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Resumo SGI

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Resumo 
Sistema Digestório 
Bases Morfofuncionais - 
Ciclo 3 
NathyFantin
Anatomia 
Sistema Digestório 
O trato digestório e os órgãos anexos 
constituem o sistema digestório. O trato 
digestório é um tubo oco que se estende da 
cavidade bucal ao ânus, sendo também 
chamado de canal alimentar ou trato 
gastrintestinal. As estruturas do trato 
digestório incluem: Boca, Faringe, Esôfago, 
Estômago, Intestino Delgado, Intestino 
Grosso, Reto e Ânus. 
O comprimento do trato gastrintestinal, 
medido no cadáver, é de cerca de 9 m. Na 
pessoa viva é menor porque os músculos ao 
longo das paredes dos órgãos do trato 
gastrintestinal mantém o tônus. 
Os órgãos digestório acessórios são os 
Dentes, a Língua, as Glândulas Salivares, o 
Fígado, Vesícula Biliar e o Pâncreas. Os 
dentes auxiliam no rompimento físico do 
alimento e a língua auxilia na mastigação e 
na deglutição. Os outros órgãos digestórios 
acessórios, nunca entram em contato direto 
com o alimento. Produzem ou armazenam 
secreções que passam para o trato 
gastrintestinal e auxiliam na decomposição 
química do alimento. 
O trato gastro intestinal é um tubo longo e 
sinuoso de 10 a 12 metros de comprimento 
desde a extremidade cefálica (cavidade 
oral) até a caudal (ânus). 
FUNÇÕES: 
1- Destina-se ao aproveitamento pelo 
organismo, de substâncias estranhas ditas 
alimentares, que asseguram a manutenção 
de seus processos vitais. 
2- Transformação mecânica e química das 
macromoléculas alimentares ingeridas 
(proteínas, carboidratos, etc.) em moléculas 
de tamanhos e formas adequadas para 
serem absorvidas pelo intestino. 
3- Transporte de alimentos digeridos, água 
e sais minerais da luz intestinal para os 
NathyFantin
capilares sanguíneos da mucosa do 
intestino. 
4- Eliminação de resíduos alimentares não 
digeridos e não absorvidos juntamente com 
restos de células descamadas da parte do 
trato gastro intestinal e substâncias 
secretadas na luz do intestino. 
Mastigação: Desintegração parcial dos 
alimentos, processo mecânico e químico. 
Deglutição: Condução dos alimentos 
através da faringe para o esôfago. 
Ingestão: Introdução do alimento no 
estômago. 
Digestão: Desdobramento do alimento em 
moléculas mais simples. 
Absorção: Processo realizado pelos 
intestinos. 
Defecação: Eliminação de substâncias não 
digeridas do trato gastro intestinal. 
O trato gastro intestinal apresenta diversos 
segmentos que sucessivamente são:  
Boca, Faringe, Esôfago, Estômago, 
Intestino Delgado, Intestino Grosso, 
Reto E Ânus. 
Órgãos Anexos: 
• Glândulas Parótidas 
• Glândulas Submandibulares 
• Glândulas Sublinguais 
• Fígado 
• Pâncreas 
 
BOCA 
A boca também referida como Cavidade 
Oral ou Bucal é formada pelas bochechas 
(formam as paredes laterais da face e são 
constituídas externamente por pele e 
internamente por mucosa), pelos palatos 
duro (parede superior) e mole (parede 
NathyFantin
posterior) e pela língua (importante para o 
transporte de alimentos, sentido do gosto e 
fa la ) . O pa lato mo le se estende 
posteriormente na cavidade bucal como a 
úvula, que é uma estrutura com forma de 
letra V e que está suspensa na região 
superior e posterior da cavidade bucal. 
Limites da Cavidade Oral 
 
A cavidade da boca é onde o alimento é 
ingerido e preparado para a digestão no 
estômago e intestino delgado. O alimento é 
mastigado pelos dentes, e a saliva, 
proveniente das glândulas salivares, facilita 
a formação de um bolo a l imentar 
controlável. A deglutição é iniciada 
CAVIDADE BUCAL
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
PALATO DURO E PALATO MOLE
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
PALATO MOLE
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
NathyFantin
voluntariamente na cavidade da boca. A 
fase voluntária do processo empurra o bolo 
da cavidade da boca para a faringe – a 
parte expandida do trato digestório – onde 
ocorra a fase automática da deglutição. 
A cavidade da boca consiste em duas 
partes: o vestíbulo da boca e a cavidade 
própria da boca. O vestíbulo da boca é o 
espaço semelhante a uma fenda entre os 
dentes e a gengiva e os lábios e as 
bochechas. A cavidade própria da boca é o 
espaço entre os arcos dentais superior e 
inferior. É limitada lateral e anteriormente 
pelos arcos a lveolares maxilares e 
mandibulares que alojam os dentes. O teto 
da cavidade da boca é formado pelo palato. 
Posteriormente, a cavidade da boca se 
comunica com a parte oral da faringe. 
Quando a boca está fechada e em repouso, 
a cavidade da boca é completamente 
ocupada pela língua. 
 
Dentes 
Os dentes são estruturas cônicas, duras, 
fixadas nos alvéolos da mandíbula e maxila 
que são usados na mastigação e na 
assistência à fala. 
Crianças têm 20 dentes decíduos 
(primários ou de leite). Adultos normalmente 
possuem 32 dentes secundários. Na época 
em que a criança está com 2 anos de 
idade, provavelmente já estará com um 
conjunto completo de 20 dentes de leite. 
Quando um adulto jovem já está com algo 
entre 17 e 24 anos de idade, geralmente 
está presente em sua boca um conjunto 
completo de 32 dentes permanentes. 
NathyFantin
Língua 
A língua é o principal órgão do sentido do 
gosto e um importante órgão da fala, além 
de auxiliar na mastigação e deglutição dos 
alimentos. Localiza-se no soalho da boca, 
dentro da curva do corpo da mandíbula. 
A raiz é a parte posterior, por onde se liga 
ao osso hioide pelos músculos hioglosso e 
genioglosso e pela membrana glossioidea; à 
epiglote, por três pregas da mucosa; ao 
palato mole, pelos arcos palato-glossos, e a 
faringe, pelos músculos constritores 
superiores da faringe e pela mucosa. 
 
O ápice é a extremidade anterior, um tanto 
arredondada, que se apóia contra a face 
lingual dos dentes incisivos inferiores. 
 
DENTES PRIMÁRIOS E 
PERMANENTES
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
DENTES PERMANENTES
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
NathyFantin
A face inferior possui uma mucosa entre o 
soalho da boca e a língua na linha mediana 
que forma uma prega vertical nítida, o 
frênulo da língua. 
No dorso da língua encontramos um sulco 
mediano que divide a língua em metades 
simétricas. Nos 2/3 anteriores do dorso 
da língua encontramos as papilas linguais. 
Já no 1/3 posterior encontramos 
numerosas glândulas mucosas e folículos 
linfáticos (tonsila lingual). 
Papilas Linguais – são projeções do cório, 
abundantemente distribuídas nos 2/3 
anteriores da língua, dando a essa região 
uma aspereza característica. Os tipos de 
papi las são: papi las circunva ladas, 
fungiformes, filiformes e foliadas. 
Músculos da Língua – a língua é dividida em 
metades por um septo fibroso mediano que 
se estende por todo o seu comprimento e 
se fixa inferiormente no osso hioide. Em 
cada metade há dois conjuntos de 
músculos, extrínsecos e intrínsecos. 
PAPILAS LINGUAIS
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
PAPILAS LINGUAIS
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
NathyFantin
O s M ú s c u l o s E xt r í n s e c o s s ã o : 
Genioglosso, Hioglosso, Condroglosso, 
Estiloglosso e Palatoglosso. 
Os Músculos Intrínsecos são: Longitudinal 
Superior, Longitudinal Inferior, Transverso e 
Vertical. 
FARINGE 
A faringe é um tubo que se estende da 
boca até o esôfago. 
A faringe apresenta suas paredes muito 
espessas devido ao volume dos músculos 
que a revestem externamente, por dentro, o 
órgão é forrado pela mucosa faríngea, um 
epitélio liso, que facilita a rápida passagem 
do alimento. 
O movimento do alimento, da boca para o 
estômago, é rea l izado pelo ato da 
deglutição. A deglutiçãoé facilitada pela 
saliva e muco e envolve a boca, a faringe e 
o esôfago. 
Três estágios: 
• Voluntário: no qual o bolo alimentar 
é passado para a parte oral da 
faringe. 
• Faríngeo: passagem involuntária do 
bolo alimentar pela faringe para o 
esôfago. 
• Esofágico: passagem involuntária 
do bolo alimentar pelo esôfago para o 
estômago. 
Limites da Faringe: 
• Superior – corpo do esfenóide e 
porção basilar do osso occipital. 
• Inferior – esôfago. 
MÚSCULOS DA LÍNGUA
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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• Posterior – coluna vertebral e fáscia 
dos músculos longo do pescoço e 
longo da cabeça. 
• Anterior – processo pterigoideo, 
mandíbula, língua, osso hioide e 
cartilagens tireoide e cricóidea. 
• Lateral – processo estiloide e seus 
músculos. 
A faringe pode ainda ser dividida em três 
pa rtes : nasa l (Nasofa r inge ) , o ra l 
(Orofaringe) e laríngea (Laringofaringe). 
Parte  Nasal – situa-se posteriormente ao 
nariz e acima do palato mole e se diferencia 
da outras duas partes por sua cavidade 
permanecer sempre aberta. Comunica-se 
anteriormente com as cavidades nasais 
através das coanas. Na parede posterior 
encontra-se a tonsila faríngea (adenoide 
em crianças). 
Parte Oral – estende-se do palato mole até 
o osso hioide. Em sua parede lateral 
encontra-se a tonsila palatina. 
Parte Laríngea – estende-se do osso hioide 
à cartilagem cricoidea. De cada lado do 
orifício laríngeo encontra-se um recesso 
denominado seio piriforme. 
 
A faringe comunica-se com as vias nasal, 
respiratória e digestória. O ato da 
deglutição normalmente direciona o 
alimento da garganta para o esôfago, um 
longo tubo que se esvazia no estômago. 
Du rante a deg lut ição, o a l imento 
normalmente não pode entrar nas vias 
nasa l e resp iratória em razão do 
fechamento temporário das aberturas 
dessas vias. Assim durante a deglutição, o 
palato mole move-se em direção a abertura 
da parte nasal da faringe; a abertura da 
laringe é fechada quando a traqueia move-
NathyFantin
se para cima e permite a uma prega de 
tecido, chamada de epiglote, cubra a 
entrada da via respiratória. 
O mov imento da la r inge ta mbém 
simultaneamente puxa as cordas vocais e 
aumentando a abertura entre a parte 
laríngea da faringe e o esôfago. O bolo 
alimentar passa pela parte laríngea da 
faringe e entra no esôfago em 1-2 
segundos. 
 
