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Economia Brasileira - Livro - Cap 09 e 10

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CAP. 09
1. Quais as medidas propostas pelo "Consenso de Washington"?
Resposta: O Consenso de Washington é um conjunto de grandes medidas, que se compõem de dez regras básicas, formuladas durante uma reunião, em novembro de 1989, por economistas de instituições financeiras situadas em Washington D.C., como o FMI, o Banco Mundial e o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, baseadas em um texto do economista John Williamson, do International Institute for Economy.
Dentre essas medidas, pode-se sintetizar o objetivo do Consenso de Washington em 04 (quatro) pilares:
1. A "A abertura econômica", isto é, o fim das barreiras protecionistas entre as nações;
2. A "Desestatização", isto é, a privatização das empresas estatais;
3. A "Desregulamentação", isto é, o fim das regras que limitam o movimento de capitais a nível internacional e ao interior de cada país, particularmente o especulativo;
4. A "Flexibilização das relações de trabalho", isto é, o fim dos direitos sindicais, trabalhista e previdenciários, sobretudo nos países da América Latina. 
Tais medidas estimulavam a competição entre as taxas de câmbio, davam incentivos às exportações e previam a gestão de finanças públicas e se tornando a política oficial do Fundo Monetário Internacional em 1990, no momento que passaram a ser "receitadas" para promover o "ajustamento macroeconômico" dos países em desenvolvimento que passavam por dificuldades.
2. Descreve as principais medidas do Plano Brasil Novo.
Resposta: Depreende-se que para enfrentar a dívida pública interna, principal responsável pela fragilidade financeira do setor público, o governo bloqueou, por 18 meses, a conversão em moeda corrente do conjunto dos ativos financeiros do país, sequestrando, na prática, entre 75% e 80% do seu meio circulante. 
Com essa medida, procurou-se atingir dois objetivos simultaneamente: ao mesmo tempo em que saneou as finanças públicas, tentava impedir que os "oligopólios" marcassem seus preços, na medida em que essa brutal retirada de dinheiro de circulação provocaria uma tão forte queda da demanda que bloqueia essa remarcação.
Para completar, acelerou violentamente o processo de abertura da economia que já havia sido iniciado no final do governo Sarney. O objetivo imediato era favorecer a entrada de produtos estrangeiros a fim de evitar que as empresas aqui dentro aumentassem seus preços. Mas divulgavam que, a longo prazo, o resultado seria ampliar a concorrência e promover a modernização da economia.
As medidas adotadas para "abrir" a economia, designadas de nova política industrial e de comércio exterior, foram as seguintes:
1. Isenção de tarifas de importação para cerca de mil produtos;
2. Eliminação ou redução da cobertura de barreiras não tarifárias, como reservas de mercado, quotas, proibições etc.;
3. Adoção de um cronograma de violenta e unilateral redução das tarifas de importação, que implicava baixar da média de 37,4% para 32,1% já em 1990, até atingir 14,2% em 1994;
4. Redução do grau de dispersão da estrutura tarifária, derrubando o desvio-padrão de 19,6% para 7%.
Por sua vez, a longo prazo, a fragilidade do setor público seria equacionada pela privatização das empresas estatais, as quais, nessa concepção, eram tidas como fonte de desequilíbrio do setor público.
3. Indique as Consequências econômicas do Plano Brasil Novo.
Resposta: O resultado do Plano Collor haveria de ser uma violenta recessão. Por uma simples razão: além de bloquear quase a totalidade dos ativos financeiros, em lugar de bloquear apenas os vinculados aos títulos públicos, "entesourou" os recursos daí derivados, ao invés de estabelecer um programa que liberasse o capital de giro da pequena e média empresa e canalizasse os recursos sequestrados da especulação financeira para a produção, a infraestrutura e a área social.
Sem dinheiro para irrigar a economia, esta haveria de entrar em crise. A situação se agravou em face do violento arrocho salarial e do corte dos gastos públicos, que derrubam fortemente a demanda. 
