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Livro-Hercule-Caderno-de-Estudos-Maçonicos-20017-2019

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CADERNO DE PESQUISAS 
MAÇÔNICAS 
 
Copyright – 2019 – da 
Loja de Pesquisas Maçônicas 
Hercule Spoladore – Brasil – nº45 
Editado para uso Maçônico 
 
1ª Edição 
 
 
 
Londrina 
2019 
 
 
Loja de Pesquisas Maçônicas 
Hercule Spoladore - Brasil – N º45 
Caderno de Pesquisas Maçônicas 
2017-2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A Maçonaria apenas mostra o caminho. Ela representa um meio. 
O fim é o próprio Irmão. Se o Irmão não achar a Verdade em si 
próprio, ninguém a achará por ele. 
Se o maçom for pequeno espiritualmente, nem usando avental 
bordado a ouro, fará dele um verdadeiro maçom.” 
 
Hercule Spoladore 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Loja de Pesquisas Maçônicas 
Hercule Spoladore - Brasil – N º45 
Caderno de Pesquisas Maçônicas 
2017-2019 
 
 
Diretoria 
(2017- 2019) 
 
Duncan de Armando ZancanelLa 
VENERÁVEL MESTRE (WORSHIPFUL MASTER) 
Hilton Hideki Hirabara 
PRIMEIRO VIGILANTE (SENIOR WARDEN) 
Antônio Nechar Junior 
SEGUNDO VIGILANTE (JUNIOR WARDEN) 
Bruno Saldanha Baldocchi 
SECRETÁRIO (SECRETARY) 
Eduardo Ogleari 
TESOUREIRO (TREASURER) 
Luiz Claudio Depes Eiras 
PRIMEIRO DIÁCONO (SENIOR DEACON) 
Eduardo Gonçalves 
SEGUNDO DIÁCONO (JUNIOR DEACON) 
Sidney Antônio Bertho 
CAPELÃO (CHAPLAIN) 
Rogério Marques da Silva 
 ORGANISTA (ORGANIST) 
Antônio Aparecido de Hercules 
COBRIDOR (TILER) 
Francisco de Sales Bondioli 
MORDOMOS E HOSPITALEIRO (STEWARDS and SMOLER) 
Francisco Vicente Fachinelli (in memorian) 
PRIMEIRO MESTRES DE CERIMÔNIAS (SENIOR MASTERS OF 
CEREMONIES) 
Edson Luiz Henriques 
PRIMEIRO MESTRES DE CERIMÔNIAS (SENIOR MASTERS OF 
CEREMONIES) 
 
 
Loja de Pesquisas Maçônicas 
Hercule Spoladore - Brasil – N º45 
Caderno de Pesquisas Maçônicas 
2017-2019 
 
 
 
A LOJA QUE NASCEU PARA BRILHAR 
 
Fundada naquele distante 15 de março de 1.975, 
fruto do desejo de alguns maçons que desejavam uma Loja 
que fosse capaz de avançar no estudo da Maçonaria, fugindo 
da maneira das Lojas tradicionais, sempre envolvidas em 
sessões arrastadas com pouca instrução. 
Foi este pensamento que fez surgir a Loja de 
Pesquisas Brasil, que acaba de completa 44 anos de vida 
profícua, espargindo conhecimento e cultura maçônica. 
Pensou-se homenagear um membro da Loja, que 
representasse todos os demais fundadores, não que fosse o 
mais importante ou laborioso que os demais, mas por sua 
luta constante por longos anos. Viu-se a figura do irmão 
Hercule Spoladore, o único fundador ainda ativo e atuante. 
Os membros da Loja pensaram então em 
homenageá-lo pelos seus cinquenta e sete anos na Ordem, 
como forma de agradecimento pelo muito que nos ensinou. 
Mas que tipo de homenagem poderíamos fazer para este 
notável maçom ? 
Veio a ideia de dar seu nome como patrono da Loja 
de Pesquisa Maçônicas Brasil. Apresentada a proposta, foi 
aprovada por unanimidade e com aplauso de todos, que na 
hora decidiram que nossa Oficina passaria a se chamar Loja 
de Pesquisas Maçônicas Hercule Spoladore-Brasil. 
 
 
Loja de Pesquisas Maçônicas 
Hercule Spoladore - Brasil – N º45 
Caderno de Pesquisas Maçônicas 
2017-2019 
 
 
Manteve-se “Brasil”, para conservar viva a 
memória de seus fundadores que escolheram este nome. 
Começou então os preparativos da festa, comandado pelo 
VM Duncan de Armando Zancanella e sua diretoria. Tudo foi 
pensado em suas minúcias para que tivéssemos uma festa à 
altura do Mestre Hercule Spoladore. 
Numa sessão memorável com a presença de 
duzentas pessoas entre convidados e maçons, além de toda 
a família Spoladore, os presentes viveram uma noite de 
alegria no mais fraternal encontro maçônico. 
Presentes estavam o Grão Mestre do GOP, o 
sereníssimo irmão Rubens Martins Jr. e seu adjunto, 
Christian Flores, que deram desde o início, todo apoio para 
que esta homenagem acontecesse. Se fez presente também 
o irmão Jonas Adalberto Pereira, representante do Grão 
Mestre da Gran Logia Simbolica del Paraguay, o Sereníssimo 
Edgar Caballero Sanchez. 
M∴M∴ Laurindo Roberto Gutierrez 
Texto também publicado na Revista “A Trolha” 
(Mês 06/2019) 
 
 
 
 
 
 
 
Loja de Pesquisas Maçônicas 
Hercule Spoladore - Brasil – N º45 
Caderno de Pesquisas Maçônicas 
2017-2019 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DA OBRA 
Durante o Período de 2017-2019, muitas 
conquistas forma alcançadas por essa Augusta e Respeitável 
Loja, além disso sua diretoria nesse período provou-se 
realmente empenhada em manter alguns conceitos e 
costumes maçônicos que doravante tinham sido esquecidos 
pelo tempo e pela mudança tecnológica que vivemos nestes 
momentos atuais. 
Durante todos esse período (2017-2019), 89 
palestras foram proferidas, sendo elas 19 em Loja e 70 em 
outras lojas de todas as potências regulares. (GOP, GOB e 
GLP). 
Esse livro além de ser também uma retomada em 
um dos costumes da Loja, também vem fechar esse ciclo de 
mudanças e retomadas. 
Para os irmãos que buscam ler ou apresentar 
Trabalhos em Lojas, essa Coleção de textos de nossa Loja 
busca trazer muitos subsídios importantes para tal. Existem 
trabalhos mais curtos e outros mais extensos, que podem 
ser apresentados na integra ou parcialmente, os leitores 
mais ávidos podem devorá-los e pesquisar mais sobre o 
tema outros podem assimila-los e/ou mesmo utiliza-los 
como referência, para seus trabalhos e pranchas futuras. 
Essa é contribuição, bom acho que mais uma 
contribuição que nossa Loja de Pesquisas, faz para a 
propaganda e Cultura Maçônica, cumprindo assim sua 
 
 
Loja de Pesquisas Maçônicas 
Hercule Spoladore - Brasil – N º45 
Caderno de Pesquisas Maçônicas 
2017-2019 
 
 
finalidade, além de abrir espaço a novos autores que estão 
iniciando e desbravando esse caminho que é a formação de 
desenvolvimento do saber Maçônico. 
O Irmão leitor verá que todos os textos tem 
conteúdo que são fontes de informação com relação a 
realidade atual do Maçom e sua visão de mundo, um retrato 
do momento de seu lapidar da pedra, burilando seu interior 
e reproduzindo, ou melhor, mostrando aos irmãos quais sua 
evolução neste trabalho árduo de caminhada. 
 
Os Editores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Loja de Pesquisas Maçônicas 
Hercule Spoladore - Brasil – N º45 
Caderno de Pesquisas Maçônicas 
2017-2019 
 
 
 
SUMÁRIO 
A INICIAÇÃO ........................................................................ 10 
DESCANSO PARA O PEDREIRO ............................................ 13 
IRREGULARIDADE E CONIVÊNCIA ..................................... 17 
O CÉU NÃO PODE ESPERAR ................................................. 20 
VISITAÇÃO MAÇÔNICA ........................................................ 23 
A COR DO REEA NO BRASIL ATRAVÉS DOS TEMPOS ......... 25 
POSIÇÃO DO ALTAR DOS JURAMENTOS EM LOJA DO REAA
 .............................................................................................. 49 
VELAS E SEU SIGNIFICADO NA MAÇONARIA ..................... 53 
AXIOMAS E SOFISMAS NA MAÇONARIA ............................. 67 
COMENTÁRIOS A RESPEITO DOS CALENDÁRIOS NA 
MAÇONARIA BRASILEIRA ................................................... 73 
FICÇÃO OU VERDADE? ESPECULAÇÕES.............................. 89 
DIVAGAÇÕES SOBRE AS COLUNAS J e B ............................ 101 
PRÍNCIPE DOS POETAS PARANAENSES ............................ 114 
O CADÁVER ........................................................................ 125 
CAGLIOSTRO, OU JOSÉ BÁLSAMO – MAÇONARIA MÁGICA
 ............................................................................................ 137 
AÇÃO INTEGRALISTA BRASILEIRA, O COMUNISMO E A 
MAÇONARIA PARANAENSE NA DÉCADA DE 30 (1930).. 142 
MAÇONARIA ADONHIRAMITA .......................................... 157 
 
 
Loja de Pesquisas Maçônicas 
Hercule Spoladore - Brasil – N º45 
Caderno de Pesquisas Maçônicas 
2017-2019 
 
 
A PRANCHETA .................................................................... 169 
MAÇONARIA E PROCEDIMENTOS MÁGICOS ....................179 
MAÇONARIA, PASSADO, PRESENTE E FUTURO................ 194 
LIVRE PENSADOR MAÇÔNICO ........................................... 217 
LANDMARQUES, O QUE EU PENSO A RESPEITO... ............ 222 
JOSÉ BONIFÁCIO E O APOSTOLADO, OU A NOBRE ORDEM 
DOS CAVALEIROS DE SANTA CRUZ ................................... 230 
ADOÇÃO DE LOWTONS E O CULTO DE MITRA (MITRAISMO)
 ............................................................................................ 245 
PRIMEIROS MESTRES MAÇONS DA MAÇONARIA ............ 251 
A ESTRELA FLAMEJANTE .................................................. 257 
PAINEL DO GRAU DE APRENDIZ MAÇOM DO RITO 
RASILEIRO .......................................................................... 260 
RENÉ DESCARTES E SUA FILOSOFIA ................................ 265 
TEMPLO MAÇÔNICO SIMBOLISMO DOS ORNAMENTOS DO 
TEMPLO NO RITO BRASILEIRO (COMAB) ........................ 270 
TEOSOFIA O QUE É? ........................................................... 276 
A CERIMÔNIA DAS LUZES MISTICAS DO RITO BRASILEIRO
 ............................................................................................ 279 
A CORAGEM ........................................................................ 283 
UM LIDER ABOLICIONISTA ............................................... 288 
A LOCALIZAÇÃO DAS COLUNAS “J” E “B” NO RITO 
BRASILEIRO (COMAB) ....................................................... 292 
 
