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1 MOTIVAÇÃO E ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3 ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM .................................................... 5 FATORES MOTIVACIONAIS .................................................................. 8 ORIENTAÇÕES MOTIVACIONAIS E METAS DE REALIZAÇÃO ....... 9 CRENÇAS DE AUTOEFICÁCIA ........................................................ 11 VALOR DA TAREFA .......................................................................... 12 MOTIVAÇÃO E APRENDIZAGEM EM CONTEXTO ESCOLAR ........... 13 MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA E MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA ............. 15 MOTIVAÇÃO NA SALA DE AULA ..................................................... 17 EFEITOS DA MOTIVAÇÃO DO ALUNO ............................................ 19 PROBLEMAS DE MOTIVAÇÃO NOS ALUNOS ................................ 20 O PROFESSOR E A ESCOLA NA MOTIVAÇÃO DO ALUNO ........... 23 CRENÇAS SOBRE MOTIVAÇÃO ...................................................... 25 LIMITAÇÕES NO USO DE ESTRATÉGIAS MOTIVACIONAIS ......... 26 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 27 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO A aprendizagem no contexto escolar é mediada por fatores diversos, não podendo ser atribuído exclusivamente às capacidades cognitivas do aluno, o sucesso ou insucesso neste processo. Nesse sentido, tem se considerado a importância de se investigar tanto a dimensão cognitiva quanto afetivo- motivacional do desempenho escolar. Embora o estudo dos aspectos motivacionais esteve, por um tempo, relativamente negligenciado (WEINER, 1979), particularmente nas duas últimas décadas essa temática vem tomando um lugar de importância nas pesquisas, especialmente no sentido de entender como a motivação afeta a cognição e a aprendizagem (PINTRICH, 2003). O processo de ensino-aprendizagem é hoje entendido como uma construção que envolve um papel ativo por parte do aluno. Nesta perspectiva, torna-se imprescindível que o aluno desenvolva a capacidade de estabelecer as próprias metas, planejar e monitorar seus esforços na direção de um melhor desempenho acadêmico, direcionando em certa medida, sua aprendizagem no contexto escolar. 4 Nessa direção, Boekaerts (1996) propôs que o ensino adequado não é mais visto como transferir informação para a memória do estudante e a aprendizagem adequada também não é mais igualada a ter bons resultados nas avaliações. Ao contrário, muitos pesquisadores defendem a visão de que um dos maiores objetivos da educação formal deveria ser equipar os estudantes com capacidades autorregulatórias. Assim são considerados aprendizes autorregulados aqueles que possuem capacidades adaptativas e estratégias para alcançar demandas de mudança (MC CORMICK, 2003, p. 81). Estratégias de aprendizagem são ações mentais e comportamentos com os quais se envolve um aluno durante a aprendizagem e que facilitam a recuperação de conhecimentos já adquiridos, potencializando a melhor qualidade desse processo. (Weinstein, Acee, & Jung, 2011; Weinstein & Mayer, 1986). Nisbett e Schucksmith (1986) e Dansereau (1985) as definem como sequências integradas de procedimentos ou atividades escolhidas com os objetivos de facilitar e tornar mais eficientes a aquisição, o armazenamento e a utilização da informação. Garner e Alexander (1989) e Dembo (1994) definem as estratégias cognitivas como comportamentos e pensamentos que influenciam o processo de aprendizagem, de forma que a informação possa ser recuperada mais eficientemente da memória, sempre que necessário. As estratégias de ensaio, elaboração e organização do conhecimento são exemplos de estratégias cognitivas. O ensaio consiste na repetição e no repasse da informação por parte do estudante, e a elaboração possibilita que o aprendiz estabeleça relações entre um conteúdo novo e os conhecimentos que já possui. Já a organização é a atividade pela qual o aluno identifica as ideias principais do novo conteúdo e estabelece ligações entre suas diversas partes. Já as estratégias metacognitivas são procedimentos que o estudante usa para planejar, monitorar e regular o próprio pensamento. O planejamento envolve o estabelecimento de metas a serem realizadas. O monitoramento auxilia a conscientização do próprio desempenho e da própria atenção como, por exemplo, perceber falhas na compreensão e necessidade de alterar o ritmo da leitura. A regulação permite modificar o comportamento de estudo a partir do 5 monitoramento realizado e recuperar algum problema que tenha surgido anteriormente (Boruchovitch & Santos, 2006). As Estratégias de Aprendizagem e a motivação podem influenciar a qualidade motivacional dos sujeitos para aprender. As estratégias de aprendizagem acabam com aspectos emocionais indesejáveis inter- relacionando a motivação e a cognição. Quanto maior o uso de estratégias de aprendizagem para a realização das atividades escolares, diversifica-se as oportunidades de aprimorar os conteúdos estudados e consequentemente o envolvimento com a aprendizagem torna-se profundo. Ao mesmo tempo, contribui desenvolvendo internamente crenças e auto percepções positivas, sentimento de auto eficácia, busca pela meta aprender, aumenta o senso de competência, a motivação intrínseca gerando atribuições de causalidade consistentes. ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM De modo geral, uma estratégia de aprendizagem envolve diversos recursos utilizados pelos estudantes ao aprender um novo conteúdo, ou desenvolver determinadas habilidades, podendo ser abrangente e generalizável à aprendizagem de várias tarefas e conteúdos ou restrita a uma tarefa específica. De acordo com Lopes da Silva e Sá (1993) as estratégias de aprendizagem podem ser definidas em um nível maior de complexidade como "planos formulados pelos estudantes para atingirem objetivos de aprendizagem e, em um nível mais específico, como qualquer procedimento adotado para a realização de uma determinada tarefa" (p. 19). Reforçando esta afirmação, Paris e Winograd (1990) propuseram que as estratégias podem ser específicas, como usar um algoritmo para checar contas em Matemática ou gerais, como planejar e monitorar uma tarefa. 6 É possível verificar que as estratégias de aprendizagem abrangem uma gama ampla de ações e, dessa forma, existem muitas maneiras de classificá-las de acordo com diferentes autores. Por exemplo, Danserau (1985) diferenciou entre estratégias primárias que são aquelas ligadas diretamente àexecução das tarefas (por exemplo, as estratégias mnemônicas) e as estratégias de apoio que ajudam o aprendiz a estabelecer as condições apropriadas para estudar (por exemplo: planejamento, controle da atenção, monitoramento, dentre outras). Embora sejam muitas as formas de entender as diferentes estratégias, a classificação mais empregada atualmente é aquela que distingue as estratégias entre cognitivas e metacognitivas. Segundo Dembo (1994), as estratégias cognitivas se referem a comportamentos e pensamentos que propiciem que a informação seja armazenada mais eficientemente (por exemplo: ensaio, elaboração, organização). Já as estratégias metacognitivas constituem procedimentos que o indivíduo usa para planejar, monitorar e regular seu próprio pensamento. De modo geral, conclui-se que as estratégias cognitivas estão diretamente relacionadas à execução de tarefas, ao passo que as estratégias metacognitivas geralmente são mais amplas e implicam na organização, regulação e mesmo na avaliação do uso das estratégias cognitivas. Ressalta-se ainda que o monitoramento pode informar se uma estratégia em particular está promovendo resultados efetivos e se o estudante está alcançando níveis de desempenho adequados aos seus padrões internos. 7 Assim, pode-se afirmar que as estratégias permitem planejar e monitorar o próprio desempenho. Dessa forma, Lopes da Silva e Sá (1993) apontaram que muitas dificuldades de aprendizagem podem ser explicadas pela ausência ou uso inapropriado de estratégias de estudo e pela inexistência de hábitos favoráveis à aprendizagem. Essa afirmação é complementada por Derry (1990) ao propor que os estudantes que conhecem e sabem utilizar estratégias são mais bem preparados para lidar com uma variedade de situações de aprendizagem. Nesse sentido, tanto professores como alunos deveriam estar cientes da existência de diferentes estratégias, sua aplicabilidade e relevância na aprendizagem do aluno. Burkell et al. (1990) acrescentaram que um aluno estratégico, além de possuir uma variedade de estratégias direcionadas a um desafio cognitivo, é capaz de avaliar se estas produzem progresso em direção aos objetivos estabelecidos. Um outro aspecto da relevância de estratégias é seu caráter compensatório. Garner e Alexander (1989) apontam para a existência de um consenso sobre a relevância do conhecimento anterior do aluno em facilitar ou dificultar a aquisição de um novo conteúdo. Contudo, o uso de diferentes estratégias pelo aluno pode ajudar a compensar lacunas em seu conhecimento prévio. A partir dos pontos levantados anteriormente, é possível listar uma série de benefícios relacionados ao uso de estratégias para o processo de aprendizagem, os quais se refletem até mesmo no desempenho escolar (SCHLIEPER, 2001; COSTA, 2000). No entanto, nem sempre os alunos as conhecem ou utilizam com a finalidade de melhorar a aprendizagem e, por isso, é importante ressaltar que sua utilização está condicionada a uma série de fatores. Nota-se com frequência que algumas estratégias são usadas espontaneamente pelos alunos sem a necessidade de instrução direta, ao passo que outras, embora ensinadas, raramente são utilizadas. Uma explicação plausível para este fato, de acordo com Garner e Alexander (1989), são as diferenças na motivação dos alunos. Reforçando essa afirmação, a partir de uma 8 revisão na literatura sobre o tema, Costa e Boruchovitch (2000) levantaram alguns pontos que influenciam o uso de estratégias e dentre estes, destacam-se variáveis motivacionais em geral, crenças sobre inteligência, auto eficácia, idade e série escolar dentre outros aspectos. Eccles e Wigfield (2002) apontaram ainda que teóricos da motivação estão cada vez mais interessados pelas maneiras em que motivação e cognição atuam juntas. Há teóricos, por exemplo, que se dedicam a estudar as conexões entre motivação e o uso de várias estratégias cognitivas. Como o uso sistemático de estratégias requer esforço, o aprendiz só verá sentido em utilizar diferentes estratégias de aprendizagem quando tiver percepção da sua relevância e quando se julgar capaz de produzir os efeitos desejados. Dessa forma, pode-se inferir que variáveis motivacionais estão diretamente relacionadas ao uso de estratégias. Assim, esses aspectos são compreendidos mais como um suporte no uso de estratégias do que como uma influência direta sobre o desempenho acadêmico (MCWHAW; ABRAMI, 2001). FATORES MOTIVACIONAIS Conforme apontado, uma das questões centrais no estudo das estratégias de aprendizagem é o que motiva os estudantes a utilizá-las. Na tentativa de compreender esta questão, muitos pesquisadores têm procurado descrever as relações entre estratégias e constructos motivacionais, pois embora