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FUNDAMENTOS-DE-PSICOPEDAGOGIA-E-PSICOMOTRICIDADE-E-RECREAÇÃO-DINÂMICA-DE-JOGOS

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1 
 
 
FUNDAMENTOS DE PSICOPEDAGOGIA E 
PSICOMOTRICIDADE E RECREAÇÃO - DINÂMICA DE JOGOS 
1 
 
 
Sumário 
 
INTRODUÇÃO 3 
Surgimento de psicopedagogia e seu conceito 4 
Psicopedagogia 9 
A contribuição da psicopedagogia 21 
Objetivos da psicopedagogia do desenvolvimento 24 
Histórico da psicomotricidade 27 
O que é psicomotricidade 29 
História da Recreação 37 
Recreação e Ludicidade 41 
Recreação e Lazer 43 
Recreação e Ócio 45 
Recreação, Atividade Física e Esporte 46 
CONCLUSÃO 48 
REFERENCIAS 50 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
A psicopedagogia como ciência tem se desenvolvido ao longo do século XIX, 
com vultos isolados ao longo da Europa, como Jacques Lacan, Maud Mannoni, 
Fraçoise Doito, Janine Mery, franceses, e na América do Sul com os argentinos, 
George Mauco, Pichón-Riviére, que procuraram sistematizar essa ciência tão nova 
para a humanidade. 
A Psicopedagogia não nasceu aqui e nem tampouco na Argentina, 
investigando a literatura sobre o tema, podemos verificar que a preocupação com os 
problemas da aprendizagem teve origem na Europa, ainda no século XIX. 
Inicialmente, pensarem sobre o problema os filósofos, os médicos e os educadores. 
(BOSSA, 1992). Como disciplina de ensino superior é vista como interdisciplinar, pois, 
possui multifacetas de várias disciplinas que se interligam de forma concreta. 
A ciência psicopedagógica é tão nova que a Associação Brasileira de 
Psicopedagogia está lutando diante do Ministério da Educação para profissionalizar 
o psicopedagogo, que até hoje ainda, não possui um reconhecimento como 
profissional especializado na ciência pedagógica, assim como é o psicólogo e o 
pedagogo. 
A tarefa nesse trabalho científico é mostrar parâmetros simétricos entre 
psicopedagogia e psicomotricidade, o que possui em comum, ou ainda o que uma 
ciência pode contribuir para a formação da outra. 
´´Se é preciso fazer falar a criança, é porque ela nos escapa e não nos revela 
o que ela é. Ora, numa pesquisa, não se pode partir do nada. Se a experiência é aqui 
o que a própria criança revela, então é uma experiência demasiadamente pobre para 
o psicólogo se contente com ela e possa simplesmente iniciar, com proveito, a sua 
pesquisa. Pois , “em psicologia como em física, não existem “fatos” puros, se entende 
por “fato” um fenômeno apresentado ao espírito pela própria natureza, independente 
das hipóteses que permitiram interrogá-la, dos princípios que regulam a interpretação 
da experiência e do contexto sistemático de proposições anteriores no qual o 
observador insere, por meio de espécie de preligação, toda a verificação nova” 
(PIAGET, ob. cit., pág XXXII).´´ 
4 
 
 
Surgimento de psicopedagogia e seu conceito 
 
 
 
A escola, fruto da Revolução Francesa, surge como instituição através do 
estado democrático burguês. Originou-se uma relação intima entre ambos e a 
sociedade (Gonçalves, 200, p.2). Já em todo século XIX, a escola se comprometeu 
criar sistema que justificam o poder da burguesia, para que os mesmos somente 
escrevessem o seu papel de proletariados e continuavam a dar lucros (na época da 
Revolução Industrial). 
A educação no Brasil nessa época, também teve algumas iniciativas com a 
vinda dos Jesuítas no período colonial, mas com a chegada da corte que se consolida 
somente a serviço da classe dominante só começa a ter mudanças com a chegada 
do século XX, através do advento do estado socialista que aconteceu na Revolução 
Russa (1917). Com a divisão do capitalismo/socialista acontecido na metade do 
século XX, acentuou-se com a “guerra fria”, enquanto isso as idéias marxistas lutavam 
por uma “educação de base” para todos. 
No século XVIII, não existia conceito de aprendizagem e de dificuldades de 
aprendizagem, essa dificuldade eram conhecidas como doenças mentais, explicadas 
pela concepção sobrenatural. No final do século XIX e inicio do século XX, aconteceu 
5 
 
 
às explicações pré-científicas. Posteriormente apareceram as escolas psicológicas 
contemporâneas, o estruturalismo de Wundt e Titchmer; a psicanálise de Freud; o 
funcionalismo de Dewey e Woodewort, entre outros. 
Escolas essas que consideram o consciente, o estímulo, a estrutura, … como 
a única causa e suficiente. Na década de 30, aconteceu o último período, o período 
chamado de interação de idéias, chamou-se assim porque vários cientistas 
abandonaram seus propósitos mergulhando nos conhecimentos de outros 
(Gonçalves, 2000, p.04). Nessa época, (1930) houve a guerra civil Espanhola, foi 
então que muitos intelectuais emigraram para a América do Sul, entre eles o José 
Ortega Y Gasset, que residiu em vários lugares na América. Trouxe consigo a 
renovação de conceitos e métodos intelectuais que foi conseqüência da segunda 
Guerra Mundial. Nessa época, nos anos 40 e 45, psicanalistas europeus buscavam 
na América do Sul, divulgaram na Argentina práticas e conhecimentos. Houve nos 
anos 70 e 80 repressões e intimidação na Argentina, milhares de pessoas 
desapareceram principalmente os intelectuais que começaram com “psi”, psicólogo, 
Psicopedagogia…, mesmo assim, os intelectuais levaram seus conhecimentos a 
vários lugares, quem estava enclausurado refletiram, investigavam e produziam 
escritas. Foram elaborados conceitos, diagnósticos, assistenciais e preventivos, 
individuais e grupais, além disso, elaborou esquema evolutivo da aprendizagem, o 
processo diagnóstico, a matriz do pensamento diagnóstico individual, o quadro 
monográfico das dificuldades de aprendizagem e critérios de seleção de grupos de 
tratamento psicopedagógico. (GONÇALVES, 2000, p.03). 
Segunda a autora, a Psicopedagogia tinha duas unidades de análise o 
indivíduo e o grupo. Usavam essas análises para desencadear a industrialização, já 
no Brasil, estudavam os mecanismos de aprendizagem das já comunidades carentes. 
Na década de 1970, foi criado o Centro de Estudos Psicopedagogicos em Buenos 
Aires, organizando quatro departamentos: docência, assistência, investigação e 
publicações e os mesmos desenvolveram distintos graus de desenvolvimentos de 
disputamento que mais desenvolveu depois a assistência, publicações e 
investigações. 
 
