Segregação/Acondicionamento para o gerenciamento dos RSSs Logo após a etapa de identificação, os RSSs devem ser submetidos às etapas de “Segregação” (separados) e “Acondicionamento” (retidos ou armazenados). Essas duas etapas são realizadas concomitantemente, ou seja, ambas as etapas são executadas simultaneamente. As etapas supracitadas são definidas pela RDC nº 306/04 como: Segregação “Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos”. Acondicionamento “Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura”. Essas duas etapas supracitadas, ao lado da “identificação, são extremamente impor- tantes, pois elas alicerçam todas as etapas subsequentes. Ou seja, se essas etapas não forem executadas adequadamente, as etapas posteriores poderão ser comprometidas. No que tange à etapa de acondicionamento os RSSs devem ser acondicionados em sacos constituídos por material resistente a ruptura e vazamento, impermeável, baseado na NBR 9.191/02. A seguir, serão expostos os mecanismos de segregação e acondicionamento aplicáveis aos cinco grupos dos RSSs. Segregação/Acondicionamento - Grupo A A segregação e o acondicionamento dos resíduos pertencentes ao Grupo A deve ser realizado em saco branco leitoso, devidamente identificado pelo símbolo de material infectante (NBR 7.500/04). É importante enfatizar que o volume a ser acondicionado no saco não deve ultrapassar 2/3 ou 75% de sua capacidade total 15 UNIDADE Gerenciamentode resíduos de serviços de saúde: Técnicas de Tratamento Além do saco branco leitoso, o recipiente que vier armazená-lo também deve possuir a coloração branca leitosa, sendo também identificado pelo símbolo de material infectante. O saco e o recipiente de coloração branco leitoso pode ser visualizado por meio das ilustrações abaixo: Figura 8 - Saco e recipiente utilizados nas etapas de segregação e acondicionamento dos RSSs do grupo A Fonte:pixabay.com Segregação/Acondicionamento - Grupo B A segregação e o acondicionamento dos resíduos pertencentes ao Grupo B devem ser realizadas de acordo com a compatibilidade química dos resíduos entre si. Isto é, em linhas gerais, deve-se observar a compatibilidade química entre os resíduos químicos nas etapas de segregação e acondicionamento, a fim de evitar reações químicas perigosas como corrosão, combustão, explosão, etc. E além da compatibilidade química entre os resíduos, também deve-se observar a compatibilidade química dos resíduos com os materiais das embalagens (recipientes acondicionadores). Essa medida tem o intuito de evitar possíveis reações químicas entre os componentes do resíduo e da embalagem, enfraquecendo ou deteriorando a estrutura física da embalagem. Logo, os resíduos do Grupo B podem ser armazenados em bombonas, frascos de vidro e demais recipientes plásticos, conforme ilustrados abaixo: 16 17 Figura 9 - Recipiente (bombonas) utilizados nas etapas de segregação e acondicionamento dos RSSs do grupo B (A) Recipiente (frascos de vidro) utilizados nas etapas de segregação e acondicionamento dos RSSs do grupo B (B) Fonte: pixabay.com Segregação/Acondicionamento - Grupo C Os rejeitos radioativos sólidos pertencentes ao Grupo C devem ser segregados e acondicionados em recipientes de material rígido, forrados internamente com saco plástico resistente e identificados. Os rejeitos radioativos líquidos devem ser acondicionados em frascos de até dois litros ou em bombonas de material compatível com o líquido armazenado, sempre que possível de plástico, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada, vedante, acomodados em bandejas de material inquebrável e com profundidade suficiente para conter, com a devida margem de segurança, o volume total do rejeito. Figura10 - Recipiente utilizados nas etapas de segregação e acondicionamento dos RSSs do grupo C Fonte: pixabay.com Segregação/Acondicionamento - Grupo D As etapas de segregação e acondicionamento dos resíduos pertencentes ao Grupo D, se comparadas aos procedimentos anteriores, configuram-se como processos mais simplificado, pois os