Além disso, o corte de gastos públicos afetou principalmente os gastos sociais, só nos dois primeiros anos do governo Collor, os gastos com educação foram reduzidos à metade, de US$ 8,4 bilhões em 1989 para US$ 4,2 bilhões em 1991, e os gastos com saúde caíram 44% de US$ 11,4 bilhões para US$ 6,4 bilhões. No mesmo período, o conjunto do gasto social do Governo Federal caiu de uma participação de 10,78% do PIB para 9,34%. 
Com o lucro se esvaindo e o mercado encolhendo, o resultado não poderia ser outro senão a queda da produção e do emprego: a recessão.
Ao longo de 1990, o PIB caiu 4,3% - queda semelhante ao do primeiro ano da recessão promovida por Delfim Netto; melhorou um pouco em 1991 (cresceu 1%) para novamente cair em 1992 (-0,5). 
Nos três ano, o PIB caiu 8,36%. A produção industrial caiu 13,3%. Sua participação no PIB baixou de 46,3% em 1989 para 38,7% em 1992, depois de haver chegando ao seu menor nível em 1991. 
Por fim, a taxa de investimento, que fora de 16,68% em 1989, baixou sistematicamente, ano a ano, até chegar ao seu nível mínimo, de 13,98%, em 1992. Em consequência, a taxa de desemprego, que vinha caindo desde meados dos anos 1980 (com exceção de 1988), voltou a subir.
4. Faça um Resumo das Medidas do Plano Collor II.
Resposta: O aumento inflacionário no início de 1991 continuava, a Ministra Zélia Cardoso de Melo e sua equipe lançam um pacote econômico como combate à inflação, onde essa nova reforma buscava por eliminar o overnight, atacando a inflação inercial, com congelamento de salários e preços, extinguindo as formas de indexação.
No Plano Collor II, seus maiores objetivos eram melhorar os fluxos de caixa e conter as despesas estatais eram objetivos básicos para austeridade. 
E para isso, foi realizado o bloqueio de grande parte dos orçamentos dos Ministérios da Educação, Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social, além de cortes nos fundos destinados a investimentos, onde a liberação para esse ministério era redigido ao Ministério da Fazenda e dependia de sua aprovação e da disponibilidade dos recursos. 
Uma comissão subordinada ao Ministério da Fazenda foi criada, a fim de controlar os gastos das empresas estatais, além de ter que reduzir seus gastos. 
Além disso, houve aumento significante nas tarifas públicas, sendo fixadas antes do congelamento de preços. Recursos que eram destinados aos estados e municípios brasileiros foram reduzidos dentro do nível mínimo prescrito na Constituição. 
Com isso, a equipe de Zélia Cardoso passou a ser vista como centralizadora e autoritária, e foi substituída em maio de 1991, por Marcílio Marques Moreira, o novo ministro, assumiu dizendo ser contra qualquer tipo de tratamento de choque.
5. Quais as dificuldades enfrentadas por Collor para levar adiante em seu programa de Privatização? 
Resposta: Depreende-se que o capital estrangeiro não realizou no período Collor a invasão anunciada por uma determinada combinação de fatores. Nesse sentido, pode-se citar 02 (dois) deles:
a) De um lado, o capital estrangeiro não costuma expor seus investimentos em economias que atravessam um processo recessivo como o que vivia o Brasil naquele momento;
b) De outro, apesar dos acenos favoráveis de Collor, seu governo, recortado de crises, não conseguiu conquistar a confiança das transnacionais.
O PND de Collor tinha dificuldades objetivas para avançar. Uma delas era que muitos setores constituíam áreas de domínio público ao abrigo da Constituição ou das leis. 
Sua privatização dependia, pois, de mudanças constitucionais ou legais, o que não estava dentro da correlação de forças da época. Para contornar essa situação, o governo decidiu que começaria pelas empresas consideradas livres de impedimentos legais. 