 
Loja de Pesquisas Maçônicas 
Hercule Spoladore - Brasil – N º45 
Caderno de Pesquisas Maçônicas 
2017-2019 
 
 
AS QUATRO BORLAS NO PAINEL DA LOJA DE APRENDIZ 295 
AS TRÊS VERTENTES DA MAÇÔNARIA ............................. 301 
ESCURIDÃO E A LUZ........................................................... 309 
O AVENTAL......................................................................... 312 
AS TRÊS VIAGENS INICIÁTICAS......................................... 316 
E A ....................................................................................... 316 
PURIFICAÇÃO PELOS ELEMENTOS ................................... 316 
LAPIDAÇÃO DA PEDRA BRUTA EM PEDRA CÚBICA ......... 348 
É PARA A FRENTE QUE SE ANDA ...................................... 404 
ESPADA FLAMÍGERA OU ESPADA FLAMEJANTE? ............ 407 
HERMES TRISMEGISTO – UMA COLUNA MAÇÔNICA ....... 413 
A INFLUÊNCIA DA CULTURA JUDÁICA E GRECO-ROMANA, 
NA FILOSOFIA DO RITO ESCOCÊS ..................................... 472 
OS GRAUS SIMBÓLICOS NA MAÇONARIA ......................... 481 
 
 
 
 
 
 
Loja de Pesquisas Maçônicas 
Hercule Spoladore - Brasil – N º45 
Caderno de Pesquisas Maçônicas 
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A INICIAÇÃO 
 
Ir∴ Laurindo Roberto Gutierrez 
 
“Ser maçom, não é direito; é recompensa” 
A iniciação maçônica é um ato definitivo, na vida de 
um profano prestes a ser tornar maçom. Não existe outra 
experiência igual. Ela é única, e, se não for bem conduzida, 
plena de emoção e respeito por parte dos envolvidos nesse 
ato, é possível que o recipiendário não vivencie ou não sinta 
intensamente cada movimento, passos, ruídos, sons e 
odores, no desenrolar da cerimônia. Essas sensações 
formam um conjunto de sentimentos que podemos chamar 
de “sensações iniciáticas”. A iniciação tem mais que emoção 
e sentimento em si, do que se pode imaginar, e cada um 
reage à sua maneira, de acordo com sua sensibilidade e 
percepção. O silêncio e a seriedade no ambiente devem ser 
impecáveis, para que todos, em especial, os neófitos possam 
assimilar o que está acontecendo. Os que conduzem a 
cerimônia devem se compenetrar da importância do ato, e 
os presentes tem a obrigação de colaborar, para que tudo 
saia à perfeição, pois nesse momento, a Egrégora está 
formada e o ambiente deve ser envolvente e harmonizado 
para que se possa “ouvir” o silêncio. 
 
 
Loja de Pesquisas Maçônicas 
Hercule Spoladore - Brasil – N º45 
Caderno de Pesquisas Maçônicas 
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A impostação de voz deve ser observada e treinada 
antes, especialmente pelo Venerável e os Vigilantes, que não 
podem atropelar a leitura, nem tartamudear. O neófito, em 
estado de quase transe, precisa que tudo tenha clareza para 
melhor ouvir e compreender, pois depois de horas privado 
da visão, ele está psicologicamente desgastado e com 
dificuldade de entendimento. Um irmão de minha Loja Mãe, 
homem culto, médico, escritor e maçom puro, diz foi de tal 
forma envolvido, e como num arrebatamento, sentiu uma 
leveza de espírito que o fez CONHECER DEUS, no dia de sua 
iniciação. Abordo esse assunto, pois sabemos que ainda, em 
pleno no século XXI alguns maçons insistem em transformar 
a sessão magna de iniciação num ato ridículo, fazendo o 
profano ficar de terno e gravata, numa praça pública num 
dia de sol escaldante, à vista de todos, à espera de seus 
“algozes”. Creiam; ainda se usa a famigerada tábua de pregos 
num ato de covardia contra um profano amigo, que vendado 
e semi nu, não pode se defender dessa atitude covarde, nem 
identificar que assim age. Uma prática medieval. Anos atrás, 
em viagem, fui a uma Loja e vi numa iniciação, galhos dentro 
do templo, que eram esfregados nas pernas, costas e peito 
do recipiendário, numa galhofa para divertir os presentes. E 
todos riam. Mais ainda, alguns “maçons de ocasião”, 
mostram seu lado obscuro, e chegam a levar o profano à 
noite no cemitério onde é recebido por um irmão da Loja, 
com uma caveira de animal pendurada no pescoço, numa 
cena ridícula, uma demonstração de total falta de respeito 
ao seu semelhante, naquele momento tão importante de sua 
vida. Isso não é comportamento de homem livre, ou 
 
 
Loja de Pesquisas Maçônicas 
Hercule Spoladore - Brasil – N º45 
Caderno de Pesquisas Maçônicas 
2017-2019 
12 
 
 
 
minimamente civilizado. Incrível, como alguns agem tão mal 
maçonicamente, transformando o Templo num quase 
picadeiro. O interessante é que esses maçons, foram por nós 
escolhidos entre os melhores homens de nossas relações, 
por sua conduta ética e por sua moral. Agora como mestres 
maçons, (aprendiz e companheiro não fazem isso) como 
podem eles proceder assim? Coisa que nunca fizeram em 
casa, nem no trabalho, com ninguém, agora num 
comportamento idiota, praticam. O que houve com o caráter 
deles? Sugiro formar um grupo de estudo do Ritual, para 
mostrar que essa gente, que tal ação não faz parte da 
Iniciação. Imaginem o que pensaria a esposa de um 
candidato ao saber que seu marido, teve que se sujeitar a 
essa troça, um escárnio inaceitável. 
Se o candidato não sentir as mensagens 
transmitidas na iniciação, seu ingresso na Ordem poderá 
resultar num retumbante fracasso com mais um faltante 
crônico, às sessões de sua Loja. Uma iniciação mal feita, 
pode apenas revestir com o avental maçônico um eterno 
profano. A cerimônia de iniciação pode ser vista como uma 
teatralização, mas não como um show barato de circo 
mambembe. A cerimônia da iniciação é a mais importante 
atividade maçônica, e deve ser realizada entre irmãos 
reunidos em absoluto segredo, e tomados pelo mesmo 
sentimento de amor, que só os iniciados nos Augustos 
Mistérios são capazes de sentir. 
 
 
 
 
Loja de Pesquisas Maçônicas 
Hercule Spoladore - Brasil – N º45 
Caderno de Pesquisas Maçônicas 
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DESCANSO PARA O PEDREIRO 
“Na dúvida aprendemos; na certeza nem sempre” 
 
Ir∴ Osni Adres Lopes 
Ir∴ Laurindo Roberto Gutierrez 
 
 
Em todo mundo a Maçonaria vive de Duas reuniões 
mensais, ou uma bimensal, e até uma trimestral, como é na 
Inglaterra. Apesar de parecer pouco para nós brasileiros, 
eles são atuantes e fazem sua parte em matéria de trabalho 
social, filantrópico, e de estudos. Na França, Portugal, 
Espanha, Nova Zelândia e Estados Unidos são duas sessões. 
Propor isso aqui, causaria uma discussão interminável, ou 
talvez nem discussão houvesse (deixa como está) pois nos 
acostumamos com quatro e atécinco sessões mensais. 
Depois de quase quatro décadas na Ordem, senti um 
esgotamento por esse regime de trabalho sem descanso, 
apesar de gostar da convivência em Loja com meus irmãos. 
Mas, e da família, não gostamos também? Ficar mais tempo 
em casa é revigorante, além do que, pregamos que a família 
está em primeiro lugar. 
Pensando em ajudar os mais velhos, foi criada na 
Nova Zelandia, a Loja Daylight, que se reúne à luz do dia, 
evitando o que aconteceu com o Senior Warden (primeiro 
 
 
Loja de Pesquisas Maçônicas 
Hercule Spoladore - Brasil – N º45 
Caderno de Pesquisas Maçônicas 
2017-2019 
14 
 
 
 
vigilante) que caiu no sono e roncou, em sessão noturna, 
como me relatou o irmão Timothy Collier, da Loja Montrose 
722 - SC, de Gisborne- New Zealand. Foi criada em Porto 
Alegre, a Loja Centenário, que trabalha à tarde, para atender 
os irmãos em “idade canônica”. Seguindo essa tendência, em 
Londrina, tem a Loja François Voltaire e a Loja Areópago que 
trabalham com duas sessões ritualísticas ao mês. Com o 
avançar da idade não temos mais a mesma visão para dirigir 
à noite, nem a mesma disposição para sair de casa toda 
semana. Lembre que nossas esposas envelhecem e precisam 
mais de nossa presença, pois sua saúde em alguns casos, não 
vai bem. Voltar para casa após as 22 horas, é um risco nos 
dias atuais, devido a falta de segurança pública. Passei por 
isto, e tive que me filiar numa Loja com apenas uma sessão 
mensal. Não tenho dúvida que este regime de trabalho com 
até 5 sessões semanais, se esgotou, e esgotou todos os 
maçons. Mudar é preciso, e logo! Talvez este regime de 
trabalho cansativo (as vezes improdutivo) pode estar 
contribuindo para a evasão maçônica. 
Como é possível adotar o sistema praticado no 
mundo, e manter a agenda de trabalho em ordem? Bem, aí, 
depende dos Veneráveis e das diretorias terem vontade 
para implementar essa mudança. Nas Lojas com grande 
número de membros, o saco de proposições recolhe um 
elevado número de pranchas (as vezes até 30 ou mais) que 
para serem decifradas leva-se um tempão, consumindo boa 
parte das duas horas de trabalho. Falo de mudança, e 
apresento uma sugestão: O remédio é a informatização 
parcial das atividades maçônicas, apesar do perigo que 
 
