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Aula 4-Principais escolas Psicológicas

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Aconselhamento
Aula 4: Principais escolas Psicológicas
Apresentação
Nesta aula, daremos início à segunda unidade desta disciplina: Modelos psicológicos de atendimento. Para
começarmos este assunto, veremos a seguir as principais escolas de psicologia moderna.
Mais uma vez, ressaltaremos a necessidade de uma práxis epistemológica não fragmentada, ou seja,
trabalhando de forma integrada na busca do conhecimento cientí�co.
Abordaremos, portanto, a importância da contribuição das diversas correntes da psicologia para um
aconselhamento cristão libertador, que leve o aconselhado (a) ao desenvolvimento integral ou holístico, ou
seja, biológico-psicológico-espiritual.
Objetivos
Listar as principais escolas da psicologia moderna;
Explicar a evolução do conhecimento psicológico;
Analisar a possibilidade de interface da psicologia e teologia no aconselhamento pastoral.
Conselhos acadêmicos iniciais
É importante que você, aconselhador, esteja interiorizado. Diferente de Narciso, que mergulha no seu
egocentrismo, mas, igual a Sócrates e Santo Agostinho, você mergulha na sua interioridade para o
autoconhecimento: “Conhece-te a Ti mesmo” e, para o conhecimento-experiencial de Deus: “Senhor, Ti procurei
nos prazeres da vida mas não Ti encontrei, Ti procurei nas �loso�as (maniqueísmo) também não Ti encontrei,
então, quando voltei para dentro de mim aí Tu estavas.” (Agostinho). (1Rs 19,9-18.)
O aconselhado traz terremotos, tornados, furacões, tempestades, tsunamis etc. Para serem acalmados, para o
sucesso do aconselhamento, é imprescindível a interiorização do aconselhador e do aconselhado.
Revolução epistemológica
A atitude holística do sujeito epistêmico na construção do conhecimento cientí�co do objeto é fundamental. Até
Immanuel Kant, este era um observador passivo, “como que esperando o objeto se revelar” para ele o conhecer.
Kant fez uma revolução epistemológica, chamada de revolução copernicana, ao fazer o sujeito girar entorno do
objeto numa observação fenomenológica, numa interação dialética sujeito-objeto.
O sujeito é o protagonista do processo gnosiológico. Como um médico legista legal ao estudar “a causa morte de
uma pessoa”, faz o processo de dissecação do cadáver, analisa todas as possibilidades e chega à causa
cienti�camente comprovada.
A epistemologia contemporânea provocou uma nova revolução no paradigma do conhecimento cientí�co ao
explicitar a necessidade da práxis interdisciplinar, pluridisciplinar, transdisciplinar e metadisciplinar na interação
sujeito-objeto. Por isso, é importante conhecer a contribuição das correntes da psicologia para um
aconselhamento cristão libertador.
Origem e evolução do pensamento psicológico
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
"Psicologia é o estudo cientí�co dos processos mentais e do
comportamento do ser humano e as suas interações com o
ambiente físico e social. O objetivo da psicologia é
diagnosticar, prevenir e tratar distúrbios emocionais e
doenças mentais."
Como vimos nas aulas anteriores, a psicologia surgiu dentro da �loso�a, que é a mãe de todo conhecimento
cientí�co. Depois, ganhou autonomia epistemológica e se desvencilhou da �loso�a. Posteriormente, se separou
da biologia a partir do debate sobre a forma de descrever e explicar a mente humana e o seu comportamento.
Estudaremos os principais modelos psicológicos de atendimento para conhecimento e para que se inspire
nestas metodologias da ciência da psique para aconselhar espiritualmente os cristãos que buscarão ajuda
eclesial.
É importante ressaltar, porém, que um conselheiro cristão deve conhecer estas técnicas (metodologias
cientí�cas), mas não pode �car refém a elas e menos ainda fazer atendimento psicológico ou psicoterapia. O
aconselhamento é uma direção espiritual, ou seja, uma abordagem da espiritualidade e uma ajuda espiritual-
mística.
Wilhelm Wundt (1832-1920)
Há um consenso entre os estudiosos de que a
psicologia moderna nasceu em 1879 na Universidade
de Leipzig, na Alemanha, com o primeiro laboratório
de psicologia fundado por Wilhelm Wundt. Portanto,
ela tem data e local de nascimento.
