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Canais de distribuição reversos de pós- consumo Apresentação A logística reversa de pós-consumo trata da gestão de retorno de produtos/embalagens já utilizados pelo consumidor. Para isso, existem diferentes fluxos dos canais reversos de bens de pós- consumo que facilitam o escoamento da mercadoria depois de utilizada, até o destino mais adequado, de forma que não agrida o meio ambiente. Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá a classificação da natureza e dos fluxos dos canais reversos de bens de pós-consumo que já chegaram ao fim da vida útil. Além disso, definirá os ciclos reversos abertos e fechados de reciclagem, por meio de exemplos práticos. Por fim, analisará os canais de distribuição de pós-consumo de bens duráveis, semiduráveis e descartáveis, assim como de pós-consumo dos resíduos industriais. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Classificar a natureza e os fluxos dos canais reversos de bens de pós-consumo.• Definir ciclos reversos abertos e fechados de reciclagem.• Descrever os canais de distribuição de pós-consumo de bens duráveis, semiduráveis e descartáveis e de pós-consumo dos resíduos industriais. • Desafio A logística reversa de pós-consumo tem como finalidade realizar o fluxo reverso de produtos/embalagens que já foram utilizadas pelo consumidor. Esses bens já utilizados têm diversas possibilidades de destino, dependendo das suas características. É possível que o ciclo aberto e o ciclo fechado sejam aplicados em bens de pós-consumo para que estes retornem ao ciclo produtivo. Esse cenário mostra somente a possibilidade do uso do ciclo reverso aberto. Sendo assim, proponha outra possibilidade para os pneus utilizando o ciclo fechado. Diferencie ciclo aberto de ciclo fechado. Maycon Carbone Caixa de texto A proposta do ciclo fechado é que o produto seja reaproveitado e continue com a mesma utilidade com que foi projetado. Assim, os pneus podem passar por processos de manutenção para serem reutilizados com segurança e/ou podem voltar ao ciclo produtivo para gerar outros pneus de automóveis, bicicletas, motos, etc. O ciclo reverso aberto acontece quando os produtos são transformados em produtos diferentes, como no caso citado, no qual os pneus se transformam em asfalto e vasos de plantas. Já no ciclo fechado, o produto pode ser reaproveitado e transformado novamente nele mesmo. Infográfico Você já pensou na importância da reciclagem do plástico? Reciclar evita muito desperdício, além de ajudar o ecossistema. Neste Infográfico, você vai conhecer o processo de reciclagem do plástico. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/618743d6-5af8-456e-aca5-a3bcc587fa75/ed9a53b4-3db0-4ad3-a01c-1263b015d607.png Conteúdo do livro Os produtos e as embalagens têm tempo de vida útil, por isso as empresas devem planejar o destino desses produtos e embalagens de forma que não impactem negativamente o meio ambiente. Assim, a logística reversa de pós-consumo atua como uma ferramenta para que os produtos, mesmo após o fim de sua vida útil, sejam revalorizados. Essa revalorização pode ocorrer de várias formas, dependendo das características do produto, como, por exemplo, com canais reversos abertos e fechados. No capítulo Canais de distribuição reversos de pós-consumo, da obra Logística reversa, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer a classificação da natureza e dos fluxos dos canais reversos de bens de pós-consumo que já chegaram ao fim da vida útil. Além disso, vai definir os ciclos reversos abertos e fechados de reciclagem, por meio de exemplos práticos. Por fim, vai analisar os canais de distribuição de pós-consumo de bens duráveis, semiduráveis e descartáveis, assim como de pós-consumo dos resíduos industriais. Boa leitura. LOGÍSTICA REVERSA Charlene Bitencourt Soster Luz Canais de distribuição reversos de pós-consumo Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Classificar a natureza e os fluxos dos canais reversos de bens de pós-consumo. Definir ciclos reversos abertos e fechados de reciclagem. Descrever os canais de distribuição de pós-consumo de bens duráveis, semiduráveis e descartáveis e de pós-consumo dos resíduos