 
Loja de Pesquisas Maçônicas 
Hercule Spoladore - Brasil – N º45 
Caderno de Pesquisas Maçônicas 
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poderia advir com isso, pelo vazamento aos olhos e ouvidos 
profanos. Vejamos: os pedidos de informação de outras 
Lojas, sobre profanos à iniciação, elevação, exaltação e posse 
de diretorias, podem ser via e-mail, como já faz o Grande 
Oriente do Paraná. Pranchas pedindo a cessão do salão 
social, de ajuda de instituições, devem ser analisadas pela 
diretoria, bem como os certificados de presença de visitas a 
outras Lojas, podem ser agrupados e anunciados em bloco, 
sem citar nomes. Acreditem que tem irmãos que exigem 
que seus certificados de visitas sejam lidos um a um, para 
seu deleite e glória. 
As pranchas das Corporações Filosóficas, com 
pedido de informação para a elevação de graus, não 
precisam serem decifradas “ipsis litteris”, uma a uma, em 
sessão, podendo ser respondidas administrativamente. Isso 
não vai afetar a excelente relação de cordialidade e amizade 
que sempre existiu entre as Lojas Bases, e os Altos Corpos. 
O secretário executivo da Loja pode organizar tudo, e enviar 
via correio eletrônico, as informações a quem de direito. Não 
vamos imaginar que a “A Palavra à bem da Ordem” deva ser 
suprimida, porém pode encurtada. É preciso que seja 
objetiva, concisa e sem delongas, sendo “À Bem da Ordem” 
mesmo, e nada mais. Basta estabelecer um tempo mínimo de 
3 minutos. As Lojas modernas, que se dedicam à pesquisa 
maçônica com apenas uma sessão mensal, viram que era 
preciso “gastar” o tempo com estudo e discussões 
inteligentes, então passaram a enviar os irmãos o Balaústre 
pelo e-mail para o irmão tomar ciência, e, na Loja é aprovado 
sem a leitura do mesmo. Tudo o mais é resolvido nas sessões 
 
 
Loja de Pesquisas Maçônicas 
Hercule Spoladore - Brasil – N º45 
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Administrativas. Se no mundo inteiro é assim, com DUAS 
sessões mensais, porque não pode ser da mesma forma entre 
nós? 
A obrigatoriedade da frequência maçônica, não é 
apenas na Loja Base/Mãe, é também na Loja de Perfeição, no 
Capítulo, no Kadosch, no Consistório e nos Graus 
Administrativos. Tem ainda as organizações paramaçônicas 
juvenis que os pais precisam levar a filharada, como, a 
Ordem DemoLay, as Filhas de Jó e a Arco Iris. Não 
esqueçamos ainda que a visitação em outras Oficinas é 
obrigatória ao Aprendiz e ao Companheiro. Fico imaginando 
o que uma Loja com quadro diminuto, numa cidade pequena 
tem tanto a tratar, que precise de quatro a cincos sessões no 
mês. 
Num passar d´olhos no calendário, vi que seriam 
21 sessões ao ano, contra quase 45 no sistema atual. Um 
único templo poderá acolher 10 lojas por mês . Mais Lojas 
no mesmo templo, poderia baratear o aluguel para as 
Oficinas locadoras, que em alguns casos tem dificuldade 
para pagar. Acredito mesmo, que o índice de frequência 
aumentaria, e certas sessões hoje “vazias”, se tornariam 
mais vibrantes e proveitosas, bem diferente de algumas 
situações, onde apenas “meia dúzia de bodes pingados” se 
faz presente. Trabalhar do meio dia à meia noite, é apenas 
uma simbologia. 
 
 
 
 
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IRREGULARIDADE E CONIVÊNCIA 
 
Ir∴ Laurindo Roberto Gutierrez 
 
Não é raro ver irmãos em situação maçônica 
irregular frequentando Lojas. Nunca é um aprendiz, ou 
companheiro; sempre um Mestre. De uns tempos para cá, 
temos notado que esses casos estão mais frequentes. Alerta 
de falsos irmãos impostores que agem livremente se 
aproveitando do descuido dos maçons, frequentando Lojas 
e até dando golpes, são publicados na internet. Porém o mais 
comum mesmo é irmãos irregulares que conhecemos, 
fazerem isso e não serem barrados. Eles até assinam, e citam 
no Livro de Presença a última Loja a que pertenceram, o que 
se caracteriza um quase “estelionato maçônico” por usar 
sem ter direito ou conhecimento da mesma, o nome daquela 
Oficina. Há um caso acontecido o “irmão” nem assinava o 
livro. Foi descoberto, mas ninguém o interpelou. Um desses 
casos está se tornando corriqueiro, o esperto visitante, logo 
que chega, chama o Venerável para um canto e 
ardilosamente o envolve, conseguindo sempre entrar para a 
sessão. Pergunto: se sabemos disso por que não alertamos o 
Venerável ? Se alertado, por que ele não cumpre a lei ? 
 
 
Loja de Pesquisas Maçônicas 
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Um irmão me relatou o caso de maçom que 
frequenta a Loja há um bom tempo, em situação irregular e 
os Veneráveis, um após outro, alegando tolerância, aceitam 
com a tranquilidade do “dever cumprido”, essa burla. 
Falham os dois lados; o maçom “penetra” pela falta de 
escrúpulo, e o Venerável, pela omissão. Um maçom 
irregular, que visita uma Loja, torna a sessão irregular, e 
tudo nela tratado, não vale nada, e qualquer irmão presente 
tem a obrigação pedir a anulação da sessão. A reunião não 
pode ter maçom irregular, porém, podemos recebê-lo como 
irmão que é, convidando-o partilhar à mesa o ágape 
fraternal, nos esperando no salão social, depois dos 
trabalhos. Está no ritual a ordem para verificar a situação de 
cada visitante. E a palavra semestral, criada para impedir a 
entrada irregular nas Lojas, porque não é usada? talvez 
porque o compadrio entre maçons seja mais importante que 
as leis. 
O caso mais gritante de descumprimento às leis e 
falta de verificação (trolhamento) de um visitante, resultou 
em vergonha paratodos. Um irmão idoso, veio para uma 
visita. Não trolhado, veio de novo, e de novo, até que um 
certo dia apareceu um jovem querendo receber pelo serviço 
sexual prestado à aquele “visitante ilustre”. Possivelmente, 
nem maçom era, apenas um homossexual experto, que usou 
e abusou da “inocência” dos Maçons, e ainda indicou a Loja 
como lugar para receber o valor combinado pelo programa. 
Pergunto; e o orador da Loja, porque não faz cumprir as leis 
e regulamentos de sua Oficina? Um médico que trabalhou 
num hospital, após sua aposentadoria não participa mais 
 
 
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das reuniões da diretoria clínica, nem o Juiz, será convidado 
a participar das decisões da magistratura. E porque um 
maçom irregular teima em participar da reunião maçônica? 
Os que insistem nessa prática, acham cômodo não se filiar 
em nenhuma Loja, não pagar a mensalidade, sem a obrigação 
de freqüência, e, não tendo nenhum lugar para ir, aparecer 
na sessão para “aprender” um pouco mais, e rever os irmãos. 
Incrivelmente, esses bicões quase sempre contam com a 
ajuda de algum mestre, que apela pela tolerância. Que 
tolerância é essa? A Ordem é uma escola de 
aperfeiçoamento, onde nem sempre se cumpre as leis. 
Confesso que sinto vergonha, pois sabendo desses casos, 
muitas vezes me mantive calado. Agora faço esse alerta. E 
os Mestres, continuarão permitindo essa prática? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O CÉU NÃO PODE ESPERAR 
 
Ir∴ Laurindo Roberto Gutierrez 
 
Outrora, a velhice era uma dignidade; hoje ela é um peso. 
(Francois Chateaubriand) 
Quando fui iniciado, a vida para mim, ganhou um novo sentido, 
pelas novas amizades e pelo ensinamento que recebia nas 
instruções de meus preceptores. A sessão maçônica era uma 
coisa extraordinariamente nova e reveladora. Jovem ainda, 
nos meus trinta anos contados, sonhava em crescer na Ordem 
e ser como aqueles irmãos mais antigos, pois via neles tanto 
conhecimento e amizade, eram na verdade, sábios 
inspiradores, aqueles “velhinhos” daquele tempo, eram minha 
inspiração. Para mim, eles viviam num mundo de felicidade, e 
isso era uma herança, que levariam até os dias da velhice; 
pensava eu. Esse sentimento inundava meu o espírito de paz 
e esperança, crendo numa vida futura plena de realizações 
maçônicas. Jamais poderia pensar que o caminhar dos anos 
 
 
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trouxesse consigo mudanças tão importantes. Parece que a 
juventude não conhece o segredo para a transmutação, e 
quando a idade avança, somos pegos por uma realidade 
surpreendente, às vezes desalentadora. A Ordem que servimos 
por décadas a fio, envidando os maiores esforços, nos 
abandonará na idade provecta, justamente quando estaremos 
mais carentes e fragilizados. Na America do Norte, os maçons 
idosos vão para o albergue da Ordem, onde vivem em paz e 
dignamente. Abordo esse assunto, levando em conta apenas 
dois casos de irmãos que vivem no mais completo abandono 
maçônico. Um, vitimado por uma hemiplegia, não sai para 
lugar algum, o outro quase cego. Agora vivem, ambos, 
confinados em suas casas. Essa realidade é bem diferente dos 
Templos aconchegantes, e dos amplos salões de festas de suas 
Lojas, que um dia frequentaram. Aquela alegria barulhenta e 
os abraços fraternos deram lugar ao abandono, ao ostracismo 
involuntário e ao silêncio cósmico que arrasa seu moral. Se 
tivessem a mão amiga de um irmão, poderiam ir à Loja, aos 
almoços, e de novo serem felizes, pela convivência fraterna 
entre os irmãos. A maçonaria, pródiga em ajudar os velhinhos 
dos asilos profanos, vira a cara para seus próprios membros, 
que nem sempre precisam de apoio pecuniário, apenas de uma 
visita. A tentativa de levar irmãos à casa de um enfermo, 
sempre resulta em fracasso, pois ninguém sem interessa. Os 
Veneráveis Mestres, alguns deles, quase nunca vão, preferindo 
“formar uma comissão”, para uma obrigação que é sua, que ele 
solenemente jurou cumprir, com a mão sobre a Bíblia. O apelo 
das cunhadas e dos filhos, pedindo uma visita dos maçons, não 
 