Embora soubesse que nem todo processo de
experiência imediata dos processos mentais pudesse
ser compreendido e explicado cienti�camente, foi
este o objetivo da psicologia estruturalista no seu
nascedouro: Atenção seletiva, processo por meio do
qual determinamos por intenções e motivações em
que vamos prestar atenção em dado momento.
Ainda segundo Wundt, a atenção controla outros
processos psicológicos, tais como percepção,
pensamento e memória.
 Wilhelm Wundt (Fonte: Wikimedia).
Com as pesquisas em laboratório, experimentação e mensuração, Wundt e sua equipe libertam a psicologia da
�loso�a, dando-lhe um estatuto epistemológico, cientí�co. Portanto, esta nova forma de abordar a psique
humana extrapola as fronteiras da Alemanha, chegando aos EUA em 1883 com um de seus discípulos: G. Staney
Hall, fundando o primeiro laboratório de psicologia na Universidade Johns Hopkins.
Atenção
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J. M. Cattel, que estudou com Wundt, foi o primeiro norte-americano a ser chamado de professor de psicologia, na
Universidade da Pensilvânia, em 1888.
Outro aluno de Wundt, Edward Bradford Titchener (1867-1927) também trouxe contribuições importantes para a
pesquisa psicológica, sobretudo a partir dos avanços da química e da física na análise dos compostos
complexos (moléculas) “quanto a seus elementos básicos (átomos)”.
Segundo Tithener, a psicologia deveria analisar experiências complexas quanto a seus componentes mais
simples, como quando as pessoas olham para uma manga e pensam imediatamente “isto é uma fruta, algo para
alimentar”. Essa percepção se baseia em associações de experiências passadas, o “átomo do pensamento”.
Titchener concebe a consciência tridimensional: a) sensações físicas (o que vemos); b) sentimentos (gostar ou
não de manga); c) imagens (lembranças de outras frutas).
Os mais complexos pensamentos e sentimentos, segundo Titchener, podem ser reduzidos a esses elementos
simples. A função da psicologia é identi�car esses elementos e mostrar o modo como eles podem ser
combinados e integrados. Os estruturalistas usavam a introspecção como técnica de abordagem analítica dos
processos internos da mente humana.
William James (1842-1910): funcionalismo
 William James (Fonte: Wikimedia).
James foi um dos primeiros intelectuais a refutar o
estruturalismo, em Harvard, em 1875, quando
ministrou uma aula magna considerada por ele
mesmo como a primeira conferência sobre o tema.
Segundo James, os átomos da experiência de
Titchener (sensações sem associações) não existem
na vida real, mas nossa mente faz associações
contínuas, revendo experiências, iniciando,
interrompendo e movendo-se para frente e para trás
no tempo. Percepções, emoções e imagens não
podem ser separadas; a consciência �ui
continuamente.
Se não pudéssemos reconhecer uma manga,
teríamos de descobrir o que é sempre que víssemos
uma. As associações mentais permitem, portanto,
que desfrutemos de nossas experiências anteriores.
Somos guiados pelo hábito: Acordar cedo, ir trabalhar
etc. A repetição de ações modi�ca o sistema
nervoso, tornando a ação repetitiva cada vez mais
fácil. É a teoria funcionalista dos processos mentais e
do comportamento.
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Sua tese contribuiu para compreendermos sobre a aprendizagem, a complexidade da vida mental, o impacto das
experiências sobre o cérebro e o lugar da humanidade no mundo natural. Segundo este paradigma, o objetivo da
psicologia é analisar a experiência humana.
As pesquisas funcionalistas buscam articular a estrutura linguística com o evento comunicativo, integrando
pragmática e teoria gramatical ou interação dialética língua e meio social, ou, ainda, a linguagem a serviço da
comunicação.
Segundo alguns autores, o funcionalismo apresenta três concepções:
Clique nos botões para ver as informações.
Enfatiza a inadequação do paradigma formalistaque compreende o estruturalismo e o gerativismo, sem
uma proposta de análise própria e mais adequada.
Conservadora 
Mostra a inadequação do paradigma formalista, mas é analítico da estrutura linguística, ou seja, faz uma
análise da estrutura da linguagem.
Moderada 
Não acolhe a noção de estrutura e defende as regras de análise assentadas na função, sem restrições
sintáticas. A língua não é um sistema de signos que se relacionam reciprocamente, mas um sistema, e a
gramática é reduzida ao discurso.