industriais. Introdução A logística reversa de pós-consumo trata da gestão de retorno de pro- dutos/embalagens já utilizados pelo consumidor. Para isso, existem dife- rentes fluxos dos canais reversos de bens de pós-consumo que facilitam o escoamento da mercadoria depois de utilizada até o destino mais adequado, de forma que não agrida o meio ambiente. A reciclagem contribui para a questão ambiental, pois os produtos são transformados em outros, adquirem nova utilidade e voltam ao ciclo produtivo. Os canais de distribuição de pós-consumo atuam nos bens duráveis, semiduráveis, descartáveis e de resíduos industriais. Como os canais reversos de bens de pós-consumo são abrangentes, as empresas precisam elaborar estratégias para a logística reversa, considerando todos esses tipos de produtos. Considerando esse cenário, neste capítulo, você vai conhecer a clas- sificação da natureza e dos fluxos dos canais reversos de bens de pós- -consumo que já chegaram ao fim da vida útil. Além disso, vai definir os ciclos reversos abertos e fechados de reciclagem, por meio de exemplos práticos. Por fim, vai analisar os canais de distribuição de pós-consumo de bens duráveis, semiduráveis e descartáveis, e de pós-consumo dos resíduos industriais. Canais reversos de bens de pós-consumo Na logística, os canais de distribuição diretos englobam o fl uxo de merca- dorias e informações desde o fornecedor até ser disponibilizado ao cliente. O fl uxo reverso de bens de pós-consumo depende do fl uxo direto, pois inicia com o retorno do produto já utilizado pelo consumidor, possuindo diferentes possibilidades de destino. Conforme Tadeu (2013, p. 6), diversos fatores característicos da sociedade contemporânea contribuem para o interesse empresarial e o crescimento dos canais de distribuição reversos: A velocidade de lançamento de produtos, o rápido crescimento da tecnologia da informação e do comércio eletrônico, a busca por competividade por meio de novas estratégias de relacionamento entre empresas e, principalmente, a conscientização ecológica relativa aos impactos que os produtos e os ma- teriais provocam no meio ambiente, bem como as relacionadas aos novos valores de sustentabilidade empresarial, estão modificando as relações de mercado em geral e justificando de maneira crescente as preocupações estratégicas das empresas, do governo e da sociedade em relação aos canais de distribuição reversos. Os fluxos diretos e reversos se relacionam — assim, o seu período pre- cisa ser medido e comparado para avaliação da gestão do retorno. Quando o fluxo reverso tem menor tempo do que o fluxo direto, o produto tem baixa durabilidade e necessita retornar rapidamente ao ciclo produtivo, sendo mais propenso a gerar poluição. É importante que exista um equilíbrio de tempo entre ambos os fluxos ou que o fluxo reverso tenha menor tempo do que o fluxo direto (Figura 1). Canais de distribuição reversos de pós-consumo2 Figura 1. Relação entre fluxo direto e reverso. FD: fluxo direto; FR: fluxo reverso. Fonte: Adaptada de Leite (2009). Canais diretos F(D) F(D)/F(R) Fluxo direto Retorno ao ciclo produtivo Canais reversos F(R) Fluxo reverso Logística reversa de pós-consumo Produtos de pós-consumo FR = FD Equilíbrio F(R) = F(D) FR < FD Poluição F(R) < F(D) Os canais de distribuição de pós-consumo abrangem diferentes possibili- dades, de acordo com a natureza dos bens. Conforme Leite (2009, p. 50), os bens de pós-consumo se subdividem em duas categorias: descartáveis/semiduráveis; duráveis/semiduráveis. Os produtossemiduráveis estão presentes nas duas categorias (descartável e durável), pois têm uma natureza de duração intermediária. O tipo de material do bem semidurável define se este vai integrar a categoria de descartável ou durável. Por exemplo, se o bem semidurável tiver mais componentes durá- veis, então irá pertencer à categoria durável. A partir dessas duas categorias, existem diferentes procedimentos que podem se relacionar entre si, como a coleta do lixo (Figura 2). 