Buscar

Epidemiologia e Bioestatística - MOD1 - UA1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

U N I D A D E 1
E P I D E M I O L O G I A E
B I O E S T A T Í S T I C A
CONCEITOS E FASES DO MÉTODO ESTATÍSTICO
Helen Indianara Seabra Gomes
AUTORA
Luís Antônio Batista Tonaco
REVISOR
Seja bem-vindo 
Investigação sugere pesquisa, busca de informações e análise de dados. Tudo
isso faz pensar em Estatística. Alguns conceitos e definições de Costa (2011)
sobre uso da estatística podem ser vistos a seguir: O relacionamento da
Estatística com as demais ciências é cada vez mais intenso e mais importante.
Veja, por exemplo, que a estatística auxilia a Genética nas questões de
hereditariedade; é valiosa na Economia, na análise da produtividade, da
rentabilidade e estudos de viabilidade; é básica para as Ciências Sociais nas
pesquisas socioeconômicas; é de aplicação intensa na Engenharia Industrial, no
controle de qualidade e na comparação de fabricações, além de muito aplicada
na engenharia agrícola, entre outras. 
A aplicação da Estatística intensificou-se nas últimas décadas, tornando-se o foco
do estudo de especialistas para as áreas econômicas, sociais, culturais, políticas,
educacionais, de saúde, do meio ambiente etc. Enfim, explícita ou implicitamente,
a Estatística está presente em todos os aspectos da vida moderna, e essa
presença só tende a crescer, pois o estudo estatístico colabora como indicador
para trabalhar com diversos produtos, possibilitando maiores estratégias na
busca e no planejamento de soluções.
Quando a estatística é aplicada a dados provenientes de observações realizadas
em diferentes aspectos das Ciências da Vida, como Medicina, Psicologia, Nutrição,
Biologia, Farmácia, Enfermagem, Odontologia, Veterinária e Agronomia, é utilizado
o termo bioestatística para distingui-la da aplicação de outras áreas do
conhecimento.
O objetivo do estudo estatístico pode ser também o de estimar uma quantidade
ou testar uma hipótese, utilizando-se técnicas estatísticas convenientes as quais
realçam toda a potencialidade da Estatística na medida em que vão permitir tirar
conclusões acerca de uma população, baseando-se numa pequena amostra,
dando-nos, ainda, uma medida do erro cometido.
APRESENTAÇÃO
01
Definir estatística e seus tipos; 
Reconhecer os processos relacionados ao estudo da população na estatística;
Diferenciar e aplicar os métodos científicos. Diferenciar e determinar as
variáveis quantitativas e qualitativas;
Conhecer e analisar as fases do método estatístico;
Empregar as fases do método estatístico.
Concluindo, a estatística tornou-se uma poderosa ferramenta para compreensão,
análise e previsão de inúmeras situações na nossa vida. As empresas utilizam
modelos estatísticos para calcular o fluxo de estoques, de consumo e de
produção, objetivando adaptar-se rapidamente a um mercado em constante
mutação. Para podermos nos situar de forma mais precisa possível nesse rápido
processo de mudanças que enfrentamos, é necessária a utilização dessas
ferramentas. Por isso, é necessário saber ler gráficos, interpretá-los, prever
situações, analisar dados etc. A estatística ajudar-nos-á nesta tarefa.
Nesta Unidade de aprendizagem, serão apresentados os conceitos iniciais e as
fases do método estatístico. 
Ao final desta unidade, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Objetivos da Unidade
01
CONHEÇA O 
CONTEUDISTA
Helen Indianara é Bacharela em Estatística pela Universidade Federal do Pará (UFPA),
mestre em Estatística pela Universidade de Brasília (UnB). É professora dos diversos
cursos de graduação do Centro Universitário ICESP, foi professora de pós-graduação
da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) (Especialização em análise de
dados em políticas públicas). É membro do Núcleo de Avaliação Qualidade e
Estratégia (NAQUE) do centro universitário ICESP em que atua como
Estatística/Cientista de Dados em avaliações educacionais. É consultora na
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), onde atua
como estatística e analista de dados de mestres e doutores da pós-graduação no
Brasil, além de desenvolver estudos com dados de acessos ao portal de periódicos
CAPES. Atualmente estuda MBA em Data Science e Analytics na USP/ESALQ.
Helen Indianara Seabra Gomes
02
https://www.bing.com/ck/a?!&&p=64ef7ecea260b23bf00b316d642ac53231cf74ba67917f73e303115675c3dc5cJmltdHM9MTY1ODA2OTA3NyZpZ3VpZD1lMTg3NjBjMC05MzlmLTQ4NmQtYTYyNy02MTdlYjA0MTQ1MTgmaW5zaWQ9NTE2Nw&ptn=3&fclid=fb1c6e04-05de-11ed-ae88-d8ddb5cca455&u=a1aHR0cHM6Ly9tYmF1c3Blc2FscS5jb20vY3Vyc29zL21iYS1lbS1kYXRhLXNjaWVuY2UtZS1hbmFseXRpY3M&ntb=1
Um panorama histórico da Estatística 
Embora a Estatística seja recente na área de pesquisa, já era observada de forma
rudimentar e imprecisa na antiguidade, quando então os governantes coletavam
e faziam registros de dados que consideravam importantes, tais como as
informações sobre suas populações e suas riquezas, tendo como objetivo fins
militares ou tributários. Dados têm sido coletados ao longo da história. Vejamos: 
a) Antiguidade – vários povos já registravam o número de habitantes, de
nascimentos e óbitos. Já faziam estimativas das riquezas sociais, distribuíam-se
equitativamente terras aos povos, cobravam impostos e realizavam inquéritos
quantitativos por processos que, hoje, chamaríamos de “estatísticas”.
b) Idade Média – colhiam-se informações que geralmente eram tabuladas com
finalidades tributárias ou bélicas. 