 
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faz eco. Alguns de nós, acham que maçom inativo não é mais 
irmão, e não é merecedor de nosso amor, nem de nossa visita, 
porque deixou a Loja há anos. Se não mudar meu sentimento, 
renunciarei aos graus que alcancei, e pedirei para ser 
novamente iniciado. Se minha primeira iniciação não provocou 
mudança alguma em meu espírito e na minha alma, então 
preciso recomeçar. O tempo corre célere, e a vida escapa pelos 
dedos como o mercúrio, quando tentamos segura-lo. Irmãos, 
há tempo, ainda que curto, para amar e dar alguma alegria ao 
maçom idoso que muito fez pela Ordem, pois O Céu não pode 
esperar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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VISITAÇÃO MAÇÔNICA 
 
Ir∴ Laurindo Roberto Gutierrez 
 
Todo maçom tem direito a visitar qualquer Loja em qualquer 
lugar e circunstância, como está no 14º Landmark. 
“O direito de todo maçom visitar e tomar assento em qualquer 
Loja, é um inquestionável Landmark da Ordem. É o consagrado 
direito de visitar, que sempre foi reconhecido como um direito 
inerente que todo irmão exerce, quando viaja pelo Universo. É 
a conseqüência de encarar as Lojas como meras divisões, por 
conveniência, da Família Maçônica Universal” . 
Na primeira visita é a curiosidade que nos conduz; queremos 
saber como trabalham aqueles irmãos, será que conheceremos 
algum amigo naquela Oficina, poderei usar da palavra, como 
me comportar entre irmãos? nos perguntamos. Tudo é uma 
 
 
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incógnita em nossa primeira viagem a outra Loja. No 
cristianismo primitivo, as “novas” eram transmitidas, 
justamente através da visitação. A visita é elemento necessário 
seja para a confraternização entre grupos, seja para a 
ampliação do conhecimento ou para criação e fortalecimento 
de novas amizades. Os discípulos e mais tarde os Apóstolos 
percorriam todo o mundo, então conhecido, para o 
fortalecimento da Fé. Eles sabiam como identificar uma igreja, 
um irmão. Sob o ponto de vista esotérico o visitante não 
comparece sozinho em uma visitação; junto a si está toda sua 
Loja incorporada espiritualmente. Ele conduz a força vibratória 
dos irmãos que o fizeram embaixador. Ao colocar o óbolo na 
Bolsa de Beneficência, estará não somente colocando a si 
próprio para a imantação de seu óbolo, mas também a 
imantação de seu grupo. Uma vez dentro do Templo o 
visitante, deve ser considerado como uma presença 
misticamente valiosa, como uma dádiva e uma benção. Creio 
que a visita de um maçom a outra Loja, se assemelha a 
polinização das abelhas espalhando os frutos de amizade e boa 
vontade entre os irmãos. Ainda hoje compêndios e livros, 
perdem-se nas digressões sobre o direito ou não de visitação. 
Esses são preceitos exclusivamente administrativos e 
bitolados. Alguns mestres, Lojas, e até Obediência, ainda hoje, 
tentam desestimular a visitação por aprendizes, alegando que 
só acompanhado de um mestre isso é possível. Os maçons de 
tempos em tempos, enfrentam dificuldades para continuar sua 
caminhada, especialmente o Benfazejo que se vê tolhido em 
sua liberdade de seguir em direção para a prática do Bem. 
 
 
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MARCOS despropositados, cheirando a ranço, foram colocados 
na estrada de passagem para a visitação maçônica, tentando 
acabar com esta tradição secular da Ordem Universal. Sempre 
aprendi mais em visitas a outras Lojas, do que na minha 
própria, haja vista que são ritos diferentes, novos irmãos que 
não conhecia. A maçonaria não pode isolar-se dentro dos 
Templos simplesmente em trabalho exclusivo com os membros 
de seu quadro. Se assim agir, fenecerá e se autodestruirá. A 
Loja precisa “outras luzes”, “outras forças” e “outros 
alimentos”. Adaptado de : Visitação - Rizzardo da Camino 
A COR DO REEA NO BRASIL ATRAVÉS 
DOS TEMPOS 
DECORAÇÃO DO TEMPLO – AVENTAL 3º GRAU E FITA OU 
FAIXA 
Ir∴ Hercule Spoladore 
 
“O PENSAMENTO REENCARNA AO LONGO DAS IDADES 
ADOTANDO AS NUANÇAS QUE LHE SÃO IMPOSTAS” – R. 
Amberlain. 
 
Não se pretende discutir preferências pessoais pela cor 
vermelha ou azul porque se assim fosse o autor deste trabalho 
por preferência pessoal preferiria a cor azul. “Gosto do azul”. 
“O vermelho me parece uma cor agressiva.” Mas isto é apenas 
 
 
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uma questão do gosto de cada um e não representa a verdade 
histórica do REAA. 
No entanto em se tratando da história do REAA 
detalhadamente inserida nos rituais antigos, Congressos, 
Constituições e Regulamentos e etc. necessário se torna 
analisar o assunto, citando-se as fontes primárias e 
descrevendo assim a trajetória do azul, o qual foi se insinuando 
sorrateiramente especialmente no avental do 3° grau e 
decoração do templo no Simbolismo no REAA e hoje reina 
quase que absoluto na maioria das lojas espalhadas pelo Brasil 
do Rito em foco. 
Interessante frisar que a maioria dos maçons do REAA do Brasil, 
não se importa em saber qual é a verdadeira e mais importante 
cor do Simbolismo do Rito, “redescoberta” pelas pesquisas 
realizadas por uma minoria de estudiosos, nos últimos vinte e 
cinco anos porque em realidade, a grande maioria dos maçons 
é pouco afeita à realidade histórica e só aceita como 
verdadeiro apenas o que viu e sentiu ao receber a Luz, 
aceitando ser esta, a verdade. Graças a esta maneira de 
encarar o problema, e também devido a pouca leitura, já que 
maçom quase não lê, e a acomodação frente aos estudos sobre 
a Ordem fez com que estes maçons não aceitem e nem 
queiram discutir o assunto ficando com a cor azul como a 
principal do REAA. 
O REAA tem várias cores. No Simbolismo tem como principal a 
cor vermelha, além da branca e nas Fitas, não no avental do 3º 
 
 
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grau existe o azul debruado de vermelho. Nos Graus Superiores 
existem as cores verde, vermelha preta e branca. 
É sabido que a cor vermelha tem várias tonalidades e entre 
elas: carmesim, (vermelho vivíssimo), púrpura (vermelho 
escuro), escarlate (vermelho rutilante) ou encarnada, que é o 
vermelho comum. Estas cores sempre ornamentaram a 
aristocracia na Europa. O vermelho foi sempre a cor preferida 
pelos reis, papas e bispos e sempre ornamentou a nobreza. 
Esta cor foi usada pelos primeiros escocesistas, partidários dos 
Stuarts, quando exilados na França, depois pelos nobres que 
fizeram parte da fundação do Conselho de Imperadores do 
Oriente e do Ocidente, que foi um corpo maçônico da época e 
também frequentado pelos cavalheiros e gentilhomens 
franceses do Rito de Heredon (25 graus, embrião do REAA). 
Sabemos que estes maçons do Rito de Heredon foram os 
precursores do grupo que acabou fundando o REAA em 
Charleston em 25 ou 31/05/1801 (a mais aceita). Muita 
história, muita confusão aconteceu até se chegar a fundação 
do REEA que no inicio chamava-se Rito dos Maçons Antigos e 
Aceitos. Interessante ressaltar que o Rito não nasceu na 
Escócia e não era nem Antigo em nem Aceito. O nome correto 
segundo Castellani seria Rito dos Antigos e Aceitos Maçons. (Na 
Europa atualmente ele é conhecido como Rito Antigo e Aceito). 
O REAA entrou no Brasil oficialmente através da autorização 
dada pelo Supremo Conselho dos Países Baixos da Europa, 
quando se usava esta nomenclatura para aquela região do 
continente europeu. Hoje, segundo a geografia atual, 
 
 
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identifica-se como sendo a Bélgica. O Supremo Conselho dos 
Países Baixos outorgou ao Irmão Francisco Gê Acayaba 
Montezuma cujo nome verdadeiro era Francisco Gomes 
Brandão, um documento autorizando a fundação de um 
Supremo Conselho no Brasil quando ele ainda estava na 
Europa, exilado pelo Imperador I. Ele não era maçom quando 
em 1823 foi deportado. Foi iniciado na Inglaterra. O 
documento está datado de 12/03/1829. Mas a fundação oficial 
do Supremo Conselho do grau 33 do Brasil, o primeiro Supremo 
Conselho aqui instalado foi em 10/11/1832. 
Nesta época havia dois Grande-Orientes aqui no Brasil. O 
Grande Oriente Brasileiro do Passeio fundado em 1830 e 
instalado em 24/06/1831 e o Grande Oriente do Brasil (antigo 
Grande Oriente Brasílico ou Brasiliensi) reinstalado por José 
Bonifácio em 23/11/1831. Cada um deles reivindicava o direito 
de ser verdadeiro e originário do Grande Oriente Brasílico ou 
Brasiliensi de 1822. Não eram amistosos entre si. Havia muita 
hostilidade entre estas duas Potências. 
A primeira Loja a adotar o REAA teria sido a Loja “Educação e 
Moral” fundada por Gonçalves Ledo (Boletim do GOB n°03 ano 
52 pg. 216 - 1927) regularizada e filiada ao Grande Oriente do 
Brasil em 30/03/1832, mas já em 08/06/1832 foi considerada 
irregular por José Bonifácio. Eis ai os dois brigões de 1822 
desde os tempos da Independência do Brasil quando 
disputavam as benesses do Imperador, se confrontando 
novamente, agora sem o Imperador, apenas pela disputa de 
 
