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HISTÓRIA-DAS-RELIGIÕES

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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4 
2 DEFINIÇÃO DE RELIGIÃO ............................................................................. 5 
3 RELIGIÃO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA ......................................... 8 
3.1 Breve relato sobre Religião e cultura......................................................... 9 
3.2 Breve relato sobre Religião e política ...................................................... 10 
4 UMA VISÃO SOBRE TRADIÇÕES, RITOS E CRENÇAS NO BRASIL ....... 14 
5 RELIGIÃO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA ....................................... 18 
6 RELIGIÕES OCIDENTAIS ............................................................................ 20 
6.1 JUDAÍSMO .............................................................................................. 20 
6.2 CRISTIANISMO ...................................................................................... 21 
6.3 ISLÃ ......................................................................................................... 22 
7 RELIGIÃO DE ORIGEM AFRICANA ............................................................ 24 
7.1 Candomblé .............................................................................................. 24 
7.2 Umbanda ................................................................................................. 25 
8 RELIGIÕES DO EXTREMO-ORIENTE ......................................................... 26 
8.1 Budismo .................................................................................................. 26 
8.2 Hinduísmo ............................................................................................... 28 
8.3 Taoismo ................................................................................................... 28 
8.4 Xintoísmo ................................................................................................ 29 
8.5 Confucionismo ......................................................................................... 30 
 
 
 
9 COMPREENSÃO DA DIVERSIDADE CULTURAL E RELIGIOSA .............. 31 
10 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................. 38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão 
a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
5 
 
2 DEFINIÇÃO DE RELIGIÃO 
Existiu e ainda existe muitas variações na definição de religião ao longo da 
história do pensamento intelectual. Por causa dos vários contextos históricos e 
sociais em que as religiões existem, a aplicação do termo em um sentido universal 
tem se mostrado difícil. 
Pode-se dividir essas várias definições de religião em duas categorias: 
substantivas, ou substancialistas, e funcionais. Para Coutinho (2012, p. 175), as 
substantivas dizem respeito ao que é a religião, “[…] da sua essência, das suas 
crenças e práticas, da experiência do Outro ou do sagrado”. Agora as funções 
referem-se ao que a religião faz, à sua função social. 
A derivação terminológica de religio, que deu origem ao termo religião, não é 
universalmente aceita. Há pelo menos três definições possíveis. A primeira, dada 
por Cícero, pensador da Roma Antiga, utiliza a origem de religio como a “[...] 
observância cuidadora” (HOCK, 2010, p. 17). Cícero define a religião como um 
cultus deorum, ou seja, um culto aos deuses, enfatizando a importância de rituais 
corretos neste culto. 
A segunda definição foi apresentada por Lacâncio, escritor e orador cristão 
dos séculos III e IV, sendo posteriormente adotada e explorada por Santo 
Agostinho. Segundo eles, religio é derivada de religare, que expressa um religar, 
ligar de novo. Como resultado, a religião seria um meio de guiar a religação da alma 
com Deus; assim, a " verdadeira religião" seria aquela capaz de permitir tal 
religação. De acordo com, Hock (2010) a terceira definição deriva do conceito 
religioso de rem ligare, que significa ligar, descansar das preocupações. 
O termo religião passou a ser usado universalmente no Iluminismo. Segundo 
Coutinho (2012), o traço comum de todas as religiões é a ligação do ser humano 
com algo superior ou transcendente. Não é uma relação com o divino, pois o divino 
tem interpretações diferentes nas diversas religiões que existem, e por isso não 
pode ser usado como um termo universal por todos. Num sentido panteísta, o 
 
6 
 
transcendente pode ser identificado como um deus ou como deuses. Como 
resultado, diversas designações buscam identificar o objeto da religião para deduzir 
seu significado, como seres espirituais, poderes superiores, sagrado, realidades 
transcendentes etc. 
Ao conceituar religião em seu sentido substantivo, ou substancialista, ou 
seja, orientado por sua essência, Coutinho (2012) afirma que dessas definições 
sobressai a separação de realidades ou a designação de uma outra realidade ou 
instância para além da humana, considerada sagrada. Eliade (1992, p. 16) explica 
que “O sagrado manifesta sempre uma realidade inteiramente diferente das 
realidades ‘naturais’” e que “[...] o homem toma conhecimento do sagrado porque 
este se manifesta, se mostra como algo absolutamente diferente do profano” 
(ELIADE, 1992, p. 16). Trata-se, sem dúvidas, de dois modos de ser no mundo, 
como duas modalidades da experiência. 
O sagrado não pode ser contido na existência natural do ser humano e, 
portanto, pode ser considerado real ou meramente construção humana 
(COUTINHO, 2012). Assim, em concordância com as definições substantivas, o 
sagrado é o elemento central, independentemente de ser real ou meramente uma 
abstração humana. O aspecto mais importante é considerá-lo no contexto de uma 
coleção de crenças. 
Um dos desafios das definições substantivas é traspassar conceitos de 
sagrado, transcendente e experiência transcendente a todas as religiões. Isso 
porque o sagrado e o transcendente podem se manifestar de diferentes maneiras, 
e identifica-los em alguns sistemas de pensamentos e crenças pode ser difícil. Este 
problema torna impossível definir religião com precisão. Por se tratar de um 
fenômeno cultural que afeta outras áreas, determinar o que é conteúdo essencial 
em vários sistemas pode ser difícil (HOCK, 2010). 
Por outro lado, é possível pensar a religião em termos de função, quando não 
está em jogo a essência da religião, mas sim sua função social. As definições 
funcionais [...] não perguntam o que é religião, mas o que ela faz, ou seja, o que 
causa, ou seja, qual é o seu negócio e quais funções ela desempenha (HOCK, 
 
7 
 
2010). De acordo com essa visão, a religião é vista como um sistema que inclui "[...] 
crenças, práticas, símbolos, visões de mundo, valores, coletividades e experiências" 
(COUTINHO, 2012, p. 177), influenciando o ser humano as várias maneiras, 
dependendo da religião e do contexto em que está inserido. 
A compreensão funcional da religião tem a vantagem deevitar a identificação 
de um elemento essencial a todas as religiões. O que se estuda são seus efeitos 
comuns, que vinculam a religião ao pressuposto de sua universalidade, com o 
objetivo de preencher alguma necessidade ou resolver problemas que parecem 
intratáveis ao ser humano. Pode-se usar perguntas sobre o que acontece após a 
morte como exemplos, quais são os fundamentos das regras sociais, morais e 
éticas. Nesses casos, o problema é exemplificado pela variedade de questões 
resolvidas pelas religiões. Dadas as diferenças culturais e os papéis distintos de 
cada uma delas, pode ser difícil encontrar uma explicação comum. 
À luz desses fundamentos, e para superar os desafios que a questão 
representa, Hock (2010) explica que os modelos clássicos enfatizam o papel de 
integração na sociedade que as religiões desempenham, para que funcionem como 
modelo integrador na cultura como um todo, garantindo um padrão específico de 
organização social. A dificuldade é encontrar a universalidade nas várias religiões. 
Além disso, tratam a religião apenas em sua função, basicamente desvinculando-a 
de seus aspectos religiosos. As principais críticas surgem, porque as definições 
funcionais, segundo Hock (2010) desconsideram completamente um conteúdo 
específico e, com ele, a 'introspecção' da religião, reduzindo-a a elementos 
puramente não religiosos. 
Problemas com a definição de religião foram descobertos em ambos os 
paradigmas conceituais. Hock (2010, p. 29) propõe que a religião seja “[…] um 
construto científico que abrange todo um feixe de definições de caráter funcional de 
conteúdo, através do qual podem ser captados, como ‘religião’, num esquema, 
elementos relacionados entre si e formas de expressão como objeto e área de 
pesquisa científico-religiosa [e outra]”. Como resultado, o autor propõe que o 
conceito de religião seja mantido em aberto, sem deixar de considerar as dimensões 
 