c) Século XVI – surgem as primeiras análises sistemáticas, as primeiras tabelas,
os números relativos e o cálculo de probabilidade. Periodicamente, nas
civilizações antigas, eram feitos inquéritos sobre os quantitativos anuais de trigo e
outros produtos e, com base nesses dados, eram estabelecidos os impostos. Essa
prática também era utilizada na Idade Média. Até o início do século XVII, a
Estatística servia apenas para assuntos de Estado e limitava-se a uma simples
técnica de contagem, traduzindo numericamente fatos ou fenômenos
observados. Era a fase da Estatística Descritiva.
d) Século XVII – iniciou-se na Inglaterra uma nova fase de desenvolvimento da
Estatística, voltada para a análise dos fenômenos observados. Era a fase da
Estatística Analítica. John Graunt (1620-1674) foi quem publicou pela primeira vez,
concretamente, um trabalho de estatística que se reportava à mortalidade dos
habitantes de Londres. Esse trabalho esteve na base do aparecimento das
primeiras tábuas de mortalidade e da elaboração de previsões sobre a duração
de vida humana. Nasceu, assim, a Demografia. 
UNIDADE 1
03
Os institutos de pesquisas divulgam com frequência resultados obtidos em
pesquisas que têm por objetivo avaliar o governo do presidente em exercício.
As taxas de cesáreas no Brasil, no sistema privado e no SUS.
O percentual de aumento, ou redução, no preço da cesta básica. 
Incidência estimada de câncer de mama nos estados do Brasil. 
 e) Século XVIII – a origem do termo Estatística surgiu no século XVIII. Quanto à
origem da estatística, a data de seu aparecimento não parece ser encarada com
unanimidade. Há quem diga que o seu autor foi Godofredo Achenwall (1719-
1772), que usou pela primeira vez o termo estatística (statistik, do grego statizein).
Outros também afirmam que tem origem na palavra estado, do latim status, pelo
aproveitamento que dela tiravam os políticos e o Estado.
 
Contudo, muito antes do termo Estatística, os romanos asseguravam o
recenseamento dos cidadãos, e a Bíblia chega até a testemunhar um desses
recenseamentos.
 
f) Ao longo dos séculos XVIII e XIX – a Estatística desenvolveu-se muito
associada ao cálculo das probabilidades que haviam se desenvolvido e à
realização de trabalhos de pesquisa científica nos domínios da Botânica, Biologia,
Meteorologia, Astronomia etc. Mais tarde, a Estatística deixou de ser mera técnica
de contagem de fenômenos para se transformar numa poderosa “alfaia” científica
a serviço dos diferentes ramos do saber. Surge então a fase da Estatística
Aplicada. É com essas características que a Estatística é hoje reconhecida, pois
informações numéricas são necessárias para cidadãos e organizaçõesde
qualquer natureza e de qualquer parte do mundo globalizado. Portanto, é uma
ciência moderna, imprescindível para entender aspectos e problemas em todas
as áreas do conhecimento.
Definição de Estatística
É muito comum nos meios de comunicação, como jornais, revistas, televisão e
internet, nos depararmos com informações estatísticas. Por exemplo: 
Para que estas informações sejam obtidas, precisamos coletar dados para
transformá-los em informações. Portanto, podemos definir a Estatística da
seguinte maneira: Estatística é um conjunto de técnicas utilizadas para a coleta,
organização, resumo, análise e interpretação de dados. Quando o foco está nas
ciências biológicas e da saúde, usamos o termo bioestatística. A Estatística tem
um papel fundamental em diversas áreas do conhecimento, pois o uso de
técnicas estatísticas apropriadas fornece informações que auxiliam no processo
de tomada de decisões. Por exemplo, a eficácia de um novo medicamento para
reduzir o LDL colesterol é feito por meio de um teste clínico com pacientes.
04
E P I D E M I O L O G I A E B I O E S T A T Í S T I C A
A análise dos dados obtidos informará se a redução é estatisticamente
significativa.
Métodos estatísticos são essenciais no estudo de situações em que as variáveis
de interesse estão sujeitas, inerentemente, a flutuações aleatórias. Isto acontece
muito na área da saúde. Por exemplo, mesmo que o estudo seja feito com
pacientes homogêneos, observamos uma grande variabilidade, por exemplo, na
resposta a algum tipo de tratamento. Então, para estudar problemas clínicos,
precisamos de uma metodologia capaz de tratar a variabilidade de forma
adequada.
O avanço da informática e a popularização dos computadores contribuíram para
o uso de métodos estatísticos. Antigamente, era muito demorado fazer análises
de muitas informações, e agora, com o auxílio do computador, as análises são
feitas rapidamente. Além disso, com o avanço da informática, novas técnicas de
análise de dados foram introduzidas, principalmente métodos gráficos. Muitos
pacotes estatísticos foram desenvolvidos e são usados tanto no meio acadêmico
como em indústrias, como, por exemplo, Minitab, SPSS e SAS. Utilizamos também
o Microsoft Office Excel, que possui opções para certas técnicas estatísticas.
Apesar do grande auxílio fornecido pelos pacotes estatísticos e pelo Excel,
precisamos ter um conhecimento teórico sólido para saber qual técnica
estatística utilizar para resolver um problema, além de saber analisar e interpretar
os resultados obtidos.
A Estatística pode ser dividida em duas grandes áreas: a estatística descritiva e a
inferência estatística. 
Na estatística descritiva, utilizamos técnicas destinadas a organizar, descrever e
resumir os dados. Os dados são tabulados e apresentados por meio de gráficos e
resumidos através de medidas numéricas. Desta maneira, as informações
estatísticas são apresentadas de maneira clara e de fácil entendimento. 
Na inferência estatística (ou inferência indutiva), utilizamos dados amostrais para
fazer estimativas, testar hipóteses e fazer previsões sobre características de uma
população. Veremos, a seguir, alguns conceitos que facilitarão o entendimento da
importância da inferência estatística.
