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1 - DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS

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Desenvolvimento 
das Competências 
Socioemocionais
O que são Competências Socioemocionais: 
Histórico e Desenvolvimento Humano?
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Rutinéia Cristina Martins
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• O que são Competências?
• O Que São Competências Socioemocionais?
• Histórico;
• Desenvolvimento Humano.
Fonte: Getty Im
ages
Objetivo
• Definir conceitos de competências socioemocionais, inteligência emocional e desenvol-
vimento humano.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
O que são Competências Socioemocionais: 
Histórico e Desenvolvimento Humano?
UNIDADE 
O que são Competências Socioemocionais:
Histórico e Desenvolvimento Humano?
Contextualização
Neste video, é apresentado um clipe em que a cantora Maria Bethânia1 canta a música 
Sangrando, composta por Gonzaguinha2. Disponivel em: https://youtu.be/WpfyCyt-gaU
Na voz de Maria Bethânia, Gonzaguinha relata como expressa a sua emoção por 
meio do canto e tem a empatia de fazer o canto de outra pessoa a sua motivação para 
cantar. E nós? Como promover o desenvolvimento de competências socioemocionais?
Vamos saber o que são?
1 Maria Bethânia é o nome artístico da cantora Maria Bethânia Viana Telles Veloso, nascida em 1946, na cidade de 
Santo Amaro da Purificação, Bahia e consagrada como uma das maiores cantoras da Música Popular Brasileira.
(FRAZÃO, 2019).
2 Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior (1945-1991) foi um cantor e compositor brasileiro, autor de diversos sucessos 
da Música Popular Brasileira (FRAZÃO, 2019).
6
7
O Que são Competências?
O conceito de competência foi desenvolvido por Phillipe Perrenoud no decorrer da 
década de 1990 e pode ser definido como a faculdade de mobilizar um conjunto de 
recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações etc.) para solucionar com perti-
nência e eficácia uma série de situações (2000, online). Um exemplo dado pelo autor no 
mesmo texto refere-se a quando um indivíduo visita uma cidade desconhecida. A orien-
tação nessa cidade desconhecida mobiliza as capacidades de ler um mapa, localizar-se, 
pedir informações ou conselhos; e os seguintes saberes: ter noção de escala, elementos 
da topografia ou referências geográficas. Ou seja, ser competente envolve agir de ma-
neira eficaz em uma determinada situação.
PESSOAS E LUGARES
Philippe Perrenoud é doutor em Sociologia e Antropologia. Atua nas áreas relacionadas 
à currículo, práticas pedagógicas e instituições de formação nas faculdades de Psicologia e 
de Ciências da Educação da Universidade de Genebra. Apesar de atuar nessas áreas, o autor 
não é um Pedagogo de formação.
Perrenoud questiona o objetivo da ida do aluno à escola: Esta deve ser fundamentada 
na mera aquisição de conhecimento ou no desenvolvimento de competências? Por isso, 
formula definição de competência como sendo a capacidade de agir eficazmente em um 
determinado tipo de situação, apoiada em conhecimento, mas sem limitar-se a ele. Suas 
principais obras são: Ofício de aluno e sentido do trabalho escolar (1995); Pedagogia 
diferenciada: das intenções à ação (1999); Avaliação: da excelência à regulação das 
aprendizagens (1999); Construir as competências desde a escola (1999); Dez novas 
competências para ensinar (2000); A prática reflexiva no ofício de professor: profis-
sionalização e razão pedagógicas (2002), dentre outras (PAULA, 2006). 
Em paralelo ao conceito de competência, tem-se a definição de habilidade. Para 
Perrenoud (SILVA; FELICETI, 2014, p.20), habilidade trata-se de uma sequência de 
modos operatórios, de induções e deduções, onde são utilizados esquemas de alto ní-
vel. Compreende-se que é uma série de procedimentos mentais que o indivíduo aciona 
para resolver uma situação real, na qual ele precise tomar uma decisão. Silva e Feliceti 
(2014, p.20) tomam como exemplo a aprendizagem da multiplicação: no processo de 
aprender a multiplicar, o educando utiliza a habilidade da adição e da conservação do 
número, que ele já possui, para resolver o novo problema que se apresenta e construir 
a competência de multiplicar.