Radical extremada 
Na perspectiva de refutação das teses estruturalistas, além de William
James, temos outros teóricos importantes do paradigma funcionalista, tais
como: John Dewey (1859-1952), James Rowland Angell (1869-1949) e
Harvey Carr (1873-1954).
John B. Watson (1878-1952): escola comportamentalista
ou behaviorismo
Segundo Watson, a ideia da existência de uma vida mental era superstição medieval. Não podemos ver nem
de�nir a consciência ou observar uma alma. Se não é possível observar empiricamente determinada coisa, então
ela não é objeto de estudo cientí�co. Portanto, a psicologia deve estudar apenas o comportamento observável e
mensurável.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Experiência de Pavilov
Watson se fundamenta nas pesquisas do �siologista russo Ivan Pavilov, ganhador do Prêmio Nobel por pesquisar
os processos da digestão. Em seus experimentos laboratoriais, Pavlov percebeu que os cães salivavam ao ouvir
a aproximação do tratador, antes de degustar a comida. Será que a salivação, re�exo automático, poderia ser
objeto de aprendizagem?
Começou então a repetir som de campainha com a presença de alimento e, em outro momento, repetia o som
sem a presença de alimento. Depois de repetidas associações, os cães salivavam em resposta somente ao som
da campainha. Esta experiência foi batizada de condicionamento ou treinamento simples.
Nesta perspectiva, Watson pensa que as experiências mentais – pensamento, sentimento, percepção do Self −
são mudanças �siológicas em resposta a experiências acumuladas de condicionamento.
Para dar um estatuto cientí�co à psicologia, Watson, que buscava demonstrar que todos os fenômenos
psicológicos, mesmos as motivações inconscientes (Freud), são resultado do condicionamento, fez
experimentos que hoje não passariam pelo comitê de ética.
Exemplo
Pequeno Albert
Na famosa experiência com o “pequeno Albert”, Watson tentou criar uma resposta de medo condicionado em um
garoto de onze meses.
Na primeira visita ao laboratório de Watson, Albert �cou maravilhado com um ratinho branco, mas logo Watson
tratou de desanimá-lo batendo com força o martelo em uma barra de ferro bem atrás do menino. Na segunda
visita, Albert tentou alcançar o ratinho, mas Watson começou a martelar impiedosamente a barra de ferro. “Após
algumas associações, Albert começou a chorar assim que via o rato, sem que houvesse nenhuma martelada.”
Experiências posteriores revelaram que Albert tinha medo de qualquer coisa branca e peluda: Coelho, cachorro,
algodão. É o fenômeno batizado por Watson de generalização, ou seja, todo comportamento pode ser
compreendido e explicado por causas ambientais e não por forças internas. A metodologia, portanto, é do
comportamento observável, condicionamento operante.
Este paradigma psicológico contribuiu muito para a evolução da psicologia, sobretudo novas ideias e técnicas
como treinamento comportamental, sistemas de �chas, terapia de aversão etc.
Behaviorismo radical
Como toda ciência é dinâmica, dentro desta escola surgiu um movimento revisionista chamado behaviorismo
radical. Skinner (1904-1990), principal representante desta corrente, defendeu a tese que a psicologia deveria
estudar apenas o comportamento observável e mensurável.
Outro aspecto relevante de sua pesquisa foi a intervenção no comportamento por meio de condicionamento,
buscando descobrir as leis naturais do comportamento durante o processo de investigação.
Este procedimento o levará a introduzir uma nova prática laboratorial e um novo conceito behaviorista: O reforço,
dando recompensa às cobaias de seus experimentos por se comportarem conforme o esperado. Esta escola
dominou a psicologia acadêmica norte-americana até a década de 1960.
Saiba mais
Assista à palestra de Skinner na convenção anual da Associação americana de Psicologia.
Acesso em: 8 jan. 2020.
Gestalt e Gestalt-terapia
Insatisfeitos com as teses behavioristas dos psicólogos norte-americanos, psicólogos da Alemanha como Max
Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Kohler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1967) questionaram também o
paradigma estruturalista noutra perspectiva.
Com foco na percepção e nos truques que a mente aplica em si mesma, desenvolveram os paradigmas Gestalt e
humanista: “Quando observamos uma série de imagens paradas fotografadas a um intervalo de tempo
constante, por que as imagens parecem estar se movendo?” Eis a questão que suscitará este novo paradigma
psicológico.