8 
 
rituais, cognitivas, intelectuais, éticas, de experiência, de atuação social, entre 
outras. 
Coutinho (2012), por sua vez, sugere reunir as contribuições substantivas e 
funcionais: 
Em termos substantivos, a religião é um sistema composto por descrições 
do sagrado, respostas ao sentido do mundo e da vida (crenças), meios, 
sinais, experiências de ligação a esse sagrado (práticas), orientações 
normativas do comportamento (valores) e atores coletivos com regras e 
recursos próprios (coletividades). Em termos funcionais, a religião permite 
regular e justificar a conduta individual (normativa), providenciar coesão 
social (coesiva), consolar e aliviar (tranquilizante), fortificar a vontade 
(estimulante), dar sentido à vida (significante), possibilitar a experiência do 
sagrado (experiencial), crescer e amadurecer (maturativa), proporcionar 
identidade (identitária) e ministrar salvação (redentora). (COUTINHO, 
2012, p. 187). 
Dessa forma, buscam-se as contribuições de ambas as correntes, 
encarando-as como complementares e não antagônicas. No entanto, é preciso ter 
em mente os fundamentos ou dimensões em que as religiões estão inseridas. As 
definições substantivas e funcionais garantem a possibilidade de enumerar esses 
elementos ou dimensões e, por isso, todos devem ser considerados. 
3 RELIGIÃO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA 
As instituições religiosas, como as famílias e as escolas, desempenham um 
papel importante na sociedade. Isso ocorre hoje e tem ocorrido ao longo da história 
humana, contribuindo para a formação de modelos comportamentais influenciados 
pelos padrões sociais. Conhecer e compreender as diversas religiões que existem 
no planeta permite ver o mundo de diversas formas, por meio de diversas narrativas 
que explicam a vida e o universo. 
 
9 
 
3.1 Breve relato sobre Religião e cultura 
A religião sempre existiu ao lado da cultura. Ambas influenciam um ao outro. 
Como tal, é impossível ignorar a importância da religião na cultura e da cultura na 
religião em todas as diversas épocas da humanidade. A religião reflete os modos 
de constituição cultural de cada povo. O mundo religioso é complexo, cheio de 
nuances, semelhanças e diferenças. Por isso, a religião é um componente da 
cultura humana. No entanto, este assunto é repleto de suposições. Há um ditado 
que diz que religião, política e futebol não devem ser discutidos. Para combater a 
intolerância religiosa, é preciso quebrar o senso comum e se abrir ao ponto de vista 
do outro, com respeito e diálogo. 
A família, a instituição social mais importante na vida de muitas pessoas, tem 
grande influência em suas escolhas religiosas. Na maioria das vezes, as crenças 
são passadas de geração em geração. Tradições transmitidas pelas famílias têm 
grandes chances de moldar crenças e atitudes, e serem reconhecidas como 
verdades pessoais a serem transmitidas às gerações futuras. 
Cada religião tem seus próprios rituais e mitos. Há sincretismo religioso no 
Brasil. Deste modo, símbolos e ideologias de diferentes religiões se misturam. 
Existem também subdivisões das religiões em organizações maiores ou menores, 
com objetivos diferentes. A seita é um grupo religioso relativamente pequeno que 
se separou de outra organização buscando renovar sua fé, seus credos, seus 
dogmas e seus rituais. 
Há também cultos, que são grupos menores. Eles têm como objetivo a 
representação de uma nova religião ou uma novidade no contexto da demonstração 
de uma crença existente. Este é o caso da cienciologia ou do movimento Hare 
Krishna. Por fim, as igrejas são instituições que garantem a inclusão da maioria dos 
membros de uma sociedade. Por isso, são vistas como a religião de uma nação ou 
uma religião oficial. 
 
10 
 
3.2 Breve relato sobre Religião e política 
Religião e política sempre estiveram interligadas desde o início dos tempos. 
Os faraós egípcios eram governantes semelhantes a divindades (3100 a.C). A 
religião dominava o estado e tinha o poder de escolher os governantes. Além disso, 
na Idade Média, a Igreja Católica exercia um poder considerável nas deliberações 
dos monarcas da Europa. No entanto, com o surgimento do protestantismo, fundado 
por Martinho Lutero, o poder da Igreja Católica foi colocado em risco. 
 Após a queda do Império Romano do Ocidente, o cristianismo ganhou 
destaque. O mundo governado por essa religião foi formado e influenciado pela 
cultura por ela imposta. A crença católica reinava suprema, e a Igreja exercia poder 
de decisão tanto em relação aos reinos quanto aos indivíduos na Europa. Durante 
este período, as catedrais medievais se transformaram em importantes símbolos de 
poder. 
Tudo o que fosse contrário à Igreja era punido. Qualquer ação ou omissão 
era considerada heresia ou feitiçaria e fornecia motivos para perseguição e punição. 
A Inquisição era o tribunal que julgava e sentenciava os considerados hereges, os 
que questionavam as ideias e os valores da Igreja e assim eram encaminhados ao 
tribunal do Santo Ofício. As pessoas foram forçadas a professar sua fé na religião 
católica. Quem não obedecesse enfrentava punições severas, como ser queimado 
na fogueira. 
A cidade de Jerusalém, considerada sagrada pelos cristãos, foi conquistada 
pelos turcos muçulmanos em 1076. No final do século XI, o Papa Urbano II reuniu 
cristãos com o objetivo de reconquistar Jerusalém. Monarcas, nobres e cristãos 
vindos de várias partes da Europa seguiram obedientemente o impulso religioso e 
seguiram rumo a essa cidade, realizando expedições militares. Esses eventos são 
chamados de Cruzadas pelos historiadores. No entanto, o termo "cruzada" não 
estava em uso na época. Ele surgiu em meados do século XIII como resultado dos 
trajes dos guerreiros cristãos, que usavam cruzes em suas roupas. As Cruzadas 
eram conhecidas como “guerra santa” ou “peregrinação” na época em que 
 
11 
 
ocorreram. Havia um alto nível de tensão entre cristãos e muçulmanos na época, 
que ainda é sentido hoje. 
Além da religião,havia outros motivos para as Cruzadas. Os mercadores de 
Gênova e Veneza tinham o monopólio do comércio no Mar Mediterrâneo e 
desejavam o controle dos portos do Oriente. Como resultado, eles viam nesse 
movimento uma oportunidade de expandir seus territórios comerciais. A nobreza 
apoiou as Cruzadas em sua busca pela conquista de terras e riquezas no Oriente. 
Para os socialmente desfavorecidos, o movimento religioso representou uma 
chance de melhorar suas vidas. As Cruzadas resultaram na conquista de Jerusalém 
e na formação de pequenos estados na parte oriental do mundo. No entanto, em 
meados do século XIII, a cidade foi retomada pelos muçulmanos e os estados 
cristãos acabaram. O fim das Cruzadas provocou críticas às expedições religiosas 
armadas. 
 Apesar do fracasso na questão religiosa, as Cruzadas tiveram como 
consequência o renascimento do comércio europeu. Isso porque os comerciantes 
saqueavam as cidades e montavam feiras nas rotas comerciais. Além disso, ao 
estabelecer contato com os muçulmanos, os europeus tiveram acesso a novos 
conhecimentos oriundos da Antiguidade Greco-Romana que foram preservados 
pelos povos árabes. 
Alguns historiadores consideram a Idade Média como a idade das Trevas 
porque a Igreja Católica dominou a cultura, impedindo o avanço da ciência e da 
tecnologia. No entanto, outros historiadores argumentam que esta época foi rica em 
desenvolvimento cultural, científico e artístico, particularmente na arquitetura, com 
a construção de várias igrejas em vários estilos: românico, gótico e com vitrais 
representando cenas da vida dos santos. O movimento filosófico conhecido como 
escolástica surgiu na Baixa Idade Média. Aprendia-se a escolástica em 
universidades frequentadas por burgueses. A escolástica sustentava que a Bíblia 
era a fonte do conhecimento, mas que autores antigos como Aristóteles também 
podiam ser estudados. Ocorriam debates acalorados e produção de conhecimento. 
 