Outra dificuldade residia no fato de que tanto o capital estrangeiro quanto certos grupos empresariais nacionais, que queriam se apropriar das estatais, não estavam dispostos a pagar o preço que elas valiam ou não queriam usar recursos líquidos para esse fim.
6. Por que o governo Collor escolheua Usiminas para deflagrar seu programa de privatização?
Resposta: A privatização da Usiminas (Usina Siderúrgica de Minas Gerais) foi a que assumiu caráter mais simbólico da safra do Governo Collor, não apenas pela escolha de uma empresa de seu porte para deflagrar o processo, mas também pela importante resistência que ocorreria contra sua alienação. 
Sua escolha não se deu apenas por integrar o bloco livre de impedimentos legais. Manoel Donato de Almeida dá uma indicação da razão dessa escolha:
“Ora, pela expectativa criada pelo presidente eleito, era necessário praticar um ato político que representasse uma firme sinalização junto aos grupos de interesses representantes das elites financeiras interessadas em se apropriar do imenso patrimônio público consolidado no SPE. Está siderúrgica já era conhecida pelas suas vantagens comparativas e posição estratégica e geográfica favorável em relação às suas concorrentes. Assim, com custos operacionais de cerca de 40% inferior ao de suas concorrentes, esta empresa, mesmo sendo uma estatal, e o lucro não ser o objetivo principal, apresenta elevado potencial de lucratividade”.
Assim, ironicamente, as razões para começar pela Usiminas, isto é, sua eficiência tecnológica, lucratividade e grande porte (sexta maior produtora de aços do mundo), era precisamente o oposto do que se costumava apregoar como razão para o processo de desestatização: que as estatais seriam ineficientes e dariam prejuízo. E quem reconheceu isso foi o próprio governo, através de documento do BNDES: "A inclusão no PND de empresas com histórico de lucros e porte econômico fornecia a oportunidade de revisão dos métodos então adotados."
7. Quais as medidas adotadas pelo governo Itamar, em sua fase inicial, para viabilizar a reativação da economia?
Resposta: Depreende-se que nesse curto interregno, a nação inteira acompanhou as pelejas públicas do Presidente com seus ministros da área econômica em torno da questão da taxa de juros.
Enquanto eles insistiam na tese de que ainda teriam que se criar as "condições macroeconômicas" para poder baixar os juros, Itamar propugnava o ponto de vista de que havia espaço para baixar imediatamente os juros, além de ser uma medida necessária para reativar a economia.
Nessa divergência, quando teve que mudar três vezes o ministro da Fazenda, terminou prevalecendo o ponto de vista do Presidente. 
Quando assumiu em outubro, a taxa real de juros praticada na rolagem da dívida pública projetada para o ano era de 36%; conseguiu baixá-la para 7% anuais na média dos cinco primeiros meses de 1993, sendo que no mês de maio a taxa foi negativa (uma taxa Selic de 30,9% contra um IGP-DI de 32,27%). 
Além disso, o governo Itamar adotou outras medidas que, ao dinamizarem o mercado interno, favoreciam a reanimação da economia, como a melhoria da política salarial e a ampliação do gasto público. 
A elevação da taxa de lucro, ainda que modesta, combinada com a queda dos juros e melhoria do mercado interno e externo, tenderia a promover, como promoveu, a reativação da economia.
Assim, o PIB, que caíra 0,5% em 1992, cresceu 4,9% em 1993 e a produção industrial, que declinou 4,2% no ano anterior, subiu 7% em 1993. 
A reativação da economia fez o desemprego ceder, ainda que timidamente, em face do crescimento da produtividade. Por fim, constata-se que a taxa de desemprego na Grande São Paulo, que atingiu 14,9% em 1992, baixou para 14,7% em 1993.
8. Indique quais as medidas de combate à inflação propostas pelos críticos da política econômicas adotada pelo governo Itamar.
Resposta: Depreende-se que o então líder do PSDB na Câmara Federal, José Serra, declarou, na época, que a prioridade deveria voltar a ser o combate à inflação. E, precisamente, para os que estavam defendendo ser prioritário o combate à inflação, o eixo de sua política era o corte do gasto público. 