A palavra Gestalt, de origem alemã, surgiu em 1523, da tradução da Bíblia. Seu signi�cado é “o que é colocado
diante dos olhos, exposto aos olhares”. Também é traduzida, no entanto, por “todo” ou “forma”.
Foi através, porém, de uma observação de ilusão de movimento que Max Wertheimer, em 1910, iniciou suas
pesquisas, trazendo para o vocabulário da psicologia o conceito de Gestalt. Ao observar, juntamente com outras
pessoas, luzes que apagavam e acendiam alternadamente em um vagão de trem, havia a impressão de que
existia apenas uma luz que acendia e apagava.
"A Psicologia da Gestalt originou-se na Alemanha, entre
1910 e 1912. É uma das tendências teóricas mais coerentes
e coesas da história da Psicologia. Seus articuladores se
preocuparam em construir não só uma teoria consistente,
mas também uma base metodológica forte, que garantisse a
consistência teórica. No �m do século XIX vários estudiosos
buscavam compreender o fenômeno psicológico e suas
características naturais principalmente no sentido da
mensuração destas particularidades. A psicofísica era um
assunto bastante explorado na época. Ernst Mach (1838-
1916), físico, e Chrinstiam von Ehrenfels (1859-1932),
psicólogo e �lósofo, ampliavam uma psicofísica com estudos
sobre as sensações de espaço-forma (formato psicológico) e
tempo-forma (formato físico) e podem ser considerados
como os mais diretos precursores da Psicologia da Gestalt."
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- BARRETO, 2017, p. 3.
Ainda segundo Barreto (2017), a psicologia das formas procura analisar a pessoa humana de forma holística.
Segundo Koffka a Gestalt não é apenas a experiência, mas também ações como cantar, escrever, desenhar e
andar são gestalts tanto quanto a consciência de ouvir ou de olhar. O ato motor é um processo todo organizado.
Os movimentos individuais podem ser analisados como partes do processo que os abarca.
Psicologia humanista
Neste período, surgiu nos Estados Unidos a psicologia humanista ou teoria holística-dinâmica, de Abraham
Harold Maslow (1908-1970). Este, que foi aluno de Max Wertheimer, fez uma abordagem psicológica holística
valorizando sentimentos e anseios.
O foco é no potencial humano, sobretudo na importância do amor, do sentimento de pertença, da autoestima, da
expressão pessoal, das experiências de autorealização. Concentrar-se em problemas externos ao self de uma
pessoa olhando além das fronteiras sociais.
Importante contribuição de Maslow é a pirâmide deste processo:
 Pirâmide de Maslow (Fonte: Shutterstock | Por: sunnyws).
O desenvolvimento humano segundo esta teoria se dá através da realização
hierárquica das necessidades humanas, ou seja, é um processo ascendente.
Este paradigma pode ser muito importante para o diagnóstico de causas de
não desenvolvimento humano, de crises, ansiedades e con�itos pessoais,
familiares, pro�ssionais e sociais.
Jean Piaget (1896-1980): psicologia cognitiva
Uma das teorias mais importantes desta escola psicológica é a piagetiana ou psicologia dos estágios dedesenvolvimento cognitivo ou ainda epistemologia cognitiva. Piaget, o fundador desta nova abordagem da
psique humana, foi biólogo, psicólogo e sobretudo epistemólogo.
Este novo paradigma parte das teorias �losó�cas existentes em sua época: Empirismo e racionalismo.
Dialogando com estas teses e a partir de suas experiências com crianças desde o nascimento até a
adolescência, Piaget levanta a hipótese de que o conhecimento não é totalmente inerente ao próprio sujeito
cognoscente, sujeito epistêmico ou sujeito do conhecimento como postulava o apriorismo racionalista, nem
proveniente totalmente do meio que o cerca, como postulava o apriorismo empirista.
Segundo Piaget, a mente dos bebês e das crianças não é uma “folha em branco”, uma “tábua rosa”, cujo
desenvolvimento é moldado totalmente pelo meio ambiente em que ela vive, como postulava o empirismo.