12 
 
A religião católica pregava uma vida regrada, não apegada aos bens 
materiais e à usura. As pessoas obtinham a “salvação” por meio da frequência à 
missa, da confissão ao padre e do pagamento das indulgências. A ética do trabalho 
da religião católica pregava o trabalho para o sustento e condenava a acumulação 
de riqueza. Nesse contexto, surgiu a Reforma Protestante. Ela foi iniciada por 
Martinho Lutero (1483–1546), monge alemão que rompeu com a Igreja Católica 
questionando seus dogmas, a venda de indulgências para se alcançar a salvação 
e a venda de cargos e relíquias. Assim, ao longo do tempo, surgiram novas igrejas, 
como a luterana e a calvinista. 
O conflito entre ciência e religião ficou mais forte com o Iluminismo. As ideias 
difundidas por esse movimento influenciaram a política, a economia, a cultura, as 
artes, a educação e os valores morais. Galileu Galilei (1564-1642) teve que negar 
a teoria heliocêntrica na época para evitar as punições da Inquisição. O Iluminismo 
oferecia uma nova perspectiva sobre o mundo, que era compreendida naquele 
período apenas do ponto de vista religioso. Essa nova atitude se associava ao 
surgimento de uma nova classe social que questionava o poder da aristocracia. A 
luta pelo poder político incluía a questão religiosa. Os sociólogos começaram a 
estudar sobre a religião durante esse período. 
O Iluminismo, também conhecido como Ilustração, fazia críticas ao poder 
político e cultural da Igreja, ao monopólio comercial das corporações e do Estado, 
aos privilégios dos nobres e à censura. Esse movimento pregava que a Europa 
vivera na idade das trevas durante a Idade Média e que somente através do uso da 
razão a humanidade poderia encontrar a estrada para a luz. Além disso, 
questionava as superstições, dogmas e misticismos da fé religiosa, que, segundo 
os pensadores do Iluminismo, mantinham o povo na ignorância. 
Esses pesquisadores defendiam o uso da razão em oposição à fé cega na 
religião. Eles acreditavam em um mundo criado pelo avanço da ciência e invenção, 
bem como o controle da natureza através do conhecimento. Por isso, apostavam 
no poder da educação universal do povo por meio da criação de escolas, ao mesmo 
tempo em que defendiam a liberdade religiosa. 
 
13 
 
Com o advento da Revolução Francesa no século XIX, começou uma ruptura 
entre o poder estatal e o poder religioso. Com o advento da era moderna e a queda 
da aristocracia, o Estado (geralmente ocidental) foi perdendo sua ligação com a 
igreja e tornou-se laico. Dessa forma, a Igreja Católica perdeu uma parcela 
significativa de seu poder político na sociedade. Desde o início da colonização no 
Brasil, a Igreja Católica foi muito ativa na catequização dos povos indígenas. As 
primeiras vilas e a cidades construídas por aqui tinham uma igreja no centro. A 
separação entre a Igreja e o Estado começou com a Proclamação da República, em 
1889. 
A Teologia da Libertação foi um movimento religioso que surgiu na América 
Latina nos anos 1960, dentro da Igreja Católica, após o Concílio Vaticano II e a 
Conferência de Medellin. Essa corrente teológica acreditava que os pobres 
deveriam ser assistidos e que as ciências humanas e sociais deveriam ser usadas 
para ajudar os necessitados. Esse movimento era apartidário e visava combater as 
injustiças sociais, políticas e econômicas. Essa teoria se aproxima dos assuntos 
terrenos e profanos ao reinterpretar a fé cristã conectando-a aos assuntos 
mundanos. Segundo ela, as instituições religiosas podem ser usadas como 
ferramentas para erradicar a pobreza, a discriminação e outras formas de injustiça 
social. 
Desde a década de 1970, vem ocorrendo o aumento no número de grupos 
conservadores na política brasileira. Apesar do Brasil ainda ter maioria de católicos, 
a Igreja Católica perdeu cerca de 1,7 milhão de membros, ou cerca de 12,2 % da 
população. Os dados são do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE). Há uma tendência de menos católicos e mais evangélicos, com 
queda nos números absolutos. 
O resultado mostrava apenas o crescimento em compasso cada vez menor 
do número de católicos, antes da pesquisa de 2010. No entanto, se as tendências 
atuais continuarem, católicos e evangélicos terão um tamanho populacional igual 
nos próximos 30 anos. Os números mostram uma redução significativa do poder da 
Igreja Católica no país nas últimas décadas: a variação foi lenta entre 1872 e 1970, 
 
14 
 
com uma perda de 7,9 % da participação total da população ao redor de quase um 
século; e tornou-se alongada nos últimos 20 anos, quando a contração foi de 22%. 
O crescimento desses grupos é puxado pelos pentecostais, que se 
espalharam pelo país como resultado da migração interna. O crescimento das 
periferias nas áreas metropolitanas fez com que os evangélicos se estabelecessem 
nesses locais, onde predominam as populações de baixa renda e escolaridade. Na 
década de 1990, essas igrejas adentraram o campo da política, tornando-se uma 
ferramenta utilizada pela igreja ou pelo pastor. No entanto, também é preciso 
considerar que na última década a religião pentecostal cresceu na classe média, o 
que aconteceu devido à teoria da prosperidade. 
4 UMA VISÃO SOBRE TRADIÇÕES, RITOS E CRENÇAS NO BRASIL 
O Censo do IBGE de 2010, identificou a existência de dezenas de religiões 
no país (IBGE, 2010). Para estudá-las, costuma-se dividi-las em matrizes religiosas 
para designar eixos paradigmáticos e defini-las conforme sua origem geográfica e 
histórica, além da identidade de seus elementos. São quatro as principais matrizes 
religiosas no Brasil: indígena, ocidental-europeia, africana e oriental. 
 A matriz indígena é uma das mais variadas em formas e religiões. Até 
mesmo povos da mesma etnia podem ter mitologias, crenças e manifestações 
religiosas próprias. Com base em Eliade e Couliano (1993), é possível identificar 
dois grandes paradigmas relacionados às religiões indígenas no Brasil.O primeiro 
é identificado como “religiões da Floresta Tropical”, que se refere mais 
especificamente às religiões dos povos que habitam a Bacia Amazônica até as 
Guianas. O segundo é identificado como “religiões do Gran Chaco”, que são as 
religiões do centro do continente sul-americano entre o Mato Grosso e os Pampas. 
As divindades das religiões da Floresta Tropical “[…] ocupam uma posição 
intermediária entre um ser supremo e um herói cultural, sendo esta última função 
mais marcada” (ELIADE; COULIANO, 1993, p. 53). Essas religiões têm em comum 
a existência de um universo invisível e suprassensível, que só pode ser acessado 
 
15 
 
por meio de estados alterados de consciência “[…] como o sonho, o transe, a visão 
provocada pela inalação de drogas, etc., ou ainda por uma predisposição mística 
natural adquirida após um treino especial” (ELIADE; COULIANO, 1993, p. 54). 
Outro elemento comum são as crenças em espíritos que assumem diferentes 
papéis, como seres que controlam animais e outros elementos da natureza, além 
de espíritos de antepassados que, de algum modo, participam da vida dos vivos. 
Os xamãs ou pajés são os especialistas religiosos com funções de cura do corpo 
social e do corpo humano. Os pajés costumam assumir o papel de curandeiros e 
orientadores sociais, políticos e espirituais. 
As Religiões do Gran Chaco se assemelham às das Florestas Tropicais em 
relação à instituição do xamanismo e na crença de seres sobrenaturais que habitam 
um mundo invisível e sobreposto ao mundo dos seres humanos. Existem mitos que 
contam a origem do mundo e dos seres que nele habitam, além de explicarem as 
relações entre os seres. As religiões descrevem de modo distinto os seres 
sobrenaturais supremos com características de heróis culturais ou divindades 
(ELIADE; COULIANO, 1993). 
O cristianismo faz parte da matriz ocidental-cristã brasileira, introduzido no 
Brasil com a chegada dos portugueses a partir de 1500 e foi considerado a religião 
oficial do país até o fim do século XIX (WACHHOLZ, 2011). Em termos de número 
de seguidores, o cristianismo é a religião mais popular no Brasil hoje, embora esteja 
em constante mudança. No entanto, desde 1991, houve uma diminuição no número 
de católicos no Brasil e um aumento no número de evangélicos (IBGE, 2010). 
A catequização forçada de indígenas e africanos trazidos para o Brasil como 
refugiados, bem como a proibição de crenças judaicas e protestantes, destacam-se 
na história brasileira. O cristianismo foi amplamente imposto aos povos ameríndios 
e aos africanos escravizados, servindo como sistema ideológico de fortalecimento 
das hierarquias sociais por meio da elaboração e da imposição de duas teologias 
(WACHHOLZ, 2011): 
 
 
16 
 
* a da culpabilização, que tinha como alvo os povos não cristãos e se destinava 
à denúncia dos “pecados” dos “selvagens; 
* a da acomodação, que cria uma ética tranquilizadora da consciência dos 
escravocratas, por meio de pensamentos fatalistas de que tudo é a vontade de 
Deus, além de ressaltar a necessidade de tutelar, ensinar e “converter” os povos 
“selvagens” da desgraça do inferno. 
 