 
6 
 
 
Alguns cursos de psicopedagogia e operativos deram início nos anos 1982 ao 
Centro de Estudo Psicopedagógico do Rio de Janeiro – CEPERS, em 1988 o CEP 
em Curitiba, em 1992 o CEP em Salvador e recentemente foi criado o Centro de 
Estudos Psicopedagógicos em Belo Horizonte, MG. Segundo Pego (2004. p.12) a 
origem da Psicopedagogia mostra uma área de atuação integrativa, que abarca 
conhecimentos de diferentes áreas, com a finalidade de resolver problemas que 
atinge a aprendizagem, ou seja, psicopedagogia é conhecimento que atua no 
processo de aprendizagem,tem como sujeito de estudo, o ser cognoscente, isto é, é 
aquele que se direciona a realidade e dali retira o saber. 
Em tempos primórdios, com nos ressalta (GONÇALVES, 2000, p.2), a 
psicopedagogia atuava para resolver problemas na dificuldade de aprendizagem e no 
fracasso escolar, nessa virada de século favorece ao educando apropriar-se de 
conhecimentos, exigindo uma nova postura na educação, o de que o ensinante 
conduza o seu aprendente a uma construção do conhecimento que envolva uma série 
de atribuições, permitindo a exploração de suas habilidades o que vai favorecer um 
aprimoramento em seu crescimento intelectual e nas suas aptidões. 
 Adrentando nesse vasto cenário de aprender a aprender a criar e redirecionar 
é que então o psicopedagogo. Portanto, a psicopedagogia apresenta estrutura de 
novos territórios educativos, possa elaborar novas ações, propostas no aqui/fazer e 
isso podem acontecer através da transformação, ou seja, as práticas pedagógicas 
devem ser adequadas para construir, informações, conhecimentos, ser flexível e ter 
curiosidade nos processos de diferentes racionalidades, tecnologia e linguagens. 
Além disso, a psicopedagogia tem um vasto catebral teórico e diferentes fatores para 
basear-se e explicar eventuais entraves no processo de aprendizagem, somente 
assim poderá investigar a origem dessa dificuldade e compreendê-la como a mesma 
e compreendê-la como a mesma processa, BEYER citando (Rubinstein, 1992, p.103). 
Com a necessidade de mudanças no processo de ensino-aprendizagem, a 
educação transformou-o em desafio global para todos os países do 1º, 2º e 3º mundo. 
Através do acompanhamento da evolução tecnológica e com o intuito de preparar um 
novo cidadão, aquele que dê conta da realidade emergente, trouxe novamente à tona 
a reflexão sobre o sistema educativo e junto veio à responsabilidade de formar 
cidadãos que saibam enfrentar os desafios modernos. Nessa virada de século é 
importante ressaltar que a educação exige uma nova postura, devido às mudanças e 
7 
 
 
a qualidade que a escola oferece a comunidade. Por não produzir resultados 
eficientes através das práticas pedagógicas, houve perdas qualitativas e graves 
prejuízos para o sistema educacional. Acredita-se, que o trabalhar do educador 
psicopedagogo na escola, poderá caracterizar possibilidades de reflexões, 
observações e mudanças, que examinarão diferentes caminhos para produzir 
conhecimento sem que haja culpado pelo fracasso escolar. 
(…) (in. SARGO: 1994 p.100), pois, o objetivo é de (…) restaurar a relação que 
fundamentará a relacionamento do ensinante/aprendiz na busca do conhecimento 
(…) (in: SARGO, 1994, p.101). O momento mais importante da formação escolar de 
uma pessoa, assim como a invenção da escrita foi o momento mais importante da 
história da humanidade. 
 Desde 1997, tramita no Congresso Federal um Projeto de Lei para 
regulamentar a profissão de psicopedagogo, com a contribuição de novos 
profissionais na educação poderá mudar a realidade escolar. Nesse século XXI, o 
psicopedagogo exerce papel importante para formação profissional e que alcançados 
ou projetados. 
É um profissional pós-graduado, em multi especialista em aprendizagem 
humana, tem conhecimento de diversas áreas que o ajudam a intervir ou para sanar 
possíveis dificuldades. Segundo Gonçalves (2000, p.02) o psicopedagogo sempre 
esta em formação continua, através de sessões de supervisão e em grupos de 
tratamento psicopedagógico. No Brasil, a associação Brasileira de psicopedagogia é 
a categoria que luta e cuida dessa classe, continua revisando a teórico, metodologia 
do conhecimento psicopedágogico. 
Para que o professor exerce essa profissão, o mesmo deve ter uma formação 
pessoal, ou seja, o profissional deve saber tomar decisões para desenvolver 
competências e habilidades, voltadas bpara o profissionalismo e exercer 
conscientemente uma práxis que seja dinâmica, que tenha tensões, dilemas e 
desafios. Portanto, o Projeto de Lei elaborado o perfil do psicopedagogo como um 
diagnosticador e responsável pela intervenção dos problemas de aprendizagem, de 
ter saber diversidade, ou seja, conhecer várias áreas do conhecimento humano. 
 O psicopedagogo deve ter formação em vários cursos de especialização e em 
nível pós-graduação. É importante ressaltar que o psicopedagogo, deve ter uma 
8 
 
 
postura integrativa, levando em conta não postura não só o distúrbio orgânico, como 
também o afetivo e o emocional, os mesmos ajudam na cura do processo dificuldade 
de aprendizagem. 
 
Segundo Figueiral (2004, p.13): (…) a interação psicopedagógica vem 
ocorrendo na assistência ás pessoas que apresentam dificuldades de aprendizagem, 
através do diagnóstico e da terapêutica. Nos ressaltos de Figueiral, a psicopedagógia 
está voltada para o desenvolvimento das funções cognitivas do aluno, ou seja, a 
psicopedagogia tem como meta desbloquear e canalizar o aluno para o aprendizado, 
isso só ocorre quando são detectadas possíveis perturbações no processo de 
aprendizagem. 
É nesse sentido que aos poucos, a intervenção vai tratando de problemas da 
aprendizagem, como também tenta eliminar os transtornos instalados, em um 
procedimento clínico. Entretanto, essa transformação só ocorrerá, quando o professor 
pedagogo e o psicopedagogo, tornando-o ferramenta poderosa nesse projeto 
terapêutico, deixando de ser o difusor do conhecimento e vivendo o fazer pedagógico 
para estimular a aprendizagem. Quando a intervenção e feita em parceira pedagogo, 
psicopedagogo e os pais possibilitam ao educando uma aprendizagem 
enriquecedora. Para PAIN (1986, p.17) o psicopedagogo tem o papel de levar a 
equipe da instituição a observa o ambiente, para depois traçar diferentes caminhos, 
possibilidades e partir para a mudança. 
 
9 
 
 
Psicopedagogia 
 
Perfil do Psicopedagogo(a) – O psicopedagogo(a) nasceu da necessidade de 
atender as crianças com dificuldades na área da aprendizagem.Tem como objeto de 
estudo o processo de aprendizagem, seus recursos diagnósticos, corretores e 
preventivos. Vários aspectos devem ser considerados na compreensão deste 
processo como: os afetivos, os cognitivos e os sociais, que interferem no aprender 
humano. 
 
 
 FUNDAMENTOS DA PSICOPEDAGOGIA 
 
 “A Psicopedagogia é uma nova área de atuação profissional que busca uma 
identidade, e que requer uma formação de nível interdisciplinar, o que já é sugerido 
no próprio termo Psicopedagogia”. (Bossa, 1995, p.31) 
 
 Breve Histórico da Psicopedagogia 
Os primeiros centros Psicopedagógicos foram fundados na Europa (1946) por 
Boutonier e George Mauco, com direção médica e pedagógica unindo conhecimento 
10 
 
 
na área da Psicologia, Psicanálise e Pedagogia, onde tentavam readaptar crianças 
com comportamentos socialmente inadequados na escola ou no lar, e atender 
crianças com dificuldades de aprendizagem apesar de serem inteligentes (BOSSA, 
2000, p39). 
Esta corrente europeia influenciou a Argentina. Buenos Aires foi a primeira 
cidade a oferecer o curso de psicopedagogia. 
A Psicopedagogia chegou ao Brasil, na década de 70, com a colaboração de 
Jorge Visca. Nessa década já havia algum movimento científico / acadêmico em Porto 
Alegre. 
Os primeiros cursos formais de Psicopedagogia eram denominados de 
Reeducação Psicopedagógica, Psicopedagogia Terapêutica, Dificuldades Escolares, 
entre outros. Esses cursos ocorreram primeiramente em Porto Alegre, Rio de Janeiro 
e São Paulo. 
 