 
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poder. Esta Loja filiou-se ao Grande Oriente do Passeio em 
1833. 
Mas ressalve-se, um fato conhecido por poucos escritores 
maçônicos. No dia 20/05/1822, portanto, vinte e oito dias 
antes da fundação do Grande Oriente Brasílico ou Brasiliensi, 
que só ocorreria no dia 17/06/1822 foi fundada uma Loja no 
Brasil no Rio de Janeiro, no REEA por estrangeiros importantes 
que aqui residiam. Levou o nome de “Bouclier D’Honneur” 
(Escudo de Honra). Fundaram também um Capítulo. Seus 
fundadores solicitaram autorização para o Grande Oriente da 
França, o qual a reconheceu daí há um ano mais ou menos. Ela 
foi, portanto, fundada antes do Grande Oriente Brasílico ou 
Brasiliensi. Os membros desta Loja até foram convidados 
posteriormente para fazer parte do GOB, mas o mesmo usava 
desde a sua fundação o Rito Francês ou Moderno e em verdade 
o Grande Oriente Brasílico era um grêmio revolucionário que 
queria a todo o custo a independência do país. Era uma 
maçonaria revolucionária. Os membros da Loja "Bouclier 
D’Honneur” (Escudo de Honra) não aceitaram, pois eles apenas 
queriam uma Loja Maçônica para agregar os estrangeiros que 
viviam no Brasil naquele momento da nossa história. Além do 
mais o Rito era diferente. Ressalte-se que Grande Oriente 
Brasílico era em princípio uma potência totalmente irregular à 
época perante as Potências ditas regulares do mundo. Por isso 
os membros da Loja "Bouclier D’Honneur" solicitaram filiação 
ao Grande Oriente da França e foram atendidos, mas a Carta 
Constitutiva chegou somente em 1823, quando a Loja já havia 
adormecido. Este assunto está bem desenvolvido no livro da 
 
 
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Academia BrasileiraMaçônica de Letras – Formação Histórica 
da Maçonaria - Anais do I Congresso Internacional de História 
e Geografia ano 1981 – por Alcebíades Lappas, Grande 
Secretário da Grande Loja da Argentina à página 63 no trabalho 
“Algumas Revelações sobre os inicios da Maçonaria no Brasil”. 
Não importa se a loja foi fundada por estrangeiros ou não. 
Usando-se a razão, o REEA teria entrado no Brasil em 
20/05/1822. Fatos são fatos. 
A Loja “Comércio e Artes”, reerguida pelo Cônego Januário da 
Cunha Barbosa, filiou-se ao Grande Oriente do Brasil em 
23/11/1831. Não suportando as desavenças com José 
Bonifácio, filiou-se ao Grande Oriente do Passeio em 
07/04/1833 e passou para o REAA. Mandou imprimir o livro 
Instruções Maçônicas (Catecismo – Regulamento Geral) em 
1833 cujo livro foi traduzido pelo grande Maçom Hipólito José 
da Costa do francês para o português. Catecismo era o nome 
que a Maçonaria usava para o que hoje chamamos de Ritual. 
Em 15/09/1833 o Grande Oriente do Passeio tornou o REAA 
como único e oficial rito da Potência para as suas quinze Lojas. 
Necessitavam de um Ritual e este foi mandado imprimir em 
1834. O Ritual então impresso, seguindo a ortografia da época 
teve o seguinte titulo: “Guia dos Maçons escossezes ou 
Reguladores dos trez graos Symbólicos do Rito Antigo e Aceito 
– Rio de Janeiro – 1834”. Era uma tradução do ritual vindo 
diretamente da França onde praticavam entre outros ritos, o 
REAA, embora com alguma influência litúrgica do Rito 
 
 
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Moderno ou Francês a exemplo da inversão das colunas J e B e 
dos respectivos vigilantes. 
No que concerne à cor vermelha à página 46 do Guia assim está 
escrito com grafia da época “As paredes do templo, cortinas, 
mezas docel, etc. são forradas de encarnado no rito escossez e 
de azul nos ritos Moderno e Adonhiramita, nestes dous últimos 
os galões e as franjas dos paramentos devem ser prata ou 
fazenda de cor branca e no primeiro de ouro”. 
No mesmo Guia à página 49 quando menciona: “Das insígnias 
e joias dos graos no Rito Escossez Antigo e Aceito”. 
“Grao 3 - Avental branco forrado e orlado de escarlate com 
uma algibeira abaixo da abeta, sobre a qual estão bordadas as 
letras M:. e B:.”. 
“Fita azul orlada de escarlate a tiracolo da esquerda para a 
direita, suspensa em baixo a joia que é um esquadro e um 
compasso de ouro entrelaçados. A joia pode ser cravejada de 
pedras”. 
Conforme se pode notar estas Lojas do Grande Oriente do 
Passeio agora eram todas do REAA e como tal mudaram entre 
outras coisas a cor para o vermelho em substituição à cor azul 
que continuava sendo a cor oficial dos Ritos Francês ou 
Moderno e Adonhiramita. 
O azul no REAA permaneceu apenas na Fita porque a mesma 
era uma das características do Rito usada há muito tempo na 
Europa. Aliás, a Fita, Faixa ou Fitão eram usados em quase 
 
 
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todos os graus do REAA, a partir do grau 3. Ela é larga de 
chamalote ou seda, cuja cor e bordados variam de acordo com 
os graus e com os Ritos e tem na sua ponta a joia distintiva. 
 A Faixa totalmente vermelha era usada no Rito Escocês 
Primitivo (Ealry Grand Scottish Rite) que não deixa de ser um 
dos ritos dos primórdios do escocesíssimo. Este Rito foi 
introduzido na França em 1688 através da Loja Saint Jean 
D’Ecosse de Marselha durante século XVIII. Era usado por 
militares jacobitas em exilio em San Germain-en-Laye. 
O REAA adotou a faixa azul orlada de vermelho e isto quer dizer 
que o azul é também uma cor do Rito, todavia é menos 
importante que o vermelho. Esta Faixa é usada até hoje na 
Grande Loja da França e é exatamente igual a Faixa que se 
encontra no primeiro ritual do REAA impresso no Brasil em 
1834. Mas a Faixa é apenas um dos detalhes do REAA. 
A maioria dos países da América do Sul, com exceção da 
Venezuela e Brasil, onde a maioria das Lojas que trabalham no 
REAA usam a cor azul, na ornamentação do Templo e no 
Avental do 3° grau, muito embora a cor principal do 
Simbolismo seja vermelha de origem. Nos demais continentes, 
idem, em Israel, segundo Leon Zeldis escritor e historiador 
maçônico por razões políticas também é adotado o azul. 
Quando o Supremo Conselho do Gráu 33 do Brasil 
(Montezuma) foi incorporado ao Grande Oriente do Brasil lá 
pelos idos de 1854/1855 vindo através do Marquês de Caxias 
foi mandado imprimir um ritual próprio. Interessante que este 
 
 
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ritual é cópia fiel do ritual de 1834 e foi reimpresso em 1857, 
inclusive com o mesmo título. 
Temos ainda em 1857 um outro documento impresso: 
“Regulador Geral do Rito Escossez Antigo e Aceito para o 
Império do Brasil – Rio de Janeiro – 1857” que cita a pagina 46: 
“o encarnado é o característico do escossismo” Na mesma 
página menciona que “esta é a diferença entre com os Ritos 
Francês ou Moderno e o Adonhiramita, os quaes são azues”. 
Estes Rituais não seriam apócrifos a ponto de afirmarem de 
uma maneira tão transparente, que o vermelho é a cor 
principal do REEA. Afinal, está escrito. Este fato é uma prova 
inconteste. 
A Loja “União Constante” a mais antiga do Rio Grande do Sul, 
da cidade de Rio Grande, fundada em 13/06/1840 desde a sua 
fundação até a presente data permanece como um 
monumento vivo de uma tradição jamais violada. Nunca 
mudou a cor vermelha quer na decoração do templo, quer no 
avental do 3º grau. Por sinal, seu Templo interiormente se 
assemelha a uma catedral. É um Templo muito lindo. 
A própria Constituição do Grande Oriente do Brasil promulgada 
em 30/04/1865 menciona à página 92 que o Avental do 3° grau 
deve ser branco de pele, forrado e orlado de escarlate, com 
uma algibeira abaixo da abeta sobre a qual estão gravadas as 
letras M:.B:. 
O Regulador do REAA publicado em 1873 pelo Decreto n°8 de 
Saldanha Marinho de 22/09/1873 então Grão-Mestre do 
 
 
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Grande Oriente do Brasil Unido e Supremo Conselho 
(dissidentes do Grande Oriente do Brasil e seu Supremo 
Conselho) repete tudo o que está sendo afirmado até aqui em 
matéria da cor do Rito. 
(Segundo Kurt Prober no Congresso de Lausanne (Suíça) 
realizado desde o dia 06 à 22/09/1875) o único até hoje 
convocado para se tratar de assuntos relativos ao REAA citou a 
cor vermelha no avental do 3º grau. 
No “Manual Maçônico ou Cobridor dos Ritos Escossez 
Antigo e Aceito e Francez ou Moderno” 4ª edição – Rio de 
Janeiro – 1875” À página 01 está inserido “A loja é decorada 
com estofo ou tapeçaria encarnada”. À página 02 refere: No 
Oriente há um dossel de estofo encarnado. Na página 11 fala 
do Avental do 3º grau cuja descrição é a mesma já citada. 
O Grande Oriente do Brasil, tendo como Grão-Mestre Quintino 
Bocayuva através do Decreto n° 215, baixado em 15/10/1902 
promulgado como lei o Regulamento Geral da Ordem e que 
passou a vigorar a partir de 15/11/1902 menciona na página 
165: “a Fita azul orlada de escarlate, e o Avental como branco 
de pele forrado e orlado de escarlate, com a algibeira abaixo da 
abeta sobre a qual estão bordadas as letras M:. B:. Mas parece 
que este decreto não foi seguido, porque o GOB já usava o azul 
há mais de dez anos. 
O Grande Oriente do Brasil conservou a cor escarlate nas suas 
Constituições de 14/04/1865 a 1907, mas segundo Kurt Prober 
em realidade na prática ele já tinha substituído a cor escarlate 
 
 
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pelo azul desde 1889. Começaram a azular a cor vermelhado 
Rito, no ano da Proclamação da República. 
Eis aí o azul tomando o espaço do vermelho ou encarnado de 
forma impositiva e sorrateira. Em 28/08/1889, o decreto n° 72 
emitido pelo então Grão-Mestre Comendador Visconde Vieira 
da Silva autorizava que se imprimissem novos rituais dos graus 
1, 2 e 3 os quais foram modificados em 01/08/1889 quando 
foram aprovadas as modificações e correções feitas pela 
Secretaria competente. No rituais impressos em 1891 e 1892 e 
em 1898 foram introduzidas novas modificações. 
Então, têm-se novos Rituais adotados pelo Supremo Conselho 
em 01/07/1898. Ressalte-se se que nesta época Grande 
Oriente e Supremo Conselho era uma só potência (Simbolismo 
e Graus Filosóficos). O Grão-Mestre chamava-se Grão-Mestre 
Soberano Grande Comendador ou Soberano Grão-Mestre, 
Grande Comendador. 
Naquele Ritual do grau 1 ainda menciona que as paredes eram 
decoradas em vermelho havendo uma frisa que formaria de 
distância em distância nós emblemáticos e terminava em uma 
borla pendente em cada um dos lados da porta de entrada. 
Já no Ritual do 3º grau há mudança da cor: “Avental branco, 
forrado e orlado em azul tendo uma roseta da mesma cor, no 
centro e abeta descida”. Começa ai, a aparecer no REAA no 
Brasil a roseta que se bem observada historicamente nada tem 
de simbólico para a Ordem. Talvez fosse para distinguir o grau 
dos Irmãos. Seria também a substituição de uma casa de botão 
 