No que se refere aos protestantes, sua presença era pontual antes do século 
XIX, pois, após a invasão holandesa, foi aprovada uma lei proibindo a presença de 
"estrangeiros" no Brasil, com o objetivo óbvio de impedir novas invasões e 
consolidar os poderes monárquicos português e brasileiro, bem como impedir a 
expansão protestante, indo contra calvinistas franceses, reformados holandeses, 
anglicanos, protestantes alemães, entre outros (WACHHOLZ, 2011). 
A partir do século XIX, observou-se a inserção de diversas correntes 
protestantes no Brasil, que de um modo ou de outro confrontavam o catolicismo por 
meio de propostas de denotar as inverdades e irrealidades da fé católica. 
 “[…] o protestantismo precisou do solo católico para se firmar, negando e 
estigmatizando, contudo, esse solo. Inversamente, o catolicismo romano 
precisou se reinventar a partir da inserção do protestantismo, igualmente 
estigmatizando e negando-o”. (WACHHOLZ, 2011, p. 793). 
É, portanto, uma política de retroalimentação, com ambos buscando atingir 
supremacia. No que se refere à matriz africana, Prandi (1998) explica que a 
formação das religiões afro-brasileiras envolve as crenças dos africanos trazidos na 
diáspora, as relações e hierarquias socais já existentes no Brasil e a relação com 
as demais crenças e religiões. Segundo o autor, podemos separar o processo de 
formação dessas religiões em três momentos: sincretização, branqueamento e 
africanização. 
A sincretização ocorreu após a chegada dos africanos escravizados no 
Brasil, resultando na formação de religiões e práticas baseadas no sincretismo com 
o catolicismo imposto a eles e a religiões indígenas. Muitas práticas religiosas 
 
17 
 
africanas se fundam em cultos ancestrais baseados nas famílias e suas linhagens, 
o que não pode ser reproduzido, uma vez que, com a escravidão, deterioraram-se 
as estruturas sociais e familiares tradicionais. Por isso, a religião tradicional pode 
ser apenas parcialmente reproduzida (PRANDI, 1998). 
Esses fatos, geraram, principalmente, duas consequências. O catolicismo 
ganhou força como cultura de inclusão das populações negras após o fim da 
escravidão e gerou o efeito de uma dupla ligação religiosa estabelecida a partir do 
sincretismo. Desta forma, somente a partir dos anos 1960 e em razão das tradições 
culturais preservadas, é que as religiões de matriz africana começaram a afirmar 
suas origens, podendo ser legitimadas na vida social. 
O termo "branqueamento" refere-se ao processo de formação da umbanda 
no início do século XX, que resultou da junção de elementos do espiritismo 
kardecista, preceitos cristãos e tradições do candomblé. Conforme Prandi (1998) a 
formação da umbanda foi um processo para; 
“[…] ‘limpar’ a religião nascente de seus elementos mais comprometidos 
com a tradição iniciática secreta e sacrificial, tomando por modelo o 
kardecismo, que expressava ideais e valores da nova sociedade capitalista 
e republicana, ali na sua capital” (PRANDI, 1998, p. 157). 
 Apesar de inúmeras mudanças, como a eliminação quase completa de 
sacrifícios de sangue e utilização da língua vernácula, manteve elementos do 
candomblé. Uma das mudanças mais significativas desse período foi interferir em 
hierarquias sociais rígidas e incentivar a mobilidade social, tornando-se uma religião 
aberta a todos, irrompendo na origem social ou racial de seus praticantes. Isso, 
porém, até o final dos anos 1950, ainda era uma tentativa de apagar as origens 
africanas da religião com a predominância de práticas brancas e europeias 
(PRANDI, 1998). 
Houve um processo de africanização do candomblé e de religiões afro-
brasileiras, a partir dos anos 1960. Nesse período, marcado por efervescências 
culturais e de contracultura, passaram a ser valorizados aspectos culturais, 
 
18 
 
antropológicos e da cultura negra. Nesse contexto, a africanização do candomblé, 
significa: 
[…] o retomo deliberado à tradição significa o reaprendizado da língua, dos 
ritos e mitos que foram deturpados e perdidos adversidade da diáspora; 
voltar à África não para ser africano nem para ser negro, mas para 
recuperar um patrimônio cuja presença no Brasil é agora motivo de 
orgulho, sabedoria e reconhecimento público, e assim ser o detentor de 
uma cultura que já é ao mesmo tempo negra e brasileira, porque o Brasil 
já se reconhece no orixá (PRANDI, 1998, p. 161-162). 
Para Prandi (1998) africanizar não significa propriamente viver como os 
africanos. Trata-se de valorizar o simbolismo próprio do candomblé, legitimá-lo 
como religião, recuperar sua autonomia em relação ao catolicismo, etc. Em todo 
esse processo, a religião também passa por transformações, se altera, mas se 
legitima como religião, elemento e patrimônio cultural brasileiro. 
As religiões de matrizoriental, por outro lado, são bastante numerosas e 
incluem algumas das mais antigas que se tem registro, como o hinduísmo, o 
budismo, o confucionismo, além de outras denominadas “novas religiões” orientais, 
como a messiânica, a seicho-no-iê, a perfeita liberdade e a tenrikyo. 
O fluxo migratório das populações orientais define, em grande medida, a 
expansão dessas religiões no Brasil. As imigrações de japoneses ao Brasil, que 
começaram oficialmente em 1908 e findaram aproximadamente após a Segunda 
Guerra Mundial, trouxeram diversas religiões e influências religiosas. Segundo o 
Censo do IBGE (2010), as religiões orientais com maiores números de adeptos no 
Brasil são o budismo e as chamadas “novas religiões” orientais de origem japonesa. 
No entanto, não é de se negar, porém, a existência e a influência de outras práticas 
comumente vistas no Brasil, como ioga e meditação. 
5 RELIGIÃO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA 
As religiões são um dos campos que demonstram a diversidade e pluralidade 
de culturas do mundo. Como tal, a religião é uma instituição fundamental na vida 
 