 O percurso da Psicopedagogia brasileira foi: 
 
o Associação Estadual de Psicopedagogos de São Paulo (1980), 
posteriormente Associação Brasileira de Psicopedagogia (1985), 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 Conceitos 
 
 
Segundo o Dicionário Aurélio, é definido como “aplicação da psicopedagogia 
experimental à pedagogia”. 
Bossa diz que a psicopedagogia, como área de aplicação, antecede o status 
de área de estudos, aqual tem procurado sistematizar um corpo teórico prático 
próprio, definir o seu objeto de estudo, delimitar o seu campo de atuação, e para isso 
recorrer à Psicologia, Psicanálise, Linguística, Fonoaudiologia, Medicina e a 
Pedagogia. 
Para Maria M. Neves, “ falar sobre psicopedagogia é, necessariamente, falar 
sobre a articulação entre educação e psicologia, articulação essa que desafia 
estudiosos e práticos dessas duas áreas”. 
 
Para Kiguel, que também tem contribuído nesse processo de construção do 
saber psicopedagógico, “historicamente a Psicopedagogia surgiu na fronteira entre a 
Pedagogia e a Psicologia, a partir das necessidades de atendimento de crianças com 
distúrbios de aprendizagem”, afirma ainda que o fracasso escolar não é só 
Pedagógico e psicológico, mas também da desnutrição. 
Scoz, diz que o objeto de estudo da psicopedagogia deve ser entendido a partir 
de dois enfoques: preventivo e terapêutico. O primeiro considera o objeto do estudo 
de psicopedagogia o ser humano em desenvolvimento enquanto educável, e o 
12 
 
 
segundo uma identificação, análise, elaboração de uma metodologia de diagnóstico 
e tratamento das dificuldades de aprendizagem. 
Do ponto de vista de Weiss, “a psicopedagogia busca a melhoria das relações 
com a aprendizagem, assim como a melhor qualidade na construção da própria 
aprendizagem de alunos e educadores”. 
Segundo Jorge Visca, a psicopedagogia, perfilou-se como um conhecimento 
independentemente e complementar, possuída de um objeto de estudo – o processo 
aprendizagem – e de recursos diagnósticos, corretos e preventivos próprios. 
Para Bossa a psicopedagogia estuda as características da 
aprendizagem humana: como se aprende, como essa aprendizagem varia 
evolutivamente e está condicionada por vários fatores, como se produzem as 
alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. 
Atualmente a psicopedagogia trabalha com uma concepção de aprendizagem 
de acordo com a relação do sujeito com o meio, suas disposições afetivas e 
intelectuais. Como já vimos anteriormente, na Psicopedagogia pode ser trabalhado o 
clínico e o preventivo. Como preventivo podem ser trabalhadas as questões didático-
metodológicas, bem como a formação e orientação dos professores e 
aconselhamento dos pais. Diminuir e tratar os problemas já instalados. Como clínico, 
o psicopedagogo precisa conhecer o sujeito, quais os recursos de conhecimento que 
ele dispõe e como aprende e produz conhecimento. 
É preciso que o psicopedagogo saiba o que é ensinar e o que é aprender. 
Leda Barone no II Encontro Psicopedagógico enfatiza que o psicopedagogo deve 
assumir a polaridade do seu papel como: 
 
o Levar em conta o papel da família como transmissor de cultura e, matriz dos 
primeiros modelos de aprendizagem; 
o Reconhecer a escola como um espaço onde o sujeito adquire 
conhecimentos que se transformam em saber; 
o Considerar a instituição hospitalar como elemento fundamental na 
realização de diagnósticos para a identificação de dificuldades de aprendizagem; 
13 
 
 
o Favorecer a aprendizagem do sujeito ao assumir novas funções em seu 
contexto de trabalho. 
 
 
O psicopedagogo, no Brasil, ocupa-se das seguintes atividades conforme Lino 
de Macedo: 
 
1 - Orientação de estudos – organizando a vida escolar da criança quando esta 
não sabe fazê-lo espontaneamente como ler um texto, como escrever, como estudar, 
etc. 
 
2 - Apropriação dos conteúdos escolares – propiciar o domínio de disciplinas 
escolares que a criança não vem atingindo bons resultados; 
 
3 - Desenvolvimento do raciocínio – Os jogos são muito utilizados, criando um 
contexto de observação e diálogo sobre processos de pensar e de construir o 
conhecimento. 
 
14 
 
 
4 - Atendimento a criança – Atende a deficientes mentais, autistas, hiperativos 
ou com comportamentos orgânicos mais graves, podendo até substituir o trabalho da 
escola. 
 
Para Alicia Fernández, esse saber só é possível com uma formação que se 
oriente sobre três pilares: 
 
o Prática clínica: em consultório individual, grupal e familiar; 
 
o Construção teórica: permeada pela prática; 
 
o Tratamento psicopedagógico-didático: construção do olhar e da escuta 
clínica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 Quem é o Psicopedagogo 
 
 
Síntese extraída do Projeto de Lei nº 3124/97 do Deputado Barbosa Neto que 
regulamenta a profissão do Psicopedagogo.Poderão exercer a profissão de 
Psicopedagogo no Brasil os portadores de certificado de conclusão em curso de 
especialização em Psicopedagogia em nível de pós-graduação, expedido por 
instituições devidamente autorizadas nos termos da legislação pertinente. 
 
 O Psicopedagogo 
 
1. Possibilita intervenção visando à solução dos problemas de aprendizagem 
tendo como enfoque o aprendiz ou a instituição de ensino público ou privado; 
 
16 
 
 
2. Realiza o diagnóstico e intervenção psicopedagógica, utilizando métodos, 
instrumentos e técnicas próprias da Psicopedagogia; 
 
3. Atua na prevenção dos problemas de aprendizagem. 
 
4. Desenvolve pesquisas e estudos científicos relacionados ao processo de 
aprendizagem e seus problemas; 
 
5. Oferece assessoria aos trabalhos realizados em espaços institucionais; 
 
6. Orienta, coordena e supervisiona cursos de especialização de 
psicopedagogia, em nível de pós-graduação expedidos por instituições, devidamente 
autorizadas ou credenciadas nos termos da legislação vigente 
 
 TEORIAS QUE EMBASAM O TRABALHO PSICOPEDAGÓGICO 
 
 
Conhecer os fundamentos da Psicopedagogia requer refletir sobre suas 
origens teóricas, revisando os impasses conceituais na ação da Pedagogia e da 
Psicologia no processo ensino-aprendizagem, os quais envolvem tanto o social 
quanto o individual, tanto transformadores quanto reprodutores. 
17 
 
 
A psicopedagogia ainda se encontra em fase embrionária e seu corpo teórico 
encontra-se em plena construção. A cada dia surgem novas ideias, novas situações 
e mais transformações. 
Bossa diz que podemos caracterizar a psicopedagogia como uma área de 
confluência do psicólogo (a subjetividade do se humano como tal) e do educacional 
(atividade especificamente humana, social e cultural). (200,p.28). O psicopedagogo 
ensina como aprende e, para isso, necessita aprender o aprender e a 
aprendizagem. 
Na aprendizagem o indivíduo ao se apropriar de conhecimentos e técnicas, 
constrói na sua interiorização um universo de representações simbólicas. 
Historicamente, a Psicopedagogia nasceu para atender a patologia da 
aprendizagem, uma vez que acredita que muitas dificuldades de aprendizagem se 
devem a inadequação da psicopedagogia institucional e familiar. Devido a 
complexidade do seu objeto de estudo são importantes à Psicopedagogia 
conhecimentos específicos de diversas outras teorias, as quais incidem sobre os seus 
objetos de estudos: 
Como seres humanos, nos diferenciamos pela nossa capacidade de aprender, 
mudar, fazer história, na qual o pensar alicerça esse processo de mutação. Pensar 
envolve duvidar, perguntar, questionar. É uma maneira de investigar, pesquisar o 
mundo e as coisas, por isso mesmo encerra algo que perturba, provoca mal-estar, 
insegurança, porque aquilo que nos parecia seguro foi atingido em nosso 
pensamento. 
A Epistemologia e a Psicologia Genética se encarregam de analisar e 
descrever o processo construtivo do conhecimento pelo sujeito em interação com os 
outros e com os objetos. 
A linguística traz a compreensão da linguagem como um dos meios que 
caracterizam tipicamente o humano e cultural: a língua enquanto código disponível a 
todos os membros de uma sociedade e a fala como fenômeno subjetivo, evolutivo e 
historiado de acesso a estrutura simbólica. 
A Pedagogia contribui com as diversas abordagens do processo ensino-
aprendizagem, analisando-o do ponto de vista de quem ensina.18 
 