ESÔFAGO 
O esôfago é um tubo fibro-músculo-
mucoso que se estende entre a faringe e o 
estômago. Se localiza posteriormente à 
traqueia começando na altura da 7ª 
vértebra cervical. Perfura o diafragma pela 
abertura chamada hiato esofágico e termina 
na parte superior do estômago. Mede cerca 
de 25 centímetros de comprimento. 
A presença de alimento no interior do 
esôfago estimula a atividade peristáltica, e 
faz com que o alimento mova-se para o 
estômago. 
PARTES E ESTRUTURA DA 
FARINGE
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
PARTES E ESTRUTURA DO 
ESÔFAGO
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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As contrações são repetidas em ondas que 
empurram o alimento em direção ao 
estômago. A passagem do alimento sólido, 
ou semi-sólido, da boca para o estômago 
leva 4 – 8 segundos ; alimentos muito 
moles e líquidos passam cerca de 1 
segundo. 
Ocasionalmente, o refluxo do conteúdo do 
estômago para o interior do esôfago causa 
azia (ou pirose). A sensação de queimação 
é um resultado da alta acidez do conteúdo 
estomacal. 
O refluxo gastroesofágico se dá quando o 
esfíncter esofágico inferior (localizado na 
parte superior do esôfago) não se fecha 
adequadamente após o alimento ter entrado 
no estômago, o conteúdo pode refluir para 
a parte inferior do esôfago. 
O esôfago é formado por três porções: 
• Porção Cervical: porção que está 
em contato íntimo com a traqueia. 
• Porção Torácica: é a porção mais 
importante, passa por trás do 
brônqu io esquerdo (mediastino 
superior, entre a traqueia e a coluna 
vertebral). 
• Porção Abdominal: repousa sobre 
o diafragma e pressiona o fígado, 
fo rma ndo n e l e a im p ressão 
esofágica. 
  
ESTÔMAGO 
O estômago está situado no abdome, logo 
abaixo do diafragma, anteriormente ao 
pâncreas, superiormente ao duodeno e a 
PARTES DO ESÔFAGO
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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esquerda do fígado. É parcialmente coberto 
pelas costelas. O estômago está localizado 
no quadrante superior esquerdo do abdome 
(Ver quadrantes abdominais no menu 
principal), entre o fígado e o baço. 
O estômago é o segmento mais dilatado do 
tubo digestório, em virtude dos alimentos 
permanecerem nele por algum tempo, 
necessita ser um reservatório entre o 
esôfago e o intestino delgado. 
A forma e posição do estômago são muito 
variadas de pessoa para pessoa; o 
diafragma o empurra para baixo, a cada 
inspiração, e o puxa para cima, a cada 
expiração e por isso não pode ser descrita 
como típica. 
O estômago é divido em 4 áreas (regiões) 
principais: Cárdia, Fundo, Corpo e Piloro. 
O fundo, que apesar do nome, situa-se no 
alto, acima do ponto onde se faz a junção 
do esôfago com o estômago. 
O corpo representa cerca de 2/3 do 
volume total. 
Para impedir o refluxo do alimento para o 
esôfago, existe uma válvula (orifício de 
entrada do estômago – óstio cárdico ou 
orifício esofágico inferior), a Cárdia, situada 
logo acima da curvatura menor do 
estômago. É assim denominada por estar 
próximo ao coração. 
Para impedir que o bolo alimentar passe ao 
intestino delgado prematuramente, o 
estômago é dotado de uma poderosa 
PARTES E ESTRUTURA DO 
ESTÔMAGO
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
NathyFantin
v á l v u l a m u s c u l a r , u m e sf í n cte r 
chamado  Piloro (orifício de saída do 
estômago – óstio pilórico). 
Pouco a ntes da vá l v u l a p i l ó r ica 
encontramos uma porção denominada 
antro-pilórica. 
O estômago apresenta ainda duas partes: a 
Curvatura Maior (margem esquerda do 
estômago) e a Curvatura Menor (margem 
d i r e i t a d o e s t ô m a g o ) .
 
Funções Digestivas do Estômago: 
• Digestão do alimento 
• Secreção do suco gástrico, que inclui 
enz imas d igestór ias e ác ido 
hidroclorídrico como substâncias 
mais importantes. 
• Secreção de hormônio gástrico e 
fator intrínseco. 
• Regulação do padrão no qual o 
alimento é parcialmente digerido e 
entregue ao intestino delgado. 
• Absorção de pequenas quantidades 
de água e substâncias dissolvidas. 
 
INTESTINO DELGADO 
PARTES DO ESTÔMAGO
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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A principal parte da digestão ocorre no 
intestino delgado, que se estende do piloro 
até a junção ileocólica (ileocecal), que se 
reúne com o intestino grosso. O intestino 
delgado é um órgão indispensável. Os 
principais eventos da digestão e absorção 
ocorrem no intestino delgado, portanto sua 
estrutura é especialmente adaptada para 
essa função. Sua extensão fornece grande 
área de superfície para a digestão e 
absorção, sendo ainda muito aumentada 
pelas pregas circulares, vilosidades e 
microvilosidades. 
O intestino delgado retirado numa é de 
cerca de 7 metros de comprimento, 
podendo variar entre 5 e 8 metros (o 
comprimento de intestino delgado e grosso 
em conjunto após a morte é de 9 metros). 
O intestino delgado, que consiste 
em Duodeno, Jejuno e Íleo, estende-se do 
piloro até a junção ileocecal onde o íleo 
une-se ao ceco, a primeira parte do 
intestino grosso. 
Duodeno: é a primeira porção do intestino 
delgado. Recebe este nome por ter seu 
comprimento aproximadamente igual à 
largura de doze dedos (25 centímetros). É 
a única porção do intestino delgado que é 
fixa. Nãopossui mesentério. 
Apresenta 4 Partes: 
1) Parte Superior ou 1ª porção – origina-se 
no piloro e estende-se até o colo da 
vesícula biliar. 
2) Parte Descendente ou 2ª porção – é 
desperitonizada e encontramos a chegada 
de dois Ductos: 
• Ducto Colédoco – provêm da 
vesícula biliar e do fígado (bile) 
• Ducto Pancreático – provêm do 
pâncreas (suco ou secreção 
pancreática) 
NathyFantin
 
3) Parte Horizontal ou 3ª porção 
4) Parte Ascendente ou 4ª porção 
Jejuno: é a parte do intestino delgado que 
faz continuação ao duodeno, recebe este 
nome porque sempre que é aberto se 
a p r e s e n ta va z i o . É m a i s l a r g o 
(aproximadamente 4 centímetros), sua 
parede é mais espessa, mais vascular e de 
cor mais forte que o íleo. 
Íleo: é o último segmento do intestino 
delgado que faz continuação ao jejuno. 
Recebe este nome por relação com osso 
ilíaco. É mais estreito e suas túnicas são 
mais finas e menos vascularizadas que o 
jejuno. Distalmente, o íleo desemboca no 
intestino grosso num orifício que recebe o 
nome de óstio ileocecal. 
Juntos, o jejuno e o íleo medem 6 a 7 
metros de comprimento. A maior parte do 
jejuno situa-se no quadrante superior 
esquerdo, enquanto a maior parte do íleo 
situa-se no quadrante inferior direito. O 
jejuno e o íleo, ao contrário do duodeno, 
são móveis. 
DUCTO COLÉDOCO E 
ESTRUTURAS ADJACENTES
DUCTO COLÉDOCO E 
ESTRUTURAS ADJACENTES
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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INTESTINO GROSSO 
O intestino grosso pode ser comparado 
com uma ferradura, aberta para baixo, mede 
cerca de 6,5 centímetros de diâmetro e 1,5 
metros de comprimento. Ele se estende do 
íleo até o ânus e está fixo à parede 
posterior do abdômen pelo mesocolo. 
O intestino grosso absorve a água com 
tanta rapidez que, em cerca de 14 horas, o 
material alimentar toma a consistência 
típica do bolo fecal. 
O intestino grosso apresenta algumas 
diferenças em relação ao intestino delgado: 
o calibre, as tênias, os haustos e os 
apêndices epiploicos. 
O intestino grosso é mais calibroso que o 
intestino delgado, por isso recebe o nome 
de intestino grosso. A ca l ibre va i 
gradativamente afinando conforme vai 
chegando no canal anal. 
As tênias do cólon (fitas longitudinais) são 
três fa ixas de aprox imadamente 1 
centímetro de largura e que percorrem o 
intestino grosso em toda sua extensão. São 
mais evidentes no ceco e no cólon 
ascendente. 
Os haustos do cólon (saculações) são 
abaulamentos ampulares separados por 
sulcos transversais. 
Os apêndices epiploicos são pequenos 
pingentes amarelados constituídos por 
tecido conjuntivo rico em gordura. 
Aparecem principa lmente no cólon 
sigmoide. 
INTESTINO DELGADO
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
NathyFantin
O intestino grosso é dividido em 4 partes 
p r i n c i p a i s : C e c o ( c e c u n ) , C o l o 
( có l u n )  (Ascendente , Tra nsverso , 
Descendente e Sigmoide), Reto e Ânus. 
 
A primeira é o ceco, segmento de maior 
calibre, que se comunica com o íleo. Para 
impedir o refluxo do material proveniente do 
intestino delgado, existe uma válvula 
localizada na junção do íleo com o ceco – 
Válvula Ileocecal (ileocólica). No fundo do 
ceco, encontramos o Apêndice Vermiforme. 
 
A porção seguinte do intestino grosso é o 
Colo, segmento que se prolonga do ceco 
até o ânus. 
Colo Ascendente – Colo Transverso – Colo 
Descendente – Colo Sigmoide 
Colo Ascendente – é a segunda parte do 
intestino grosso. Passa para cima do lado 
direito do abdome a partir do ceco para o 
lobo direito do fígado, onde se curva para a 
esquerda na flexura direita do colo (flexura 
hepática). 
Colo Transverso – é a parte mais larga e 
mais móvel do intestino grosso. Ele cruza o 
abdome a partir da flexura direita do colo 
PARTES E ESTRUTURA DO 
INTESTINO GROSSO
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
NathyFantin
até a flexura esquerda do colo, onde curva-
se inferiormente para tornar-se colo 
descendente. A flexura esquerda do colo 
(flexura esplênica), normalmente mais 
superior, mais aguda e menos móvel do que 
a flexura direita do colo. 
C o l o D e s c e n d e n t e – p a s s a 
retroperitonealmente a partir da flexura 
esquerda do colo para a fossa ilíaca 
esquerda, onde ele é contínuo com o colo 
sigmoide. 
Colo  Sigmoide  – é caracterizado pela sua 
alça em forma de “S”, de comprimento 
variável. O colo sigmoide une o colo 
descendente ao reto. A terminação das 
tênias do colo, aproximadamente a 15 cm 
do ânus, indica a junção reto-sigmoide. 
 