Infere-se que Serra, em um artigo na Folha de S. Paulo, sob o título "A hora de cortar o gasto", defendeu essa posição. Na avaliação do PSDB, de uma receita líquida de US$ 57,7 bilhões prevista no orçamento daquele ano, deveriam ser cortados US$ 20 bilhões, ou seja, 34,6% do total. Propunha cortar investimentos e gastos sociais. Tendo que cortar investimentos seria matar no nascedouro a tênue recuperação econômica que se estava vivendo desde outubro. 
Percebe-se que o raciocínio comum, tanto para os que propunham cortar o gasto público quanto para os que defendiam juros elevados, era o de que a raiz da inflação era o déficit público; na medida em que exigia a emissão de moeda e assim representaria excesso de demanda sobre a oferta, pressionaria os preços para cima. 
· Por isso, dever-se-ia cortar o gasto público para debelar a inflação.
9. Resuma a principal polêmica ocorrida dentro da "Agenda brasil".
Resposta: O ministro Fernando Henrique propôs que o Presidente vetasse esse dispositivo e impusesse um redutor na inflação para a correção do salário. 
Em lugar de fazê-lo, Itamar convocou o governo, os trabalhadores e os empresários a sentarem-se à mesa, sob sua coordenação, para verificar se havia ou não recursos para arcar com essa decisão do Congresso. Nascia, então, a “Agenda Brasil”. Foi um dos processos mais democráticos da história da República. 
Houve vários embates dentro da "Agenda Brasil". O principal deles estava relacionado com a questão do déficit público. Para justificar sua posição a favor do veto à nova política salarial, Fernando Henrique informou que sua repercussão sobre as finanças públicas seria de US $12,6 bilhões.
Logo depois, a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e o Dieese demonstraram que o "rombo" na boca do cofre do Tesouro não passaria de US$ 2,5 bilhões - que poderia facilmente ser absorvido com uma ligeira queda da taxa de juros praticada pelo governo.
O ministro alegou que suas estimativas indicavam que, mesmo depois de um e programado de US$ 6 bilhões nas despesas públicas, ainda sobraria um déficit de US$ 15,73 bilhões para 1993, sem contar os efeitos da política salarial. 
O presidente da CGTB, Antônio Neto, contraditou seus argumentos: informou que, em face da política de combate à evasão e à elisão fiscal, adotada pelo secretário da Receita, Osiris Lopes, já no primeiro semestre havia ocorrido um aumento real de 32% da receita fiscal, o que permitia manter o equilíbrio das contas públicas. 
E a realidade provou depois que isso era verdadeiro: a execução fiscal de 1993 indicou um superávit primário de 2,9% do PIB e um equilíbrio operacional, isto é, incluindo os juros.
A partir daí, o Ministério da Fazenda enredou-se numa confusão acerca do número do déficit público para o ano seguinte. Depois de haver divulgado a cifra de US$ 45 bilhões, terminou assumindo o valor de US$ 7 bilhões.
Teve que assumir esse número em face da não-aceitação de seus números anteriores pela Comissão de Orçamento do Congresso, que declarou haver superestimação das despesas no projeto de lei orçamentária enviado ao Congresso.
Em face do desgaste da equipe da Fazenda nessas polêmicas, Fernando Henrique exigiu de Itamar o encerramento da "Agenda Brasil", último bastião da resistência itamarista, e assumiu o comando real do governo.
CAP. 10
1. Mostre os critérios adotados para rebaixar o valor de venda do Sistema Telebrás. Faça um resumo do processo de privatização da Companhia Vale do Rio Doce.
Resposta 01: Depreende-se que a entrega da "joia da coroa", o Sistema Telebrás, ficou para 1998. Segundo Aloysio Biondi, "o falecido ministro Sérgio Motta previa que a privatização do sistema Telebrás, isto é, das empresas telefônicas de todo o país, renderia de 35 a 40 bilhões de reais ao governo", que na época equivalia ao mesmo montante em dólares. 