 
Os fundamentos na Neuropsicologia possibilitam a compreensão dos 
mecanismos cerebrais que subjazem ao aprimoramento das atividades mentais, 
indicando-nos a que correspondem do ponto de vista orgânico, todas as evoluções 
ocorridas no plano psíquico. 
Neste trabalho de ensinar e aprender, o psicopedagogo recorre a critérios 
diagnósticos no sentido de compreender a falha na aprendizagem. A investigação 
diagnóstica envolve a leitura de um processo complexo: como o individual, o familiar 
atual e passado, o sociocultural, o educacional e a aprendizagem. 
Atualmente, a Psicopedagogia refere-se a um saber, e a um saber a fazer, as 
condições subjetivas e relacionais especialmente familiares e escolares – as 
inibições, atrasos e desvios do sujeito ou grupo a ser diagnosticado. O conhecimento 
psicopedagógico avalia a possibilidade do sujeito, a disponibilidade afetiva de saber 
e de fazer, reconhecendo que o saber é próprio do sujeito. 
O trabalho clínico não deixa de ser preventivo, pois ao tratar alguns transtornos 
de aprendizagem, pode evitar o aparecimento de outros. 
 Na sua função preventiva, cabe ao psicopedagogo: 
 
o Detectar possíveis perturbações no processo de aprendizagem; 
 
o Participar da dinâmica das relações da comunidade educativa, a fim de 
favorecer o processo de integração e troca; 
 
o Promover orientações metodológicas de acordo com as características dos 
indivíduos e grupos; 
 
o Realizar processos de orientação educacional, vocacional e ocupacional, 
tanto na forma individual ou grupal. 
 
19 
 
 
Historicamente, a Psicopedagogia nasceu para atender a patologia da 
aprendizagem, mas está cada vez mais voltada para uma ação preventiva. 
Devido a complexidade do seu objeto de estudo, são importantes à 
Psicopedagogia conhecimentos específicos de diversas outras teorias, as quais 
incidem sobre os seus objetos de estudos: 
 
 CAMPO DE ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA 
 
 
Historicamente tanto na prática preventiva como na clínica, o profissional deve 
estar embasado em referencial teórico na sua função preventiva, onde cabe ao 
psicopedagogo: 
 
o Detectar possíveis perturbações no processo de aprendizagem; 
 
o Participar da dinâmica das relações da comunidade educativa, a fim de 
favorecer processos de integração e troca; 
 
o Promover orientações metodológicas de acordo com as características dos 
indivíduos e grupos; 
20 
 
 
 
o Realizar processos de orientação educacional, vocacional e ocupacional, 
tanto na forma individual quanto em grupo. 
 
 
 O QUE O PSICOPEDAGOGO OBSERVA NO INDIVÍDUO 
 
 o Coordenação motora ampla; 
o Aspectos sensório motor; 
o Dinâmica lateral; 
o Desenvolvimento rítmico; 
o Desenvolvimento motor fino; 
o Criatividade; 
o Evolução do traçado e do desenho; 
o Percepção e discriminação visual e auditiva; 
o Percepção espacial; 
o Percepção Viso-motor; 
21 
 
 
o Orientação e relação espaço – temporal; 
o Aquisição e articulação de sons; 
o Aquisição de palavras novas; 
o Elaboração e organização mental; 
o Atenção e concentração; 
o Expressão plástica; 
o Aquisição de conceitos; 
o Discriminação e correspondência de símbolos; 
o Raciocínio lógico matemático. 
 
A contribuição da psicopedagogia 
 
 
 A psicopedagogia em seu desejo de conhecer mais sobre o outro para poder 
ajudá-lo a vencer suas dificuldades, superar seus problemas de aprendizagem e 
compreender os elementos que interferem nesse processo, em busca da autoria de 
pensamento, tem como o seu maior desafio: aprender a conhecer, aprender a fazer, 
aprender a conviver e aprender a ser. 
A busca do autoconhecimento, a busca da autonomia, permeada pela 
dimensão social, no que se refere aos valores e atitudes, a dimensão pessoal, no que 
se refere aos afetos, sentimentos e preferências dos indivíduos, todos esses fatos 
aliados ao desenvolvimento global explicam a importância crescente da 
22 
 
 
Psicopedagogia que, na sua concepção atual, já nasce com uma perspectiva 
globalizadora condizente com os rumos da aprendizagem nesse século. Ela ocupa 
um espaço privilegiado justamente porque não está em um único lugar. 
Portanto, o olhar, a escuta e as intervenções psicopedagógicas estão voltadas aos 
movimentos subjetivos entre ensinante e aprendente frente ao conhecimento, no 
decorrer da construção do sujeito no ato de aprender, tendo como finalidade a autoria 
do pensamento, que é a descoberta da originalidade, da diferença, da marca, e a 
partir daí , abrir espaços para a criatividade. Aprender significa mudar, crescer, tendo 
o passado como referência para descobrir o futuro e assim construir uma nova 
história, diferente daquela vivida até então: 
 “Necessitamos um modo diferente de analisar a relação entre o futuro e o 
passado para entender o que acontece em todo processo de aprendizagem. Aprender 
é construir espaços de autoria e, simultaneamente, é um modo de ressituar-se diante 
do passado”. (Fernández,2001:69). 
O trabalho psicopedagógico pode ter um caráter preventivo, no sentido de 
reconstruir processos, definir papéis, valorizando novos conhecimentos, novas 
formas de aprender, novas formas de avaliar o conhecimento, pessoas, papéis, 
processos, produtos e objetivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
A Psicopedagogia Clínica e Institucional 
 
Dependendo da natureza da Instituição, a Psicopedagogia pode contribuir 
trabalhando vários contextos: 
— Psicopedagogia Familiar – resgatando a família no papel educacional, 
diferenciando as múltiplas formas de aprender, respeitando as diferenças dos filhos. 
— Psicopedagogia Empresarial – resgatando a visão do todo, 
a função humanística, as múltiplas inteligências, desenvolvendo sentimentos, 
trabalhando a criatividade e resgatando o diálogo. 
— Psicopedagogia Hospitalar– possibilitando o lúdico e as oficinas. 
— Psicopedagogia Escolar 
 
o Diagnóstico da Escola; 
o Busca da identidade da escola; 
o Definições de papéis na dinâmica relacional em busca de funções e 
identidades, diante do aprender; 
24 
 
 
o Instrumentalização de professores, coordenadores, orientadores e diretores 
sobre a prática e reflexões diante de novas formas de aprender; 
o Reprogramação curricular, implantação de programas e sistemas 
avaliativos; 
o Oficinas para vivências de novas formas de aprender; 
o Análise de conteúdos e reconstrução conceitual; 
o Releitura, ressignificando sistemas de recuperação e reintegração do aluno 
no processo; 
o O papel da escola no diálogo com a família. 
 