Celso Antunes (2014), educador especialista em Inteligência e Cognição e referência 
nesse assunto em nosso país,define competências como a capacidade de mobilizar re-
cursos mentais para resolver problemas. Consiste em saber fazer, materializar o saber 
na ação, associando o que se aprende ao que se faz. Em sua obra, este autor, embasado 
em Perrenoud, faz uso de uma série de exemplos em que pessoas tem conhecimentos 
básicos acerca de determinado assunto e diante de uma situação, precisam mobilizá-los.
A definição dos autores citados, se completa com o que traz a Base Nacional Comum 
Curricular, documento de referência curricular na educação brasileira. Nela, competência 
7
UNIDADE 
O que são Competências Socioemocionais:
Histórico e Desenvolvimento Humano?
é definida como a mobilização de conhecimentos(conceitos e procedimentos), habilidades 
(práticas,cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolverdemandas comple-
xas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho (BRASIL, 
2017, p.8). Desta maneira, verifica-se que seguindo o ideário proposto, as novas gerações 
estão sendo educadas para a construção de competências, que envolvem tanto a constru-
ção de conhecimentos como os aspectos emocionais. Como nova proposta, compreende-
-se que o trabalho com as questões ainda é incipiente, sendo necessário fomentá-lo e 
instruir educadores em diversos espaços.
O que são Competências Socioemocionais?
 Até pouco tempo atrás havia, tanto na educação formal como na informal, uma 
valorização das habilidades cognitivas e procedimentais. Era preciso conhecer e saber 
aplicar o conhecimento, dando-se pouca importância aos aspectos emocionais e aos 
valores que permeavam esse processo.
Assim, o que são competências socioemocionais?
A análise de uma experiência sobre adaptação escolar na Educação Infantil nos au-
xilia a pensar sobre o desenvolvimento de competências socioemocionais, mesmo antes 
de termos o conceito construído.
Direto da prática: jeitos de planejar uma boa acolhida
(…) “A Creche Cirandinha (nome fictício, para que a instituição não seja exposta) com-
preende a necessidade de que o processo de adaptação ocorra da forma menos penosa 
possível, tanto para a criança e sua família como também para as educadoras envolvidas. 
Tendo isso em mente, prepara a fase do ingresso à creche de forma a promover o conheci-
mento e a confiança mútuos, buscando favorecer, assim, a integração e o estabelecimento 
de vínculos entre os familiares e as educadoras. Para isso, o ingresso das crianças e das 
famílias é cuidadosamente programado por meio de um conjunto de medidas:
• é dedicada uma atenção especial à família antes do dia do ingresso da criança, quando 
a entrevista de matrícula tem mais o objetivo de facilitar a integração do que o de obter 
informações (estas últimassão complementadas em momentos posteriores);
• a inserção é feita progressivamente, duas crianças por subgrupo, por sema-
na, sendo que cada criança ingressa em um período do dia (manhã/tarde), 
o que dá às educadoras maior disponibilidade para o atendimento ao bebê 
e à sua família;
• durante um período, variando entre uma a duas semanas, algum familiar é 
solicitado a permanecer junto à criança na creche. Esse tempo é gradualmente 
reduzido, à medida que aumenta o tempo de permanência do bebê na creche, 
até este mostrar-se mais tranquilo durante o período integral de sua estada ali.
É importante salientar que essa creche já acumulou uma experiência na promoção 
de processos de adaptação.
8
9
Procura garantir um período específico do ano para receber crianças e famílias no-
vas, normalmente nos três primeiros meses. Da mesma forma, garante que nunca 
ingressem mais do que duas crianças na mesma semana, na mesma turma, o que faz 
com que sejam necessárias algumas semanas para completar uma turma de crian-
ças, que, para a faixa etária de 0-2 anos, pode variar de 5 a 8 elementos.” (FERREIRA, 
AMORIM, 2000).
Figura 1
Fonte: Getty Images
O projeto supracitado é indicado para o período de adaptação à Educação Infantil, 
etapa em que legalmente a criança é inserida na Educação Básica, ou seja, no ensino 
formal, em que tradicionalmente se promove a construção do conhecimento, por meio 
de habilidades cognitivas. Todavia, o projeto se volta ao processo de adaptação das 
crianças, pois não basta que tenham potencial para as aprendizagens que as aguardam. 
No caso das crianças que são público-alvo desse projeto de adaptação, surge a ne-
cessidade de superar o abalo emocional causado pela separação da família e ingresso 
em novo ambiente, para que haja um equilíbrio que possibilite a receptividade para que 
tais aprendizagens ocorram. Daí a urgência do estudo de como se processa o desenvol-
vimento de competências socioemocionais.
