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Violência Obstétrica Violência Obstétrica KETLYN BEATRIZ LUZ JESSICA FERREIRA MILENA NICA O'Que é violência obstétrica É uma expressão utilizada para representar abusos e desrespeitos sofridos pelas gestantes durante o parto, gerando vários traumas às mulheres. Não só aos profissionais de saúde, mas também às falhas estruturais de clínicas e hospitais públicos ou particulares. 3 Este estudo foi realizado com a formação teórica sobre o tema, onde se iniciou por uma pesquisa bibliográfica, baseadas em artigos, no período de julho a setembro de 2022, em buscas de sites como Scielo, Google Acadêmico, com intuito de compreender o que é a violência obstétrica e como identificar e prevenir. Termos Descritores: violência obstétrica, violência obstétrica no Brasil, conhecimento das mulheres sobre violência obstétrica. 4 Violência Obstétrica No Brasil, uma em cada quatro mulheres sofre violência antes, durante ou depois do parto. Ela acontece de forma verbal, física, psicológica e sexual Qualquer conduta, comissiva ou omissiva, realizada por profissionais de saúde, em instituição pública ou privada que, direta ou indiretamente, leva à apropriação indevida dos processos corporais e reprodutivos das mulheres. 5 A violência obstétrica é considerada um problema de saúde pública. Em 1985, a Organização Mundial da Saúde lançou propostas de incentivo ao parto vaginal, contato pele a pele imediatamente após o parto, incentivo ao aleitamento materno e presença de acompanhante durante todo o parto e pós-parto. Essas propostas também enfatizavam a importância das enfermeiras obstétricas na condução de partos vaginais de risco rotineiro e a inclusão de parteiras em áreas sem atendimento hospitalar. Além disso, já previa uma série de mudanças nas rotinas de atendimento à parturiente, bem como a redução do excesso de intervenções de rotina, sem nenhum benefício real para a paciente e seu bebê. 6 As situações de abuso, desrespeito, negligência e maus tratos vivenciados pelas gestantes durante o parto se repetem. Embora essas violações possam ocorrer em qualquer fase da gravidez, é durante o parto que essas mulheres são mais frágeis e propensas a tais eventos. Diferentemente de outros procedimentos que requerem assistência hospitalar, o parto é um processo fisiológico que requer cuidado e acolhimento. No entanto, esse momento excepcional na vida da mulher tornou-se alvo de agressões físicas e verbais e desrespeito ao direito de decisão por parte das parturientes. 7 A violência obstétrica estaria presente nas seguintes práticas: 8 I - tratar a gestante ou parturiente de forma agressiva, não empática, grosseira, zombeteira, ou de qualquer outra forma que a faça se sentir mal pelo tratamento recebido; II - fazer graça ou recriminar a parturiente por qualquer comportamento como gritar, chorar, ter medo, vergonha ou dúvidas; III - fazer graça ou recriminar a mulher por qualquer característica ou ato físico como, por exemplo, obesidade, pelos, estrias, evacuação e outros; 9 IV - não ouvir as queixas e dúvidas da mulher internada e em trabalho de parto; V - tratar a mulher de forma inferior, dando-lhe comandos e nomes infantilizados e diminutivos, tratando-a como incapaz; VI - fazer a gestante acreditar que precisa de uma cesariana quando não é necessária, utilizando de riscos imaginários ou hipotéticos não comprovados e sem a devida explicação dos riscos que alcançam ela e o bebê; 10 VII - recusar atendimento de parto, sendo uma emergência médica; VIII - submeter a mulher a procedimentos dolorosos, desnecessários ou humilhantes, como lavagem intestinal, raspagem de pelos pubianos, posição ginecológica com portas abertas, exame de toque por mais de um profissional; IX - proceder a episiotomia quando esta não é realmente imprescindível; X - manter amarradas em trabalho de parto; 11 XI - fazer qualquer procedimento sem previamente pedir permissão ou explicar, com palavras simples, a necessidade do que está sendo oferecido ou recomendado; XII - após o trabalho de parto, demorar injustificadamente para acomodar a mulher no quarto; XIII - comentário constrangedores a mulher por sua cor, raça, etnia, idade, escolaridade, religião ou crença, condição socioeconômica, estado civil ou situação conjugal, orientação sexual, número de filhos, etc; 12 XIV - impedir ou dificultar aleitamento materno (impedindo a amamentação na primeira hora de vida, afastando o recém-nascido de sua mãe, deixando-o em berçários onde são introduzidas mamadeiras e chupetas e etc.). XV - tratar o pai do bebê como visita e proibir seu livre acesso para acompanhar a parturiente e o bebê a qualquer hora do dia. 13 Procedimentos desnecessário e invasivos Manobra de Kristeller Episiotomia Amniotomia Ocitocina Sintética 14 Procedimentos desnecessário e invasivos Tricotomia Lavagem Intestinal Exame de toque frequente 15 Quem pode praticar violência obstétrica Médicas(os) obstetra Ao desrespeitar a escolha da parturiente, realizar medidas médicas desnecessárias ou agredir a mãe, seja verbal, psicologicamente ou fisicamente, o médico está a praticar violência obstétrica. Ofender, desrespeitar a gestante ou minimizar a sua dor, estarão praticando violência obstétrica. Enfermeiras(os) 16 Anestesistas Dar pouca anestesia e ignorar as queixas de dor da mulher são forma de violência obstétrica que marcam o parto negativamente. Técnicas (os) em enfermagem Ao desrespeitarem as gestantes e as ofenderem, minimizarem sua dor, estão praticando violência obstétrica. Recepcionista/Administração do hospital A violência pode começar desde a chegada da gestante ao hospital, ao ser negado o atendimento ou a realização do parto ou a ser negado o direito da paciente de ter um acompanhante. 