 Objetivos da psicopedagogia do desenvolvimento 
 
1. Descrição da gênese e mudanças de conduta. 
Consiste na descrição da gênese das condutas psicomotoras, afetivas, 
cognitivas e sociais, e do processo de mudanças dessas condutas ao longo da vida. 
Estabelece relações entre os eventos do ambiente e o comportamento humano. Ex. 
O sorriso. 
Os verdadeiros sorrisos aparecem por volta da terceira semana de vida, 
provocados por estimulação externa, voz humana, chocalho, etc. Na sexta semana o 
estímulo é a face humana e na sétima semana é a familiarização. 
2. Fatores que afetam o desenvolvimento das condutas. 
Refere-se à descoberta de fatores, mecanismos e processos 
responsáveis pelo aparecimento das condutas e das mudanças. 
São genéticos e ambientais como comportamentos inatos ou aprendidos, 
instintivos ou inteligentes, de maturação ou aprendizagem. 
Essa classificação dicotômica coloca a discussão dos determinantes 
25 
 
 
comportamento em duas posições antagônicas: A primeira é que cada pessoa nasce 
com um conjunto de aprendizagem social. 
Os fatores genéticos = estrutura herdada. E a segunda é capacidade de 
organizaçãodo desenvolvimento de cada um. 
O ser humano nasce com um repertório inicial de comportamento e 
capacidades que irão mediar sua interaçãocom o ambiente. Repertório inicial: 
sucção, gustação, tato,visão, audição, são sensíveis ao estímulo fornecido pelo corpo 
da mãe. 
O bebê apresenta desde o nascimento uma organização perceptiva muito 
elaborada que pode ser identificada pela discriminação e preferências por certos 
estímulos visuais e auditivos. A interação, organismo-meio, o conduz ao 
desenvolvimento da relação social. 
O primeiro ano de vida – comunicação basicamente não verbal. 
 
3. Identificação de estágios ou fases no desenvolvimento 
Diz respeito ao estabelecimento de períodos críticos no processo de 
desenvolvimento. 
A maioria dos estudiosos admite que o desenvolvimento humano ocorre por 
estágios ou etapas que se diferenciam pela qualidade da cognição (processo 
integração), do comportamento (resultado das intervenções disciplinares), das 
relações pela qualidade da cognição, do comportamento, das relações afetivas, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 OS CASOS COMUMENTES ENCONTRADOS NA ESCOLA 
 
 
 ANSIOSO – caracteriza-se por ansiedade, depressão, sentimento de 
inferioridade, solidão ou infelicidade. 
 IMATURO – é agitado, descuidado, passivo, falta-lhe iniciativa e interesse. 
Apresenta reações afetivas sem razão aparente, como chorar ou gargalhar;. 
 HIPERATIVIDADE – Tem um tempo de concentração curto, é incansável; 
 EXPLOSIVO – Não controla seus impulsos agressivos, tem atitudes 
destrutivas com relação ao material escolar, resiste a submeter-se a regras. 
AUTISMO – caracteriza-se por respostas anormais e estímulos auditivos ou 
visuais e por problema grave quanto à compreensão da linguagem falada. 
AGRAFIA – Impossibilidade de escrever e reproduzir os seus pensamentos 
por escrito. 
DISCALCULIA – Dificuldade para a realização de operações matemáticas 
usualmente ligadas a uma disfunção neurológica, lesão cerebral, agnosias digitais e 
deficiente estruturação espaço-temporal. 
DISGRAFIA – Escrita manual extremamente pobre ou dificuldades de 
realização dos movimentos motores necessários a escrita. 
 DISLEXIA – A criança é inteligente e criativa, porém, apresenta dificuldades 
de leitura, escrita e soletração. Lê repetidas vezes mas não entende o texto. Tem 
dificuldades para colocar os pensamentos em palavras. Dificuldades de lateralidade . 
Excelente memória para experiências, lugares e rostos. 
27 
 
 
DISORTOGRAFIA – Dificuldade na expressão da linguagem escrita, revelada 
por fraseologia incorretamente construída, normalmente associada a atrasos na 
compreensão e na expressão da linguagem escrita. 
 
 
 
Histórico da psicomotricidade 
 
 
Historicamente o termo "psicomotricidade" aparece a partir do discurso 
médico, mais precisamente neurológico, quando foi necessário, no início do século 
XIX, nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além das regiões motoras. 
Com o desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia, começa a constatar-se 
que há diferentes disfunções graves sem que o cérebro esteja lesionado ou sem que 
a lesão esteja claramente localizada. 
São descobertos distúrbios da atividade gestual, da atividade práxica. 
Portanto, o "esquema anátomo-clínico" que determinava para cada sintoma sua 
28 
 
 
correspondente lesão focal já não podia explicar alguns fenômenos patológicos. É, 
justamente, a partir da necessidade médica de encontrar uma área que explique 
certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela primeira vez, a palavra 
PSICOMOTRICIDADE, no ano de 1870. 
As primeiras pesquisas que dão origem ao campo psicomotor correspondem a 
um enfoque eminentemente neurológico. 
A figura de Dupré, neuropsiquiatra, em 1909, é de fundamental importância 
para o âmbito psicomotor, já que é ele quem afirma a independência da debilidade 
motora (antecedente do sintoma psicomotor) de um possível correlato neurológico. 
Em 1925, Henry Wallon, médico psicólogo, ocupa-se do movimento humano 
dando-lhe uma categoria fundante como instrumento na construção do psiquismo. 
Esta diferença permite a Wallon relacionar o movimento ao afeto, à emoção, ao meio 
ambiente e aos hábitos do indivíduo. íquico. 
Em 1935, Edouard Guilmain, neurologista, desenvolve um exame psicomotor 
para fins de diagnóstico, de indicação da terapêutica e de prognóstico.Em 1947, 
Julian de Ajuriaguerra, psiquiatra, redefine o conceito de debilidade motora, 
considerando-a como uma síndrome com suas próprias particularidades. É ele quem 
delimita com clareza os transtornos psicomotores que oscilam entre o neurológico e 
o psiquiátrico. Com estas novas contribuições, a psicomotricidade diferencia-se de 
outras disciplinas, adquirindo sua própria especifidade e autonomia. 
Na década de 70, diferentes autores definem a psicomotricidade como uma 
motricidade de relação. Começa então, a ser delimitada uma diferença entre uma 
postura reeducativa e uma terapêutica que, ao despreocupar-se da técnica 
instrumentalista e ao ocupar-se do "corpo de um sujeito" vai dando progressivamente, 
maior importância à relação, à afetividade e ao emocional. Para o psicomotricista, a 
criança constitui sua unidade a partir das interações com o mundo externo e nas 
ações do Outro (mãe e substitutos) sobre ela. 
A especificidade do psicomotricista situa-se assim, na compreensão da gênese 
do psiquismo e dos elementos fundadores da construção da imagem e da 
representação de si. O sintoma psicomotor instala-se, quando ocorre um fracasso na 
integração somatopsíquica, conseqüente de fatores diversos, seja na origem do 
29 
 
 
processo de constituição do psiquismo, ou posteriormente em função de disfunções 
orgânicas e/ou psíquicas. A patologia psicomotora é, portanto, uma patologia do 
continente psíquico, dos distúrbios da representação de si cuja sintomatologia pode 
se apresentar no somático e/ou no psíquico. 
 
O que é psicomotricidade 
 
 
A palavra psicomotricidade significa o que para vocês, leitores? 
Provavelmente, ela não é tão inédita em seu vocabulário, mas para conceituar pode 
ser um pouco confuso. De qualquer forma, vale uma curiosidade: o prefixo grego 
psico (psyché = alma, espírito) foi atribuído ao estudo da mente humana ao se juntar 
ao sufixo logo no decorrer da história. A palavra motriz está relacionada a movimento. 
A associação de palavras acima nos dá uma determinada dimensão: 
psicomotricidade pode ser definida em dois aspectos que se interligam, vejamos: 
– psicomotricidade¹: é a ciência cujo objeto de estudo é o indivíduo através 
de seu corpo, relacionando-o ao seu ambiente externo e interno. Entretanto, tudo isso 
considerando o movimento como aspecto fundamental; 
30 
 
 
– psicomotricidade²: ação do sistema nervoso central responsável pela 
criação de uma consciência no indivíduo acerca dos movimentos que realiza por meio 
de parâmetros como a velocidade, o tempo, o espaço e a percepção própria da 
pessoa. 
 