O conceito de competência foi desenvolvido por Phillipe Perrenoud no decor-
rer da década de 1990 e pode ser definido como a faculdade de mobilizar um con-
junto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações etc.) para solucionar 
com pertinência e eficácia uma série de situações (GENTILE, P; BENCINI, R, 2000).
Um exemplo dado pelo autor no mesmo texto refere-se a quando um indivíduo visita uma 
cidade desconhecida. A orientação nessa cidade desconhecida mobiliza as capacidades de 
ler um mapa, localizar-se, pedir informações ou conselhos, além dos seguintes saberes: ter 
noção de escala, elementos da topografia ou referências geográficas. Ou seja, ser compe-
tente envolve agir de maneira eficaz em uma determinada situação.
9
UNIDADE 
O que são Competências Socioemocionais:
Histórico e Desenvolvimento Humano?
E as competências socioemocionais? Como entendê-las?
Elas incluem a capacidade que cada um tem de lidar com suas próprias emoções, desen-
volver autoconhecimento, relacionar-se com o outro, ser capaz de colaborar, mediar conflitos 
e solucionar problemas (CASARIN, 2018). Elas são utilizadas no nosso dia a dia de forma 
sistemática e integram todo o processo de formação de uma pessoa como um ser integral: 
indivíduo, profissional e cidadão. São consideradas parte da formação integral e do desenvolvi-
mento humano, habilidades que, conforme Tuga (2019), se pode aprender, praticar e ensinar. 
Em meio à aquisição de habilidades para o desenvolvimento de competências cog-
nitivas, incluem-se habilidades que envolvem o aprender a conhecer, conviver e ser, 
fundamentais para a construção das competências socioemocionais, dentre as quais po-
demos elencar as principais: autoestima, ética, paciência, autoconhecimento, confiança, 
responsabilidade, autonomia, criatividade, organização e empatia.
Figura 2
Fonte: Getty Images
Como se chegou à compreensão da importância do desenvolvimento de competên-
cias socioemocionais?
Histórico
A promoção de competências socioemocionais deve ocorrer em todas as instituições 
onde se dá o desenvolvimento humano, sejam elas educativas, comerciais, públicas, pri-
vadas, ou das mais diversas naturezas. Entretanto, tomaremos a escola como referência 
por ser a instituição criada para promover o processo educativo.
Nos primórdios da expansão dessa instituição, que tomou para a si a tarefa de sistema-
tizar a educação de crianças e jovens, não havia a preocupação com o papel das emoções 
para a efetivação das aprendizagens. Um exemplo clássico é a obra Didática Magna ou 
Tratado da arte de ensinar tudo a todos, escrita por João Amós Comênio (1592-1670), 
10
11
em 1649. Conforme Garcia (2014, p.316), tal obra 
é a precursora da Pedagogia Moderna, alicerce do 
ensino tradicional. Nela, havia uma valorização do 
uso dos sentidos e da razão, visava-se o acúmulo de 
conhecimentos e a disciplina como elemento fun-
damental. A variação do currículo era inexistente, 
modificando-se apenas o método de aprendizagem.
Na Modernidade, filósofos como Descartes 
(1596-1650) e Spinoza (1632-1677) se debruçaram 
sobre o estudo das emoções na busca por encontrar 
uma teoria que as explicassem. Já na primeira me-
tade do século XX, o Ocidente presencia a forte 
influência do Comportamentalismo, teoria que afir-
ma a crença de que o comportamento humano é o 
produto da interação de estímulo e resposta e que o 
comportamento pode ser modificado (USAI, 2019). Na educação, há a grande influência 
do trabalho de Skinner, para quem aprendizagem corresponde a exibir o comportamento 
apropriado, o que perdura no Brasil até a segunda metade do século XX, além de reba-
timentos na atuação de vários educadores, coexistindo com o surgimento de teóricos que 
valorizam as emoções nos processos de aprendizagem e demais comportamentos.