17 Fonte:https://www.metropoles.com/materias-especiais/parto-anormal-violencia-obstetrica-f ere-mulheres-e-mata-bebes-no-df Frases relatadas durante serviços de parto 18 https://www.metropoles.com/materias-especiais/parto-anormal-violencia-obstetrica-fere-mulheres-e-mata-bebes-no-df https://www.metropoles.com/materias-especiais/parto-anormal-violencia-obstetrica-fere-mulheres-e-mata-bebes-no-df As consequências da violência obstétrica 19 São diversas as consequências que podem trazer danos tanto físicos quanto psicológicos. • Ansiedade; • Depressão; • Crise de pânico; • Auto estima baixa; • Medos e angústias; • Sentimento de culpa. 20 A dor do parto faz parte da natureza humana e está associada à possibilidade do ser humano gerar uma vida. Além da dor fisiológica, a dor de uma agressão durante o nascimento ficará na lembrança da vítima para sempre como algo traumático e pouco agradável de lembrança. O momento do parto deveria ser considerado e lembrado com um momento de alegria pelas mulheres e manejado com respeito e de forma humanizada pelos profissionais de saúde. Muitas das vezes as mulheres que sofreram agressões têm medo de denunciar ou até mesmo de contar para alguém da família, e acabam "deixando de lado" esse terrível acontecimento. Por fim, é necessário devolver a mulher o papel de protagonista do próprio parto, atuando na assistência obstétrica descentralizando o profissional, de modo a oferecer desde um pré natal efetivo até um parto humanizado, fazendo o uso das boas práticas e respeitar cada nascimento como um acontecimento único e prezar por uma assistência obstétrica de qualidade. 21 Como estratégia para enfrentar essa realidade brasileira, o Ministério da Saúde desenvolveu o Programa Maternidade Segura, que visa respeitar a dignidade humana, os sentimentos, as escolhas e as preferências de todas as mulheres, mas o desenvolvimento de uma visão holística da mulher, incluindo todo o psicossocial da mulher. Está nas mãos dos profissionais de saúde criar e utilizar o conhecimento científico sistemático para as necessidadesindividuais para que a gestante esteja bem amparada neste momento tão especial de sua vida. 22 DENUNCIE Caso as mulheres identificam algum tipo de violência obstétrica, é possível realizar denúncias Disque 180 Denúncia de Violência contra a Mulher Disque 136 Conselho Estadual ou Municipal de Saúde, no Ministério da Saúde 23 Referências SENA, Ligia Moreiras; TESSER, Charles Dalcanale. Violência obstétrica no Brasil e o ciberativismo de mulheres mães: relato de duas experiências. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 21, p. 209-220, 2016. VIEIRA, Thaís Francielle Santana et al. Conhecimento das mulheres sobre violência obstétrica: Uma revisão sistemática. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 4, p. 9912-9925, 2020. SPACOV, Lara Vieira; SILVA, D. S. Violência Obstétrica: Um olhar jurídico desta problemática no Brasil. Derecho y Cambio Social, p. 485-499, 2019. BRANDT¹, Gabriela Pinheiro et al. Violência obstétrica: a verdadeira dor do parto. 2018. ESTUMANO, Vanessa Kelly Cardoso et al. VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO BRASIL: CASOS CADA VEZ MAIS FREQUENTES: OBSTETRIC VIOLENCE IN BRAZIL: INCREASINGLY FREQUENT CASES. Revista Recien-Revista Científica de Enfermagem, v. 7, n. 19, p. 83-91, 2017. PEREIRA¹, JÉSSICA SOUZA; GONÇALVES, MAYARA DE MELLO. Violência obstétrica: ofensa à dignidade humana. 2016. BRANDT, Gabriela Pinheiro ; SOUZA, Silvia Jaqueline Pereira ; MIGOTO, Michelle Thais ; WEIGERT, Simone Planca. Violência obstétrica. Local: Revista Gestão&Saúde, 2017. 24 Referências 25 ZANARDO, Gabriela Lemos de Pinho et al. Violência obstétrica no Brasil: uma revisão narrativa. Psicologia & sociedade, v. 29, 2017. TESSER, Charles Dalcanale et al. Violência obstétrica e prevenção quaternária: o que é e o que fazer. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, v. 10, n. 35, p. 1-12, 2015. SILVA, Michelle Gonçalves da et al. Violência obstétrica na visão de enfermeiras obstetras. 2014. PALMA, Carolina Coelho; DONELLI, Tagma Marina Scheiner. Violência obstétrica em mulheres brasileiras. Psico, v. 48, n. 3, p. 216-230, 2017. DE MEDEIROS MOURA, Rafaela Costa et al. Cuidados de enfermagem na prevenção da violência obstétrica. Enfermagem em foco, v. 9, n. 4, 2018. DE CARVALHO BARBOSA, Luara; CANGIANI FABBRO, Márcia Regina; PEREIRA DOS REIS MACHADO, Geovânia. Violência obstétrica: revisão integrativa de pesquisas qualitativas. Avances en Enfermería, v. 35, n. 2, p. 190-207, 2017. “Para mudar o MUNDO, Primeiro é preciso mudar a forma de NASCER” (Michael Odent) Obrigado!! 26
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