 
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usada antigamente para prender o avental operativo ao 
vestuário ou da própria algibeira. No local da casa de botão 
colocaram a roseta. Pura Invenção! Depois introduziram mais 
duas rosetas. 
Como se pode perceber, o avental tornou-se completamente 
azul. Mas apesar de constar no ritual, muitas Lojas mais antigas 
mantinham o avental de Mestre, orlado de vermelho e o forro 
preto. Quer dizer que aumentou a confusão, aparecendo 
também a cor preta no avental. Invenções em cima de 
invenções e ainda está anotado no Ritual que este Avental foi 
adotado em 1898. Não corresponde à verdade. 
O que se observa em relação aos rituais é que as Lojas nem 
sempre seguem à risca os decretos dos Grão-Mestres. 
Introduzem mudanças sempre por conta dos entendidos de 
plantão, falsos ritualistas e que isso com o correr dos anos 
torna-se “tradição”. Como repetia sempre Joseph Goebbels, 
ministro da propaganda de Hitler “um erro repetido mil vezes 
torna-se uma verdade” (a frase não era dele). 
O costume se espalha através dos visitantes e quando menos 
se espera após muitos anos a própria Potência passa a adotar 
sofismaticamente o erro como sendo verdade. 
Outras alterações apareceram no Ritual de Mestre do Grande 
Oriente do Brasil, publicado em 1955, o qual se for lido à página 
5 do ritual: “avental branco, forrado de preto, orlado de 
vermelho, (voltaram ao vermelho?) tendo uma roseta 
vermelha no centro e duas rosetas da mesma cor em cada 
 
 
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extremidade inferior do Avental sempre dentro da orla. Tolera-
se também que em lugar das rosetas inferiores, as iniciais M:. 
B:. no lado esquerdo da mesma cor vermelha” Mas tolera-se? 
Existem dois aventais para o mesmo grau? E voltaram a usar a 
orla vermelha? É o paraíso do marasmo das modificações e dos 
achismos que sempre existiu na Maçonaria Brasileira. 
O que se estranha é que um Avental que tinha sido orlado de 
vermelho, que é o correto segundo as origens do Rito e 
conforme foi estabelecido como uma das características do 
mesmo Rito metamorfoseou-se, azulou graças aos eternos 
inventores da Ordem, verdadeiros destruidores da ritualística 
maçônica, mas em 1955 a 1963 volta o orlado vermelho (dança 
das cores) no Avental do terceiro grau do GOB. Mas se a Loja 
ou os Irmãos achassem por bem poderiam colocar no lugar das 
rosetas que nunca foram símbolos maçônicos, as letras M:.B: 
que eram tolerados. Brincadeira! Não dá para acreditar. Pobre 
Maçonaria brasileira! Ora bolas, num Avental está estabelecido 
que no lugar das rosetas que não deveriam existir pode se 
colocar as letras M:.B. Afinal pergunta-se novamente: existem 
dois Aventais diferentes do 3° grau? Um com roseta e outro 
sem roseta? Pode isso? 
Mas a história das mudanças de cor dos Aventais não ficou 
assim, pois o vermelho deveria desaparecer porque ele já 
estava condenado. Em 1965 novos Rituais editados do Grande 
Oriente do Brasil, definem que a decoração do Templo e 
Avental do 3º grau deveria de agora em diante ser da cor azul 
como cor predominante. 
 
 
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Em 1968 houve nova modificação sempre ao sabor dos 
inventores e em nome de novas ideias “mais modernas” “um 
novo Grão-Mestre” que julga consertar o que está errado entra 
em cena. Assim lê-se no Ritual do 3° grau, página 05 “Avental 
branco forrado de preto orlado de azul, com um leve debrum 
vermelho tendo uma roseta no centro da abeta descida e duas 
rosetas iguais, uma em cada extremidade inferior do Avental 
sempre dentro da orla (é facultativo o debrum)”. Afinal existe 
ou não o debrum? 
“Fita azul achamalotada de quatro dedos de largura posta a 
tiracolo do ombro direito para o lado esquerdo, tendo 
pendente na extremidade a respectiva joia que é um 
esquadro”. Não cita nada a respeito da orla da Fita. Conforme 
se pode concluir não há mais no Fitão ou Faixa a orla vermelha 
que até então existia. 
 E o tal de debrum vermelho só desapareceu a partir do Ritual 
editado em 1981 quando através do decreto n° 50 de 
07/08/1981 baixado pelo Grão-Mestre Osires Teixeira, se 
modificou uma série de procedimentos ritualísticos, colocação 
de símbolos etc. até então usados por aquela Potência. 
Assim é que nos graus 1 e 2 a decoração do Templo passou a 
ser azul celeste. Quanto ao Avental do 3° grau continuou 
branco forrado de preto orlado de azul com as respectivas 
rosetas azuis. 
O vermelho desapareceu por completo do REAA a partir de 
1981 no Grande Oriente do Brasil. 
 
 
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A descrição atual mais detalhada e atual do Avental e da 
decoração dos Templos das Lojas do GOB que praticam o REEA 
aparece no seu Regulamento Geral da Ordem. A decoração da 
Loja nos graus de Aprendiz e Companheiro é azul celeste. 
1.4 Dos títulos e Insígnias 
“1.4.2.1 Insígnia distintiva do Mestre” consiste no Avental de 
pele branca retangular preso à cintura por cordões ou elástico 
preto, com 4 cm de largura, aba nas dimensões de 33 X por 40 
cm sobreposto em suas laterais e na parte inferior por fita azul 
celeste de 5cm de largura. A abeta de formato triangular de 
pele branca com 16,5 cm na maior altura é sobreposta a partir 
de sua extremidade por fita azul celeste de 4cm de largura. 
O Avental de Mestre tem uma roseta azul celeste no centro da 
abeta que estará sempre descida, e duas rosetas iguais, uma 
em cada lado inferior do avental. No centro das rosetas, 
também um botão azul celeste. O Avental é forrado de preto 
possuindo um bolso em seu forro. 
1.4.2.2 Fita: Além do respectivo Avental quando não estiver 
exercendo cargo de Vigilante, de Dignidade ou de Oficial o uso 
de uma Faixa de material acetinado azul celeste de 10 cm de 
largura em diagonal postada do ombro direito para o quadril 
esquerdo, sem nenhum ornamento contendo em sua parte 
inferior uma roseta azul celeste com 9 cm de diâmetro e em 
sua extremidade, a joia de Mestre em metal dourado. O verso 
da faixa é em tecido preto sem qualquer figura ou inscrição. 
 
 
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“Na extremidade externa da faixa existe uma presilha que 
serve de suporte para a Espada” 
As Grandes Lojas Brasileiras, Potência dissidente do Grande do 
Oriente do Brasil em 1927, mandou imprimir seus primeiros 
rituais em 1928. O Ritual de Mestre a pagina 08 assim se refere 
“O avental é de pele branca de 35 cm X 40 cm com abeta 
triangular. É orlado de fita de 5 cm de largura com franjas 
douradas, tendo três rosetas da cor da orla, duas no corpo e 
uma na abeta. Entre esta e as franjas correrá estreito cordão 
vermelho”. 
Não fica bem esclarecida neste ritual a cor da orla. Mas em 
razão do cordão ser vermelho deduz-se que a orla será de outra 
cor, a qual só poderá ser a azul. 
Nas GGLL consta do Ritual de Mestre Maçom que a insígnia do 
Mestre Maçom é o Avental de pele branca e forma retangular, 
nas dimensões de 35 cm de altura por 40 cm de largura tendo 
uma abeta triangular. Orlado de fita de seda achamalotada de 
azul celeste de 5 cm de largura, e três rosetas de fita da mesma 
cor sendo uma no centro da abeta e duas nos extremos laterais 
da parte inferior, formando um triângulo. É forrado de preto e 
prende-se à cintura por cordão ou fita da mesma cor. Não há 
nada decorado em vermelho. Inclusive as paredes das Lojas de 
Aprendiz e Companheiro são pintadas de azul celeste. 
Não usam a Faixa ou Fitão como nas outras duas potências, 
mas as Luzes da Oficina usam um colar de cor azul terminando 
 
 
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em ponta sobre o peito e do qual pende a joia do cargo 
respectivo de cor prateada. 
A Confederação Maçônica Brasileira igualmente dissidente do 
Grande Oriente do Brasil em 1973 chamava-se - Colégio de 
Grão-Mestres da Maçonaria Brasileira depois Colégio da 
Confederação Maçônica Brasileira e posteriormente 
Confederação Maçônica Brasileira – usando a sigla CoMaB. No 
Inicio enquanto não tinham Rituais próprios a nova Potência de 
1973 á 1976 usou os Rituais do Grande Oriente do Brasil. 
Durante a reunião da COMAB realizada em Brasília de 07 à 
09/09/1976, foram apresentados dois Rituais para aprovação. 
Um organizado e compilado pelo grande Maçom Teobaldo 
Varoli Filho (capa vermelha) e outro organizado pelo Grão-
Mestre Renato Mottola do Grande Oriente do Rio Grande do 
Sul (capa azul) Sul como sendo, como sendo cópia fiel de um 
Ritual do Oriente da Bélgica (o que não foi comprovado). Foi 
escolhido, por questões politicas o Ritual de capa azul. Este 
Ritual completamente diferente dos Rituais até então usados, 
rico em enxertos, invenções, agradou alguns e desagradou a 
muitos. 
A COMAB aprovou então este Ritual que assim descrevia o 
Avental de Mestre de Mestre: ”Avental branco em pele de 
carneiro ou tecido que o substitui, de forma retangular com 
dimensões de 30 cm por 40 cm orlado de azul, fita de seda 
achamalotada ou gorgorão de cor azul celeste de 5 cm de 
largura, tendo três rosetas iguais da fita da mesma cor da orla 
sendo uma no centro da abeta e duas na parte inferior do corpo 
 