 
 A psicomotricidade no cotidiano 
 
 
Ambos os conceitos estão certos e são completamente úteis na vida de uma 
criança que precisa desenvolver essas habilidades. Na verdade, o especialista da 
área é o profissional mais indicado para oferecer um conjunto de atividades destinado 
ao bem-estar do pequeno. O psicomotricista estabelece uma agenda de tarefas 
elaboradas individualmente para cada caso, uma vez que as demandas são 
exclusivas. 
 
 
 
31 
 
 
 Toda criança precisa de um acompanhamento com psicomotricista 
 
Na verdade, não necessariamente. No decorrer da infância, o pequeno 
desenvolve seus movimentos aliados à noção sensorial, afetiva e intelectual. O 
aspecto cognitivo é crucial nesse processo. Enquanto muitos já desempenham tudo 
isso de forma natural, outros devem promover tais práticas por meio de estímulos. Aí 
está a importância do psicomotricista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 A psicomotricidade na escola 
 
 
 
O ambiente escolar é um dos lugares mais desafiadores para crianças e 
educadores. Dentrode sala de aula existem várias atividades que procuram atrair 
o lúdico com o pedagógico, impulsionando os estudantes a aprimorar cada vez mais 
pontos determinantes para sua vida, como a coordenação motora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
 A psicomotricidade em casa 
 
 
Dentro de casa também há espaço para desenvolver as habilidades 
pertinentes a este aspecto. É importante que os pais estejam por dentro das 
orientações do especialista para executar algumas tarefas em casa. 
 
 Alguns objetivos da psicomotricidade 
 Induzir a capacidade de percepção por meio do conhecimento dos movimentos 
e da resposta corporal; 
 Motivar as crianças na descoberta de suas expressões, além de impulsionar a 
ação criativa e da emoção; 
 Estabelecer a consciência e o respeito ao espaço de outras pessoas; 
 Estimular a coordenação motora de acordo com o objetivo desejado da 
criança; coordenação motora fina e grossa; 
 Reforçar a valorização da autoestima e da identidade própria; 
 Desenvolver a capacidade sensorial em relação ao ambiente externo; 
 Induzir a confiança em si mesma (na criança); 
 Trabalhar a comunicação para a interação social; 
34 
 
 
 Algumas atividades que desenvolvem a psicomotricidade 
 Rolar, engatinhar, andar com um pé só, andar para os dois lados, pular, fazer 
cambalhota, brincadeiras com os dedos, entre outras. 
 
A psicomotricidade é um tipo de terapia que trabalha com indivíduos de toda 
as idades, mas especialmente crianças e adolescentes, com brincadeiras e 
exercícios para alcançar fins terapêuticos. 
A psicomotricidade é uma ferramenta muito útil para tratar indivíduos com 
doenças neurológicas como a Paralisia cerebral, Esquizofrenia, Síndrome de 
Rett, bebês prematuros, crianças com dificuldades de aprendizagem como a dislexia, 
com atrasos no desenvolvimento, deficientes físicos e indivíduos com problemas 
mentais, por exemplo. 
Esse tipo de terapia dura cerca de 1 hora e pode ser realizada 1 ou 2 vezes 
por semana, contribuindo para o desenvolvimento e aprendizagem infantil. 
 
 
 
35 
 
 
 Objetivos da Psicomotricidade 
 
Os objetivos da psicomotricidade são melhorar os movimentos do corpo, 
a noção do espaço onde onde se está, a coordenação motora, equilíbrio e também o 
ritmo. 
Estes objetivos são alcançados através de brincadeiras como correr, brincar 
com bolas, bonecas e jogos, por exemplo. Através da brincadeira o terapeuta 
psicomotricista, que pode ser o fisioterapeuta ou o terapeuta ocupacional, observam 
o funcionamento emocional e motor do indivíduo e utiliza outras brincadeiras para 
corrigir as alterações à nível mental, emocional ou físico, de acordo com a 
necessidade de cada um. 
 
 Atividades Psicomotoras para o desenvolvimento infantil 
Na psicomotricidade existem alguns elementos que devem ser trabalhados 
como tônus da postura, repouso e sustentação, além do equilíbrio, lateralidade, 
imagem corporal, coordenação motora, e estruturação no tempo e no espaço. 
Alguns exemplos de atividades psicomotoras que podem ser usadas para 
alcançar estes objetivos são: 
36 
 
 
 
 
1. Jogo da amarelinha: é bom para treinar o equilíbrio num pé só e a 
coordenação motora; 
2. Andar sobre uma linha reta desenhada no chão: trabalha o equilíbrio, 
coordenação motora e identificação corporal; 
3. Procurar uma bolinha de gude dentro de uma caixa de sapato cheia de papel 
amassado: trabalha a lateralidade, coordenação motora fina e global 
e identificação corporal; 
4. Empilhar copos: é bom para melhorar a coordenação motora fina e global, e 
identificação corporal; 
5. Desenhar a si mesmo com canetas e com tinta guache: trabalha a 
coordenação motora fina e global, identificação corporal, lateralidade, 
habilidades sociais. 
6. Jogo - cabeça, ombro, joelhos e pés: é bom para trabalhar a identificação 
corporal, atenção e foco; 
7. Jogo - escravos de Jó: trabalha a orientação no tempo e no espaço; 
8. Jogo da estátua: é muito bom para orientação espacial, esquema corporal e 
equilíbrio; 
37 
 
 
9. Jogo da corrida do saco com ou sem obstáculos: trabalha orientação 
espacial, esquema corporal e equilíbrio; 
10. Pular corda: é ótimo para trabalhar a orientação no tempo e no espaço, além 
de equilíbrio, e identificação corporal. 
 
Estas brincadeiras são excelentes para ajudar no desenvolvimento infantil e 
podem ser realizadas em casa, na escola, parques infantis e como forma de terapia, 
quando indicados pelo terapeuta. Normalmente cada atividade deve estar relacionada 
com a idade da criança, porque bebês e crianças com menos de 2 anos não irão 
conseguir pular corda, por exemplo. 
Certas atividades podem ser realizadas com apenas 1 criança ou em grupo, e 
as atividades em grupo são boas para ajudar na interação social que também é 
importante para o desenvolvimento motor e cognitivo na infância. 
 
 
História da Recreação 
 
 
Segundo Gomes e Elizalde (2012),[3] a principal abordagem remete 
inevitavelmente aos Estados Unidos. Para compreender a recreação como um 
fenômeno social/educativo, é necessário retroceder ao final do século XIX, quando 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Recrea%C3%A7%C3%A3o#cite_note-3
38 
 
 
ocorreu uma ampla difusão do recreacionismo. Essa proposta propiciou 
a sistematização de conhecimentos e metodologias da intervenção para crianças, 
jovens e adultos. Esses conhecimentos fundamentam-se na sistemática da recreação 
dirigida, que fomentou a criação de espaços próprios para a prática de atividades 
recreativas consideradas saudáveis, higiênicas, moralmente válidas, produtivas e 
vinculadas à ideologia do progresso. 
Baseando-se nos estudos de R. V. Russell, Salazar Salas salienta que a 
recreação foi constituída nos Estados Unidos a partir de duas frentes que promoviam 
o jogo para a população infantil e que foram crescendo e envolvendo os governos 
locais e nacional, assim como pessoas que formaram organizações, buscaram fundos 
e escreveram textos com o seguinte objetivo: 
“ Educar as pessoas a usar positivamente seu tempo 
livre. A filosofia dessa época era ajudar as pessoas mais 
necessitadas e sem educação. É por isso que a filosofia e a 
missão original da recreação estadunidense se centraram em 
oferecer atividades que enriquecessem e melhorassem a 
qualidade de vida das pessoas participantes. ” 
Uma dessas frentes foi caracterizada pela criação de Hull Houses, que eram 
casas comunitárias encarregadas de oferecer diversos serviços sociais: aulas, 
informações relacionadas aos direitos civis e ao trabalho, serviços de enfermagem e 
atividades recreativas baseadas no desenvolvimento de jogos para as crianças 
menores; esportes e clubes sociais para crianças e adolescentes; e programas 
culturais para as pessoas adultas. A autora ressalta que a primeira Hull House foi 
criada por Jane Addams e Ellen Starr, sendo a iniciativa desenvolvida em Chicago e 
tendo sido fundadas mais de 300 em outras cidades. Nessa época, os Estados Unidos 
passavam por um intenso processo de industrialização e de urbanização, havendo 
poucas áreas livres para o desenvolvimento de atividades recreativas. 
A outra frente que constitui as origens da recreação norte-americana está 
relacionada com a criação de playgrounds (parques infantis), que, posteriormente, 
serviram como modelo para os centros de recreação, praças de esportes e jardins de 
recreio difundidos por vários países latino-americanos (Gomes e Elizalde, 2012). 
39 
 