• Flexura Hepática – entre o cólon 
ascendente e o cólon transverso. 
• Flexura Esplênica – entre o cólon 
transverso e o cólon descendente. 
 
O reto recebe este nome por ser quase 
retilíneo. Este segmento do intestino grosso 
termina ao perfurar o diafragma da pelve 
(músculos levantadores do ânus) passando 
a se chamar de canal anal. 
DIVISÕES DO INTESTINO GROSSO
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
NathyFantin
O canal anal apesar de bastante curto (3 
centímetros de comprimento) é importante 
por apresentar a lgumas formações 
essenciais para o funcionamento intestinal, 
das quais citamos os esfincteres anais. 
O esfíncter anal interno é o mais profundo, 
e resulta de um espessamento de fibras 
muscu lares l isas circu lares, sendo 
conseqüentemente involuntário. O esfíncter 
anal externo é constituído por fibras 
musculares estriadas que se dispõem 
circularmente em torno do esfíncter anal 
interno, sendo este voluntário. Ambos os 
esfíncteres devem relaxar antes que a 
defecação possa ocorrer. 
Funções do Intestino Grosso: 
• Absorção de água e de certos 
eletrólitos; 
• Síntese de determinadas vitaminas 
pelas bactérias intestinais; 
• Armazenagem temporária dos 
resíduos (fezes); 
• Eliminação de resíduos do corpo 
(defecação). 
Peristaltismo: 
Ondas peristálticas intermitentes e bem 
espaçadas movem o material fecal do ceco 
para o interior do colo ascendente, 
transverso e descendente. Á medida que se 
move através do co lo, a água é 
continuamente reabsorvida das fezes, pelas 
paredes do intestino, para o interior dos 
capilares. As fezes que ficam no intestino 
grosso por um período maior perdem o 
excesso de água, desenvolvendo a chamada 
CANAL ANAL E ESFINCTER ANAL
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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constipação. Ao contrário, movimentos 
rápidos do intestino não permitem tempo 
suficiente para que ocorra a reabsorção de 
água, causando diarreia. 
PERITÔNIO 
O peritônio é a mais extensa membrana 
serosa do corpo. A parte que reveste a 
parede abdominal é denominada Peritônio 
Parietal e a que se reflete sobre as vísceras 
constitui o Peritônio Visceral. O espaço 
entre os folhetos parietal e visceral do 
peritônio é denominada cavidade peritoneal. 
Determinadas vísceras abdominais são 
completamente envolvidas por peritônio e 
suspensas na parede por uma delgada 
lâmina fina de tecido conjuntivo revestida 
pela serosa, contendo os vasos sanguíneos. 
A estas pregas é dado o nome geral de 
mesentério. 
Os Mesentérios são: o mesentério 
propriamente dito, o mesocólon transverso 
e o mesocólon sigmoide. Em adição a estes, 
estão presentes, algumas vezes, um 
mesocólon ascendente e um descendente. 
O Mesentério Propriamente Dito – tem 
origem nas estruturas ventrais da coluna 
vertebral e mantém suspenso o intestino 
delgado. 
O Mesocólon Transverso – prende o cólon 
transverso à parede posterior do abdome. 
O Mesocólon Sigmoide – mantém o cólon 
sigmoide em conexão com a parede pélvica. 
O Mesocólon Ascendente e Descendente – 
ligam o cólon ascendente a descendente à 
parede posterior do abdome. 
O Peritônio apresenta dois omentos:o 
maior e o menor. 
O Omento Maior é um delgado avental que 
pende sobre o cólon transverso e as alças 
do intestino delgado. Está inserido ao longo 
da curvatura maior do estômago e da 
primeira porção do duodeno. 
NathyFantin
O Omento Menor estende-se da curvatura 
menor do estômago e da porção inicial do 
duodeno até o fígado. 
Apêndices Epiploicos – são pequenas 
bolsas de peritônio cheias de gordura, 
situadas ao longo do cólon e parte superior 
do reto. 
ÓRGÃOS ANEXOS 
O aparelho digestório é considerado como 
um tubo, recebe o líquido secretado por 
diversas glândulas, a maioria situadas em 
suas paredes como as da boca, esôfago, 
estômago e intestinos. 
Algumas glândulas constituem formações 
bem individualizadas, localizando nas 
proximidades do tubo, como qual se 
comunicam através de ductos, que servem 
para o escoamento de seus produtos de 
elaboração. 
As glândulas salivares são divididas em 2 
grandes grupos: Glândulas Salivares 
Menores e Glândulas Salivares Maiores. A 
saliva é um líquido viscoso, claro, sem gosto 
e sem odor que é produzido por essas 
glândulas e pelas glândulas mucosas da 
cavidade da boca. 
Glândulas Salivares Menores: constituem 
pequenos corpúscu los ou nódu los 
disseminados nas paredes da boca, como 
ESTRUTURAS DO PERITÔNIO
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
OMENTO MAIOR
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
NathyFantin
as glândulas labiais, palatinas linguais e 
molares. 
G lându las Sa l iva res Ma iores : são 
representadas por 3 pares que são as 
parótidas, submandibulares e sublinguais. 
Glândula Parótida – a maior das três e 
situa-se na parte lateral da face, abaixo e 
adiante do pavilhão da orelha. Irrigada por 
ramos da artéria carótida externa. Inervada 
pelo nervo auriculotemporal, glossofaríngeo 
e facial. 
Glândula Submandibular – é arredondada e 
situa-se no triângulo submandibular. É 
irrigada por ramos da artéria facial e 
lingual. Os nervos secretomotores derivam 
de fibras parassimpáticas craniais do 
facial; as fibras simpáticas provêm do 
gânglio cervical superior. 
Glândula Sublingual – é a menor das três e 
localiza-se abaixo da mucosa do assoalho 
da boca. É irrigada pelas artérias 
sublinguais e submentonianas. Os nervos 
derivam de maneira idêntica aos da 
glândula submandibular. 
GLÂNDULAS SALIVARES MENORES
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
ÓSTIO DO DUCTO PAROTÍDEO
GLÂNDULAS SALIVARES MAIORES
NathyFantin
FÍGADO 
O fígado é a maior glândula do organismo, 
e é também a mais volumosa víscera 
abdominal. 
 
Sua localização é na região superior do 
abdômen, logo abaixo do diafragma, 
ficando mais a direita, isto é, normalmente 
2/3 de seu volume estão a direita da linha 
mediana e 1/3 à esquerda. Pesa cerca de 
1,500 g e responde por aproximadamente 
1/40 do peso do corpo adulto. 
O f í g a d o a p r e s e n t a d u a s 
faces: Diafragmática e Visceral. 
O fígado é dividido em lobos. A Face 
Diafragmática apresenta um lobo direito e 
um lobo esquerdo, sendo o direito pelo 
menos duas vezes maior que o esquerdo. A 
divisão dos lobos é estabelecida pelo 
Ligamento Falciforme. Na extremidade 
desse ligamento encontramos um cordão 
fibroso resultante da obliteração da veia 
umbilical, conhecido como Ligamento 
Redondo do Fígado. 
FÍGADO – FACE DIAFRAGMÁTICA
NathyFantin
A Face Visceral é subdividida em 4 lobos 
(direito, esquerdo, quadrado e caudado) pela 
presença de depressões em sua área 
central, que no conjunto se compõem 
formando um “H”, com 2 ramos antero-
posteriores e um transversal que os une. 
Embora o lobo direito seja considerado por 
muitos anatomistas como incluindo o lobo 
quadrado (inferior) e o lobo caudado 
(posterior) com base na morfologia interna, 
os lobos quadrado e caudado pertencem 
mais apropriadamente ao lobo esquerdo. 
Entre o lobo direito e o quadrado 
encontramos a vesícula biliar e entre o lobo 
direito e o caudado, há um sulco que aloja a 
veia cava inferior. Entre os lobos caudado e 
quadrado, há uma fenda transversal: a porta 
do fígado (pedículo hepático), por onde 
passam a artéria hepática, a veia porta, o 
ducto hepático comum, os nervos e os 
vasos linfáticos. 
Aparelho Excretor do Fígado – é formado 
pelo ducto hepático, vesícula biliar, ducto 
cístico e ducto colédoco. 
O fígado é um órgão vital, sendo essencial 
o funcionamento de pelo menos 1/3 dele – 
além da bile que é indispensável na digestão 
das gorduras – ele desempenha o 
importante papel de armazenador de glicose 
e, em menor escala, de ferro, cobre e 
vitaminas. 
A Função Digestiva do Fígado é produzir a 
bile, uma secreção verde amarelada, para 
passar para o duodeno. A bile é produzida 
no fígado e armazenada na vesícula biliar, 
que a libera quando gorduras entram no 
duodeno. A bile emulsiona a gordura e a 
FÍGADO – FACE VISCERAL
NathyFantin
distribui para a parte distal do intestino para 
a digestão e absorção. 
Outras Funções do Fígado são: 
• Metabolismo dos carboidratos; 
• Metabolismo dos lipídios; 
• Metabolismo das proteínas; 
• Processamento de fármacos e 
hormônios; 
• Excreção da bilirrubina; 
• Excreção de sais biliares; 
• Armazenagem; 
• Fagocitose; 
• Ativação da vitamina D. 
VESÍCULA BILIAR 
A Vesícula Bil iar (7 – 10 cm de 
comprimento) situa-se na fossa da vesícula 
biliar na face visceral do fígado. Esta fossa 
situa-se na junção do lobo direito e do lobo 
quadrado do fígado. A relação da vesícula 
biliar com o duodeno é tão íntima que a 
parte superior do duodeno normalmente é 
manchada com bile no cadáver. A vesícula 
biliar tem capacidade para até 50 ml de 
bile. 
O Ducto Cístico (4 cm de comprimento) 
liga a vesícula biliar ao Ducto Hepático 
comum (união do ducto hepático direito e 
esquerdo) formando o Ducto Colédoco. O 
comprimento varia de 5 a 15 cm. O ducto 
colédoco desce posterior a parte superior 
do duodeno e situa-se na face posterior da 
cabeça do pâncreas. No lado esquerdo da 
parte descendente do duodeno, o ducto 
colédoco entra em contato com o ducto 
pancreático principal. 
PÂNCREAS 
VESÍCULA BILIAR
NathyFantin
O pâncreas produz através de uma 
secreção exócrina o suco pancreático que 
entra no duodeno através dos ductos 
pancreáticos, uma secreção endócrina 
produz glucagon e insulina que entram no 
sangue. O pâncreas produz diariamente 
1200 – 1500 ml de suco pancreático. 
O pâncreas é achatado no sentido antero-
posterior, ele apresenta uma face anterior e 
outra posterior, com uma borda superior e 
inferior e sua localização é posterior ao 
estômago. 
O pâncreas apresenta duas faces, uma a 
Face Diafragmática (antero superior) que é 
convexa e lisa relacionando-se com a 
cúpula diafragmática e, a   Face Visceral 
(póstero inferior)   que é irregularmente 
côncava pela presença de impressões 
viscerais. 
  