05
EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA
06
EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA
Conceitos básicos da Estatística
Vale ressaltar que o termo população refere-se não somente a um conjunto de
pessoas. Podemos citar alguns exemplos de populações: todos os habitantes da
cidade de São Paulo; todos os carros produzidos, em determinado ano, por uma
montadora; todos os acidentes ocorridos em determinada extensão de uma
rodovia durante um feriado prolongado; todo o sangue no corpo de uma pessoa
ou todos os pacientes traumatizados atendidos na Unidade de Emergência do
Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, no ano de
2014.
Custo e demora dos censos.
Populações muito grandes. 
Impossibilidade física de examinar toda a população. 
Comprovado valor científico das informações coletadas por meio de amostras.
Em muitos estudos, é muito difícil podermos trabalhar com todos os elementos
da população. Quando isto ocorre, retiramos um conjunto menor de elementos
da população, que é denominado amostra.
 A amostra é um subconjunto representativo da população de interesse e é por
meio dela que o estudo estatístico é feito, de maneira a obtermos informações
importantes sobre a população da qual a amostra foi extraída. De acordo com
Vieira (2008, p. 4).
As razões que levam os pesquisadores a trabalhar com amostras – e não com
toda a população – são poucas, mas absolutamente relevantes. 
Podemos justificar a primeira razão, custo e demora dos censos, analisando as
pesquisas eleitorais. As prévias eleitorais são feitas regularmente e publicadas.
Analisar todos os milhões de eleitores do Brasil em um curto espaço de tempo
torna-se impossível para o pesquisador. Vamos lembrar que nosso país possui
uma vasta extensão territorial, fazendo com que a pesquisa leve muito tempo e
gere um custo muito alto. 
No caso de populações muito grandes, é impossível estudá-las por inteiro. Por
exemplo, se temos interesse em estudar determinada planta em uma mata. O
número de plantas é matematicamente finito, mas tão grande, que pode ser
considerado infinito para qualquer estudo prático. Em algumas situações, é
impossível examinar toda a população. Por exemplo, na análise de sangue de
uma pessoa, não podemos observar toda a população de interesse.
E, por fim, a coleta de dados por meio de uma amostra tem maior valor científico
do que se estivéssemos estudando brevemente toda a população. Por exemplo,
um pesquisador social tem interesse em estudar hábitos e comportamentos
relacionados à saúde da criança e do adolescente de uma grande cidade
brasileira. É melhor fazer uma avaliação criteriosa e cuidadosa de dados
amostrais do que uma avaliação rápida e resumida de toda a população de
crianças e adolescentes da cidade.
A Figura 1.1 ilustra os conceitos de população e amostra e as áreas da estatística
descritiva e inferencial, com seus respectivos objetivos.
07
EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA
08
EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA
Quando temos acesso a todos os elementos que desejamos estudar, ou seja, a
população, não é necessário o uso de técnicas da inferência estatística. Um
levantamento de dados obtidos por meio de toda a população é chamado censo.
Esta palavra é familiar, pois no nosso país, a cada 10 anos, o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) faz o Censo Demográfico do Brasil. Com as
informações obtidas pelos censos, podemos conhecer a distribuição territorial e
as principais características das pessoas e dos domicílios. Estas informações são
imprescindíveis para a definição de políticas públicas e a tomada de decisões de
investimentos.
Os dados obtidos por meio de uma população ou amostra, são provenientes da(s)
variável(eis) em estudo. Variável é uma característica de interesse no estudo. Por
exemplo, podemos ter interesse nas variáveis idade, gênero, renda e escolaridade
dos clientes de determinada Unidade Básica de Saúde. As respostas obtidas em
cada uma destas variáveis formarão o conjunto de dados a ser estudado. Para
uma melhor compreensão dos conceitos expostos acima, vamos analisar o
exemplo a seguir.
EXEMPLO:
Um hospital e maternidade possuem 3.200 funcionários. O departamento de
recursos humanos fez uma pesquisa de clima organizacional com 620
funcionários selecionados nos diversos setores do hospital e um dos tópicos
abordados foi o grau de satisfação com os benefícios oferecidos pela empresa. A
análise dos dados mostrou que 55% dos funcionários estão satisfeitos com os
benefícios oferecidos. De acordo com as informações contidas no enunciado,
vamos identificar:
a) A população em estudo.
b) A variável em estudo. 
c) O tamanho da amostra. 
d) A informação numérica 55% é um parâmetro ou uma estatística?
Resolução 
a) População em estudo: 3.200 funcionários do hospital e maternidade. 
b)Variável em estudo: nível de satisfação com os benefícios oferecidos. 
c) Tamanho da amostra: 620 funcionários. 
d) A informação numérica 55% é uma estatística, pois esta informação foi obtida
através de dados amostrais
Quando coletamos dados referentes à variável ou às variáveis em estudo,
podemos obter respostas numéricas ou não numéricas. É intuitivo pensar que
quando as respostas são numéricas, estamos trabalhando com dados
quantitativos e, quando as respostas não são numéricas, os dados são
qualitativos. 
No caso do Exemplo 1.1, os dados coletados são qualitativos, pois duas das
possíveis respostas dos funcionários são: insatisfeito ou satisfeito. Como os
dados são provenientes das variáveis em estudo, podemos classificar as variáveis
da mesma forma: variáveis qualitativas (ou categóricas) e quantitativas.
As variáveis qualitativas podem ser classificadas como qualitativas nominais ou
ordinais. Se existir uma ordenação natural, elas são classificadas como
qualitativas ordinais. Caso contrário, elas são classificadas como variáveis
qualitativas nominais. Por exemplo, variáveis como gênero (masculino e feminino)
e estado civil (solteiro, casado, viúvo, etc.) são classificadas como qualitativas
nominais. Agora, variáveis como desempenho de um profissional (péssimo,
regular ou bom) e grau de instrução (ensino fundamental, ensino médio, superior)
são classificadas como qualitativas ordinais.