resíduos, orgânico e reciclável, e os rejeitos não recicláveis não detêm o mesmo grau de periculosidade dos demais resíduos dos grupos A, B, C e E. 17 UNIDADE Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: Técnicas de Tratamento Entretanto, apesar de serem menos perigosos, os resíduos e rejeitos pertencentes ao Grupo D devem ser devidamente segregados e acondicionados em recipientes separados, conforme ilustrados abaixo: Figura 11 Recipientes utilizados nas etapas de segregação e acondicionamento dos RSSs do grupo D: Resíduos, orgânico e reciclável e rejeitos não recicláveis Fonte: pixabay.com Segregação/Acondicionamento - Grupo E Já a segregação e o acondicionamento dos resíduos pertencentes ao Grupo E devem ser realizados em recipientes, rígidos, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados (substância infectante), atendendo a normas da NBR 13.853/97 da ABNT. É importante salientar que é sumariamente proibido o esvaziamento desses recipientes para o seu reaproveitamento. Os recipientes habitualmente utilizados para a se- gregação e acondicionamento dos resíduos do Gru- po E são as caixas de papelão de coloração amarela e identificadas com o mesmo símbolo de substância infectante utilizados para os resíduos do grupo A. É importante enfatizar que o volume a ser acon- dicionado no recipiente específico (caixa de pape- lão) não deve ultrapassar 2/3 ou 75% da capacida- de total ou o nível de preenchimento ficar a cinco cm de distância da parte superior do recipiente. Ao lado, estão ilustrados o recipiente de pape- lão utilizados no acondicionamento dos resíduos do grupo E. Figura10 - Recipiente (caixa de papelão) utilizada nas etapas de segregação e acondicionamento dos RSSs do grupo E Fonte: pixabay.com 18 19 Logo após o acondicionamento dos resíduos do Grupo E nas caixas de papelão, deve-se acondicionar esse material no mesmo saco branco leitoso utilizado nos resíduos do Grupo A, e depois encaminhá-lo aos específicos procedimentos de tratamento e disposição final. Técnicas de Tratamento para os RSSs No presente tópico serão descritas, sucintamente, na tabela abaixo algumas técnicas de tratamento aplicáveis aos cinco grupos dos RSSs. Tabela 1 - Técnicas de Tratamento dos RSSs Grupo Principais Técnicas de Tratamento A • Autoclave: Processo de esterilização de resíduos em câmara fechada sob determinadas condições de pressão e temperatura; • Técnica Incinerador de Grelha Fixa*: É o processo de tratamento que promove a esterilização térmica dos resíduos do grupo A, por meio de sua incineração e com a introdução de ar nas grelhas fixas do incinerador; • Técnica de Pirólise*: É o processo de tratamento que promove a esterilização térmica dos resíduos pertencentes ao grupo A, onde ocorre a sua incineração com a ausência de oxigênio; • Técnica de Forno Rotativo*: Tratamento que promove a destruição térmica dos RSSs do grupo A, por meio de sua incineração. Esse processo também é utilizado no tratamento de resíduos industriais de Classe I; • Técnica de Microondas*: Tratamento que promove a trituração e incineração dos RSSs do grupo A em um forno de microondas específico. Esse processo busca aplicar, uniformemente, a radiação microondas nesses resíduos. *Fonte: Portal Resíduos Sólidos B • Tratamento e recuperação de solventes: O tratamento e a recuperação de solventes visam promover à reutilização desse material por meio de processos de tratamento como destilação, lavagem com solução ácida e secagem. • Degradação química e Biodegradação: Esse tipo de tratamento pode ser aplicado para em resíduos químicos compostos por acetato de etila. • Incineração de medicamentos: A fim de evitar a contaminação ambiental difusa, deve-se efetuar a incineração de medicamentos e demais fármacos vencidos. C O procedimento de tratamento e gerenciamento dos rejeitos radioativos deve obedecer às diretrizes técnicas das normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). As normas da CNEN relativas ao gerenciamento e tratamento dos rejeitos radioativos são: • Norma