O comprimento varia de 12,5 a 15 cm e 
seu peso na mulher é de 14,95 g e no 
homem 16,08 g. 
O pâncreas divide-se em Cabeça (aloja-se 
na curva do duodeno), Colo, Corpo (dividido 
em três partes: anterior, posterior e 
inferior) e Cauda. 
Ducto Pancreático – O ducto pancreático 
principal começa na cauda do pâncreas e 
corre para sua cabeça, onde se curva 
infer iormente e está int imamente 
relacionada com o ducto colédoco. O ducto 
pancreático se une ao ducto colédoco 
(fígado e vesícula biliar) e entra no duodeno 
PARTES DO PÂNCREAS
NathyFantin
como um ducto comum chamado ampola 
hepatopancreática. 
O Pâncreas tem as seguintes Funções: 
• Dissolver carboidrato (amilase 
pancreática); 
• Disso lver prote ínas (tr ips ina , 
quimotripsina, carboxipeptidase e 
elastase); 
• Dissolver triglicerídios nos adultos 
(lípase pancreática); 
• D i s s o l v e r á c i d o n u c l e i c o s 
(ribonuclease e desoxirribonuclease).FISIOLOGIA 
Trato Gastrintestinal – Introdução 
O trato gastrintestinal (trato GI)  é um tubo 
longo que passa através do corpo. Está 
aberto para o mundo exterior, portanto seu 
lúmen é considerado parte do meio externo. 
Funções:  
• Transporta nutrientes, água e 
eletrólitos do meio externo para o 
meio interno do corpo; 
• Realiza o balanço de massa: equilibra 
a entrada com a saída de líquido do 
corpo; 
Significados de palavras que serão 
muito util izadas para explicar a 
fisiologia do Trato GI: 
• Digestão: quebra ou degradação 
química e mecânica de alimentos em 
unidades menores  que podem ser 
levadas para a parte interna do corpo; 
DUCTO COLÉDOCO E PANCREÁTICO
NathyFantin
• Absorção: transferência ativa ou 
passiva de substâncias do lúmen para 
o líquido extracelular (LEC); 
• Motilidade: movimento do material do 
trato GI que resultam de contrações 
musculares; 
• Secreção: transferência transepitelial 
de água e íons do LEC para o lúmen e 
liberação de substâncias sintetizadas 
pelas células epiteliais do trato GI. 
 
Anatomia do Sistema Digestório 
A anatomia do sistema digestório pode ser 
divida em etapas: 
• Cavidade oral (boca e faringe): 
mastigação e secreção de saliva 
através de três glândulas salivares 
( g l â n d u l a s s u b l i n g u a i s , 
submandibulares e parótidas); 
• Ao ser deglutido o alimento move 
pelo trato gastrointestinal (trato 
GI): o alimento se move pelo trato 
sendo propelido por ondas de 
contrações musculares. Existem 
enfincteres que separam o tubo em 
segmentos com funções distintas, e 
ao longo do caminho o epitélio 
s e c r e t ó r i o , o f í g a d o e o 
pâncreas  adicionam secreções ao 
alimento formando uma massa que é 
chamada de quimo. 
• Esôfago: depois de passar pela boca 
e faringe, o alimento vai em direção 
ao esôfago. Este é um tubo estreito 
que percorre o tórax até o abdome. 
As pa redes são const itu ídas 
NathyFantin
inicialmente de músculo esquelético, 
mas nos dois terços inferiores ocorre 
a transição para músculo liso. 
• Estômago: logo após passarmos 
pelo esôfago chegamos ao estômago. 
Este é divido em três partes (fundo, 
superior; corpo, central; antro, 
inferior). O estômago continua a 
digestão adicionando ácido e enzimas 
digestivas criando o quimo. 
• Intestino Delgado: existe uma valva 
que separa o piloro, localizado no 
estômago, e o intestino delgado. Esta 
valva é chamada de valva pilórica. 
Esta faixa espessa de músculo liso 
possui uma importante função pois 
perm ite que apenas pequenas 
quantidades de quimo passem do 
estômago para o intestino. Sinais 
integrados e alças retroalimentares 
entre o intestino e o estômago 
regulam a velocidade na qual o quimo 
entra no duodeno, afim de não 
sobrecarregar o intestino com mais 
do que ele pode digerir e absorver. O 
intestino delgado é dividido em três 
partes (duodeno, jejuno e íleo). A 
digestão que é realizada por enzimas 
intestinais, auxiliada por secreções 
exócrinas de dois órgãos glandulares 
acessórios (fígado e pâncreas). A 
digestão é essencialmente completada 
no intestino delgado. 
• Intestino Grosso: 1,5 L de quimo 
passam diariamente pelo intestino 
grosso. Sua porção proximal é 
chamada de  colo . O quimo é 
convertido em fezes semissólidas 
quando a água e eletrólitos são 
absorvidos do quimo para o líquido 
extracelular. A porção terminal do 
intestino é chamada de  reto, e 
quando as fezes chegam neste local a 
d i s t e n s ã o d a p a r e d e d o 
NathyFantin
reto  d is pa ra  u m ref l exo d e 
defecação.  As fezes deixam o trato 
GI pelo ânus. 
A parede do trato GI possui  quatro 
camadas: 
• Mucosa: esta camada está em 
contato com o lúmen do trato GI. É 
constituída de uma camada única de 
células epiteliais, lâmina própria e 
a muscular da mucosa. A parede é 
pregueada, chamada de rugas no 
estômago e pregas circulares  no 
intestino, sua função é facilitar a 
absorção. A mucosa se projeta para 
d e n t ro d o l ú m e n fo r m a n d o 
v i l os idades . Ex istem ta mbém 
invaginações para dentro do tecido de 
sustentação, estas são denominadas 
glândulas gástricas no estômago, e 
criptas no intestino. As células 
epiteliais possuem diferentes funções, 
podem ser transportadoras , 
secretoras e células-tronco. As 
junções célula-célula do epitélio 
variam dependendo da região, no 
estômago e no esôfago essas junções 
são impermeáveis, portanto pouco 
pode passar entre as células. No 
intestino existe a via paracelular, 
este é uma via permeável que fica 
entre as    células epiteliais do 
intestino, isso significa que água e 
certos solutos como Na podem ser 
absorvidas por entre as células. As 
c é l u l a s - t ro n c o s ã o c é l u l a s 
i n d ife re nc ia das , e p rod u zem 
continuamente novo epitélio nas 
c r i p t a s e n a s g l â n d u l a s 
gástricas.A  lâmina própria  é um 
tec ido conect ivo que contém 
pequenos vasos sanguíneos e 
linfáticos, fibras nervosas  e células 
imunitárias. A  Placa de Peyer  é 
formada por placas maiores e nódulos 
NathyFantin
linfáticos que ficam adjacentes ao 
epitélio, é uma importante forma de 
proteção imunitária que o TGI possui. 
E stes a g re ga d o s l i n f á t i c o s 
constituem a maior parte do  tecido 
linfático associado ao intestino 
(GALT).  A terceira região da 
mucosa, a  muscular da mucosa, é 
uma camada fina de músculo liso e 
s u a s c o nt ra ç õ es c a u s a m o 
movimento das vilosidades para 
frente e para trás, facilitando a 
absorção. 
• Su bmucosa:  Essa camada é 
adjacente à mucosa. É composta de 
tec i do conect ivo com vasos 
sanguíneos e linfáticos maiores. 
Ta m b é m c o n t é m o  P l e x o 
submucoso, este é um das duas 
maiores redes nervosas do sistema 
nervoso entérico. 
• Muscular externa:  Consiste em 
duas camadas de músculo liso 
(camada circular interna e camada 
longitudinal externa). A segunda maior 
rede nervosa é o Plexo mientérico, 
este fica localizado entre a camada 
circular e a longitudinal, suas funções 
são de controlar e coordenar a 
atividade motora da camada muscular 
externa. 
• Serosa: Esta é a cobertura externa 
de todo o trato GI. É composta de 
tec ido conect ivo que é u ma 
c o nt i n u a ç ã o da  m e m b ra n a 
peritoneal (peritôneo). O peritôneo 
também forma o mesentério, que 
mantém o intestino no lugar. 
NathyFantin
 
 
Motilidade – Trato Gastrintestinal 
A motil idade tem dois propósitos: 
transportar o alimento da boca até o ânus 
e misturá-lo mecanicamente para quebrá-lo 
em pequenas partículas. A motilidade é 
determinada por propriedades do músculo 
liso do trato e modificada por sinais 
químicos provenientes de das fibras 
nervosas, por hormôn ios e pe las 
substâncias parácrinas. 
Diferentes regiões do trato possuem 
diferentes tipos de contrações. Estas 
podem ser dividas em duas: 
• Contrações tônicas: mantidas 
por  minutos ou horas, ocorrem em 
alguns enficteres e na porção 
proximal do estômago; 
• Contrações fáscias:  ciclos de 
contração-relaxamento que duram 
alguns segundos. Presentes na 
porção distal do estômago e no 
intestino delgado. 
Os ciclos de contração e relaxamento são 
associados com ciclos de polarização e 
d e s p o l a r i z a ç ã o c o n h e c i d o s 
como  potenciais de ondas lentas. 
Quando um potencial de onda lenta atinge 
um limiar, canais de cálcio presentes nas 
fibras de músculo liso são abertos, o cálcio 
entra e a célula dispara um ou mais 
potenciais de ação. Quanto maior a 
duração das ondas lentas, mais potenciais 
de ação são disparados, e maior é a força 
da contração muscular. 
NathyFantin
As ondas lentas são originas em uma rede 
de cé lu las chamadas de  célu las 
intersticiais de Cajal. Essas células 
musculares lisas estão localizadas entre as 
camadas de músculo liso e os plexos 
nervosos intrínsecos, e podem atuar como 
intermediáriasentre os neurônios e o 
músculo liso. 
As contrações musculares ocorrem em 
três padrões gerais: 
• Entre as refeições, quando o trato 
está em grande parte vazio, iniciando 
do estômago e indo lentamente de 
segmento em segmento. Este padrão 
conhecido como  complexo motor 
migratório, é uma função “limpeza” 
que varre as sobras do bolo alimentar 
bactérias do trato GI superior para o 
intestino grosso; 
• As contrações durante e após uma 
refeição seguem um dos dois outros 
padrões, peristalse ou contração 
segmentar. A  peristalse  são ondas 
progressivas de contração que se 
movem de uma porção do trato GI 
para a próxima como “ondas”. O 
músculo circular se contrai atrás de 
uma massa, ou bolo, alimentar. Esta 
contração empurra o bolo para 
adiante para um segmento receptor, 
onde os músculos circulares estão 
relaxados. O segmento receptor 
então contrai levando o bolo adiante. 
Contribui para a mistura do bolo no 
estômago mas no intestino as ondas 
peristálticas são limitadas a curtas 
d ist ânc ias .Hormôn ios , s i na is 
parácrinos e o sistema nervoso 
autônomo influenciam na peristalse 
em todo o TGI; 
• Nas  contrações segmentares, 
segmentos curtos (1 a 5 cm) de 
intest ino contraem e re laxam 
alternadamente. Nos segmentos 
NathyFantin
contraídos o músculo circular contrai 
e o longitudinal relaxa. Podem ocorrer 
aleatoriamente ou em intervalos 
regulares. Tem as funções de agitar o 
conteúdo intestinal , misturando-o e 
mantendo-o em contato com o 
epitélio intestinal absortivo. 
 