muitos alunos possuam capacidades autorregulatórias, nem sempre se envolvem em atividades direcionadas a este fim. Ressalta-se que essa atividade requer esforço e, portanto, deve estar relacionada ao interesse ou necessidade do aluno em aprender. Burkel et al. (1990) acrescentam ainda que os estudantes estão mais propensos a usar estratégias se eles têm consciência que procedimentos estratégicos de fato melhoram a performance. A importância atribuída tanto a fatores cognitivos quanto motivacionais é evidenciada por Zimmermam e Bandura (1994, p. 846) ao afirmarem que "uma coisa é possuir capacidades autorregulatórias e outra coisa é conseguir aplicá- 9 las persistentemente em face de dificuldades, fatores estressantes ou interesses paralelos". Muitas crenças pessoais exercem influência na motivação e no desempenho do estudante, sejam estas autoras referenciadas, ou relacionadas ao objeto do conhecimento. Tratando desse aspecto, Pintrich (1999) apontou que embora haja um número grande de variáveis motivacionais, seus estudos juntamente com seus colaboradores haviam se centrado em três tipos de crenças: auto eficácia, valor da tarefa e tipos de metas. Esses conceitos serão discutidos a seguir. ORIENTAÇÕES MOTIVACIONAIS E METAS DE REALIZAÇÃO De acordo com a teoria de metas de realização (AMES; ARCHER, 1988), há dois grandes grupos de metas estabelecidas pelos alunos: meta aprender, predominantemente relacionada à tarefa, na qual os alunos geralmente são intrinsecamente motivados, tendo como principal objetivo aperfeiçoar os conhecimentos, e meta performance, na qual o aluno busca primordialmente evidenciar capacidades ou esconder lacunas nas mesmas. As metas afetam as ações, portanto, a cada conjunto de metas se atribuem diferentes comportamentos. A meta aprender é em geral relacionada à escolha de tarefas desafiadoras, maior esforço despendido, valorização do 10 próprio progresso, domínio e inovação nas atividades de aprendizagem (BZUNECK, 1999). Ames e Archer (1988) afirmam ainda que com a meta aprender "agrega-se importância ao desenvolvimento de novas habilidades. O processo de aprendizagem em si é valorizado e a obtenção de maestria é vista como sendo dependente do esforço." (p. 260). Em síntese, o aluno está mais preocupado com suas realizações do que suas notas escolares. Já na meta performance, busca-se obter notas altas, superando os demais colegas e demonstrando o próprio valor através de comparações sociais. O estudante orientado a esse tipo de meta evita demonstrar que não domina um assunto e, portanto, escolhe tarefas mais fáceis e menos desafiadoras. Complementando, Ames e Archer (1988) apontam que "com uma orientação à meta performance há uma preocupação em ser julgado capaz e mostrar evidência de habilidade tendo sucesso, tendo melhor desempenho que outros, conseguindo sucesso com pouco esforço" (p. 260). É válido ressaltar, conforme Bzuneck (1999), que o termo performance representa o desempenho conforme percebido e avaliado ou julgado externamente. Quanto à associação entreestratégias e metas, Pintrich (1999) apontou que foram encontradas relações muito consistentes entre esses constructos, sendo que, em geral, a literatura tem mostrado que os alunos mais orientados à meta aprender relatam um uso mais efetivo de estratégias tanto cognitivas quanto autorregulatórias ou metacognitivas (AMES; ARCHER, 1988; ABLARD; LIPSCHULTZ, 1998; WOLTERS; PINTRICH, 1998; MCKHAW; ABRAMI, 2001; CARDOSO; BZUNECK, 2004). Uma orientação a esta ou àquela meta pode estar vinculada a experiências pessoais na família, nos grupos sociais e também marcadamente na escola. Nesse aspecto, o papel da estrutura escolar foi evidenciado no estudo de Shih e Alexander (2000), que pesquisaram o impacto do tipo de feedback oferecido aos alunos acerca de seu desempenho nas avaliações. Os resultados apontaram que informações socialmente comparadas estavam vinculadas a um maior desenvolvimento da meta performance, ao passo que feedback autorreferenciado vinculava-se a uma orientação maior à meta aprender. 11 CRENÇAS DE AUTOEFICÁCIA Dentre as crenças autor referenciadas, a auto eficácia é um dos constructos mais relacionados ao desempenho escolar e ao uso de estratégias, e pode ser definida como a crença das pessoas acerca de suas capacidades para alcançarem determinadas realizações ou desempenhos (BANDURA, 1986; 1997). Deve-se ressaltar que esta não se refere especificamente à capacidade de um indivíduo, mas sim ao que o mesmo acredita ser capaz de realizar, em uma variedade de circunstâncias. Acrescenta-se que a auto eficácia constitui um importante mecanismo de agência, pois muitas ações exercidas no ambiente são reguladas pelas crenças dos indivíduos em suas capacidades para exercê-las (BANDURA, 1992). A auto eficácia é formada a partir de quatro fontes de informação: experiências de êxito, experiências vicariantes, persuasão social e estados afetivos ou fisiológicos (BANDURA, 1997). Dessa forma, tem se tornado evidente o papel da escola em promover não somente capacidades cognitivas, mas favorecer o desenvolvimento de crenças autor referenciadas favoráveis para sustentar o uso dessas capacidades. Como resultado de diversos estudos que têm confirmado as formulações teóricas, é possível afirmar que essas crenças têm uma influência na ação, na motivação e nos processos cognitivos, sendo estes últimos, relacionados à antecipação de consequências e resultados de ações. Aplicando-se o conceito ao contexto escolar, entende-se que a auto eficácia pode afetar a motivação dos alunos para realizar as tarefas ou evitá-las, as reações dos estudantes diante de suas realizações e até mesmo