A partir das décadas de 1960 e 1970, segundo Dias et al. (2008), no âmbito psicoló-
gico, houve uma valorização do estudo das emoções. Estas deixaram de ser fenômenos 
inconvenientes e pesquisadores começaram a investigar a sua influência no comporta-
mento humano. Com isso, essa evolução cognitiva levou ao repensar sobre algumas 
ideias fundamentais em relação à cognição humana, e logo, às emoções, nas áreas da 
psicologia, educação, filosofia, antropologia, neurociências e outras diversas áreas do 
conhecimento, preocupadas com o desenvolvimento humano. Nesse sentido, coloca-se 
a Teoria das Inteligências Múltiplas e a Teoria da Inteligência Emocional, como precur-
soras do estudo do desenvolvimento das competências socioemocionais, para as quais 
usaremos neste trabalho a abreviatura de CSE.
Antunes (2017) define inteligência como um potencial biopsicológico, dimensão 
exponencial que permite simbolizar e estabelecer relações entre presente e passado.
É um dos principais fatores de distinção entre o ser humano e os outros animais. Con-
tudo, o psicólogo estadunidense Howard Gardner (1943-presente) transcende esse con-
ceito ao formular a seguinte definição :
[...] a inteligência implica na capacidade de resolver problemas ou elabo-
rar produtos que são importantes num determinado ambiente ou comu-
nidade cultural. A capacidade de resolver problemas permite à pessoa 
abordar uma situação em que um objetivo deve ser atingido e localizar 
a solução adequada para esse objetivo. (GARDNER, 1995, p. 21) 
Essa definição de inteligência possibilita refletir que a inteligência não é algo único, 
há muitas formas de se manifestar, se desenvolver e, principalmente, muitos fatores 
que interferem nesse desenvolvimento, como os emocionais. Sendo assim, a Teoria das 
Figura 3
Fonte: ebooksbrasil.org
11
UNIDADE 
O que são Competências Socioemocionais:
Histórico e Desenvolvimento Humano?
Inteligências Múltiplas, criada ao longo da década de 1980, engloba dois componentes 
(ZUNA, 2012, p.4): os indivíduos e a sociedade. Os indivíduos são capazes de utilizar 
uma variedade de competências em diversos domínios do conhecimento, enquanto a 
sociedade estimula o desenvolvimento do indivíduo através das oportunidades quelhes 
proporciona e dos valores que desenvolve. Gardner acredita em tipo de ensino mais 
individualizado, em que os tipos de inteligência apontariam as aptidões de crianças e 
adultos para um tipo de área do conhecimento. As inteligências múltiplas definidas por 
este autor são: verbal, lógico-matemática, espacial, musical, cinestésico-corporal, inter-
pessoal, intrapessoal e existencialista.
Figura 4
Fonte: Getty Images
Outro conceito desenvolvido no final do século XX e muito relevante para entender a 
importância dada ao desenvolvimento de CSE é o de Inteligência Emocional, elaborado 
pelo psicólogo estadunidense Daniel Goleman (1946-presente). A inteligência emocional 
se traduz na possibilidade do ser humano de aprender a lidar com as próprias emoções 
e usufruí-las em benefício próprio. Assim, um indivíduo emocionalmente inteligente é 
aquele que consegue identificar as suas emoções com mais facilidade (CURY, 2018).
Em sua obra Inteligência Emocional (2011), editada pela primeira vez em 1995 e 
com várias reedições, Goleman trata de questões da natureza da inteligência das emo-
ções, como o autoconhecimento, controle da impulsividade, empatia e vida em socie-
dade, além de inteligência emocional aplicada à alfabetização emocional, que traz as 
premissas básicas da lida com as emoções.
Desenvolvimento Humano
O desenvolvimento humano é um processo de construção contínua que se estende 
ao longo da vida dos indivíduos (SIFUENTES, 2007, p.379). Origina-se de uma orga-
nização complexa e hierarquizada que envolve desde os componentes intraorgânicos 
12
13
até às relações sociais e à agência humana. Segundo Neves (2019, p.5), o termo desen-
volvimento humano é utilizado para indicar um processo complexo de transformação 
contínua, dinâmica e progressiva que começa com a vida, isto é, na concepção, e a 
acompanha, sendo agente de modificações e aquisições. 
Papalia et. al. (2006, p.44) acrescenta que o desenvolvimento humano é o estudo 
científico de como as pessoas mudam e das características que permanecem razoavel-
mente estáveis durante toda a vida. Por envolver as dimensões física, cognitiva, social, 
afetiva e psicológica, sofre a interferência do desenvolvimento das emoções.