 
 No Brasil 
 
No Brasil, os registros do brasileiro Frederico Gaelzer, feitos nas primeiras 
décadas do século XX, são uma das evidências dessa afirmação. Com o apoio 
da Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, Gaelzer passou um longo período 
nos Estados Unidos (1919-1925) se qualificando em educação física, esporte e 
recreação. No relatório escrito por Gaelzer e enviado aos diretores da ACM de sua 
cidade, com data de 16 de setembro de 1919,o autor destaca que os 800 
participantes dos cursos ministrados pela ACM de Chicago estavam reunidos 
pacificamente sob o mesmo ideal. Os participantes desses encontros, segundo 
Gaelzer, eram de 25 nacionalidades diferentes, sendo todos possuidores da 
mesma moral pura e sã requerida pela ACM. Muitos desses 800 participantes 
deveriam ser latino-americanos, contribuindo de forma decisiva para a difusão da 
recreação por diversos países da América Latina. Obviamente, muitas práticas 
recreativas como os jogos e outras formas de diversão já existiam, mas, nesse 
momento, foram sistematizadas como parte integrante de um conceito de recreação 
elaborado nos Estados Unidos. 
É necessário esclarecer que, em suas origens norte-americanas, a recreação 
dirigida foi vista como uma estratégia educativa essencial para promover, sutilmente, 
o controle social. Nesse processo, foi amplamente difundida a ideia de que a 
recreação poderia preencher, racionalmente, o tempo vago ou ocioso com atividades 
consideradas úteis e saudáveis do ponto de vista físico, higiênico, moral e social. Com 
isto, a recreação foi considerada essencial para a formação de valores, hábitos e 
atitudes a serem consolidados, moralmente válidos e educativamente úteis para o 
40 
 
 
progresso das sociedades modernas. Em um primeiro momento, o desenvolvimento 
de eventos, políticas, programas e projetos recreativos foi, e muitas vezes ainda 
continua sendo, direcionado principalmente aos grupos sociais em situação de risco 
ou de vulnerabilidade social, procurando a redução de conflitos sociais e da 
delinquência, a manutenção da paz e da harmonia social, assim como a ocupação 
positiva e produtiva do tempo ocioso. 
Além disso, muitos programas de recreação visavam preencher as horas 
vagas das crianças, jovens, adultos e idosos, colaborando com a constituição de 
corpos disciplinados, obedientes, aptos, produtivos e vigorosos. Nessa perspectiva a 
recreação, em muitas ocasiões, acaba sendo usada como estratégia para esquecer 
os problemas gerados pela lógica excludente que impera nas realidades latino-
americanas. Por sua vez, as diversas acepções da palavra recreação são 
fundamentadas na área de pedagogia, psicologia e, sobretudo, na educação física. 
Essa última área, ao lado do esporte, é a mais associada à recreação, tanto na vida 
cotidiana como nos estudos, cursos, propostas da formação sobre o tema, campo de 
atuação profissional no setor privado, nas organizações de terceiro setor e também 
no âmbito das políticas públicas de vários países latino-americanos. 
 
41 
 
 
 Recreação e Ludicidade 
 
É importante entender que uma vivência recreativa sempre será lúdica. 
Entretanto, um elemento lúdico nem sempre faz parte do universo da recreação. 
Vamos entender melhor esta relação: 
Lúdico, segundo Freinet (1998), pode ser apresentado como: 
“ Um estado de bem-estar que é a exacerbação de 
nossa necessidade de viver, de subir e de perdurar ao longo 
do tempo. Atinge a zona superior do nosso ser e só pode ser 
comparada à impressão que temos por uns instantes de 
participar de uma ordem superior cuja potência sobre-
humana nos ilumina. ” 
Deste modo, o lúdico não está relacionado a uma vivência, dinâmica, 
experiência ou prática, mas a uma sensação, a um estado de espírito, a uma condição 
humana. Podemos ter, por exemplo, uma parede lúdica pelo simples fato de esta 
parede transmitir, a quem olha, uma sensação agradável, divertida, sedutora. 
Podemos ter, em um cardápio de um restaurante, pratos lúdicos por sua 
42 
 
 
apresentação colorida, criativa, estimulante. Podemos, dentro da mesma linha de 
raciocínio, ter um carro lúdico, uma roupa lúdica, um livro lúdico, mesmo que estes 
elementos não criem uma prática vivencial. Do mesmo modo, podemos, também, ter 
jogos lúdicos, aulas lúdicas, palestras lúdicas, programas de tevê lúdicos, uma gestão 
lúdica de uma empresa etc... Deste modo, o lúdico também faz parte do universo do 
lazer, do entretenimento, da decoração, da arquitetura, da educação, entre outros. 
Ao mesmo tempo, o lúdico traça um paralelo muito forte com a recreação uma 
vez que todo programa recreativo deve ser, obrigatoriamente, lúdico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
Recreação e Lazer 
 
 
 
A recreação é, comumente, apresentada de maneira ligada à área de lazer, 
quase como se o binômio "recreação e lazer" possuísse um significado único. Isto 
talvez ocorra por ambas as áreas possuírem características comuns como o 
componente lúdico, a busca da satisfação pessoal, a flexibilidade nas regras. Mas 
recreação e lazer não estão restritos um ao outro, embora muitas vezes 
encontraremos vivências que pertencem às duas áreas. 
Podemos apontar casos como a ação de ler um livro, degustar um bom vinho, 
visitar uma exposição de pinturas, de flores, ou de carros, ouvir música, ir a uma festa, 
conversar com os amigos ou frequentar redes sociais, entre muitas outras, que 
podem se caracterizar como atividades de lazer, sem que sejam, por definição, 
atividades recreativas. 
44 
 