as suas escolhas profissionais. Essa é uma importante justificativa para que diversos estudos tenham sido conduzidos, relacionando este constructo ao desempenho escolar (DOBARRO, 2007; INGLEZ DE SOUZA; BRITO, 2008). Uma revisão da literatura a respeito da auto eficácia acadêmica, especialmente na década de 1990, apontou que as pesquisas tendem a confirmar a hipótese de que percepções positivas do aluno quanto à própria capacidade afetam a persistência do aluno e o uso de estratégias que tornam a 12 aprendizagem mais eficaz. Estudantes que demonstram maiores crenças de auto eficácia são capazes de persistir mais em face de dificuldades (PAJARES, 1996; PAJARES; MILLER, 1994), aceitam tarefas mais desafiadoras, limitam menos suas escolhas (O'BRIEN; MARTINEZ-PONZ; KOPALA, 1999; BANDURA; BARBARANELLI; CAPRARA; PASTORELLI, 2001) e experimentam níveis mais baixos de ansiedade (BANDALOS; YATES; THORNDIKE-CHRIST, 1995). Além disso, há evidência de que a auto eficácia influencie a autorregulação da aprendizagem (ZIMMERMAN; MARTINEZ-PONS, 1990; WOLTERS; PINTRICH, 1998; BOUFFARD-BOUCHARD; PARENT; LARIVÉE, 1991; INGLEZ DE SOUZA, 2007). Respectivamente ao uso de estratégias, acredita-se que a importância da auto eficácia resida no fato de que, diante de expectativas favoráveis ao próprio desempenho, estudantes tendem a despender maior esforço e persistir até encontrar as estratégias adequadas para a solução de tarefas, especialmente aquelas mais complexas. VALOR DA TAREFA Wigfield e Eccles (2000) propuseram que as escolhas, a persistência e o desempenho dos indivíduos podem ser explicados por suas crenças sobre quão bem podem se sair em determinada tarefa, bem como pela quantidade de valor atribuído à atividade em questão. O valor da tarefa envolve crenças sobre a importância, interesse e peso de determinada tarefa ou disciplina do contexto escolar. Complementando, Wigfield (1983) apontou que o valor da tarefa possui três componentes, a saber: utilidade, importância e interesse. Eccles e Wigfield (2002) afirmaram que o valor de utilidade é determinado pela relação da tarefa com objetivos atuais e futuros, tais como interesses em carreiras profissionais. Pintrich (1999) apontou ainda que a percepção do indivíduo sobre a utilidade da tarefa pode incluir crenças de que o curso lhe será imediatamente útil de alguma maneira ou em seus futuros estudos e na carreira em geral. Nessa 13 direção, alguns estudos apontaram que as crenças de valor da tarefa estavam positivamente correlacionadas com o uso de estratégias cognitivas como pesquisar, elaborar e organizar. Nos estudos de Wolters e Pintrich (1998) e Pintrich (1999), apontou-se que o valor da tarefa estava vinculado a um maior uso de estratégias e ao desempenho dos alunos, embora esta relação tenha sido mais modesta do que a encontrada nas crenças de auto eficácia. O valor da tarefa também foi apontado como fonte de motivação, pois "se não se percebe a utilidade do que se deve aprender, o interesse e o esforço tendem a diminuir à medida que o aluno se pergunta para que serve saber o que se pretende que aprenda" (TAPIA; MONTERO, 2004, p. 179). Portanto, perceber a utilidade das disciplinas escolares pode ser decisivo em despertar o interesse do aluno, direcionando esforços para a autorregulação da aprendizagem. MOTIVAÇÃO E APRENDIZAGEM EM CONTEXTO ESCOLAR A palavra “motivação” é, atualmente, uma das mais usadas pelos professores e outros responsáveis pela educação, em particular a educação formal, para justificar quer o insucesso quer o sucesso dos alunos, em particular no ensino e na aprendizagem da ciência escolar. Muitos professores colocam a alegada “falta de motivação” dos alunos como primeiro obstáculo à compreensão e aprendizagem dos conteúdos escolares. Curiosamente, grande parte das dificuldades do professor tem também origem na sua motivação para o desenvolvimento de um sólido conhecimento profissional, susceptível de o ajudar na difícil tarefa de diagnosticar os interesses e necessidades dos alunos e de ter em conta as diferenças individuais e outros problemas e condicionantes de aprendizagem (Campos, 1986). Muitos modelos tradicionais de aprendizagem das ciências, como os emergentes das perspectivas de autores como Ausubel, Piaget ou Driver, atribuíam as dificuldades dos alunos sobretudo a características estruturais e funcionais a eles intrínsecas, dominantemente cognitivas. As propostas de 14 superação emergentes desses modelos incidiam, por isso, fundamentalmente sobre a cognição, visando, nomeadamente, o desenvolvimento de situações de ensino mais estruturadas e mais adequadas ao nível cognitivo real dos alunos, o diagnóstico dos seus conhecimentos prévios ou a estimulação do conflito cognitivo e da mudança conceptual (Ribeiro, 2001). A dimensão afetiva era desse modo descurada, parecendo ignorar-se que, como cada vez mais se defende, a cognição e a afetividade constituem uma mesma unidade funcional, holística e sistémica (Damásio, 1995). O dualismo tradicional, traduzido no estabelecimento de dicotomias de validade meramente analítica entre cognição e afetividade, razão e emoção, tem vindo, assim, aser crescentemente questionado, não fazendo, pode dizer-se, parte da matriz paradigmática que caracteriza o tempo presente. Face à riqueza, diversidade e complexidade da motivação humana, têm sido, em concreto, propostas várias teorias que têm tentado explicar esse conceito, cada uma delas caracterizando-o de forma diferente, mas todas procurando explicar como o comportamento humano é cativado e dirigido. Mesmo para Piaget (1977), que centrou a sua atividade investigativa no desenvolvimento cognitivo, o