3Canais de distribuição reversos de pós-consumo Figura 2. Canais de distribuição de pós-consumo direto e reverso. Fonte: Adaptada de Leite (2009). Fabricante de matérias-primas novas Fabricante de produtos (duráveis/descartáveis) Descartáveis/semiduráveis Bens de pós-consumo Duráveis/semiduráveis Intermediários (sucateiros) Indústria de reciclagem Resíduos industriais Materiais reciclados Componentes RemanufaturaIncineração Sobras Desmanche ReusoColetainformal Coleta seletiva Coleta do lixo Materiais secundários Consumidor �nal (empresa/pessoa física) Um exemplo é o fluxo direto de um produto que levou um mês, considerando todo o processo de fabricação, montagem e distribuição, até chegar ao cliente. É um produto descartável com durabilidade baixa de menos de uma semana. Nesse caso, o fluxo reverso é menor do que o fluxo direto, por isso, a importância da conscientização ambiental para o descarte adequado, evitando prejudicar o meio ambiente. Essas práticas podem ser estimuladas por campanhas em empresas públicas e privadas para maior consciência ambiental dos consumidores. Canais de distribuição reversos de pós-consumo4 Ciclos reversos abertos e fechados de reciclagem Quando a revalorização de um produto ocorre, com a fabricação de um produto distinto ao que o originou, o ciclo é chamado de aberto, segundo Leite (2009). Esse é o caso de materiais constituintes dos produtos, como: metais; plásticos; vidros; papéis. Assim, é importante que a empresa projete o produto de forma que faci- lite a desmontagem para posterior aproveitamento ou encaminhamento para reciclagem. Nos canais de distribuição de ciclo fechado, são retirados componentes de um produto para fazer outro similar ou igual ao de origem, segundo Leite (2009, p. 56). Por exemplo, nas baterias de carro descartadas, o chumbo e o plástico são extraídos para se obter uma nova bateria. Há muito interesse econômico nesses canais por parte das indústrias, pois a matéria-prima secundária, vinda de um produto já existente, possui preço inferior ao da matéria-prima primária. O ciclo aberto possui como característica a produção de bens diferentes dos originais. Já o ciclo fechado tem como característica a produção de bens iguais ou similares aos originais. Um mesmo bem pode pertencer aos dois ciclos. A reciclagem geralmente é considerada um sistema de ciclo aberto. Os produtos não retornarão aos produtores iniciais, e suas matérias-primas serão utilizadas por outras empresas. A remanufatura e o reuso são considerados sistemas fechados, pois os produtos e as embalagens geralmente retornam para os fabricantes iniciais, com o objetivo de fabricar o mesmo produto. Nos 5Canais de distribuição reversos de pós-consumo chamados ciclos fechados, o fabricante do produto original tem interesse na obtenção do material reciclado. Em geral, essas empresas estruturam todo o canal reverso e contratam terceiros para a captação e consolidação dos produtos (Figura 3). Figura 3. Exemplos de ciclo reverso aberto. Fonte: Adaptada de Leite (2009). Automóveis Navios Pontes Máquinas Eletrodomésticos etc. Extração do material ferroso Chapas Vergalhões Barras Lingotes etc. Sacos de lixo Potes e vasos Móveis Peças mecânicas Peças elétricas etc. Embalagens Tambores Brinquedos Utensílios domésticos Computadores etc. Extração do material plástico O mesmo produto pode pertencer ao ciclo aberto e ao ciclo fechado. Esse é o caso das garrafas feitas com polietileno tereftalato (PET), pois podem, por meio da logística reversa de ciclo fechado, voltar ao ciclo produtivo, passando por processo que origine outras garrafas PET. No ciclo aberto, as garrafas PET serão utilizadas para fabricação de produtos diferentes, como, por exemplo, camisetas. Acesse o link a seguir e saiba mais sobre o ciclo fechado na reciclagem de garrafas PET. https://goo.gl/6nbHhs Canais de distribuição reversos de pós-consumo6 Canais de distribuição de pós-consumo de bens duráveis, semiduráveis e descartáveis e de pós-consumo dos resíduos industriais Os canais de distribuição de pós-consumo descritos neste capítulo irão abranger os bens duráveis, semiduráveis e descartáveis e de pós-consumo dos resíduos industriais. Esses materiais possuem diferentes características, por isso, pos- suem fl uxos distintos de logística reversa. Existem negócios especializados em revalorizar e descartar esses materiais, de forma que se pode lucrar e, ao mesmo tempo, contribuir com o meio