Os bebês e as crianças buscam a aprendizagem o tempo todo, ou seja, elas aprendem interagindo, construindo
os seus próprios saberes e dando sentido e signi�cado ao seu mundo. Bebês e crianças saudáveis estão
“equipados” com características humanas como a linguagem, por exemplo.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Atenção
Nesta perspectiva, a epistemologia cognitiva estuda os processos mentais mais amplos: Sentir, pensar, aprender,
recordar, tomar decisão, discernir. Se o paradigma behaviorista de aprendizagem se assemelha a uma antiquada
central telefônica (uma chamada ou estímulo é recebido, retransmitido pelos vários circuitos do cérebro e uma
resposta é, então, produzida), o paradigma cognitivo piagetiano faz lembrar um computador rápido e moderno
Os psicólogos cognitivos se interessam pela maneira como as pessoas “processam informações” – isto é, o
modelo como adquirimos informações, processamos ou transformamos partes de informações em “programas”
e utilizamos esses “programas” para solucionar problemas.
Contrários aos behavioristas, os cognitivistas pensam que os processos mentais podem e devem ser estudados
cienti�camente. Embora não possamos observar memória e pensamento diretamente, podemos observar o
comportamento e fazer inferências sobre os processos cognitivos subjacentes a ele.
Exemplo
Podemos ler uma longa história para algumas pessoas e depois observar os itens dos quais elas se recordam, o
modo como suas lembranças mudam ao longo do tempo e os tipos de lapsos de memória que elas estão
propensas a cometer.
Apoiados em pesquisas sistemáticas desse tipo, podemos adquirir conhecimentos sobre os processos
cognitivos que formam a base da memória humana. Além do mais, com o advento das novas técnicas de
produção de imagens do cérebro, os psicólogos cognitivos começaram a propor questões sobre os mecanismos
neurológicos subjetentes a processos cognitivos, tais como a aprendizagem, memória, a inteligência e as
emoções, dando início à área da neurociência cognitiva, que se expande rapidamente.
Sigmund Freud (1856-1939): a psicanálise
O conhecimento da vida interior da pessoa humana
evoluiu muito a partir do século XIX. Na verdade, é
uma resposta epistemológica à provocação do
templo de Delfos “conhece-te a ti mesmo”, adotada
por Sócrates ao visitar este santuário do
conhecimento antropológico.
O autoconhecimento é a grande meta do ser
humano. Conhecer-se a si mesmo, conhecer o
próximo, sobretudo conhecer a melhor forma de
interagir com ele e ajudá-lo na libertação e no
crescimento holístico. Eis a questão central para o
aconselhamento pastoral.
Nesta perspectiva, surgiu no século XIX a psicanálise.
Se a psicologia explicitou muito bem a nossa vida
psíquica consciente, será a psicanálise que revelará
uma dimensão até então desconhecida das
abordagens da vida psíquica da pessoa humana: O
inconsciente.
 Sigmund Freud (Fonte: Wikimedia).
 Origem da psicanálise
Segundo Nishikawa, Fiore e Hardt (2017, p. 273), a origem da psicanálise foi assim:
javascript:void(0);
"Em Le déjeuner sur l’herbe (almoço na relva), quadro de
Manet, a sensual e provocadora posição da modelo nua
perante dois homens completamente vestidos, provocou
escândalo na sociedade conservadora, quando de sua
exibição no Salon des Refusés (Salão dos Recusados), em
1863. Nesse Salão foram expostos os quadros recusados do
Salão o�cial, marco do surgimento da pintura moderna.
Encontramos a referência a esse quadro de Manet no artigo
de Parsons em que o autor traça o paralelo entre a reação ao
quadro e a publicação por Freud dos “Três ensaios sobre a
teoria da sexualidade” (1905), mencionando ambos: neles
“algo familiar foi subvertido” (Parsons, 2002, p. 30). O nu
feminino não era estranho, desde que tratado entre alegorias
ou temas mitológicos. Mas, nesse quadro, os personagens
são pessoas reais, que se tornam, graças à representação,
mais próximas do espectador. A psicanálise surge trazendo à
tona aquilo que também tinha sido recusado, provocando
escândalo ao pôr no centro dos transtornos mentais o tema
da sexualidade, a qual está na base da constituição do
humano. "
- NISHIKAWA; FIORE; HARDT, 2017, p. 273.
 Le déjeuner sur l'herbe (Fonte: Wikimedia).
javascript:void(0);
"a psicanálise tenha sido concebida por Freud no espaço
parisiense, forjada pelo Zeitgeist de uma cidade fervilhante
no �nal do século XIX, uma metrópole aberta para todas as
inovações e, segundo Benjamin (2007), em cujo seio vieram
abrigar-se as correntes revolucionárias da arte e do espírito,
tendo sido considerada “a capital do século XIX. Na história
da medicina, Charcot diferenciou a histeria da epilepsia e lhe
aferiu identidade visual. Transformou La Salpêtrière em um
centro de referência clínico e de ensino da histeria; criou um
arquivo fotográ�co, para e�caz registro médico, e, assim,
concretizou seu projeto cientí�co."