papel da afetividade é de natureza funcional na inteligência. Também a perspectiva vygotskiana expressa uma visão integradora entre as dimensões cognitiva e afetiva do funcionamento psicológico. Para todos os inúmeros autores que hoje trabalham no contexto do paradigma socioconstrutivista de Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo (e metacognitivo) está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento social e emocional, significando isso que mudanças fundamentais no pensamento têm de ser acompanhadas por uma reorganização dos objetivos, das atitudes e das formas de mediação (Vygotsky, 1998). A motivação escolar constitui, atualmente, uma área de investigação que, na opinião de Gutiérrez (1986), permite, com alguma relevância, explicar, prever e orientar a conduta do aluno em contexto escolar. A forma como os indivíduos explicam os seus êxitos e fracassos relaciona-se com a sua motivação, a qual denota geralmente um fator ou fatores que levam a pessoa a agir em determinada direção (Weiner, 1979; Bzuneck, 2001; Cavenaghi, 2009). 15 Nos contextos de aprendizagem, como apontam Stipek (1998) e Printrich (2003), a motivação pode ser inferida por meio de comportamentos observáveis dos alunos, os quais incluem o iniciar rapidamente uma tarefa e empenhar-se nela com esforço, persistência e verbalizações. Segundo Nieto (1985), a maioria dos psicólogos define motivação como um processo que tenta explicar fatores de ativação, direção e manutenção da conduta, face a um objetivo desejado. Seja qual for a perspectiva que se adopte, o que sempre se verifica é a existência de dois tipos de motivação: extrínseca e intrínseca. MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA E MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA Na motivação extrínseca, o controlo da conduta é decisivamente influenciado pelo meio exterior, não sendo os fatores motivacionais inerentes nem ao sujeito nem à tarefa, mas simplesmente o resultado da interação entre ambos. Na motivação intrínseca, ao contrário, o controlo da conduta depende sobretudo do sujeito em si, dos seus próprios interesses e disposições. A motivação extrínseca está assim relacionada, tal como reforça Tapia (1997), com metas externas, ou seja, com situações em que a conduta se produz com a finalidade de apenas se receber uma recompensa ou se evitar qualquer punição ou castigo. Nessas situações, o sujeito preocupa-se sobretudo com a sua imagem, com o seu “eu”. A motivação intrínseca corresponde, por seu turno, a situações em que não há necessariamente recompensa deliberada, ou seja, relaciona-se com tarefas que satisfazem por si só o sujeito; correspondem-lhe, por isso, metas internas. Vários autores identificam as metas externas como metas de rendimento e as metas internas como metas de aprendizagem (Arias, 2004). 16 Os alunos com metas de aprendizagem envolvem-se mais facilmente na própria aprendizagem, de forma a adquirir conhecimentos e desenvolver competências, enquanto que os alunos com metas de rendimento estão mais preocupados em demonstrar os seus níveis de competência e com os juízos positivos que deles se possa fazer. Os alunos movidos por motivação intrínseca têm, assim, face às tarefas escolares, o objetivo de desenvolver as suas competências; aqueles que, ao contrário, são sobretudo impulsionados por mecanismos de motivação extrínseca, o seu objetivo é apenas obter avaliações positivas (Fontaine, 1990; Arias, 2004). Quando confrontados com tarefas específicas, alguns alunos reagem por um aumento de esforço, de persistência e de maior envolvimento na ação; outros, pelo contrário, tentam escapar-se e manifestam reações de inibição. Destes dois tipos de comportamento advêm geralmente resultados escolares diferentes, mais satisfatórios no primeiro e menos no segundo, algo que vários autores atribuem a diferenças motivacionais dos sujeitos (Fontaine, 1990). 17 MOTIVAÇÃO NA SALA DE AULA Quando os alunos têm como objetivo pessoal o domínio dos conteúdos, e não apenas a conclusão de tarefas ou o conseguir nota suficiente, irão empenhar-se, investir tempo e energia psíquica em determinadas atividades mentais. Esta postura cativa do aluno deve ser reforçada pelo professor, nomeadamente com o uso de estratégias cognitivas e metacognitivas, que incluem desde métodos que levem à compreensão de um texto, como fazer resumos, esquemas ou levantar questões, até à gestão do tempo disponível para o estudo (Boruchovitch, 1999; Pintrich, 2003). A importância de fazer interagir as dimensões cognitiva e afetiva na aquisição de conhecimentos será mais pertinente na modificação de atitudes e valores do que propriamente na obtenção de melhores resultados. A modificação de atitudes e valores favorece, no entanto, por si só melhores conhecimentos. A tomada de consciência da natureza do saber e do facto de cada um ter um potencial para aprender que pode aumentar com o envolvimento da sua própria personalidade suscita nos alunos a autoconfiança e a valorização de si próprios, necessárias a qualquer desenvolvimento e aprendizagem. É nesse sentido que Tapia (1997) afirma não ser possível ensinar a pensar adequadamente, se não se trabalhar a motivação e vice-versa. Para ele, querer e saber pensar são condições pessoais que permitem a aquisição e aplicação de conhecimentos quando necessário. O professor deverá ter sempre um papel decisivo, mesmo que se resuma ao fornecimento de “incentivos motivantes”. Para isso, é necessário o professor atuar ativamente para melhorar a motivação do aluno, ao mesmo tempo que o ensina a pensar, como é importante saber ensinar a pensar, ao mesmo tempo que se tenta melhorar a