 
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do Avental uma de cada lado em forma triangular e debruado 
com um com uma fita com 3 cm em cor vermelha. É forrado de 
preto e é preso à cintura por um cordão de fita da mesma cor. 
No centro de cada roseta haverá um botão vermelho. Roseta 
azul com botão vermelho? Não é possível! Este foi um dos 
Rituais mais controversos do REAA usado até hoje usado pela 
COMAB. 
”A Fita é de seda achamalotada de azul celeste de 12 cm de 
largura orlada de vermelho tendo pendente a joia que é um 
Esquadro sobreposto a um Compasso aberto em 45º graus. É 
usada a tiracolo da direita para a esquerda”. 
Mas, nesta confusão toda, verdadeira dança das cores azul e 
vermelha um grupo de maçons estudiosos há vinte e cinco anos 
capitaneados pelo Irmão José Castellani, Xico Trolha (Francisco 
de Assis Carvalho), Pedro Juk, Antônio do Carmo Ferreira, 
Guilherme de Queiroz Ribeiro, e também por este articulista, e 
mais um grupo de Irmãos pesquisadores sérios após estudarem 
rituais antigos chegaram à conclusão que o REAA veio sendo 
azulado no Brasil desde há muito tempo. Tentou este grupo 
citado em vão deixar esta mensagem aos maçons brasileiros. 
Foram feitas palestras em todo o Brasil. Não adiantou 
argumentos, não adiantou expor a verdade histórica. O tempo 
havia tornado um erro como verdade. Ninguém mais queria 
saber do vermelho. Prevalece que já se disse anteriormente. 
“Uma mentira repetida mil vezes torna-se uma verdade” O 
sofisma aparentemente venceu, mas venceu só na cabeça 
destes maçons que mudaram a cor do Rito e influenciaram 
 
 
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negativamente muitas gerações de Maçons fato que até hoje 
perdura. Mas o sofisma continua sendo um sofisma. Porque a 
cor vermelha do REAA é a principal, portanto um axioma, ou 
seja, uma verdade indemonstrável e o sofisma é uma mentira 
a partir de uma premissa falsa, tentando se concluir com 
argumentos falsos e até aparentemente verdadeiros para se 
passar por ser uma verdade. Mas não é. Tudo apenas jogos de 
interesses manipulados por argumentos não verdadeiros. 
Mas o movimento destes pesquisadores não foi de todo em 
vão. 
.A COMAB reunida em São Luiz do Maranhão em sua reunião 
anual em 17/06/1991 contando com a presença de 
representantes de 17 Grande-Orientes Independentes (hoje 
são 21) decidiu voltar à cor original do Rito de 1834, ou seja, 
decoração do templo em vermelho para os 1° e 2º graus e o 
Avental do 3° grau, orlado em vermelho com as letras M:. B:. É 
em tudo igual ao primeiro Avental descrito no Ritual publicado 
no Brasil em 1834, só faltando a algibeira que deveria também 
constar, pois se está voltando às origens que fosse exatamente 
como era nos idos de 1834. 
Um dos apologistas da cor correta do Rito, o Irmão Antônio do 
Carmo Ferreira, então Grão-Mestre do Grande Oriente 
Independente de Pernambuco, autorizou o Irmão Guilherme 
de Queiroz Ribeiro em Recife a fundar uma loja da qual ele foi 
o seu primeiro Venerável onde a cor vermelha, a original, fosse 
restabelecida e assim a Loja foi fundada em 07/09/1991 dentro 
destes parâmetros. Nasceu, portanto, a Loja "Tradição 
 
 
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Escocesa" nº 32, a primeira Loja com a cor correta do REAA em 
tempos modernos pertencente ao GOIPE. Coragem não faltou 
a estes nobres Irmãos. 
Inicialmente não foi fácil para a própria COMAB implantar em 
suas lojas as modificações decididas na reunião de São Luiz 
corrigindo um erro centenário. Mas aos poucos os argumentos 
históricos prevaleceram. Muitos Templos tiveram suas paredes 
repintadas de vermelho. 
A COMAB vem usando nos seus Aventais do 3° grau e na 
decoração e ornamentação dos seus Templos dos primeiros e 
segundos graus desde então a cor original do rito, ou seja, a 
vermelha. 
Atualmente no Grande Oriente do Paraná - COMAB - e 
acredita-se que a maioria ou a totalidade dos Grande-Orientes 
Independentes também o usem, pois foi decisão formal de 
reunião da COMAB, em 1991. No Ritual de Mestre do Grande 
Oriente do Paraná à página 10 de Ritual de 2012 define: 
“O Avental de pele branca quadrangular de 35 cm por 40 cm, 
orlado de vermelho com abeta triangular abaixo da qual estão 
bordadas as letras M:”. e B:. e orlado por uma fita vermelha de 
5 cm de largura na abeta. Não existem rosetas, que, aliás, elas 
não têm razão de ser, pois, não têm nenhum valor simbólico. 
”A Fita é de seda achamalotada de azul celeste de 12 cm de 
largura orlada de vermelho tendo pendente na extremidade a 
joiaque é um esquadro sobreposto a um compasso aberto em 
45º graus usada a tiracolo da direita para a esquerda” 
 
 
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Bem o que dizer de uma história repleta de trejeitos, mudanças 
ao sabor dos interesses dos grão-mestres e dos achismos de 
seus secretários de Liturgia e Ritualística e afins isto só falando 
do Avental e Fita, e decoração do templo que iniciaram no ano 
da Proclamação da República? E as alterações ritualísticas? 
Estas ocorreram às dezenas e não começaram ontem. É uma 
situação antiga. 
Mas não criticando quem quer que seja, pois cada Potência é 
soberana e respeitamos este fato, a cor principal cor do REEA 
no Brasil é azul (exceção da COMAB que significa mais ou 
menos 15 a 18% dos maçons do REAA no país, é também azul 
na Venezuela e em Israel por motivos políticos. Todavia, no 
Brasil, segundo o que foi escrito no primeiro Ritual do REAA 
(1834), e este era cópia do Ritual usado na França e isto é 
“prova provada”, e era e ainda é usado em quase todas as 
partes do mundo sendo que a cor principal do rito é vermelha, 
especialmente no Avental do 3° grau e na decoração, dossel, 
além de outros ornamentos do Templo, e ainda considerando 
que quase em todos os países do mundo onde haja o REAA a 
cor do Avental do Mestre a orla é vermelha, confirmando a cor 
vermelha como a principal e não a azul. 
Mas se é obrigado a aceitar a decisão de cada Potência, com 
suas peculiaridades. Todavia, certos Grão-Mestres, não todos, 
baixam decretos, acreditando serem maiores que o próprio 
Rito ou donos do mesmo, e mudam as regras do jogo da 
maneira que lhes interessa. E assim um rito vai sendo alterado. 
Isto vem acontecendo no Brasil com o REAA desde o ano da 
 
 
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Proclamação da República. Eles, os Grão-Mestres, são 
poderosos, mas não são maiores que um Rito que por ventura 
sua potência venha a adotar. O Rito tem que ser respeitado em 
seus mínimos detalhes como ele foi criado. Há mais de cem 
anos os Grão-Mestres, Secretários de Liturgia e Ritualística ou 
Comissões encarregadas destas modificações errôneas se 
esqueceram que são mortais, que não são perenes, mas os 
sofismas que eles praticaram marcam negativamente as 
gerações de maçons, as quais inocentemente aceitam mentiras 
como verdades, pois a maioria dos maçons atuais iniciados no 
REAA quando foram recebidos na Ordem já receberam os 
conceitos errados e isto passou a ser uma verdade para eles. 
Existem autores e defensores da cor azul alegando que o azul 
é a cor de todos os Ritos no Simbolismo na Maçonaria. Todavia, 
apesar desta afirmação ser defendida por muitos autores já 
que a Maçonaria por ser eclética permite uma enorme variação 
de pensamentos e ideias, de interpretações, lançam mão de 
qualquer argumento para comprovarem seus pontos de vista 
se valendo muitas vezes destes sofismas citados. De fato, o azul 
é a cor do Simbolismo nos Ritos que já nasceram azuis. Com o 
REAA foi diferente. Tornar a sua cor principal azul, quando ele 
nasceu e foi sacramentado vermelho é uma mentira histórica. 
 Mas não é o Avental e nem cor dele que fazem um bom 
Maçom. São os seus sentimentos de humanidade de bondade 
integridade, atitude, de tolerância seu caráter, sua mente 
aberta, seu desenvolvimento espiritual, seu autoconhecimento 
é que farão dele um construtor social, um livre pensador 
 
 
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verdadeiro, desde que sempre esteja comprometido com a 
Verdade. Hoje no século XXI, infelizmente já não importa a cor 
do Avental na Maçonaria brasileira, mas a história da 
verdadeira cor mais importante do REAA tem que ser 
preservada para a posteridade, ou seja, o vermelho. 
 
P.S. Este trabalho foi revisado pelo nosso querido e estudioso 
Irmão Pedro Juk sem dúvida um dos maiores conhecedores da 
história do REAA no Brasil, além do mais um honesto 
pesquisador que somente aceita a Verdade como meta pessoal 
na Ordem e tambem na sua própria vida profana, ao qual 
agradecemos imensamente. 
 