No caso das variáveis quantitativas, elas podem ser classificadas como
quantitativas discretas ou contínuas. As variáveis quantitativas discretas são
resultantes de uma operação de contagem, assumindo respostas cujos números
são inteiros. Já as variáveis quantitativas contínuas são resultantes de
mensurações, assumindo valores que pertencem a um intervalo de números
reais, ou seja, números decimais. Por exemplo, número de faltas ao trabalho por
motivo de saúde (0, 1, 2,...) e número de peças defeituosas em um lote (0, 1, 2,
3,...) são classificadas como quantitativas discretas, enquanto que peso, altura,
renda familiar (salários mínimos) são classificadas como quantitativas contínuas.
09
EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA
Podemos atribuir códigos numéricos às categorias de respostas de algumas
variáveis qualitativas. Por exemplo, para a variável gênero, podemos associar o
código 1 para o sexo feminino e 2 para o sexo masculino. Mas isto não a torna
uma variável quantitativa, ou seja, não podemos, por exemplo, calcular uma
média destas respostas, pois não conseguiríamos interpretar o resultado obtido.
10
EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA
EXEMPLO
Vamos classificar as seguintes variáveis: 
a) Número de peças defeituosas produzidas em uma linha de montagem. 
b) Peso de pacientes. 
c) Fumante. 
d) Tipo sanguíneo. 
e) Grau de satisfação do consumidor com determinado produto.
Resolução 
a) Variável quantitativa discreta, pois as possíveis respostas são 0, 1, 2, 3, etc. (as
respostas assumem somente valores inteiros). 
b) Variável quantitativa contínua, pois as possíveis respostas são 58,7; 89,8; etc.
(as respostas podem assumir valores decimais).
c) Variável qualitativa nominal, pois as possíveis respostas são sim ou não. (as
possíveis respostas são categóricas). 
d) Variável qualitativa nominal, pois as possíveis respostas são A, AB, B ou O (as
possíveis respostas são categóricas). 
e) Variável qualitativa ordinal, pois as possíveis respostas são nada satisfeito,
pouco satisfeito, satisfeito, muito satisfeito (as possíveis respostas são categóricas
e possuem uma ordenação natural, do menor grau de satisfação para o maior).
1 1
EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA
Outra maneira comum de classificar os dados é através do uso dos níveis de
mensuração intervalar e de razão. No nível intervalar, as diferenças são
significativas, mas não existe ponto inicial zero natural e as razões não têm
sentido e, no nível de mensuração de razão, há um ponto inicial zero natural e as
razões são significativas.
Coleta de dados
Já sabemos que para fazer qualquer estudo estatístico, precisamos coletar dados.
Esta coleta pode ser feita através de estudos observacionais ou experimentais.
Em estudos observacionais, não há qualquer tentativa de controlar ou modificar
os elementos que farão parte do estudo. Por exemplo, uma pesquisa feita por
institutos de pesquisa é um estudo observacional, pois os dados são geralmente
coletados através de uma entrevista ou preenchimento de um questionário.
Neste estudo, as respostas das pessoas são simplesmente coletadas e
registradas, sem qualquer tipo de controle ou modificação. 
Em um experimento, aplicamos algum tratamento e observamos o seu efeito
sobre os elementos que estão participando do estudo. Por exemplo, uma
indústria farmacêutica está interessada em testar uma nova medicação no
tratamento de pessoas com colesterol alto. Um grupo de pacientes com altos
níveis de colesterol recebe o tratamento e passa a ser observado.
Sabemos, também, que um estudo estatístico pode ser feito com todos os
elementos da população ou com uma parte desta população (amostra). Quando o
estudo for feito com dados amostrais, deveremos ter muito cuidado na maneira
de coletar estes dados. De acordo com TRIOLA (2008, p. 17), “se os dados
amostrais não forem coletados de maneira apropriada, eles podem ser de tal
modo inúteis que nenhuma manipulação estatística poderá salvá-los”. 
Para que possamos usar os resultados obtidos na amostra para fazer inferências
sobre a população de interesse, precisamos garantir que a amostra seja
representativa desta população. Por exemplo, no Exemplo 1.1, se os 620
funcionários forem selecionados somente em um dos setores da empresa, não
podemos garantir que esta amostra seja representativa de todos os funcionários,
pois parece pouco provável que os outros funcionários dos diversos setores
tenham a mesma avaliação sobre o grau de satisfação com os benefícios
oferecidos.
Veremos agora quais técnicas de amostragem podemos utilizar para garantir a
representatividade da população.
12
Técnicas de amostragem 
Temos dois tipos de amostragem, a que chamamos de probabilística (ou
aleatória) e a não probabilística (ou não aleatória). A amostragem será
probabilística se todos os elementos da população tiverem probabilidade
conhecida, e diferente de zero, de pertencer à amostra. Caso contrário, a
amostragem será não probabilística.
Quando selecionamos os elementos que farão parte da amostra, podemos
permitir que eles sejam selecionados mais de uma vez. Neste caso, estamos
trabalhando com amostragem com reposição. Na amostragem sem reposição, o
elemento sorteado é removido da população. Se pensarmos na quantidade de
informação que a amostra conterá, a amostragem sem reposição é mais
adequada. Mas, a amostragem com repetição implica independência entre os
elementos selecionados. Isto facilita o desenvolvimento de propriedades de
estimadores que são estudos em técnicas da inferência estatística.
Na prática podemos considerar a seleção dos elementos como independentes
quando pequenas amostras são retiradas de grandes populações, pois é raro
selecionar o mesmo elemento duas vezes. Segundo TRIOLA (2008, p. 132), “Eis
uma diretriz comum: se o tamanho da amostra não é maior que 5% do tamanho
da população, tratamos a seleção das unidades experimentais como sendo
independentes (mesmo que as seleções sejam feitas sem reposição, pois
tecnicamente elas são dependentes)”.
Estudaremos agora algumas técnicas muito utilizadas de amostragem
probabilística.