Secreção – Trato GI 
Uma grande parte dos 7 L despejados pelo 
sistema digestório a cada dia é composta 
de água e íons, particularmente Na, K, Cl, 
HCO3 e H. Os íons são primeiramente 
secretados para o lúmen e depois são 
reabsorvidos. A água segue o gradiente 
osmót ico , e move-se at ravés de 
membranas da cé lu la ou pe la v ia 
paracelular. 
As células epiteliais possuem membranas 
apical e basolateral distintas. Cada 
superfície celular possui membranas para 
transporte ativo, difusão facilitada e canais 
abertos de (vazamento). O Na pode passar 
pela via paracelular além dos canais de 
membrana em algumas partes do trato 
digestório. 
A membrana basolateral contém Na-K-
ATPase. Os cotransportadores incluem o 
s importador NKCC (Na, K, 2Cl ) , 
antiportador Na-H, Cl-HCO3 e K-H-
ATPase. Canais iônicos incluem Na,K e Cl. 
O canal Cl pode ser chamado de regulador 
de condutância transmembrana de fibrose 
NathyFantin
cística ou canal de cloreto CFTR. Defeitos 
nessa estrutura causam fibrose cística. 
• Secreção ácida:  as  cé lu las 
parietais, profundas nas glândulas 
gástricas, secretam ácido clorídrico 
no lúmen estomacal. O processo 
segue as seguintes etapas: 
1. O H que está presente na água 
dentro das células parietais é liberada 
ao lúmen pelo H-K-ATPase; 
2. O cloreto segue o H por um canal de 
vazamento; 
3. Bicarbonato é formado dentro das 
células parietais (CO2 e OH da água) 
e é absorvido para o sangue. A ação 
de tamponamento do bicarbonato 
reduz a acidez do sangue que deixa o 
lúmen estomacal criando a maré 
alcalina. 
 
• Secreção de bicarbonato:  A 
secreção de bicarbonato para o 
d u o d e n o n e u t ra l i za o á c i d o 
proveniente do estômago. Uma 
pequena quantidade de bicarbonato é 
secretada pelas células duodenais; 
entretanto, a ma ioria vêm do 
pâncreas, que secreta NaHCO3. 
As  células acinares  do pâncreas 
consiste na parte exócrina desta, que 
se abrem em ductos cujo lúmen é a 
parte externa do corpo. Essas células 
secretam enzimas digestórias, e as 
células ductais secretam NaHCO3. 
4. O bicarbonato produzido na célula 
pela água é transportado ao lúmen em 
NathyFantin
troca do Cl que entra na célula (Cl-
HCO3 apical).O cloreto entra na 
célula via NKCC basolateral e sai via 
canal CFTR apical; 
5. Os íons H que foram produzidos na 
célula junto ao HCO3 deixam a 
célula via Na-H basolateral. O H 
reabsorvido ajuda a equilibrar o 
HCO3 colocado no sangue quando 
as células parietais secretam H para 
dentro do estômago. 
 