motivação para aprender (Tapia, 1997). É desejável que o professor promova na sala de aula um ambiente afável, transmitindo ao aluno um sentimento de pertença, onde se sinta integrado e veja legitimadas as suas dúvidas e os seus pedidos de ajuda. No entender de Boruchovitch (2009) a motivação, em concreto, não é somente uma característica própria do aluno, mas também mediada pelo professor, pela ambiente de sala de aula e pela cultura da 18 escola. Na opinião da autora, das distintas formas de promover a motivação, a principal é que o próprio professor seja um modelo de pessoa motivada. A última palavra cabe, todavia, sempre ao aluno. Martín Díaz e Kempa (1991) defendem, a esse respeito, que se devem ter em conta as características individuais dos alunos, se o objetivo for o de melhorar o processo de ensino e de aprendiza-gem. Na sua opinião, os materiais didáticos poderão até ser os “melhores”, mas tornarem-se inúteis se os alunos não estiverem interessados neles; as supostas “melhores” estratégias didáticas não terão qualquer resultado positivo se os alunos não se encontrarem motivados para elas. Estas preferências por métodos de ensino e por estratégias de aprendizagem diferentes são determinadas pelo “estilo motivacional” de cada um. A literatura sobre esta problemática identifica, a esse respeito, quatro categorias de alunos: os que procuram o sucesso, os curiosos, os conscienciosos e os socialmente motivados (Martín Díaz e Kempa, 1991). Do ponto de vista educativo, partilhamos com Neto (1996) a ideia de que o ideal no cato educativo seria o professor ter em conta a multiplicidade de estilos motivacionais existentes na sala de aula e ser capaz deadaptar as características dos procedimentos didáticos a essa multiplicidade. Se existe grande preocupação face à forma como os conhecimentos prévios dos alunos influem na forma como aprendem e constroem conhecimento, também devem ser tidos em conta as suas características motivacionais. Os alunos socialmente motivados, por exemplo, reagem melhor em situações de aprendizagem em grupo e os curiosos em situações de resolução de problemas. A força motivadora de determinada estratégia resulta, desse modo, não da estratégia em si, mas da interação da mesma com as características individuais dos alunos, nomeadamente com os seus estilos motivacionais e cognitivos. Estamos conscientes, no entanto, que, perante a realidade concreta, intrinsecamente complexa e imprevisível, essa tarefa se apresenta difícil. Seja como for, o professor deverá optar sempre, em nosso entender, por uma diversidade de processos pedagógicos, visando promover a motivação (intrínseca, extrínseca ou combinada) do maior número de alunos. 19 EFEITOS DA MOTIVAÇÃO DO ALUNO Podemos identificar dois níveis de efeito da motivação que são: os imediatos e os finais. Por efeito imediato, entendemos que seja o curso da ação escolhido pelo aluno dentre outras possíveis em relação as atividades do processo de aprendizagem e, a persistência na sua realização. Desmotivado será aquele que não empreender esforço para a realização da atividade e se desistir perante as dificuldades surgidas. Maehr e Meyer (apud BZUNECK, 2009a, p. 12) relatam que a motivação positiva na escola requer um envolvimento de qualidade nas tarefas, empreender esforço para aprender tarefas desafiadoras em que o novo conhecimento seja construído pelo denominado processamento de profundidade. Efeito final são os conhecimentos construídos e as habilidades adquiridas, ou seja, a ocorrência de aprendizagem ou desempenhos que são socialmente valorizados. Nem sempre podemos observar esses resultados de imediato, às vezes levam algum tempo para serem revelados. E também é certo que não dependem sóda motivação. Adelman e Taylor (1983 apud BZUNECK, 2009b, p. 12), afirma que um aluno motivado para uma determinada tarefa pode apresentar resultados surpreendentes mais do que se poderia esperar com base em outras características pessoais. E um aluno desmotivado pode apresentar um sub- rendimento, medíocre, em relação à sua capacidade, as vezes talentosa. A motivação está relacionada com a quantificação que são as notas, pois nas escolas espera-se que atinjam o mais alto grau que possam conseguir. 20 Existem pesquisas relacionando a motivação com o desenvolvimento da criatividade; para o pensamento crítico e a mudança conceitual; estratégias adaptadoras de aprendizagem; o desenvolvimento social; motivação para a leitura e, para formar aprendizes permanentes, que pela vida toda continuem a investir na construção de novos conhecimentos. PROBLEMAS DE MOTIVAÇÃO NOS ALUNOS A motivação tem sido alvo de estudos porque em paridade com outras condições, sua ausência causa uma queda de investimento pessoal e de qualidade nas atividades acadêmicas e resulta em um nível baixo de aprendizagem e desenvolvimento cognitivo, impedindo a formação de indivíduos competentes para exercerem a cidadania e continuar aprendendo pela vida futura. Professores estão fazendo uma relação de causalidade, quando dizem que os alunos estão desmotivados por isso não se empenham nas tarefas e apresentam comportamentos de indisciplina. Stipek (1993 apud BZUNECK, 2009a, p. 14) afirma que devemos ter cautela, visto a dificuldade em identificar qual é o aluno que está motivado e o desmotivado. Exemplificando: um aluno parece estar atento à aula, mas de repente pode estar pensando em outras 21 coisas. Um mau rendimento às vezes pode não estar associado à desmotivação ou à falta de esforço. A identificação de problemas motivacionais de alunos depende da avaliação de desempenho, a consideração de comportamentos abertos, de um conhecimento mais