CNEN NE 6.05, de dezembro de 1985: Dispõe sobre o gerenciamento de rejeitos radioativos em instalações radioativas; • Norma CNEN NN 8.01, de abril de 2014: Dispõe sobre o gerenciamento de rejeitos radioativos de baixo e médio níveis de radiação; • Norma CNEN NN 3.01, de março de 2014: Dispõe sobre as diretrizes básicas de proteção radiológica. D • Resíduos orgânico: Processo de Compostagem, Vermicompostagem ou Biodigestores; • Resíduos recicláveis: Coleta seletiva, reciclagem e reutilização; • Rejeitos não recicláveis: Incineração ou disposição final em aterros sanitários certificados dos rejeitos sólidos não recicláveis. 19 UNIDADE Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: Técnicas de Tratamento E • Técnica Incinerador de Grelha Fixa*: É o processo de tratamento que promove a destruição térmica dos resíduos do grupo E, por meio de sua incineração e com a introdução de ar nas grelhas fixas do incinerador; • Técnica de Forno Rotativo*: Tratamento que promove a destruição térmica dos RSSs do grupo E, por meio de sua incineração. Esse processo também é utilizado no tratamento de resíduos industriais de Classe I; • Técnica de Microondas*: Tratamento que promove a trituração e incineração dos RSSs do grupo E em um forno de microondas específico. Esse processobusca aplicar, uniformemente, a radiação microondas nesses resíduos. *Fonte: Portal Resíduos Sólidos Destinação e Disposição Final dos RSSs Neste último tópico serão descritas, sucintamente, na tabela abaixo, os mecanismos de destinação ou disposição final dos cinco grupos dos RSSs: Tabela 2 - Destinação e Disposição final dos RSSs Grupo Descrição geral A Devem ser submetidos a um tratamento prévio específico (tabela I) e depois serem encaminhados aos Aterros Sanitários, devidamente certificados. B Devem ser submetidos a um tratamento prévio específico (tabela I) e depois serem encaminhados aos Aterros Sanitários, devidamente certificados. OBS: Os resíduos químicos compostos por metais pesados devem ser submetidos a um tratamento prévio específico e depois serem encaminhados aos Aterros de Resíduos Perigosos-Classe I; C Após ter decorrido o tempo de decaimento necessário os rejeitos radioativos podem ser encaminhados aos Aterros Sanitários, devidamente certificados. D • Os resíduos orgânicos podem ser destinados aos processos de Compostagem e Biodigestores; • Os resíduos recicláveis devem ser destinados às cooperativas ou estabelecimentos específicos que promovem a reciclagem e a reutilização desses materiais; • Os rejeitos não recicláveis devem ser dispostos em Aterros Sanitários, devidamente certificados, ou encaminhados à incineração. E Devem ser submetidos a um tratamento prévio específico (tabela I) e depois serem encaminhados aos Aterros Sanitários, devidamente certificados. Considerações Finais Nessa unidade foi possível estudar as formas de tratamento, ambientalmente corretas, aplicáveis aos resíduos de serviço de saúde. Na próxima unidade estudaremos os conceitos e princípios relacionados à Educação Ambiental, destacando a sua importância na implementação de técnicas de conscientização ambiental nos Programas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. 20 21 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Para aqueles discentes que desejam ampliar seus conhecimentos acerca do “Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde” recomenda-se a leitura da seguinte referência bibliográfica: Sites Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Dados Institucionais https://goo.gl/cmyKE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza (ABRELPE) https://goo.gl/zYIYEX Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) https://goo.gl/hStWrQ Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) https://goo.gl/FMdSN ________, Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005 Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Diário Oficial da União, 10 de dezembro de 2004. https://goo.gl/FMdSN Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. https://goo.gl/tpFo Ministério do Meio Ambiente. Dados Institucionais – Temática: Resíduos Sólidos. https://goo.gl/tpFo Portal Resíduos Sólidos: Biodigestores. Dados institucionais. https://goo.gl/DEusqg Leitura ________, Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 306, de 7 de dezembro de 2004 Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. https://goo.gl/cmyKE Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. NBR 7.500. Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. NBR 7.500. Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos: Rio de Janeiro, 2004. ________, NBR 9.191. Sacos plásticos para acondicionamento de lixo – Requisitos e métodos de ensaio: Rio de Janeiro, 2002. ________, NBR 10.004 Resíduos sólidos. Classificação: Rio de Janeiro, 2004. 21 UNIDADE Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: Técnicas de Tratamento ________, NBR 13.853. Coletores para resíduos de serviços de saúde perfurantes ou cortantes – Requisitos e métodos de ensaio: Rio de Janeiro, 1997. ________, NBR 13.853. Coletores para resíduos de serviços de saúde perfurantes ou cortantes – Requisitos e métodos de ensaio: Rio de Janeiro, 1997. ________, Norma CNEN NE 6.05, de dezembro de 1985. Dispõe sobre o gerenciamento de rejeitos radioativos em instalações radioativas. ________, Norma CNEN NN 8.01, de abril de 2014. Dispõe sobre o gerenciamento de rejeitos radioativos de baixo e médio níveis de radiação. ________, Norma CNEN NN 3.01, de março de 2014. Dispõe sobre as diretrizes básicas de proteção radiológica ________, Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005. Dispõe sobre as diretrizes básicas de proteção radiológica 22 23 Referências Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Dados Institucionais. Dispo- nível em: http://portal.anvisa.gov.br/ ________, Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 306, de 7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Diário Oficial da União, 10 de dezembro de 2004. Disponível em: < http://www.anvisa.gov.br >. Associação Brasileira de Empresas de Limpeza (ABRELPE). Dados institucio- nais. Disponível em: http://www.abrelpe.org.br/ Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. NBR 7.500. Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produ- tos: Rio de Janeiro, 2004. ________, NBR 9.191. Sacos plásticos para acondicionamento de lixo – Requisitos e métodos de ensaio: Rio de Janeiro, 2002. ________, NBR 10.004. Resíduos sólidos. Classificação: Rio de Janeiro, 2004. ________, NBR 13.853. Coletores para resíduos de serviços de saúde perfurantes ou cortantes – Requisitos e métodos de ensaio: Rio de Janeiro, 1997. Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Dados institucionais. Disponível em: http://www.cnen.gov.br/ ________, Norma CNEN NE 6.05, de dezembro de 1985: Dispõe sobre o geren- ciamento de rejeitos radioativos em instalações radioativas. ________, Norma CNEN NN 8.01, de abril de 2014: Dispõe sobre o gerencia- mento de rejeitos radioativos de baixo e médio níveis de radiação. ________, Norma CNEN NN 3.01, de março de 2014: Dispõe sobre as diretrizes básicas de proteção radiológica. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Dados institucionais. Dispo- nível em: http://www.mma.gov.br/ ________, Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. Disponível em: http://www.mma.gov.br Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resí- duos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2010/lei/l12305.htm Ministério do Meio Ambiente. Dados Institucionais – Temática: Resíduos Sólidos. Disponível em: http://www.mma.gov.br/ 23 UNIDADE Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: Técnicas de Tratamento Portal Resíduos Sólidos: Biodigestores. Dados institucionais. Disponível em: http://www.portalresiduossolidos.com SILVA, E.M.P.; CUSSIOL, N.A.M. Gerência de rejeitos radioativos de serviços de saúde. Belo Horizonte. Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear, 1999. 24
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