- NISHIKAWA; FIORE; HARDT, 2017, p. 274
Em 1889, Freud retornara a Paris com o objetivo de buscar mais informações sobre a hipnose como método de
tratamento das histerias. Lá, conheceu Ambroise Liébault e Hippolyte Bernheim. Com Bernhein, aprendeu o
princípio da terapêutica psicológica da histeria. Com Charcot, apropria-se da conceituação da doença, segundo o
qual:
"O estudo dos sintomas histéricos por Charcot demandou
que o corpo do paciente viesse ocupar o lugar de agente do
discurso. De um lado, o conhecimento está com o médico, de
outro, a verdade está com o paciente, numa relação de
sedução em que o histérico põe seu corpo em cena para que
o olhar do médico produza conhecimento."
- NISHIKAWA; FIORE; HARDT, 2017, p. 274.
Dando continuidade nas pesquisas sobre a histeria, o fundador da psicanálise fará novas descobertas
importantes para a compreensão deste fenômeno, embora, ao apresentar os resultados de sua pesquisa na
faculdade de medicina de Viena, não tenha tido um resultado positivo como ele esperava. Segundo Freud, a
histeria pode escapar como fantasia neurótica ligada ao prazer sexual:
"Posteriormente, Freud considera que a histérica busca
escapar continuamente, sendo sustentada pela fantasia
como sintoma neurótico, em que o sujeito é o objeto do
prazer sexual do outro, num cenário em que ela mesma é
excluída do prazer, como podemos identi�car, nos primórdios
da psicanálise, em “Estudos sobre a histeria” (Freud, 1893-
1895/1974). Durante muito tempo, a histeria representou-se
como incógnita para a medicina. A di�culdade decorria da
impossibilidade objetiva de obter uma causa para ela. Seria
um transtorno das sensações, do humor, um mal próprio do
feminino, tendo algum vínculo com o período menstrual?
Teriam esses aparatos visuais de Charcot inventado a
histeria, ou as histéricas o teriam induzido a criar todo um
arsenal de encenação e registro visual? (Didi-Huberman,
2015). Ao retornar de Paris, entusiasmado com o que tinha
visto e apreendido em Salpêtrière, Freud apresentou um
relatório perante o Colégio de Professores da Faculdade de
Medicina de Viena e foi recebido com incredulidade e
hostilidade."
- NISHIKAWA; FIORE; HARDT, 2017, p. 274-275.
Clínica da Escuta
Alternando entreParis e Viena, onde tratava suas pacientes histéricas, Freud criará a Clínica da Escuta, uma
abordagem clínica da interioridade, não mais da exterioridade.
A hipnose será substituída pela associação livre, o que marca o nascimento da psicanálise e seu arcabouço
teórico. O aparelho psíquico não mais regido pela consciência, mas pelo inconsciente, formado através de uma
ação psíquica: O recalcamento, mecanismo de defesa básico da histeria.
Freud contribuirá ainda com outros estudos relevantes, como: Teoria do sonho e Teoria da sexualidade infantil,
este último causando grandes escândalos na Europa no início do século XX, pois o mestre de Viena explicitara o
complexo de Édipo escondido atrás da “inocência e pureza infantil”, o �lho premeditando o assassinato do pai
para casar-se com a mãe.
Inconsciente
Segundo Freud, com a descoberta do inconsciente − Super-ego, que é uma instância proibitiva do inconsciente
humano; do Id, fonte dos desejos, da liberdade ou princípio do prazer; e o Ego, fonte de discernimento −, o ser
humano não pode ser concebido como queria Wundt, como pura racionalidade, senhor do seu livre-arbítrio. Este
é movido por instintos e impulsos inconscientes que não estão sob o controle da razão ou da consciência da
mente.
A psicologia já havia suspeitado da existência do inconsciente, porém como um depósito empoeirado de velhas
experiências e informações que poderíamos recordar sempre que necessário. Freud, na sua psicodinâmica,
concebe o inconsciente como um dinâmico vulcão em erupções permanentes de impulsos sexuais e agressivos
primitivos, desejos reprimidos, medos e vontades inomináveis e memórias traumáticas da infância.