Técnicas de amostragem probabilística (ou aleatória)
“A grande vantagem das amostras probabilísticas é medir a precisão da amostra
obtida, baseando-se no resultado contido na própria amostra” (BUSSAB;
MORETTIN, 2002, p. 261). Nas técnicas descritas a seguir, usaremos N para
denotar o tamanho da população e para indicar o tamanho da amostra. 
 Utilizaremos um mesmo exemplo para explicar as diferentes técnicas de
amostragem, com o objetivo de evidenciar as características de cada uma delas.
Amostragem aleatória simples
Neste tipo de amostragem,a seleção dos elementos que farão parte da amostra
é feita de maneira bem simples: quando estamos trabalhando com uma
população finita, temos como obter uma listagem de todos os N elementos que
compõem a população. 
EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA
Para fazer a seleção, escrevemos cada elemento da população em um cartão,
colocamos em uma urna e sorteamos a quantidade de cartões de acordo com o
tamanho da amostra. Neste procedimento, todo elemento da população tem a
mesma probabilidade de pertencer à amostra. Quando a população for muito
grande, o procedimento descrito torna-se inviável. Nestes casos, contamos com o
auxílio do Excel, que gera números aleatórios através da função
ALEATÓRIOENTRE. Para utilizarmos este tipo de amostragem, é desejável que a
população seja homogênea, ou seja, que os elementos sejam similares sob o
ponto de vista da variável em estudo. Caso a população seja heterogênea, há o
risco de se obter uma amostra pouco representativa da população em estudo.
Por exemplo, a população de funcionários de uma empresa difere quanto ao
gênero, faixa de idade, grau de escolaridade e faixa salarial, e quando
selecionarmos uma amostra aleatória de funcionários pode acontecer de não
serem sorteados elementos com algumas destas características. E, os
funcionários que se enquadram em cada uma destas características podem ter
avaliações diferentes quanto à variável em estudo.
EXEMPLO
Uma universidade está elaborando uma pesquisa com objetivo de avaliar seu
espaço físico, biblioteca, laboratórios, secretaria acadêmica, entre outros, visando
aperfeiçoamento e fortalecimento das atividades de ensino. Para isto, deseja
obter uma amostra de 8% dos seus 4.500 estudantes, para entrevistá-los. Qual
deve ser o procedimento para a obtenção de uma amostra aleatória simples?
Resolução 
Para obtermos uma amostra aleatória simples de 8% dos 4.500 estudantes,
precisamos sortear 360. Como poderemos fazer este sorteio? Temos como obter
o nome ou registro acadêmico de cada um dos alunos facilmente. Estas
informações estão disponíveis na secretaria acadêmica da universidade. Os
nomes ou registros acadêmicos são escritos em pedaços de papel. Após colocar,
separadamente, as informações em 4.500 papéis, eles são colocados em uma
urna. Misturamos bem e sorteamos um papel. Repetimos o procedimento até
que 360 papéis sejam sorteados. Os nomes (ou registros acadêmicos)
selecionados correspondem aos alunos que comporão a amostra. A descrição do
sorteio foi feita desta maneira para facilitar o entendimento deste tipo de
amostragem. Nos dias atuais, colocamos todos os nomes em uma planilha do
Excel e utilizamos a função ALEATÓRIOENTRE.
13
EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA
Para utilizarmos este tipo de amostragem, é desejável que a população seja
homogênea, ou seja, que os elementos sejam similares sob o ponto de vista da
variável em estudo. Caso a população seja heterogênea, há o risco de se obter
uma amostra pouco representativa da população em estudo. Por exemplo, a
população de funcionários de uma empresa difere quanto ao gênero, faixa de
idade, grau de escolaridade e faixa salarial, e quando selecionarmos uma amostra
aleatória de funcionários pode acontecer de não serem sorteados elementos com
algumas destas características. E, os funcionários que se enquadram em cada
uma destas características podem ter avaliações diferentes quanto à variável em
estudo.
EXEMPLO
Uma universidade está elaborando uma pesquisa com objetivo de avaliar seu
espaço físico, biblioteca, laboratórios, secretaria acadêmica, entre outros, visando
aperfeiçoamento e fortalecimento das atividades de ensino. Para isto, deseja
obter uma amostra de 8% dos seus 4.500 estudantes, para entrevistá-los. Qual
deve ser o procedimento para a obtenção de uma amostra aleatória simples?
Resolução 
Para obtermos uma amostra aleatória simples de 8% dos 4.500 estudantes,
precisamos sortear 360. Como poderemos fazer este sorteio? Temos como obter
o nome ou registro acadêmico de cada um dos alunos facilmente. Estas
informações estão disponíveis na secretaria acadêmica da universidade. Os
nomes ou registros acadêmicos são escritos em pedaços de papel. Após colocar,
separadamente, as informações em 4.500 papéis, eles são colocados em uma
urna. Misturamos bem e sorteamos um papel. Repetimos o procedimento até
que 360 papéis sejam sorteados. Os nomes (ou registros acadêmicos)
selecionados correspondem aos alunos que comporão a amostra. A descrição do
sorteio foi feita desta maneira para facilitar o entendimento deste tipo de
amostragem. Nos dias atuais, colocamos todos os nomes em uma planilha do
Excel e utilizamos a função ALEATÓRIOENTRE.
Amostragem estratificada 
Utilizamos esta técnica quando identificamos que a população é heterogênea
para a variável de interesse no estudo. Neste caso, dividimos a população em
grupos mais homogêneos (subgrupos), que são os estratos. Após a identificação
dos estratos, selecionamos os elementos que farão parte da amostra através de
uma amostragem aleatória simples de cada estrato ou através de uma seleção
proporcional ao número de elementos existentes em cada estrato. 
14
EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA
Voltando ao exemplo da seleção de uma amostra de funcionários de um hospital
e maternidade, podemos dividir a população de funcionários nos seguintes
estratos: gênero, faixa de idade, grau de escolaridade e faixa salarial. Dentro de
cada estrato, os elementos são similares.