Segundo ele, seria a parte do governo num patrimônio que dizia valer entre US$ 100 bilhões e US$ 115 bilhões. Ainda que o bloco de ações do governo correspondesse a 19,24% do conjunto das ações do Sistema Telebrás, o fato de representar 50% mais 1 das ações com direito a voto, isto é, o fato de garantir o controle acionário daempresa, possibilita a obtenção de um "ágio" no mercado que permitia chegar ao valor que Motta estipulara.
No entanto, o governo, depois da "avaliação" feita pelas empresas de consultoria estabeleceu um preço de R$ 65 bilhões e, sem considerar o fato de que estava vendendo o controle acionário, e não apenas um percentual de ações da empresa, estipulou em R$ 13,5 bilhões o valor de suas ações.
Na época, o jornalista Aloysio Biondi, em um artigo, denunciou os artifícios adotados pelas consultorias para rebaixar o valor da empresa:
“A suposta concorrência do setor incrementaria os gastos de comercialização, não se incluiu o faturamento a ser obtido com o aumento das vendas da linhas telefônicas, descontaram-se os investimentos que os compradores supostamente fariam nos próximos anos. 58 Ora, a própria empresa compradora da Embratel, a MCI, reconheceu que, como os investimentos, no fundamental, já haviam sido feitos, não eram necessários grandes investimentos no futuro”.
Como houve "ágio", o valor terminou ficando em R$ 22,2 bilhões ou US$ 19,1 bilhões, nos leilões realizados em julho de 1998, isto é, metade do que estimou Sérgio Motta. Ora, só nos anos de 1996 e 1997 e primeiro semestre de 1998, quando a privatização já havia sido decidida, o governo havia investido R$ 21 bilhões no Sistema Telebrás. Entre 1974 e primeiro semestre de 1998, o investimento total montou em US$ 67,7 bilhões.
A privatização do Sistema Telebrás significou, na verdade, desnacionalização das telecomunicações brasileiras: 76% do valor das ações foram arrematadas por grupos estrangeiros, em módicas prestações anuais, a juros de 12% ao ano; quanto à entrada, de 40% do valor, metade seria financiada pelo BNDES.
Resposta 02: A privatização da Companhia Vale do Rio Doce ocorreu na data de 06/05/1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, com o financiamento subsidiado pelo BNDS, colocado à disposição dos compradores. Portanto, a venda do controle acionário da Companhia foi fechada na precitada data, para o consórcio Brasil, liderado pela Companhia Siderúrgica Nacional, fundada pelo ex-presidente Getúlio Vargas em 09/04/1941, adquirindo o controle acionário da Companhia pela importância de US$ 3.338.178.240 (em torno de 3,3 bilhões de dólares), naquela oportunidade, representando 27% do capital total da empresa, que pertencia a União e que representavam 41,73% das ações ordinárias da empresa, com direito a voto, enquanto que as ações preferenciais, sem direito a voto, permanecem em mãos de acionistas privados.
Quando da privatização, a empresa estava produzindo em torno de 114 milhões de toneladas/ano, mantendo a estabilidade nos dois anos subsequentes à privatização.
Por outra monta, há controvérsias pertinentes às pessoas físicas e jurídicas que adquiriram o controle acionário da Companhia Vale do Rio Doce. 
Segundo o Jornal A Folha, Sucursal do Rio de Janeiro, o Consórcio Brasil, liderado pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), chefiada por Benjamin Steinbruch, é o novo acionista controlador da Companhia Vale do Rio Doce, após grande demanda judicial, que levou o dia inteiro. 
Portanto, a União vendeu 41,73% de suas ações com direito a voto pelo valor de R$ 3.338.178.240,00. O aludido leilão ficou paralisado por mais de cinco horas, em face do ajuizamento de duas liminares na Justiça Federal, que findaram cassadas.