19 
 
cotidiana das pessoas em todo o mundo. Ela cria, influencia e mantém relações 
sociais entre várias pessoas e organizações. Além disso, elas têm autoridade e 
influência na política, cultura, família e assim por diante. 
A religião mais popular do mundo é o cristianismo, seguido pelo islamismo. 
O cristianismo, o islamismo e o judaísmo são religiões monoteístas que seguem um 
único Deus. Eles apareceram no continente asiático. Outras religiões, como o 
hinduísmo, o budismo, o confucionismo e o taoísmo, surgiram lá também. 
De acordo com um relatório do instituto de pesquisa americano Pew 
Research Center, o cristianismo tem 2,18 bilhões de seguidores em todo o mundo 
(COOPERMAN et al., 2014). Católicos (51,4%), Evangélicos (36%), de maioria 
pentecostal, e ortodoxos (12,6%). A religião cristã acredita nos ensinamentos de 
Jesus e em um único Deus. 
Com o tempo, ela foi dividida em cristãos ortodoxos ou do oriente, que mais 
tarde foram divididos em católicos e protestantes. Os fiéis aderem a Bíblia, que é 
considerada um livro sagrado e contém o Antigo Testamento (anterior a Cristo) e o 
Novo Testamento (posterior a Cristo). 
De acordo com este mesmo relatório, o islamismo é a religião que mais 
cresce no mundo. Além disso, é a segunda religião mais popular do mundo, com 
aproximadamente 1,6 bilhão de pessoas. Sunitas e xiitas são os dois tipos de 
muçulmanos. A corrente sunita defende a Suna, uma das fontes da lei do Islã, onde 
se concentram as percepções e ensinamentos do profeta Maomé. A corrente xiita, 
que domina no Irã e no Iraque, acredita em Ali, primo de Maomé. É uma corrente 
radical que se preocupa com os valores religiosos e com a defesa do Estado 
teocrático. Esse ponto de vista contraria o das religiões ocidentais, que defendem a 
separação da Igreja e do Estado, ou seja, o Estado Laico (COOPERMAN et al., 
2014). 
O hinduísmo, também conhecido como bramanismo, é a terceira religião 
mais importante em número de fiéis no planeta. Deriva do vedismo, religião dos 
povos indo-europeus que viveram no norte da Índia no segundo milênio a.C. Não 
há fundador e nenhuma hierarquia ou instituição estabelecida. Existe um sistema 
 
20 
 
de castas em que as pessoas são classificadas de superior a inferior, sem 
possibilidade de ascensão social. 
6 RELIGIÕES OCIDENTAIS 
6.1 JUDAÍSMO 
O judaísmo, assim como o cristianismo e o islamismo, é uma religião 
monoteísta. Em uma região em que predominavam cultos politeístas, os judeus 
definiram a sua identidade cultural por meio da crença em um único deus, Javé (ou 
Yahweh, em hebraico). 
A história do judaísmo se relaciona diretamente à história dos hebreus, que 
tiveram seus primórdios na Mesopotâmia e percorreram territórios da Babilônia e 
Síria, fixando-se no Oriente Médio por volta do segundo milênio a.C., o que mais 
tarde originou os povos semitas, como os judeus e os árabes, posteriormente, o 
termo hebreu foi associado somente ao povo judeu. Sobre esse contexto, de acordo 
com Burns (1968, p. 139): 
Nenhum dos povos do antigo Oriente, com exceção, talvez, dos egípcios, 
teve maior importância para o mundo moderno do que os hebreus. Foram 
eles, já se sabe, que deram grande parte do substrato da religião cristã, 
como os mandamentos, as histórias da criação e do dilúvio, o conceito de 
Deus como legislador e juiz, e ainda mais de dois terços de sua Bíblia. 
As concepções hebraicas da moral e da teoria política influenciaram também 
profundamente as nações modernas, em especial aquelas em que a fé calvinista foi 
particularmente vigorosa. Por outro lado, é necessário lembrar que os próprios 
hebreus não desenvolveram sua cultura no vácuo. Considerando sua trajetória 
histórica e seu contato com diferentes culturas, a estrutura hebraica e a religião 
judaica receberam forte influência dos babilônios, egípcios e gregos. 
Segundo Burns (1968), a origem da estrutura cultural e teológica judaica está 
interligada à história de Abraão, que, em 1800 a.C., ocupava o noroeste da 
Mesopotâmia e comandava um grupo de hebreus. 
 
21 
 
 
Fonte: paradigmatrix.net 
 
A preservação de sua história e sua adaptação ao contexto, que se 
transformou ao longo dos milênios, gerou três vertentes distintas de ação e de culto 
de suas tradições nessa religião: o judaísmo ortodoxo, o judaísmo reformista e o 
judaísmo conservador. 
Conhecer a história dos hebreus e sua relação com o desenvolvimento do 
judaísmo e suas diferentes vertentes é uma excelente maneira de compreender as 
bases das religiões e dos sistemas políticos e jurídicos que até hoje integram nossas 
ações e normas cíveis. 
6.2 CRISTIANISMO 
Conforme o Dicionário virtual, Cristianismo ([2020]), “Cristianismo, do grego 
Xριστός, ‘Christós’, messias, ungido, do hebraico חישמ’ Mashiach’, é uma religião 
ou doutrina cristã monoteísta que propaga a fé em Jesus Cristo, na sua vida e nos 
seus ensinamentos, como filho de Deus”. O cristianismo surgiu na Palestina, região 
sob domínio romano desde 64 a.C. Sua origem é a tradição judaica, que propagava 
 
22 
 
a crença na vinda de um Messias que traria a salvação para todos aqueles que 
acreditassem nele. De acordo com Pereira (2019, p. 5): 
Ele é o Messias (Ungido) de Deus que fora prometido, e o qual o Seu povo 
esperava; Ele é o Salvador esperado pelos judeus, mas que foi rejeitado 
por eles (cf. Jo 1.11). [...] ao verem o Senhor Jesus servindo aos homens 
e dando Sua vida por eles, os judeus não aceitaram, pois lhes era 
inconcebível que aquele que se declarava o “Messias” se rebaixasse tanto 
assim. Contudo, este é um dos pontos principais do Evangelho de Cristo e 
da Vida Cristã: humildade para servir a Deus e ao próximo, mansidão para 
não reivindicarmos nossa honra e direitos em face de outras pessoas. 
 
A religião cristã é baseada nos evangelhos, que são escritos sobre a vida de 
Jesus e os seus ensinamentos. Os evangelhos são compostos de quatro livros, 
escritos por Marcos, Lucas, Matheus e João. A sua mensagem é a de que Jesus 
anunciou o reino de Deus, a salvação dos homens. A fé é o elemento central do 
cristianismo. 
6.3 ISLÃ 
O Islã, termo árabe que significa “rendição” ou “submissão”, é considerado 
uma das mais jovens entre as grandes tradições religiosas mundiais. Suas origens 
remontam a uma tradição religiosa monoteísta que se originou e se espalhou a partir 
do Oriente Médio no século VII. Os seguidores dessa fé são conhecidos como 
“muçulmanos”. Eles acreditam que a inspiração do seu sistema de crenças vem 
diretamente de Deus e do profeta Muhammad, escolhido para entregar os 
ensinamentos para a população em geral. Para o islamismo, Deus é Alá e Maomé 
é o seu profeta e fundador. 
Com a morte do profeta Muhammad, em 8 de junho de 632, logo surgem 
disputas internas na doutrina islâmica. Afinal, Muhammad não havia determinado 
uma formade sucessão e, segundo os preceitos da doutrina, o profeta “[...] possuía 
o direito divino de governar, mas tal prerrogativa terminava com sua morte [...]” (O 
LIVRO DAS RELIGIÕES, 2014, p. 270). Parte dos adeptos acreditava que apenas 
 
23 
 
alguém da família do profeta poderia sucedê-lo, pois essa seria a orientação e a 
vontade de Allá segundo a interpretação que faziam do Alcorão (livro sagrado). 
Contudo, outros fiéis discordavam, dizendo que um sucessor deveria ser eleito de 
acordo com os ensinamentos da Suna. 
Esses grupos, embora seguissem a mesma religião, possuíam a sua própria 
interpretação de certos acontecimentos e ensinamentos do islã. 
 