 
O movimento de sódio e de água nesse 
processo é passivo, impulsionados por 
gradientes eletroquímicos e osmótico. O 
movimento de íons negativos do líquido 
extracelular (LEC) para o lúmen cria um 
ambiente muito eletronegativo, o que atrai o 
Na. A água vai juntamente com o Na por 
osmose, ambos seguem através de junções 
permeáveis (via paracelular). O resultado 
final é a secreção de bicarbonato de sódio. 
• Secreção de NaCl: As células das 
criptas do intestino delgado e colo 
secretam uma solução isotônica de 
NaCl que se mistura com o muco 
NathyFantin
secretado pelas células caliciformes 
para ajudar a lubrificar o conteúdo 
intestinal. As secreções desses íons é 
semelhante ao que ocorre nas células 
pancreáticas e duodenais; 
• Enzimas digestórias: São liberadas 
ao lúmen por glândulas exócrinas 
(glândulas salivares ou pâncreas) ou 
pelas células epiteliais da mucosa 
do estômago e intestino delgado. 
Muitas enzimas não ficam livres 
dentro do lúmen; elas permanecem 
ligadas à membrana apical das células 
intestinais, ancoradas por proteínas 
ou âncoras l ip íd icas. Algumas 
enzimas digestórias são secretadas 
na forma inativa de pró-enzima 
(zimogênio). Os zimogênios devem 
ser ativados no lúmen antes que 
possam realizar a digestão. Esta 
ativação tardia permite que a enzima 
possa ser armazenada na membrana 
sem causar dano; 
• Secreção de muco:  o muco é 
composto por glicoproteínas que 
co l et iva mente são cha madas 
de  mucinas. As principais funções 
do muco são formar uma camada 
protetor sobre a mucosa do TGI e 
lubrificar o conteúdo intestinal.O 
muco é produzido por  células 
mucosas  no estômago e  células 
caliciformes no intestino. Sinais para 
l iberação do muco: inervação 
parassimpática, neuropeptídeos 
encontrados no sistema nervoso 
entérico e citocinas; 
• Saliva:  os componentes da saliva 
incluem água, íons, muco e proteínas, 
como enzimas e imunoglobulinas. As 
glândulas salivares são glândulas 
exócrinas, com um epitélio secretor 
(ácinos). O líquido secretado pelos 
NathyFantin
ácinos se assemelha ao LEC na sua 
composição iônica. À medida que este 
líquido passa pelos ductos, as células 
ductais reabsorvem os Na e secretam 
K até que a proporção iônica do 
líquido do ducto seja semelhante ao 
do líquido extracelular (concentrado 
em K e pouco concentrado em Na). A 
secreção salivar é controlada pelo 
sistema nervoso autônomo. A 
inervação parassimpática é o estímulo 
primário para a secreção de saliva. 
Existe inervação simpática nas 
glândulas mas é pouca; 
• Secreção de bile:  a bile é uma 
solução não enzimática secretada 
pelos hepatócitos. Os componentes 
principais da bile são:  sais biliares, 
que facilitam a digestão enzimática 
das gorduras;  pigmentos biliares, 
c o m o a b i l i r r u b i n a q u e s ão 
subprodutos da degradação da 
hemoglobina;  colesterol. A bile é 
secretada dentro dos ductos 
hepáticos e é levada até a vesícula 
biliar, a qual armazena e concentra a 
solução biliar. Durante as refeições, 
as contrações da vesícula biliar 
enviam bile para o duodeno via ducto 
colédoco  (ducto biliar comum), junto 
com uma so lução aquosa de 
bicarbonato e enzimas digestórias 
provenientes do pâncreas. 
Regulação da função Gastrintestinal 
Os vários mecanismos de controle da 
função gastrintestinal incluem: 
Localização dos Receptores 
Os receptores gustativos estão localizados 
na cavidade bucal, distribuídos no dorso da 
língua, na epiglote, parede posterior da 
orofaringe e no palato. 
Os órgãos específicos para a recepção dos 
estímulos são os botões gustativos ou 
NathyFantin
corpúsculos gustativos e estão localizados 
nas paredes das papilas linguais. 
Estrutura e tipos de papilas 
As papilas são dobras da membrana 
mucosa da língua que formamsaliências, 
sendo de vários tipos: fungiformes em toda 
a superfície da língua, com um número 
médio de botões gustativos; circunvaladas, 
no dorso e parte posterior da língua, com 
muitos botões gustativos; foliadas em 
pregas, nos bordos posteriores da língua, 
com poucos botões gustativos; papilas 
filiformes, distribuídas na superfície da 
língua, não apresentando corpúsculos 
gustativos. 
E s t r u t u ra e l o c a l i z a ç ã o d o s 
corpúsculos gustativos. 
U m c o r p ú s c u l o g u s t a t i v o t e m 
aproximadamente 70 mM e de diâmetro 
40 mM. O numero de corpúsculos é 
variável sendo maior na criança, diminuindo 
no adulto e começando um processo de 
degeneração após 45 anos de idade. 
O corpúsculo apresenta cerca de 40 
células epiteliais modificadas, os receptores 
gustativos, que vivem por 10 dias 
aproximadamente. Na mucosa lingual 
existem glândulas serosas com canais que 
se abrem junto às papilas, sendo uma de 
suas funções dilu ir as substâncias 
estimulantes, que entrarão em contato com 
os receptores. Os corpúsculos estão 
localizados como vimos anteriormente nas 
papilas linguais e ainda na epiglote, pilares 
das amígdalas e parede posterior da 
orofaringe. 
Cada corpúsculo apresenta: célu las 
sensoriais; células de sustentação; células 
basais. 
As células gustativas, que são células 
sensoriais secundárias, estão localizadas 
centralmente, rodeadas pelas células de 
sustentação. As células basais estão em 
NathyFantin
contato com as porções inferiores das 
células gustativas. As extremidades apicais 
das células gustativas com microvilosidades 
se dispõem sob o poro gustativo ficando 
entre elas e o poro um espaço cheio de 
líquido. As microvilosidades ou pêlos 
gustativos constituem a superfície 
receptora para o gosto. Nas bases das 
células sensoriais existem sinapses com 
fibras nervosas eferentes, existindo em 
cada botão gustativo cerca de 50 destas 
fibras. 
A renovação das células do corpúsculo é 
contínua, sendo substituída após sua morte 
pelas células basais. 
Mecanismo de estimulação - transdução no 
receptor 
As substâncias hidrossolúveis, portanto 
solúveis na saliva, entram em contato com 
as papilas gustativas daí penetrando pelos 
poros gustativos no espaço cheio de líquido 
onde estão mergu lhados os pêlos 
gustativos dos receptores. 
O contato da substância estimulante com a 
membrana do receptor provocar ia 
mudanças físicas na mesma, com alteração 
do seu potencial negativo de repouso 
(potencial de membrana), havendo assim 
uma despolarização no receptor. Esta 
alteração do potencial da célula gustativa é 
o potencial gerador. 
Existem evidências de que a molécula da 
substância estimulante entre em interação 
com moléculas receptoras localizadas em 
certos pontos da membrana sensorial. A 
molécula receptora protéica modificaria a 
sua estrutura, isto provocando modificação 
da permeabilidade da membrana com fluxo 
de íons, despolarização e formação do 
potencial gerador. O tipo de substância 
receptora em cada pêlo gustativo interage 
com os tipos de substâncias específicas 
que provocarão respostas naquele receptor 
NathyFantin
particular. Esta interação entre a molécula 
estimulante e a molécula do receptor é a 
base da teoria estereoquímica do gosto. É 
importante lembrar que é apenas uma 
teoria, mas nos ajuda a compreender 
certos aspectos fisiológicos da estimulação 
gustativa. Não explica entretanto certos 
fatos como, por exemplo, porque as 
sensações gustativas variam quando a 
concentração de uma substância é mudada. 
Os potenciais geradores dos receptores 
geram impulsos nas fibras gustativas 
aferentes, cuja freqüência depende do 
potencial gerador e da intensidade do 
estimulo. Os neurônios que coletam 
informações dos botões gustativos 
respondem de maneira semelhante mas 
respondem mais a um tipo de estimulação 
do que outro. Cada neurônio coleta 
informações de vários botões gustativos 
(convergência) por isso os neurônios 
respondem a todos os tipos de estimulação 
enquanto que em certos corpúsculos isto 
não acontece. Os neurônios dos receptores 
gustativos produzem uma freqüência 
pequena de descarga de impulsos que seria 
uma freqüência espontânea de repouso na 
presença de saliva e ausência de outra 
estimulação. A introdução de um estímulo 
específico determina um aumento na 
freqüência de descarga por um período 
curto. O estimulo permanecendo, os 
neurônios reduzem a freqüência de 
descarga a um nível mais baixo; sendo o 
estímulo removido, os neurônios voltam à 
sua freqüência de descarga inicial. 
A adaptação 
Quando o estímulo gustativo é aplicado, a 
freqüência de descarga das fibras nervosas 
aumenta rapidamente por uma fração de 
segundo e se adapta em seguida havendo 
declínio da resposta para um nível inferior e 
constante. Deste modo uma informação 
intensa chega no sistema nervoso central 
NathyFantin
de início, persistindo uma informação mais 
débil até terminar o estímulo. Este declínio 
na resposta ocorre devido aos receptores e 
neurônios dos botões gustativos. Como 
explicar o fato de que a redução da 
sensação gustativa leva mais tempo que o 
declínio da resposta neuronal, ou seja, de 
vários segundos a vários minutos? O 
declínio da resposta neuronal de fração de 
segundo não explica esta redução. Outro 
aspecto importante a ser lembrado é que os 
neurônios continuam a produzir impulsos 
enquanto o estimulo persistir, entretanto 
nossa sensação gustativa para aquela 
substância chega a desaparecer dentro de 
poucos minutos. Estes fatos seriam 
explicados se ocorresse uma adaptação 
adicional pelo tálamo e córtex. Isto deve 
ocorrer, porém a natureza do processo é 
desconhecida. 
Em termos de importância biológica da 
adaptação gustativa poderíamos partir da 
consideração que substâncias doces são 
importantes para a nutrição e não são 
tóxicas e que substâncias amargas tendem 
a toxicidade, como é o caso de venenos. 
Focalizando a sobrevivência é importante 
reconhecer os dois tipos de substâncias 
inicialmente, continuar tendo a sensação 
não é importante. Sendo uma fruta doce, 
ela é boa para a saúde, se está amarga não 
é boa para a saúde, basta a sensação inicial 
para esta informação. A mudança da 
sensação apenas quando ocorre variação 
na estimulação é um processo econômico 
de recolher informações importantes, a 
continuação daquela estimulação não deve 
ser percebida ficando liberado o sistema 
nervoso para outras informações. 
Uma observação interessante a respeito da 
adaptação é a necessidade de se variar a 
estimulação ou limpar as áreas estimuladas 
com água ou vinho para facilitar a remoção 
de substâncias facilitando a sensação de 
NathyFantin
novos sabores. Existem certos sabores que 
se reforçam alternando-se, daí, o clássico 
uso de peixe com vinho branco e carne 
com vinho tinto. Um alimento adocicado 
parece mais doce após uma sensação 
amarga e uma bebida ácida como suco de 
limão parece mais ácida após alimentos 
doces. 
Sensações fundamentais do gosto 
São quatro: ácido, salgado, doce, amargo. 
Combinações destas quatro sensações 
permitem que um indivíduo perceba 
centenas de sabores. 
Entre as substâncias consideradas ácidas 
temos: ácido clorídrico, acético, cítrico etc. 
A sensação depende da concentração de 
íon hidrogênio. Substâncias salgadas são 
por exemplo: cloreto de sódio, cloreto de 
amônio, cloreto de magnésio etc. Os 
cátions são os principais responsáveis pelo 
sabor salgado. Substâncias doces são: 
glicose, sacarose que são hidratos de 
carbono. Outros grupos de substâncias 
também podem provocar esta sensação 
gustat iva como: á lcoo is , a lde ídos, 
aminoácidos etc. A sacarina é muito mais 
doce do que a sacarose daí ser empregada 
como agente adocicante. 
Temos entre as substâncias amargas, o 
quinino, a cafeína, nicotina, estricnina, 
cocaína, morfina,atropina. As sensações 
gustativas são uma combinação dos 
sabores básicos citados. Várias pessoas 
comendo um mesmo tipo de alimento como 
uma fruta , por exemp lo , sent i rão 
porcentagens diferentes de salgado, doce, 
amargo e ácido e ainda algumas terão 
sensações não incluídas nos quatro 
sabores básicos. Isto vem demonstrar a 
complexidade das sensações gustativas. 
As quat ro sensações gustat ivas 
fundamentais se originam com intensidades 
diferentes nas diferentes regiões da língua 
devido à presença de corpúscu los 
NathyFantin
gustativos específicos para cada sensação. 
Assim receptores para o doce existem mais 
na ponta da língua, para o sabor ácido ao 
longo das bordas laterais, para o sabor 
amargo na parte posterior da língua, para o 
sabor salgado parte anterior e bordos 
posteriores. 
Estas variações regionais da sensibilidade 
gustativa aos sabores básicos explicam por 
que o café será sentido mais amargo na 
parte posterior da língua. O gráfico da 
figura sumariza estas variações regionais. 
Ex ist i ndo na l í ngua va r iação da 
sensitividade regional, podemos esperar 
que a sensibilidade dos botões gustativos 
varie com sua localização, isto podendo ser 
demonstrado por registros de potenciais 
dos neurônios que coletam informações 
destes botões. Os corpúsculos não têm 
diferenças estruturais; acredita-se então 
que a especificidade para diferentes 
sensibilidades seja devida a diferenças na 
estrutura química das moléculas dos 
receptores na membrana das células 
sensoriais gustativas. 
Limiar gustativo 
Existe enorme variação individual. O limiar 
gustativo é diferente para as diversas 
qualidades de estímulos químicos, exigindo 
concentrações diferentes para as diferentes 
substâncias. As substâncias amargas têm 
menor l imiar e se identificam com 
concentrações pequenas, isto é importante 
porque muitas toxinas mortais de plantas 
venenosas são amargas e em pequenas 
concentrações são percebidas e rejeitadas. 
Outra observação que podemos fazer é que 
os adoçantes sintéticos têm limiares 
menores, daí nossa maior sensibilidade a 
e sta s s u b st â n c i a s e m m e n o re s 
concentrações. 
Vias nervosas gustativas 
Os impulsos gustativos dos dois terços 
anteriores da língua (papilas fungiformes) 
NathyFantin
são conduzidos pelo nervo facial através 
da corda do tímpano. 
Os impulsos do terço posterior da língua 
(papilas circunvaladas) e faringe são 
transmitidos pelo nervo glossofaringeu. 
Principalmente em crianças, do palato 
mole, parede posterior da faringe epiglote 
os impulsos são transmitidos pelo nervo 
vago. As fibras gustativas fazem sinapse 
nos núcleos do trato solitário do bulbo. Os 
neurônios secundários vão terminar no 
tálamo ventral contralateral e formação 
reticular através do lemnisco medial, Os 
neurônios de terceira ordem entram em 
conexão com o córtex cerebral na região 
lateral do giro pós- central, na físsura de 
Sylvius lobo parietal 
Reflexos 
A irrigação da língua pelas glândulas 
serosas e a secreção de saliva na cavidade 
bucal são reflexos desencadeados pela 
estimulação dos receptores gustativos. 
Também pode a sensibilidade gustativa 
influenciar a secreção gástrica e o vómito, 
bem como a secreção lacrimal e induzir 
modificações do ritmo respiratório. 
A verificação da secreção lacrimal é um 
teste efic iente e mu ito usado em 
otoneurologia para se localizar lesões que 
causam paralisias do nervo facial. 
• Reflexos longos integrados no 
sistema nervoso central (SNC):  Um 
reflexo neural clássico é iniciado com 
um estímulo transmitido por um 
neurônio sensorial para o SNC, onde 
o estímulo é integrado e atua. No 
sistema digestório alguns reflexos 
clássicos se originam no trato GI, 
enquanto outros se originam fora. Os 
reflexos digestórios integrados no 
SNC são denominados  reflexos 
longos. Reflexos longos que se 
originam completamente fora no trato 
GI incluem  reflexos antecipatórios e 
NathyFantin
r e f l ex o s e m o c i o n a i s .  S ã o 
denominados  reflexos cefálicos  pois 
iniciam no encéfalo. Os reflexos 
antecipatórios iniciam com estímulos 
que preparam o sistema digestório 
para a refeição que o encéfalo está 
antecipando. Nos reflexos longos a 
musculatura lisa e as glândulas estão 
sob controle do sistema nervoso 
a u t ô n o m o . N e u r ô n i o s 
parassimpáticos são excitatórios e 
estimulam a função GI e os neurônios 
simpáticos inibem as funções GI. 
 