ambiente. Canais de distribuição de pós-consumo de bens duráveis Todos os produtos com durabilidade mínima prevista de três anos são consi- derados bens duráveis. Alguns exemplos desses produtos são: eletrodomésticos; telefones celulares; automóveis. O aumento na produção desses bens impacta também as atividades do fluxo reverso, pois vários componentes estão presentes em um bem durável e podem ser substituídos, originando fluxos reversos próprios. Por isso, quanto mais aquecida estiver a economia, maiores serão os fluxos diretos e reversos, mesmo que sejam mais demorados, tratando-se de bens duráveis. A Figura 4 mostra os canais reversos, pelos quais os bens duráveis passam, desde o pós- -consumo até as várias possibilidades de destino, como: volta ao fabricante de matérias-primas; mercado de bens usados; indústria de reciclagem. 7Canais de distribuição reversos de pós-consumo Figura 4. Canais reversos dos bens duráveis. Fonte: Adaptada de Leite (2009). Fabricante de matérias-primas Fabricação dos bens duráveis Mercado primário Bens de pós-consumo Bens de pós-venda Componentes substituídosBens duráveis descartados Em condições de reutilização Materiais residuais comerciais Resíduos RemanufaturaComponentesíntegros Processadores de sucata (sucata de obsolescência) Indústria de reciclagem Disposição �nal Mercado de componentes usados Mercado de reciclados Desmanche (linha de montagem reversa) Sem condições de reutilização Mercado de componentes usados Na coleta informal, o que for coletado irá para os sucateiros, de onde serão levados à reciclagem. Ocorrendo coleta seletiva, há a seleção dos materiais, que vão para os sucateiros e para a reciclagem. Após essa coleta seletiva, o material pode ser direcionado ou vendido diretamente a empresas especializadas em reciclagem, proporcionando lucratividade para as prefeituras. Na coleta de lixo, normalmente urbano, os canais intermediários são os aterros, em que o lixo (resíduo que não pode mais ser utilizado) vai para Canais de distribuição reversos de pós-consumo8 incineração, e os demais itens são levados por trabalhadores informais — os catadores —, que fazem a seleção até entregar aos sucateiros, que destinarão à reciclagem. Outra maneira de aproveitar os produtos é por meio do desmanche, no qual diversos materiais podem ser obtidos com a desmontagem e reaprovei- tados, retornando ao ciclo produtivo. Esse processo caracteriza geralmente os bens de pós-consumo duráveis, como veículos e máquinas. As empresas automobilísticas utilizam técnicas de design for disassembly (projeto de des- montagem), em que os produtos são projetados para facilitar o desmanche, no fim de sua vida útil. Os veículos acidentados e os automóveis usados, provenientes de órgãos de trânsito, podem ser vendidos ou ficarem disponíveis para venda em leilões judiciais. Ainda, os carros podem ter venda direta, ou seja, de um proprietário para outro, sem intermediários, somente com regulamentaçãodos documentos. O desmanche industrial é conhecido como linha de montagem reversa, pois há desmontagem e separação de componentes visando a uma nova montagem. Depois do desmonte do veículo, são selecionados os componentes, que, se estiverem em condições de uso, irão ao mercado de peças usadas. As autopeças e os acessórios são os compradores desses componentes. Nesses locais, o consumidor final adquire uma peça com menor custo do que uma nova. O que não estiver em condições de uso será reciclado ou irá para aterros. O material ferroso, que representa 70% do total de um carro, é destinado a procedimentos de prensagem e trituração, em equipamentos chamados de shredders, sendo destinados a locais que trabalham com esse material, voltando ao ciclo produtivo. Canais de distribuição de pós-consumo de bens semiduráveis e descartáveis Os bens com pouca durabilidade são classifi cados como descartáveis. Após a venda ou o consumo, os bens descartáveis iniciam seu fl uxo reverso por intermédio das coletas, os quais, em função do tipo de coleta, terão um destino apropriado. As fontes primárias de disponibilização desses bens são: indústrias; domicílios; varejos; comércios em geral. 