EXEMPLO
Uma universidade está elaborando uma pesquisa com objetivo de avaliar seu
espaço físico, biblioteca, laboratórios, secretaria acadêmica, entre outros, visando
aperfeiçoamento e fortalecimento das atividades de ensino. Para isto, deseja
obter uma amostra de 8% dos seus 4.500 estudantes, para entrevistá-los. Há uma
suspeita de que mulheres são mais criteriosas na avaliação institucional. De
acordo com informações acadêmicas, aproximadamente 60% dos estudantes são
do sexo feminino. Qual deve ser o procedimento para a obtenção de uma
amostra estratificada?
Resolução 
De acordo com as informações, vamos separar os estudantes em dois estratos:
estudantes do sexo masculino e estudantes do sexo feminino. Depois, obtemos
uma amostra aleatória simples de cada estrato (gênero) e reunimos os dados
selecionados dos dois estratos em uma só amostra estratificada.
Como sabemos que 60% dos estudantes são do sexo feminino e,
consequentemente, 40% do sexo masculino, podemos fazer uma seleção
proporcional ao número de estudantes em cada estrato. Neste caso,
selecionaríamos aleatoriamente 216 estudantes no estrato do sexo feminino (360
x 0,6) e 144 estudantes no estrato do sexo masculino (360 x 0,4).
Amostragem sistemática 
A seleção dos elementos, quando utilizamos a amostragem sistemática, é feita
segundo um sistema preestabelecido (sistematicamente). Para estabelecermos o
sistema de seleção, ordenamos os elementos da população (formando uma lista)
de forma a identificá-los pela posição e, após o número inicial ser selecionado
aleatoriamente, os elementos que farão parte da amostra serão selecionados
segundo intervalos regulares que ocorrem a partir do número inicial. Precisamos
tomar cuidado ao estabelecer o sistema de seleção dos elementos, pois
tendências podem surgir se houver algum tipo de sequência periódica ou cíclica
nos elementos da população que foram ordenados.
15
EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA
EXEMPLO 
Uma universidade está elaborando uma pesquisa com o objetivo de avaliar seu
espaço físico, biblioteca, laboratórios, secretaria acadêmica, entre outros, visando
ao aperfeiçoamento e fortalecimento das atividades de ensino. Para isto, deseja
obter uma amostra de 8% dos seus 4 500 estudantes, para entrevistá-los. Qual
deve ser o procedimento para a obtenção de uma amostra sistemática?
Resolução 
Na amostragem sistemática, precisamos de uma lista dos elementos que
compõem a população. Após conseguir uma listagem com todos os estudantes,
precisamos encontramos a fração amostral k= Nn . No nosso exemplo, k=
4.500360 = 12,5. Como k não é umnúmero inteiro, devemos arredondar para o
inteiro mais próximo, ou seja, vamos considerar k = 13.
O próximo passo é escolher aleatoriamente um número entre 1 e 13 (por meio
de um sorteio). Por exemplo, vamos supor que o número sorteado seja 4. Então,
o primeiro estudante selecionado será o que está na quarta posição da listagem.
Depois, a partir do número 4, contamos 13 e selecionamos o próximo estudante,
e assim por diante, até completar a amostra de 360 estudantes.
Amostragem por conglomerado 
Neste tipo de amostragem, dividimos a população em subgrupos
(conglomerados) de elementos heterogêneos, em seguida selecionamos
aleatoriamente alguns conglomerados e escolhemos todos os elementos desses
conglomerados selecionados para compor a amostra.
A diferença entre a amostragem estratificada e por conglomerado é que na
amostragem estratificada os elementos dentro de cada subgrupo são
homogêneos e, no caso dos conglomerados, os elementos dentro de cada
subgrupo são heterogêneos. A amostragem estratificada usa uma amostra de
elementos de todos os estratos, enquanto que a amostragem por conglomerado
usa todos os elementos dos conglomerados selecionados.
EXEMPLO 
Uma universidade está elaborando uma pesquisa com objetivo de avaliar seu
espaço físico, biblioteca, laboratórios, secretaria acadêmica, entre outros, visando
aperfeiçoamento e fortalecimento das atividades de ensino. Para isto, deseja
obter uma amostra de 8% dos seus 4.500 estudantes, para entrevistá-los. Qual
deve ser o procedimento para a obtenção de uma amostra por conglomerados?
16
EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA
Resolução 
Nesta situação, podemos formar conglomerados com os alunos matriculados em
cada um dos cursos da universidade. Por exemplo, conglomerado formado com
todos os estudantes matriculados no curso de Administração, ou conglomerado
formado com todos os estudantes matriculados no curso de Enfermagem e assim
por diante. Após a identificação dos conglomerados, sorteamos alguns deles e
entrevistamos todos os estudantes dentro de cada conglomerado sorteado. Os
estudantes dentro de cada conglomerado são heterogêneos, ou seja, há
diversidades de informações quanto à idade, estado civil, renda, gênero, etc
Técnicas de amostragem não probabilística (ou não aleatória) 
De acordo com BRUNI (2010, p. 173)
A amostragem não probabilística consiste em uma amostragem subjetiva, em que
a variabilidade dos resultados da amostra não pode ser obtida com precisão, ao
contrário da amostragem probabilística. Impede a mensuração do erro da
inferência – que é indesejado -, porém, resulta em custos ainda mais baixos em
uma coleta de dados ainda mais rápida.
Amostragem por conveniência 
Na amostragem por conveniência, os elementos amostrais são escolhidos por
serem mais acessíveis, gerando informações de forma rápida e barata. Por
exemplo, no nosso exemplo da avaliação da universidade, um professor de
Cálculo pode escolher todos os alunos que cursam sua disciplina, nos diversos
cursos em que leciona, para compor a amostra que será utilizada na pesquisa.
Neste tipo de seleção, o professor restringe a escolha dos alunos que farão parte
da amostra, pois estudantes que não têm aula com ele estarão excluídos de
participar da amostra.