Os sunitas são direcionados pelos ensinamentos dispostos na Suna (“feitos do 
profeta”), da qual deriva seu nome. Eles consideram que tais ensinamentos são 
a fonte para a aplicação da lei islâmica. Nas determinações do Alcorão, os sunitas 
agem de forma moldada ao mundo terreno em face das questões de natureza 
teológica e política. 
Os xiitas se originaram a partir de uma discordância com os sunitas. Para eles, o 
sucessor do profeta deveria ser um parente próximo de Muhammad — no caso, 
seu genro e primo Ali ibn Abi Talib, casado com sua filha Fátima. Após seu 
assassinato, ele foi homenageado por seus partidários com a fundação do Shi'a 
'Ali (“partido de 'Ali”). Desde então, tais partidários ficaram conhecidos como 
xiitas. Para eles, o sucessor do profeta tem uma função espiritual. Desse modo, 
apenas quem têm uma ligação direta de parentesco com Muhammad pode 
desempenhar a função de imã (autoridade religiosa) e, assim, liderar os islâmicos. 
Os sufistas fazem parte de uma corrente esotérica do islã. Eles se preocupam 
com as verdades espirituais que Muhammad pregava. Pregam a contemplação 
de Allah e a simplicidade, preocupando-se com o desenvolvimento espiritual em 
detrimento das questões mundanas. Acreditam que é possível uma aproximação 
entre Allah e os homens por meio da aliança chamada mithaq, que teria ocorrido 
no início dos tempos. 
 
 
24 
 
7 RELIGIÃO DE ORIGEM AFRICANA 
7.1 Candomblé 
A dança, o batuque, as oferendas e a festa fazem parte da religiosidade do 
candomblé, todos realizados para agradar o seu orixá. Para a participação em 
alguns ritos do candomblé, o fiel precisa passar pelo processo de iniciação, do qual 
um dos passos da iniciação consiste em determinar, por meio da consulta aos 
búzios, o orixá e o destino de cada pessoa. 
 
 
Fonte: www.s1noticias.com 
 Tendo compreendido essa especificidade, o candomblecista passa a cuidar 
da sua vida para conseguir agradar o seu orixá. Nessa religião, as noções de bem 
e de mal não estão presentes, visto que o fiel precisa agradar o seu orixá, e não 
necessariamente o mundo. Ainda, não há uma dimensão salvífica, o candomblé 
define como importante o cuidado holístico (corpo, mente, bens materiais, 
prosperidade) com a pessoa na terra (GORSKI, 2012). 
 
 
25 
 
7.2 Umbanda 
De acordo com Costa (2013) a umbanda também é uma religião de matriz 
africana que passou por um processo de construção sincrética. Contudo, a 
remontagem à sua história não é muito simples, pelo fato de não haver consenso 
entre os autores sobre a sua construção e caracterização, tendo alguns indicado 
que seu processo de constituição se deu a partir da junção de comunidades 
religiosas negras do banto e dos calundus. 
A própria história da fundação oficial da umbanda no Brasil é repleta de 
tensões: alguns autores defendem a relação da criação com a experiência religiosa 
do médium Zélio Moraes em 1908 e outros apontam sua constituição oficial como 
tendo ocorrido nos anos de 1920 e até mesmo posteriormente (COSTA, 2013). 
Seguindo Costa (2013), partindo do pressuposto de que a umbanda nasceu 
oficialmente a partir da primeira premissa. 
Zélio Fernandino de Moraes foi um médium que, em uma sessão espírita em 
Niterói (RJ), incorporou a entidade do Caboclo das Sete Encruzilhadas, o qual teria 
dito que não se sentia acolhido pelos outros espíritos, pois estes achavam caboclos 
e pretos velhos espíritos não evoluídos. Na ocasião, o Caboclo das Sete 
Encruzilhadas afirmou que se manifestaria na casa do médium pois lá “[...] não 
haveria intolerâncias com os pretos velhos, índios ou caboclos que quisessem 
trabalhar em prol dos necessitados” (COSTA, 2013, p. 93). 
O primeiro nome dado pelo caboclo à religião foi Alabanda (Deus ao nosso 
lado), que, depois, foi trocado para Aumbanda e, por fim, chamado de Umbanda. 
Essa religião prega a caridade, o serviço e o amor ao próximo, concepções que 
advieram do kardecismo e do cristianismo, que influenciam fortemente a sua 
concepção. 
 
 
26 
 
8 RELIGIÕES DO EXTREMO-ORIENTE 
8.1 Budismo 
 
Fonte: www.culturamix.com 
Sidarta Gautama, conhecido como Buda, nasceu no século VII a.C., e era 
herdeiro do trono indiano saquiano — sua vida de luxúria e glória real antecede sua 
“iluminação” (“Buda” significa o despertado, o iluminado). As suas experiências aos 
29 anos, fora dos muros do palácio, com as enfermidades do mundo, a velhice 
humana e a efemeridade da vida, tocam-no a tal ponto que decide assumir uma 
vida de renúncia à materialidade e aos prazeres da carne. Dessa forma, coloca-se 
em busca da verdade e da iluminação de sua alma. 
O Budismo apresenta uma série de peculiaridades em relação a outras 
religiões. Ao contrário do Hinduísmo e do Judaísmo, por exemplo, o 
Budismo tem origem num fundador, Sidarta Gautama, o Buda. Por outro 
lado, ao contrário do Cristianismo e do Islã, esse fundador não representou 
uma encarnação divina ou um mensageiro divino, mas, ao contrário, foi um 
ser humano que expôs uma disciplina mental, desenvolvida e posta em 
prática com êxito por ele próprio. Outro aspecto importante em relação ao 
 
27 
 
Budismo é o fato de ser uma religião não teísta, uma vez que rechaça a 
existência de um Deus ou Criador supremo [...] (DINIZ, 2010). 
O budismo não defende um “messias” salvador, mas, sim, uma figura 
emblemática que se desenvolve a partir do autoconhecimento e do desapego da 
vida material em uma atitude dirigida ao mundo. Chegar ao “nirvana” é entrar em 
um estado de percepção de uma paz interior, a qual seria o equilíbrio entre mente, 
corpo e universo. Esse estado se atinge pelas práticas de yoga, dieta vegana e 
meditação. 
A filosofia budista é guiada pelos ensinamentos de Buda, que conduzem o 
indivíduo a uma felicidade plena, através das práticas meditativas, do 
controle da mente e da autoanálise de suas ações diárias. O budismo é 
reconhecido como uma filosofia de vida, porque os ensinamentos de Buda 
são direcionados para a razão e a análise individual de cada ser humano 
(BUDISMO, 2020). 
Em relação a esse estado, dentro do budismo, também existe a lei do Karma, 
que se baseia no processo de reencarnação, em que as boas ou más ações 
reverberam em vidas futuras: no ciclo reencarnatório (roda de Samsara), nas vidas 
passadas, se não se cumpriu um caminho de iluminação, reencarna-se em outras 
quantas vidas forem necessárias para se atingir o nirvana. Essa ideia de 
reencarnação, no entanto, já fazia parte da religião hinduísta: 
Vários termos brâmanes foram empregados, mas com significados 
distintos. Ele aceita a existência do renascimento por muitas vidas; o 
Samsâra, que resulta em novas vidas dependendo do Karma, a lei moral 
de causa e efeito; juntamente com a noção da unidade de todas as formas 
de vida; e o objetivo de autolibertação. Todas essas noções encontravam-
se presentes no Bramanismo praticado nos dias de Siddhattha Gautama 
(Kharishnanda, 1988). Estes, no entanto, foram incorporados com 
significados próprios (DINIZ, 2010). 
As bases hinduístas do budismo foram adaptadas e questionadas por Buda, 
como no caso de sua crítica em relação à tradição dos Vedas e ao sistema de 
castas. Buda acreditava que todos os seres humanos podiam encontrar a 
iluminação. Assim, o budismo alcançouo interesse do Ocidente e passou a ser 
praticado por milhões de adeptos espalhados pelo mundo. 
 