Pode-se dizer que o desenvolvimento humano abrange as etapas da vida que com-
põem o ciclo vital, abrangendo os períodos de concepção, pré-natal, infância, adoles-
cência, idade adulta, velhice e morte (GONÇALVES, 2016, p. 81). A mudança de etapa 
não depende de data rígida, mas de questões biológicas e do contexto histórico, cultural 
e afetivo, de modo que nem todos passem pelas etapas da mesma maneira e em alguns 
casos, como mortes prematuras, não atinjam todas.
Desta forma, serão utilizados os conceitos de Papalia et al. (2007) para descrever 
como é o desenvolvimento das emoções em cada etapa. 
O período pré-natal dura do momento da concepção, fecundação do óvulo da mãe 
pelo espermatozóide do pai, até o nascimento. O feto, ainda acoplado ao corpo da mãe, 
sofre influência das suas emoções, ouve e responde a estímulos sensoriais. Conforme 
se desenvolve, consegue responder com movimentos (os famosos chutes) à voz da mãe, 
demonstrando os primeiros sentimentos.
A infância, período compreendido do nascimento até aproximadamente os 11 anos, 
pode ser dividida em três etapas, descritas no quadro a seguir:
Tabela 1
ETAPA FAIXA ETÁRIA PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Primeira Infância Do nascimento aos 3 anos
No primeiro ano de vida, os bebês têm uma excitação geral em momentos de forte 
emoção, como choro e sorrisos. Demonstram respostas agradáveis nos momentos 
de amamentação.
Por volta dos 9 meses, demonstram senso de humor, com sorrisos e expressões de 
contentamento ou aborrecimento. Reagem a quase todas as emoções, como raiva, 
nojo, surpresa.
Dos 13 aos 24 meses, aprimoram as demonstrações de amor e desagrado, com 
beijos, abraços e também birras e manha. De maneira indireta, demonstram ci-
úme, ansiedade, autoconfiança, orgulho e frustração. Um princípio de empatia 
aparece quando tentam consolar crianças e adultos em suposto sofrimento.
Dos 25 aos 36 meses, há uma variedade de emoções ao longo do dia e o medo 
aparece muitas vezes, principalmente na hora de dormir.
Segunda Infância Dos 3 aos6 anos
Querem a ser o centro das atenções e tentam controlá-las para agradar o adul-
to ou outra intenção. Aprendem a esconder sentimentos.
Terceira infância Dos 6 aos11 anos
O autoconceito e a compreensão das emoções tornam-se mais complexos; a 
autoestima é global. Aumentam a independência. a iniciativa, o autocontrole 
e os cuidados consigo mesmo. Desenvolve-se a identidade de gênero. O brin-
car torna-se mais imaginativo e também serve como uma maneira de avaliar 
como lidam com as emoções. (PAPALIA, 2007)
Fonte: Adaptado de PAPALIA, et al; 2007
13
UNIDADE 
O que são Competências Socioemocionais:
Histórico e Desenvolvimento Humano?
A adolescência, período que vai dos 11 até aproximadamente os 20 anos, é uma espécie 
de transição entre infância e vida adulta. Segundo Davis (1982), essa transição representa 
um período marcado por confusões emocionais, conflitos e crises que podem variar de in-
tensidade para cada adolescente, tendo em vista que 
há uma mudança não somente no corpo, mas no 
status social vivenciado pelo adolescente. Há uma 
busca da identidade, o que inclui a sexualidade.
Papalia et al. (2007) dividem a idade adulta em 
duas etapas. Consideram adulto jovem a pessoa 
de 20 a 40 anos, época em que traços e estilos 
de personalidade tornam-se relativamente estáveis, 
ainda que as mudanças na personalidade possam 
ser influenciadas pelas etapas e pelos eventos de 
vida, como casamento, filhos e consolidação da 
vida profissional. A maioria das pessoas casa-se 
e tem filhos, mesmo que na atualidade não seja 
uma regra, devido a várias mudanças em valores 
e estilos de vida, o que também exige segurança e 
domínio das emoções para lidar com as incertezas 
do século XXI.
O adulto de meia idade, dos 40 aos 65 anos, tem as emoções envolvidas por outros 
conflitos. Há uma constante no desenvolvimento do senso de responsabilidade, por ser 
uma época em que ainda há o cuidado com os filhos e com os pais, que já se apresen-
tam idosos, necessitando de atenção como crianças. As mudanças na dinâmica social 
fazem com que nem sempre os filhos saiam de casa para viver suas vidas com autono-
mia, devido a fenômenos como maternidade e paternidade sem casamento ou inserção 
tardia no mundo trabalho, o que cria conflitos em papeis estereotipados anteriormente. 