Amostragem por quota 
Neste tipo de amostragem, os elementos que fazem parte da amostra são
retirados da população segundo quotas estabelecidas de acordo com a
distribuição desses elementos na população. A descrição deste tipo de
amostragem nos faz lembrar da amostragem estratificada. A diferença é que,
aqui, os elementos são selecionados por julgamento, e não de maneira aleatória,
e depois confirmamos as características dos elementos amostrados. Por ser
relativamente barato, este tipo de amostragem é muito utilizado em
levantamentos de opinião e pesquisas de mercado.
17
EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA
Se os dados amostrais são coletados por meio de um processo probabilístico,
esperamos que eles sejam representativos da população e, assim, podemos
analisar o erro amostral, mas devemos ter o cuidado de minimizar o erro não
amostral. Agora que já sabemos que os dados são obtidos por meio de
elementos provenientes de uma população ou de uma amostra e que, caso sejam
dados amostrais, devemos tomar o cuidado de selecionar elementos que sejam
os mais parecidos possíveis com a população do qual foram extraídos, vamos
aprender a organizar os dados. Após a obtenção dos dados, por exemplo, através
de experimentos, cadastros, entrevistas ou preenchimento de questionários,
obtemos o conjunto de dados brutos, ou seja, dados que ainda não foram
organizados. Neste momento começamos com a apuração, isto é, organização
dos dados brutos. Isto é feito por meio da construção da distribuição de
frequências, que estudaremos na próxima Unidade.
18
EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA
Após a definição de qual tipo de amostragem será utilizada em uma pesquisa, a
pergunta que naturalmente surge é: Qual o tamanho da amostra que devemos
utilizar? Há fórmulas estatísticas bem conhecidas para determinação do tamanho
amostral, mas a aplicação dessas fórmulas exige conhecimentos que não
abordaremos neste livro. De acordo com VIEIRA (2008, p. 13) Mais importante é
saber que não basta ter em mãos uma fórmula, ou um programa de computador
para estimar o tamanho da amostra. É preciso algum conhecimento prévio
(estimativas preliminares de um ou mais parâmetros, obtidas de amostras pilotos
ou da literatura) e uma boa dose de bom senso. Mesmo planejando e executando
bem o processo de coleta da amostra, provavelmente haverá algum erro nos
resultados. Por exemplo, voltando ao Exemplo 1.1, se selecionarmos uma
amostra com outros 620 funcionários provavelmente encontraremos uma
estimativa diferente para a proporção de funcionários satisfeitos com os
benefícios oferecidos. Ou, ainda, poderíamos tirar uma amostra que forneça um
resultado muito diferente daquele que seria obtido se trabalhássemos com a
toda a população. Então, de acordo com o raciocínio exposto, podemos definir
dois tipos de erros:
Nesta Unidade iniciamos o estudo relacionado à estatística de uma forma geral.
Foi possível perceber como ela pode ser aplicada no estudo de população.
Estudamos também as relações entre população, amostra e amostragem e, por
fim, estudamos as características relacionadas à população, conhecidas também
como variáveis. 
Com os conceitos adquiridos, você será capaz de coletar dados de maneira
apropriada, saber identificá-los como qualitativos ou quantitativos e apresentá-los
por meio de tabelas e gráficos. Estamos apenas no começo. Muitas técnicas
(muito interessantes!) ainda serão abordadas. E lembre-se que o conhecimento e
o domínio da Estatística certamente ajudarão você a tomar as decisões mais
acertadas.
CONCLUINDO A
UNIDADE 
19
Estatísticos coletam dados porque têm interesse em descobrir alguma
característica ou tendência sobre um grupo de indivíduos ou fenômenos. As
características variam conforme o estudo estatístico realizado.
Quando a população de um estudo estatístico é grande ela é raramente estudada
como um todo. Nesse caso, estatísticos utilizam uma amostra da população. Uma
amostra é utilizada quando há uma impossibilidade de estudar o universo
estatístico ou uma falta de praticidade em lidar com o universo estatístico como
um todo.
Por exemplo, em épocas de eleições presidenciais no Brasil, seria praticamente
impossível entrevistar todos os adultos brasileiros para descobrir a preferência
de voto de cada um deles. Neste estudo a população ou universo estatístico é
definido como todos os adultos brasileiros que pretendem votar nas eleições. Em
situações como uma eleição, em que o universo estatístico é gigantesco,
estatísticos utilizam uma amostra da população. Em pesquisas eleitorais é muito
comum a utilização de amostras da população: alguns milhares de adultos de
diferentes regiões e estados são entrevistados. Isto serve como uma amostra das
intenções de voto da população como um todo, havendo uma margem de erro
muito pequena (se a pesquisae o estudo estatístico são realizados de forma
correta e honesta). 
SAIBA MAIS
20
Saiba mais sobre a história da estatística em: (117) História da Estatística por
Luciane Daroit | PPGECM - YouTube
Saiba mais sobre método experimental (117) O MÉTODO EXPERIMENTAL 2º ANO
DE FILOSOFIA - YouTube
Assista um vídeo sobre método científico (117) Método Científico - YouTube
Saiba mais sobre recenseamento (117) Significado da palavra Recenseamento -
YouTube
 Saiba mais sobre o conteúdo acerca de população e amostra em:
 (129) Estatística - Introdução à Estatística - Conceitos - YouTube
Assista a uma aula sobre estatística descritiva (117) Introdução à Estatística
Descritiva - YouTube
SAIBA MAIS
20
https://www.youtube.com/watch?v=bxaWgziFWeQ
https://www.youtube.com/watch?v=CBd3SGSPqa8
https://www.youtube.com/watch?v=eRDBggKy0js
https://www.youtube.com/watch?v=DTb78idUf48
https://www.youtube.com/watch?v=8U1Z-XtYG4Q
https://www.youtube.com/watch?v=pnpq0w7d5Mw
SEU GABARITO
Questão 1:
Quando coletamos dados referentes à variável ou às variáveis em estudo,
podemos obter respostas numéricas ou não numéricas. É intuitivo pensar que
quando as respostas são numéricas, estamos trabalhando com dados
quantitativos e, quando as respostas não são numéricas, os dados são
qualitativos.