A Companhia foi privatizada com um ágio de 19,99% relativamente ao preço mínimo fixado pelo governo. Enquanto a ação foi vendida a R$ 32,00, em desfavor de um preço mínimo de 26,67.
Por conseguinte, o Consórcio Brasil adquiriu 41,73% das ações da Companhia Vale do Rio Doce, divididas das seguintes formas: 16,30% (R$ 1,3 bilhão) das ações ficaram com a CSN; 10,43% (R$ 834,5 milhões) com a Litel Participações (fundo de pensão); 10% (R$ 800 milhões) ficaram a Eletron S/A (liderada pelo banco Opportunity), e 5% (R$ 400 milhões) com a Sweet River (Nations Bank). Segundo A Folha, consta que o Nations Bank aplicou na negociação R$ 1,2 bilhão.
2. Quais as reformas constitucionais na área econômica aprovados em 1995?
Resposta: O Presidente enviou ao Congresso, em meados de fevereiro de 1995, portanto, menos de dois meses depois de assumir o governo, as Propostas de Emenda Constitucional (PECs) que quebravam o domínio público sobre o petróleo, c subsolo, as telecomunicações e a energia, além de abrir para o capital estrangeiro a navegação de cabotagem e de conceder à empresa estrangeira o mesmo status da empresa nacional.
 
O objetivo desde o início não era abrir esses setores para a instalação de novas empresas de origem privada, mas transferir o patrimônio das empresas públicas para grupos privados, sobretudo, como ficaria claro mais tarde pelo "modelo de privatização" adotado, a consórcios cujo "sócio estratégico" seria de origem estrangeira.
Um mês depois, encaminhou ao Congresso um "pacote" destinado a reduzir os direitos previdenciários, particularmente a aposentadoria por tempo de serviço, as aposentadorias especiais de professores e em profissões insalubres e de alto risco, além de diminuir o teto de 10 salários-mínimos para as aposentadorias do INSS e de fixar um teto máximo para aposentadoria dos servidores públicos.
O objetivo era abrir espaço para a criação de "fundos de pensão" patrocinados pelos bancos, que absorveram as contribuições e, portanto, as aposentadorias e pensões complementares (acima do "teto"), ou seja, também aqui a intenção era a privatização.
As privatizações não avançaram muito em 1995 porque, no fundamental, já haviam sido alienadas as empresas que não estavam resguardadas na Constituição ou nas leis Percebe-se que a nova etapa de privatização dependia, portanto, de mudanças constitucionais e legais. 
Depois de intensas polêmicas, o governo conseguiu aprovar na Câmara dos Deputados, entre fins de maio e o mês de junho de 1995, a mensagem 193/95, que alterar os artigos 171, 176 e 177 da Constituição, que acabava com o conceito de capital nacional e permitia a participação do capital estrangeiro na navegação quebra do domínio público sobre as telecomunicações e o petróleo. 
Para que a emenda do petróleo fosse aprovada no Senado sem alterações, o Presidente da República enviou ao Presidente do Senado uma carta garantindo que não privatizaria a Petrobras nem os poços em produção. 
Sem condições de privatizar a Petrobras, a política do governo Fernando Henrique para o setor passaria a ser a realização de leilões dos poços já descobertos pela empresa.
O governo não foi vitorioso em toda a linha, mas conseguiu, no fundamental, atingir seus objetivos, ao quebrar o domínio público sobre os setores estratégicos da economia e, assim, abrir espaço para o maior programa de privatização do mundo, conforme anunciaria posteriormente o Presidente Fernando Henrique. A isso, em balanço de quatro anos depois, em junho de 1999, Fernando Henrique designou de "reforma do Brasil". 
3. Que mudanças foram realizadas na Previdência Social?
Resposta: Depois da rejeição à quebra dos benefícios previdenciários no começo de 1995, o governo voltou à carga no início de 1996.