• Reflexos curtos integrados ao 
sistema nervoso entérico: O controle 
neural do GI não conta somente com 
o SNC. O plexo nervoso entérico 
permite que os estímulos sejam 
iniciados, integrados e concluídos 
inteiramente no trato GI. Os reflexos 
que iniciam no sistema nervoso 
entérico (SNE) e são integrados por 
ele sem estímulo externo é chamado 
de  reflexo curto. Os processos 
c o nt ro l a d o s p e l o S N E s ã o 
relacionados com a motilidade, 
secreção e crescimento. O plexo 
submucoso contém  neu rôn ios 
sensoriais que recebem sinais do 
lúmen. A rede do SNE integra a 
informação sensor ia l e in ic ia 
respostas por neurônios submucosos 
que controlam as secreções das 
células epiteliais GI e por neurônios 
NathyFantin
mientéricos que que influenciam a 
motilidade.  
• Reflexos envolvendo peptídeos GI: os 
peptídeos secretados pelas células GI 
podem atuar como hormônios ou 
sinais parácrinos. Os hormônios são 
secretados no sangue e atuam no 
TGI, em órgãos acessórios, ou em 
locais mais distantes, como o 
encéfalo. Moléculas parácrinas são 
secretadas para dentro do lúmen do 
trato GI ou para o LEC. Sinais 
parácrinos luminais se ligam a 
receptores na membrana apical e 
produzem uma resposta. Moléculas 
parácrinas no LEC atuam localmente, 
em células próximas de onde foram 
secretadas. No sistema digestório, os 
peptídeos GI estimulam ou inibem a 
motilidade e a secreção. 
 Os hormônios GI são geralmente divididos 
em três famílias. Todos os membros de uma 
família têm sequência de aminoácidos 
semelhantes: 
1. fa m í l i a g a st r i n a :  g a st r i n a  e 
a  colecistocinina (CCK), além de 
muitas variantes destas moléculas. 
Tanto a gastrina quanto a CCK podem 
ligar-se e ativar o receptor  CCKb 
encontrado em células parietais; 
2. família secretina:  secretina;  peptídeo 
intestinal vasoativo (VIP)  e o  GIP 
(peptídeo insulinotrópico dependente de 
glicose).Outro membro da família 
secretina é o  peptídeo semelhante ao 
glucagon-1 (GLP-1).  
3. A terceira família contém aqueles que 
não se encaixam nas outras duas 
famílias. O membro principal é o 
hormônio motilina. 
Hormônio Liberado No Estômago:  
• Gastrina: estimulada por peptídeos e 
aminoácidos; alvos primários são as 
células enterocromafinas e as células 
NathyFantin
parietais; estimula a secreção de 
ácido gástrico e o crescimento da 
mucosa; somatostatina inibe sua 
liberação 
Hormônios Liberados No Intestino:  
• Colecistocinina (CCK): estimulada por 
ácidos graxos e alguns aminoácidos; 
alvos primários são a vesícula biliar, 
pâncreas e estômago; estimula a 
contração da vesícula biliar e a 
secreção de enzimas pancreáticas, 
inibe o esvaziamento gástrico e a 
secreção ácida; promove saciedade 
• Secretina: estimulada por ácido no 
intestino delgado; alvos primários são 
o pâncreas e o estômago; estimula a 
secreção de bicarbonato e inibe o 
esvaziamento gástrico e a secreção 
gástrica 
• Motilina:  estimulada pelo jejum 
(liberação periódica a cada 1,5 a 2 
horas); alvos primários são os 
músculos lisos gástrico e intestinal; 
est i m u l a o c o m p l exo m oto r 
migratório; é inibida pela ingestão de 
uma refeição 
• GIP: estimulada por glicose, ácidos 
graxos e aminoácidos no intestino 
delgado; alvo primário é a célula beta 
do pâncreas; inibe o esvaziamento 
gástrico e a secreção ácida, estimula 
a liberação de insulina (mecanismo 
antecipatório)• Peptídeo semelhante ao glucagon 
(GLP-1):  estimulada por refeição 
mista que inclui carboidratos ou 
gorduras no lúmen; alvo primário é o 
pâncreas endócrino; estimula a 
liberação de insulina, inibe a liberação 
de glucagon e a função gástrica; 
promove saciedade 
Bibliografia:    SILVERTHORN, Dee Unglaub.  Fisiologia 
Humana. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2010 
NathyFantin
 
HISTOLOGIA 
 4 camadas modo geral 
Túnica Mucosa: 
Epitélio Simples 
Lâmina Própria (acelular) Tec. 
conectivo frouxo – Vasos/Macrófago/
Células linfoides = Produção de anticorpos 
Muscular da Mucosa (M. ..Liso) 
Tela Submucosa 
Glândulas 
Túnica Muscular 
Muscular circular interna Plexo nervoso 
Muscular longitudinal Externa 
Túnica serosa ou adventícia 
Adventícia (tec conectivo) 
Serosa (conectivo + Mesotélio) 
Cavidade oral 
M u c osa – E p it é l i o pav i m e ntoso 
queratinizado (atrito) 
Ep ité l io estratificado queratin izado 
Glândulas Salivares: 
• Parótidas 
Ácinos serosos 
• Submandibulares 
Ácinos serosos 
Ácinos mucosas 
• Sublinguais 
+Ácinos mucosos 
- Ácinos serosos 
- Abdominal – M. liso 
Esôfago 
• Túnica Mucosa 
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Epitélio escamoso estratificado não 
queratinizado 
Lâmina Própria 
Lâmina Muscular da mucosa 
• Tela Submucosa 
Tecido Conectivo moderadamente denso 
Plexo submucosa 
• Túnica Muscular 
Cervical – m. estriado esquelético 
Torácica – m. liso ou estriado 
esquelético 
• Túnica adventícia ou serosa 
Cervical - adventícia 
Torácica - Adventícia 
Abdominal - Serosa 
Estômago 
• Túnica Mucosa 
Epitélio Simples Colunar 
Lâmina Própria – Tec conectivo frouxo + 
glândulas gástricas (glândulas pilóricas de 
células G) 
Muscular – M. liso 
• Tela Submucosa 
Tecido conectivo moderadamente denso 
• Túnica Muscular 
Circular interna Circular Oblíqua 
 Longitudinal Externa 
• Túnica Serosa 
Conectivo + Mesotélio 
Células Parietais - Rosa 
Células Principais – Azul 
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Intestino delgado 
• Túnica Mucosa 
Epitélio Simples cilíndrico com microvilos + 
células caliciformes produtoras de muco 
Tecido Conectivo frouxo (com células de 
defesa) 
Muscular 
Obs = Glândula intestinal (na depressão 
entre as vilosidades) 
• Submucosa 
Plexo submucoso 
• Túnica Muscular 
Circular interna 
Longitudinal Externa 
• Túnica Serosa 
Tec. conectivo + Mésotélio 
 Intestino Grosso 
 Parecido com as camadas do delgado, 
mas não contém pregas, exceto em sua 
porção distal, nem vilosidades. 
As criptas intestinais são longas e 
caracterizadas por abundância de células 
caliciformes e um pequeno número de 
células enteroendócrinas. As células 
absortivas são colunares e contêm 
microvilosidades curtas e irregulares. 
 • A lâmina própria é rica em células 
linfoides e em nódulos (GALT) que 
frequentemente se estendem até a 
submucosa. Esta riqueza em tecido linfoide 
está relacionada com a popu lação 
bacteriana abundante no intestino grosso. 
• A camada muscular é constituída pelas 
camadas circular e longitudinal, no entanto 
as fibras da camada longitudinal externa se 
unem para formar três bandas longitudinais 
espessas, denominadas tênias do cólon. 
• Nas porções livres do colo, a camada 
serosa é caracterizada por protuberâncias 
pequenas pedunculadas formadas por 
tecido adiposo – os apêndices epiploicos. 
NathyFantin
• Na região anal, a camada mucosa forma 
uma série de dobras longitudinais, as 
colunas retais. Cerca de 2 cm acima da 
abertura anal, a mucosa intestinal é 
substituída por epitélio pavimentoso 
estratificado. Nessa região, a lâmina 
própria contém um plexo de veias 
grandes que, quando excessivamente 
d i latadas e var icosas, provocam 
hemorroidas. 
APÊNDICE 
É um divertículo do ceco, caracterizado por 
um lúmen relativamente irregular, pequeno e 
estreito devido a abundantes nódulos 
linfoides em sua parede. 
Tem estrutura similar à do intestino grosso, 
com menos glândulas intestinais, sendo 
estas menores e não contém tênias do 
cólon.. 
 