 
Igualmente podemos encontrar uma gincana cultural ocorrendo em meio a uma 
aula escolar, um concurso de leitura, uma visita guiada a um museu, um outdoor 
training gerencial de uma empresa, entre outras, que podem se caracterizar como 
atividades recreativas, sem que sejam atividades de lazer. 
O que diferenciam estes exemplos daqueles é que os primeiros ocorrem em 
horários descompromissados, tempos livres, disponíveis, onde não há tarefas 
obrigatórias por se fazer. São atividades do universo de escolhas do indivíduo, onde 
ele participa, sozinho ou em grupos, de atividades que escolheu por decisão própria 
e destituído de qualquer compromisso financeiro, profissional, social ou educacional. 
Já nestes exemplos recreativos, as atividades ocorrem dentro de um período que 
pode ser ou não compromissado. Gincanas escolares, treinamentos gerenciais 
ocorrem respectivamente em um horário determinado para a educação ou para o 
trabalho, por exemplo. Não são horários de lazer. Mas podem também ocorrer 
vinculados ao lazer, de maneira voluntária e descompromissada. Neste caso, o que 
diferencia o lazer da recreação é que esta deve ser planejada, ser conduzida ou 
proposta por um profissional, equipamento ou entidade recreativa, enquanto que 
aquela pode ocorrer espontaneamente. A recreação é uma vivência intencional, 
existe um objetivo em sua prática, e este objetivo deve ter sido elaborado por um 
profissional competente para tal. Este objetivo pode ser intelectual, emocional, social, 
assim como pode ser a diversão, o entretenimento por si só. 
Silveira (2011) observa, ainda, em relação ao lazer, a necessidade de levantar 
os aspectos do dito "lazer ilícito" que está relacionado a práticas ilegais sob ponto de 
vista da legislação de um determinado país. No Brasil, por exemplo, o uso 
de drogas, rachas de automóveis, rinhas de animais, prostituição, jogos de azar, 
entre outros, são práticas de lazer consideradas ilegais. Apesar de proibidas pela lei 
do país, são amplamente realizadas por indivíduos, individual ou coletivamente, em 
todo o território nacional. Estas práticas são voluntárias, ocorrem em um momento da 
vida não comprometido e visam ao prazer do participante, o que caracteriza 
atividades típicas de lazer. Não entraremos aqui em uma discussão moral, ética, 
política ou legal. Gostaríamos porém de apresentar que este caráter ilícito não permite 
a caracterização de tais práticas como recreativas, uma vez que não condizem com 
a proposta de crescimento individual ou social, de revigorar das forças, de revitalizar, 
que são característicos do trabalho recreativo. Igualmente se tornam incompatíveis 
45 
 
 
com a necessidade de objetivos elaborados por um profissional, que também é 
essência do trabalho recreativo. Como pode um profissional idealizar, planejare 
implementar uma proposta ilícita? 
 
Recreação e Ócio 
 
Já o vínculo do ócio com a recreação já se apresenta de maneira mais 
truncada. 
Embora o termo "ócio" possa apresentar significados diferentes em outros 
idiomas e países, no Brasil é geralmente relacionado ao não fazer nada, ao descanso, 
à contemplação, até mesmo à preguiça. Está intimamente ligada ao lazer e a opção 
pessoal pela não atividade, contando com um investimento de tempo em momentos 
mais intimistas. 
Deste modo, é raro vermos profissionais planejando a recreação baseada 
predominantemente no ócio. Apesar disto, momentos de contemplação, reflexão, 
relaxamento e descanso fazem parte de muitos programas recreativos, contemplando 
o vínculo destas áreas de estudo. 
 
46 
 
 
Recreação, Atividade Física e Esporte 
 
A recreação teve, como um de seus berços, a educação física. Talvez por isto 
ela hoje ainda se encontra tão relacionada às atividades físicas e aos esportes. 
Entretanto, estas relações também não são limitantes. Pelo contrário: tanto esportes, 
como o futebol, voleibol, beisebol etc., como atividades físicas, como correr, pular, 
lançar, chutar etc., sempre se apresentaram como grandes elementos que compõem 
a prática recreativa, juntamente com a música, a dança, as artes em geral, 
a preservação ambiental, as bases terapêuticas, o convívio social, o relaxamento, 
a contemplação, a linguagem, entre outros assuntos de grande importância para o 
contexto recreativo. 
Disto, podemos dizer que também o esporte e a atividade física fazem parte 
do universo da recreação, assim como a recreação muitas vezes faz parte do universo 
dos esportes e da prática física, sem, no entanto, se caracterizarem como áreas 
comuns (mas sim afins). 
Recreação, Jogo e Brincadeira[editar | editar código-fonte] 
Assim como o esporte e a atividade física, o jogo e a brincadeira representam 
parte importante do escopo da recreação, mas esta não se basta naqueles. 
47 
 
 
O jogo é estratégia importante para alguns momentos onde se visa ao trabalho 
com regras, o desenvolvimento coletivo, o desempenho em equipe, o aprender a 
ganhar ou perder, entre outros conteúdos recreativos. 
A brincadeira, por sua vez, se incorpora com constância na recreação, por seu 
contexto lúdico e divertido. 
Entretanto, existem jogos não recreativos, como as competições esportivas e 
os jogos de azar, por exemplo. Assim, também existem brincadeiras que não são 
recreativas, como a brincadeira de se satirizar um amigo, as brincadeiras de "mau 
gosto" como "passar o pé" no colega de sala, colar um bilhete nas costas de um 
colega com frases negativas, entre outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
CONCLUSÃO 
 
A psicomotricidade é uma formação de base indispensável a toda criança, pois 
pode ajudá-la a organizar o seu próprio esquema corporal, percebendo a si mesma e 
o meio. Visando este propósito, este artigo tem como objetivo buscar informações 
teóricas sobre a psicomotricidade e suas contribuições para o atendimento 
psicopedagógico, além de ser um referencial para todos que atuam na área da 
educação. 
No referencial teórico abordaram-se aspectos significativos sobre a educação 
psicomotora e o desenvolvimento da criança. Buscou-se comprovar a interrelação 
entre a psicomotricidade e psicopedagogia. A psicopedagogia esta ligada a forma de 
ensino-aprendizagem, como o individuo desenvolve seu conhecimento, assim como 
psicomotricidade que visa o desenvolvimento integral do individuo trabalhando o 
corpo e a mente. 
A contribuição da psicomotricidade para a psicopedagogia, no qual, o trabalho 
foi alcançado e confirmado através das pesquisas bibliográficas. 
Sendo possível observar que a educação psicomotora vê a criança como um 
todo e, seu crescimento embora subdividido em aspectos específicos, deve ser 
global, abrangendo todo o desenvolvimento da criança, assim como a psicopedagogia 
que observa o todo do individuo para poder desenvolver suas habilidades no processo 
ensino-aprendizagem. 
Portanto afirmando que a psicomotricidade serve como ferramenta para 
qualquer área de estudo voltada para a organização afetiva, motora, social e 
intelectual do indivíduo. 
Concluímos que durante o desenvolvimento a criança enfrenta problemas, 
frente às situações novas que, se não forem sanadas, originarão em barreiras só 
transponíveis através de ações reeducadoras, como o trabalho psicopedagógico que 
visa solucionar o problema fazendo a criança enfrentá-lo através do brincar, dos 
jogos, da afetividade e criatividade, das crianças e educadores. Conforme afirma 
Costa: 
49 
 
 
Apesar de ser a reeducação uma ação fragmentada, é possível marcar uma 
intersecção no atendimento aos problemas de aprendizagem à medida que a esta é 
realizada pelo corpo do sujeito “psicomotor-cognoscente”, porque cognição e motor 
se interdependem no processo de equilibração. É o corpo, eixo comum na prática da 
psicopedagogia e da psicomotricidade, porta-voz dos sintomas e sede dos problemas 
de aprendizagem e/ou psicomotores. (2012, p.70) 
Conclui-se também a importância que atividades recreativas tem para as 
crianças. Quando uma criança brinca, ela explora, descobre, experimenta, inventa 
diversas situações. Mais do que isso, ela desenvolve habilidades motoras, estimula a 
curiosidade, a autoconfiança, a autonomia, descobre a linguagem, o pensamento, a 
concentração e a atenção, além de contribuir para a socialização de meninos e 
meninas da mesma faixa etária. 
As brincadeiras são mais individuais e egocêntricas quando as crianças são 
muito novas, já que elas estão no processo de se descobrir. À medida que elas vão 
crescendo, as atividades ficam mais interativas e cooperativas. E é a partir das 
atividades lúdicas na infância que o ser humano interage socialmente e se prepara 
para a vida adulta. 
É importante que o tempo dedicado às atividades recreativas seja de 
qualidade. Isso quer dizer que é preciso escolher bem as brincadeiras e os jogos que 
possam estimular o desenvolvimento cognitivo e as habilidades sociais da criança, 
como pintura, pular corda, jogos de tabuleiro, cantigas de roda, atividades culturais, 
entre outras. 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
 
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