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Beatriz Machado de Almeida - Internato INTRODUÇÃO DISTRIBUIÇÃO TRIMODAL DAS MORTES • Pico 1: segundos-minutos. 50%. ❖ Causa da morte: lesões gravíssimas! ❖ Tratamento: Não tem! Fazer prevenção (ex. radar, lei seca, airbag, desarmamento). • Pico 2: minutos até 24h. ❖ Causa da morte: lesões passíveis de tratamento! ❖ Tratamento: sistema de saúde + PHTLS/ATLS. • Pico 3: >24h. ❖ Causa da morte: complicações (ex. sepse, SDMOS – disfunção múltipla de órgãos e sistemas, TEP). ❖ Tratamento: sistema de saúde + ¨Medicina¨. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA • Sempre avaliar a segurança: via pública: segurança da cena | Hospital: EPI. • ABCDE = ATLS | ¨X¨ABCDE = PHTLS. A – AIRWAY – VIA AÉREA • Controle da coluna: estabilização manual e passagem do colar cervical + prancha. • Via aérea (VA): ❖ Fonação preservada = VA pérvia! Vou pro ¨B¨: O2>= 10L/min. VIA AÉREA ARTIFICIAL: • Indicações: apneia; proteção da VA; TCE grave (Glasgow <=8); incapacidade de manter oxigenação com a máscara. • Tipos: ❖ Definitivas (melhor): proteção da VA; Balonete insuflado na traqueia; Intubação Orotraqueal (IOT): + usada: TOT está bem colocado? Exame físico (ausculta em ambos hemitórax e epigástrio) + CAPNOGRAFIA + Raio X de tórax. Intubação Nasotraqueal: depende de um paciente cooperativo e com drive respiratório. Cricotireoidostomia CIRÚRGICA. Traqueostomia: procedimento eletivo. ❖ Temporárias: Máscara laríngea. Cricotireoidostomia por PUNÇÃO. ARMADILHAS DO ¨A¨: ➢ Armadilha 1: • E se eu não posso ou não consigo IOT? ❖ Cricotireoidostomia (preferência CIRÚRGICA – VA definitiva). Contraindicada se <12 anos. • E se eu não posso (<12 anos) ou não sei fazer crico cirúrgica? ❖ Cricotireoidostomia por PUNÇÃO – VA temporária: não protege a VA. Punção de membrana cricotireoidiana com jelco calibroso. ➢ Armadilha 2: • E a traqueostomia? 2º/3º anel traqueal. ❖ Procedimento eletivo! Laceração/Fratura da laringe: clínica: rouquidão, enfisema subcutâneo, fratura palpável. Antigamente → Traqueo. Hoje → tentativa de IOT. Se não conseguir → Traqueo. Opção: Cricotireoidostomia cirúrgica. ➢ Armadilha 3: Primeiro atendimento - ABCDE Beatriz Machado de Almeida - Internato • Alternativa à IOT? ❖ Máscara laríngea (temporária): não protege a via aérea. Vantagem: pode ser passada sem a laringoscopia. B – BREATHING – RESPIRAÇÃO • Fornecer O2. • Exame físico respiratório (inspeção, palpação, percussão, ausculta). • Oxímetro. ARMADILHAS DO ¨B¨: ➢ Pneumotórax hipertensivo: • Fisiopatologia clássica: lesão em ¨saco de papel¨. • Clínica: desvio de traqueia, turgência de jugular | Percussão: timpanismo | Ausculta: MV abolido | Hipotensão: choque obstrutivo (é o que mata). • Diagnóstico: CLÍNICO! Não é necessário radiografia de tórax. • Conduta: Imediata! Toracocentese de alívio. ❖ Crianças: 2ºEIC, linha hemiclavicular. ❖ Adultos: 4º/5º EIC, anterior a linha axilar média. Definitiva: Toracostomia com drenagem em selo d´água: 4º/5º EIC, entre as linhas axilares anterior e média. ➢ Pneumotórax aberto: • Fisiopatologia: trauma penetrante: orifício >2/3 do diâmetro da traqueia. • Clínica: timpanismo e MV diminuído/abolido. • Conduta: Imediata: curativo em 3 pontas. Definitiva: drenagem em selo d`água. ➢ Hemotórax: • Fisiopatologia: + no trauma penetrante. Vasos hilares ou sistêmicos. Autolimitado. • Clínica: jugular colabada | Percussão: macicez | Ausculta: MV abolido | Hipotensão: choque hipovolêmico hemorrágico. • Conduta: ToraCOSTOMIA com dreno em selo d`água. PEGADINHAS DE PNEUMOTÓRAX: • Todo pneumotórax deve ser drenado? ❖ Se for: simples E pequeno (20-30% do hemitórax) → não precisa drenar! Mas ... se o paciente for submetido a uma situação que pode aumentar o pneumotórax ou transformá-lo em hipertensivo, tem que drenar. ❖ Se fizer: Transporte aéreo ou Ventilação mecânica → tem que