É preciso aprender a lidar com a emoção da perda, com a morte de entes queridos, cada 
vez mais próxima.
A SÍNDROME DO NINHO VAZIO
A chamada síndrome do ninho vazio é uma condição caracterizada pelo surgimento de 
um quadro depressivo por parte dos pais (afetando geralmente a mãe) após a saída dos 
filhos de casa, a partir do momento em que eles se tornam independentes, partindo 
para outra moradia.
Habitualmente, a Síndrome do ninho vazio é pontual, ou seja, possui hora certa para ser 
findada, sendo que sua duração se estende do instante de separação dos filhos até o es-
tabelecimento de uma nova ordem familiar. Todavia, caso a tristeza presente na síndrome 
se prolongue e vier acompanhada por ausência de objetivos, pode transformar-se em de-
pressão. Além disso, existe um fato que agrava ainda mais a situação no caso das mulheres 
já maduras: a menopausa, uma vez que essa faz com que a mulher se sinta envelhecida, 
sem função reprodutora, com auto-estima baixa e sua imagem refletida no espelho não 
lhe agrada mais, resultando em uma mulher emocionalmente abalada (MELDAU, 2006). 
Figura 5
Fonte: Getty Images
14
15
A Velhice ou Terceira Idade, após os 65 anos, vem ganhando configurações e ge-
rando emoções diferentes nas últimas décadas, tendo em vista as mudanças de compor-
tamento, a longevidade e o novo significado dado à velhice. A busca de um significado 
para a vida assume importância central numa época em que é necessário enfrentaras 
perdas pessoais e a morte iminente. Uma delas é a perda da identidade profissional 
ocasionada pela aposentadoria, que pode oferecer novas opções para a utilização do 
tempo, ou outras maneiras de exercer atividade profissional. Assim, o indivíduo precisa 
dar novo significado à vida em meio a emoções que envolvem medo, frustração e inse-
gurança diante de tantas mudanças internas e externas.
15
UNIDADE 
O que são Competências Socioemocionais:
Histórico e Desenvolvimento Humano?
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Inteligências múltiplas: a teoria na prática
GARDNER, H. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médi-
cas, 1995.
Desenvolvimento humano
PAPALIA, D.; OLDS, S.; FELDMAN, R. Desenvolvimento humano. Trad. Daniel Bueno.
Porto Alegre: Artmed, 2006.
 Vídeos
Competências socioemocionais
SANTOS, M. Competências socioemocionais. 2014. 13 min.
https://youtu.be/mPdEkpATqss
Inteligências, competênciase habilidades
ANTUNES, C. Inteligências, competênciase habilidades. 2017. 4 min. 32.
https://youtu.be/V0oqZBkMavQ
 Leitura
Construindo competências: Entrevista com Philippe Perrenoud, Universidade de Genebra
GENTILE, P; BENCINI, R. Construindo competências: Entrevista com Philippe 
Perrenoud, Universidade de Genebra. Nova Escola. Setembro/2000.
https://bit.ly/2yem9We
16
17
Referências
ANTUNES, C. Inteligências, competências e habilidades. 2017. 4 min. 32”. Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=V0oqZBkMavQ>. Acesso em: 25 mar. 2020.
________. Inteligências, competênciase habilidades. 2017. 4 min. 32”. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=V0oqZBkMavQ>. Acesso em: 20 mar. 2020.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC): Educação é a base. Brasília: 
MEC/CONSED-UNDIME, 2017.
BRUENING, P. A história, os pilares e os objetivos da educação socioemocional. 
Revista Educação. Edição 251. 01 de agosto de 2018. Disponível em: <https://
www.revistaeducacao.com.br/historia-os-pilares-e-os-objetivos-da-educacao-
socioemocional/>. Acesso em: 20 dez. 2019.
CASARIN, T. O que são competências socioemocionais? Rio de Janeiro, 2018. 
Disponível em: <https://www.toniacasarin.com.br/socioemocionais-para-educadores/>. 
Acesso em: 30 dez. 2019.
CURY, A. 4 livros sobre Inteligência Emocional que você precisa ler já. Menthes: Método 
Augusto Cury. 20 agosto 2018. Disponível em: <https://menthes.com.br/4-livros-sobre-
inteligencia-emocional-que-voce-precisa-ler-ja/>. Acesso em: 02 jan. 2020.
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