Fonte: Autor
Classifique as seguintes variáveis em: Quantitativas (Discretas ou Contínuas) ou
Qualitativas (Nominais ou ordinais).
____ A cor da pele de pessoas (Ex.: Branca, negra, amarela) 
O número de consultas médicas feitas por ano por associado de certo plano de
saúde.
O tipo de droga que os pacientes de certo estudo tomaram, registradas como:
Droga A. Droga B e Droga C.
A pressão intraocular é medida em mmHg, em pessoas.
Assinale a alternativa correta:
A) Qualitativa discreta, quantitativa discreta, quantitativa contínua, qualitativa
nominal.
B) Qualitativa nominal, quantitativa discreta, quantitativa contínua, qualitativa
nominal.
C) Qualitativa nominal, quantitativa discreta, quantitativa contínua, qualitativa
ordinal.
D) Qualitativa nominal, quantitativa discreta, qualitativa nominal, quantitativa
contínua.
EXERCÍCIOS DE 
FIXAÇÃO
21
SEU GABARITO
EXERCÍCIOS DE 
FIXAÇÃO
Questão 2: 
As variáveis podem ser classificadas Quantitativas (Discretas ou Contínuas) ou
Qualitativas (Nominais ou ordinais), assinale alternativas que constam apenas
variáveis numéricas discretas.
Fonte: Autor
A) sexo e altura.
B) peso e altura.
C) número de filhos e número de cidades automobilísticas.
D) IMC e número de casamentos. 
E) peso e IMC.
22
Questão 3:
A estatística é uma ciência que usa a análise dos dados para testar as hipóteses
estatísticas, verificar a força da evidência clínica e, assim, se existem associações
entre grupos ou a veracidade de fenômenos de interesse. O pesquisador deve
formular hipóteses, observar os fenômenos biológicos que ocorrem na população
e retirar dessa população uma amostra para testar suas hipóteses. A semelhança
de uma amostra com a população que a originou permite que os resultados da
análise dos dados sejam mais fidedignos para a elucidação das hipóteses. 
Fonte:< https://www.scielo.br/j/rba/a/N5PgBCrzhDkfRbX8QXsctHx/?lang=pt>
Sendo assim População ou universo é:
A) Um conjunto de pessoas com uma característica comum
B) Um conjunto de pessoas
C) Um conjunto de indivíduo de um mesmo município, estado ou país
D) Um conjunto de elementos com pelo menos uma característica em comum
E) Um conjunto de elementos quaisquer
SEU GABARITO
EXERCÍCIOS DE 
FIXAÇÃO
23
https://www.scielo.br/j/rba/a/N5PgBCrzhDkfRbX8QXsctHx/?lang=pt
Questão 4: 
A parte da estatística que se preocupa somente com a descrição de
determinadas características de um grupo, sem tirar conclusões sobre um grupo
maior denomina-se:
Fonte: Autor
A) Estatística grupal
B) Estatística Inferencial
C) Estatística Descritiva
D) Estatística de Amostra
E) Estatística de População
SEU GABARITO
EXERCÍCIOS DE 
FIXAÇÃO
24
5) Observe a figura a seguir:
A qualificação dos professores é de grande importância para a qualidade da
formação dos estudantes. Considerando que a figura acima apresenta a
distribuição do número de professores em uma faculdade, segundo a formação
acadêmica (curso), julgue o item. A variável do curso é do tipo.
a) Qualitativa contínua
b) Quantitativa discreta
c) Qualitativa ordinal
d) Quantitativa contínua
e) Qualitativa nominal
SEU GABARITO
EXERCÍCIOS DE 
FIXAÇÃO
25
26
ANOTAÇÕES
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Costa, P. R. Estatística. Colégio Técnico Industrial. Santa Maria: UFSM, 2011.
DAVID, R. A. Dennis, J. S. Thomas, A. W. Estatística Aplicada à Administração e Economia. 2.
ed. São Paulo: Thomson, 2007.
SIEGEL, S.; CASTELLAN, N. J. Estatística Não Paramétrica para Ciências do Comportamento.
2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
TRIOLA, M. F. Introdução à Estatística. 7. ed. Rio de Janeiro: LCT (Livros Técnicos e
Científicos) Editora S.A., 1999.
VIEIRA, Sonia. Introdução à bioestatística. 5. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2015. 
27
1- Gabarito: D
Justificativa do gabarito: cor da pele é uma variável qualitativa nominal; o número de
consultas médicas é uma variável quantitativa discreta, o tipo de droga de cada
paciente é uma variável qualitativa nominal e a pressão intra ocular é uma variável
quantitativa contínua.
2- Gabarito: C
Justificativa do gabarito: as variáveis quantitativas discretas dos valores possíveis são
uma quantidade enumerável.
3- Gabarito: D
Justificativa do gabarito: É o conjunto de informações ou conjunto de elementos com
pelo menos uma característica em comum, cujo comportamento interessa-nos
analisar, isso é, inferir.
4- Gabarito: C
Justificativa do gabarito: É aquela que possui um conjunto de técnicas para planejar,
organizar, coletar, resumir, classificar, apurar, descrever, comunicar e analisar os
dados em tabelas, gráficos ou em outros recursos visuais, além do cálculo de
estimativas de parâmetros representativos desses dados, interpretação de
coeficientes e exposição que permitam descrever o fenômeno. Essa área apenas
descreve e analisa um conjunto de dados, sem tirar conclusões. 
5- Gabarito: C
Justificativa do gabarito: quando os códigos numéricos podem agir como categorias
ou ordenações. Como sugere o nome, elas envolvem variáveis que representam
algum elemento de ordem.
GABARITOS
28

Continue navegando