O eixo central do projeto consistia em substituir, na definição das condições para a aposentadoria, o tempo de serviço pelo tempo de contribuição. Em síntese, isso significava:
· Substituir o conceito solidário, isto é, o de que a sociedade tem que garantir a velhice de seus cidadãos, pelo conceito de capitalização, ou seja, cada um deve poupar para garantir sua aposentadoria;
· Estabelecer uma idade mínima (53 anos para homens 48 para mulheres) independentemente do tempo de serviço, para a aposentadoria de todos os trabalhadores e, no caso do servidor público, além da idade mínima, um tempo mínimo de permanência no cargo e no serviço público para garantir sua aposentadoria, também independente de seu tempo de serviço, além de acabar com sua aposentadoria proporcional;
· Completava-se com o fim da aposentadoria especial do professor (30 anos de serviço para homens e 25 para mulheres) a retirada da Constituição do regimede aposentadorias e pensões dos militares, além de deixar de computar, para os trabalhadores urbanos oriundos do meio rural, o tempo que haviam trabalhado na lavoura.
Nesse momento, o governo já percebeu a inviabilidade política de fixar um teto máximo para a aposentadoria dos servidores públicos. 
Numa situação em que cerca da metade dos trabalhadores não tinha registro em carteira e que, além disso, havia elevado índice de sonegação das empresas junto ao INSS, o tempo de serviço dos trabalhadores, na grande maioria, não se transformava em tempo de contribuição. Essa mudança significava, portanto, um profundo revés nas chances de aposentadoria de cerca de 70% dos trabalhadores.
Depois que a PEC da Previdência foi rejeitada na Comissão Especial e no Plenário da Câmara, a bancada governista indicou o Deputado Michel Temer para relatar um novo substitutivo, que, na verdade, reproduzia o anterior e conseguiu sua aprovação, em primeira instância, no dia 21 de março de 1996 no plenário da Câmara. 
Mas, na votação dos destaques, o governo sofreria novas derrotas - manteve-se a aposentadoria proporcional para servidores, derrubou-se a exigência de idade mínima para aposentadoria proporcional para trabalhadores das empresas privadas - e quase foi derrotado em seu objetivo principal: a substituição do "tempo de serviço" pelo "tempo de contribuição" teve apenas um voto a mais do exigido para sua aprovação.
4. Quais a/s principais medidas propostas através do Plano de Ação Imediata?
Resposta: Depreende-se que Fernando Henrique Cardoso e sua equipe econômica a dotaram uma política econômica conservadora e apresentaram o Plano de Ação Imediata com ênfase total no ajuste das contas públicas (causa da inflação). 
Houve, portanto, a combinação de ações voltadas ao combate à inflação conforme a ortodoxia monetarista. 
Primeiras ações: Elevação da Taxa de juros e um Forte Corte nos Gastos Públicos. 
Ações estratégicas: continuidade ao programa de Collor: 
a) Processo de privatização; 
b) Avanço na abertura do mercado aos produtos estrangeiros. 
Nota-se que o Plano de Ação Imediata era um mecanismo para ganhar tempo enquanto a equipe econômica elaborava o Plano Real que se desdobrou em 8 etapas. 
1ª Etapa: Renegociação da Dívida e Suspensão da Moratória;
2ª Etapa: Ancora Monetária - Aumento da Taxa de Juros;
3ª Etapa: Criação da âncora fiscal - instituição do FSE;
4ª Etapa: Criação da URV;
5ª Etapa: Instituição do real;
6ª Etapa: Criação da “âncora cambial” - Valorização da moeda e aceleração da abertura econômica;
7ª Etapa: Desestatização da economia;
8ª Etapa: Eleição de FHC.
5. Por que a renegociação da dívida externa era considerada fundamental para o sucesso do Plano Real?
Resposta: A atração de recursos externos era imprescindível para a cumular as reservas cambiais, a formar o “lastro” que serviria de base para a nova moeda. Era impossível atrair esses capitais enquanto se mantivesse a moratória da dívida antiga. A dívida, portanto, foi renegociada.