profundo do aluno, de seu nível de capacidade, seus conhecimentos prévios, os métodos de estudo e até a disponibilidade de recursos. Infelizmente no cotidiano da sala de aula não se possibilita essa diagnose. Stipek (1993 apud BZUNECK, 2009a, p. 14) fala sobre problema motivacional de acordo com as séries escolares. Um aluno de pré-escola praticamente não apresenta problema de motivação. Quando passa para a 1ª série, algumas exigências começam a aparecer e ele deve se adaptar, como ficar quieto no seu lugar e a seguir instruções mais elaboradas, entre muitas outras mudanças. Conforme avança nas séries, fatores curriculares se tornam mais complexos, o interesse cai e se instalam dúvidas em relação à capacidade de aprender determinadas matérias. E, quanto mais avançam, os problemas tendem a ser mais complexos e profundos, por terem raízes nas séries iniciais, por sofrerem influências das exigências das diferentes disciplinas, junto com as características evolutivas dos alunos. A motivação apresenta dois aspectos, a saber: o quantitativo e o qualitativo. Em termos quantitativos, ela pode ser maior ou menor, mais ou menos intensa. Em relação às tarefas desafiadoras, não se espera que os alunos tenham os níveis baixos de motivação ou que atinjam o valor zero. Se isso acontecer, o aluno está desmotivado. Pode ocorrer oscilação em relação a determinadas tarefas, mas o preocupante é a freqüência ou a persistência dessa condição negativa. Também não podemos estabelecer uma relação linear, quanto mais motivado, melhor o desempenho. Para algumas atividades, é necessário um alto nível de motivação, como na situação de “arrombar uma porta”. Mas, quando falamos de tarefas acadêmicas complexas, pode acarretar a fadiga. Pode surgir também emoção negativa que é a ansiedade e, essa preocupação prejudica o raciocínio e a recuperação de informações armazenadas na memória, 22 consequentemente pode afetar o desempenho acadêmico e a aprendizagem. Portanto, a motivação no contexto de atividades acadêmicas, não deve ser fraca, nem muito alta, pois os extremos são prejudiciais. Brophy (1983 apud BZUNECK, 2009a, p. 18) considera que o ideal é que seja branda e vigilante, que seja caracterizada mais pela qualidade do que pela intensidade. Podemos notar no cotidiano escolar que os alunos estão motivados para algumas situações e desmotivados para outras. Alguns deles não se empenham com qualidade nas tarefas acadêmicas, demoram a iniciar ou o fazem rápido sem qualidade e se mostram até indisciplinados. Outros, se mostram apáticos. Em contrapartida, eles gostam de vir à escola para encontrar com os amigos, comer a merenda, jogar na quadra, entre outras coisas mais. Em relação ao aspecto qualitativo da motivação, pode levar o aluno a ter um maior ou menor envolvimento com a aprendizagem. Alguns alunos estão interessados em aprender, em adquirir conhecimentos. Outros apresentam problemas, pois realizam as atividades muito rápido e não se preocupam com a qualidade. Alguns estão preocupados com diplomas, certificados e, aqueles que estão preocupados em não se mostrarem como incompetentes e, ainda os que querem aparecer como os melhores da classe sem se importar com a qualidade. O que leva esses alunos a se envolver com a aprendizagem são outros objetivos e não o de realizar com esforço e qualidade para aprender. Essas distorções são acompanhadas de emoções negativas como medo do fracasso, alta ansiedade, frustração, irritação e, que contribuem para o decréscimo na qualidade das tarefas escolares (BZUNECK,2009a,p.18). Outras duas especificações em relação aos problemas de motivação dos alunos são quanto a sua generalidade ou abrangência e da gradação. Em relação a generalidade, pode variar quanto ao aluno ser desmotivado para todas as disciplinas,professores ou só a determinados conteúdos das disciplinas, alguns professores, ou até da fase evolutiva desses alunos. O aspecto da gradação dos problemas, de acordo com Adelman e Taylor (1983 apud BZUNECK, 2009a, p. 19) considera que eles se situam num continuum. Numa das pontas os casos mais simples e menos importantes e, no outro extremo os casos mais graves, daqueles alunos que evadiram da escola e 23 não querem mais estudar e nem discutir sobre o assunto para buscar uma solução. Há uma necessidade de cada professor e da escola como um todo de se remediar os problemas de motivação de alguns alunos e manter otimizada a motivação para aprender em todos eles. O PROFESSOR E A ESCOLA NA MOTIVAÇÃO DO ALUNO Para compreendermos o papel do professor e da escola na motivação do aluno, primeiramente é preciso esclarecer um mal entendido e, posturas extremistas quando dizemos que a motivação e seus problemas são do aluno. Isso quer dizer que ele é o portador e o maior prejudicado, mas não que ele seja o responsável, muito menos o único por essa condição. Ele tem um papel ativo no processo, pois seleciona e processa as informações que recebe. Pesquisas confirmam que tanto a motivação positiva como a ausência ou distorção dela, resultam de complexas interações entre as características do aluno efatores do contexto, sobretudo em sala de aula (BZUNECK, 2009a,p.24). Ao professor cabe duas funções distintas e complementares em sala de aula. A primeira é de caráter remediador em que o professor recupera o aluno desmotivado ou reorienta aquele que apresenta uma motivação distorcida se tiver sido diagnosticada. A segunda função é preventiva e de caráter permanente, para todos os alunos da classe, a cada série e ao longo do ano letivo e, consiste em implementar e manter otimizada a motivação para aprender. As duas funções referem-se a alunos em condições diferentes, mas que na prática tem muitos elementos em comum. 