28 
 
 
8.2 Hinduísmo 
A crença hinduísta é pautada no sistema de castas, que determina o status 
de cada pessoa na sociedade; para ela, o nascimento de todas as pessoas é o 
resultado do karma de vidas passadas. São politeístas, ou seja, acreditam em vários 
deuses (POIRIER, 2000). A religião prega e assegura a santidade de todos os 
animais, para eles nenhuma vida deve ser destruída de forma violenta e brutal. As 
vacas são consideradas sagradas e o consumo da sua carne é extremamente 
proibido. Por isso, a maioria dos que seguem os preceitos religiosos do hinduísmo 
são vegetarianos, porém, é possível encontrar diversos tipos de hinduístas, 
inclusive alguns que comem carne. 
8.3 Taoismo 
Lao-tzu ou Lao-tsé, fundador do taoísmo, viveu no século VI a.C. Não se 
conta com muitos relatos históricos de sua vida, mas a doutrina do “Tao” representa, 
em sua etimologia, estrada, caminho ou vereda. Esse preceito doutrinário se edifica 
por meio da harmonia e do equilíbrio da consciência humana com a sua natureza. 
“Todavia, Tao é muito mais do que a busca de um caminho a ser seguido; é definido 
como a fonte de tudo que existe neste planeta. E ao seguir o caminho escolhido, os 
taoistas aspiram à união com Tao; portanto, com as forças da Natureza” (CAMPOS 
NETO, 2015). 
O taoísmo, assim como o confucionismo, não se tornou uma religião 
universal como o budismo, mas passou a fazer parte da cultura de distintos povos 
asiáticos. 
O equilíbrio entre a mente, o corpo e a natureza é um dos princípios 
universais do taoísmo. Segundo Campos Neto (2015), essa corrente possui duas 
características que a delineiam: “[...] o taoísmo religioso, que resolve a busca do 
 
29 
 
Tao e o culto das divindades; e o taoísmo como completo modo de vida, o que inclui 
ideias tradicionais sobre a saúde, por meio da meditação e de exercícios”. A partir 
desses dois ideários, tem-se o taoísmo como uma prática religiosa, em que se 
relaciona a vivência humana no cerne de suas ações com sua influência ao meio 
natural, assim como a reciprocidade da interligação da natureza com o contexto 
humano, que traz o equilíbrio entre o plano físico e o espiritual. 
Tem-se dois escritos de grande importância para compreensão da religião 
taoísta. Tao Te King foi um escrito político de Lao-tsé direcionado aos governantes, 
que, ao segui-lo, teriam a capacidade de governar com benevolência, harmonia e 
verdade. Já o livro Tchuang-Tseu, de autor de mesmo nome, seria um 
direcionamento para uma filosofia de vida que defende o equilíbrio e a harmonia 
dirigidos às pessoas comuns. 
Além disso, é fundamental, no taoísmo, os signos Yin Yang, que representam 
o equilíbrio da dualidade entre os opostos. Segundo a tradição taoísta, trata-se do 
equilíbrio do universo: Yin e Yang são complementares e um não existe sem o outro. 
Por meio deles, tudo se harmoniza e entra em consonância com as leis universais 
da vida; com isso, seguir uma vida progressa ao equilíbrio seria equilibrar nossa 
consciência com base em atitudes virtuosas. 
 O taoísmo acredita que Yin e Yang, portanto, seriam energias que 
constituem o equilíbrio do universo, opostas e complementares, e a essência de 
tudo que existe na realidade. Dessa maneira, mesmo sendo opostas, atraem-se e 
criam o princípio da dualidade, que expressa a divisão, e o princípio da unicidade, 
que transmite a ideia de união. 
8.4 Xintoísmo 
É a antiga religião oficial japonesa, onde a palavra Shinto tem o significado 
de (Caminho dos deuses). Sem fundador, doutrinas ou dogmas, originalmente. 
Estruturada através de uma coleção de ritos e mitos que explicam a origem do 
 
30 
 
mundo, do Japão e da família imperial japonesa, além de estabelecer contato com 
o divino. 
 O universo xintoísta é povoado por milhares de deuses, denominados kamis, 
que se apresentam como rios, montanhas, flores, seres humanos, animais, entre 
outros. Kami pode ser traduzido por espírito, sendo o culto ancestral uma das 
práticas xintomáticas mais proeminentes. 
8.5 Confucionismo 
 
www.culturamix.com 
O confucionismo surgiu na China, no século VI a.C., fundado por Khoung- 
Fou-Tseu (551–479 a.C.). Tido como sábio e filósofo, suas ideias transformaram os 
valores éticos e sua identidade cultural, e sua influência em diversos países do leste 
asiático promoveu avanços socioeconômicos em função da valorização da 
educação e do conhecimento. Existem estudiosos que afirmam que o 
confucionismo é um sistema filosófico-ético-moral, enquanto outros julgam ser uma 
religião. 
http://www.culturamix.com/
 
31 
 
O confucionismo é um sistema ético, filosófico e religioso chinês, fundado por 
Confúcio. Foi a doutrina oficial da China por mais de dois mil anos, até o início do 
século XX. Não há igrejas ou organização em forma de clérigos, portanto o 
confucionismo não se encaixa nas correntes religiosas como comumente são 
conhecidas no ocidente. Também não há adoração de divindades e não existe a 
noção de vida após a morte, (CONFUCIONISMO, 2016). 
A valorização dos ancestrais é a forma pela qual o povo chinês respeita seus 
entes queridos, seus antepassados. Assim, os mais velhos são valorizados para 
que se possa preservar a sabedoria que podem transmitir às futuras gerações com 
o intuito de que assimilem esses ensinamentos e perpetuem a tradição familiar de 
seu povo. 
9 COMPREENSÃO DA DIVERSIDADE CULTURAL E RELIGIOSA 
 
Fonte: www.neipies.com 
 
 
32 
 
 A contemporaneidade apresenta uma tessitura social e cultural altamente 
complexa. Isso não significa que em períodos anteriores a pluralidade de ideias, 
culturas e modelos políticos e econômicos não existissem ou que fossem menos 
distintos um do outro. Significa, acima de tudo, que dignificar a diferença é um 
reconhecimento estritamente contemporâneo. Iniciou-se na modernidade com 
resultado do papel que a razão assumiu nas ciências, particularmente nas ciências 
humanas, que se desmembraram em áreas voltadas ao estudo da cultura como 
objeto principal, como a antropologia. 
No entanto, o discurso essencialmente racionalista, ao mesmo tempo em que 
promoveu nas ciências humanas o cientificismo, classificou culturas não ocidentais 
como “incivilizadas”. Eram consideradas sociedades evoluídas aquelas com 
significativo progresso, que as incluíam no rol das sociedades civilizadas, criando 
uma alteridade depreciativa entre o “nós” e o “eles”. 
 Com o fim da modernidade, as ciências humanas se abriram para outras 
formas de fundamentação teórica além da racional-científica. Começaram a 
considerar outras teorias que não eram apenas científicas e empíricas, como 
metafísica e ontologia, entre outras. 
Essa abordagem envolve os termos "pluralismo" e "diversidade", ambos com 
significados distintos. Essa distinção foi recentemente reafirmada por autores como 
Beckford (2003) e Berger (2014), que defendem que o pluralismo é normativo 
enquanto a diversidade é descritiva. Beckford (2003, p. 268) afirma que “[...] o 
pluralismo é uma resposta ideológica ou normativa à diversidade empírica”. Isso 
significa que pluralismo e diversidade são sistemas independentes: um não resulta 
necessariamente do outro. 
Além disso, a diversidade tem um caráter mais empírico, sendo aquilo que 
existe de diferente em uma sociedade; considerando que o pluralismo tem um 
caráter ideológico que celebra e reconhece a diversidade. O pluralismo está 
associado à normatização da diversidade como positiva, pensamento necessário 
aos estudos sobre a sociedade contemporânea a partir da secularização decorrida 
 