Referências 
AARÃO, M. História da Maçonaria no Brasil - Recife 1926. 
AMBERLAIN, R. “A Franco Maçonaria – Origem - História - 
Influências” brasa –São Paulo, 1990. 
CASTELLANI, J. “O Rito Escocês Antigo e Aceito” Editora 
Maçônica “A Trolha Ltda.” Londrina, 1988. 
CARVALHO, F.A. “O Avental Maçônico e outros estudos” 
Editora Maçônica “A Trolha Ltda.” 
PROBER. K. “História do Supremo Conselho do Grau 33 do 
Brasil” Editora Livraria Kosmos Editora - Rio de Janeiro, 1981 
Livro “ Formação Histórica da Maçonaria” - Academia 
Maçônica de Letras (Anais do I Congresso Internacional de 
 
 
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História e Geografia – Rio de Janeiro 19 a 21 de março de 
1961) 
Bigorna nº 39 Julho – 1983 – Kurt Prober 
Revistas: 
“A Trolha” nº 49 – O verdadeiro Avental – José Castellani 
Set/Outubro 1990 
“A Trolha” nº 53 - O Avental – Kurt Prober – Março 1991 
"A Trolha” nº 54 - As cores do Rito Escocês Antigo e aceito - 
José Castellani Abril 1991 
“A “Trolha” n°54 – A História das Alterações do Avental do 
Grau de Mestre do REAA – Hercule Spoladore – Abril 1991 
Trabalho: As cores do Rito Escocês Antigo e Aceito e os 
Aventais do 1º, 2º 3º graus – Lutfala Salomão – 06/12/1991 – 
Londrina – PR 
Rituais: antigos e atuais do GOB, GGLL COMAB 
Boletins do Grande Oriente do Brasil 
Nº 08 – Agosto de 1889 – ano 14, página 118 
N°08 - Agosto de 1902 – ano 27 – página 589 
N°03 - Março 1927 – ano 52 - pg. 216 
 
 
 
 
 
 
 
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POSIÇÃO DO ALTAR DOS JURAMENTOS 
EM LOJA DO REAA 
 
Ir∴ Hercule Spoladore 
 
O Altar dos Juramentos faz parte do mobiliário de uma Loja, 
aqui no Brasil nos seguintes Ritos: REAA, Adonhiramita, 
Brasileiro e Rito de York Americano (Lojas Azuis). Não existe 
nos Rito Francês ou Moderno, Trabalho de Emulação, Rito de 
Schröder ou Alemão e no Rito Escocês Retificado. 
No REAA na maioria das lojas ele está atualmente situado no 
Ocidente no centro da Loja. Entretanto, em muitas Lojas ele 
está no Oriente seu verdadeiro lugar. 
No Rito de York Americano também, ele está localizado no 
centro da Loja, aliás, esta sempre foi a sua posição desde a 
criação do Rito. Nos Ritos Adonhiramita e Rito Brasileiro ele 
sempre esteve localizado no Oriente. 
Quanto à sua posição em Loja tem que se considerar vários 
aspectos: 
 a) ele seria um símbolo de origem puramente maçônica, criado 
a partir do pedestal ou altar do Venerável, onde nos ritos 
antigos, especialmente na Inglaterra, os iniciados ajoelhados 
em frente ao Altar prestavam seu juramento. 
 
 
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 b) O Altar dos Juramentos seria copia do Altar-Mor das Igrejas 
Católicas. Sabemos que a Maçonaria copiou muita coisa da 
Igreja, inclusive o Templo, o qual de Templo de Salomão não 
tem nada ou apenas o lembra. Quando se fala em Templo de 
Salomão tudo é simbólico ou alegórico. Quando a Maçonaria 
começou a existir perto a Igreja Católica, simplesmente já 
existia há mil anos. E a Maçonaria copiou muita coisa da Igreja 
Católica, aliás, não só da Igreja Católica, bem como de 
entidades iniciáticas antigas, Bíblia e também assimilou muita 
coisa da cultura dos antigos, seus símbolos suas lendas. 
c) Ou ele seria um símbolo equivalente a uma peça do Templo 
de Salomão correspondente ao Altar dos Holocaustos. 
Tem Irmãos estudiosos como Teobaldo Varoli Filhoe João Nery 
Guimarães, Pedro, Juk além de outros que defendem que este 
símbolo tem seu verdadeiro lugar no Oriente, alegando que na 
Maçonaria Primitiva os compromissos eram tomados no 
próprio Altar do Venerável sendo, portanto, uma tradição que 
deveria ser respeitada. A Maçonaria Inglesa através do 
Trabalho de Emulação e o Rito Escocês Retificado ainda usam 
este sistema. Na França quando o REAA foi reorganizado em 
1804 quando o iniciando fazia seu juramento no primeiro grau 
ficava ajoelhado em frente ao Altar do Venerável. 
Posteriormente por comodidade e diversidade de potências e 
de ritos criou-se um complemento prismático triangular no 
próprio Altar e que com o tempo criaram um tamborete ou 
móvel triangular posteriormente de forma quadrangular 
completamente desvinculado do mesmo, porém com 
 
 
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localização no Oriente. Este seria um dos poucos símbolos 
genuinamente maçônico, já que os demais são todos 
emprestados de outras entidades iniciáticas esotéricas, da 
Igreja Católica, da Bíblia e da cultura e crenças de povos antigos 
etc. e que a correspondência do Altar dos Juramentos seria 
com o Altar–Mor da Igreja Católica, isto inicialmente quando a 
Maçonaria começou a trabalhar em Templos, porque depois 
criaram um móvel próprio para as Iniciações. Mas inicialmente 
teria sido cópia do Altar-Mor, segundo Castellani. 
Outros autores defendem que a posição do Altar dos 
Juramentos, seria no Ocidente baseados copiando ou 
comparando com o Templo de Salomão, que seria uma alegoria 
ao Altar dos Holocaustos, o qual a exemplo do Mar e Bronze, 
Colunas J e B Altar dos Perfumes que na descrição bíblica 
estavam fora do templo, foram interiorizados para dentro dos 
templos maçônicos e ganharam vida própria e outras 
interpretações simbólicas. 
Segundo outros autores o Altar dos Holocaustos situado no 
centro do pátio do Templo de Salomão para os judeus era um 
altar de sacrifícios onde ofereciam uma vítima para louvar a 
Deus, geralmente um animal. No Altar dos Juramentos para 
muitos autores o Iniciando oferece o sacrifício de vencer suas 
paixões, e renascer para uma nova vida. Tudo o que se está 
falando é puramente simbólico. Os autores que interpretam 
assim acham que o Altar deva estar no centro da Loja, porque 
ele estava no centro do pátio por fora do Templo de Salomão. 
 
 
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Parece que esta intepretação não tem respaldo pela maioria 
dos autores. 
Certas Potências no Brasil que praticam o REAA o Altar dos 
Juramentos está no local correto sou seja no Oriente, já que 
historicamente ele estava no Oriente, ele nasceu lá no Oriente. 
Simbolicamente o lugar dele é no Oriente. Outras Potências o 
colocaram no centro da Loja, dando a sua própria 
interpretação deste símbolo. 
Possivelmente foi para maior facilidade para o trânsito dos 
Diáconos, Mestre de Cerimônia, durante a sessão, já que em 
muitos templos, o Altar dos Juramentos no Oriente atrapalha 
esta deambulação por se ter pouco espaço. 
Todavia, tradição é tradição e o local correto do Altar dos 
Juramentos é no Oriente segundo a maioria dos autores. 
Referências: 
CASTELLANI, José – “Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz 
Maçom” 
NAME, Mario – “Templo de Salomão nos Mistérios da 
Maçonaria” 
HORNE, Alex - “O Templo de Salomão na Tradição Maçônica” 
VAROLI, Teobaldo Fº - “Curso de Maçonaria Simbólica” 
 
 
 
 
 
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VELAS E SEU SIGNIFICADO NA 
MAÇONARIA 
 
Ir∴ Hercule Spoladore 
 
Um ensaio sobre as Velas e seus usos na Ordem. 
Toda vela ao ser acesa, ou será como iluminação, ou como 
ornamentação do ambiente ou então fará parte de um ritual 
onde a concentração mental e a chama como elementos 
simbólicos comporão um processo especial onde acontecerá 
uma intenção, como por exemplo, um desejo, uma promessa, 
uma oferta votiva uma invocação quer com fins religiosos ou 
mágicos. Na Maçonaria, nos ritos em que elas 
existem,participam de um simbolismo muito profundo quando 
da invocação de Deus, no inicio e durante e no final de uma 
sessão ritualística. 
É importante o uso do poder da mente e o desejo de se obter 
algo quando se acende uma vela. Uma das velas usada na 
Maçonaria é uma vela grande chamada círio a qual deverá ter 
em sua composição mais de 50% de cera de abelha, o que lhe 
garantirá uma chama pura. 
 
 
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As velas são usadas desde a mais remota antiguidade, inclusive 
sendo usadas pelos pagãos e pelos povos primitivos ou como 
iluminação ou com fins iniciáticos ou religiosos. Somente a 
partir do século V foi que seu uso se generalizou na Europa. 
A vela não é, portanto, um símbolo criado pela Maçonaria, 
sendo emprestado da Igreja Católica adotado por ela, e que 
também copiou dos antigos e deu sua própria versão. 
As verdadeiras velas são constituídas por um bastonete de cera 
de abelhas, ou então as fabricadas hoje industrialmente não 
sendo, portanto, as verdadeiras velas de outrora, onde usam 
uma composição de acido esteárico ou de parafina que envolve 
uma mecha luminosa, cuja combustão fornece uma chama 
luminosa. A matéria prima mais empregada era a fabricação de 
velas era cera de abelha, sebo, óleo de baleia, gordura animal. 
Posteriormente a indústria mais desenvolvida passou a usar 
produtos de destilação do petróleo, xisto betuminoso 
(parafina) bem como ésteres esteáricos da glicerina 
(estearina). Nas funções religiosas da Igreja Católica são usados 
os círios que é em realidade, uma vela grande. A maçonaria 
adotou o mesmo critério. Durante séculos os círios foram 
fabricados em cera de abelha pura. Isto é, sem mistura. 
A chama de um círio é para os Maçons, pura, viva e ritualística 
e há nela uma profunda espiritualidade. Enquanto que a chama 
produzida a gás, ou por velas de estearina ou parafina, que 
fazem parte das velas comuns, e ainda por lâmpadas elétricas 
imitando uma chama de vela são estranhas artificiais e 
 
 
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impuras, mas substituem as velas de cera, porque tudo mudou 
no mundo. 
 
 
Os tempos mudaram a Maçonaria, não em seus princípios que 
continuam duradouros, mas mudou e os maçons de hoje 
também mudaram, mas a essência deste simbolismo não 
mudou e através da imaginação e do seu poder mental os 
maçons podem sentir que as ditas velas chamadas impuras 
possam fazer o mesmo efeito simbólico das velas puras, pois 
tudo é simbolismo. É tudo uma questão de reprogramação 
mental Hoje as velas de cera de abelha são bastante caras e 
não se tem mais a certeza de que sejam totalmente de cera de 
abelha. Então que se imagine e que se que a chama de uma 
vela atual tenha o mesmo valor simbólico e espiritual, mas o 
maçom terá que senti-lo como tal, e que as sempre lembradas 
velas de cera de abelha e a essência dos princípios maçônicos 
continuarão os mesmos. 
Antes do advento da luz elétrica as velas eram usadas com fins 
litúrgicos na Maçonaria simbolicamente, e também como 
iluminação dos locais onde os maçons se reuniam. Hoje 
fabricam lâmpadas elétricas que simulam artificialmente a 
chama de uma vela. Atualmente uma grande maioria de lojas 
substituíram as velas de cera por lâmpadas imitando velas. 
Uma rica tradição, simbólica e poderosa foi aos poucos sendo 
abandonada em favor do modernismo. Felizmente muitas 
 
 
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