24 Em alguns casos, a utilização de novas e adequadas estratégias em sala de aula, vai recuperar a motivação dos alunos, mas em alguns casos com problemas mais sérios, é necessário um programa mais específico para cada caso. Nessas situações em que os alunos perderam o interesse pelas aprendizagens ou a motivação para aprender, muitos professores desistem de tentar e atribuem a causa à família ou o sistema educacional, por não proporcionarem condições adequadas para um bom trabalho docente. Muitas vezes essas atribuições não são infundadas. Pelo foco psicoeducacional, o professor não deve se descuidar do seu papel de remediar a motivação, para que não ocorra o tédio crônico, a apatia e a alta ansiedade. Deve estar sempre desenvolvendo e mantendo a motivação positiva em todos os alunos e todas as séries. A motivação positiva é que vai direcionar os esforços educacionais empreendidos pelos alunos. Eles devem valorizar o aprender como um objetivo pessoal, buscando tirar o maior proveito possível do processo, como um fim em si mesmo, independente de motivadores extrínsecos. Devem seguir na busca de domínio de conteúdos e o crescimento intelectual e não só para passar de ano. 25 O aluno não chega à escola num completo vazio motivacional. Ele sempre traz consigo seus objetivos e expectativas. Toda criança traz a curiosidade para explorar o que é novo e que traduz a motivação humana. Partindo da curiosidade, levar a criança a explorar, estar motivada a aprender conteúdos disciplinares requer do professor a escolha criteriosa de um conjunto de medidas educacionais e que ele tem amplo poder para isso. Seja em relação às formas de se dar tarefas, de avaliar e dar o retorno, de como lidar com a autoridade em classe, entre outros. CRENÇAS SOBRE MOTIVAÇÃO Temos que atentar para a idéia errônea e muito difundida entre os professores de que nada podem fazer pela motivação. Isso acarreta um impedimento para qualquer ação nesse sentido. Fica exposto que a situação aí está colocada e nada pode ser mudado Em nosso país, observamos lugares onde as condições são mais difíceis de serem enfrentadas do que outras e, também sabemos através da mídia de trabalhos extraordinários de professores que inicialmente acreditavam que não seria possível. Em qualquer situação a motivação dos alunos se esbarra na motivação dos professores que devem ter entusiasmo, paixão pelo trabalho, o compromisso com a educação. Isso é que leva o professor a acreditar que pode motivar todos os alunos (BZUNECK, 2009a,p.28). Bandura (1993 apud BZUNECK, 2009a,p.29) acredita que a motivação dos professores está relacionada com a própria capacidade percebida de autoeficácia e as condições reais dos desafios. Essas percepções de autoeficácia são adquiridas através das relações sociais positivas existentes no ambiente de trabalho, tais como de professores com seus pares, diretores, enfim com o coletivo escolar. A crença de eficácia é a primeira condição para o professor trabalhar com a tarefa de motivar seus alunos. 26 LIMITAÇÕES NO USO DE ESTRATÉGIAS MOTIVACIONAIS Para o professor conseguir êxito em motivar seus alunos ele deve conhecer os mecanismos psicológicos inerentes a eles, dominar uma grande variedade de técnicas e saber utilizá-las com flexibilidade e senso criativo. As situações de sala de aula são muito complexas e imprevisíveis, por isso é impossível ter receitas prontas. Stipek (1996 apud BZUNECK, 2009a, p. 30) acredita que as diferentes técnicas para motivar os alunos podem atuar de maneira interdependentes. Exemplificado: a estratégia de deixar os alunos fazerem a escolha das tarefas e que contribui para a motivação intrínseca. Mas, a turma está habituada a avaliação externa e valoriza resultados sem erros. Pode-se esperar que escolherão tarefas fáceis, que evitam fracassos, mas que não proporcionarão o desenvolvimento de novas habilidades. Portanto, a motivação para aprender nessa situação não depende só da autonomia para escolher a tarefa. A autora ainda salienta que deve- se considerar o nível evolutivo dos alunos, sua história passada e suas expectativas. Por exemplo: tirar repentinamente as recompensas externas para alunos que estão acostumados a elas, diminuirão seus esforços; dar atividades muito desafiadoras para alunos com história de fracassos também não dará resultado positivo; deixar que os alunos possam ter escolhas se torna inviável quando eles ainda não têm autonomia para trabalhar independentemente. É preciso ser preparado, treinado nessas habilidades prévias. Para obter sucesso nessa caminhada, é importante e necessário que se trabalhe num envolvimento da escola toda. O coletivo trabalhando em cooperação, num clima de interações positivas e, de apoio um ao outro faz com que os alunos percebam as atitudes como sendo uma cultura da escola e, não como cada professor trabalha na sala de aula. 27 REFERÊNCIAS Bzuneck, J. A. A Motivação Do Aluno: Aspectos Introdutórios. In: Boruchovitch, E.; Bzuneck, J. A. (Org.). A Motivação Do Aluno: Contribuições Da Psicologia Contemporânea. 4. Ed. Petrópolis: Vozes, 2009a. P. 9-36. Bzuneck, J. A. A Motivação Do Aluno Orientado A Metas De Realização. In: Boruchovitch, E.; Bzuneck, J. A. (Org.). A Motivação Do Aluno: Contribuições Da Psicologia Contemporânea. 4. Ed. Petrópolis: Vozes, 2009b. P. 58- 77. Bzuneck, J. A. Como Motivar Os Alunos: Sugestões Práticas. In: Boruchovitch, E.; Bzuneck, J. A.; Guimarães, S. É. R. (Org.). Motivação Para Aprender: Aplicações No Contexto Educativo. Petrópolis: Vozes, 2010. P. 13-42. Guimarães, S. É. R. 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