33 
 
da modernidade e aprofundada na atualidade. Já a diversidade mantém o caráter 
factual, de constatação da diversidade de modo metodológico e analítico. 
 No final da década de 1990, a diversidade foi tema de debates em diversas 
convenções da Unesco que, por suavez, passou a promover o termo como aquilo 
de múltiplo que há em diversos grupos sociais. Essa promoção do termo 
“diversidade” resultou em uma divisão conceitual: distingue-se a diversidade 
autônoma do pluralismo da diversidade empírica. A dignificação do termo criou uma 
divisão entre a diversidade tal como passou a ser pensada e compreendida (ou até 
institucionalizada academicamente) daquela que já existia nas sociedades, 
(WOOD, 2003) e (BERGER, 2014). 
Etimologicamente, o termo deriva da palavra latina diversitas, pensado 
sinonimamente em relação à diferença e variedade. Descritivamente, a diversidade 
significa a representação da multiplicidade cultural e/ou a qualidade do que é 
diferente em relação à homogeneidade ou à monocultura. Nota-se que a 
diversidade aparece sempre associada à pluralidade, de acordo com Crystal (2002, 
p. 33), “[...] incorrigivelmente plural” e, por isso, sempre pensada em relação à 
cultura”. 
Compreende-se que a diversidade, longe de ser um conceito relativo, pode 
estabelecer uma tipologia complexa, levando vários autores, entre eles Johnson e 
Grim (2013), Wood (2003), Gardenswartz e Rowe (c2016), a considerarem 
diferentes definições para o termo. As definições diferem e ao mesmo tempo se 
completam, o que é possível justamente pela tipologia da diversidade. 
Segundo Johnson e Grim (2013), a diversidade interna é definida por um 
grupo étnico ou religioso, e a diversidade externa pode ser considerada em nível 
social. Para Gardenswartz e Rowe (c2016), a variedade é dividida em quatro 
camadas a seguir. 
1. Organizacional: relaciona-se ao local de trabalho. 
2. Externa: reporta-se às escolhas individuais, como religião, educação e hábitos. 
3. Interna: associa-se a características próprias do nascimento, como etnia e 
gênero. 
 
34 
 
4. Personalidade: relaciona-se à personalidade individual. 
 
Observa-se que apesar de ser um conceito, a diversidade é multifacetada em 
sua compreensão; por isso, havendo segmentação em seu estudo, a melhor forma 
de defini-la é a heterogeneidade. Pensar a fração, que nada mais é uma divisão, 
uma decomposição da diversidade em seus segmentos, é essencial para entende-
la em sua ampla manifestação cultural. 
 É nesse contexto que se encontra a fração religiosa que compete à 
diversidade. Essa fração é a que se mostra menos arbitrária, justamente porque a 
religião é melhor delimitada entre os grupos, (ALESINA et al., 2003), ou seja, a 
distribuição de grupos religiosos, via de regra, é regionalizada em comunidades. A 
heterogeneidade cultural aparece em blocos maiores, que são grupos localizados 
em regiões específicas. 
De acordo com Alesina et al. (2003), é difícil encontrar indivíduos que 
pertençam a uma religião e estejam completamente isolados das comunidades e 
instituições que lhes permitem praticar a sua fé. Consequentemente, as pesquisas 
sobre a diversidade cultural religiosa encontram-se, muitas vezes, vinculadas à 
distribuição demográfica dos grupos que compõem uma determinada sociedade e 
cultura. 
Com essa definição fundamental de diversidade, pode-se compreender a 
diversidade cultural em relação às manifestações religiosas no Brasil. Em sua 
reunião de novembro de 2001, a Unesco proclamou a Declaração Universal sobre 
Diversidade Cultural. Em seu primeiro artigo, percebe-se a diversidade cultural 
como herança comum da humanidade (UNESCO, 2002). Além disso, se voltarmos 
à Declaração Universal dos Direitos Humanos, encontramos no Artigo XVIII que: 
[…] toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamento, consciência e 
religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a 
liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, 
pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em 
particular (NAÇÕES UNIDAS, 1948). 
 
35 
 
No Brasil, temos a Carta Cidadã de 1988 (BRASIL, 1988), que defende a 
liberdade de consciência de crença, o direito ao exercício dos cultos e liturgias, bem 
como o Programa Nacional dos Direitos Humanos, que incentiva o diálogo entre 
diferentes movimentos religiosos, além de combater a intolerância religiosa “[…] sob 
o prisma da construção de uma sociedade pluralista, com base no reconhecimento 
e no respeito às diferenças de crença e culto” (BRASIL, 2010, p. 210). 
Essas declarações e programas, portanto, buscam não apenas garantir o 
direito à crença e a seu exercício, mas também promover o debate entre pessoas 
de religiões diferentes. Isso ocorre como resultado, além das conquistas históricas 
de direitos em relação ao exercício de religiões não oficiais, ou não hegemônicas, 
da própria percepção da diversidade de culturas religiosas como fundamental à 
humanidade. Em outros termos, há algo em comum em todas as manifestações 
religiosas, por mais diversas que sejam em suas doutrinas e contextos: a busca por 
um sentido metafísico. 
Essa descoberta, possibilitada pela ciência religiosa, permite a identificação 
de fenômenos individuais e sociais semelhantes em várias religiões, como o 
conceito de sagrado, rituais, cultos, celebrações e instituições que aceitam seus 
membros, além do uso de utensílios e instrumentos simbólicos. Segundo Corrêa 
(2008), esses paralelos demonstram a importância de institucionalizar as práticas 
religiosas como forma de reconhecer e dignificar sua existência em uma sociedade. 
Por mais que cada religião seja única em sua formação histórica e cultural, 
elas se equiparam frente à necessidade de garantias e direitos constitucionais. Ao 
garantir a existência de crenças antagônicas, o Estado passa a reconhecer de forma 
pública a legitimidade dessas instituições religiosas e, por sua vez, promove a 
diversidade cultural. 
Em relação ao Brasil, pode-se dizer que é fundamental que o Estado proteja 
direitos à liberdade de crença e seu exercício. Muito disso se deve não apenas à 
multiplicidade cultural e religiosa que identificamos na atualidade, mas também à 
própria formação cultural heterogênea de nosso país. O Brasil, desde sua formação 
como país colônia, apresenta um mapa religioso diversificado. Em geral, ao se 
 
36 
 
discutir a cultura brasileira, é preciso resgatar a diversidade original do país: 
indígenas, africanos e colonizadores portugueses. Mais tarde, com a chegada dos 
imigrantes europeus e orientais, essa diversidade tornou-se ainda mais acentuada. 
No que compete à diversidade religiosa, é imprescindível que reconheça a 
contribuição desses povos chamado aqui de diversidade empírica. Apesar dos 
contornos históricos distintos em relação à chegada de cada um desses povos ao 
Brasil (ou em relação aos que aqui já estavam), a fixação dessas culturas em solo 
brasileiro fez com que a diversidade fosse vivida e, atualmente, é uma das 
características mais fortes do país. 
Como ressalta Ribeiro (1995): 
 “[…] o Brasil emerge, assim, como um renovo mutante, remarcado de 
características próprias, mas atado genericamente à matriz portuguesa, 
cujas potencialidades insuspeitadas de ser e de crescer só aqui se 
realizariam plenamente”. (RIBEIRO, 1995, p. 20). 
Essas características lusitanas possibilitaram a implementação do 
catolicismo como religião hegemônica, que perdurou até segunda metade do século 
XX. Muito recentemente, as religiões de outras matrizes passaram a serem 
reconhecidas pelo Estado brasileiro. 
Na segunda metade do século XX, as religiões reconhecidas ainda eram 
aquelas ligadas ao cristianismo; outras religiões, distintas em suas definições de 
sagrado, ficavam à margem do reconhecimento social, principalmente as de 
matrizes africanas, que se tornaram o principal alvo de intolerância religiosa. Isso 
demonstra o racismo estrutural da sociedade brasileira, que mantém resquícios da 
escravidão. Por serem religiões que sincretizam elementos do cristianismo (imposto 
aos negros escravizados) com a filosofia e a teologia africana, essas religiõesforam, 
e são vistas ainda hoje, de forma depreciativa. 
Com base nesses pressupostos, é possível concluir que a diversidade é um 
tema emergente na sociedade contemporânea, na medida em que as práticas 
ideológicas hegemônicas passam a apresentar fissuras, o que se reconhece no 
tecido social: percebe-se o surgimento de uma heterogeneidade cultural insurgente 
 
37 
 
ao final do século XX. Muito disso se deve ao progresso acelerado decorrente da 
globalização e do avanço tecnológico, que possibilitou a disseminação de 
pensamentos e culturas de forma simples e rápida. Por isso, atualmente, pensar o 
pluralismo religioso é essencial para promover respeito, liberdade e equidade entre 
as instituições religiosas e seus membros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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