Embora reprimidos, eles exercem pressão sobre a mente consciente, expressando de maneiras disfarçadas nos
sonhos, lapsos da linguagem e sintomas de doenças mentais, bem como socialmente através da arte e da
literatura.
É importante lembrar que além do contato com os intelectuais de Paris, Freud passou muitos anos pesquisando
no laboratório de psicologia da Universidade de Viena, sobretudo no trabalho com suas pacientes no consultório
particular. Lá ele desenvolverá a psicodinâmica ou técnica da associação livre, na qual a paciente deita-se em um
sofá, lembra sonhos e diz o que lhe vier à mente.
Carl Gustav Jung (1875-1961): a psicologia analítica
 Carl Gustav Jung (Fonte: Wikimedia).
A descoberta deste mais profundo oceano psíquico
humano, ou melhor, deste buraco negro da mente
humana, levará um aluno de Freud a outras
descobertas sobre a vida psíquica.
A psicologia analítica de Jung contribuirá para uma
compreensão ainda mais profunda da psique
humana, com a teoria dos arquétipos, os tipos
psicológicos, teoria da imagem, simbolismo
transversal e inconsciente coletivo, sobretudo por
superar o dualismo freudiano em conceber a libido
como totalidade da energia psíquica.
Atividade
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1. Há um consenso entre os estudiosos de que a psicologia moderna nasceu em 1879, na Universidade de Leipzig,
na Alemanha, com o primeiro laboratório de psicologia fundado por este psicólogo. Portanto, ela tem data e local de
nascimento.
Embora soubesse que nem todo processo de experiência imediata dos processos mentais pudesse ser
compreendido e explicado cienti�camente, foi este o objetivo da psicologia estruturalista no seu nascedouro:
Atenção seletiva, processo por meio do qual determinamos por intenções e motivações em que vamos prestar
atenção em dado momento. Ainda segundo este pensador, a atenção controla outros processos psicológicos, tais
como percepção, pensamento e memória:
a) Sigmund Freud
b) Carl Gustav Jung
c) Jean Piaget
d) Wilhelm Wundt
2. Um dos primeiros intelectuais a refutar o estruturalismo, ministrou em 1875, em Harvard, uma aula magna
considerada por ele mesmo como a primeira conferência sobre o tema.
Segundo este autor, os átomos da experiência de Titchener (sensações sem associações) não existem na vida real.
Nossa mente, porém, faz associações contínuas, revendo experiências, iniciando, interrompendo e movendo-se
para frente e para trás no tempo. Percepções, emoções e imagens não podem ser separadas. A consciência �ui
continuamente.
Se não pudéssemos reconhecer uma manga, teríamos de descobrir o que é sempre que víssemos uma. As
associações mentais, portanto, permitem que desfrutemos de nossas experiências anteriores. Somos guiados pelo
hábito: Acordar cedo, ir trabalhar etc. A repetição de ações modi�ca o sistema nervoso, tornando a ação repetitiva
cada vez mais fácil. É a teoria funcionalista dos processos mentais e do comportamento.
a) Jean Piaget
b) William James
c) Sigmund Freud
d) Karl Roger
3. A psicologia já havia suspeitado da existência do inconsciente, mas como um depósito empoeirado de velhas
experiências e informações que poderíamos recordar sempre que necessário.p>
Ele, porém, na sua psicodinâmica, concebe o inconsciente como um dinâmico vulcão em erupções permanentes de
impulsos sexuais e agressivos primitivos, desejos reprimidos, medos e vontades inomináveis e memórias
traumáticas da infância.
Embora reprimidos, eles exercem pressão sobre a mente consciente, expressando de maneiras disfarçadas nos
sonhos, lapsos da linguagem e sintomas de doenças mentais, bem como socialmente através da arte e da
literatura.
Assinale a alternativa verdadeira sobre o fundador deste modelo de abordagem da mente humana:
a) Jean Piaget
b) Karl Roger
c) Wallon
d) Karl Marx
e) Sigmund Freud
Notas
Título modal 1
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Referências
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https://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0411.pdf. Acesso em: 8 jan. 2020.
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NISHIKAWA, Eunice; FIORE, Maria Luiza; Hardt, Orlando. Histeria e borderline: mo(vi)mentos da clínica
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1974.
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