drenar. • Drenou pneumotórax e não melhorou? ❖ Hipótese: lesão grave VA: brônquio fonte. ❖ Conduta imediata: IOT seletiva ou 2º dreno. ❖ Diagnóstico: Broncoscopia. ❖ Conduta definitiva: Toracotomia. PEGADINHA NO HEMOTÓRAX: • ToraCOTOMIA no Hemotórax: ❖ Drenagem imediata de 1500ml. ❖ Drenagem de 200ml/h durante 2 a 4 h. ❖ Necessidade persistente de transfusão. C – CIRCULATION – CIRCULAÇÃO RESUMÃO DO ¨C¨: • Choque + comum: hipovolêmico. • Focos de sangramento: tórax, abdome (mais importante), pelve e ossos longos. Beatriz Machado de Almeida - Internato • Conduta: ❖ 2 acessos IV periféricos. Se não conseguir IV → central, intraósseo (preferível em crianças <6 anos), safena. ❖ Cristaloide aquecido (37-40ºC) – 1 litro (adulto) ou 20ml/kg (criança). CLASSIFICAÇÃO DA PERDA VOLÊMICA: CI CII CIII CIV Perda volêmica (ml) Até 750 (muito pequena) 750-1500 1500-2000 >2000 Perda volêmica (%) Até 15% 15-30% 30-40% >40% FC <100 100-120 120-140 >140 PA Normal Normal Diminuída Diminuída Pressão de pulso Normal ou aumentada Diminuída Diminuída Diminuída FR 14-20 20-30 30-40 >35 DU (ml/h) >30 20-30 5-15 Ausente Nível de consciência Pouco ansioso Moderad ansioso Ansioso, confuso Confuso, letárgico Reposição indicada Cristaloide Cristaloide Cristaloide e sangue Cristaloide e sangue AVALIAÇÃO DA RESPOSTA: • Sinais vitais (outra tabela SLIDE RESUMO). • Sem resposta: transfusão maciça + ácido tranexâmico 1g IV (até 3h pós trauma) + 1g ao longo de 8 horas. • Cateterismo para ver diurese (melhor maneira de avaliar reposição). Alvos: Adultos → 0,5ml/kg/h | Crianças → 1ml/kg/h. • Cuidado! Avaliar se apresenta: sangue no meato, hematoma perineal ou escrotal, retenção urinária, fratura de pelve. Não passar o cateter vesical, pois a suspeita é lesão de uretra. Fazer uretrografia retrógrada antes do cateterismo. Se lesão de uretra → cistostomia. CONTINUAÇÃO – CIRCULAÇÃO: • Controle da hemorragia. ❖ Compressão local. ❖ Torniquete +- 6 horas. ARMADILHAS DO ¨C¨: ➢ Fratura pélvica: • Epidemiologia: ❖ Compressão antero-posterior (fratura em livro aberto): 15-20%. É a que mais sangra. ❖ Compressão lateral: 60-70%. + comum. ❖ Compressão vertical: 5-15%. Vasos: plexo venoso posterior (+comum) ou ramos da a ilíaca interna (minoria dos casos). • Conduta: ❖ ¨Amarração¨ da pelve. Passa ao nível do grande trocânter do fêmur. ❖ FAST: Imagem de sangue intraperitoneal? Sim → Laparotomia. Não → Tamponamento pré peritoneal (possível sangramento venoso) | Se não resolver → Angiografia – angioembolização (provável sangramento arterial). ❖ Tratamento ortopédico definitivo. ❖ REBOA (Resuscitative endovascular balloon oclusion of the aorta Zona III): cateterismo da femoral e inflação do balão na zona III. Beatriz Machado de Almeida - Internato Lembrete: Sangramento retroperitoneal → Pelve. Sangramento intraperitoneal → Intraabdominal. ➢ Tamponamento cardíaco: • Fisiopatologia: trauma penetrante. • Clínica: 1 → Tríade de Beck: turgência de jugular, diminuição da PA e hipofonese de bulhas. Embora clássica, não está presente na maioria | 2 → Pulso paradoxal: queda >10mmHg na PAS na inspiração | 3 → Sinal de Kussmaul: aumento da TJ na inspiração. PS: Pulso Paradoxal e Sinal de Kussmaul NÃO são patognomônicos!!! • Diagnóstico: Clínica + FAST. • Conduta: Temporária: Pericardiocentese. É possível aliviar com a retirada de 10 a 20mL de sangue. Definitiva: Toracotomia (ESCOLHA). ➢ Toracotomia: normalmente é feita uma incisão latero- lateral esquerda. D – DISABILITY – NEUROLÓGICO • Glasgow. • Pupilas. • Extremidades: avaliação da motricidade e da sensibilidade. E – EXPOSITION E ENVIRONMENT - EXPOSIÇÃO E AMBIENTE. • Exposição. • Prevenção da hipotermia.• Rolar o paciente, caso não tenha feito no controle da hemorragia. POSSO PEDIR RX? • Sim! Desde que não atrapalhe o ABCDE. Resumo baseado no material do Medcurso
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