9Canais de distribuição reversos de pós-consumo Toda atividade humana pode gerar resíduos descartáveis, com maior velocidade do que se descartam bens duráveis (Figura 5). Figura 5. Canais de distribuição dos bens descartáveis. Fonte: Adaptada de Leite (2009). Fabricante de matérias-primas Fabricante de produtos (semiduráveis/descartáveis) Consumidor �nal (empresa/pessoa física) Bens de pós-consumo Semiduráveis/descartáveis Intermediários (sucateiros) Indústria de reciclagem Seleção Aterros Catadores Seleção Incineração Materiais reciclados Coleta informal Coleta seletiva Coleta do lixo Canais de distribuição reversos de pós-consumo10 Depois da seleção realizada por coleta informal, da coleta seletiva ou da coleta de lixo, os bens descartáveis são destinados à reciclagem. Os materiais residuais comerciais, os resíduos e os componentes íntegros dos bens duráveis serão reciclados. O art. 3º da Lei nº. 12.305, de 2 de agosto de 2010, que versa sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, conceitua reciclagem como: Art. 3º [...] XIV — reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos que en- volve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa (BRASIL, 2010, documento on-line). No caso de não haver reciclagem de produtos, o aumento no descarte de bens de pós-consumo afeta diretamente o meio ambiente, o que compromete a sociedade, além de denegrir a imagem da empresa causadora da poluição. Isso impulsiona as empresas a buscarem melhorias nos processos produtivos e de distribuição, atentando para a coleta de seus resíduos de pós-consumo e, muitas vezes, reciclando. A reciclagem, para ser efetiva, precisa da atuação conjunta de três agentes principais: sociedade civil; Poder Público; indústrias recicladoras. A sociedade civil precisa ser instruída e mobilizada para separar cor- retamente em suas residências, locais de estudo e trabalho as embalagens para permitir a coleta seletiva. O Poder Público deve se encarregar da coleta seletiva e disponibilizar instrumentos capazes de separar as embalagens no final do processo. A indústria recicladora deve se encarregar de reciclar todas as embalagens coletadas. Quanto maior a integração desses três agentes, mais materiais serão reciclados, gerando valor econômico, trabalho, renda e benefícios ao meio ambiente. 11Canais de distribuição reversos de pós-consumo Há casos em que a reciclagem se torna inviável frente aos custos agregados a esse processo, agravando ainda mais a questão ecológica. Assim, algumas empresas ter- ceirizam esses serviços. Isso pode acontecer com empresas parceiras que coletem e reciclem os produtos do fabricante. Canais de distribuição de pós-consumo dos resíduos industriais Os resíduos industriais, segundo Leite (2009, p. 75), podem ser coletados por sucateiros ou indústrias de reciclagem, que, por sua vez, fornecem o material para outras indústrias de bens e indústrias de matéria-prima. Isso representa a revalorização dos bens no ciclo produtivo. A empresa precisa ter consciência ambiental e um sistema de gestão ambiental efi ciente com colaboradores que cuidem dos resíduos industriais da forma menos agressiva possível à natureza. Como última alternativa, quando realmente não é possível reutilizar, reciclar, desmontar ou remanufaturar, os bens são encaminhados para disposição fi nal em aterros sanitários (Figura 6). Figura 6. Canais de distribuição reversos dos resíduos industriais. Fonte: Adaptada de Leite (2009). Indústrias de matérias-primas Indústrias de bens diversos Indústrias de reciclagem Intermediários sucateiros Resíduos industriais Canais de distribuição reversos de pós-consumo12 BRASIL. Lei nº. 12.305, de 2 de agosto de 2010. Política Nacional de Resíduos Sólidos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 3 ago. 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm>. Acesso em: 23 out. 2018. LEITE, P. R. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. TADEU, H. F. B. Logística reversa e sustentabilidade. São Paulo: Cengage Learning, 2013. Leituras recomendadas ALVES, R. R. Administração verde: o caminho sem volta da sustentabilidade ambiental nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. DIAS, R. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2007. GONTIJO, F. E. K.; WERNER, J.; DIAS, A. M. P. Aplicação de logística reversa de ciclo fe- chado e tecnologia de reciclagem para embalagens de polietileno tereftalato (PET). In: SEGeT — Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 7. 2010. Disponível em: <https:// www.aedb.br/seget/arquivos/artigos10/456_LogRevPet.pdf>. Acesso em: 23 out. 2018. VALLE, R.; SOUZA, R. G. Logística reversa: processo a processo. São Paulo: Atlas, 2014. 13Canais de distribuição reversos de pós-consumo Conteúdo: Dica do professor Os índices são importantes para as empresas conseguirem medir o quanto estão conseguindo realizar de ação em determinado assunto. Medir é importante para verificar se o que foi planejado está sendo realizado. É possível medir o quanto um material foi reciclado e, caso não seja 100%, é preciso estabelecer metas até atingir a reciclagem de todo o material. Nesta Dica do Professor, você vai conferir os três principais índices da reciclagem. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/419b55db633649747eceb893a485bfb7 Exercícios 1) Os fluxos diretos e os fluxos reversos devem ser mensurados para a empresa poder avaliar a gestão do retorno. Nesse contexto, você pode afirmar que os bens descartáveis: A) têm fluxo direto maior que o fluxo reverso. B) têm fluxo direto menor que o fluxo reverso. C) têm equilíbrio entre os fluxos direto e reverso. D) têm fluxo reverso insignificante. E) têm fluxo direto nulo. 2) A logística reversa comporta ciclos abertos e fechados, os quais atuam para que os bens voltem ao ciclo produtivo. O ciclo aberto tem como característica: A) produzir bens iguais aos originais. B) produzir bens similares aos originais. C) produzir bens diferentes dos originais. D) comercializar o mesmo produto. E) comercializar produtos diferentes. 3) A logística reversa de pós-consumo trata de bens já utilizados pelo consumidor, incluindo mercadorias duráveis. Sendo assim, qual das alternativas contém um exemplo de produto durável? A) Arroz. B) Pilhas.Maycon Carbone Realce Maycon Carbone Realce C) Leite longa vida. D) Buquê de flores. E) Aparelho celular. 4) Muitas mercadorias são produzidas diariamente pelas empresas com diferentes tempos de vida útil. Um bem de pouca durabilidade é considerado: A) um resíduo orgânico. B) descartável. C) durável. D) semidurável. E) semidescartável. 5) Existem diferentes alternativas de destinação aos bens de pós-consumo. A última opção de destino desses bens, ou seja, sua disposição final, está relacionada com: A) a reciclagem. B) o desmanche. C) a remanufatura. D) o aterro sanitário. E) a reutilização. Maycon Carbone Realce Maycon Carbone Realce Maycon Carbone Realce Na prática Uma maneira de aproveitar os produtos é por meio do desmanche, no qual diversos materiais podem ser obtidos com a desmontagem, além de reaproveitados, retornando ao ciclo produtivo. Esse processo caracteriza geralmente os bens de pós-consumo duráveis, como veículos e máquinas. Neste Na Prática, você vai entender como funciona o processo de logística reversa de pós- consumo dos veículos automotivos, bem como todas as possibilidades existentes quanto ao destino dos componentes de veículos no fim da vida útil. Perceba o quanto a logística reversa contribui para realizar o destino correto desses componentes. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/ab939345-fefd-4868-9465-165b02c16d28/3217c9f3-5ed7-452a-899a-8d8defb44ac2.png Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Plástico vale ouro Este vídeo mostra a importância da reciclagem do plástico. Veja a seguir. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Resíduos sólidos Assista ao vídeo a seguir para saber mais sobre o ciclo de vida de produtos, assim como da logística reversa. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Logística reversa de ciclo fechado para o PET Leia o seguinte artigo, por meio do qual você vai compreender como funciona a logística reversa de ciclo fechado das embalagens de polietileno tereftalato (PET). Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/5FCW_h7S9Dw https://www.youtube.com/embed/OaXdZOf3k20 http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_tn_stp_143_903_18839.pdf
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