6. Mostre a relação entre elevação da Taxa Interna de Juros, a formação de reservar cambiais e o Plano Real.
Resposta: A elevação da taxa de juros, depois da negociação da dívida era a forma de atrair capitais externos, sobretudo os “especulativos” para formar as reservas cambiais, lastro para a nova moeda. 
Essas reservas ancoraram a nova moeda, na medida em que garantiriam as importações: instrumento de controle de inflação que seria a verdadeira âncora do plano. 
Essa política produziu o resultado por ele desejado, houve aumento das reservas cambiais. Contudo, os juros altos por sua vez incidiram sobre a dívida pública, isto é, quanto maior for a taxa de juros, maior será o custo e a conta de juros da dívida, e como consequência, a equipe econômica com essa política recriou o déficit público. 
Assim, o aumento de juros não serviu como combate à inflação.
7. Qual o Significado do FSE e da URV no Plano Real?
Resposta: Deflagrada em dezembro de 1993, foi implantada a edição do Programa de Estabilização. Essa medida oficializou o Plano Real, em duas fases: 
· A primeira fase, “ajuste fiscal” que conduziria ao “equilíbrio orçamentário” onde o principal instrumento foi o Fundo Social de Emergência - (FSE). 
· A segunda, foi à realização de uma reforma monetária que também foi dividida em duas vezes: criação de um indexador (URV) e quando contratos e preços em sua maioria estivessem sendo cotado em URV, haveria a conversão para a nova moeda. 
 O objetivo do FSE: liberar recursos para pagar a conta da política de juros altos que vinha e continuaria sendo adotada. Mais à frente o governo mudou o nome do FSE: Fundo de Estabilização Fiscal (FEF) porque em tese ele não continha nada de social.
Em março de 1994 teria início a reforma monetarista com a implantação da URV (Unidade Real do Valor). Um dos principais autores do Plano Real, “Bacha” deixava claro que o principal objetivo da URV era achatar os salários, o que ficou evidenciado durante a vigência da URV. Os preços de produtos da cesta básica explodiram nesse período de vigência.
A URV funcionava inicialmente, como indexador, mas seu objetivo era cortar o poder de compra dos salários a fim de permitir a melhor rentabilidade das empresas, como forma de “coibir” na etapa seguinte seu ânimo de remarcação de preços.
8. Analise o papel da "âncora cambial" na estabilidade monetária. 
Resposta: Depreende-se que com a criação da "âncora cambial", ocorreu a valorização da moeda e a aceleração da abertura econômica.
Resposta: Em outubro de 1994, Ciro Gomes combinou a supervalorização artificial do real com a redução das alíquotas de importação: “liberalização de tudo”. Resultado: inundação de produtos estrangeiros no mercado interno. 
As empresas debilitadas pelos juros altos e pela queda d e consumo não teriam como enfrentar a onda de importações e preços baixos. A abertura econômica foi o verdadeiro instrumento de combate à inflação da nova equipe econômica. 
 A política de juros altos, ao atrair uma enxurrada de dólares, barateou-o diante do real. Resultado imediato: inundação do mercado nacional por produto estrangeiro. O aumento na oferta de produtos acirraria a concorrência e impediria o aumento dos preços. 
Sendo assim, o verdadeiro instrumento de combate à inflação, passaria a ser a "âncora cambial”. Além de estimular a concorrência e promover a modernização das empresas brasileiras, como alegava a equipe econômica, o resultado foi o contrário: a entrada maciça desses produtos contribuía para o sucateamento e destruição de importantes setores da economia. 
As importações ajudaram a alcançar o objetivo de manter a inflação baixa durante um tempo razoável. Mas, a supervalorização do real encareceu os produtos brasileiros no exterior (o que dificultava as exportações).
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1. Faça um resumo do Sistema de Metas de Inflação.
Resposta: Conselho Monetário Nacional – (CMN)
2. Indique as causas e os termos dos acordos com o FMI.
3. Quais as causas dos três acordos com o FMI? Indique suas principais medidas
Resposta:

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