Fígado 
Triade 
Estômago 
C é l u l a s 
enteroendócrinas 
Células principais 
NathyFantin
Citologia 
Cavidade oral 
O início da degradação do alimento ocorre 
na cavidade oral, onde os dentes o 
trituram, transformando-o em pedaços 
menores, e a saliva o umedece, lubrifica e 
inicia a digestão através das enzimas 
amilase (ou ptialina) e lipase, que atuam 
sobre os carboidratos e os lipídios, 
respectivamente. A língua mistura e amassa 
esses fragmentos, resultando no bolo 
alimentar. 
Por causa do atrito do alimento, a cavidade 
da boca é revest ida por ep ité l io 
estratificado pavimentoso. As regiões das 
bochechas mordidas devido à dentição mal-
ajustada e o palato duro, submetido ao 
atrito da língua durante a deglutição e a 
fala, são queratinizados. O palato duro é 
uma estrutura rígida pela presença de uma 
placa óssea. A modificação do tamanho e 
da forma da cavidade oral ocorre graças ao 
músculo estriado esquelético. 
Dentes 
São estruturas duras e mineralizadas, 
inseridas na maxila e na mandíbula, de 
modo a aprisionarem o alimento. Os dentes 
incisivos e caninos são pontiagudos e 
cortam o alimento em pedaços de tamanho 
médio, enquanto os pré-molares e molares 
possuem superfícies ma is largas e 
achatadas, triturando os pedaços de 
tamanho médio em fragmentos menores. 
Glândulas salivares 
Há pequenas g l ându las sa l iva res 
espalhadas no tecido conjuntivo da 
cavidade oral, inclusive no palato e na 
língua, mas secretam somente 5% da 
saliva. A maior parte da saliva é produzida 
por três grandes pares de glândulas 
salivares: as parótidas, as submandibulares 
e as sublinguais. 
NathyFantin
As glândulas parótidas possuem uma forma 
achatada e estão situadas abaixo e na 
frente da orelha, em cada lado da face, com 
os ductos desembocando em frente ao 
segundo molar superior. São responsáveis 
por 30% da sa l iva. As glândulas 
submandibulares são ovoides e estão logo 
abaixo da mandíbula, em ambos os lados do 
pescoço, com os ductos abrindo-se ao lado 
do frênulo da língua. Produzem 60% da 
saliva. As glândulas sublinguais possuem 
uma forma de amêndoa e estão no 
assoalho da boca, com os ductos abrindo-
s e p r ó x i m o s a o s d u c t o s d a s 
submandibulares. Secretam cerca de 5% 
da saliva. 
As glândulas salivares maiores estão 
envolvidas por uma cápsula de tecido 
conjuntivo denso não modelado que emite 
septos para o interior, dividindo- as em 
lóbulos. Apresentam uma porção secretora, 
que produz as substâncias que compõem a 
saliva, e uma porção condutora, que conduz 
estas substâncias até a cavidade oral. A 
porção secretora pode conter células 
serosas e/ou mucosas. 
As células serosas têm uma forma 
piramidal, núcleo esférico e basal e 
citoplasma basófilo, devido ao retículo 
endoplasmático rugoso desenvolvido para a 
síntese proteica. Os grânulos de secreção 
podem ser visualizados no citoplasma. 
Essas células secretam 
uma solução aquosa com enzimas (amilase, 
lipase e lisozima), IgA e lactoferrina. A 
amilase e a lipase iniciam a digestão dos 
carboidratos e dos lipídios na cavidade oral, 
continuando-a no estômago. A lisozima, a 
IgA e a lactoferrina agem contra a ação 
das bactérias. As célu las serosas 
arranjam-se em porções secretoras 
arredondadas (acinosas), cujo corte 
transversal é visualizado como ácinos 
serosos. 
NathyFantin
As células mucosas têm núcleo alongado, 
comprimido contra a periferia da célula 
pe las ves ícu las de g l icoprote ínas 
produzidas. O citoplasma, por causa 
dessas vesículas, não se cora, tendo um 
aspecto reticulado. As glicoproteínas 
constituem o muco que lubrifica o bolo 
alimentar. As células mucosas formam 
porções secretoras tubulares, que podem 
se ramificar e geralmente são delimitadas 
na extremidade por células serosas, 
resultando em glândulas tubuloacinosas. Os 
cortes transversais dessas porçõessecretoras mostram células mucosas 
envoltas por uma meia-lua serosa: são os 
ácinos mistos. 
As glândulas parótidas são constituídas 
somente por células serosas e assim são 
glândulas acinosas compostas serosas. As 
glândulas submandibulares e sublinguais, 
com células mucosas e serosas, são 
tubuloacinosas, compostas, ramificadas e 
s e r o m u c o s a s . N a s g l â n d u l a s 
submandibulares, há ácinos serosos e 
mistos, portanto, predomínio de células 
serosas, enquanto, nas g lându las 
sublinguais, as células serosas se limitam a 
fa ze r pa rte d os á c i n os m istos , 
predominando as células mucosas. 
Em torno da porção secretora, há células 
mioepiteliais, cuja contração ajuda na 
expulsão da secreção. 
A porção condutora consiste nos ductos 
intercalares, intralobulares (ou estriados) e 
interlobulares (ou excretores). 
Os ductos intercalares são de epitélio 
simples pavimentoso ou cúbico, e os 
núcleos estão muito próximos uns dos 
outros. Esses ductos continuam como 
ductos intralobulares de epitélio simples 
colunar com microvilos. Os núcleos são 
esféricos e posicionados na metade da 
célula, porque a porção basal é preenchida 
com invaginações e mitocôndrias. As 
NathyFantin
células realizam o transporte ativo de íons: 
removem Na+ da saliva e adicionam, em 
troca, uma quantidade menor de K+, 
tornando a saliva hipotônica. A presença 
das invaginações e das mitocôndrias 
confere um aspecto estriado à região basal 
das células, por isso esses ductos são 
também denominados estriados. 
Os ductos intercalares e intralobulares, 
como o próprio nome sugere, estão 
situados no interior dos lóbulos. Os ductos 
intra lobu lares confluem nos ductos 
interlobulares (ou excretores), que estão 
entre os lóbulos, nos septos de tecido 
conjuntivo. Esses ductos são constituídos 
por epitél io pseudoestratificado ou 
estratificado colunar, já que fazem a 
transição entre os ductos estriados de 
epitélio simples colunar e a cavidade oral 
com epitélio estratificado pavimentoso. 
 Língua 
É revestida por epitélio estratificado 
pavimentoso, e a superfície dorsal, a qual 
está frequentemente em contato com o 
palato duro durante a deglutição, a fala e o 
repouso , pode ser querat in izada , 
especialmente nas pessoas idosas. 
A face superior da língua é irregular, devido 
a saliências do epitélio e do tecido 
conjuntivo subjacente: as papilas linguais. 
As papilas fi l iformes são as ma is 
numerosas e cobrem a superfície anterior 
da língua. São pontiagudas, em forma de fio 
ou onda. Podem ser queratinizadas nas 
pontas. Não contêm corpúsculos gustativos. 
Pelo seu formato raspam e retêm o 
alimento. 
As papilas fungiformes são menos 
frequentes e estão situadas entre as 
papilas filiformes, sendo visíveis a olho nu 
como pontos vermelhos. Têm a parte apical 
mais dilatada que a base, lembrando um 
cogumelo. Os poucos corpúscu los 
NathyFantin
gustativos estão dispersos nas superfícies 
laterais e dorsal e nem sempre são 
observados nos cortes. Eles detectam os 
sabores doce e salgado. 
No V lingual, há seis a 12 papilas 
circunvaladas. São assim denominadas 
porque são circundadas por um sulco, 
resultante da invaginação do epitélio. Nele 
desembocam os ductos das glândulas 
salivares linguais serosas, cuja secreção 
aquosa remove as partículas alimentares, e 
a lipase impede a formação de uma película 
hidrofóbica sobre os corpúsculos gustativos 
situados nas paredes laterais das papilas. 
Esses corpúsculos gustativos percebem o 
sabor amargo. 
Em pequeno número na língua humana, há 
ainda as papilas foliadas. Estão situadas 
nas bordas laterais, posteriormente, uma ao 
lado da outra. Ductos de glândulas serosas 
desembocam entre elas. Há muitos 
corpúsculos gustativos nas paredes 
laterais. Eles detectam o sabor amargo, 
mas são funcionais somente até o segundo 
ou terceiro ano de vida. 
Os corpúsculos gustativos ocupam a 
espessura do epitélio e são constituídos por 
células fusiformes, de coloração clara. A 
superfície apical destas células apresenta 
microvilos e faz face a um pequeno orifício 
no epitélio, o poro gustativo. Algumas das 
células fusiformes estão associadas a 
fibras nervosas e são as células receptoras 
do paladar. Outras são as células de 
suporte. Há ainda células basais, pequenas 
e arredondadas, que originam as demais. A 
renovação das células ocorre entre 10 e 14 
dias. 
Os corpúsculos gustativos da língua 
reconhecem os sabores básicos. A 
apreciação de sabores mais refinados 
depende do epitélio olfatório, por isso, a 
perda do paladar quando a pessoa está 
resfriada, com congestão nasal. 
NathyFantin
Entre o tecido conjuntivo da língua, há 
feixes de músculo estriado esquelético, 
responsáveis pelo seu movimento, tecido 
adiposo, que preenche os espaços, e 
glândulas salivares serosas e mucosas. No 
terço posterior da língua, há as tonsilas 
linguais. 
Faringe 
É comum ao sistema digestório e ao 
sistema respiratório e é revestida por 
epitélio estratificado pavimentoso na porção 
oral e epitélio pseudoestratificado colunar 
ciliado, com células caliciformes na porção 
nasal. 
O epitélio estratificado pavimentoso protege 
a faringe do atrito sofrido com a passagem 
do alimento durante a deglutição. Há ainda, 
no tecido conjuntivo subjacente, glândulas 
mucosas, que produzem muco lubrificante. 
A presença de tecido linfoide subjacente ao 
epitélio em determinadas regiões da faringe 
forma as tonsilas. Na nasofaringe, há a 
tonsila faríngea e, na junção entre a 
cavidade oral e a faringe, as tonsilas 
palatinas. 
 Tubo digestório 
Estrutura geral do tubo digestório 
O tubo digestório tem quatro túnicas 
(camadas): a mucosa, a submucosa, a 
muscular e a serosa ou adventícia. 
A mucosa é constituída por epitélio, lâmina 
própria de tecido conjuntivo frouxo e 
muscular da mucosa. Conforme a região do 
tubo digestório, o epitélio pode ser 
estratificado pavimentoso ou simples 
colunar, com diferentes tipos celulares para 
a absorção ou a secreção de substâncias. 
A lâmina própria, além de possuir vasos 
sanguíneos e linfáticos, pode conter 
glândulas e tecido linfoide. A muscular da 
mucosa geralmente consiste em uma 
subcamada interna circu lar e uma 
subcamada externa longitudinal de músculo 
liso. Ela promove a movimentação da 
NathyFantin
mucosa independente do tubo, aumentando 
o contato com o bolo alimentar. 
A submucosa é de tecido conjuntivo denso 
não modelado. Contém vasos sanguíneos e 
linfáticos e o plexo nervoso submucoso (ou 
de Meissner), com gânglios intramurais que 
controlam o movimento da muscular da 
mucosa e a secreção das glândulas da 
mucosa. Pode ter glândulas ou tecido 
linfoide. 
A camada muscular pode ser de músculo 
estriado esquelético ou de músculo liso. 
Dev ido à organ ização das fibras 
musculares são observadas geralmente 
duas subcamadas: a circular (interna) e a 
long itud ina l (externa) . As cé lu las 
musculares arranjam-se em espiral, sendo 
que a hélice é mais compacta na circular e 
mais alongada na longitudinal. 
Entre as duas subcamadas, há pequenos 
vasos sanguíneos e linfáticos e o plexo 
nervoso mioentérico (ou de Auerbach), com 
gânglios que coordenam a contração das 
células musculares. 
A camada muscular promove a mistura e a 
progressão do alimento no tubo digestório 
através do peristaltismo, uma onda de 
contração que se move distalmente. 
O espessamento do músculo circular em 
algumas áreas resulta nos esfíncteres, que 
impedem a passagem do conteúdo luminal 
com a sua contração. 
A serosa e a adventícia são revestimentos 
externos. A serosa é o conjunto de tecido 
conjuntivo frouxo e mesotélio, que é epitélio 
simples pavimentoso, contínuo ao peritônio. 
A adventícia é tecido conjuntivo frouxo, 
comum a outro órgão. O tecido conjuntivo 
apresenta grande quantidade de células 
adiposas, vasos sanguíneos

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